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O objetivo deste livro é deixar clara a relaçã o da Igreja Cató lica com a
ciência e, pelo que vimos na introduçã o, essa relaçã o deve ser
harmoniosa. Agora, para muitos, esta parece uma noçã o estranha e até
ridícula, como experimentei recentemente.
Um dia antes de escrever estas palavras, eu estava dando uma
entrevista para uma rá dio e no final o entrevistador perguntou: “Em
que livro você está trabalhando agora?” Respondi que estava
trabalhando num livro sobre a relaçã o da Igreja Cató lica com a ciência.
“Oh, isso deve ser interessante”, disse ele, apó s uma pausa embaraçosa
no ar, “eu sei que eles... uh... sempre estiveram envolvidos em conflitos”.
Ah, confusã o! — e obviamente aquela que precisamos fazer algum
esforço para esclarecer primeiro. Afinal de contas, se é verdade que a
Igreja e a ciência sempre estiveram em guerra, entã o,
independentemente do que eu ou o Catecismo digamos sobre a sua
potencial harmonia, os factos da histó ria dizem o contrá rio. Portanto,
neste capítulo examinaremos a origem do mito da grande e contínua
guerra entre a ciência e o cristianismo, o mito que colore a visã o de
muitas pessoas (incluindo alguns cató licos, sem dú vida). Este mito
também faz parte de uma crença confusa mais ampla: a de que a
pró pria razã o e a fé sã o fundamentalmente opostas. Isso também
iremos investigar.
Um aviso adicional
Como afirma inteligentemente o historiador da ciê ncia Noah Efron:
“Para cada mito existe um mito igual e oposto”. 10 Embora nã o
queiramos chamar-lhe um “mito”, é verdade que um certo tipo de
reacçã o à tese da guerra tem ocorrido entre os cristã os que, cansados
da surra dada à Fé pelos secularistas, sã o zelosos em mostrar que O
Cristianismo foi na verdade a fonte, a causa da ciê ncia moderna. Nã o é
difícil entender como surgiu essa reaçã o. Quando os historiadores
examinaram o grande monte de evidê ncias, que remontam à Idade
Mé dia, e que tinham sido negligenciadas pelos Drapers e pelos White,
começaram a recuperar toda a extensã o com que os cristã os
contribuíram para a ascensã o da ciê ncia moderna. Para alguns deles
(especialmente para os cristã os irritados), era tã o natural exagerar as
provas como tinha sido para os materialistas seculares ignorá -las.
O argumento geral é mais ou menos assim: “A ciência moderna
nasceu numa cultura particular, uma cultura cristã , e podemos traçar os
seus antecedentes até ao início da Idade Média. Nenhuma outra cultura
– grega, romana, indiana, chinesa, egípcia, babiló nica, islâ mica, africana,
maia – alguma vez nos deu algo parecido com a ciência moderna.
Portanto, a causa do sucesso da ciência moderna deve residir, em
ú ltima aná lise, no Cristianismo, e quanto mais investigamos as origens
cristã s da ciência moderna, mais atrá s encontramos evidências
positivas dos desenvolvimentos sustentados e sofisticados que
sustentam a ciência moderna.”
No início do século XX, o cató lico francês Pierre Duhem (1861-1916),
físico, matemá tico, filó sofo e historiador da ciência, mostrou
decisivamente que a Idade Média cató lica nã o foi uma época sombria,
mas continha um depó sito essencial de riquezas que contribuíram para
o desenvolvimento da filosofia natural, matemá tica, ló gica e
experimentos, levando à ciência moderna. Os seus dez volumes , O
Sistema do Mundo: Uma História das Doutrinas Cosmológicas de Platão a
Copérnico, teriam sido mais do que suficientes para afundar a tese de
Draper, uma vez que demonstrou que a ciência moderna dependia de
desenvolvimentos anteriores tornados possíveis pela Igreja Cató lica na
Idade Média.
Houve outros que reconheceram as importantes contribuiçõ es do
Cristianismo para a ciê ncia. De uma forma mais geral, o filó sofo Alfred
North Whitehead (1861-1947) confirmou praticamente a mesma
afirmaçã o de Duhem, afirmando que “a maior contribuiçã o do
medievalismo para a formaçã o do movimento científico” foi “a crença
inexpugnável de que cada ocorrê ncia detalhada pode ser
correlacionado com seus antecedentes de maneira perfeitamente
definida, exemplificando princípios gerais.” O que tornou a ciê ncia
moderna possível foi “a insistê ncia medieval na racionalidade de Deus,
concebida com a energia pessoal de Jeová e com a racionalidade de um
filó sofo grego. Cada detalhe foi supervisionado e ordenado: a busca
pela natureza só poderia resultar na vindicaçã o da fé na racionalidade.”
11 Sem o Cristianismo, prossegue o argumento, a crença numa ordem
intrínseca da natureza nã o teria ocorrido, e esta crença foi necessá ria
para o advento da ciê ncia moderna.
Uma versã o mais restrita desta abordagem, hoje conhecida como
Tese de Merton, foi oferecida por Robert Merton (1910-2003), que
alegou que foram, na verdade, as peculiaridades do puritanismo inglês
no século XVII que deram o impulso decisivo à Ciência moderna.
Embora a tese de Merton fosse atraente para os protestantes, ela tem os
defeitos ó bvios que implicam ignorar ou subestimar severamente todas
as contribuiçõ es para a ciência moderna feitas por nã o-ingleses e
cató licos (especialmente os jesuítas) e a riqueza do desenvolvimento
científico que ocorreu desde o início da Idade Média. Idades até o
século XVII.
Muito tem sido feito desde a primeira metade do sé culo XX na
histó ria da ciê ncia para justificar as contribuiçõ es essenciais que o
Cristianismo lhe deu, ajudando a revelar, e portanto a mostrar, os
defeitos flagrantes do mito da guerra. 12 Mas, como també m sublinham
os estudos mais recentes, nã o podemos assumir o oposto como
verdadeiro – que o Cristianismo, ou apenas o Catolicismo ou o
Protestantismo, é responsável pelo advento da ciê ncia moderna – sem
distorcer o que realmente aconteceu.
Para começar, simplesmente nã o é verdade insistir que só o
Cristianismo deu origem à noçã o de um universo ordenado e
inteligível. Essa noçã o foi encontrada no pensamento pagã o grego e
romano, e é impossível traçar muito longe as origens da ciê ncia
moderna sem esbarrar na enorme influê ncia de Platã o, Pitá goras,
Aristó teles, dos estó icos, Euclides, Ptolomeu e Galeno. Devemos
també m incluir as contribuiçõ es significativas feitas atravé s do Islã o,
nã o apenas acidentalmente como mediador de textos gregos para o
Ocidente latino, mas essencialmente, acrescentando substâ ncia
definida. 13
Alé m disso, mesmo enquanto o Cristianismo desempenhava o seu
papel significativo, houve uma renovaçã o de ideias pagã s que
desafiavam directamente o Cristianismo, mas que foram utilizadas de
forma frutuosa para promover aspectos da ciê ncia moderna. Para citar
o ó bvio: formas revividas de materialismo pagã o, especialmente
aquelas oferecidas pelos antigos atomistas gregos Demó crito e
Epicuro, alimentaram o interesse no estudo dos detalhes materiais do
mundo natural. O materialismo, embora fundamentalmente erró neo,
conduziu a avanços genuínos nas ciê ncias, e alguns desses
contribuidores abraçaram sem dú vida o materialismo precisamente
porque a ciê ncia definida de forma materialista ajudaria a reivindicar
uma visã o do mundo anticristã . 14
També m nã o podemos deixar de lado a importâ ncia para a ciê ncia
moderna do interesse renovado pela magia durante a Renascença e
depois dela. Os “adeptos da magia” estavam apaixonadamente
interessados em controlar a natureza atravé s do conhecimento de seus
segredos. 15 A paixã o deles levou à descoberta. Pela mesma razã o, o
interesse de longa data pela alquimia, que remonta ao mundo antigo,
mas que ganhou força tanto na Renascença como no Iluminismo, foi
essencial para o avanço moderno da medicina, da química, da física, da
meteorologia, da metalurgia e da geologia. 16 També m nã o podemos
esquecer o enorme impulso na astronomia moderna que resultou do
desejo duvidoso de elaborar horó scopos astroló gicos cada vez mais
precisos. 17 Seria difícil classificá -los como essencialmente cristã os,
pois, na verdade, o espírito por trá s deles era muitas vezes bastante
heterodoxo.
Existem também causas bastante naturais para o avanço da ciência,
tais como as características ó bvias e muito humanas encontradas tanto
em cristã os como em nã o-cristã os. Por exemplo, a curiosidade humana
natural, o desejo de fama ou riqueza, os esquemas de império ou
conquista de uma naçã o, os encantos culiná rios do açú car, do café e das
especiarias, todos fizeram avançar a ciência da navegaçã o. E a lista
continua. Embora muitos cristã os, sendo humanos, tenham feito parte
destes avanços, é difícil defender que estas causas contribuintes sejam
especificamente cristã s. E assim, nã o podemos aceitar a noçã o de que o
Cristianismo é a causa da ciência moderna.
A Posição da Igreja
A Igreja Cató lica rejeita os dois mitos e a reacçã o demasiado zelosa a
eles e fá -lo por razõ es doutrinais centrais. No entanto, estas razõ es
doutriná rias ajudam-nos realmente a compreender a histó ria da
ciência. Para começar com o ú ltimo, uma vez que todos os seres
humanos sã o feitos à imagem de Deus, e a razã o é o nosso elemento
definidor, entã o faria sentido que todos os seres humanos – pagã os,
islâ micos, cató licos, protestantes e até ateus – pudessem usar a sua
natureza natural. razã o para investigar com sucesso a ordem da
natureza. E é isso que encontramos na pró pria histó ria da ciência: nã o é
apenas uma atividade cristã . Nem a Igreja Cató lica está em guerra com
a ciência ou com a razã o. Visto que a razã o humana é boa, e os seres
humanos como tais podem compreender pelos seus pró prios poderes
naturais que Deus existe, e apreciar cada vez mais profundamente a Sua
sabedoria manifestada na criaçã o ( Catecismo , par. 27-49), entã o a
actividade da ciência é intrinsecamente boa. e lícita para o cristã o. É por
isso que encontramos, desde o início da Idade Média, um interesse vivo
e sustentado pela filosofia e pela ciência (ou, como era chamada, pela
filosofia natural). Voltemo-nos agora para a Idade Média para ver quã o
importante ela foi para o desenvolvimento da ciência moderna.
A segunda confusã o
“A Idade Média foi uma época de escuridão científica”
A “Idade da Luz”
Devemos sublinhar as ligaçõ es ó bvias entre as universidades, a Igreja
universal e o trabalho dos cientistas clericais que mencionamos
brevemente. As universidades da cristandade forneceram o contexto de
ensino que permitiu conquistas significativas (uma vez que o currículo
de artes liberais exigia de todos os alunos um conhecimento tanto de
matemá tica como de filosofia natural), promoveram o avanço de cada
uma das ciências e, talvez o mais importante de tudo, , proporcionou
uma língua universal e uma cultura geograficamente fluida que
permitiu que estudantes e académicos de toda a Europa comunicassem
e colaborassem entre si. E nã o podemos deixar de mencionar
novamente o grande número de pessoas nas universidades; uma vez
que as ordens religiosas, especialmente as ordens mendicantes,
estavam abertas a todos os níveis da sociedade, isto representava a
maior extensã o de conhecimento científico na histó ria do mundo até
entã o.
Assim, longe de ser uma época sombria para a ciência, durante a
Idade Média a luz foi derramada como nunca antes. Mas isso nã o
significa que nã o houvesse manchas escuras, e as mais escuras
ocorreram em meados do século XIV com a Peste Negra. Nã o podemos
sobrestimar os efeitos horríveis de ter talvez metade da populaçã o
europeia exterminada por um contá gio desconhecido e, na altura,
incognoscível. A Peste Negra levou toda e qualquer pessoa, do nobre ao
camponês, do estudioso ao servo, e a cultura intelectual e científica que
se construiu no sistema universitá rio entre os séculos XI e XIV sofreu
um golpe muito severo. Este revés devastador explica o caos e a
confusã o verificados em meados do século XIV e nas décadas seguintes.
A ciência, num sentido muito real, é um luxo da civilizaçã o; quando a
pró pria civilizaçã o é ameaçada nas suas amarras, o luxo dá lugar ao
atendimento das necessidades.
O fio do progresso científico retomaria ainda com outro clérigo, um
certo Nicolau Copérnico, mas é melhor deixarmos a nossa consideraçã o
sobre ele para o pró ximo capítulo.
A terceira confusã o
“A Igreja Católica Anticiência Perseguiu Copérnico e Galileu”
Se você ouvisse os rumores que passaram para a histó ria, pensaria que
a verdade sobre Copérnico e Galileu era algo assim. Antes de Copérnico,
a ciência estava sob o domínio sombrio de monges ignorantes e clérigos
corruptos. Um dia, de repente, um homem chamado Copérnico ousou
salientar que a Terra nã o era plana, mas redonda, e que o Sol estava
parado e a Terra girava em torno dele. Por seus nobres esforços, ele foi
imediatamente queimado até a morte em uma pilha já fumegante de
hereges.
Pouco depois, porém, apareceu um físico italiano chamado Galileu
Galilei, que olhou através do seu telescó pio e viu claramente que o Sol
estava parado e a Terra se movia e destemidamente falou a favor da
verdade. Por seus nobres esforços, a Igreja o jogou na prisã o, torturou-o
impiedosamente durante anos e, em vá rios feriados especiais da Igreja,
enforcou-o ao amanhecer, arrastou-o e esquartejou-o ao meio-dia e
queimou-o na fogueira à noite (usando todos os seus livros). para
combustível).
É claro que esta montagem de episó dios absurdos nã o tem
fundamento histó rico. Como veremos, nem Copérnico nem Galileu
alguma vez foram para a prisã o, embora Galileu tenha passado algum
tempo sob uma muito confortável “prisã o domiciliá ria”. Nenhum deles
foi torturado, queimado ou executado de qualquer outra forma. Ambos
morreram em suas pró prias camas: Copérnico devido a um derrame e
Galileu por outras causas naturais.
No entanto, os velhos mitos nã o morrem facilmente, e mesmo entre
os mais eminentes cientistas dos nossos dias, que certamente
deveriam saber melhor, os rumores passam por verdades. Nosso físico
teó rico mais famoso, Stephen Hawking, embora provavelmente saiba
que Galileu nã o foi torturado ou queimado, ainda tinha o seguinte a
dizer: “O famoso conflito de Galileu com a Igreja Cató lica foi central
para sua filosofia. Ele foi um dos primeiros a argumentar que os seres
humanos poderiam esperar compreender como o mundo funciona e,
alé m disso, que poderíamos fazer isso observando o mundo real.
Galileu, talvez mais do que qualquer outra pessoa, foi responsável pelo
nascimento da ciê ncia moderna.” 1
Galileu nã o foi certamente “um dos primeiros a argumentar que os
seres humanos poderiam esperar compreender como o mundo
funciona… observando o mundo real”. Se alguém pudesse receber tal
crédito, seria o antigo filó sofo grego Aristó teles. Mas, como vimos, a
ênfase da Igreja no conhecimento de Deus através da natureza
fundamentou toda a preocupaçã o medieval com a ciência, em particular
com a astronomia. Hawking está deturpando totalmente o significado
de Galileu e simplesmente reaquecendo uma versã o do mito da guerra
de Draper e White.
Obviamente, Hawking nã o leu muito a histó ria da ciência, ou teria
sabido melhor. Vamos ver como fica o registro quando for corrigido.
Em vez disso, funciona como uma histó ria auto-congratulató ria que o
modernismo materialista recita para si mesmo como um meio de
deslocar a sua pró pria arrogâ ncia para o que gosta de chamar de “Idade
das Trevas”.
Mas o truque deste suposto destronamento é que, embora
supostamente torne o “Homem” menos importante cosmicamente e
metafisicamente, na verdade entroniza a nó s, humanos “científicos”
modernos, em toda a nossa superioridade esclarecida. Na verdade,
declara: “ Somos realmente muito especiais porque mostramos que não
somos tão especiais ”. 7
Por outras palavras, como uma espécie de força revolucioná ria, o
secularismo tem interesse na noçã o de que, com a Igreja, o orgulho e a
estupidez estavam cerimoniosamente casados. Na verdade, antes que o
novo paradigma oferecido por Copérnico pudesse ser aceite, este teve
de demonstrar a sua superioridade científica em relaçã o ao sistema
ptolomaico (o que os seus proponentes começaram a fazer apenas no
século XVII), e teve de ultrapassar as significativas objecçõ es filosó ficas
e de bom senso. apresentado contra ele.
E finalmente, as objeçõ es teoló gicas, baseadas nas Escrituras,
também tiveram que ser tratadas. Mais uma vez, porém, devemos
insistir no ó bvio: a razã o pela qual a Terra é descrita como estacioná ria
na Bíblia é precisamente porque ela é estacioná ria, para nó s, por uma
questã o de experiência. Que sentido a Bíblia teria feito para alguém se
começasse com a noçã o contra-intuitiva de que a Terra estava girando
em seu pró prio eixo e girando em torno do Sol a velocidades
alarmantes, sem qualquer explicaçã o científica densa e avançada,
baseada em matemá tica avançada e observaçõ es astronô micas?
indisponível para a raça humana até depois de muitos séculos de á rduo
desenvolvimento intelectual?
É verdade, no entanto, salientar que, para alguns, o fundamento
bíblico estava em primeiro lugar e é talvez por isso que, entre os
cristã os, os protestantes foram os primeiros a apresentar objecçõ es ao
copernicanismo baseadas na Bíblia. Mas mesmo aqui encontramos a
suposiçã o de que a pró pria ciê ncia da astronomia també m se
manifestou contra o heliocentrismo. Em 1539, mesmo antes de o
trabalho de Copé rnico ser publicado, Martinho Lutero percebeu isso e
disse sobre Copé rnico: “Este tolo deseja reverter toda a ciê ncia da
astronomia”, antes de acrescentar també m que “a Sagrada Escritura
nos diz que Josué ordenou ao sol que ficasse parado”. ainda, e nã o a
Terra. Outros protestantes apoiaram-se apenas nas Escrituras. Em
1549, Melanchthon, seguidor de Lutero, declarou, contra o “amor pela
novidade” de Copé rnico, que “faz parte de uma boa mente aceitar a
verdade revelada por Deus e aquiescer a ela”. Citando o Salmo 93, que
“o mundo está estabelecido; nunca será abalado”, Joã o Calvino, em seu
Comentário sobre Gênesis , perguntou entã o: “Quem se aventurará a
colocar a autoridade de Copé rnico acima da do Espírito Santo?” 8
Mas a Igreja Cató lica també m bateu o pé . Em março de 1616 – mais
de 70 anos apó s a publicaçã o do De Revolutionibus de Copérnico – a
Congregaçã o do Índice de Livros Proibidos da Igreja declarou
oficialmente que afirmar que a Terra girava em torno do Sol era
cientificamente “tolo e absurdo”, e também era contrá rio. à s Escrituras.
9 A Igreja nã o proibiu a obra de Copé rnico, mas suspendeu a sua
publicaçã o até que pudesse ser corrigida. Eles estavam bastante
dispostos a permitir isso como um meio ou mé todo matemá tico que
poderia facilitar cá lculos mais fá ceis das ó rbitas planetá rias, desde que
nã o afirmasse que o heliocentrismo era verdadeiro.
Isto pode nos parecer uma posiçã o absurda, mas baseava-se no
princípio bastante razoável – enunciado primeiro por Aristó teles,
elaborado mais detalhadamente por Sã o Tomá s de Aquino, 10 e ainda é
verdade hoje – que as construçõ es matemá ticas nã o dizem, por si
mesmas, sobre a natureza ou a realidade das coisas que descrevem. (É
por isso que mú ltiplas equaçõ es na ciê ncia podem descrever os
mesmos fenô menos, ou dados matemá ticos podem ser interpretados
de vá rias maneiras, até mesmo contraditó rias, por diferentes
cientistas.) Na astronomia, o aparato matemá tico e geomé trico
simplesmente permite dizer para onde os planetas ou estrelas estã o
indo. ocorrem em um determinado momento, nã o do que sã o feitos,
como e por que percorrem os caminhos que percorrem, ou ainda mais
misteriosamente, como e por que a pró pria ciê ncia humana da
matemá tica é tã o maravilhosamente aplicável aos movimentos nos
cé us. Por esta razã o, a astronomia era conhecida como uma “ciê ncia
intermediá ria” entre os medievais, uma ciê ncia que usava a
matemá tica para descrever o movimento físico, sem oferecer uma
explicaçã o teó rica da matemá tica ou do movimento físico. Dada a
tradiçã o intelectual de compreender a matemá tica aplicada aos
movimentos dos cé us desta forma, a aceitaçã o pela Igreja do sistema
de Copé rnico como meramente uma construçã o matemá tica ú til para
cá lculos faz todo o sentido. Foi assim que entendeu toda a astronomia
de base matemá tica.
Um mê s antes da proibiçã o oficial de ensinar ou defender a
proposiçã o de que o Sol era o centro do universo, a Igreja advertiu o
famoso astrô nomo Galileu “para abandonar completamente a opiniã o
acima mencionada de que o Sol permanece imó vel no centro do
mundo”. e a Terra se move, e doravante nã o deve mantê -la, ensiná -la ou
defendê -la de qualquer forma, seja oralmente ou por escrito; caso
contrá rio, o Santo Ofício iniciaria um processo contra ele”. 11 Em 1620,
a Congregaçã o publicou a sua versã o corrigida do De Revolutionibus de
Copérnico com um mero punhado de alteraçõ es, o suficiente para
reduzi-lo de uma declaraçã o sobre a realidade a uma hipó tese
matemá tica. 12 Poderíamos supor que a Terra se movia em torno do Sol
para fins de cá lculo, mas nã o afirmar que ela realmente se movia.
Galileu nã o ficou satisfeito e agora nos voltamos para Galileu.
E Galileu?
Tal como aconteceu com Copérnico, o nosso objectivo é separar o caso
Galileu da desinformaçã o que surgiu, em grande parte do mito da
guerra. Como já sabemos, a Igreja Cató lica nã o se opô s à ciência, mas foi
de facto o seu principal patrono até ao tempo de Galileu e, claro, até aos
dias de hoje. Portanto, temos de eliminar os mitos e reunir os factos
bastante complexos.
Galileu Galilei também nasceu em Pisa, Itá lia, em 1564. Era filho de
um mú sico famoso e o primeiro de seis filhos. Como revelaram seus
primeiros estudos, ele era um matemá tico obviamente talentoso, e
Galileu foi nomeado professor de matemá tica em Pisa em 1589 e logo
mudou-se para a Universidade de Pá dua. Em 1610, Galileu alcançou
fama em toda a Europa com a publicaçã o da sua descoberta das luas de
Jú piter através da sua versã o melhorada do telescó pio, e parte desta
apresentaçã o revelou a sua defesa do copernicanismo. Seis anos depois,
ele foi avisado, oficialmente, por um Cardeal Bellarmino, para nã o
defender ou ensinar o Copernicanismo.
Em 1623 Galileu publicou The Assayer , um tratado que parecia
defender abertamente uma espécie de atomismo democritano, isto é,
uma antiga doutrina materialista também associada ao ateísmo pagã o
de Epicuro e Lucrécio. Nesse mesmo ano, um dos amigos e admiradores
de Galileu, o cardeal Maffeo Barberini, foi eleito Papa Urbano VIII, e
Galileu sentiu-se encorajado a falar, ainda que de forma circunspecta,
em nome do copernicanismo. O resultado foi o seu Diálogo sobre os dois
principais sistemas mundiais (1632), que defendeu de forma bastante
inteligente, mas dissimulada, a superioridade da visã o copernicana,
embora nã o a sua verdade absoluta.
Galileu foi convocado a Roma para julgamento no ano seguinte e
considerado culpado de um determinado grau de heresia – nã o o mais
grave, mas també m nã o trivial. O documento da sentença incluía uma
nota que durante o interrogató rio “consideramos necessá rio proceder
contra você por meio de um exame rigoroso” e “Condenamos você à
prisã o formal neste Santo Ofício, conforme nossa vontade”. 13 A
primeira poderia levar à conclusã o de que Galileu foi realmente
torturado, e a segunda, obviamente, que ele foi preso. Ambas foram
inferê ncias plausíveis por muito tempo, até que surgissem outras
evidê ncias.
A noçã o de que Galileu foi efectivamente torturado revelou-se agora
falsa, embora tenha sido ameaçado de tortura. Quanto à prisã o, embora
Galileu possa ter estado numa prisã o durante cerca de trê s dias
(embora seja mais provável que tenha permanecido no apartamento do
procurador), na verdade ele passou o tempo durante o julgamento e
depois num luxo isolado, primeiro na embaixada da Toscana, depois,
no palá cio da Inquisiçã o, no apartamento de seis cô modos do pró prio
promotor (completo com um criado), e mais tarde, no luxuoso palá cio
dos Mé dici, em Roma; depois disso, ficou em prisã o domiciliar na
residê ncia de seu amigo arcebispo em Siena e, finalmente, em sua
pró pria casa em Arcetri, perto de Florença, onde permaneceu de 1633
até sua morte em 1642, um homem frá gil de 77 anos. 14
Dito tudo isto, ainda podemos estremecer ao pensar que Galileu foi
preso, que foi ameaçado, mesmo que remotamente, de tortura, e que
permaneceu preso, mesmo que na sua pró pria casa. Como isso pode ter
acontecido e por quê? Para compreender, devemos olhar para um
contexto histó rico muito mais amplo, começando pela filosofia.
Aqui, especialmente, aprenderemos uma liçã o sobre por que, ao
estudar a histó ria da ciência, nã o se pode estudar apenas a histó ria da
ciência. Como observado anteriormente, em 1623 Galileu publicou um
livro, The Assayer , no qual defendia abertamente a posiçã o materialista
do antigo filó sofo pagã o Demó crito (c. 460-370 a.C.) contra o
aristotelismo da sua época. Em perfeito acordo com Demó crito, Galileu
afirmou que “sempre que concebo qualquer substâ ncia material ou
corpó rea, penso imediatamente nela como limitada e como tendo esta
ou aquela forma”, mas
“No princípio era o Verbo… e o Verbo era Deus… todas as coisas foram
feitas por meio dele, e sem ele nada foi feito.” O Novo Testamento revela
que Deus criou tudo pelo Verbo eterno, seu Filho amado. Nele “todas as
coisas foram criadas, no céu e na terra… todas as coisas foram criadas
por meio dele e para ele. Ele existe antes de todas as coisas, e nele todas
as coisas subsistem.” (pará grafo 291)
A Escritura e a Tradiçã o nunca deixam de ensinar e celebrar esta
verdade fundamental: “O mundo foi feito para a gló ria de Deus”.
(pará grafo 293)
Como isso pode ser? Se a evoluçã o é uma ciência e se a sua suposiçã o
fundamental é que as criaturas sã o criadas por uma combinaçã o de
destino cego ou acaso, isto é, pelas leis cegas da natureza ou pelo
empurrã o aleató rio de matéria e energia, entã o, obviamente, as coisas
não são criadas de acordo com A sabedoria de Deus, muito menos pela
Palavra eterna, o Filho amado de Deus.
Há um sé culo e meio, o pró prio Charles Darwin parece ter deixado
bem claro que a produçã o de criaturas nã o era um ato divino. Em sua
Origem das Espécies, temos uma afirmaçã o muito sucinta sobre a
maneira como novas espé cies surgem da seleçã o natural: “Nascem
muito mais indivíduos de cada espé cie do que aqueles que podem
sobreviver; e como, conseqü entemente, há uma luta frequentemente
recorrente pela existê ncia, segue-se que qualquer ser, se variar, ainda
que ligeiramente, de qualquer maneira que lhe seja bené fica, sob as
condiçõ es complexas e à s vezes variáveis da vida, terá uma melhor
chance de sobreviver, e assim ser naturalmente selecionado . A partir do
forte princípio da herança, qualquer variedade selecionada tenderá a
propagar sua forma nova e modificada.” 1 Aqui nã o há necessidade de
um criador e nã o há sabedoria manifesta naquilo que a evoluçã o
produz. Como disse o mais famoso porta-voz da evoluçã o da
atualidade, Richard Dawkins: “A seleçã o natural, o processo cego,
inconsciente e automá tico que Darwin descobriu, e que agora sabemos
ser a explicaçã o para a existê ncia e a forma aparentemente intencional
de toda a vida, nã o tem nenhum propó sito em mente. Nã o tem mente
nem olho mental. Nã o planeja o futuro. Nã o tem visã o, nem previsã o,
nem visã o alguma. Se se pode dizer que desempenha o papel de
relojoeiro na natureza, é o relojoeiro cego .” 2 Ningué m, ao ler isto,
ficaria surpreendido ao descobrir que Dawkins també m é ateu e que,
na sua opiniã o, “Darwin tornou possível ser um ateu intelectualmente
realizado”. 3
Portanto, dado o que estabelecemos até agora, a Igreja teria de
rejeitar a evoluçã o. Mas entã o teria de renegar a sua noçã o inebriante
de que “nunca poderá haver qualquer discrepâ ncia real entre a fé e a
razã o” e, portanto, entre a fé e a ciência, pois a ciência da evoluçã o,
tomada como Darwin ou Dawkins a definem, certamente parece
contradizem diretamente a compreensã o da Igreja sobre a criaçã o com
propó sito.
Dawkins, o principal darwinista da atualidade, certamente pensa
assim. Ele define nã o apenas a evoluçã o, mas a pró pria ciê ncia da
biologia como “o estudo de coisas complicadas que dã o a impressão de
terem sido concebidas para um propó sito”. 4
Se Dawkins estiver certo, entã o pelo menos sabemos qual é a posiçã o
da Igreja nesta questã o! Deve rejeitar a evoluçã o. Mas será que é isso?
Porque agora vou um pouco mais longe no meu Catecismo e descubro
que a Igreja afirma que “a criaçã o tem a sua pró pria bondade e a sua
pró pria perfeiçã o, mas nã o nasceu completa das mã os do Criador. O
universo foi criado 'em estado de jornada' ( in statu viae ) em direçã o a
uma perfeiçã o ú ltima ainda a ser alcançada, para a qual Deus o
destinou” (pará grafo 302). E descendo um pouco mais, descubro que
“com infinita sabedoria e bondade, Deus quis livremente criar um
mundo 'em estado de caminhada' em direçã o à sua perfeiçã o ú ltima. No
plano de Deus, este processo de transformaçã o envolve o aparecimento
de certos seres e o desaparecimento de outros, a existência dos mais
perfeitos ao lado dos menos perfeitos, forças construtivas e destrutivas
da natureza” (pará grafo 310). Se isso nã o é evoluçã o, o que é? E se isso
nã o tornasse as coisas suficientemente confusas, volto para uma secçã o
do Catecismo que parece oferecer uma alegre admiraçã o pela ciência
que Dawkins assume que faz do Criador, na melhor das hipó teses, uma
redundâ ncia irritante e irrelevante: “A questã o sobre o origens do
mundo e do homem tem sido objeto de muitos estudos científicos que
enriqueceram esplendidamente o nosso conhecimento da idade e das
dimensõ es do cosmos, do desenvolvimento das formas de vida e da
aparência do homem. Estas descobertas convidam-nos a uma
admiraçã o ainda maior pela grandeza do Criador, levando-nos a
agradecer-lhe por todas as suas obras e pela compreensã o da sua
sabedoria que ele dá aos estudiosos e investigadores” (pará grafo 283).
Entã o descemos um pará grafo e descobrimos que essas ciências
(especialmente a ciência da evoluçã o bioló gica que presumimos) nos
levam a uma questã o mais fundamental: “O universo é governado pelo
acaso, pelo destino cego, pela necessidade anô nima, ou por uma lei
transcendente, inteligente e bom Ser chamado de 'Deus?'” (284).
Bem, se essa é a pergunta que devemos responder, entã o estamos
realmente em apuros, porque a pró pria ciência que nos leva a
perguntar já parece nos dizer a resposta, e nã o aquela que queremos
ouvir: o universo é governado pelo acaso, pelo destino cego, pela
necessidade anô nima.
Existe uma saída para essa confusã o aparentemente sem esperança?
Sim existe. O caminho começa primeiro por compreender que o
darwinismo é uma teoria da evoluçã o, uma filosofia da evoluçã o, uma
abordagem particular da evoluçã o que assume que a evoluçã o é o
resultado do acaso, do destino cego e da necessidade bruta, e explica a
evidência da evoluçã o em conformidade. Portanto, é perfeitamente
possível ter uma explicaçã o nã o-darwiniana das evidências da
evoluçã o; tal relato é a ú nica teoria evolucionista que a Igreja poderia
aceitar.
Nem a seleçã o natural nem a teoria mais geral da evoluçã o podem dar
qualquer explicaçã o sobre a origem da vida sensacional ou consciente.
Eles podem nos ensinar como, por meio de leis químicas, elé tricas ou
naturais superiores, o corpo organizado pode ser construído, pode
crescer, pode reproduzir o que lhe é semelhante; mas essas leis e esse
crescimento nã o podem sequer ser concebidos como dotando de
consciê ncia os á tomos recé m-arranjados. Mas a natureza moral e
intelectual superior do homem é um fenó meno tã o ú nico como o era a
vida consciente no seu primeiro aparecimento no mundo, e uma é
quase tã o difícil de conceber como originada por qualquer lei da
evoluçã o como a outra. Podemos ainda ir mais longe e sustentar que
existem certas características puramente físicas da raça humana que
nã o sã o explicáveis pela teoria da variaçã o e da sobrevivê ncia do mais
apto. 12
Em suma, o materialismo puro da teoria livre de Deus de Darwin nã o
conseguia explicar como surgiu a vida e era especialmente inadequado
para explicar como surgiu a natureza moral e intelectual dos seres
humanos.
Darwin ficou horrorizado com o facto de Wallace, o co-descobridor
da sua teoria, a considerar agora inadequada, e procurou conforto no
seu amigo, o geó logo Charles Lyell, que tanto fizera para promover a
explicaçã o de Darwin. Mas, infelizmente, Lyell concordou com Wallace.
Furioso e frustrado, Darwin decidiu mostrar que um relato da evoluçã o
totalmente ímpio poderia de fato explicar como os seres humanos
adquiriram sua natureza moral e intelectual, e o resultado foi seu livro
Descent of Man (1871). Chegaremos a isso em um momento.
Mas, primeiro, deveríamos acrescentar que o maior e mais
formidável oponente do darwinismo – o homem a quem o pró prio
Darwin despendeu mais esforço para tentar refutar nas ediçõ es
posteriores da Origem das Espécies do que qualquer outro crítico – era
ele pró prio um evolucionista (e um convertido ao Catolicismo), Sã o
George Jackson Mivart (o “Santo” faz parte de seu nome, nã o algo
adicionado posteriormente pela Igreja!). Mivart foi aluno do buldogue
secular e defensor do pú lpito de Darwin, Thomas Huxley. Mas, tal como
Wallace, ele passou a ver os problemas científicos com uma abordagem
puramente materialista da evoluçã o que tentava explicar tudo na
evoluçã o bioló gica apenas atravé s da variaçã o aleató ria e da selecçã o
natural. No mesmo ano em que Darwin publicou Descent of Man ,
Mivart publicou seu On the Genesis of Species , um relato teísta da
evoluçã o que submete o relato antiteísta de Darwin à dissecaçã o mais
completa feita durante a vida de Darwin. Wallace entã o ofereceu seu
pró prio relato amigo de Deus em 1910: The World of Life . 13
Portanto, se a histó ria fosse compreendida correctamente, sem as
vendas da tese da guerra, a nossa compreensã o do sé culo XIX, o sé culo
de Darwin, seria muito diferente. Em vez de ver Darwin como o
descobridor da evoluçã o e o darwinismo como a ú nica teoria da
evoluçã o, veríamos o darwinismo como uma espé cie de teoria
evolucionista que surgiu para explicar a crescente evidê ncia de uma
Terra antiga e a descoberta de uma sé rie de fó sseis exó ticos de
espé cies extintas. mas formas de vida relacionadas. Foram oferecidos
outros relatos — imediatamente — que aceitavam a evidê ncia da
evoluçã o, mas criticavam o relato específico de Darwin com base
científica e ofereciam alternativas teístas. 14 Esta histó ria nova e mais
precisa enquadrar-se-ia no silê ncio da Igreja do sé culo XIX sobre a
evoluçã o, ao mesmo tempo que condenava o ateísmo e o materialismo
subjacentes à explicaçã o de Darwin. També m se enquadraria bem na
posiçã o actual da Igreja de condenar uma explicaçã o da evoluçã o do
tipo darwinista, mas de uma forma muito geral e cautelosa, afirmando
a evidê ncia da evoluçã o. A teoria evolucionista nã o teve que seguir
Darwin até o sé culo XX; poderia ter seguido Wallace, Mivart e outros
evolucionistas como eles. Se assim fosse, teríamos uma teoria robusta
da evoluçã o teísta e teríamos evitado toda uma sé rie de horrores
morais que vieram embalados com o darwinismo. Para aqueles que nos
voltamos agora.
O Universo Antrópico
Vimos como o secularismo moderno vem tentando dar um toque
epicurista à ciência há muito tempo, e nã o é diferente com a questã o da
origem da vida, especialmente da vida humana: o universo nã o nos
planejou; somos um acidente có smico produzido em um planeta de
baixa renda em um sistema solar comum em uma galá xia desconhecida.
Obviamente, esta histó ria é moldada contra o relato de Gênesis, que,
embora nã o nos forneça detalhes científicos, deixa teologicamente claro
que os seres humanos foram feitos propositalmente e amorosamente
por Deus como a coroa e o centro de Sua criaçã o física. A ciência
moderna nos destronou... assim continua a histó ria.
Em certo sentido, a histó ria é verdadeira. Percebemos que a Terra
nã o é o centro físico do universo (embora, como vimos no capítulo 3 ,
ser o centro do universo nã o fosse exatamente uma honra). Mas e se —
por mais estranho que possa parecer — quanto mais a ciência moderna
tentasse provar que a Terra e a vida humana nela nã o eram o centro do
universo, mais extraordinários nos torná ssemos? E se a nossa incrível
Terra fosse o centro de outra forma: o centro da vida bioló gica
complexa, o centro para o qual tudo está misteriosamente inclinado? E
se o ser humano – anthropos em grego – fosse realmente, de uma forma
essencialmente científica, o culminar da criaçã o? Poderia tal coisa ser
verdade?
Acontece que sim. Para entender, precisamos voltar ao material que
abordamos no capítulo anterior. Lembramos que, no século XX, a
ciência quis acreditar que o universo era eterno, mas descobriu que
(suspeitamente como o relato da criaçã o em Gênesis) o universo teve
um começo muito definido, “antes” do qual nã o havia tempo, espaço,
matéria, nem leis físicas. Ainda mais alarmante – se você nã o quer que
Deus exista – esse começo foi precisamente calibrado de uma forma
que parecia apontar para uma causa inteligente. Mas as coisas ficam
ainda mais interessantes: os cientistas começaram a entender o
universo como antrópico : isto é, os parâ metros dessa calibraçã o
parecem ter sido estabelecidos e culminam nos seres humanos.
Esta descoberta foi, por assim dizer, acidental. Os cientistas nã o
estavam procurando por isso. Mas ao investigarem o Big Bang,
perceberam que a calibraçã o precisa das leis e das forças fundamentais
nã o era necessá ria; eles simplesmente eram “perfeitos” para a vida
humana.
Isso levou Brandon Carter a formular o que veio a ser chamado de
“princípio antró pico”. Nas suas palavras, “o que podemos esperar
observar” como cientistas, especialmente astró nomos, físicos e
químicos, “deve ser restringido pelas condiçõ es necessá rias para a
nossa presença como observadores”. 4 Esta é uma forma bastante
paradoxal de dizer que, uma vez que os seres humanos obviamente
estão aqui, uma vez que sã o inteligentes, e uma vez que a sua
inteligê ncia se desenvolveu a um ponto em que sã o capazes de
desenvolver ciê ncia avançada, sejam quais forem as condiçõ es precisas
que tornam possível tudo o que fizeram e fazem, na verdade, existem.
Caso contrá rio, para nos aprofundarmos no ó bvio, nã o estaríamos
aqui. Quaisquer que sejam as condiçõ es, sejam elas as condiçõ es
iniciais do Big Bang, ou aquelas que ocorreram em qualquer momento
durante a formaçã o precisa de elementos químicos nos primeiros oito
mil milhõ es de anos de evoluçã o estelar, ou finalmente aquelas
condiçõ es exactas que tornam a vida e a ciê ncia possíveis na Terra. .
Para colocar o nosso argumento de forma condensada, uma vez que
os seres humanos sã o a forma mais complexa de vida bioló gica na
Terra, o auge das formas de vida, a ú nica forma capaz de inteligência
científica, e a Terra é o ú nico lugar que conhecemos com alguma vida. ,
a ciência deve usar os seres humanos como a forma de vida
paradigmá tica que define os parâ metros da vida bioló gica inteligente.
Nó s definimos o pró prio á pice da biologia e quaisquer pontos de ajuste
fino da biologia, em ú ltima aná lise, apontam para nó s. Como inferência
teoló gica, somos levados a concluir que o universo foi criado para os
seres humanos: isto é, foi criado antropicamente.
O que isso significa nos levará um pouco de tempo para desfazer as
malas; e, de fato, para descompactá -lo, precisamos construir seres
humanos do zero (ou do pó , se preferir). Nas pró ximas quatro seçõ es,
veremos quatro níveis da natureza, do mais baixo ao mais alto,
começando com os fundamentos químicos, passando para a origem das
formas de vida mais simples, depois para as mais complexas e,
finalmente, veremos no nível mais elaborado de todos onde
encontramos inteligência – todas elas necessá rias para “construir” um
ser humano. O estranho e maravilhoso é que os mais baixos sã o
construídos para os mais altos.
E os primeiros cristãos?
Já sabemos, a partir da nossa discussã o no capítulo sobre o darwinismo
e a evoluçã o, que os cristã os rejeitaram veementemente o epicurismo, e
isso incluiria especialmente a noçã o de que meros processos naturais
aleató rios poderiam criar o mundo, e muito menos uma pluralidade de
mundos habitados.
Além de uma forte aversã o ao epicurismo, havia razõ es cosmoló gicas
e teoló gicas pelas quais os primeiros cristã os nã o acreditavam em
extraterrestres ou se recusavam a especular sobre eles. Os primeiros
cristã os defendiam um universo geocêntrico: a Terra era o lugar onde
todas as coisas materiais e pesadas se reuniam e, portanto, o ú nico local
possível para seres encarnados inteligentes . Tudo acima da Terra deve
ser habitado por algo sobrenatural e sobrenatural (ou seja, imaterial ou
etéreo). Nem os cristã os tiveram qualquer necessidade de inventar vida
alienígena para lhes fazer companhia. De acordo com as Escrituras, o
universo lá fora já está bastante povoado com extraterrestres
inteligentes de todos os graus e classes imagináveis – eles sã o
chamados de Anjos.
Mas muito mais importante para os primeiros cristã os, os seres
humanos eram o centro do drama có smico da redençã o. A Encarnaçã o
foi a uniã o da divindade de Deus com a nossa humanidade, e fomos
feitos, corpo e alma, à imagem de Deus. A fonte de revelaçã o da Igreja
remonta diretamente ao pró prio Jesus Cristo e aos Seus apó stolos. Esta
tradiçã o nã o incluía qualquer noçã o de redençã o de outras criaturas
inteligentes e corporificadas que existiam em outros lugares, nem
qualquer sugestã o, de Jesus, de que existiam outros mundos com os
quais Ele estava igualmente casado por outros modos de encarnaçã o
para salvar outras raças pecadoras.
Por todas estas razõ es, nã o encontramos nenhuma evidência de
especulaçã o sobre extraterrestres entre os primeiros cristã os. Essa
especulaçã o nã o apenas ia diretamente contra as reivindicaçõ es
doutriná rias centrais do Cristianismo, mas também cheirava ao
epicurismo (que implicava, entre outras coisas que mencionamos, a
negaçã o da alma imortal e imaterial, do Céu e do Inferno). Nã o é de
admirar que os primeiros cristã os tenham lançado o pacote epicurista,
com extraterrestres e tudo, no abismo dos erros doutriná rios. E lá
permaneceu por quase mil anos.
Capítulo 1
1 . Para uma avaliação atualizada da tese de Draper e sua longa repercussão através de um nú mero
aparentemente interminável de livros didáticos e livros científicos populares, ver Ronald Numbers,
ed., Galileo Goes to Jail, and Other Myths about Science and Religion (Cambridge, MA: Harvard
University Press, 2009). Veja também David Lindberg e Ronald Numbers, eds., God and Nature:
Historical Essays on the Encounter between Christianity and Science (Berkeley, CA: University of
California Press, 1986), introdução; e Lindberg e Numbers, “Além da Guerra e da Paz: Uma
Reavaliação do Encontro entre o Cristianismo e a Ciência”, Perspectivas sobre a Ciência e a Fé
Cristã 39, no. 3: 140–49. (Felizmente, este ú ltimo ensaio também está disponível na web em
http://www.asa3.org/ASA/PSCF/1987/PSCF9-87Lindberg.html .)
2 . Da introdução de Andrew Dickson White, A History of the Warfare of Science with Theology in
Christendom (Nova York: Appleton, 1896). O livro de White está disponível na web em
http://englishatheist.org/white/contents.html . White publicou uma versão mais curta e anterior
do seu argumento em dois volumes em 1876, intitulada, mais economicamente, The Warfare of
Science .
3 . Existem poucas declaraçõ es contra a Igreja tão vivas e literárias como a Parte IV do Leviatã de
Hobbes (1651), intitulada “Do Reino das Trevas”.
4 . Henri Thierry Baron d'Holbach, O Sistema da Natureza , vol. I (Middlesex, Inglaterra: The Echo
Library, 2006), 7.
5 . Barão d'Holbach, O Sistema da Natureza , vol. 1, 10.
6 . João Paulo II, Fides et Ratio (Boston, MA: Pauline Books, 1998), p. 7.
7 . João Paulo II, Fides et Ratio (Boston, MA: Pauline Books, 1998), Capítulo V, Seção 49, pp.
8 . João Paulo II, Fides et Ratio , Capítulo V, Seção 50, p. 67.
9 . João Paulo II, Fides et Ratio , Capítulo V, Seçõ es 52–56, pp.
10 . Noah Efron, “That Christianity Gave Birt to Modern Science”, em Ronald Numbers, ed., Galileo
Goes To Jail, and Other Myths about Science and Religion , p. 79.
11 . Alfred North Whitehead, Science and the Modern World (Nova York: Macmillan, 1967), 12. O
livro de Whitehead foi publicado originalmente em 1925.
12 . Para relatos atualizados, consulte John Hedley Brooke, ed., Science and Religion: Some
Historical Perspectives (Cambridge: Cambridge University Press, 1991); David Lindberg, Os
primórdios da ciência ocidental: a tradição científica europeia no contexto filosófico, religioso e
institucional, Pré-história até 1450 DC (Chicago: University of Chicago Press, 1992); Edward
Grant, Os Fundamentos da Ciência Moderna na Idade Média: Seus Contextos Religiosos,
Institucionais e Intelectuais (Cambridge: Cambridge University Press, 1996); Gary Ferngren,
Ciência e Religião: Uma Introdução Histórica (Baltimore, MD: Johns Hopkins University Press,
2002); e James Hannam, Filósofos de Deus: como o mundo medieval lançou as bases da ciência
moderna (Londres: Icon, 2009); assim como Nú meros, Galileu vai para a cadeia ; e Lindberg e
Nú meros, Deus e Natureza .
13 . Como introdução, ver Syed Nomanul Haq, “That Medieval Islamic Culture Was Inhospital to
Science”, em Ronald Numbers, ed., Galileo Goes To Jail , capítulo 4; para análises mais detalhadas
ver George Saliba, Islamic Science and the Making of the European Renaissance (Cambridge, MA:
MIT Press, 2007); Mark Graham, Como o Islã criou o mundo moderno (Beltsville, MD: Amana
Publications, 2006); e Jonathan Lyons, A Casa da Sabedoria: Como os Árabes Transformaram a
Civilização Ocidental (Nova Iorque: Bloomsbury Press, 2009).
14 . Veja meu Moral Darwinism: How We Became Hedonists (Downers Grove, IL: InterVarsity
Press, 2002); Peter Gay, O Iluminismo, Uma Interpretação: A Ascensão do Paganismo Moderno
(Nova York: Norton, 1966); Catherine Wilson, Epicurismo nas Origens da Modernidade (Oxford:
Oxford University Press, 2008); e Jonathan Israel, Iluminismo Radical: Filosofia e a Construção da
Modernidade, 1650–1750 (Oxford: Oxford University Press, 2001).
15 . Ver Charles Webster, From Paracelsus to Newton: Magic and the Making of Modern Science
(Cambridge: Cambridge University Press, 1982); William Eamon, Ciência e os Segredos da
Natureza (Princeton: Princeton University Press, 1996); DP Walker, Magia Espiritual e
Demoníaca: De Ficino a Campanella (Londres: Universidade de Londres, 1958); Frances Yates,
Giordano Bruno e a Tradição Hermética (Chicago: University of Chicago Press, 1964).
16 . Sobre as conexõ es entre alquimia e química, veja meu Mystery of the Periodic Table (Bathgate,
ND: Bethlehem Books, 2003), que é uma introdução à histó ria da química para jovens, mas é
bastante ú til como introdução geral; e, num nível mais sofisticado, meu Meaningful World: How
the Arts and Sciences Reveal the Genius of Nature (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2006),
especialmente o capítulo 5; John Read, From Alchemy to Chemistry (Nova York: Dover, 1995;
publicado originalmente em 1957); Cathy Cobb e Harold Goldwhite, Creations of Fire: Chemistry's
Lively History from Alchemy to the Atomic Age (Nova York: Plenum Press, 1995).
17 . Veja Hannam, Filósofos de Deus, cap. 15.
Capítulo 2
1 . Para os interessados, existem diversas fontes excelentes na Internet que fornecem uma
introdução só lida à mitologia do Oriente Pró ximo, por exemplo,
http://home.comcast.net/~chris.s /assyrbabyl-faq.html , http: //www.sacred-
texts.com/ane/index.htm . Para informaçõ es mais detalhadas, consulte Stephanie Dalley, Myths
from Mesopotamia: Creation, the Flood, Gilgamesh, and Others (Oxford: Oxford University Press,
2009); e Samuel Kramer, Os sumérios: sua história, cultura e caráter (Chicago, IL: University of
Chicago Press, 1971).
2 . Para uma excelente visão acadêmica, consulte Annette Yoshiko Reed, “Was There Science in
Ancient Judaism? Reflexõ es histó ricas e transculturais sobre 'Religião' e 'Ciência'”, Studies in
Religion 36, nos. 3–4 (2007): 461–95. Acessado em 8 de novembro de 2010,
http://sir.sagepub.com/cgi/content/abstract/36/3-4/461 .
3 . Livro de Enoque 72:1, acessado em novembro de 2010, http://www.sacred-
texts.com/bib/boe/index.htm .
4 . Para um exemplo importante do Judaísmo como exceção, veja a compilação midráshica do
século V d.C., Genesis Rabbah . Reed, “Havia Ciência no Judaísmo Antigo?” 473.
5 . São Tomás de Aquino, Summa Theologiae , IIaIIae Q. 95, a. 1, sed contra e resposta à objeção 1.
6 . São Tomás de Aquino, Summa Theologiae , IIaIIae Q. 95, a. 6. Tradução dos Padres da Província
Dominicana Inglesa, Vol. III (Nova York: Benziger, 1981).
7 . Michael Shank, “Que a Igreja Cristã Medieval Suprimiu o Crescimento da Ciência”, em Galileo
Goes To Jail, and Other Myths about Science and Religion , ed. Ronald Nú meros, 21–22. Para obter
mais informaçõ es sobre a fundação e o currículo das universidades, consulte David Knowles, The
Evolution of Medieval Thought , 2ª ed. (Londres: Longman, 1988), especialmente capítulos 13–14.
8 . Shank, “Que a Igreja Cristã Medieval Suprimiu o Crescimento da Ciência”, 26–27.
9 . James Hannam, Filósofos de Deus: como o mundo medieval lançou as bases da ciência moderna
(Londres: Icon, 2009), 35.
10 . Ver Lesley B. Cormack, “That Medieval Christians Taught That the Earth Was Flat”, em Galileo
Goes To Jail, and Other Myths about Science and Religion , ed. Ronald Nú meros, cap. 3.
11 . Hannam, Filósofos de Deus , 37.
12 . Citado em Hannam, Filósofos de Deus , 3.5
13 . Hannam, Filósofos de Deus , 270.
14 . CS Lewis, A imagem descartada: uma introdução à literatura medieval e renascentista
(Cambridge: Cambridge University Press, 1967), 97–98. Fui alertado sobre isso através de
Hannam, God's Philosophers , 270.
15 . Hannam, Filósofos de Deus , 37.
16 . Hannam, Filósofos de Deus , 38.
17 . Sobre Ricardo de Wallingford, veja Hannam, God's Philosophers , cap. 10.
Capítulo 3
1 . Stephen Hawking, “Galileo and the Birth of Modern Science,” Invention and Technology
(Primavera de 2009): 33–34, 36–37 (citação de 36). Disponível online em
http://www.medici.org/sites/default/files/GalileoandtheBirth0ofModernScience.pdf .
2 . Dennis Danielson, “O Grande Clichê Copernicano”, American Journal of Physics. 69, não. 10
(outubro de 2001): 1029–35; citaçõ es de 1029–30.
3 . Thomas Kuhn, A Revolução Copernicana: Astronomia Planetária no Desenvolvimento do
Pensamento Ocidental (Nova York: Vintage, 1957), 169.
4 . Danielson, “Grande clichê copernicano”, 1031.
5 . Galileo Galilei, The Starry Messenger , em Descobertas e Opiniões de Galileu , Stillman Drake
(Nova York: Doubleday, 1957), 45.
6 . Danielson, “Grande clichê copernicano”, 1032.
7 . Danielson, “Grande Clichê Copernicano”, 1033–34.
8 . Citaçõ es de Lutero, Melanchthon e Calvino em Kuhn, The Copernican Revolution , 191–92.
9 . James Hannam, Filósofos de Deus , 316–17.
10 . Veja o comentário de Tomás de Aquino sobre De Trinitate de Boécio , chamado A Divisão e
Métodos das Ciências na excelente tradução de Armand Maurer com notas extremamente ú teis
(Toronto: Pontifício Instituto de Estudos Medievais, 1986).
11 . Felizmente, as declaraçõ es oficiais estão disponíveis online em
http://www1.umn.edu/ships/galileo/library/1616docs.htm .
12 . Hannam, Filósofos de Deus , 318.
13 . Citado em Maurice Finocchiaro, “That Galileo Was Imprisoned and Tortured for Advocating
Copernicanism”, em Galileo Goes to Jail, and Other Myths about Science and Religion , ed. Ronald
Nú meros, 72.
14 . Para uma rápida visão geral, consulte Maurice Finocchiaro, “Galileo Was Imprisoned”, 73–74.
15 . Galileo Galilei, The Assayer , em Descobertas e Opiniões de Galileu , ed. Stillman Drake, 229–80,
citação de 274.
16 . Tratei de Epicuro e Lucrécio com muito mais detalhes em meu Moral Darwinism: How We
Became Hedonists (Downers Grove, IL: IVP, 2002), especialmente nos capítulos 1–2.
17 . Darwinismo Moral , capítulo 4.
18 . Darwinismo Moral , esp. 41–43.
19 . Pietro Redondi, Galileu Herege , trad. Raymond Rosenthal (Princeton, NJ: Princeton University
Press, 1987).
20 . Oferecido no apêndice de Redondi, Galileo Heretic , 333–35.
21 . Ver especialmente Redondi, Galileo Heretic , capítulo 8.
22 . Sabemos agora, por exemplo, que o nosso sistema solar está, na verdade, entre os braços
espirais da Via Láctea, que é, curiosamente, o “ponto ideal” biocêntrico, suficientemente distante
do centro para evitar os efeitos nocivos da radiação pesada e os efeitos perturbadores de estrelas
pró ximas.
Capítulo 4
1 . Charles Darwin, Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural, ou a preservação das
raças favorecidas na luta pela vida (Londres: John Murray, 1859), Introdução, 5 (fac-símile da
primeira edição, Cambridge: Harvard University Press, 1964).
2 . Richard Dawkins, O relojoeiro cego: por que a evidência da evolução revela um universo sem
design (Nova York: Norton, 1996), 5.
3 . Dawkins, Relojoeiro Cego , 6.
4 . Dawkins, Relojoeiro Cego , 1.
5 . Lucrécio, Sobre a Natureza do Universo , trad. RE Latham (Nova York: Penguin, 1994), Livro 5,
linhas 418–30.
6 . Lucrécio, Sobre a Natureza do Universo , Livro 5, linhas 798–800, 837–49, 855–60, 870–79.
7 . Sobre a importância de Epicuro e Lucrécio no início da modernidade e a disseminação do seu
pensamento por toda a Europa, ver o meu Moral Darwinism , especialmente os capítulos 4–6,
juntamente com George Hadzsits, Lucretius and His Influence (Nova Iorque: Cooper Square,
1963); Howard Jones, A tradição epicurista (Nova York: Routledge, 1989); Peter Gay, O
Iluminismo, Uma Interpretação: A Ascensão do Paganismo Moderno (Nova York: Norton, 1977);
Margaret Osler, Átomos, Pneuma e Tranquilidade: Temas Epicuristas e Estóicos no Pensamento
Europeu (Cambridge: Cambridge University Press, 2005); e Catherine Wilson, Epicurismo nas
Origens da Modernidade (Oxford: Oxford University Press, 2008).
8 . Os documentos do conselho estão disponíveis online em
http://www.ewtn.com/library/COUNCILS/V1.HTM#4 . Acessado em 8 de novembro de 2010.
9 . Conforme declarado nos Cânones: “Se alguém negar o ú nico Deus verdadeiro, criador e senhor
das coisas visíveis e invisíveis: seja anátema” (1.1); “Se alguém tiver a ousadia de afirmar que não
existe nada além da matéria: seja anátema” (1.2); “Se alguém disser que o ú nico e verdadeiro Deus,
nosso criador e senhor, não pode ser conhecido com certeza pelas coisas que foram feitas, pela luz
natural da razão humana: seja anátema” (2.1); “Se alguém disser que os estudos humanos
[incluindo as diversas ciências] devem ser tratados com tal grau de liberdade que as suas
afirmaçõ es possam ser mantidas como verdadeiras mesmo quando se opõ em à revelação divina, e
que não possam ser proibidas pela Igreja : seja anátema” (4.2).
10 . Veja meu Moral Darwinism e, mais recentemente, meu relato biográfico de Darwin e sua
teoria, The Darwin Myth (Washington, DC: Regnery, 2009).
11 . Para um relato mais detalhado da vida de Darwin, no qual me baseio aqui, veja meu livro The
Darwin Myth.
12 . Alfred Russel Wallace, “Sir Charles Lyell on Geological Climates and the Origin of Species”,
Quarterly Review (abril de 1869), Vol. 126:359–94; citação da pág. 391.
13 . Disponível em Michael Flannery, ed., Teoria da Evolução Inteligente de Alfred Russel Wallace
(Riesel, TX: Erasmus Press, 2008).
14 . Para um relato mais completo, veja meu Mito de Darwin , capítulos 5–6.
15 . Charles Darwin, A Descendência do Homem e Seleção em Relação ao Sexo (Princeton, NJ:
Princeton University Press, 1981), 168.
16 . Charles Darwin, Descendência do Homem , 169.
17 . Darwin, Descendência do Homem , 162–63.
18 . Darwin, Descendência do Homem , 201.
19 . Novamente, veja meu mito de Darwin.
20 . Tecnicamente, ele também acrescentou a selecção sexual para tentar explicar aquelas
características que não pareciam ser explicadas pela selecção natural, mas essa adição não tem
nada a ver com o resultado moral da sua teoria.
21 . A Seção 5 adverte: “Se alguém examinar a situação fora do rebanho cristão, descobrirá
facilmente as principais tendências que não poucos homens instruídos estão seguindo. Alguns
sustentam, de forma imprudente e indiscreta, que a evolução, que não foi totalmente comprovada
nem mesmo no domínio das ciências naturais, explica a origem de tudo isto, e apoiam
audaciosamente a opinião monista e panteísta de que o mundo está em evolução contínua. Os
comunistas subscreveram de bom grado esta opinião para que, quando as almas dos homens
tenham sido privadas de toda ideia de um Deus pessoal, eles possam defender e propagar de forma
mais eficaz o seu materialismo dialético.” A seção 6 continua: “Tais princípios fictícios da evolução
que repudiam tudo o que é absoluto, firme e imutável, abriram o caminho para a nova filosofia
errô nea que, rivalizando com o idealismo, o imanentismo e o pragmatismo, assumiu o nome de
existencialismo, uma vez que se preocupa consigo mesma. apenas com a existência de coisas
individuais e negligencia toda consideração de suas essências imutáveis”. A encíclica está
disponível online em vários locais, como
http://www.papalencyclals.net/Pius12/P12HUMAN.HTM .
22 . Disponível online em vários lugares, incluindo http://www.boston-catholic-
journal.com/inaugural_address_of_Pope _Benedict_XVI.htm . Acessado em 8 de novembro de
2010.
23 . Papa Bento XVI, Spe Salvi , Seção 5, disponível online em
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/encyclals/documents/hf_ben-
xvi_enc_20071130_spe-salvi_en.html .
24 . Papa Bento XVI, Perguntas e Respostas (Huntington, IN: Our Sunday Visitor, 2008), 146. O
original veio do Encontro do Santo Padre Bento XVI com o Clero das Dioceses de Belluno-Feltre e
Treviso , Igreja de São Justino Mártir, Auronzo di Cadore Terça-feira, 24 de julho de 2007,
disponível em
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2007/july/documents/hf_ben-
xvi_spe_20070724_clero-cadore_en.html .
25 . Joseph Cardinal Ratzinger, “No começo…”: Uma compreensão católica da história da criação e
da queda (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1995), 50.
26 . Cardeal Christoph Schö nborn, “ Fides, Ratio, Scientia: O Debate sobre a Evolução”, em Criação
e Evolução: Uma Conferência com o Papa Bento XVI em Castel Gondolfo , 92.
27 . Disponível on-line em http://www.nytimes.com/2005/07/07/opinion/07schonborn.html .
28 . Christoph Cardeal Schö nborn, Acaso ou Propósito? Criação, Evolução e uma Fé Racional (San
Francisco, CA: Ignatius, 2007).
29 . Simon Conway Morris, Solução para a Vida: Humanos Inevitáveis em um Universo Solitário
(Cambridge: Cambridge University Press, 2003).
capítulo 5
1 . Epicuro, “Carta a Heró doto”, em The Epicurus Reader , ed. Brad Inwood e LP Gerson
(Indianápolis, IN: Hackett, 1994), 6–7.
2 . Lucrécio, Sobre a Natureza do Universo , Livro Um, linhas 52–64, 79–102, 145–58.
3 . Isaac Newton, Opticks (Nova York: Dover, 1952), 400.
4 . Newton, Óptica , 402.
5 . John North, A História Norton de Astronomia e Cosmologia (Nova York: Norton, 1995), 526.
6 . Conforme citado em Paul Davies, The Accidental Universe (Cambridge: Cambridge University
Press, 1982), 118.
7 . Para uma visão geral, consulte Stephen Barr, Modern Physics and Ancient Faith (Notre Dame,
IN: University of Notre Dame Press, 2003), cap. 15; e Robin Collins, “Evidence for Fine-Tuning”, em
God and Design: The teleological argument and modern science , ed. Neil Manson (Nova York:
Routledge, 2003), cap. 9.
8 . Citado em Gerald Schroeder, The Science of God (Nova York: Broadway, 1997), 5.
9 . Além do que acabei de observar, existem vários bons livros que disponibilizam mais detalhes
científicos sobre o ajuste fino có smico. No extremo extremamente denso das coisas está John
Barrow e Frank Tipler, The Anthropic Cosmological Principle (Oxford: Oxford University Press,
1986). Num nível mais popular, há Martin Rees, Just Six Numbers: the Deep Forces that Shape the
Universe (Nova Iorque: Basic Books, 2000); e Paul Davies, Cosmic Jackpot: Por que nosso universo
é ideal para a vida (Boston: Houghton Mifflin, 2007). Para uma compreensão das imensas
implicaçõ es do ajuste fino, que vão desde a astronomia até a biologia, ver Benjamin Wiker e
Jonathan Witt, A Meaningful World: How the Arts and Sciences Reveal the Genius of Nature
(Downers Grove, IL: IVP, 2006), Guillermo Gonzalez e Jay Richards, O planeta privilegiado: como
nosso lugar no cosmos foi projetado para descoberta (Washington, DC: Regnery, 2004); Michael
Denton, Nature's Destiny: How the Laws of Biology Reveal Purpose in the Universe (Nova York:
Free Press, 1998), e John Barrow, ed., Fitness of the Cosmos for Life: Biochemistry and Fine-Tuning
(Cambridge: Cambridge University Imprensa, 2008).
10 . Para a visão geral mais recente de todo o debate, consulte Bernard Carr, ed., Universe or
Multiverse? (Cambridge: Cambridge University Press, 2007). Para uma crítica, ver Rodney Holder,
God, the Multiverse, and Everything: Modern Cosmology and the Argument from Design
(Aldershot, Reino Unido: Ashgate Publishing, 2004). Veja também a seção relevante do ensaio de
Robin Collins, “The Teleological Argument: An Exploration of the Fine-Tuning of the Universe”, em
William Lane Craig e JP Moreland, ed., The Blackwell Companion to Natural Theology (Malden,
MA: Wiley -Blackwell, 2009), cap. 4; e o pró ximo Bruce Gordon, “Balloons on a String: A Critique
of Multiverse Cosmology”, em The Nature of Nature: Examining the Role of Naturalism in Science,
ed. Bruce Gordon e William Dembski (Wilmington, DE: ISI Books, 2010), cap. 26. Meus
agradecimentos a Jay Richards pela orientação bibliográfica.
11 . Ver Guillermo Gonzalez, David Brownlee e Peter Ward, “Refugies for Life in a Hostile
Universe”, em Scientific American 285, no. 4 (outubro de 2001): 60–67. Acessado em 8 de
novembro de 2010, http://atropos.as.arizona.edu/aiz/teaching/a204/etlife/SciAm01.pdf .
12 . Sobre a justiça necessária tanto para o Sol como para a Terra, ver Peter Ward e Donald
Brownlee, Rare Earth: Why Complex Life is Uncommon in the Universe (Nova Iorque: Copernicus,
2000); e Gonzalez e Jay Richards, The Privileged Planet (observado anteriormente).
13 . Papa Pio XII, Discurso à Pontifícia Academia das Ciências, 22 de novembro de 1951;
reimpresso como “Modern Science and the Existence of God”, The Catholic Mind 49 (março de
1972): 182–92.
14 . Christoph Cardeal Schö nborn, Acaso ou Propósito? Criação, Evolução e uma Fé Racional (San
Francisco, CA: Ignatius, 2007) 37–38.
15 . Christoph Cardeal Schö nborn, Acaso ou Propósito? , 41. Impressõ es Có smicas de Thirring :
Traços de Deus nas Leis da Natureza (Filadélfia: Templeton, 2007) foi publicado originalmente em
alemão em 2004.
16 . Christoph Cardeal Schö nborn, Acaso ou Propósito? , 44. Catecismo , parágrafo 286.
17 . Visite seu site em http://vaticanobservatory.org/ .
Capítulo 6
1 . Lucrécio, Sobre a Natureza do Universo , Livro Cinco.
2 . Christoph Cardeal Schö nborn, Acaso ou Propósito? , 55–56.
3 . Joseph Cardinal Ratzinger, “No Princípio…”: Uma Compreensão Católica da História da Criação
e da Queda (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1995), “Primeira Homilia: Deus, o Criador”.
4 . Ver Brandon Carter, “Grandes nú meros de coincidências e o princípio antró pico em cosmologia”,
em MS Longair, ed., Confrontation of Cosmological Theories with Observational Data (Dordrecht:
Reidel, 1974), 291–98.
5 . Lawrence Henderson, The Fitness of the Environment: An Inquiry into the Biological
Significance of the Properties of Matter (Boston: Beacon Press, 1958, 1913), prefácio (páginas não
numeradas).
6 . Veja o capítulo imensamente esclarecedor sobre a superadequação do carbono em Michael
Denton, Nature's Destiny: How the Laws of Biology Reveal Purpose in the Universe (Nova York:
Free Press, 1998), cap. 5.
7 . Para um relato muito mais detalhado, veja meu A Meaningful World , capítulo 7, Michael
Denton, Nature's Destiny , capítulos 2, 4–5, e novamente, John Barrow, ed., Fitness of the Cosmos
for Life: Biochemistry and Fine-Tuning . As propriedades da água foram consideradas tão
inimaginavelmente extraordinárias que existe até um site dedicado a listá-las e explicá-las, mesmo
enquanto os cientistas continuam a adicionar propriedades anô malas recentemente descobertas.
Acessado em 8 de novembro de 2010, http://www1.lsbu.ac. reino unido/water/anmlies.html .
8 . Michael Denton, O destino da natureza: como as leis da biologia revelam o propósito do
universo (Nova York: Free Press, 1998), 109.
9 . A famosa ruminação do “pequeno lago quente” de Darwin pode ser encontrada em Francis
Darwin, The Life and Letters of Charles Darwin , 3 vols. (Nova York: Johnson Reprint Corporation,
1969), vol. 3, 18.
10 . Veja Stephen Myer, Signature in the Cell: DNA and the Evidence for Intelligent Design (Nova
York: Harper One, 2009), 211.
11 . Myer, Assinatura na Célula , 213.
12 . Iris Fry, O surgimento da vida na Terra: uma visão histórica e científica (New Brunswick, NJ:
Rutgers University Press, 2000), 100.
13 . Veja meu Mundo Significativo , cap. 8
14 . Ver Peter Ward e Donald Brownlee, Rare Earth: Why Complex Life is Uncommon in the
Universe (Nova York: Copernicus, 2000), Michael Denton, Nature's Destiny: How the Laws of
Biology Reveal Purpose in the Universe (Nova York: Free Press, 1998) e Guillermo Gonzalez e Jay
Richards, O planeta privilegiado: como nosso lugar no cosmos foi projetado para descoberta
(Washington, DC: Regnery, 2004).
15 . Marc Hauser, “Origem da Mente”, Scientific American 301, no. 3 (setembro de 2009): 44–51.
16 . Marc Hauser, “Origem da Mente”, 45–46.
17 . Disponível online em
http://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/encyclals/documents/hf_p-xii_enc_12081950
_humani-generis_en.html Acessado em 8 de novembro de 2010.
18 . Para leitores interessados nesta conexão, ver o magnífico God's Human Face: the Christ-Icon
(San Francisco, CA: Ignatius, 1994), do Cardeal Christoph Schö nborn, trad. Lothar Krauth.
19 . Sobre esta conexão entre nossas capacidades intelectuais e as condiçõ es de cognoscibilidade
pertencentes à natureza, ver meu A Meaningful World , Nature's Destiny de Denton e, acima de
tudo, Privileged Planet de Gonzalez e Richard .
20 . Papa Bento XVI, Encontro com os Representantes da Ciência, Palestra do Santo Padre, Aula
Magna da Universidade de Regensburg, terça-feira, 12 de setembro de 2006, “Fé, Razão e Memó rias
e Reflexõ es Universitárias”, acessado em 8 de novembro de 2010, http
://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2006/september/documents/hf_benxvi_
spe_20060912_university-regensburg_en.html .
Capítulo 7
1 . Este capítulo foi adaptado do artigo de Benjamin Wiker, “Alien Ideas: Christianity and the Search
for Extraterrestrial Life” da edição de novembro de 2002 da Crisis Magazine.
2 . De acordo com os relatos de Hipó lito. Ver GS Kirk e JE Raven, The Presocratic Philosophers: A
Critical History with a Selection of Texts (Cambridge: Cambridge University Press, 1960), seção
564, p. 411.
3 . Epicuro, “Carta a Heró doto”, em The Epicurus Reader , trad. e Ed. Brad Inwood e LP Gerson,
parágrafo 45, p. 8.
4 . Lucrécio, Sobre a Natureza do Universo , traduzido por RE Latham (Nova York: Penguin, 1994),
Livro Cinco, Linhas 186–90.
5 . Lucrécio, Sobre a Natureza do Universo , Livro Dois, Linhas 1051–58, 1066–77, 1090–92. A
ênfase é do tradutor, mas é preciso admitir que vale a pena enfatizar os pontos.
6 . Aristó teles, Física , 260a20–267b26; Sobre Geração e Corrupção , 336a15–337a7.
7 . Citado em Michael Crowe, The Extraterrestrial Life Debate, 1750–1900 (Mineola, NY: Dover,
1999), 8.
8 . Citado em Crowe, The Extraterrestrial Life Debate, 1750–1900 , 8.
9 . Citado em Crowe, The Extraterrestrial Life Debate, 1750–1900 , 8–9.
10 . Citado em Crowe, The Extraterrestrial Life Debate, 1750–1900 , 23.
11 . Veja Crowe, O Debate sobre a Vida Extraterrestre, 1750–1900 , 31–33.
12 . Crowe, O Debate sobre a Vida Extraterrestre, 1750–1900 , 169.
13 . Crowe, O Debate sobre a Vida Extraterrestre, 1750–1900 , 170.
14 . Crowe, O Debate sobre a Vida Extraterrestre, 1750–1900 , 48–53.
15 . Crowe, O Debate sobre a Vida Extraterrestre, 1750–1900 , 255.
16 . Crowe, O Debate sobre a Vida Extraterrestre, 1750–1900 , 67.
17 . Crowe, O Debate sobre a Vida Extraterrestre, 1750–1900 , 73.
18 . Crowe, O Debate sobre a Vida Extraterrestre, 1750–1900 , 249.
19 . Crowe, O Debate sobre a Vida Extraterrestre, 1750–1900 , 135.
20 . Crowe, O Debate sobre a Vida Extraterrestre, 1750–1900 , 99.
21 . Crowe, O Debate sobre a Vida Extraterrestre, 1750–1900 , 238.
22 . Crowe, O Debate sobre a Vida Extraterrestre, 1750–1900 , 239–40.
23 . Crowe, O Debate sobre a Vida Extraterrestre, 1750–1900 , 244.
24 . Crowe, O Debate sobre a Vida Extraterrestre, 1750–1900 , 163.
25 . Crowe, The Extraterrestre Life Debate , 1750–1900 , cap . 6.
26 . Sobre SETI, veja Steven Dick em Life on Other Worlds: The 20th-Century Extraterrestrial Life
Debate (Cambridge: Cambridge University Press, 1998), cap. 7.
27 . Consulte o site do SETI: http://www.seti.org/Page.aspx?pid=1366
28 . Não quero sugerir que uma pessoa de grande fé não possa ponderar as questõ es que cercam a
possibilidade de vida alienígena. Um dos grandes apologistas do Cristianismo, CS Lewis, escreveu
três obras-primas de ficção científica, conhecidas coletivamente como Trilogia Espacial. Esta
investigação imaginativa sobre como seria a vida alienígena e como ela se relacionaria com a
salvação cristã é, no entanto, uma grande exceção: tudo nos três livros, Out of the Silent Planet,
Perelandra e That Hideous Strength , é inteiramente voltado para o cristianismo. ortodoxia. Além
disso, se bem me lembro, depois de escrever a trilogia e de retirar tal especulação do seu sistema,
Lewis abandonou toda a noção de ETs como tola. Mas o meu ponto principal é que, mais uma vez, a
preocupação primordial de Lewis com a ortodoxia cristã é a rara excepção e não a regra. Algo
como o Mormonismo é a regra.
29 . Para obter um relató rio, consulte
http://www.catholicnewsagency.com/news/believ_in_aliens_not_opposed_to_christianity
_vaticans_top_astronomer_says/ , acessado em 8 de novembro de 2010.
30 . Um relató rio da entrevista pode ser encontrado em
http://www.catholicnewsagency.com/news/believ_in_aliens_not
_opposed_to_christianity_vaticans_top_astronomer_says/ , acessado em 8 de novembro de 2010.
Conclusão
1 . Papa Bento XVI, Audiência Geral, 24 de março de 2010. Disponível no site do Vaticano em
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/audiences/2010/documents/hf_ben-
xvi_aud_20100324_en.html