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L IÇ ÃO
O Drama de Jó
A Fragilidade Humana e a Soberania Divina
04
25 OUT 20
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD REVISTA ADULTOS - QUARTO TRIMESTRE DE 2020
Texto Áureo
“E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o
SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do
SENHOR.” (Jó 2.21)
Verdade Prática
A despeito das grandes provações que se abatem em nossa vida,
à luz do exemplo de Jó, devemos permanecer fiel ao Senhor.
INTRODUÇÃO
A provação de Jó fez com que sua vida se tornasse um
verdadeiro drama. Nem mesmo os mais aclamados cineastas
seriam capazes de dramatizar algo semelhante. Da condição de
homem mais rico e admirado do Oriente, ele tornou-se, não
apenas um pobre moribundo, mas, na visão de seus amigos, “um
pecador revoltado e arrogante”. De uma vida abastada, piedosa
e fraternalmente estruturada, Jó mergulhou em um mar de
calamidades. De repente tudo se desmoronou. Os rebanhos
foram roubados e dizimados; os empregados foram assassinados
e, outros, mortos em desastres aparentemente naturais; os
filhos, seu bem mais precioso, morreram. Cenas difíceis de
esquecer! Refletir sobre como Jó reagiu a tudo isso é o objetivo
desta lição.
- De fato, Jó 3.1 até o capítulo 42.6, compõe uma grande seção poética — um poema
dramático com discursos que tentam compreender o sofrimento de Jó. Jó vivenciou e explicou a
passagem de Dt 29.29: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as
reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as
palavras desta lei”. Suas palavras e ações demonstraram sua confiança em Deus e justificaram a
confiança de Deus nele. Vamos pensar maduramente a nossa fé?
I – TRAGÉDIA DE NATUREZA ECONÔMICA
1. O sucesso na esfera comercial. O autor sagrado já havia
sublinhado que Jó era “maior de todos os do Oriente” (Jó 1.3). O
respeito, a admiração, a riqueza e a prosperidade do homem de
Uz contribuíram para a construção dessa imagem. O autor já
havia destacado a riqueza e a prosperidade de Jó, medidas pela
grande quantidade de animais e servos a serviço dele. O
comércio e a atividade do campo eram suas principais
atividades. Devido à sua grande riqueza, não são poucos os
autores que igualam Jó a grandes industriais e empresários
contemporâneos. Enquanto as ovelhas proporcionaram lã para a
produção têxtil, por outro lado os camelos e jumentas estavam a
serviço do transporte de cargas. Dessa forma, Jó se destacava no
Oriente como um homem de negócios.
- Como era comum no antigo Oriente Próximo, a riqueza de Jó não era medida pelo dinheiro
ou pelas terras que ele tinha, mas pelo grande rebanho, como era com os patriarcas (Gn 13.7).
Dessa forma, o narrador afirma de Jó: “maior... do Oriente”, uma posição elevada segundo
qualquer padrão. Salomão teve uma reputação semelhante: "Era a sabedoria de Salomão maior
do que a de todos os do Oriente..." (1Rs 4.30).
- “O povo do Oriente era identificado com os habitantes de Quedar, no norte da Arábia (Jer.
49.28). Jó era também incomumente sábio. Os homens do Oriente eram notórios por sua grande
sabedoria, que eles expressavam artisticamente em provérbios, cânticos e histórias… Jó era
altamente respeitável (ver Jó 29.7-li); sábio conselheiro (29.21 -24); empregador honesto (31.13-
15,38,39); hospitaleiro e generoso (31.16-21,32); e fazendeiro próspero (31.38-40)” (Roy B.
Zuck, in loc.). No entanto, esse homem foi ferido pela tragédia, por razões desconhecidas.”
(CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1864)
.
2. O sucesso na esfera do campo. A atividade do campo era, sem
dúvida, o principal negócio de Jó. 0 fato de que ele tinha tantas
juntas de bois a seu serviço demonstra que ele era um agricultor
que possuía uma grande extensão de terras, e não um nômade
como alguns autores supõem. Estudiosos destacam o ato de que
a palavra hebraica ‘abuddah, encontrada somente em Jó e em
Gênesis 26.14, é uma referência direta à lavoura e ao cultivo da
terra. Os bois, e da mesma forma as ovelhas, ofereciam a
proteína animal. As ovelhas, juntamente com as jumentas,
alimentavam a produção de laticínios. Isso fazia de Jó um
verdadeiro empreendedor no sentido moderno do termo.
- “Possuía sete mil ovelhas… este homem era o maior de todos os do Oriente. Jó era um
homem muito rico, com um total de 11.500 animais domesticados, divididos naqueles tipos de
animais que os homens ricos precisam: animais de trabalho, animais que serviam como
alimentação, e animais de transporte. Tal riqueza capacitava-o a ter uma casa muito grande,
vastas propriedades e abundância de escravos, que mantinham todas as suas posses em boa
ordem. Isso, de acordo com uma avaliação popular, era evidência da aprovação e da ajuda
divina. A área onde Jó vivia ficava no “deserto” (Jó 1.19). Era um lugar fértil, falando em termos
agrícolas, e próprio para a criação de gado (ver Jó 1.3,14 e 42.12), provavelmente fora da
própria Palestina”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1864) .
- “Jó era um Pastor afortunado. (...) podemos dizer que era um pastor afortunada com um
grande rebanho, propriedade e empregados. Portanto um empresário da sua época, como tantos
que viveram em Israel do pastoreio e criação de gado. Vejamos o texto de Jó 1.2: “Nasceram-lhe
sete filhos e três filhas. Possuía também 7 mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de boi,
quinhentas mulas e servos em grande número.” (Jó 1,2-3) Bíblia de Jerusalém. O texto sagrado
do livro de Jó afirma que ele era “o maior de todos os orientais”, possuindo grande riqueza. Jó
possuía uma grande família que consistia da esposa, sete filhos e três filhas. (Jó 1,1-3) Ele
realizava conscienciosamente os deveres de sacerdote em benefício da família, oferecendo
sacrifícios a Deus em favor deles. — Jó 1,4- 5. Jó era um juiz imparcial e temente a Deus. O
livro de Jó ainda nos apresenta como sendo uma figura de destaque no portão da cidade,
respeitado até mesmo pelos homens idosos e pelos príncipes. (Jó 29,5-11) Ele atuava como juiz
imparcial, executando a justiça como defensor das viúvas, e era como que um pai para os
meninos órfãos de pai, para os aflitos e para aqueles que não tinham ajudador. (Jó 29,12-17) Jó
era visto por todos como um homem temente a Deus, mantinha-se afastado da imoralidade, da
ganancia pelo dinheiro e da idolatria. Jó era considerado um homem generoso para com os
pobres e os necessitados. Jó 31,9-28.” (Extraído de: abiblia.org).
3. O ataque do Diabo na esfera comercial. Satanás atingiu o
centro das atividades comerciais do patriarca. O Adversário
procurou retirar aquilo que, graças ao trabalho duro, Jó havia
conquistado. Assim, destruiu os animais e o pessoal a serviço
dele, desestabilizando-o financeiramente. Seu negócio foi a
bancarrota. Sem animais de carga, o transporte estava
prejudicado.
- Deus permitiu que Satanás tentasse Jó em sua fé atacando "tudo quanto ele tem" (1.12). Com
a soberana permissão de Deus, Satanás atacou Jó, com quatro desastres sucessivos, destruiu ou
eliminou os rebanhos, os servos e os filhos. Os sabeus eram árabes de um ou mais distritos. Uma
história anterior relata como eles mataram mil bois e 500 jumentos, e também os seus guardadores
(Gn 10.7; 25.3). Portanto, nos dias de Jó, tudo consistia em negócios, como era usual.
-“Que acontecera por causa da impiedade dos seus vizinhos, os sabeus, provavelmente uma
espécie de assaltantes que viviam de roubos e pilhagem. Eles levaram os bois e os jumentos e
assassinaram os servos que fielmente e corajosamente fizeram o melhor para defendê-los, e
apenas um escapou, não por bondade para com ele ou para com o seu senhor, mas para que Jó
pudesse ter informações detalhadas do ocorrido através de uma testemunha ocular, antes que o
soubesse por meio de breves relatos que lhe seriam trazidos gradativamente. Não temos nenhuma
razão para presumir que Jó ou os seus servos tivessem dado qualquer motivo para que os sabeus
fizessem essa incursão, mas Satanás colocou nos seus corações o desejo de realizá-la, e de
realizá-la imediatamente. Desse modo, o maligno atingiu o seu objetivo e acabou tendo um
resultado duplo: pois fez com que Jó sofresse, e que os sabeus pecassem. Note que quando
Satanás tiver a permissão de Deus para fazer o mal, ele não quererá que apenas os homens
perversos sejam os seus instrumentos na realização dos males e calamidades, pois ele é um
espírito que opera nos filhos da desobediência” (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Jó a
Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 9)
.
4. O ataque do Diabo na esfera do campo. Da mesma forma que
atingiu os negócios de Jó na esfera comercial Satanás o atingiu
também na esfera do campo. Destruindo a sua fonte de
produção de proteínas e laticínios, o Diabo atingiu em cheio toda
a fonte de sua riqueza. Era preciso muito equilíbrio para não se
desesperar diante de um quadro tão sombrio. Aqui é necessário
fazer uma ponderação. Evidentemente que nem sempre o
empreendimento de alguém quebra por investidura de uma
ação maligna direta; muitas vezes é apenas um mau
gerenciamento ou até mesmo consequência de uma crise de
mercado. Todavia, no caso de Jó, foi uma ação maligna em
muitos casos hoje também o é.
- “Sabe-se que caldeus habitavam perto do Tigre no século IX a.C. São de raça arameia, e é
tão difícil explicar a pilhagem feita por eles na Transjordania do Sul quanto explicar os sabeus
na Transjordania do Norte. Jó pode ter ficado dentro do alcance dos dois grupos se habitasse ao
leste da Galiléia. Três bandos. Embora o estratagema de um ataque em três direções seja
empregado várias vezes na Escritura, as circunstâncias variam consideravelmente. Se as táticas
de Gideão eram semelhantes (Jz 7.16), o alvo seria levar os animais para uma direção desejada”.
(Francis I. Andersen. Jó Introdução e Comentário. Editora Mundo Cristão. pag. 84)
.
CONCLUSÃO
Nesta lição vimos o drama de Jó, que foi provado de uma forma
dura no seu trabalho, família e saúde. Somente um homem com
uma fé inabalável mantém sua lucidez diante de tantas
catástrofes. Somente o Senhor pode manter o fiel de pé diante
de calamidades dessa natureza. O Diabo chegou ao ponto
máximo de pressão contra Jó, mas não conseguiu executar o seu
intento. O patriarca permaneceu de pé diante da provação.
- Como escreve o Pr Antônio Neves de Mesquita, “Para que ter de enfrentar a luta contra o
destino que o aguarda? A sua tragédia é infinita, o seu sofrimento físico e moral não tem limites.
Portanto, para que viver? Nem mesmo a vida de outrora, cheia de cuidados com a religião dos
filhos, por quem oferecia sacrifícios, na suposição de terem pecado contra Deus, em seus
excessos de comida e bebida, seria a coisa mais desejável; muito menos a de agora, quando sem
filhos, sem a mulher, que o repudiara, sem amigos, sozinho com as suas chagas, os seus
pesadelos são um espectro para o mundo que o conhecia” (Mesquita. Antônio Neves de,. Jó Uma interpretação do
sofrimento humano. Editora JUERP)
, de fato, somente aqueles que são sustentados pelo Senhor, podem, em
meio à dor e sofrimento, manter íntegra a sua fé. A fé verdadeira, que salva, nos dá perseverança
para continuar a crer em Jesus sem desistir. A vida cristã tem dificuldades e nossa fé muitas vezes
é desafiada. Por isso, precisamos de perseverança firmada na fé.
PARA REFLETIR
A respeito de “O Drama de Jó”, responda:
• Como eram medidas a riqueza e prosperidade de Jó?
R: Eram medidas pela grande quantidade de animais e servos a
serviço de Jó.
• Qual era o principal negócio de Jó?
R: A atividade do campo era, sem dúvida, o principal negócio de
Jó.
• Jó perdeu quantos filhos em um só dia?
R: Dez filhos.
• Após tocar nos bens e na família de Jó, em qual área o Diabo
tem permissão para tocar?
R: O Adversário tem a permissão divina para tocar na saúde de
Jó.
• Segundo a lição, qual sofrimento Jó experimentou além do
físico?
R: Não há dúvida, que além do sofrimento físico, Jó também
experimentou o sofrimento psicológico