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Projeto

PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LINE

Apostolado Veritatis Spiendor


com autorizacáo de
Dom Estéváo Tavares Bettencourt, osb
(in memoriam)
APRESENTAQÁO
DA EDigÁO ON-LINE
Diz Sao Pedro que devemos
estar preparados para dar a razáo da
nossa esperanca a todo aquele que no-la
pedir (1 Pedro 3,15).

Esta necessidade de darmos


conta da nossa esperanca e da nossa fé
hoje é mais premente do que outrora,
visto que somos bombardeados por
numerosas correntes filosóficas e
religiosas contrarias á fé católica. Somos
assim incitados a procurar consolidar
nossa crenga católica mediante um
aprofundamento do nosso estudo.

Eis o que neste site Pergunte e


Responderemos propóe aos seus leitores:
aborda questóes da atualidade
controvertidas, elucidando-as do ponto de
vista cristáo a fim de que as dúvidas se
dissipem e a vivencia católica se fortalega
no Brasil e no mundo. Queira Deus
abengoar este trabalho assim como a
equipe de Veritatis Splendor que se
encarrega do respectivo site.

Rio de Janeiro, 30 de julho de 2003.

Pe. Esteváo Bettencourt, OSB

NOTA DO APOSTOLADO VERITATIS SPLENDOR

Celebramos convenio com d. Esteváo Bettencourt e


passamos a disponibilizar nesta área, o excelente e sempre atual
conteúdo da revista teológico - filosófica "Pergunte e
Responderemos", que conta com mais de 40 anos de publicacao.

A d. Esteváo Bettencourt agradecemos a confiaga


depositada em nosso trabalho, bem como pela generosidade e
zelo pastoral assim demonstrados.
ÍNDICE

I. CIENCIA E RELIGIAO

1) "Em nossoa dios julga-se difícil conciliar a clássica ex-


plicacáo do pecado original com a filosofía e a ciencia modernas.

Será o pecado original u»i objeto de fé ? Que pensar das


objecóes formuladas por pensadores contemporáneos ?" 501

II. DOGMÁTICA

2) "O Novo Catecismo holandés para adultos tein chamado


o atengño do mundo inteiro.

Ültimamente a Santa Sé intcrveio no assunto. Podem-se


apurar os motivos desta medida ?" 5lr>

III. ECUMENISMO

3) "Quais as novas diretrkes da Santa Sé concernentes ao


ecumenismo ou as relagóes dos católicos com os demais cristaosf" S27

IV. MORAL E DIREITO

i) "De vez em quando fala-se da captura de carrascos que


exterminaram judeus, poloneses, cristáos, comunistas...

Sao ditos réus de genocidio. Que é isto ? Como o Direito


o a consciéncia moral julgam o genocidio ?" 539

COM ATUOVACAO ECLESIÁSTICA


«PERGUNTE E RESPONDEREMOS»
Ano VIII — N9 96 — Dezembro de 1967

I. CIENCIA E RELIGIÁO

ROOSEVELT (Corumbá) :

1) «Em nossos dias julga-se difícil conciliar a clássica


explicacáo do pecado original com a filosofía e a ciencia mo
dernas.
Será o pecado original um objeto de fé ? Que pensar das
objecoes formuladas por pensadores contemporáneos ?»

A fim de compreender devidamente a problemática ácima, come-


caremos par recordar sucintamente a clássica maneira de entender o
pecado original, da qual se encontra urna longa exposigao em «F.K.>
86/1967, qu. 2. — A seguir, analisaremos objeg8es e teorías dos estu
diosos modernos, conclulndo com reflexfies sobre o assunto.

1. O pecado original

A tradicional maneira de propor o pecado original supóe


que o género humano proceda de um só casal: Adao e Eva.

Ao criar estes primeiros pais, Deus quis enriquecer-lhes


a alma com
dons sobrcmattirals: a graca santificante, com os dons anexos,
que comuinicavam ao homem a íiliacáo divina ;
dons pretematurais, ou seja, dons que aperfeicoavam a natureza
humana, corroborando a submissao da carne ao espirito. Tais eram:
a imortalidade ou o dom de «poder nao morrer»; a imtegridade ou a
ausencia de concupiscencia desregrada ; a impasslbllidade ou a isen-
cáo de sofrimentos e doencas ; a ciencia moral necessária para serem
responsáveis de seus atos ; o dominio sobre as criaturas inferiores.

Os primeiros pais deveriam ser confirmados nesse estado,


dito «de justica original», caso se comprovassem fiéis a um
preceito que o Senhor Deus houve por bem impor-lhes. O
Criador destarte quis que o homem usasse de sua liberdade
para assumir sua atitude diante do benévolo designio de Deus.

— 501 —
2 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967, qu. 1

Os primeiros homens, cedendo ao orgulho, recusaram-se


a obedecer a Deus.
Em conseqüéncia, perderam os dons sobrenaturais e pre-
ternaturais de que estavam ornados. Em sua natúreza, passa-
ram a experimentar o desgaste físico, a dor, a molestia e a
morte; a carne já nao serve ao espirito, nem as criaturas infe
riores se conservam subordinadas ao seu rei visível, que é o
homem.
Após o pecado, os primeiros homens passaram a gerar;
transmitirán! entáo a seus numerosos filhos e filhas a natúreza
que tinham, isto é, a natúreza humana outrora elevada á ordem
sobrenatural, mas destituida desta; a natúreza humana assim
transmitida (com sua concupiscencia e desordem) é destoante
do exemplar que Deus lhe assinalou : aos olhos de Deus, ela
aparece disforme ou marcada pela queda dos primeiros pais.
É esta deformidade que se chama «o pecado original».
O S. Padre Paulo VI reafirmou tais proposigóes num
discurso proferido a teólogos no dia 11 de julho de 1966.
Veja-se o texto respectivo em «P. R.» 86/1967, qu. 2.

Esta dassica maneira de entender o pecado original parece a


varios estudiosos de nossos dias entrar em coníiito com o modo geral
de pensar do homem moderno. Em conseqüéncia, tém procurado refor-
mular a doutrina do pecado original. Ampia bibliografía apareceu a
respeito nos últimos anos, da qual seráo abaixo apresentadas as knhas
principáis Por certo, a doutrina do pecado original se .reveste de
importancia capital, pois déla dependem a antropología teológica (ou
o modo cristSo de entender o homem através da historia) e a mora)
crista.

2. Objecoes

1) «A doutrina do pecado original supóe responsabilidade


coletiva. Admite que todo o género humano tenha estado in
cluido na pessoa de Adáo e que éste, como personalidade cole
tiva, tenha decidido a sorte de seus pósteros; um ato de Adáo,
chefe ou cabega do género humano, valeu como ato de todos
os homens.
Ora ofende-se a dignidade humana quando se afirma que
urna comunidade de homens possa ou deva ser responsabilizada
por um ato que a maioria dos mesmos nao cometeu nem pode
em absoluto evitar; responsabilidade moral e, por conseguinte,
culpa moral só podem ser individuáis, e nao coletivas».

— 502 —
PECADO ORIGINAL E PENSAMENTO MODERNO 3

Notável parta-voz desta tese é o Dr. H. D. Lewis, Professor de


filosofía da Religiáo no «King's College» de Londres. É autor das
obras «Moráis and the New Theology» (London 1947) e «Moráis and
Revelation» (London 1951).

2) «A geragáo biológica seria meio de propagagáo do


pecado. — Éste, porém, pertence á esfera ético-religiosa; como
pode ser transmitido por um processo biológico ? Seria peca
minoso o ato de procriar ?»

3) «A ciencia moderna é inclinada a admitir na origem


de cada especie o poligenismo, ou seja, um grupo inteiro, cons
tituido de varios casáis. O monogenismo, admitindo um só
casal no principio do género humano, é hipótese demasiado
estranha aos estudiosos contemporáneos».
O zoólogo P. M. C. Davies, da Universidade Nottingham,
escreveu num relatório á «Nicholas Callan Society» de May-
nooth, aos 23 de junho de 1966 :

«Embara se possa dizer em verdade que a origem do género hu


mano por via monogenista nao é biológicamente impossivel — por
certo a Biología nao pode apresentar provas contra ela —, tudo que
sabemos de genética e evolucao parece dizer, no mínimo, que é
improvável».

O mesmo escrevia em «The Tablet» de 30/VI/66 :

«Afirmar que todo o género humano descende de um só casal é


íazer um pronunciamento que contradiz á canceituada opiniao da
maioria dos biólogos» (pág. 875).

4) «A filosofía e a ciencia de nossos dias propóem urna


ascensáo gradativa e certeira do género humano através da
sua pré-história e historia. Nao sao propensas a admitir que os
homens tenham estado outrora em condicóes de bonanga mate
rial e hajam sofrido urna queda em sua evolucao. Nem se
entende que a humanidade de nossos dias esteja carregando as
conseqüéncias de um pecado cometido na pré-história. Pecado
é nogáo que a psicología moderna tende a considerar superada
ou ultrapassada. Em suma, custa crer que a historia da huma
nidade e, em particular, a obra de Cristo devam ser tidas como
urna tentativa de recuperar o estado original».
O pensamento moderno dá énfase á possibiüdade de pro-
gresso humano muito mais do que á aceitagáo de urna Redengáo
vinda de Deus. Precisamente, o complexo de culpa associado
á doutrina do pecado original é tido como entrave desfavorável
ao progresso humano.

— 503 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967, qu. 1

Numa hipótese benigna, os homens modernos poderiam


talvez admitir a doutrina teológica do pecado original como
urna maneira de explicar a aparente inclinagáo para o mal
que constantemente se nota entre os homens.
Sao estas as diíiculdades que, entre outros livros, apresenta a
obra «The Humanist Frame», J. Huxley, London 1961.

5) «Como harmonizar a doutrina do pecado original com


a vontade de Deus, que quer salvar todos os homens ? Cí. 1
Tim 2, 4».

Bascados na consideracüo de tais objecócs, os autores modernos


prop5em novas formas de explicar o pecado original, recorrendo a
certas categorías de pensamento da filosofía moderna.
Vejamos em poucas linhas

3. As novas teorías

1) Flick e Alszeghy, dois professóres da Universidade


Gregoriana de Roma, formularam a seguinte teoría:
Admita-se a origem do género humano por via de evolugáo.
Um grupo de viventes náo-humanos foi-se hominizando1 ...
Os primeiros seres humanos assim oriundos apareceram seme-
lhantes a criangas, nao plenamente capazes de responsabih-
dade moral nem dotados de graga santificante; eram prepara
dos mediante gragas preliminares para a elevacáo ao estado
sobrenatural ou a filiagáo divina (graga santificante). Final
mente um individuo dessa populagáo chegou á plenitude da
responsabilidade moral. Deus entáo lhe fez conhecer o seu
designio de elevar o homem á filiagáo divina. Tal individuo,
porém, recusou o plano de Deus; as conseqüéncias desta rejei-
<;ao se estendom a lodos os individuos tía oslirpo humana
(contemporáneos e pósteros do primeiro pecador), pois Duus
fizera déste o representante de toda a humanidade. — As
sim é que se pode falar de um pecado cometido nos primor
dios da historia por um só individuo de modo a repercutir
sobre todo o género humano. De um lado, evitar-se-ia dizer
que o homem estéve outrora em condigóes de bonanca mate
rial e espiritual; de outro lado, aceitar-se-ia o poligenismo
na teología católica.

1 O que só se pode entender no sentido de que seu corpo se foi


tornando cada vez mais organizado, de sorte que um belo dia o Criador
lhes infundiu urna alma intelectiva ou espiritual.

— 504 —
PECADO ORIGINAL E PENSAMENTO MODERNO 5

Como se vé, esta teoría utiliza o conceito de personalidade


coletiva (a sorte de toda a humanidade estaría incluida.na
sorte de um de seus ancestrais). Sem éste conceito nao se
poderia conceber que a queda de um individuo se tenha tornado
a queda de outros, distanciados do primeiro no tempo e no
espago.

Cf Flick e Alszeghy, «II peccato origínale in prospettiva evolu-


zionistica», em «Gregorianum» 47 (1966) 201-225; «The Tablet» 17
sept. 1966, 1039-1041.

2) Piet Schoonenberg S. J.f Professor do Centro Cate-


quético de Nimega (Holanda), propóe a seguinte teoría:
Nao houve dons preternaturais nem graga santificante na
origem do género humano. Éste se'foi formando por evolugáo
num grupo de individuos numerosos. Desde que os primeiros
homens chegaram á responsabilidade moral, comegaram a pe
car, pois a falha e o erro estáo dentro das possibilidades
da natureza humana. Nao é necessário, porém, insistir ' no
pecado de um homem em particular, no inicio da tragedia;
diga-se simplesmente que o pecado comegou urna vez na histo
ria (quando, como e onde ? — Nao importa). Os pecados se
foram multiplicando e estendendo cada vez mais; os homens
se tornaram uns para os outros ministros do pecado. As pala-
vras e os atos desregrados de cada individuo váo criando urna
atmosfera «de pecado», na qual é cada vez mais difícil obedecer
a Deus; o ambiente que cerca o homem, seduz para o mal.
Cada crianga que nasce no mundo, é herdeira désse «pecado
do mundo», que, por conseguinte, pode ser dito «pecado ori
ginal».

A influencia que o mundo exercc sóhre a mentalidade, o caráter


nu a personalidade de cada crianca é mais forte ainda do que a
do man oxomplo ; pode ser comparada ao ato de gorar. Com efeito,
pela geracao biológica os pais geram o corpo da crianca ; pelas in
fluencias más (instilando falsos ideáis e orientaeüo errada), os pais
e os demais homens geram o pecado nessa mesma crianga.

Schoonenberg admite que, antes de Cristo, podiam existir


lugares da térra preservados de más influencias, recantos onde
nao penetrara o pecado «do mundo» ou «original». Em conse-
qüéncia, havia ai «imaculadas conceigóes». — Todavía a con-
denagáo de Cristo á morte foi o grande pecado do mundo,
incomparávelmente mais grave do que qualquer falta anterior;
«encheu a medida do pecado dos pais» (cf. Mt 23, 32), de tal

— 505 —
6 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967, qu. 1

sorte que após Cristo a universalidade do «pecado original»


já nao admite excegáo. Mas também todo homem após Cristo
encontra a salvacáo, pois o Senhor Jesús ressuscitou dos mortos
e enviou seu Espirito Santo ao mundo. Assim a morte de Cristo
sobre a cruz acarretou perdicáo (colocando o mundo inteiro
sob o signo do pecado) e, ao mesmo tempo, salvacáo. Todo
homem que morre com Cristo pelo Batísmo, participa da Vitoria
do Senhor sobre a morte e ressuscita com o Senhor.

Cf. Schoonenberg, «De Macht der Zonde». L. C. G. Malmberg,


's-Hertogenbosch, 1962. Também R. Troisfontaines, «Je ne meurs pas».
Paris 1960, 183-196; L. Boros, «Mysterium mortis». Olten 1962, 122.138.

3) P. Smulders propóe teoría semelhante. O género hu


mano foi chamado por Deus a participar da vida divina,
inserindo-se plenamente no Corpo de Cristo. Éste estado de
consumacáo devia ser atingido gradativamente mediante coope-
ragáo de Deus e do homem através de longas etapas. Todavia
o género humano foi infiel a essa vocacáo. — Tal infidelidade
nao se deu de urna vez só, por obra de um só homem, nos
primordios da historia, mas ela se foi afirmando paulatina
mente; o primeiro pecado, aínda que leve, provocou outras
falhas; assim o pecado no mundo foi-se avolumando, á seme-
lhanga de urna bola de nevé que se engrossa á medida que vai
rolando; o desenvolvimento da civilizagáo foi também o desen-
volvimento do pecado do mundo. Em conseqüéncia, o género
humano se recusou ao seu destino transcendente, e criou
sobre a térra um clima que contagia toda enanca que venha
a nascer.

Cf. P. Smulders, «Theologie und Evolution». Essen 1963.

4. Esclarecimentos

As objegóes á clássica doutrina do pecado original exigem


esclarecimentos, que muito poderáo contribuir para as dissipar.

1) Responsabilidade coletiva

É realmente difícil aceitar a idéia de que todos paguem


por urna culpa que nao cometeram. Todavia o conceito de
responsabilidade coletiva nao está necessariamente implicado
na doutrina do pecado original.

., _ 506 —
PECADO ORIGINAL E PENSAMENTO MODERNO 7

Com efeito. Note-se o seguinte:

a) O «pecado original» nao pode ser tído como urna


culpa que Deus impute a todo o género humano; a teología
nao ensina que a culpa pessoal de Adáo se transmite a todos
os seus descendentes.
Em linguagem exata, deve-se dizer : o pecado original
tem a índole de culpa em Adáo apenas; a éste só é ele imputável.
Nos descendentes de Adáo, o pecado original significa «carencia
dos dons sobrenaturais que Adáo possuia e que ele perdeu
ao se afastar de Deus». Se tivesse perseverado na inocencia,
Adáo tena sido simultáneamente pai e sacerdote; teria trans
mitido a seus filhos, juntamente com a natureza humana,
os dons sobrenaturais ou a filiagáo divina; após o pecado, Adáo
só pode transmitir a natureza humana destituida do seu ornato
original. Ora esta ordem de coisas que, aos olhos da razáo,
nada tem de extraordinario, aos olhos de Deus e da fé, é
urna aberracáo ou um desvio do que deveria ser segundo os
designios do Criador.
Tal aberracáo é, sem dúvida, inculpada da parte dos filhos
de Adáo; todavía ela nao deixa de ser real; ela se entende
lógicamente dentro do conjunto das verdades da fé. É a ela
que se dá, por analogía1, o nome de «pecado original». É urna
nódoa que afeta diretamente a natureza humana como tal
e, indiretamente, cada um dos membros da natureza humana.

Pódese comprovar, dentro de urna visáo de íé, que o pecado


original com que nascemos, nao é culpa pessoal nossa, pela seguinte
considerado:
Urna crianga pequeña que morra com o pecado original (sem o
Batismo, portanto), nao é tratada como alguém que morra com um
pecado pessoal: tal crianca nao vai inem para o purgatorio nem para
o inferno, mas para o limbo. Éste nao significa punicao nem expiacáo,
mas, sim, felicidade: a felicidade de que a matureza humana pode
gozar, independentemente de qualquer elevacáo sobrenatural. Nao
vai para o céu porque éste implica em visáo de Deus face a face,
supondo portanto dons sobrenaturais .na alma. O limbo é comparável
á heranca que compete a alguém por ser membro de determinada
familia, ao passo que o céu é semelhante á «sorte grande»... sorte
grande que ininguém tem o direito de reivindicar.

Todavía nao se pode deixar de acrescentar que a existencia do


limbo nao constituí dogma de fé : muitos e bons teólogos admitem
que Deus dé a todas as crianzas meios ocultos para se salvar, caso
nao sejam balizadas.

1 Esta expressáo é muito importante.

— 507 —
8 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967. qu. 1

Em conseqüéncia das consideragóes ácima, vé-se que nao


é oportuno falar de «responsabilidade coletíva», como se todos
os homens tivessem que responder pelo desatino de um só.
É mais adequado falar de «solidariedade».

Inegávelmente os homens sao solidarios entre si. Note-se


que há vínculos de solidariedade voluntarios, como os de edu-
cagáo, cultura, profissáo, etc.; e há vínculos de solidariedade
naturais, anteriores a qualquer ato de vontade, como sao os
de familia e estirpe. Estes vínculos naturais sao inevitáveis;
para que um ser humano exista, ele deve nascer dentro de
alguma familia, em determinada regiáo do globo e em alguma
fase da historia. Pois bem; o pecado original tem seu funda
mento lógico e compreensível na solidariedade mais natural
possível, solidariedade que decorre do fato de que todos os
homens compartilham da mesma natureza e, por geragáo, sao
consanguíneos entre si; compreende-se entáo que, caso esta
natureza esteja desordenada em sua origem, todos os seus
membros háo de aparecer neste mundo portadores da desordem
original.

2) O ato biológico de gerar é pecaminoso ?

O que ácima foi dito, também dá a ver que a fé católica,


em hipótese alguma, julga desonesto o ato de gerar (consi
derado como tal). Deus quis que o género humano crescesse
e se multiplicasse. Neste «multiplicar-se» o ato biológico de
gerar transmite a natureza humana como se acha nos genitores
(os país comunicam a vida nao enquanto sao santos ou peca
dores, mas enquanto possuem a natureza humana). Conse-
qüentemente, a crianga nasce sem a graga de Deus que ela
deveria ter. Nisto, porém, nao há defeito do ato generativo;
éste, em sua realidade fisiológica, de modo nenhum é causa
do pecado original ou do estado desregrado em que nascem
os filhos de Adáo, nem pode exercer influxo sobre tal estado.

O que a geragáo nao dá, ou seja, a graca santificante, a regene-


racáo ou o Batismo o deve dar. Por isto é que nao se deve protrair
o Batismo das criancas; estas hao de ser levadas ao sacramento da
fonte quanto antes, a íim de que a qualquer instante estejam prontas
para comparecer diante do Senhor na qualidade de fUhos de Deus.
A filiacáo divina, Cristo Redentor (o segundo Adáo) a readquiriu
para o género humano e a comunica mediante o Batismo.

— 508 —
PECADO ORIGINAL E PENSAMENTO MODERNO 9

3) E o poligenismo ?

Em 1950, na encíclica «Humani generis» o S. Padre Pío


XII fez o primeiro pronunciamento explícito do Magisterio
da Igreja a respeito do poligenismo. Disse entáo :
«Quanto... ao poligenismq, os íilhos da Igreja de modo nenhum
gozam da mesma liberdade1, pois os liéis nao podem abracar urna
opiniao cujos fautores ensinam que depois de Adáo existiram na
térra verdadeiros homens que nao tenham tido origem, por via de
geracáo natural, do mesmo Adáo, progenitor de todos os homens, ou
entáo que Adáo representa um conjunto de muitos progenitores. Ora
nao se vé de modo algum como estas afirmacoes se possam conciliar
com o que as lontes da Revelacáo e os atos do Magisterio da Igreja
nos ensinam acerca do pecado original, que provém do pecado verda-
deiramente cometido individualmente por Adáo e que, transmitido
a todos por geracáo* é inerente a cada um como próprio» («Acta
Apostolicae Sedis» 32 [1950] 576).

As palavras do Pontífice parecem ter sido cautelosamente


ponderadas, a fim de nao proferir condenagáo formal sobre
o poligenismo. S. Santidade nao afirmou que p poligenismo
nao se pode conciliar com a fé crista, mas quis apenas dizer
que a teologia em sua época (1950) nao via como conciliar
poligenismo e fé crista («nao se vé... como... conciliar»).
Asseveram os comentadores da encíclica «Humani generis*.
que Pió XII muito intencionalmente assim se exprimiu, a fim
de nao fechar o caminho a posteriores declaracóes do magis
terio da Igreja mais favoráveis ao poligenismo.
Cf G Vanderbroek-L. Renwart, «L'Encyclique 'Humani Generis1
et les sciences naturelles», em «Nouvelle Revue Théologique» 73 (1951)
337-351; L. Scheffczyk, «Adams Sucndeníall» cm «Wort und Wahrhelt>
20 (1965) 762.

As palavras de Pió XII foram entendidas por certos teó


logos como estímulo para ulteriores pesquisas sobre o assunto.
Em nossos días, há bons mestres da teologia católica2 que
asseveram o seguinte :

1 Pió XII refere-Be á liberdade concedida para se aceitar o evolu


cionismo do corpo humano.

' Entre outros, merece ser nomeádo Karl Rahner no artigo «Peché
originel et évolution» da revista «Concilium» 26, junho de 1967,
pág. 60. Diz Rahner textualmente: «No estado atual da teologia e
das ciencias, nao se pode provar com certeza que o poligenismo é
inconciliável com a doutrina ortodoxa concemente ao pecado original>.
Vejam-se outrossim M. Crusafont, B. Melendez E. Aguirre, na obra
coletiva «La Evolución», tomo 258 da «Biblioteca de Autores Cris
tianos» .wwj.i.>•> v^j.-ojJ i-»'j so
10 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967, qu. 1

O pecado original constituí urna doutrina de fé. Todavía


nao se diga o mesmo do monogenismo. Éste vem a ser urna
teoría ou hipótese do setor das ciencias naturais, nao na religiáo.
O monogenismo poderia ser um «fato dogmático», se o pecado
original só se pudesse explicar dentro de urna visáo mono-
genista da pré-história; entáo dir-se-ia que a fé exige o mono
genismo.
Tal, porém, nao é o caso. Hoje era dia teólogos de valor
afirmam e demonstram que a doutrina do pecado original
pode subsistir perfeitamente dentro de urna perspectiva poli-
genista, isto é, na hipótese de que o genero humano atual des-
cenda de muitos casáis. — Dada esta hipótese, dever-se-ia,
para explicar o pecado original, asseverar urna das duas se-
guintes sentengas :
1) Todos os individuos do primitivo berco do género
humano pecaram, cada qual do seu modo. O caso relatado
pelo livro do Génesis seria apenas um caso típico, um arquetipo,
que se teria reproduzido análogamente tantas vézes quantos
fóssem os casáis originarios. — Estes muitos pecados iniciáis
teriam dado origem a muitas estirpes de homens portadores
da natureza humana sem a graca; ter-se-ia entáo exatamente
o que ácima apresentamos com o nome de pecado original.
O próprio nome Adáo, que ccarre em Gen 2-3, pode ser entendido
como substantivo comum, pois em hebraico signiíica «homem». Tal
substantivo pode muito bem, á luz da lingüistica, designar o género
humano (com tantos individuos quantos de fato tinha nos seus ini
cios) Nao é necessário, segundo a filología, entender Adao como nome
próprio designativo de um só homem. — Observe-se, alias, que a
raiz 'adam supóe a língua hebraica em que foi redigido Gen 2-3,
língua que por certo os primeiros homens nao faJavam.

2) Caso nao se aceite que todos os homens do berso


primitivo da humanidade tenham pecado, dir-se-á, sem ofender
a fé, que apenas um déles pecou. Deus, porém, houve por bem
constitui-lo cabega jurídica de todos os seus semelhantes, de
modo que a sorte acarretada por tal individuo sobre si mesmo
se tornou a sorte de todos os seus contemporáneos. Em conse-
qüéncia, todos transmitirán! a seus pósteros a natureza humana
destituida da graga.

Esta outra explicagáo poligenista do pecado original _é


plausível, todavía menos provável que a anterior, pois supóe
num individuo da pré-história personalidadé e responsabilidade
coletivas; admite, sim, urna solidariedade meramente jurídica
ou extrínseca entre os homens da primeira geragáo, o que
parece um tanto arbitrario.

— 510 —
PECADO ORIGINAL E PENSAMENTO MODERNO 11

Nao haveria, porém, objecáo a fazer ao poligenismo da


parte da Sagrada Escritura do Novo Testamento ?
O texto de Rom 5, 12-20 é freqüentemente evocado para
corroborar a tese de que Adáo em Gen 2-3 significa um so
homem:

«Foi par um só homem que o pecado entrou no mundo e pelo


pecado a morte, a qual atingiu todos os homens, visto que todos pe-
caram... Se, pela culpa de um só, a morte reinou por obra de um
só homem, com muito mals razáo aqueles que recebem com abundan
cia a graca háo de reinar por obra do único homem Jesus Cristo.
Assim, pois, como, pela culpa de um só, houve para todos os homens
a condenacáo, assim, pela justica de um só, há para todos os homens
a iustificacáo, que dá a vida. Com efeito, assim como pela desobe
diencia de um só homem todos os outros foram constituidos pecado
res, da mesma forma pela obediencia de um só homem todos os
demais seráo constituidos justos» (Rom 5, 12. 17-19).

A exegese moderna julga que Sao Paulo, nesta passagem,


se refere ao texto do Antigo Testamento simplesmente para
incutir a solidariedade de todos os homens tanto no pecado
como na Redejicáo, sem querer, com isto, dirimir a questáo
atual de «poligenismo ou monogenismo». — Ao propor esta
sentenca, os estudiosos católicos nao tém sido censurados pelo
magisterio da Igreja.

Quanto ao Concilio de Trento, que, ao definir o pecado ori


ginal, apelou para Rom 5, 12-20, julgam bons teólogos (entre
os quais K. Rahner, art. cit.) que apenas teve em mira o pecado
original, e nao o monogenismo.

Até hoje o magisterio oficial da Igreja mantém sua posigáo


favorável ao monogenismo, embora nao o tenha definido, nem
intencione defini-lo como dogma de fé (tenha-se em vista o
discurso de Paulo VI proferido aos ll/VII/66 e reproduzido em
«P. R.» 81 /1967, qu. 2). O principal motivo de tal atitude
do magisterio eclesiástico é a prudencia que o assunto exige.
Muitos dos pensadores que abracam o poligenismo, vém a negar,
direta ou indiretamente, o dogma do pecado original; urna
hipótese da ciencia parece ser argumento para destruir urna
verdade da fé... Todavia tal posicáo dos Pontífices nao é
irreformável; ela poderá ser modificada desde que os conceitos
venham a se esclarecer um pouco mais no tocante a origem
do homem.

Em verdade, o poligenismo nao se impóe necessáriamente


nem 'á ciencia nem a fé. Nenhum estudioso pode demonstrar
por dados empíricos quantos individuos houve. no principio da

— 511 —
12 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967, qu. 1

estirpe humana, nem está em condicóes de reconstituir as


primeiras fases da pré-história; é possível mesmo que nunca
a ciencia chegue a tanto. Em qualquer hipótese (monogenista
ou poligenista), a Igreja sabe que o dogma do pecado original
subsiste incólume.

Vé-se, pois, que a questáo «poligenismo ou monogenismo ?»


nao é decisiva para o ensinamento católico. Será sempre neces-
sário distinguir entre a doutrina religiosa do pecado original
e as teorías científicas concernentes ao bergo da humanidade
primitiva.

4) Otimismo © pecado original

Para evitar equívocos neste setor, parecem ser úteis as


seguintes consideragóes:

a) Nao se deve acentuar exageradamente a perfeicáo


do estado primitivo da humanidade dito «de justiga original».
Terá sido um estado digno de todo aprégo, mas do ponto de
vista religioso e moral apenas, nao sob o aspecto da civilizagáo
ou da cultura. Os primeiros homens de que fala o Génesis,
podem muito bem ter tido a configuragáo rudimentar ou gros-
seira de que dáo indicios os fósseis da pré-história; nao é
necessário que haja vivido de modo diferente daquele que conje-
turam as ciencias naturais. Mesmo as idéias religiosas de Adáo
poderáo ter sido puras, sim, mas sob a forma de intuigóes
concretas semelhantes as dos povos primitivos e das criangas;
nao se tratava de altos conhecimentos teológicos. — Vé-se,
pois, que as clássicas descrigóes do «paraíso terrestre» nao
devem em absoluto ser identificadas com a doutrina da fé.
b) O estado de justiga original assim concebido foi de
breve duragáo, pois afetou apenas o primeiro homem antes
que pecassel Compreende-se, pois, que nao tenha deixado vesti
gios na pré-história nem haja necessáriamente influido no curso
natural de evolugáo do género humano. As pesquisas paleon
tológicas nao podem nem provar nem recusar empíricamente
a existencia de tal estado.
c) Também nao se deve ceder a otimismo desmedido ao
conceber a evolugáo da humanidade. É verdade que o progresso
material se faz sentir de maneira cada vez mais impressionante;
verifica-se, porém, que tal progresso nao é sempre acompanhado
de elevagáo moral correspondente. O fascínio que a materia
exerce sobre muitos homens, faz que os valores da consciéncia
e da filosofía sejam nao raro obliterados e menosprezados.

— 512: —
PECADO ORIGINAL E PENSAMENTO MODERNO 13

O desajuste entre o aspecto material e o moral da evolugáo


do homem é fenómeno intrigante, que certos teólogos véem
como indicio de urna desordem inicial da historia.

5) «Deus quer salvar todos os homens»

A verdade ácima enunciada nao é posta era xeque pela


doutrina do pecado original.
A falta do primeiro homem foi cometida livremente, ape-
sar da graga que o Criador lhe outorgou para que praticasse
o bem. Quanto á transmissáo do pecado de Adáo, ela nao se
deve a um decreto arbitrario de Deus, como vimos, mas é
apenas a conseqüéncia lógica da obra do primeiro pai.
A vontade salvifica de Deus se manifesta no fato de que
em todos os tempos Deus, em vista dos méritos de Cristo,
prové á salvagáo de todo e qualquer ser humano: por vias
manifestas (pela voz da lei natural, pela pregagáo do Evange-
lho, pelo Batismo e os demais sacramentos) como também
por vias ocultas (que nao podemos discriminar e que muitas
vézes ocorrem na iminéncia da morte), o Senhor confere a
todos os homens os recursos (luz espiritual e graga atual) para
que repudiem o pecado e fagam um ato de incondicional amor
ao Supremo Bem. Sómente o Senhor sabe quantos e quais os
que, por livre obstinagáo no mal, resistem a tais meios e nao
chegam á salvagáo eterna.

5. Conclusa©

1. Os autores que procuram novas formas de explicar o


pecado original, caem muitas vézes em consideragóes sutis ou
em hipóteses, sem dúvida, muito eruditas, mas um tanto vagas
e gratuitas.
Alguns, como Schoononberg e Smulders, em última análise, re-
duzem o conceito de pecado original ao de «pecado do mundo», como
se nao lóase mais do que o acumulo de faltas pessoais que se come-
teram desde o inicio da historia, fazendo que todo homem seja desde
os seus primeiros anos seduzido ao mal.
Em particular, a nocao de «imaculadas conceigóes» proposta por
Schoonenberg é insustentável dentro do conjunto da mensagem crista:
segundo esta sómente a Virgem SS. íoi imaculada em sua conceicao.
Mais ainda:' seria absurdo dizer que depois de Cristo nao ha as
imaculadas conceicóes que antes havia.
A hipótese de Flick e Alszeghy, segundo alguns de seus comen
tadores, é vulnerável pelo fato de apelar para o conceito de persona-
lidade coletiva.

— 513 —
14 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967, qu. 1

Em conclusáo, deve-se dizer que a doutrina do pecado


original pertence estritamente ao dominio da fé; nao pode ser
provada, mas também nao é contraditada pela razáo humana.

É fato, porém, que os povos primitivos antigos e contemporáneos


tém a noeao de que os males existentes no mundo nao sao origináis
nem devidos ao Autor do mundo, e, sim, provenientes de urna culpa
dos primeiros homens ou de um pecado original. Tal crenca, táo
generalizada como é, pode ser entendida qual valioso argumento da
etnologia em favor da doutrina católica. Veja-se a documentacáo a
respeito dos povos primitivos em «P. R.» 32/1960, qu. 4.

O otimismo exagerado em relagáo <á natureza humana ou


• a confianga no homem nao podem ser motivos para que o
discípulo de Cristo aceite o desvirtuamento de sólidas propo-
sicóes da fé.

2. Em resumo, eis o que se deve reter no tocante ao


assunto:

1) houve um estado de justiga original (entendida segun


do os dizeres da pág. 501 déste fascículo);

2) o homem culpadamente se afastou déste estado nos


primordios da sua historia. A sá doutrina católica entende
«Adáo» no sentido de um homem individual; tal sentenc/a,
porém, nao é irreformável;

3) o primeiro pecado teve importancia singular na his


toria da humanidade;

4) em conseqüéncia do mesmo, todos os filhos de Adáo


nascem até hoje destituidos de dons que deveriam ter, apare-
cendo assim disformes aos olhos de Deus e da fé crista;

5) em vista disto, impóe-se a necessidade de batizar sem


demora as criancas. O Batismo nao deve ser protraído nem
denegado a nao ser nos casos em que se preveja, com certeza
moral, que o pequenino nao receberá educagáo crista por parte
dos pais, nem por parte dos padrinhos, parentes, amigos ou
alguma outra pessoa.

6) As palavras de Paulo VI proferidas em julho de 1966


continuam sendo normativas no tocante á doutrina do pecado
original; cf. «P. K.» 85/1967, qu. 2.

— 514 —
O NOVO CATECISMO HOLANDÉS 15

II. DOGMÁTICA

MARCOS (Curitiba) :

2) «O Novo Catecismo holandés para adultos tem cha


mado a atcngáo do mundo inteiro.
Últimamente a Santa Sé interveio neste assunto. Podém-se
apurar os motivos exatos desta medida ?»

Ñas páginas que se seguem, procuraremos fornecer com


objetividade as principáis noticias que explicam o «caso» do
Novo Catecismo holandés: 1) gánese e características désse
livro; 2) oposigáo; 3) respostas e explicagóes; 4) a decisáo
da S. Sé e esclarecimentos.

1. Gcnese do Novo Catecismo

Em 1949 foi publicado um Catecismo oficial a ser usatío


ñas escolas católicas da Holanda.
Em 1956, o episcopado holandés encarregou o Instituto
Superior de Catequese de Nimega de rever ésse livro, procuran
do torná-lo mais adaptado as exigencias da pedagogía moderna.
Em resposta, urna comissáo de peritos, sob a presidencia do Dr.
W. Bless, chamou a atencáo para a necessidade de se distin
guir entre «Catecismo para criangas» e «Catecismo para adul
tos»; a apresentagáo da doutrina para as criangas deveria ser
gradativa, obedecendo ao desenvolvimento intelectual dos pe-
queninos.
Cientes desta observagáo, os bispos holandeses pediram
ao Instituto de Nimega, elaborasse um Novo Catecismo para
criancas. Os peritos puseram-se a refletir sobre esta tarefa
sem lograr resultados muito concretos. Já corría o ano de
1960 quando resolveram averiguar primeiramente quais as
proposigóes de fé que devem ser professadas por um adulto
católico. De acordó com esta verificagáo, elaborariam os livros
de catequese para criangas.
Mais um ano passou-se em trabamos pacientes... Final
mente em 1961 reuniu-se em Londres um Congresso Interna
cional de Catequese, Congresso que fazia parte dos estudos
preparatorios do Concilio do Vaticano II: os congressistas
muito insistiram na necessidade de se dar atengáo, antes do
mais, á catequese de adultos (o que nao quena dizer que se
negligenciaria a das criangas).

— 515 —
16 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967. qu. 2

Convictos desta afirmacáo, os bispos holandeses resolve-


ram entregar ao Instituto de Nimega o encargo de redigir um
Novo Catecismo, nao já para mancas, mas para adultos. A
catequese dos pequeños e adolescentes deveria proceder gra-
dativamente de modo a desembocar naturalmente no Catecismo
dos adultos.
Em 1962 estava pronto um primeiro esbógo déste novo
Manual; constava de 200 páginas. Foi submetido á apreciacáo
de 150 especialistas : teólogos, psicólogos, sacerdotes, leigos,
católicos e náo-católicos. Estes, após exame minucioso, propu-
seram milhares de emendas á obra.
A partir da primavera de 1963, a comissáo elaboradora
pós-se a reformular o texto, levando em conta o maior número
possível de observacóes e sugestóes dos críticos. Todavía, para
dar a forma definitiva ao livro, os peritos resolveram esperar
o encerramento do Concilio (dezembro de 1965), a fim de
poder incorporar ao texto os decretos conciliares.
Finalmente em coméeos de outubro de 1966 apareceu o
«Novo Catecismo para adultos», volume de 600 páginas publi
cado sob o patrocinio do episcopado holandés, fruto do trabalho
assíduo e longo de numerosos especialistas.

Tres casas editoras se associaram entre si para publicar e divulgar


o livro ; a principio, parecia-lhes demasiada urna tiragem de 50.000
exemplares, pois «literatura religiosa nao é algo que se venda com
facilidade em nossos dias». Contudo a primeira edigáo constou de
100.000 exemplares, os quais estavam todos vendidos poucas semanas
depois de publicados. Urna segunda edicáo de mais 100.000 exemplares
estava, por sua vez, esgotada em íins de novembro. Segiuiram-se
inovas edicóes, de modo que 500.000 exemplares (uns de nivel mais
popular, outros mais eruditos) loram vendidos em menos de um ano;
já em Janeiro de 1966 preparavam-se traduedes do Catecismo para
o alemáo, o inglés, o francés, o espanhol, o italiano e o portugués...

Indaguemos agora :

2. Quais as características do Novo Catecismo ?

O novo Manual se distingue dos demais tanto pelo estilo


como pela estrutura.
1) Estilo. A linguagem do livro procura corresponder ao
modo de pensar e falar do homem moderno. Nao se desenvolve
sob a forma de perguntas e respostas; deixa mesmo certas
questóes abertas, procurando levar o leitor a refletir, quando
oportuno. Nao apresenta como sentengas definitivas proposi-

— 516 —
O NOVO CATECISMO HOLANDÉS 17

góes que, segundo o parecer dos autores, estejam sujeitas a


debates e estudos de teólogos dentro da própria Igreja.
2) Estrutura. Os Catecismos costumam propor seus ensi-
namentos seguindo a linha sistemática da teología: as verdades
sobre Deus, os homens, a Redengáo, a Igreja, os sacramentos,
a Moral.
O Novo Catecismo comega com o homem e nao com Deus,
procurando apresentar Deus — o Deus da Revelagáo judeo-
-cristá — como resposta ao homem. Em seu desenvolvimento,
segué a historia da salvagáo, utilizando abundantemente a Es
critura Sagrada.
Mais precisamente, tal é a estrutura do livro:
Parte I: «Existe um misterio». — O homem ai aparece a inter
rogar a reaiidade que o cerca («donde.... para onde...?»), o que
equivale a procurar a Deus.
Parte II: «O caminho para Cristo». — Sao rápidamente expostos
os sistemas religiosos e filosóficos da humanidade: as religifles pri
mitivas, o hinduismo, o budismo, o pensamento chinés, o islamismo...
até o humanismo marxista.
Frente a tais ensaios, é descrita a historia da salvagao suscitada
pelo Senhor Deus no povo de Israel: urna resenha dos livros do
Antigo Testamento é assim apresentada, de modo a culminar em
Jesús Cristo.
Parte III: «O Filho do Homem». — O texto do Catecismo per-
corre a vida de Nosso Sennor Jesús Cristo tal como é delineada pelos
SS. Evangelhos.
Parte IV: «O caminho de Cristo». — Segue-se a historia da
Igreja, sucintamente compendiada. Após o que, o Catecismo apresenta
os sacramentos, a graca, as virtudes e as grandes tarefas dos cristaos
no mundo de hoje.
Parte V: «O caminho da morte». — Sao considerados os novís-
simos ou a consumacáo do homem e .da historia. Tudo se encerra com
um capítulo a respeito de Deus.
Numa entrevista dada á imprensa no comégo de outubro
de 1966 em Amsterdam, o Cardeal Alfrink fez a apresentagáo
do novo Catecismo : frisou a autoridade do mesmo, pois provém
do episcopado holandés; todavía, declarou, nem tudo que se
encontra nesse livro, tem o caráter de doutrina infalível: há,
sim, verdades de fé, a respeito das quais nao é lícito duvidar,
como também há proposigóes que, segundo graus diversos,
se prendem á fé, mas nao exigem o mesmo assentimento que
as anteriores.
Afirmou outrossim o Cardeal Alfrink que o Novo Cate
cismo holandés nao pretende ser um Catecismo universal. Se
ria mesmo desaconselhável propor um Catecismo a ser adotado

— 517 —
18 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967, qu. 2

por todos os povos católicos, pois na verdade a doutrina da


fé tem que ser apresentada de acordó com as condigóes histó
ricas e psicológicas de cada nacáo; um «Catecismo-padráo»
contrariaría as tendencias da Igreja de hoje, que deseja adaptar,
tanto quanto possível, a forma de sua pregagáo as categorías
de compreensáo e linguagem de cada grupo étnico.

3. Oposicao

O Novo Catecismo holandés, sem demora, suscitou inquie-


tagáo por parte de um grupo de católicos holandeses muito
ligados ao periódico neerlandés «Confrontatie». Estes fiéis re-
solveram dirigir secretamente ao S. Padre Paulo VI um «me
morándum» em que apontavem sete falhas da nova obra.
O documento, redigido por urna comissáo, foi proposto a nume
rosos católicos da Holanda, dos quais se esperava que dessem
a sua assinatura; um bilhete anexo garantía a todos os signa
tarios que, no caso imprevisto de ser publicado tal «memorán
dum» secreto, os nomes dos respectivos subscritores nao seriam
dados a lume.
Apesar das cautelas tomadas pelos autores do documento,
a imprensa conseguiu apoderar-se do mesmo, divulgando-o no
jornal católico «De Tijd» de 22/XI/66.
Sao os seguintes, verbalmente transcritos, os aspectos do
Novo Catecismo impugnados pelo mencionado grupo:
«1. Ao tratar da MSe de Jesús, o livro nao afirma sua virgin-
dade biológica anterior e posterior ao parto; usando expressoes am
biguas, parece mesmo negá-la indiretamente^ de mais a mais que
em nossa provincia eclesiástica muitos católicos negam abertamente
ésse dogma.
2. No tocante ao pecado original, o Catecismo nega que ele
se ache em nos como pecado herdado de um pai comum e transmi
tido por via de geracáo.
3. No que diz respeito á Eucaristía, o livro ensina que pSo e
vinho recebem apenas nova significacáo e nova íinalidade. Tal dou
trina está em contradicáo tanto com o ensinamento do Concilio de
Trento como com a encíclica 'Mysterium Fidei'.
4. Os autores (do Catecismo) alirmam que a Igreja Católica
ensina quase tudo que o Protestantismo professa, embora nao se
verifique o inverso.
5. A respeito do controle da natalidade, é muito claro que o
livro nao sustenta as normas dadas pela Igreja em mais de urna
ocasiáo.
6. Quando o livro fala da origem do homem, nao menciona urna
s6 vez a criacao da alma. No íim do livro, chega-se mesmo a negar

— 518 —
O N6VO CATECISMO HOLANDÉS 19

que o homem tenha urna alma espiritual e imortal. O que se espe


rarla após a morte, nada mais seria do que 'urna especie de ressur-
reicáo de um novo corpo'.
7. A existencia dos anjos é posta em dúvida>.
Sumariamente, dizia ainda o «memorándum» :
«Em geral, varios dogmas sao expostos (no Catecismo) em sen
tido que se afasia totalmente da maneira de expor que a Igreja
sempre adotou e ainda adota, nao se levando em conta a explidta
condenacao do Vaticano I (Denzinger-Schonmetzer 1800 e 1818)».
Ou aínda: «No Catecismo léem-se nao poucas sentencas que ou
se opdem por completo á íé, ou aíirmam as verdades da fé de ma
neira bivalente, de sorte que cada leitor as pode compreender do
seu modo, em acordó ou em confuto com a fé».

No entender dos bons intérpretes, os sete pontos ácima


assinalados sao apenas exemplos de graves erros do Catecismo;
os denunciantes intencionavam repelir a éste como tal, julgan-
do-o herético, embora nao tenham empregado éste quaíificativo.
Em conclusáo, os signatarios pediam ao Papa Paulo VI que
interviesse no assunto e impedisse «ésse perigoso desenvolvi-
mento do pensamento religioso na Holanda».

4. Respostas

1. Logo no dia seguinte ao da publicagáo do «memorán


dum», o Professor Padre E. Schillebeeckx O. P. fez ouvir a
primeira réplica : no diario «De Volkskrant», queixou-se amar
gamente do fato de terem os peticionarios levado o caso ao
Papa, em vez de o submeter previamente aos próprios bispos
da Holanda. Julgava que assim se estabeleciam confusáo e
incerteza entre os fiéis" cristáos do pais.
2. Também o Instituto Superior de Catequese de Nimega
publicou sua resposta no jornal «De Tijd» de 26/XI/66 : la-
mentava a confusáo e a desconfianga introduzidas no país
pela petigáo dos denunciantes. Afirmava que certas formula-
góes do Catecismo haviam sido mal entendidas, pois na verdade
(conforme os professóres de Nimega) nenhuma das definigóes
dogmáticas da Igreja fóra rejeitada; o Catecismo apenas pro
curara entender cada urna das sentengas do Magisterio eclesi
ástico dentro das suas respectivas circunstancias históricas;
tal tentativa de explicar «segundo a historia» as formulagóes
dogmáticas da Igreja é que parecía redundar em perigo para
a fé.
3. Por fim, o Padre Ret Schoonenberg S. J., Professor
de Teología Dogmática da Universidade de Nimega, publicou

— 519 —
20 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967. qu. 2

em duas edicóes dominicais do jornal «De Tijd» (10 e 17/XII/


/66) os seus esclarecimentos aos sete erros apontados pelo
«memorándum».

Tais esclarecimentos foram mais minuciosamente dados a lurae


na revista catequética «Verbum> (ano 34, n*l, Janeiro de 1967).

Ei-los em linhas sumarias:

1) Schoonenberg comeca por fazer algumas considera-


Cóes a respeito de «dogma», já que os oponentes julgavam
serem os dogmas, no Novo Catecismo, interpretados de modo
diferente do tradicional.

Schoonenberg afirma o seguinte: cada sentenca dogmática


do Magisterio da Igreja é limitada pelas condicóes de estilo
e vocabulario assim como pelos pressupostos filosóficos, reli
giosos, científicos que marcaram a época em que tal afirmagáo
foi formulada pela primeira vez. Numa palavra: cada defi-
nigáo da Igreja tem que ser recolocada e entendida dentro
da situacáo histórica em que ela se originou. Éste principio
aplica-se aos dizeres dos Papas, dos Concilios e também...
dos Apostólos e do próprio Jesús Cristo.

Por conseguinte, cada proposigáo da fé precisa de

comentario: estudo que reconstituí quadros da historia pas-


sada e nos leva a saber como o autor (ou os autores) e os primeiros
leitores entendiam tal proposicáo de fé ;

Interpretaba© t pesquisa que nos diz como nos, em nossa sitúa-


Cao no século XX, devemos entender tal proposicáo.

Assim, ao ler um texto de S. Paulo aos Corintios, perguntare-


mos: Que quería dizer o Apostólo aos seus primeiros leitores ?
(... comentario). E que quer isto dizer para nos ? (... interpreta^So).
Ao ler os textos do Concilio de Trento sobre a Eucaristía, inda
garemos : Que quería o Concilio dizer tendo em vista as controversias
eucarísticas do séc. XVI? (... comentario). E que quer isto dizer
para o nosso entendimento moderno ? (... interpretaos»).

Ora (explica Schoonenberg) acontece que o Novo Cate


cismo holandés, sendo um livro de pastoral, e nao de teologia
especulativa, propóe em muitos casos apenas a interpreta$áo
dos dogmas, e ■ nao o respectivo comentario. É por isto que
leitores desprevenidos nao entenderam devidamente o signifi
cado de certas afirmacóes do novo livro; nao perceberam que
alguns termos clássicos da linguagem teológica foram «tradu-
zidos» para a linguagem moderna.

— 520 —
O N6VO CATECISMO HOLANDÉS 21

2) A seguir, Schoonenberg analisa a objegáo derivada


da pág. 469 do Novo Catecismo: «... visto que a Igreja Católica
reconhece praticamente tudo que a Reforma (protestante) pro-
fessa em sua fé, embora o inverso nao se verifique».

O teólogo de Nimega explica que tal atitude da Igreja


Católica nao é senáo urna aplicagáo dos principios do Concilio
Ecuménico; éste apregoou a «abertura» frente a todas as afir-
magóes da verdade que possam ser feitas fora da Igreja Católica.
Por conseguinte, diz ele, foi, antes, o médo de «conspiragóes
ecuménicas» do que o texto do Novo Catecismo que provocou
tal tipo de denuncia.

Observa aínda Schoonenberg: a frase ácima ocorre nio num


capitulo que trata das relacdes entre Catolicismo e Protestantismo,
mas, sim, numa passagem que versa sobre matrimonios mistos e os
problemas de educacáo religiosa dos filhos de tais casamentes ; a
expressáo «reconhece praticamente» deve significar que nao se trata
de um reconhecimento total e taxativo.

3) Outra objecáo afirma que o Novo Catecismo nao


menciona a criacao de alma humana ao falar da origem do
homem, nem a sobrevivencia da mesma quando trata do des
tino final dos homens.

Schoonenberg responde que, na verdade, o termo «alma»


nao aparece no Índice de assuntos do Catecismo e raramente
ocorre no corpo mesmo do livro.
A razáo déstes fatos seria a seguinte: o Novo Catecismo
procura evitar o contraste entre corpo e alma, afim de seguir
a antropología da Biblia e do pensamento moderno, que muito
acentuam a unidade do ser humano. Nao obstante, o Catecis
mo holandés admite um dualismo dentro dessa unidade, dua
lismo expresso pelos termos «corpo» e «pessoa». A posigáo
de Schoonenberg é assim reproduzida pela revista «Herder
Correspondence» :

«A pág. 449 do Novo Catecismo, lé-se:

'A origem de cada novo ser humano é um momento sagrado em


que se manifesta muito especialmente o poder criador de Deus. Meus
genitores nao desejaram a mim. Éles quiseram um menino ou urna
menina. Foi sómente Deus quem quis que eu viesse a existir'.

Esta afirmacSo é equivalente á da criacáo imediata da alma, nao


porque o Eu e a alma sejam idénticos entre si, mas porque a alma
é o principio da personalidade e, por conseguinte, está implícitamente
mencionada quando se menciona o Eu. O Novo Catecismo afirma
tudo que se encontra nos manuais de teología a respeito da alma,

— 521 —
22 «PERGUNTE É RESPONDEREMOS» 96/1967, qu, 2

mas procura evitar todo dualismo ou toda aparéncia de dualismo>


(«Herder Correspondence», may 1967, pág. 156).

No tocante á imortalidade da alma, Schoonenberg julga


que o Novo Catecismo quis apenas negar que a alma na vida
postuma exista inteiramente separada do corpo ou sem aiguma
corporeidade; o ser humano seria sempre corpóreo, mesmo
entre a morte e a ressurreigáo final dos corpos. Os argumentos
em favor desta tese se encontram á pág. 554 do Catecismo;
trata-se de consideracóes exegéticas assim como de elucubra-
Cóes filosóficas e teológicas «para adultos».

4) No que concerne a existencia dos anjos, Schoonen


berg cita as palavras do Novo Catecismo, á pág. 565:
«Será a sua existencia o pressuposto derivado das concepcóes fi
guradas das Escrituras ? Ou será urna parte subordinada da mensa-
gem de Deus ? Como quer que seja, a Biblia os apresenta plenamente
envolvidos na historia da nossa salvacáo em Cristo. E tudo que a res-
peito déles é dito, proclama esta comovedora verdade: Deus cuida
de nos por inúmeras vías».

O Catecismo deixa, pois, aberta a questáo da existencia


dos anjos. Schoonenberg julga que a S. Escritura os descreve
como seres estilizados, mormente nos seus textos apocalíticos;
bem poderiam ser meras figuras literarias. O fato de que a
Liturgia celebra festas de anjos nada significarla no caso, pois
a Liturgia em suas fórmulas costuma reproduzir todas as ima-
gens da S. Escritura. Assim a menc.áo de anjos ñas páginas
bíblicas e no culto da Igreja seria mera maneira de dizer que
Deus exerce providencia cheia de amor para com os homens.
Quanto ás declaracoes do Magisterio da Igreja referentes aos
anjos (principalmente as do Concilio do Latráo IV em 1215), Schoonen
berg julga que elas apenas incutem ser Deus o Criador de todos os
seres visíveis e invisíveis ; ao afirmar isto, a Igreja nao teria inten
cionado asseverar que os anjos realmente existem.

5) Com referencia á limitagao da natalidade, o autor


holandés assim se explica : já nao podem ser impostas aos casáis
as normas dadas por Pió XI (ene. «Casti connubii») e Paulo VI
(alocugáo de 29 de outubro de 1966), visto que Paulo VI deu
a entender que tais diretrizes poderáo ser reformadas em um
próximo pronunciamento papal. Baseado na expectativa désse
pronunciamento, o Catecismo, em materia de controle da nata
lidade, apela simplesmente para a consciéncia dos fiéis, a qual
manda aos cónjuges conservaren! com reverencia os verda-
deiros valores do seu casamento...
O NOVO CATECISMO HOLANDÉS ;23

6) A respeito do pecado original, da virgindade de Mana


e da transignificagao eucarística, as posigóes que Schoonenberg
defende se acham explanadas respectivamente em «P. R.» 96/
/1967, qu. 1; 95/1967, «qu. 3; 89/1967, qu. 3.
Acompanhemos o desenrolar dos acontecimentos.

5. Decisao da Santa Sé e comentarios


Por telegrama datado de 14/VHI/67, a imprensa noticiou
que a S. Congregagáo do Concilio em Roma, após advertencia
emanada da S. Congregagáo da Doutrina da Fé, resolveu proi-
bir a difusáo do Novo Catecismo holandés. O S. Padre Paulo VI
nomeou urna Comissáo de seis Cardeais a fim de examinar
o livro.
A intervengáo da Santa Sé correspondeu a urna situagáo
de expectativa: no mundo inteiro perguntava-se se, de fato,
poderiam, aos olhos da fé católica, ser sustentadas certas posi
góes ousadas do Novo Catecismo. — A Santa Sé insinúa agora
urna resposta negativa, que aguarda complementagáo1... E
negativa por bons motivos, que abaixo procuraremos considerar:
1) As ponderagóes dos autores do Novo Catecismo con-
cernentes ao conceito d© dogma sao o cerne — muito delicado
e nevrálgico — das inovagóes de tal livro. Que dizer a propósito?
Verdade é que as afirmagóes da Sagrada Escritura e
as declaragóes do Magisterio da Igreja sao feitas em vista de
circunstancias históricas ou de dúvidas e erros existentes em
determinada época; trazem o cunho das preocupagóes dos ho-
mens de tal época, assim como as características do seu voca
bulario. Por conseguinte, para entender devidamente os dizeres
da Biblia e os pronunciamentos da Igreja, é necessário recons
tituir devidamente o respectivo contexto histórico.

>Em sua edicáo de 2/3-XI-1967, o jornal Vaticano «L'Osservatore


Romano» publicou a seguinte nota :
«O Cardeal Bernardo Alfrink, Arcebispo de Utrecht, deplora a
publicacáo em língua inglesa do 'Novo Catecismo', a qual se deu
jndepeaidentemente da sua responsabilidade e antes que fóssem feitas
ao texto eventuais modificacoes, modificacóes que ainda estáo sendo
estudadas.
Portanto a edigáo inglesa 'A New Catechism — Catholic Faith for
Adults' nao tem a aprovacáo do Arcebispo de Utrecht, nem, a quanto
consta, a do bispo de Burlington, o qual retirou seu 'Imprimatur'
antes da publicacao.
Por conseguinte, tal edicáo inglesa deve ser considerada como
destituida de autorizacáo eclesiástica».

— 523 —
24 «PERGUNTE E RESP0NDEREMOS> 96/1967, qu. 2

Éste principio, muito válido em si mesmo, foi um tanto


arbitrariamente aplicado pelos autores do Novo Catecismo.
Esvaziaram (ou insinuaran* que se pode esvaziar) o conteúdo
de algumas proposicóes de fé, sugerindo levianamente que re-
preséntam apenas maneiras de falar figuradas ou «mitos» (na
linguagem de Bultmann; cf. «P. R.» 93/1967, qu. 2).
Quem adota, sem discernimento, o principio ácima, pode cair aio
puro «historicismo», denegando todo dogma ou toda proposito de
fé. Já os modernistas oio inicio do séc. XX íizeram algo de seme-
lhante: consideravam os «dogmas de fé» como meras expressóes da
crenca subjetiva de homens de épocas passadas, nao, porém, como
a manifestacáo de verdades objetivas reveladas pelo Senhor Deus.
É preciso notar outrossim que, em assuntos de fé, os textos
da Sagrada Escritura e do Magisterio da Igreja nao podem ser
interpretados apenas segundo criterios da historia e da lin
güística; é preciso observar também a «analogía da fé», isto
é, o conjunto das proposicóes que integram o depósito da fé.
Em outros termos: nao se deve isolar determinado texto da
Biblia ou de um Concilio a fim de lhe dar urna interpretacáo
puramente «histórica» ou «historicista»; é preciso, ao contrario,
examinar tudo que a fé crista ensina sobre o mesmo assunto,
de modo a interpretar tal texto em consonancia com toda a
Palavra de Deus que por via oral ou escrita é ensinada dentro
da Igreja. Em última análise, existe na Igreja um magisterio
vivo, guiado pela assisténcia infalível do Espirito Santo: é
éste magisterio, sempre atual, que interpreta auténticamente
a Escritura Sagrada, a Tradicáo e os seus próprios ensinamen-
tos proferidos em épocas passadas (cf. Constituicáo do Vaticano
II «Dei Verbum» 10).
Por isto, ainda que os autores do Novo Catecismo julgas-
sem (por vézes, com razóes muito tenues) que tal ou tal pro-
posigáo da S. Escritura ou do magisterio antigo da Igreja é
sujeita a ser reinterpretada, nao lhes cabia fazer tal reinter-
pretagáo sem levar em conta o que a Tradigáo viva e o magis
terio hodierno da Igreja ensinam.
Embora nao tenham intencionado afastar-se da doutrina orto
doxa, ésses autores puseram em dúvida proposicóes que a teología
sempre considerou como «de fé¿>: a virgindade de Maria, a exis
tencia dos anjos, a existencia da nódoa original em cada individuo
humano...

Dir-se-ia que tais autores quiseram apresentar a doutrina


da fé nao própriamente a fiéis católicos, mas, sim, a adultos
náo-católicos ou a pensadores racionalistas, pois tentaram
reduzir ao mínimo as proposicóes da fé, eliminando (ou quase
eliminando) algumas destas. Sem dúvida, é muito louvável
o esfórgo de formular as proposigóes da fé em termos claros

— 524 —
O NOVO CATECISMO HOLANDÉS 25

e inteligíveis para o homem moderno; todavía ésse afá nunca


deve levar o teólogo a desvirtuar o dogma ou a tornar o con-
teúdo da fé mais racional do que ele pode ser; as verdades
de fé vém de Deus; por isto sao intangíveis aos homens; a
elas se deve adaptar o pensamento da criatura, e nao vice-versa.
Verifica-se, pois, que o Novo Catecismo, além de formular
proposigóes pouco ortodoxas, é inspirado por certa tendencia
racionalista, semelhante á de Bultmann; exagera o valor das
circunstancias históricas de tal modo a criar urna mentalidade
«historicista», relativista, a qual, com argumentos sutis, póe
em perigo o conceito mesmo de verdade objetiva e absoluta.
Pódese crer que a atitude tomada pela Santa Sé se deva, em
grande parte, ao espirito ou á mentalidade que inspira o Novo Cate
cismo; ombora pretenda guardar a fé íntegra e a íidelidade á Tra-
diefio, *sto Hv.ro 6 apto a comunicar inscnslvelmente ao lcitor urna
atitude racionalista ou naturalista, que solapa paulatinamente o ge
nuino espirito de fé.
2) No tocante á alma humana, observe-se o seguinte:
pode-se muito bem acentuar a unidade do ser humano, como
deseja o Novo Catecismo. Nao se deve, porém, deixar de dizer
que o homem consta de corpo e alma e que esta foi direta-
mente criada por Deus: tais proposicóes sao táo usuais na
doutrina católica que quem as silencia parece negar o próprio
conteúdo das mesmas. A omissáo de tais proposicóes é, na mais
benigna das hipóteses, algo de ambiguo; pode ser entendida
em sentido abertamente nác-cristáo, embora os autores do
Catecismo nao o tenham intencionado.
Os teólogos de Nimega preferiram ao termo «alma» os
vocábulos «eu» e «pessoa», talvez porque «alma» é palayra
que a mentalidade racionalista moderna difícilmente aceita.
Vé-se que quiseram apresentar, sim, a doutrina clássica apenas
com outro vocabulario. — Observe-se, porém, que «alma»,
nosentido mesmo que a teología hoje Ihe atribuí, ocorre na
própria Biblia (cf. Mt 10,28; 16,26; 26,38; Me 14,34; Le 12,20;
Rom 2,9; Tg 5,20); além disto, é conceito que a filosofía define
e utiliza até nossos dias. Nao se compreende, pois, que, dese-
jando formular a doutrina católica, o Novo Catecismo tenha
evitado tal termo.
Quanto á «corporeidade» da alma após a morte do homem
e anteriormente á ressurreicáo dos corpos, é algo de sutil e
obscuro. A alma humana, sendo espiritual, por si nada tem de
corpóreo; o corpo é, para ela, urna substancia heterogénea,
com a qual ela se completa, mas da qual ela se pode separar.
3) A propósito de limiíacáo da natalidade, o S. Padre
Paulo VI declarou, sim, que se acha em estudo a «pílula ano-

— 525 —
26 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967. qu, 2

vulatória»; acrescenta, porém, que, enquanto a Igreja nao se


pronuncia a respeito, Ela nao deixa de ter doutrina determi
nada. Sao palavras de S. Santidade proferidas a 29/X/1966,
em discurso que Schoonenberg mesmo cita:
«Recordaremos aqui... o que expusemos no nosso discurso de
23 de junho de 1964, isto é: o pensamento e a norma da Igreja nao
mudaram; sao aqueles vigentes no ensínamento tradicional da Igreja.
O Concilio Ecuménico, ha pouco celebrado, trouxe alguns elementos
de juízo utilissimos para complementar a doutrina católica sdbre
éste importantíssimo tema, mas nao de molde a mudar-lhe os termos
substanciáis...
A nova palavra que se espera da Igreja s6bre o_ problema da
regulamentacáo dos nascimentos nao foi ainda pronunciada pelo íato
de que... quisemos submeter a atento exame as instancias doutrinais
e pastorais que surgiram nos últimos anos sobre éste problema...
Pareceu-Nos isto Nosso dever; e procuramos cumpri-lo do melhor
modo, encarregando urna ampia, variada e versadíssima comissSo
internacional. Esta, em suas diversas sess5es e com longas discussSes,
realizou um ingente trabalho e Nos entregou as suas conclusoes.
Parece-Nos, porém, que tais conclusóes nao podem ser consideradas
definitivas, pelo fato de apresentarem grandes implicag5es com outras
nao poucas e nao leves questSes, tanto de ordem doutrinal quanto
pastoral e social... Éste íato impóe á Nossa responsabilidade um
suplemento de estudo, o qual estamos resolutamente realizando, com
grande respeito por quem já dedicou aos mesmos problemas tanta
atencáo e fadiga, mas com igual sentido das ob.rigac.oes do Nosso
oficio apostólico; é éste o motivo que retardou a nossa resposta e
que deverá diferi-la ainda algum tempo.
Entrementes, como já dissemos no discurso citado, a norma até
hoje ensinada pela Igreja e integrada pelas sabias instrutfíes do
Concilio exige fiel e generosa observancia; nem pode ser considerada
como nao vinculante, como se o Magisterio da Igreja estivesse agora
em estado de dúvida quando está num momento de estudo e de re-
flexao sobre tudo quanto foi apresentado como digno de atentíssima
consideracáo».

4) Em materia de ecumenismo, é muito importante real-


gar o que ha de comum entre as diversas confissóes cristas.
Faz-se mister, porém, evitar o relativismo. A lealdade exige
que, ñas ocasióes oportunas, se mostré também como diferem
entre si Catolicismo e Protestantismo; é sómente na base da
verdade que se poderáo unir católicos e protestantes.
5) A respeito das novas maneiras de entender a real
presenta de Cristo na Eucaristía, o pecado original, a virgindade
de María e os anjos, encontram-se consideracóes respectiva
mente em «P. R.» 89/1967, qu. 3; 96/1967, qu. 1; 95/1967,
qu. 3; 88/1967, qu. 2.
Note-se outrossim : poder-se-ia desejar no novo Catecismo
urna exposicáo mais sistemática e clara das verdades da fé
.assim como da Moral crista.

_ 526 —
DIRETÓRIO ECUMÉNICO 27

Eis, em grandes linhas, algumas ponderagóes que poderáo


contribuir para evidenciar por que motivos o Novo Catecismo
holandés nao pode ser aceito como expressáo adequada do
pensamento católico.

III. ECUMENISMO

MÁXIMO (Sao Paulo) :

3) «Quais as novas diretrizes da Santa Sé concementes


ao ecumenismo ou as relajees dos católicos com os demais
cristaos ?»
A 14 de maio de 1967, o Secretariado da Igreja para a
Uniáo dos Cristaos publicou a primeira parte de um «Diretório
Ecuménica»1, que regulamenta a aplicagáo do Decreto do Vati
cano II sobre a restauracáo da unidade entre os cristaos. Esta
primeira parte do Diretório apresenta normas práticas que
regeráo doravante as relagóes entre católicos e irmáos sepa
rados. A segunda parte do mesmo documento, que ainda está
sendo elaborada, contera diretrizes de índole mais geral sobre
a realizagáo do diálogo ecuménico e as atitudes que ele pede
dos católicos.

O texto da primeira parte íoi redigldo pelo Secretariado para a


Unláo dos Cristaos após consultas íeitas as Conferencias dos Bispos
do mundo inteiro assim como ás Congregares da Doutrina da Fé,
das Igrejas Orientáis e da Propagacáo da Fé. Sua redacáo estava
terminada em junho de 1966. Contudo só íoi promulgado em maio do
corrente ano porque soíreu acréscimos por parte da CongregacSo
da Doutrina da Fé; esta só concedeu a sua aprovacáo definitiva ao
texto em abril de 1967.

Ñas páginas que se seguem, procuraremos reproduzir as


grandes linhas da importante Instrugáo. Como se verá, é, em
certos pontos de disciplina, inovadora. As suas diretrizes^ porém,
estáo todas rigorosamente fundamentadas nos principios da
teología concementes a Igreja e aos Sacramentos.

1. Premissas

Os cristaos se acham atualmente distribuidos em tres gran


des blocos :

1 Citado, ñas páginas que se seguem, pela sigla DE, seguida do


número do parágrafo respectivo.

— 527 —
28 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967, qu. 3

a) o Catolicismo (590.040.000 de almas), que sem interrupcáo


se deriva imediatamente de Cristo e dos Apostólos;
b) a «Ortodoxia» oriental (143.402.000 de fiéis), que se deve a
urna ruptura ocorrida em 1054 ;
c) o Protestantismo (227.670.000 de esrentes), decorrente de nova
cisáo registrada no séc. XVI.
A divisáo (inevitável ñas obras em que Deus quer ter os homens
como seus colaboradores) sempre foi dolorosa; nos últimos tempos,
porém vem merecendo particular atancao da parte das autoridades
religiosas, que tém desenvolvido continuos esforcos por restaurar a
unidade dos cristaos.

Entre a Igreja Católica e os fiéis ortodoxos orientáis há


especial afinidade, pois os motivos de separagáo nao foram
própriamente teológicos, mas apenas disciplinares; a mentali-
dade, a cultura, a lingua e os costumes de latinos (ocidentais)
e bizantinos (orientáis) foram-se diversificando de tal modo a
partir do séc. IV (transferencia da capital do Imperio, de Roma
para Constantinopla) que provocaram rivalidades e litigios
políticos crescentes; em conseqüéncia, no séc. X os cristaos
orientáis, embora professassem a mesma fé que os ocidentais,
julgaram nao poder mais seguir as normas emanadas de Roma
(onde residía o sucessor de S. Pedro, a quem Cristo confiou
as chaves do Reino). Entáo Miguel Cerulário, patriarca de
Constantinopla (Bizáncio), lancou o brado de separagáo em
1054. No decorrer dos séculos subseqüentes, algumas di
vergencias teológicas foram-se introduzindo na profissáo de
fé de católicos e ortodoxos. Em grande parte, reduzem-se a
diferengas no modo de acentuar certos aspectos da verdade
revelada.
Entre católicos e protestantes há diversidade nao sómente
no tocante á disciplina, mas também em varios pontos de fé
(Igreja, Eucaristía e demais sacramentos, graga de Deus,
Santos, etc.).
Em conseqüéncia, o Diretório Ecuménico, em mais de um
dos seus parágrafos, teve que considerar separadamente rela-
$5es com ortodoxos e relagSes com protestantes. Segundo as
intengóes do Senhor Jesús, a aproximagáo há de ser feita na
base nao sómente da caridade, mas também da verdade, pois
Deus comunicou aos homens nao apenas o seu Amor, mas
também a sua Verdade. Os cristaos nunca se poderáo unir de
maneira duradoura ou «divina» se nao sobre as premissas da
verdade e da caridade inseparávelmente associadas entre si.
Compreendese, pois, que o DE, logo em seu prólogo, proponha
a seguinte advertencia:

— 528 —
DIRETÓRIO ECUMÉNICO 29

«Deve-se observar a devida prudencia para que... os fiéis nao


fiquem expostos ao perigo de falso irenismo ou de indiferentismo
(DE 2).
Palavras que fazem eco a um texto conciliar:
«£ absolutamente necessário que a doutrina (católica) inteira
seja lúcidamente exposta. Nada é táo alheio ao ecumenismo quanto
o falso irenismo, pelo qual a pureza da doutrina católica sofre detri
mento e seu sentido genuino e certo é obscurecido» (Decreto sobre
o Ecumenismo n" 11).

Após tal observacáo, o Diretório, aínda em seu prólogo


(n? 2), lembra que o movimento ecuménico só será realmente
fecundo se os fiéis católicos mais e mais se empenharem por
renovar a sua vida crista, traduzindo a santidade de Cristo
Senhor; evitem, portante, contradigáo e incoeréncia, para que
seu testemunho, dado a Cristo, seja lúcido e plenamente fiel.

Em tal passagem ressoa um texto do Vaticano II:

«Lembrem-se todos os fiéis de Cristo de que tanto melhor promo-


veráo e até exerceráo a uniáo dos cristáos quanto mais se esforcarem
por levar urna vida mais pura conforme o Evangelho. Quanto mais
unidos estiverem em comunháo estreita com o Pai, o Verbo e o
Espirito Santo, mais íntima e fácilmente conseguido aumentar a
mutua fraternidade» (Decreto sobre o Ecumenismo n' 7).

2. Comissoes Diocesanas

Em seu título I, o Diretório Ecuménico preconiza a criacáo


de Comissoes Ecuménicas, de ámbito tanto diocesano como na
cional e internacional. A essas Comissoes competirá orientar
e coordenar todas as iniciativas ecuménicas. A Santa Igreja,
muito sabiamente, deseja que nenhum de seus filhos, clérigo
ou leigo, proceda de maneira autónoma ou a seu bel-prazer
em tal setor, pois daí poderiam redundar confusáo de doutrina
e desordem de disciplina.

O mesmo desejo já se encontra no Decreto do Vaticano II sobre


o Ecumenismo n' 8 e 9.

3. O Batismo

O sacramento do Batismo constituí urna das grandes notas


comuns aos discípulos de Cristo ou «o fundamento da comu
nháo entre os cristáos» (DE 11). É necessário á salvagáo e
só pode ser conferido urna vez a cada pessoa.

— 529 —
30 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967, qu. 3

Dada a importancia do Batismo, o Senhor Jesús Cristo permitiu


que éste rito seja conferido em circunstancias táo simples e variadas
que nao se deve rejeitar o Batismo conferido por nao-católicos pelo
simples fato de serem náo-católicos. Consciente déstes principios, o
DE promulgou as seguintes normas:

1. «Quando um cristáo de nos separado, conduzido pela


graga do Espirito Santo,... pedir a plena comunháo com a
Igreja Católica»1, tal será o procedimento do ministro católico:

1) Se o candidato fór cristáo oriental separado, o sacer


dote nao pora em dúvida a validade do Batismo conferido
pelos orientáis; apenas pedirá a respectiva certidáo de Batismo.
Poderá presumir (embora o atestado nao o mencione) que o
candidato também tenha sido crismado, pois entre os orientáis
o sacramento da Crisma é conferido pelo mesmo ministro logo
após o do Batismo.

2) Se fór membro de alguma denominacSo protestante,


poderáo surgir dúvidas:

a) sobre a materia e a forma do Batismo. Só é válido o


rito conferido por imersáo, infusáo ou aspersáo, usando-se agua
pura, e invocando-se a SS. Trindade (cf. Código de Direito
Canónico, can. 758). Ora as comunidades protestantes costu-
mam assim proceder. Por conseguinte, nao é licito admi
nistrar o Batismo «sob condicáo» (isto é, válido no caso de
invalidade do Batismo protestante) indiscriminadamente a
todos os evangélicos que desejem plena comunháo com a Igreja
Católica. Ao contrario, deve-se supor a validade do Batismo
conferido em comunidades cristas cujos livros rituais prescre-
vam a materia e a forma ácima mencionadas.
Há, porém, ritos divergentes entre os irmáos evangélicos.
Por conseguinte, em caso de dúvida sobre a validade do Batis
mo (por motivo de aplicagáo da materia ou da fórmula respec
tivas), o ministro católico procurará averiguar qual o rito
preciso segundo o qual foi batizado o candidato. Caso, após
as possíveis sindicáncias, persista dúvida prudente, o sacer
dote administrará o batismo «sob condigáo».

1 Note-se que o documento nao fala de «converterse ao Catoli


cismo», mas de «pedir plena comunháo com a Igreja Católica». P5e
assim em realce o que há de comum, e nao o que há de divergente
entre os irmáos separados: ortodoxos e protestantes estáo em co-
munhSo imperfeita ou náo-plena com a única Igreja de Cristo, a
Igreja Católica.

— 530 —
DIRETÓRIO ECUMÉNICO 31

Para ilustrar o que seria «forma ou materia inválidas», note-se


o seguinte:

Nao basta batizar em nome do Senhor Jesús Cristo, mas requer-se


a invocagáo do Pal, do Filho e do Espirito Santo. É o que atestara
os textos de Mt 28,19 e os mais antigos documentos da Tradicáo crista.
Os textos bíblicos que mencionam o Batismo em nome de Jesús Cristo
apenas (At 2,38; 8,12.16; 10,48; 19,5), nao significam a fórmula ba-
tismal, mas o íato de que o Batismo é administrado por ordem de
Jesús Cristo e por acSo do mesmo Senhor (é sempre Cristo quem
batiza, qualquer que seja o ministro humano do sacramento).
É necessário para a validade do Batismo que se diga «Eu te
batizo» ou palavras equivalentes, a fim de se indicar a relacáo da
SS. Trindade com a pessoa do neófito.
Requer-se agua natural (quente ou fría, benta ou nao), isto é,
materia a que se possa dar o nome de agua propriamente dita.

b) Sobro a fé e a intencáo do ministro do Batismo. Nao


é necessário que o ministro do Batismo professe a fé católica;
pode ser membro de outra denominagáo religiosa ou mesmo
ateu. Basta que tenha a intensáo de fazer «o que fazem os
cristáos». Donde se depreende que um ministro protestante,
embora difira dos católicos em seu Credo, pode conferir váli
damente o Batismo. A intengáo de fazer o que fazem os cris
táos pode ser tranquilamente pressuposta, a nao ser talvez em
algumas seitas modernas dissidentes do Protestantismo (Teste-
munhas de Jeová, Mórmons, Amigos do Homem), que já nao
professam nem mesmo o Cristianismo (cf. DE 13).

2. Nos casos em que, após as devidas investigagóes sobre


a colagáo do Batismo, persistírem dúvidas prudentes, tornar-
-se-á necessária a administragáo do Batismo sob condigáo.
O ministro católico entáo
conferirá o rito sob forma privada1
e terá o cuidado de explicar tanto as razóes por que assim
procede, como o significado désse Batismo condicional (cf.
DE 15).

3. Um irmáo separado que tenha nascido e haja sido bati-


zado fora da comunháo visível da Igreja, nao terá incorrido
em excomunháo. Por isto, ao ingressar na plena comunháo
da Igreja Católica, nao precisará de ser absolvido de exco
munháo nem de fazer abjuragáo da heresia; bastará que faga

1 É muito digno de nota éste trago : «.. .sob forma privada». Equi
vale ao reconhecimento de vínculos íraternais existentes entre os cató
licos e os demais cristáos, vínculos que é preciso encarecer, e nao
apagar aos olhos do público.

— 531 —
32 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967, qu. 3

urna profissáo de fé católica. Quanto aos fiéis católicos que


tiverem renegado culpávelmente a fé católica ou renunciado
á comunháo com a Igreja Católica, seráo absolvidos de exco-
munháo, conforme o can. 2.314, e faráo abjuragáo da heresia,
desde que, arrependidos, pegam reconciliagáo com a Santa Máe
Igreja.

Sao de grande importancia as normas do DE referentes ao re-


conhecimento do Batismo conferido fora da Igreja Católica. Revelam
compreensáo e simpatía da parte dos católicos em relacao a seus
irmaos em Cristo. Significam confianca e estima tais como nunca
haviam sido oficialmente expressas em semelhantes documentos an
teriores.
Após o Batismo, vinculo de base entre os cristáos, o DE considera
outro elemento de enorme valor para a causa da unidade, a saber:

3. Preces pela unidade

Diz o Decreto do Vaticano II sobre o Ecumenismo:

«A conversáo do coracao e a santidade de vida, juntamente com


as preces particulares e públicas pela unidade dos cristáos, devem
ser tidas como a alma de todo o movimento ecuménico e, com razáo,
podem ser chamadas 'ecumenismo espiritual'» (n* 8).

Tendo em vista estas verdades, o Diretório Ecuménico


recomenda com grande énfase que, além de oragóes particula
res, se fagam preces públicas em favor da unidade:
a) entre católicos. É principalmente por ocasiáo da cele-
bracáo da S. Missa, «o admirável sacramento que exprime e
realiza a unidade da Igreja», que se há de rezar por tal inten-
cáo: a oracáo dos fiéis ou as Ecténias, o formulario da Missa
«pela Unidade da Igreja» possibilitam a execucáo désse dever
. (cf. DE 23s);
b) entre católicos, protestantes e ortodoxos. O DE indica
as ocasióes mais apropriadas para tais preces :
a semana de 18 a 25 de Janeiro, ou seja, da festa da Cátedra de
S. Pedro á da Conversáo de Sao Paulo. Iniciada no século passado
entre os anglicanos, esta praxe se difundiu largamente, dando ótimos
frutos de aproximacáo ;
o periodo desde a Ascensao do Senhor até Pentecostés ;
os dias que precedem ou seguem a Epifánia, durante os quais
se comemora a mainifestagáo de Cristo ao mundo ;
a Quintafeira Santa, quando se comemora a instituicáo da Euca
ristía, sacramento da unidade e a oracSo do Senhor pela sua Igreja ;
a Sexta-feira Santa ou o dia da festa da Exaltacáo da Santa Cruz
(14 de setembro), em que se comemora o misterio da Cruz, pelo

— 532 —
DIRETÓRIO ECUMÉNICO 33

qual sSo .reunidos os íilhos de Deus dispersos ;


as solenidades pascáis, ñas quais todos os cristaos se associam
entre si ma alegría da Ressurreicáo do Senhor;
congressos e outros acontecimentos que tenham significacáo
ecuménica.

Continua o DE a falar sobre o mesmo tema em seus


números 33-37, dos quais salientamos os seguintes tópicos:

«33. É desejável que os católicos se unam em oracao com os


irmáos separados por qualquer tarefa na qual possam, e até devam,
cooperar entre si, por exemplo, no promover o bem da paz, a justica
social, a mutua caridade entre os homens, a dignidade da familia, etc.
A estas circunstancias podem ser equiparadas as varias ocasióes nas
quais ou urna nacáo ou urna comunidade quer comunitariamente agra
decer a Deus ou pedir seu auxilio, como, por exemplo, as iestas
nacionais, as calamidades e o lutos macionais, ou os dias comemo-
rativos dos que cairam pela patria. Esta oracáo comum é recomen
dada, enquanto possivel, também nas ocasióes de encontros de estu-
dos ou de atividades entre cristaos...

35. Forma da celebraba*»:


a) Seja preparada a celebracáo com a aprovacáo e colaboracáo
de todos os participantes que representan! as varias Igrejas ou Co
munidades. Estabelecam-se em conjunto, por exemplo, as pessoas que
devem intervir,... temas, cantos, trechos bíblicos, oracoes e coisas
semelhantes.
b) Durante tais celetaracóes, pódese usar qualquer leitura, ora
cáo ou canto que exprima para todos os cristaos algo de comum
no tocante á íé ou á vida espiritual. Convém enfim que Jiaja urna
exortacao, alocucáo ou meditagao bíblica, inspirada pela comum ade-
sao á heranca crista e apta a conduzir a urna reciproca compreensáo,
favorecendo a unidade entre os cristaos.
c) 3S desejável que tais celebrac5es feitas tanto entre os católicos
como em conjunto com os irmaos separados sejam conformes ao tipo
da 'oracáo comunitaria', segundo as novas diretrizes do movimento
litúrgico...
d) Na preparacáo das oracoes a serem íeitas em algum templo
da Igreja oriental, terse-á em conta que a forma litúrgica em uso
entre os orientáis é particularmente adaptada á oracáo impetrativa.
Levem-se, pois, em conta as observancias litúrgicas dessa Igreja.

36. Lugar da celebrafáo :


a) Devese escolher um lugar ao agrado de todos os participan
tes. Cuide-se de que seja cheio de dignidade e apto para favorecer
o sentimento religioso.
b) Embora a igreja ou o templo seja o lugar no qual normal
mente cada comunidade celebra sua própria liturgia, nada impede
que, por necessidades particulares e com a permissáo do Ordinario
do lugar, tais celebracSes comuns sejam feitas no templo de urna
ou outra comunidade; isso poderia ser mesmo oportuno em circuns
tancias particulares.

— 533 —
34 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967, qu. 3

c) Quando a oracáo comum f6r feita com os irmáos orientáis


separados, tenha-se presente que éles consideram a igreja como o
lugar mais adaptado á oracáo pública».

Certos atos de culto merecem atencáo especial, pois néles


se celebram ritos como a santa Ceia do Senhor ou os Sacra
mentos. — Faz-se entáo o que se chama

4. A comunháo em bens espirituais

Quando se trata apenas de realizar preces entre católicos e outros


cristáos, nao há grande dificuldade em aproximar os irmaos sepa
rados : basta que as fórmulas de oracóes, leituras e cánticos sejam
condizentes com as creneas dos diversos membros da assembléia.
Por conseguinte, desde que tais textos nao ofendam a reta fe, a
S. Igreja nao sómente nao se op6e, mas, como foi dito, deseja arden-
temente que se fagam as referidas reunióes de oracáo.

Em se tratando, porém, da celebracáo de ritos (como, por


exemplo, a Ceia eucaristica), a situagáo é diversa: todo rito,
sendo um sinal ou símbolo, supóe e manifesta indiretamente
determinadas crencas religiosas; estas nao sao explícita, mas
implícitamente, professadas pelo rito. Por isto nao se pode
compreender que os cristáos separados realizem comunitaria
mente todo e qualquer rito ou ato de culto. Visto que professam
credos diferentes, é preciso que nao participem dos ritos que
impliquem em contradicho á sua respectiva fé; caso participem
de tais atos, renegaráo o seu Credo; professaráo por suas
atitudes o contrario do que pretendem conservar em sua mente.
Por conseguinte, a coeréncia do homem consigo mesmo pede
a discriminagáo de ritos sobre os quais as crencas divergem.

Assim, por exemplo, os cristáos que admitem a real presenca


de Cristo na S. Eucaristía, nao podem (sem se contradizer ou sem
abjurar implícitamente a sua fé) participar da Eucaristía de urna
comunidade que nao admita a real presenca eucaristica ; e vice-versa.

Ainda no tocante as celebracóes de culto, outro elemento


é de grande importancia : á diferenga do que se dá entre os
protestantes, a sucessáo apostólica nunca se interrompeu entre
os ortodoxos orientáis, o que quer dizer : os ortodoxos tém
bispos que sao auténticos sucessores dos Apostólos. Donde se
segué, entre outras coisas, que os sacramentos e, em particular,
os da Ordem e da Eucaristía, sao entre éles válidamente confe
ridos; a S. Missa que celebram, é verdaderamente o sacrificio
de Cristo (infelizmente perpetuado fora da comunháo plena
com a Igreja).

— 534 —
DIRETÚRIO ECUMÉNICO 35

Tais consideracóes explicam que o DE dedique dois ítens


distintos á comunháo em bens sagrados dos católicos com os
ortodoxos e com os protestantes.

1) Comunháo com os orientáis ortodoxos

1. Visto que os ortodoxos separados possuem válida


mente o sacerdocio e os sacramentos, nao sómente é possível,
mas, por vézes, desejável e recomendável que entre éles e os
católicos haja certa comunháo no uso dos sacramentos (cf.
DE 39).

2. Os pastares de almas cuidaráo de Instruir zelozamente os seus


fiéis sobre tal materia, a íim de que se lhes torne claro o modo de
proceder a essa intercomunhao (cf. DE 40). As normas emanadas
dos bispos sobre tal assunto seráo observadas com prudencia, a fim
de que a verdadeira fé nao sofra detrimento nem perigo de confusao
(cf. DE 41).

3. No tocante aos sacramentos da Penitencia, da Eucaristía e


da Uncáo dos Enfermos, é muito oportuno que as autoridades católicas
so admitain a intercomunhao entre fiéis católicos e ortodoxos depols
de haverem consultado as competentes autoridades orientáis separadas
(ao menos locáis ; cf. DE 42).

4. As autoridades católicas, ao concederem a seus


fiéis a faculdade de participar dos sacramentos dos ortodoxos,
empenhar-se-áo para que haja reciprocidade, isto é, seja facul
tada aos fiéis ortodoxos a participacáo nos sacramentos dos
católicos (cf. DE 43).

5. Como motivos para que se dé intercomunhao nos


sacramentos, indicam-se os seguintes :

a) casos de necessidade (perigo ou ortigo de morte),

b) lmpossibllidade (moral ou material) de receber os sacramen


tos na própria Igreja durante um tempo notável. — Por conseguinte,
um católico que, por motivo de viagem ou de doenc.a protraidas, nao
se possa encontrar com um sacerdote católico por longo espago de
tempo, poderá ter o direito de pedir os sacramentos a um presbítero
oriental separado. E vice-versa (cf. DE 44).

Éste motivo de <impossibilidade» é reconhecido pelo DE 46 de


modo especial em se tratando do sacramento da Penitencia:
«46. Os orientáis que o desejarem espontáneamente, poderSo
confessar-se a um padre católico, quando nao dispuserem de confes-
sor da própria Igreja. Em circunstancias idénticas, é permitido aos
católicos dirigir-se a confessores de urna Igreja Oriental separada
da Sé Apostólica Romana. Observe-se também neste ponto urna regí-

— 535 —
36 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967, qu. 3

tima reciproddade. Cuide-se, no entanto, de um lado e de outro,


de nao dar origem a suspeita de proselitismo».

Por «proselitismo» entende-se no texto ácima a tentativa de íazer


que as pessoas mudem de coníissao religiosa, empregando-se recursos
pouco honestos, como exploracao da ignorancia ou da pobreza res
pectivas.

6. Os fiéis católicos poderáo assistir ao culto litúrgico


dos orientáis separados por motivos simplesmente ocasionáis
(desempenho de um cargo ou oficio público, parentesco, ami-
zade, desejo de melhor conhecer...). Ser-lhes-á facultado
entáo tomar parte ñas respostas, nos hinos e gestos comuns
da Igreja de que sao hospedes; poderáo até mesmo exercer a
funcáo de leitores no culto. Todavía só lhes será lícito ai recebr
a Comunháo eucarística se

para tanto tiverem o consentimento das respectivas autoridades


católicas,
nao puderem receber a S. Comunháo numa igreja católica.

As mesmas normas se aplicam aos ortodoxos que partí-


dpem dos atos de culto católico (cf. DE 50).

7. Os católicos que, pelos motivos ocasionáis ácima, par-


ticiparem da S. ÜVIissa dos orientáis em domingo ou festa de
preceito, nao precisaráo de assistir a outra Missa em igreja
católica. É mesmo para desejar que os católicos, impedidos
de freqüentar a S. Missa num templo católico em dia de preceito,
o facam, se possível, numa igreja oriental ortodoxa (cf. DE 47).

8. É licito admitir, por justo motivo, um fiel oriental como


padrinho (ou nvadrinha) juntamente com o padrinho (ou a madrinha)
católica no Batismo de urna crianca ou de um adulto católico, desde
que se providencie a educacáo católica do batizado e conste a idonel-
dade do referido padrinho.
Também ao fiel católico, se solicitado, seja licito servir de pa
drinho no Batismo conferido na Igreja Oriental.
Em tais casos, a obrigacao de prover á educacáo crista da crianca
incumbe primeiramente ao padrinho ou á madrinha que é fiel da
Igreja na qual a crianca foi batizada (cf. DE 48).

9. Na celebracáo do matrimonio católico, é lícito admitir


como paraninfos ou testemunhas os irmáos ortodoxos separados,
Também é permitido ao fiel católico servir de testemunha
nos casamentos devidamente celebrados entre os orientáis se
parados (cf. DE 49).

10. É recomendável que o uso dos edificios católicos, cemitérios


ou templos, oom as alfaias necessárias, seja cedido, com a permissáo

— 536 —
DIRETÓRIO ECUMÉNICO 37

do Ordinario do lugar, aos sacerdotes ou as comunidades dos orientáis


separados para seus ritos religiosos, se o pedirem, quamdo lhes faltar
o local em que se possam realizar de maneira conveniente e digna
suas sagradas celeb.rac.6es (cf. DE 52).

11. Cuidem os Diretores de escolas e institulcdes católicas de


que se dé aos ministros orientáis separados a possibilidade de traze-
rem ajuda espiritual e sacramental a seus íiéis que íreqüentam os
institutos católicos. Tal ajuda, conforme as situacSes e com a per-
missSo do Ordinario do lugar, pódese dar também nos edificios cató
licos, nao excluindo o templo (cf. DE 53).

12. Em hospitais e outras instituicSes semelhantes, dirigidas por


católicos, devem os responsáveis comunicar a tempo ao sacerdote da
Igreja Oriental separada a presenca de fiéis de sua Igreja; conceda-se
a éste a íaculdade de visitar os doentes e também a possibilidade de
lhes administrar os sacramentos com dignidade e respeito (cf. DE 54).

2) Comunháo em agoes sagradas com os outros irmaos


separados

Trata-se agora de cristáos que nao possuem a mesma


fé que os católicos no tocante aos sacramentos em geral e á
Eucaristía de modo particular. Sao os protestantes ou evan
gélicos. Como se compreende, as divergencias na fé constituem
um empecilho natural para que se unam aos católicos em
certos ritos sacramentáis.

Como quer que seja, o DE reconhece as seguintes possibili-


dades de aproximagáo :

1. Em perigo de morte ou em caso de urgente necessi-


dade (perseguigáo, cárcere), os sacramentos poderáo ser admi
nistrados a um cristáo separado da Igreja Católica, desde que

ele nao se possa dirigir a um ministro de sua comunháo,


espontáneamente pe¿a os sacramentos a um sacerdote católico,
exprima urna fé conforme á da Igreja no tocante a ésses sacra
mentos (basta que declare de maneira geral aceitar o que a Igreja
professa a tal respeito),
e esteja bem disposto, isto é, movido por reta intencao, desejoso
de se unir a Cristo e salvar a sua alma.

O Bispo local ou as Conferencias Episcopais poderáo de


terminar casos semelhantes em que seja licito administrar
os sacramentos católicos a irmáos protestantes.

A um católico colocado ñas mesmas circunstancias nao


será lícito pedir os sacramentos senáo a um ministro válida
mente ordenado, isto é, a um padre católico ou ortodoxo (cf.
DE 55).
38 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967, qu. 3

Éste dispositivo (n* 55) é assaz inovador na legislacao da Igreja


Católica, mas muito compreensível: se um protestante pede os sa
cramentos católicos no intuito de se unir a Cristo e, ao mesmo tempo,
professa crer no que os católicos créem a respeito dos sacramentos,
preenche as condicóes para receber o que pede; pode ser considerado
católico, pois a profissao de fé nos sacramentos é implícitamente
profissao de fé na Igreja Católica.
O católico, porém, que pedisse os sacramentos (a S. Comunháo,
par exemplo) a um ministro evangélico, dirigir-se-ia a alguém que
nao possui o sacerdocio ministerial (condifáo esta indispensável para
consagrar a Eucaristía). É sómente no Catolicismo e na Ortodoxia
oriental que se encontram o sacramento da Ordem e, por conse-
guinte, os da Penitencia, da Eucaristía e da Uincáo dos Enfermos.

2. Durante a celebracao da Eucaristía, nao se deve per


mitir que um fiel protestante desempenhe o papel de leitor
da S. Escritura ou de pregador. O mesmo s& diga de um
católico na celebragáo da Santa Ceia ou do principal culto
litúrgico da Palavra em uso entre os nossos irmáos separados.
Em outras fungóes, pode ser permitido o exercício de urna
dessas atividades mediante a autorizagáo do Bispo local e o
consentimento da autoridade competente da outra comunidade
(cf. DE 56).

3. Os irmáos evangélicos niío podem ser padrinhos de BaÜsmo


ou Crisma de um fiel católico, pois o padrinho, no sentido católico,
é sempre um representante da comunidade de fé a que pertence o
batizamdo ou o crismando; além disto, todo padrinho se obliga a
garantir a educacáo da fé católica do neófito (tarefa esta que nao
se pode exigir de um irmáo protestante).
Reciprocamente, e pelo mesmo motivo, um católico nao pode ser
padrinho de um neófito protestante.
Permite-se, porém, que, ao lado de um padrinho (ou urna madri-
nha) católico, seja admitido como testemunha (e nao como padrinho)
de Batismo católico um irmáo pertencente a outra comunidade crista.
Motivos de parentesco ou amizade justifican! tal concessao.
Em circunstancias semelhantes, pode um católico desempenhar
o mesmo papel para com um memoro de comunidade separada.
Em tais casos, a obrigacáo de cuidar da éducacáo crista incumbe
ao padrinho ou á madrinha da Igreja ou da comunidade eclesial em
que a enanca é balizada.
Cuidem os pastores de instruir os fiéis sobre os motivos evan
gélicos e ecuménicos desta norma, a fim de se evitarem malquerencas
e interpretacoes erróneas (cf. DE 57).

4. Na celebragáo do matrimonio católico, permite-se que


nossos irmáos separados tenham o papel de testemunhas oficiáis;
o mesmo deve dizer-se de um católico num matrimonio cele
brado regularmente entre os irmáos separados (cf. DE 58).

— 538 —
GENOCIDIO 39

5. Pode ser permitida a presenca ocasional de catóUcos no culto


litúrgico dos irmáos separados, havendo justa causa, isto é, em razáo
de um oficio ou cargo público, parentesco, amizade ou desejo de
melhor conhecer, ou por ocasiáo de urna reuniáo ecuménica. Nestes
casos, ressalvado o que ácima se disse, nao é proibido aos católicos
tomar parto ñas respostas, hinos e gestos comuns da comunidade da
qual sao como que hospedes, contante que nao contradigam á fe
católica. Viceversa, tudo isto vale quanto ao modo de presenca dos
irmáos separados ñas celebracóes realizadas ñas igrejas católicas,
excluindo-se, porém, a participacáo dos mesmos na ComunhSo euca-
rtstica (cf. DE 59).

6. Se íaltarem aos irmáos separados locáis para celebrarem de


manelra conveniente e digna as suas cerimónias religiosas, pode o
Ordinario do lugar conceder o uso de um edificio católico, de um
cemltcrio ou de um templo (el. DE 61).
7. Os Diretores de escolas e institutos católicos cuidem de dar
possibilidade aos ministros de outras Comunidades de prestarem assis-
téncia espiritual e sacramental aos fiéis que freqtientam tais mstltui-
eñes católicas. Essa assisténcia, conforme as circunstancias, podera
ser prestada no interior do próprio edificio católico (cf. DE 62).
8. Em hospitais e outras instituicSes semelhantes, dirigidas por
catóUcos, devem os responsáveis comunicar a tempo aos ministros das
Comunidades separadas a presenca de fiéis de sua Igreja. Dé-selhes
a faculdade de visitarem os doentes e também de lhes prestarem
assisténcia (cf. DE 63).
Os ns. 61-63 corresponden! fielmente aos ns. 52-54 referentes as
relacóes entre católicos e ortodoxos.

O Diretório Ecuménico assim concebido deve merecer a


estima de todos os fiéis católicos, que o procuraráo p6r em práti-
ca na medida em que ele os interpela. Lembrar-se-áo todos,
porém, de que só poderá haver auténtica uniáo na base da
verdade e longe de todo relativismo doutrinário.

IV. MORAL E DIREITO

FRANCISCO (Pouso Alegre) :

4) «De vez em quando fala-se da captura de carrascos


que exterminaran! judeus, poloneses, cristáos, comunistas...
Sao ditos réus de genocidio. Que é isso ? Como o Direito
e a consciéncia moral julgam o genocidio ?»

A palavra «genocidio» vem de genus, raga, estirpe, e caede-


re, matar, em latim. Designa as medidas violentas tomadas para

— 539 —
40 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967. qu. 4

destruir determinado grupo humano, por motivos nacionalistas,


étnicos, raciais ou religiosos.
Abaixo analisaremos o conceito exato de genocidio; per-
correremos o histórico dos feitos de tal género e, por fim,
proporemos o juizo que o Direito e a consciéncia preferem
sobre o genocidio.

1. O conceito

O genocidio comegou a ser considerado como delito espe


cífico após a guerra mundial de 1939-1945.

A vista dos numerosos delitos recém-cometidos, no dia 8 de


agosto de 1945 criou-se em Londres um Tribunal Militar Internacional
(International Mllitaxy Tribunal), constituido pela Franca, a Ingla
terra, a Rússia e os Estados Unidos da América. Ésse júri elaborou
um Estatuto, que no seu artigo Ga enumerava urna serie de crimes
ditos «de lesa-luunanldade» : assassinio, exterminio, reducáo á escra-
vidSo, deportacao, atos crueis contra populacóes civis, perseguigóes
políticas, raciais, religiosas. No artigo b eram enunciados os crimes
de guerra: violacáo das leis e dos costumes de guerra, assassinio,
pcrversidade, deportacáo e trabalhos forcados, mau trato e exter
minio de prisioneiros, execucáo dos réfens, saque de bens particulares
e públicas, destruicao de cidades e aldeias alheias a interésses mili
tares ...

Poucos meses depois instalou-se em Nürenberg (Alcmanha)


o famoso processo contra os delituosos de guerra, processo
que durou de 14 de novembro de 1945 a 30 de setembro de
1946. Visava tres tipos de faltas : os crimes contra a paz
(maquinacáo, preparado e realizagáo de guerras que se opo-
nham a tratados ou garantías internacionais), os crimes de
guerra, assim como os delitos de lesa-humanidade.

Por fim, a Assembléia Geral das Nacóes Unidas, aos 9


de dezembro de 1948, aprovou a definigáo jurídica de geno
cidio assim concebida:

«Por genocidio entcnde-se um dos atos, seguintes, cfoluados com


a intencáo de destruir inteira ou parcialmente um grupo nacional,
étnico, racial ou religioso :

a) matar os membros de tal grupo ;


b) causar danos mataríais ou mentáis aos membros do grupo ;
c) infligir arbitrariamente a ésse grupo tais condicSes de vida
que o levem á sua destruieáo inteira ou parcial;
d) impor medidas destinadas a impedir os nascimentos em tal
grupo ;
GENOCIDIO 41

e) transferir, pelo recurso a violencia, criancas de um grupo para


outro grupo».

(Texto elaborado numa previa Convencüo sobre o genocidio,


art. 2).

Tais géneros de delitos, assim focalizados pelo Direito inter


nacional, infelizmente nao sao algo de novo na historia do
género humano. O que há de novo, é apenas a tentativa de
reprimi-los.
É o que se poderá depreender das consideragóes que se
seguem.

2. Esbóco histórico

O exterminio de tribos ou populagóes inteiras era usual


entre os antigos orientáis. Quando praticado após urna cam-
panha bélica, era entre os semitas chamado «herém» (= aná-
thema, em grego).

Os antigos julgavam que as guerras de um povo envolviam senv


pre a honra do deus ou dos deuses désse povo: urna derrota era
tida como motivo de escarnio para a Divindade da nacáo derrotada,
ao passo que as Vitorias eram consideradas como triunfos da Di
vindade. Por cons&guinte, quando um exército vencía determinada
batalha, julgava que devia imolar aos seus deuses tanto os homens
como os haveres materiais da íaccao vencida; procedía ao exterminio
total de pessoas (homens, mulheres e criancas), cidades, animáis e
demais posses da nacáo subjugada; íelizes aqueles que, derrotados
na guerra, fóssem apenas despojados de seus bens e reduzidos á
escravidáo !

1) A Sagrada Escritura atesta que o próprio povo de


Israel adotou tal procedimento, já que era comum entre as
respectivas nagóes vizinhas. O Senhor Deus nao quis mudar
bruscamente a mentalidade rude e os costumes do povo hebreu.
— Deve-se mesmo dizer que o herém era necessário para que
os israelitas, com os seus condicionamentos humanos, desem-
penhassem a sua missáo religiosa neste mundo. Com efeito,
Israel era o depositario da verdadeira fé ou do monoteísmo
em meio a um mundo idólatra. Acontecía, porém, que, quando
os israelitas conviviam com tribos pagas subjugadas na guerra,
fácilmente adotavam crengas e costumes religiosos politeístas;
em conseqüéncia, era necessário que a legislagáo dos hebreus
apelasse para o herém e o sancionasse, a fim de se precaverem
danos religiosos (a fidelidade dos filhos de Abraáo ao verda-

— 541 —
42 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967. qu. 4

deiro Deus era, na historia, um valor insubstituível, que nao


podia ficar exposto a riscos).
É o que explica textos como

Dt 20, 16-18 : «Quanto ás cidades dos povos que o Senhor teu


Deus te há de dar como heranca, nelas nao deixarás a vida a indi
viduo nenhum que respire. Entregaras ésses povos ao anatema: os
heteus, os amorreus, os cananeus, os íerezeus, os heveus e os
jebuseus, como o Senhor teu Deus te mandou, a fim de que nao
vos enslnem a imitar todas ¡as abomimacóes que éles cometem para
com os seus deuses e nao pequéis contra o Senhor vosso Deus».

Dt 13, 1217: -Se ouvires dizer cm urna das cidades que o


Senhor teu Deus te deu para tua habitacáo: 'Algurns malvados saí-
ram do meio de vos e seduziram os habitantes de sua cidade, dizendo:
Vamos servir a outros deuses — deuses que vos nao conheceis —',
tu farás um inquérito, buscarás e tomarás serias informaedes. Se fór
verdade o que se disse, se se verificar que urna tal abominacáo foi
realmente cometida no meio de vos, farás passar ao fio da espada
os habitantes dessa cidade, juntamente com o seu gado, e a votarás
ao anatema, com tudo que nela se encontrar. Juntarás em seguida
no meio da praca todo o seu espolio, e queimá-lo-ás juntamente com
a cidade em honra do Senhor teu Deus ; ela será para sempre um
montáo de ruinas que nao se reconstruirá mais. Nao retenha a tua
mao coisa alguma do que tiver sido votado ao anatema para que o
Senhor aplaque o ardor de sua cólera, e use de piedade e misericordia
para contigo, e te multiplique, como Ele jurou a teus pais».

2) Fora de Israel, o herém (ou genocidio, segundo o


estilo antigo) era praticado

pelos egipcios: sob a XVIII dinastía tebana, ou precisa


mente sob Tutmosis ni (1502-1448), tornaram-se famosas as
deportacóes de inteiras populacóes rebeldes* como as tribus
dos jacobitas, dos josefitas e dos yehuditas.

Mais tarde, sob Ramsés II (1301-1234), os israelitas foram con


denados a trabalhos forcados e maus tratos ; o monarca deu ordens
ás parteiras do Egito para que fizessem perecer os meninos israelitas
recémmascidos e conservassem apenas as meninas (cf. Éx 1,1-22);

pelos assírios: sob Teglat-falasar (745-727 a. C), os mo


narcas adotavam o costume de transportar de urna regiáo
para outra as populagóes vencidas.

Foi o que se deu com os israelitas derrotados e exilados para a


Assíria em 722, para a Babilonia em 606, 598 e 587.

Senaqueribe, rei da Assíria, mandou dizer a Ezequias, rei de


Judá (716-687) :
«Ouviste contar como os reis da Assiria trataram todos os países
e como os devastaram ; só tu, pois, haverias de escapar ?» (2 Rs 19,
11; cf. Is 37, 11).

— 542 —
GENOCIDIO 43

pelos persas: o livro bíblico de Ester relata que, possivel-


mente no séc. V a. C, o rei Xerxes mandou fóssem extermi
nados «todos os judeus, jovens, velhos, crianzas e mulheres
num só dia, isto é, aos treze do duodécimo mes que se chama
Adar, e se entregassem ao saque os seus despojos» (Est 3,13);

pelos gregos: Filipe da Macedónia, em 349 a. C, lutando


contra Atenas e Olinto, destruiu trinta e duas cidades e trans-
portou seus habitantes para a Macedónia.

Quando a cidade de Tebas (Egito) foi destruida por Alexandre


Magno, trinta mil de seus habitantes foram vendidos em represalia;

pelos romanos: em 70 a. C, Jerusalém foi destruida por


Tito, sendo os judeus obrigados e se dispersar pelo mundo.

SSo notorias as perseguigñes que o Imperio Romano iniligiu


aos cristáos até o ano de 313;

pelos germanos: a respeito dos quais atesta o historiador


romano Tácito:

«A guerra foi feliz para os Hermunduros, mas mortal para os


Catos, pois os vencedores dévotaram a Marte e Mercurio o acampa
mento tnimigo, voto éste em virtude do qual sao entregues ao exter
minio cávalos, homens e tudo que pertence aos vencidos» (Anais
13, 57).

3) Após a queda do Imperio Romano, tendo-se a civi-


lizagáo constituido sobre bases cristas, abrandaram-se os cos-
tumes de guerra.

í; de notar, porém, que em 782 Carlos Magno, rei dos Francos,


mandou matar violentamente 4.500 saxóes, que se haviam revoltado.
Contudo o Papa Adriano leo monge Alcuíno, ministro do reí, pro-
testaram altamente contra o morticinio, que nao se podia justificar
nem mesmo a título de combater a idolatría e o paganismo.

Nos séc. XII/XIV registraram-se na Europa fortes invec


tivas contra os judeus, devidas, em grande parte, ao fanatismo
do povo simples.

Entre outros fatos, pode-se mencionar o seguinte: de 1347 e 1350


a peste negra assolou diversas regiOes da Europa. A vista disso, mul-
tidSes alucinadas se puseram ao encalco dos judeus, agredindo-os e
matando-os, como se fóssem os culpados da calamidade. Cíente disso,
o Papa Clemente VI em 1348 condenou tais atos, lembrando que tam-
bém os judeus calam vitimas da peste e que esta devastava mesmo
as regifies em que nao habitavam israelitas ; o Pontífice censurou

— 543 —
44 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967. qu. 4

severamente «quem quer que ousasse íerir, matar ou despojar de


seus bens os judeus».

4) A partir de fins do séc. XV, registrou-se o tráfego


de escravos trazidos da África para regióes da Europa e da
América.

Logo que se iniciou a importacüo de escravos para a Europa,


o Papa Pió II, em 1462, denunciou a escravatura como «magnum
scelus» (grave crime) e mandou aos bispos, infligissem censuras
eclesiásticas a quem a praticasse.

Ulteriores indicacoes sobre a escravatura e a Igreja encontram-se


em «P. R.» 22/1959, qu. 5.

Consideremos agora a atitude dos juristas modernos diante


dos crimes de genocidio.

3. Medidas renressivas

Há quem queira explicar a prática do genocidio na anti-


güidade, levando em conta os seguintes fatóres:

a) Nao havia direito internacional. Na falta de códigos de


guerra e leis colbitivas, os homens antigos (cuja educacáo e cultura
eram assaz rudes) se entregavam fácilmente a desmandos militares;
b) toda guerra acarreta consigo os flagelos da fome e da
peste. Ora nao existiam amigamente os recursos de agricultura e
medicina necessários para afastar tais calamidades. Entende-se, entüo,
que o exterminio de populacóes vencidas tenha sido, de certo modo,
considerado como solucáo para os flagelos ;
c) sendo relativamente restrita a área de térra outrora habitada,
fácilmente as populagóes debeladas em determinada regiáo e dai
expulsas, ,reorganizavam-se e voltavam a atacar os vencedores em
outro de seus territorios. Daí o plano furioso de eliminar definitiva
mente os adversarios ;

d) as concepcóes religiosas dos antigos incutiam a prática do


herém, como já foi atrás notado.

Ésses quatro fatóres talvez justificassem aos olhos dos


homens pré-cristáos os atos de genocidio. Deram origem a
costumes bélicos e a outras práticas crueis que se inveteraram
(em grau mitigado, sem dúvida) até o século passado. Nao
foi fácil ao género humano libertar-se de tais hábitos, que
numa visáo objetiva da realidade merecem total reprovacáo.
í*oi sómente no séc. XIX que no setor do Direito inter
nacional os homens comec.aram a tomar medidas repressivas
contra certos tipos de genocidio.

— 544 —
GENOCIDIO 45

A primeira manifestaeáo désse género deve-se ao Con-


gresso Internacional de Viena (1815), em que os estadistas
da Inglaterra, da Austria, da Franca, de Portugal, da Prússia,
da Espanha, da Rússia e da Suécia assinaram solene protesto
contra o tráfego de africanos, ocasionando assim o declinio
da escravatura nos países colonialistas.

Seguiram-se declaracSes de nacSes européias em defesa de po


pulares oprimidas pelao Imperio Otomano na Grecia (1827), na Siria
e Jio Libano (1860).
O Tratado de Berlim em 1878 promulgava um código que tute-
lava os grupos minoritarios, assegurando-lhes plenos direitos civis e
políticos assim como liberdade de culto.

Depois da guerra de 1914-18, a Sociedade das Nagóes


entrou em acordos com a Polonia e outros países que acabavam
de estender suas fronteiras territoriais, nelas incluindo povos
de nacionalidade diversa e crenga religiosa própria; tais trata
dos visavam garantir o respeito aos direitos dessas minorías.

Note-se também que, após o confuto de 1914-18, os estadistas in


gleses e americanos íizeram incluir no Tratado de Versalhes urna
cláusula que atribuía penalidades pessoais ao Imperador («Kaiser»)
e- aos principáis governantes da nacáo alema (séc. VII, art. 227).
Tais sancóes nao foram aplicadas.

Ficaram sem apelo diversos crimes de lesa humanidade,


entre os quais

o morticinio praticado pelos turcos contra os armenios em 1915-18;

as deportacdes e os campos de concentragáo da guerra de 1914-18;

o exterminio de prisioneiros, particularmente da Armenia, come


tido pelos russos em 1927.

A estes males sobrevieram os crimes acarretados pelo conílito


internacional de 1939-45: luta de morte aos judeus ; táticas de re
presalia contra homens e mulheres inocentes, por motivos étnicos
ou religiosos, fazendo-se ampio uso de campos de concentracáo, re
quintada tortura e cámaras de gas asfixiante.

Táo graves injustigas, portadoras de profundos sofrimen-


tos, mereceram detida atengáo dos juristas e do mundo logo
após o armisticio de 1945. Finalmente em 1948, o genocidio
(definido nos termos transcritos á pág. 540 déste fascículo)
foi pela Assembléia das Nagóes Unidas declarado delito a ser
julgado na base do Direito internacional por tribunal próprio.

Eis os principáis artigos da Convengáo sobre o genocidio,


aprovada aos 9 de dezembro pela Assembléia da ONU, tendo

— 545 —
46 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967, qu. 4

55 votos favoráveis, nenhum contrario, e estando tres dele-


gacóes ausentes :

«As partes contraentes,


considerando que
a Assembléia Geral das Nacoes Unidas, em resolucáo datada
de 11 de dezembro de 1946, declarou que o genocidio é um delito aíe-
tado ao Direito internacional, é contrario ao espirito e aos objetivos
das Nacoes Unidas e é condenado pelo mundo civil;
reconhecendo que em todas as épocas da historia o genocidio
causou graves pardas á humanidade ;
convictas de que, para libertar a humanidade de semelhante fla
gelo, é necessária a cooperacáo internacional,
entraram em acordó sobre quanto se segué :
Art. 1. — As partes contraentes confirmam que o genocidio, quer
seja cometido em periodo de paz, quer em período de guerra, é
delito afetado ao Direito internacional, delito que as ditas partes
intencionam prevenir e punir.
Art. 2. — Em vista dos eíeitos da presente convencao, entende-se
por genocidio um dos atos seguintes, efetuados com a intencSo de
destruir inteira ou parcialmente um grupo nacional, étnico, racial
ou religioso:
a) matar os membros de tal grupo ;
b) causar danos materiais ou mentáis aos membros do grupo;
c) infligir arbitrariamente a ésse grupo tais condic&es de vida
que o levem á sua destruicáo inteira ou parcial;
d) impor medidas destinadas a impedir os nascimentos em tal
grupo;
e) transferir, pelo recurso á violencia, criancas de um grupo
para outro grupo.
Art. 3. — Seráo passíveis de punicáo os atos seguintes: a) geno
cidio ; b) acordó para cometer genocidio ; c) incitamento direto e
público a cometer genocidio; d) tentativa de cometer genocidio;
e) cumplicidade em genocidio.
Art. 4. — Aqueles que cometeram genocidio ou qualquer outro
ato enunciado no art. 3, seráo punidos, quer se trate de chefes
constitucionais .responsáveis, quer de funcionarios púhlicos ou par
ticulares.
Art. 5. — As partes contraentes intencionam tomar, de acordó
com as respectivas constituieSes, as medidas legislativas necessárias
para levar a efeito os termos da presente Convencao e, em particular,
estipular penas reais para os réus de genocidio ou de qualquer
ontro dos atos discriminados no art. 3.
Art. 6. Os acusados de genocidio ou de qualquer outro ato
enunciado no art. 3 deveráo ser julgados por um tribunal competente
do Estado em cujo territorio o ato tiver sido cometido, ou por um
tribunal penal internacional, que terá jurisdicáo em relacáo áquclas
das partes contraentes que tiverem aceito a jurisdicáo de tal tribunal.
Art. 7. O genocidio e os outros atos mencionados no artigo 3
nao seráo considerados delitos políticos no que se refere á extradicáo.
As partes contraentes se comprometem em tais casos a assegurar
a extradicáo, de acordó com as próprias leis e os tratados em vigor».

— 546 — •
GENOCÍDIO 47

A repressáo dos crimes de genocidio cometidos durante a guerra


de 1939-45 nao podía deixar de suscitar acalorados debates entre os
próprios juristas dos E.U.A., da Inglaterra e da Rússia, assim como
na opiniáo pública mundial. Havia quem maniíestasse o recelo de
praticar represalias injustas. Havia também os que apelavam para
o íato de que nao existiam até aquela época leis penáis contra o
genocidio ; ora, reza o principio de Direito : «Nullum crimen slne
praevia legre poenali», o que quer dizer: nao há crime sem previa lei
penal; é, pois, ilícito punir um ato nao previsto pela lei como
delito; nao pode haver leis penáis retroativas. As nac8es vitoriosas
que julgavam a Alemanha abatida, estavam isentas de toda e qual-
quer violagáo das leis de guerra? — Tenham-se em vista as bombas
de Nagasaki e Hiroshima...

Nao vem ao caso debater aqui esta questáo ; o assunto é men


cionado nestas páginas únicamente a titulo de ilustracao.

A repressáo do genicidio é, em principio, justa e necessária.


Agora que já existe urna legislac.áo adequada e minuciosa neste
setor, nao se poderá tergiversar diante dos crimes de lésa-
-humanidade. Contudo será preciso que os promotores de jus-
tiga e os juizes, em casos de genocidio, estejam atentos para
nao cair na rude lei do taliáo vigente entre os antigos («tal
delito material, tal pena correspondente»).

É o que o Santo Padre Pió XII houve por bem observar


no Natal de 1944, quando chegava a termo o segundo conflito
mundial de nosso sáculo :

«Ninguém, por certo, pensa em desarmar a justica frente aqueles


que aproveitaram da guerra para cometer verdadeiros e comproyados
delitos de Direito comum, aos quais as supostas necessidades militares
podiam, no máximo, oferecer um pretexto, nunca, porém, urna justi
ficativa. Mas, se a justica presumisse julgar e punir nao apenas indi
viduos, mas também inteiras comunidades, quem poderia nao ver em
tal procedimento urna semelhante violacSo das normas que presidem
a qualquer julgamento humano ?>

No Natal de 1945, voltava S. Santidade a dizer :

«Quem pode afirmar: 'Tenho a conscíéncia limpa, sou isento


de culpa ?' Dois pesos e duas medidas, ambos sao abomináveis a
Deus (cí. Prov 20, 9s)... Portanto quem exige a expiacao das culpas
mediante a justa punicáo dos criminosos por causa dos seus delitos,
deve cuidar zelosamente de nao cometer o que reprova nos outros,
como culpa e delito».

Estas observares seráo perenemente válidas.

— 547 —
48 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 96/1967

CORRESPONDENCIA MIÜDA
SEMINARISTA (Belo Horizonte): A resposta as suas perguntas
já está redimida ; devc sair em um dos próximos números de "P.R.".
MARCELINO (¡taquera), FABIO BARROS (Sao Paulo), RAÚL
DA SILVA (Florianópolis) : Lamentamos profundamente nao ter es-
pago neste fascículo para responder as suas perguntas. Poderiam en
viar-nos seus respectivos endereces para respostas individuáis ?

AO LEITOR

«PERGUNTE E RESPONDEREMOS» acaba do completar


o seu 11? ano de existencia, o nono de suas publicacoes. Cons
ciente disto, a Redacáo e a Administracáo da revista desejam
agradecer, em primeiro lugar, a Deus a graca de haver podido
trabalhar era prol da Verdade e da Vida. Agradecen! profunda
mente também aos assinantes, leitores e amigos da revista a
sua valiosa colaboracáo, com a qual esperam poder contar
sempre, mormente no que diz respeito a sugestoes e a difusáo
da revista.
O ano de 1967 foi o primeiro de urna nova fase de «P. R.».
Esforcamo-nos por enfrentar com lealdade as questoes mais
debatidas nos setores da Religiao © da Filosofía, procurando ser
muito abertos á mentalidade do homem de hoje. Ifodavia, assim
como procuramos nao adotar posicoes ultrapassadas, assim
também fizemos questáo de nao nos afastar do pensamento da
S. Igreja expresso por seus órgáos auténticos.
No intuito de servir melhor, tomamos agora a liberdade
de sugerir aos leitores tres perguntas:
1) Acha que «P. R.» está preenchendo a sua finalidade
de esclarecer as mentes e difundir válidas solugóes para os
problemas abordados ?
2) Que se poderia fazer para tornar «P. R.» mais inte-
ressante e útil aos leitores ?
3) Que mais tem a dizer-nos sobre a revista ? Quais os
seus desejos ?
Intencionamos entrar em diálogo construtivo com os
nossos leitores.
Gratissimos pelas respostas que fórem dirigidas á Redacáo
(Caixa Postal 2666, GB), desejamos a todos üm Natal muito
feliz e prospero Ano Novo !

D. Estéváo Bettencourt O. S. B.

— 548 —
A RADIO TUPI DA GUANABARA

apresenta os programas

«PERGUNTE E RESPONDEREMOS»

todos os domingos, das 6h 30min as 7h, na palavra de

D. Estéváo Bettencourt O. S. B.

«CONVERSA DE TRES MINUTOS»

de segunda a sexta-feira as 6 h 50 min, por

monges de Sao Bento da GB


NO PRÓXIMO NUMERO :

Liberdade Religiosa

Pode um ateu salvar-se ?

Existem arijos ?

A «desmitizacáo» da Biblia

«Liberdade sem médo»

«PERGUNTE E RESPONDEREMOS»

porte comum NCr$ 10,00


Assinatura anual
porte aéreo NCr$ 12,00

Número avulso de qualquer mes e ano NCr$ 1,00

Colecao encademada de 1957 a 1964 NCr$ 80,00

Índice Gerai de 1957 a 1964 NCr$ 7,00

Encíclica «Populorum Progressio» < NCr$ 0,50

A coleciio encademada de «P. R.» 1967 estará a venda a partir


de fevereiro de 1968.

Rogamos a todos efetuem seus pagamentos com a possível


brevidade.

BEDACAO ADMINISTRACAO

Bio de Janeiro (GB) Av. Rio Branco, 9, s/lll-A • ZC-05


ou B. Real Grandeza, 108 — Botafogo • ZC-02
Caixa Postal 2666 Tel.': 26-1822
Bio de Janeiro (GB)
ÍNDICE 1967

ERGUNTE
e

Responderemos
ÍNDICE 1967

(Os números á dircita indicam respectivamente fascículo, ano de edieáo.


questáo focalizada e página)

ÁCIDO LISÉRGICO S5/1967, qu. 1. p. 3.

ADÁO E EVA, um casal? 86/1967. qu. 2, p. 65;


96/1967, (|ll. 1, p. 50!).

ADAO, pai e sacerdote 96/1967, qu. 1, p. 507;


e pecado original S'5/1967. qu. 2, p. 56.

ADMINISTRACAO DO DINHEIRO EM
PROL DE NOBRES IDEÁIS 9-1/1967. qu. 4. p. 433.
ADULTERIO 86/1967, t¡u. 3. p. 73.

ALDOUS HUXLEY 85/1967, qu. 1, p. 3.


ALFABETIZACÁO (em «Populorum Pro
gressio») 91/1967, qu. 3. p. 296.
ALMA VEGETATIVA, SENSITIVA E IN
TELECTIVA S7/1967, qu. 1, p. 99.
ALSZEGHY (e doutrina do pecado origi
nal) 96/1967, qu. 1, p. 504;
88/1967, qu. 3, p. 167;

AMOR HUMANO E AMOR A CRISTO ... 88/1967, qu. 4, p. 176.


ANALOGÍA DA FÉ 95/1967, qu. 3, p. 481.
«ANGUSTIA DO SANTO ERARIO» .... 94/1967, qu. 4, p. 438.
ANJOS, natureza e queda dos S8/1967, qu. 2, p. 152;
95/1967, qu. 2. p. 461.

APÓCRIFOS 91/1967, qu. 2, p. 280.

APROXIMACÁO ECUMÉNICA, suas bases 96/1967. qu. 3, p. 528.

ÁRVORE DO FRUTO PROIBIDO 86/1967, qu. 2, p. 57.

ASCESE E ZEN-BUDISMO 80/1967, qu. 2, p. 241;


SACERDOTAL 94/1967, qu. 3, p. 427.

ASPECTO FÍSICO DE ADAO S6/1967, qu. 2, p. 66.

ASSISTÉNCIA AOS POVOS 91/1967, qu. 3, p. 297.


ATEÍSMO COMO POSTULADO DE BASE S2/1967, qu. 1. p. 326;
CONTEMPORÁNEO 92/1967, qu. 1. p. 321;
FENÓMENO PÓS-RELIGIOSO . S2/1967, qu. 1. p. 322;
92/1967, qu. 1, p. 324.

ATENÁGORAS I, Patriarca 95/1967. qu. 5, p. 488.

— 2 —
ATO BIOLÓGICO DE GERAR 96/1967, qu. 1, p. 508.

AUTORIDADE NA IGREJA 94/1967, qu. 6, p. 488.

AVERSAO AO MILAGRE 95/1967, qu. 3, p. 483.

BARBARA, Santa 94/1967, qu. 4, p. 434.


BATISMO 96/1967, qu. 3, p. 529.
«BEATLES» 86/1967, qu. 5, p. 83.
BENFEITORIAS DA SANTA SÉ 94/1967, qu.5, p. 444.
BENS NO PARAÍSO E MISERIAS
ATUAIS 86/1967, qu. 2, p. 62.
BENTO XIV (Papa> e fenómenos extraor
dinarios 87/1967, qu. 2, p. 106.
BIBLIA, lancamento da 91/1967, qu. 1, p. 278.
BILOCACAO DE TERESA NEUMANN .. 85/1967, qu. 6, p. 38.
BONDADE DE DEUS E SOFRIMENTO
DAS CRIANCAS 85/1967, qu. 4, p. 25.
BOUYER L. e Eucaristía 89/1967, qu. 4, p. 227.
BULTMANN E DESMITIZACAO 94/1967, qu. 4, p. 434.
BUDISMO 90/1967, qu. 1, p. 233

CABELUDOS 86/1967, qu. 5, p. 83.


CALCA E CAMISA, invencüo de 94/1967, qu. 1, p. 414.
CALVINO E MARÍA SS 93/1967, qu. 4, p. 406.
CAMPANHAS ANTI-RELIGIOSAS 92/1967, qu. 1, p. 332.
CANON DA BIBLIA 91/1967, qu. 1, p. 280.
CANONICIDADE DOS LIVROS BÍBLI
COS 92/1967, qu. 2, p. 341.
CANONIZACAO DOS SANTOS 94/1967, qu. 4, p. 429.
CARACTERÍSTICAS DA MENSAGEM DE
CRISTO 86/1967, qu. 3, p. 75;
DOS EMBUSTES DIABÓLICOS . 85/1967, qu. 6, p. 44.
CARDIOGNOSIA (conhecimento do inti
mo) em Teresa Naumann 85/1967, qu. 5, p. 37;
SOBRENATURAL 88/1967, qu. 3, p. 168.
CARIDADE UNIVERSAL 91/1967, qu. 3, p. 299.
CARMELO DE LIPA 87/1967, qu. 2. p. 107.

— 3 —
CARNE QUE MORRE E RESSUSCITA .. 93/1967, qu. 2, p. 383.
CARTA PASTORAL DO EPISCOPADO DA
AUSTRIA sobre assuntos bíblicos 93/1967, qu. 2, p. 385.
CASAMENTOS iMISTOS (nova legislacüo) 86/1967, qu. 1, p. 51;
■ 88/1967, qu. 4, p. 170.
«CASSAQOES DE SANTOS* 94/1967, qu. 4, p. 429.
CATÁLOGO BÍBLICO 91/1967, qu. 1, p. 280.
CATARINA DE ALEXANDRIA, Santa .. 94/1967, qu. 4, p. 435.

CATECISMO CATÓLICO DA FRANCA . 95/1967, qu. 2, p. 467.


CATECISMO HOLANDÉS 96/1967, <(u. 2, p. 515.

CAUCÓES DA IGREJA EM MATRIMO


NIOS MISTOS 88/1967, qu. 4, p. 175.
CAUSAS DO DIVORCIO 93/1967, qu. 3, p. 392.
CEIA DO SENHOR e Missa 89/1967. qu. 4, p. 217;
SAGRADA ou ato cíe culto 90/1967, qu. 5, p. 275.
CESAROPAPISMO 86/1967, qu. 3, p. 78.
CELEBRACÁO ECUMÉNICA 96/1967, qu. 3, p. 533.
CELIBATO DO CLERO S7/1967, qu. 3 e 5, p. 112 e
128;
94/1967, qu. 3, p. 419.
CERIMÓNIA RELIGIOSA DE CASA
MENTO 88/1967, qu. 4, p. 181.
CETICISMO EM RELACAO AO DEMONIO S8/1967, qu. 2, p. 125.
CHAVES, PODER DAS SO/1967, qu. 3, p. 255.
CIENCIA CONTEMPORÁNEA E PECADO
ORIGINAL 86/1967, qu. 2, p. 63;
E CULTURA DE ADAO 86/1967, qu. 2, p. 60.
CLERO, celibato do 87/1967, qu. 3 e 5, p. 112 e
128;
94/1967, qu. 3, p. 419.
CÓDIGO DE HAMURAPI 85/1967, qu. 2, p. 12.
COMISSOES ECUMÉNICAS DIOCESA
NAS, NACIONAIS E INTERNACIO-
NAIS 96/1967, qu. 3, p. 529.
COMUNHAO DOS SANTOS 90/1967, qu. 3, p. 254.
EM BENS ESPIRITUAIS
(ecumenismo) 96/1967, qu. 3, p. 534;
ENTREGUE ÑAS MAOS
DOS COMUNGANTES 96/1967, qu. 5, p. 270.
COMUTACOES DE PENITENCIAS 90/1967, qu. 3, p. 256.
CONCEITO DE PERFEICAO ESPIRI
TUAL 92/1967, qu. 4, p. 353;
DE DEUS 92/1967, qu. 1, p. 327;
DE RESPONSABILIDADE CO
LETIVA '. 96/1967, qu. 1, p. 506;
DE «SOBRENATURAL» 88/1967, qu. 3, p. 164.

— 4 —
CONCILIO VATICANO II e divorcio .... 86/1967, qu. 4, p. 83.
CONCILIOS ECUMÉNICOS NA ASIA
MENOR 95/1967, qu. 5, p. 490.

CONFISSAO DE LA ROCHELLE 94/1967, qu. 6, p. 451.


CONGRESSO INTERNACIONAL DE MO
RAL MÉDICA 86/1967, qu. 1, p. 49.

CONHECIMENTO DO MUNDO E CONHE-


CIMENTO DE DEUS 88/1967, qu. 3, p. 166.

CONSCIÉNCIA MORAL 87/1967, qu. 1, p. 103;


90/1967, corr. miúda, p. 276
PSICOLÓGICA 87/1967, qu. 1, p. 102.

CONTROLE DA NATALIDADE 96/1967, qu. 2, p. 525.


CONVERSAO DO CÓNJUGE NAO-CA
TÓLICO 88/1967, qu. 4, p. 180.

COORDENACAO DAS INICIATIVAS ECU


MÉNICAS 96/1967, qu. 3, p. 529.
1 COR 15, 18 93/1967, qu. 2, p. 381.
CORPO MÍSTICO DE CRISTO 95/1967, qu. 4, p. 484.
CRISE DO SENSO RELIGIOSO 92/1967, qu. 1, p. 327.
CRISTAOS DIVIDIDOS EM TRES BLO-
COS 96/1967, qu. 3, p. 528.
CRISTO, instaurados de nova ordem de
coisas 86/1967, qu. 2, p. 61;
o novo Adao 88/1967, qu. 3, p. 163.
CRITERIOS PARA DISCERNIR OS VER-
DADEIROS MILAGRES 87/1967, qu. 2, p. 106;
PARA DISTINGUIR SENTIDO
LITERAL E S. METAFÓRICO
DA BIBLIA 95/1967, qu. 3, p. 481.
CUERNAVACA 93/1967, qu. l,p. 365.
CULTO ECUMÉNICO 96/1967, qu. 3, p. 532.
CURA MILAGROSA DE JULIETA TAM-
BURINI 88/1967, qu. 1, p. 143.

DECRETO GELASIANO 91/1967, qu. 1, p. 281.


DELITOS DE LESA-HUMANIDADE 96/1967, qu. 4, p. 540.
DEMONIO, segundo S. Paulo e S. Joño 88/1967, qu. 2, p. 159;
será um anti-Deus? 95/1967, qu. 2, p. 465;
, verdade e lenda 95/1967, qu. 2, p 462.

DESEJO DE FELICIDADE 95/1967, qu. 1, p. 457.

— 5 —
DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DO HO-
MEM 91/1967, qu. 3, p. 292;
SOLIDARIO DO GÉNERO HU
MANO 91/1967, qu. 3, p. 297.

DESEQUILIBRIOS MATERIA1S E MO
RÁIS 91/1967, qu. 3, p. 301.
DESERCOES DOLOROSAS DE SACER
DOTES 94/1967, qu. 3, p. 424.

DESMITIZACAO i>l/l!X¡7, qu.2, p.285;


96/1967. qu.2, p. 524;

E RKSSURREICAO ¡J3/19G7, C|Li. 2, p. 375.

DESTRUICAO DA SUBSTANCIA DA FK 93/1ÍIC7, i|ii. 2, p. 38G.

DEUS E CRIACAO 85/1907, qu. 3, p. 2!.


PODERIA TER CRIADO MELHOR
ÉSTE MUNDO? 85'1967, qu. 3, p. 25.

DÉUTERO-ISAIAS 92/1967, qu. 2, p. 337.

DEVER DE SALVAR A VIDA E Mlv


DICO 86/1967, qu. 1, p. 50.
DIÁLISE ou depuracao do sangue 86/1967, qu. 1, p. 52.
«DIABO, FALENCIA DO» 95/1967. qu. 2, p. 461.
DÍAS APROPRIADOS PARA ORACOES
ENTRE CATÓLICOS, PROTESTANTES
E ORTODOXOS 96/1967, qu. 3, p. 532.
DÍAS GOMES 87/1967, qu. 6, p. 134.
DIFERENCA ENTRE JU1ZO PARTICU
LAR E JUIZO FINAL 87/1967, qu. 4, p. 122.
DIFICULDADES CONTRA A VIRGIN-
DADE DE MARÍA 95/1967, qu. 3, p. 431.
DINHEIRO E NOBRES IDEÁIS 94/1967, qu. 4, p. 443.
DIRETÓRIO ECUMÉNICO 96/1967, qu.3, p. 527.
DIVORCIO na Biblia 86/1967, qu. 3, p. 67;
entre os povos antigos 86/1967, qu. 3, p. 68;
entre os cristáos orientáis 86/1967, qu. 4, p. 80;
em sociedade pluralista 86/1967, qu. 4, p. 82;
e estatisticas 93/1967, qu. 3, p. 387;
livre uniáo e suicidio 93/1967, qu. 3 p. 391.

DOENCAS MORTAIS E MEDICINA MO


DERNA 86/1967, qu. 1, p. 52.
DOLET E INQUISICAO 88/1967, qu. 5, p. 183.
DOM DA VOCAQAO SACERDOTAL E DA
PERFEITA CASTIDADE 94/1967, qu. 3, p. 423.
DONS SOBRENATURAIS E PRETER-
NATURAIS 86/1967, qu. 2, p. 57.
96/1967, qu. 1, p.,501.

— C —
ECUMENISMO (Diretório) 96/1967, qu. 3, p. 527;
ESPIRITUAL 96/1967, qu. 3, p. 532.
EDUCACAO DE PESSOAS CEGAS,
SURDAS E MUDAS 95/1967, qu. 1, p. 455;
DA PROLE 88/1967, qu. 4, p. 171.
ELEICAO OU NOMEACAO DOS BIS-
POS? 92/1967, qu. 3, p. 341;
94/1967, qu. 6, p. 448.
ENCONTRÓ PAULO VI-ATENÁGORAS .. 95/1967, qu. 5, p; 492.
PODGORNY — PAULO VI .... 89/1967, qu. 5, p. 228.
EQÜIDADE ÑAS RELACOES COMER
CIÁIS 91/1967, qu. 3, p. 298.
ERARIO DO VATICANO 94/1967, qu. 5, p. 442.
ESBÓCO HISTÓRICO SOBRE ESCOLHA
DE BISPOS 92/1967, qu. 3, p. 342.
ESCASSEZ DO CLERO 94/1967, qu. 3, p. 423.
ESCOLAS CATÓLICAS 91/1967, qu. 5, p. 318.
ESCOLHA DOS APOSTÓLOS 90/1967, qu. 4, p. 264.
ESPERANCA TEOLOGAL 85/1967, corr. miúda, p. 47.
ESPfRITO,ALMA,CONSCIÉNCIA E PSI-
QUISMO 87/1967, qu. 1, p. 97.
ESPIRITO SANTO na redagáo dos Evan-
gelhos 91/1967, qu. 2, p. 288.
ESPIRITUAL E SOBRENATURAL (dife-
renca) 88/1967, qu. 3, p. 167.
ESPÓRTULA DE MISSA 94/1967, corr. miúda, p. 452.
ESPOSA DE CRISTO 91/1967, qu. 5, p. 320.
ESTATISTICA DE DIVORCIOS 93/1967, qu. 3, p. 387;
DAS RELIGIOES 95/1967, qu. 5, p. 498.
ESSÉNIOS, mongos judaicos 90/1967, qu. 2, p. 251.
ESTÉVAO DOLET, vida c a tos SS/1967, qu. 5, p. 184.
ESTIGMATIZACAO 87/1967, qu. 2, p. 111
EUCARISTÍA (transignif¡cacao) .'. S9/1967, qu. 3, p. 206;
em casas de familia 89/1967, qu. 4, p. 216;
ñas máos do comungante 90/1967, qu. 5, p. 270;
e Teresa Neumann 85/1967, qu. 6, p. 38.

EUNUCOS 87/1967, qu. 3, p. 113.


EVANGELHOS, historicidade dos 90/1967, qu. 2, p. 247;
e historia das formas 91/1967, qu. 2, p. 282.
EXISTENCIA DO CEU E DO INFERNO . 85/1967, corr. miúda, p. 46;
88/1967, qu. 2, p. 151;
DO DEMONIO 95/1967, qu. 2, p. 463.
E UNIVERSALIDADE DO PE
CADO ORIGINAL 86/1967, qu. 2, p. 63.
EXIETENCIALISMO, ANTROPOCENTRIS-
MO E RACIONALISMO 93/1967, qu. 2, p. 384;
93/1967, qu. 2, p. 385.

EXORCISMOS 88/1967, qu. 2, p. 154.

EXORTACAO APOSTÓLICA «SIGNUM


MAGNUM» 93/1967, qu. 4, p. 404.

EXPERIENCIAS DE CELEBRACÓES EU-


CARISTICAS NA HOLANDA 89/1967. qu. 4, p. 222.

«FALENCIA DO DIABO¿ 95/1967, qu. 2, p. 461.

FALHAS DOS MINISTROS DO SENHOR 94/1967, qu. 5, p. 445.


FALSO IRENISMO E INDIFERENTIS
MO 96/1967, qu. 3, p. 529.
FAMILIA DE EMAUS EM CUERNAVACA 95/1967, corr. miúda, p. 499.
E VOCACAO RELIGIOSA .... 94/1967, qu. 3, p. 423.
FÁTIMA E PAULO VI 93/1967, qu. 4, p. 398.
FÁTIMA, segrédo de 90/1967, qu. 4, p. 407.
FATOS ESTRANHOS E CRITERIOS DE
DISCERNIMENTO 87/1967, qu. 2, p. 106;
ILUSORIOS E FATOS MILA
GROSOS 87/1967, qu. 2, p. 107.

FÉ VIVA E ADULTA 92/1967, qu. 1, p. 332;


E DOUTRINA DO PECADO ORIGINAL 96/1967, qu. 1, p. 514;
E INTENCÁO DO MINISTRO DO BA
TISMO 96/1967, qu. 3, p. 531.
FENÓMENOS EXTRAORDINARIOS E
MANIFESTACÓES DOENTIAS 87/1967, qu. 2, p. 105.
FERVOR NA OBRA INDULGENCIADA . 90/1967, qu. 3, p. 258.

FIDELIDADE HISTÓRICA DOS EVAN- „„,,„„., „ „,„


GELHOS 90/1967, qu. 2, p. 247.
FILHOS DE DEUS 88/1967, qu. 3, p. 161.
FILOSOFÍA E SOFRIMENTO DAS CRI-
ANCAS 85/1967, qu. 4, p. 27;
PANTEÍSTA OU MONISTA ... 90/1967, corr. miúda, p. 276.

FLICK (doutrina do pecado original) 96/1967, qu. 1, p. 504.


FONTE DE AUTORIDADE NA 1GREJA 94/1967, qu. 6, p. 448.

FÓRCA PLÁSTICA DA ALMA 87/1967, qu. 2, p. 111.

FORMA E MATERIA NO BATISMO DOS


CRISTAOS SEPARADOS 96/1967, qu. 3, p. 530.
FORMACAO DE SACERDOTES, conforme
Paulo VI 94/1967, qu. 3, p. 425.
MORAL OU DEONTOLÓGICA
DO MÉDICO 86/1967, qu. 1, p. 55.

FRUSTRAQAO DO IDEAL 85/1967, qu. 3, p. 21.

FUNDAMENTOS DO HUMANISMO CRIS-


TAO 86/1967, qu. 2, p. 67.

G
GÉNEROS LITERARIOS NA BIBLIA . .. 95/1967, qu. 3, p. 481.

GENOCIDIO (conceito, histórico, medidas


rcpressivas) S6/1967, qu. 4, p. 539.

GERAR, ATO PECAMINOSO? 96/1967, qu. 1. p. 508.

GLORIA DE CRISTO REDENTOR 86/1967, qu. 2, p. 61.

GRACA HABITUAL 88/1967, qu. 3, p. 165.

HABITACAO DE DEUS NA ALMA JUSTA 88/1967, qu. 3, p. 168.


HABITACÓES PRIMITIVAS 94/1967, qu. 1, p. 441.

HAMBURGER J 86/1967, qu. 1, p. 49.


IIAMURAPI E MOISÉS 85/1967, qu. 2, p. 12.

HERÉM 96/1967, qu. 3, p. 541.


HERMAS, PASTOR DE 86/1967, qu. 3, p. 75.
HERÓI E SABIO, segundo os gregos ... 92/1967, qu. 4, p. 352.
HEURTIN, MARIE (cega, surda e muda) 95/1967, qu. 1, p. 455.
HIBERNACAO 88/1967, corr. miada, p. 188.
HIEROGNOSIA (discernimento de reliquias
e objetos sagrados) 85/1967, qu. 6, p. 38.

HISTORIA DAS FORMAS 91/1967, qu. 2, p. 282.

HISTORIA DO MATRIMONIO NOS TRES


PRIMEIROS SÉCULOS 86/1967, qu. 3, p. 75.
HISTORICIDADE DOS EVANGELHOS .. SO/1967, qu. 2, p. 247.

HISTÓRICO DO MOSTEIRO DE CUERNA-


VACA 93/1967, qu. 1, p. 366.

HOMEM-COMPÉNDIO 86/1967, qu. 2, p. 60.

— 9 —
HOMEM E MACACO 94/1967, qu. 1, p. 409;
E UNIVERSO 88/1967, qu. 3, p. 167;
FEITO PARA AMAR 94/1967, qu. 3, p. 421;
SOLITARIO 94/1967, qu. 3, p. 422.

HUMANISMO ATEU 92/1967, qu. 1, p. 325.

IDENTIFICACÁO DO SACERTOTE COM


CRISTO 94/1967, qu. 3, p. 420.

IGREJA CATÓLICA E ORTODOXOS ORI


ENTÁIS 94/1967, qu. 3, p. 528;

E BENS DÉSTE MUNDO .... 94/1967, qu. 5, p. 439;


E DIVORCIO 86/1967, qu. 3, p. 67;
E MUNDO 95/1967, qu. 4, p. 485;
E PODER TEMPORAL 94/1967, qu. 5, p. 438;
E REPÚBLICA 94/1967, qu. 6, p. 449;
E «SANTO ERARIO» 94/1967, qu. 5, p. 442;
E SANTOS ANTIGOS 94/1967, qu. 4, p. 431;
E SEUS MEMBROS PECADO
RES 94/1967, qu. 4, p. 481;
INDEFECT1VELMENTE SANTA 95/1967, qu. 4, p. 484;
PROLONGAMENTO DE CRISTO 95/1967, qu. 4, p. 485;
PROPRIETÁRIA 94/1967, qu. 5, p. 444;
SEM MANCHA NEM RUGA ... 95/1967, qu. 3, p. 483;
TUTÓRA DOS INTERÉSSES
NATURAIS DO HOMEM 86/1967, qu. 4, p. 82;
VIS1VEL E INVISIVEL 88/1967, qu.4, p. 177.

ILUMINISMO OU RACIONALISMO .... 92/1967, qu. 1, p. 327.

IMANÉNCIA MUTUA (Cristo c cristáo) 88/1967, qu. 3, p. 162.

IMORTALIDADE DA ALMA 95/1967, qu. 1, p. 453.

IMPOSTO SOBRE AS RENDAS DO VA


TICANO 94/1967, qu. 5, p. 446.

INDEPENDENCIA DA IGREJA 94/1967, qu. 5, p. 439.

INDIFERENTISMO RELIGIOSO 88/1967, qu. 4, p. 171.

INDISSOLUBILIDADE DO MATRIMONIO 86/1967, qu. 3, p. 67.

INDULGENCIAS (doutrina e legislacüo) . 90/1967, qu. 3, p. 252.

INQUISICAO EM PORTUGAL E NO
BRASIL 87/1967, qu. 6, p. 136.

— 10 —
1NSCRICA0 DE PECTÓRIO 90/1967, qu. 5, p. 270.

INSTITUCIONALIZACAO DA VIDA RE
LIGIOSA 91/1967, qu. 5, p. 315.

INSTRUCAO «MATRIMON1I SACRAMEN-


TUM» 88/1967, qu. 4, p. 173.

INTELIGENCIA E RAZAO (diferenga) .. 87/1967, qu. 1, p. 103.

INVENCÁO DE CALCA E CAMISA .... 94/1967, qu. l,p. 414.

ISAÍAS, quantos há? 92/1967, qu. 2, p. 341.

JESÚS DA HISTORIA E J. DA FÉ .... 91/1967, qu. 2, p. 283.


JESUS-HOMEM, quem era 90/1967, qu. 2, p. 242.
JESÚS E O DEMONIO NOS EVANGE-
LHOS 88/1967, qu. 2, p. 153.
JOURNET, Charles (Cardeal) 86/1967, qu. 2, p. 61.
JUDAS, sorte final de 94/1967, qu. 2, p. 417.
JUÍZO PARTICULAR e JUIZO UNI
VERSAL 87/1967, qu. 4, p. 122.
JURISDICAO CIVIL E MATRIMONIO ... 88/1967, qu. 4, p. 171.

KARMAN 90/1967, qu. 1, p. 234.

L
LAICIZACAO 94/1967, qu. 3, p. 428.

LANCAMENTO DA BIBLIA 91/1967, qu. 1, p. 278.

LEGISLACAO NOVA SOBRE MATRIMO


NIOS MISTOS 88/1967, qu. 4, p. 173.

LEÍ DO KARMAN 90/1967, qu. 1, p. 234.

LEIGOS NA IGREJA (fungüo) 92/1967, qu. 1, p. 332. "

LENDAS A RESPEITO DE JESÚS . .. 90/1967, qu. 2, p. 247;


S3/1967, qu. 2, p. 380;

SOBRE O DEMONIO 95/1967, qu. 1, p. 462.

LIBERDADE SEM OBEDIENCIA 92/1967, qu. 4, p. 356.

LISÉRGICO, ÁCIDO 85/1967, qu. 1, p. 3.

LITERATURA ANTIGA POPULAR SO


BRE CRISTO 91/1967, qu. 2, p. 283;
92/1967, qu. 2, p. 341.

— 11 —
LOURDES e milagros 88/1967, qu. 1, p. 142.

LOURENCO, Sao 94/1967, qu. 4, p. 436.

LUTERO E MARÍA SANTÍSSIMA 93/1967, qu. 4, p. 405.

MACEDONIANOS, faccáo herética SO/1967, qu. 5, p. 273.

MAL, carencia de entidade 92/1967, qu. 1, p. 330;

permitido por Deus em íungáo do


bem 86/1967, qu. 2, p. 61.

MANIFESTARES PATOLÓGICAS e MÍS


TICA 87/1967, qu. 2, p. 110.

MANUSCRITOS DESCOBERTOS JUNTO


AO MAR MORTO 90/1967, qu. 2. p. 251.

MARÍA, MAE DA IGREJA 93/1967, qu. 4, p. 404.

MARÍA SS. E REFORMADORES PRO


TESTANTES 93/1963, qu. 4, p. 404

MARXISMO 92/1967, qu. 1, p. 326.

MATERIA DO SACRAMENTO DA EU
CARISTÍA 90/1967, qu. 5, p. 272.
MATERNIDADE VIRGINAL DE MARÍA . 95/1967, qu. 3, p. 478.

MATRIMONIO CATÓLICO 96/1967, qu. 3, p. 536;

MISTO 88/1967, qu. 4, p. 170.

MEDICAMENTOS EF1CAZES. mas perigo-


sos 86/1967, qu. 1, p:-53.
MEDICINA E FÉ no caso de Cuernavaca 93/1967, qu. 1, p. 370;
E PREOCUPACÓES ECONÓMI
CO SOCIAIS 85/1967, qu. 5, p. 29.
MÉDICO E DOENTE INCURÁVEL 94/1967, corr. miúda, p. 452;

E PACIENTE (tipos de relagóes) 85/1967, qu. 5, p. 29;

EM GREVE 85/1967, qu. 5, p. 29;

MODERNO 85/1967, qu. 5, p. 30.

MELQUITAS 86/1967, qu. 4, p. 80.


MENTE (significado preciso) 87/1967, qu. 1, p. 101.

MESSIANISMO FALSO DOS JUDEUS .. 88/1967, qu. 2. p. 157.

MÉTODO DA HISTORIA DAS FORMAS . 91/1967, qu. 2, p. 282.

MILAGRES, ainda há? 88/1967, qu. 1, p. 141. _

— 12 —
MINISTERIO DA MULHER NA 1GREJA . 90/1967, qu. 4, p. 266.
MISSA-CEIA 89/1967, qu. 4, p. 217.
MISSA EM CASAS DE FAMILIA 89/1967, qu. 4, p. 216.
MISSAO ESPIRITUAL DA IGREJA .... 94/1967, qu. 5, p. 439.

MÍSTICA E FENÓMENOS PATOLÓGI


COS 87/1967, qu. 2, p. 110.
MOISÉS E CÓDIGO DE HAMURAPI .... 85/1967, qu. 2, p. 12.

MONGES DE CUERNAVACA 93/1967, qu. 1, p. 315;


95/1967, corr. miúda.p. 499.

MONNET, Marie-Louise 91/1967, qu. 4, p. 304.


MONOGENISMO E POLIGENISMO .... 86/1967, qu. 2, p. 65;
MORTE E OBRIGACÁO DE RECURSO Á 96/1967' <IU-1. P- 509-
MEDICINA 86/1967, qu. 1, p. 51;
94/1967, corr. miúda.p. 452.
MULHER E SACERDOCIO 90/1967, qu. 4, p. 261;
91/1967, qu. 4, p. 302.

MUNDO E INFINITO 85/1967, qu. 3, p. 24;


MELHOR POSS1VEL 85/1967, qu. 3, p. 20;
NOVO, descoberta 85/1967, qu. 1, p. 3;
PRÉCRISTAO E DIVORCIO 86/1967, qu.2,p. 67.

N
NATURAL E SOBRENATURAL 88/1967, qu. 3, p. 161.

NAVEGACAO DOS HOMENS PRÉ-CRIS-


TAOS 94/1967, qu. 1, p. 413.
NEANDERTHAL 94/1967, qu. 1, p. 410.

NIRVANA 90/1967, qu. 1, p. 234.


NORMA SUPREMA DA VERDADE .... 93/1967, qu. 2, p. 386.

NOVA LEGISLACAO DAS INDULGEN


CIA 90/1967, qu. 3, p. 260.
DOS MATRIMONIOS MISTOS . 88/1967, qu. 4, p. 180.

«NOVAS RELIGIOSAS» 91/1967, qu. 5, p. 321.


NOVO CATECISMO HOLANDÉS 96/1967, qu. 2, p. 515.

O
OBEDIENCIA EM GERAL 92/1967, qu. 4, p. 350.
DE ABRAÁO 92/1967, qu. 4, p. 355;

— 13 —
DE CRISTO 92/1967, qu. 4, p. 353;
RELIGIOSA 91/1967, qu. 5, p. 316;
92/1967, qu. 4, p. 351.

ÓBITO, dois tipos 86/1967, qu. 1, p. 50.


OBRA PONTIFICIA DA PROPAGACÁO
DA FÉ 94/1967, qu. 5, p. 443.

«OBSTINACAO TERAPÉUTICA» 86/1967, qu. 1, p. 49.

ORACAO, alavanca do mundo 92/1967, qu. 1, p. 333.

ORDEM SOBRENATURAL 88/1967, qu. 3. p. 164.

ORDENACAO SACERDOTAL DAS MU-


LHERES? 90/1967, qu. 4, p. 261;
91/1967, qu. 4, p. 302.

ORGULHO E HUMILDADE 92/1967, qu. 4, p. 354.

ORIGEM DO MAL 88/1967, qu. 2, p. 60;


92/1967, qu. l,p. 330;

DOS EVANGELHOS 90/1967, qu. 2, p. 244;

E EVOLUCAO DO SER HUMANO . . 94/1967, qu. 1, p. 409;

DO ESTADO DO VATICANO .... 94/1967, qu. 5, p. 439.

ORTODOXOS ORIENTÁIS SEPARADOS . 95/1967, qu. 5, p. 488.

«O SANTO INQUÉRITO.» — Pega de teatro 87/1967, qu. 6, p. 134.

OTIMISMO CRISTAO 86/1967, qu. 2, p. 63;


88/1967, qu. l.p. 512;

EXAGERADO EM RELACAO A
NATUREZA 86/1967, qu. 2, p. 66.

OUVIR A DEUS NA OBEDIENCIA ... 92/1967, qu. 4. p. 351.

PADRE, figura doslocacín? S7/1967, qu. 5, p. 125.

PADR1NHOS DE BAT1SMO ORTODOXOS í>6 1967. qu. 3. p. 536.

PALAVRA DE DElrS K RESPOSTA PO


HOMEM 93- 19(37. qu. 2. p. 37 \

PALEONTOLOGÍA, SUAS DESCOBERTAS


E A BIBLIA 86/1967, qu. 2, p. 56.

PANTEÍSMO 90/1967, qu. l,p. 233;


95/1967, qu. 1, p. 454.

PAPA PEREGRINO 5)3/1967, qu. 4. p. 398.

— 14 —
PAPEL DOS LEIGOS NA IGREJA .... 92/1967, qu. 1, p. 332.

PASTOR DE ALMAS 87/1967, qu. 3, p. 116.

PAULO VI E DOUTRINA DO PECADO


ORIGINAL 86/1967, qu. 2, p. 56;

E ROSA DE OURO 92/1967, qu. 5, p. 358;

E PAZ DO MUNDO 93/1967, qu. 4, p. 402;

EM FÁTIMA 93/1967, qu. 4, p. 398;

NA TURQUÍA 95/1967, qu.4, p. 487.

PAZ INTERNA DA IGREJA 93/1967, qu. 4, p. 400;

NO MUNDO 93/1967, qu. 4, p. 402.

PECADO E CONSCtÉNCIA MORAL ... 90/1967,corr.miúda.p. 276;

E EXPIACAO 90/1967, qu. 3, p. 253;

E SANTIDADE NA IGREJA .. 95/1967, qu. 4, p. 483.

PECADO ORIGINAL E CIENCIA CON


TEMPORÁNEA S6/1967, qu. 2, p. 56;
96/1967, qu. 1, p. 501.

E PENSAMENTO MODERNO .. 96/1967, qu. 1, p. 501.

PEIXE símbolo de Cristo 90/1967, qu. 5, p. 270.

PENITENCIA SACRAMENTAL NA ANTI-


GUIDADE 90/1967, qu. 3, p. 255.

«PERCEPCÁO DO CEU E DO INFERNO»,


do Huxiey 85/1967, qu. 1, p. 6.

PERDA DE RELIGIÁO 88/1967, qu. 4, p. 170.

PERFEICÁO DA PERSONALIDADE ... 92/1967, qu. 4, p. 358.

PIEDADE SACERDOTAL 94/1967, qu. 3, p. 425.

PLANEJAMENTO DA FAMILIA 91/1967, qu. 3, p. 295.

PODER DAS CHAVES 90/1967, qu. 3, p. 255.

PODER DE DEUS (conceito dos israelitas) 87/1967, qu. 1, p. 98.

PODGORNY E PAULO VI 89/1967, qu. 5, p. 228.

POLIGENISMO E MONOGENISMO 86/1967, qu. 2, p. 65;


96/1967, qu. 1, p. 509.

«POPULORUM PROGRESSIO» (encíclica) . 91/1967, qu. 3, p. 291.

POSITIVISMO 95/1967, qu. 1, p. 454.


POSSESSAO DIABÓLICA 95/1967, qu. 2, p. 471.
POVO DE DEUS, SACERDOTAL 90/1967, qu. 3, p. 254.
PRAXE PRIMITIVA NA DISTRIBUICÁO
DA COMUNHAO 90/1967, qu. 5, p. 271.

PRÉADAMITAS 86/1967, qu. 2, p. 66.

PRECEITO DIVINO AOS PR1MEIROS


PAÍS 86/1967, qu. 2, p. 57.
PRECES PELA UNIDADE ENTRE CRIS-
TAOS 96/1967, qu. 3, p. 532.

PRÉ-HISTÓRIA E PECADO ORIGINAL . . 86/1967, qu.2, p.56;


96/1967, qu. 1, p. 501;

E INTELIGENCIA HUMANA 94/1967, qu. 1, p. 410;

PRESENCA DE CONSERVACAO OU
DE IMENSIDADE 88/1967, qu. 3, p. 165.

PRIMADO DE CRISTO NA CRIACAO . 86/1967, qu. 2. p. 591.

PRIMEIRAS HABITACÓES 94/1967, qu. 1, p. 411.


PROFETAS ISAÍAS, quantos há? 92/1967, qu. 2, p. 333.
PROFISSAO CIVIL E SACERDOTE . . . 87/1967, qu. 5, p. 131.

PROGRESSO DOGMÁTICO 87/1967, qu. 2, p. 106;


MATERIAL 96/1967, qu. 1, p. 512.

PROPAGACAO DA FÉ 92/1967, qu. 1, p. 324.


PROPRIEDADE PARTICULAR 91/1967, qu. 3, p. 293.
PROMOCAO HUMANA E ATEÍSMO .... 94/1967, qu. 5, p. 443.

PROTESTANTISMO E CONCEITO DE
IGREJA 88/1967, qu. 4, p. 177;
94/1967, qu. 6, p- 450.
PSICANALISE NO MOSTEIRO DE CUER
NAVACA 93/1967, qu. 1, p. 365.
PSICOGENISMO DAS REACOES CORPO-
RAIS 87/1967, qu. 2, p. 111.
PSIQUISMO 87/1967, qu. 1, p. 102.
PURGATORIO (significado) 90/1967, qu. 3, p. 253.

QUADRO RELIGIOSO DA HUMANIDADE 95/1967, qu. 5, p. 498.

QUEDA DOS ANJOS 88/1967, Qu- 2< P- 152!


95/1967, qu. 2, p. 465;

ORIGINAL DOS HOMENS .... 86/1967, qu. 2, p. 56.

— 16 —
R

RAZAO HUMANA E ABSOLUTO 90/1967, qu 1, p. 239;

«REALIDADE» E JESÚS 90/1967, qu. 2, p. 242;

E BIBLIA 91/1967, qu. 1, p. 277.

REALIDADE DO CEU E DO INFERNO .. 85/1967, corr. miúda.p. 46.

REBELIAO DO HOMEM CONTRA DEUS 92/1967, qu. 1, p. 331.

RECIPROCIDADE ENTRE CATÓLICOS E


ORTODOXOS NA PARTICIPACAO DOS
SACRAMENTOS 96/1967, qu. 3, p. 535.
RECUSA DA OBEDIENCIA 92/1967, qu. 4, p. 350.

REENCARNACAO E SOFRIMENTO DE * '


CRIANCAS 85/1967, qu. 4, p. 25.
REFORMA DO ESTATUTO DAS INDUL
GENCIAS 90/1967, qu. 3, p. 252.
GREGORIANA (séc. XI) 92/1967, qu. 3, p. 346.

RELACOES ENTRE A SANTA SÉ E


MOSCOU 89/1967, qu. 5, p. 232.
RELIGIAO, valor capital 88/1967, qu. 4, p. 170.

«RELIGIOSAS, NOVAS» 91/1967, qu. 5, p. 321.-


REMEDIOS QUE SALVAM, ACARRETAN-
DO GRANDES RISCOS 86/1967, qu. 1, p. 53.
RENOVACAO E PURIFICACAO NA .
IGREJA 95/1967, qu. 4, p. 484.
RESPONSABILIDADE COLETIVA e PE
CADO ORIGINAL 96/1967, qu. 1, p. 500.
RESPONSABILIDADE DO MÉDICO .... 86/1967, qu. 1, p. 55.

RESSURREICAO COM CRISTO NO BA-


TISMO 85/1967, qu. 4, p. 28.

RESSURREICAO DE CRISTO, realidade da 90/1967, qu. 2, p. 247;


e desmitizacáo 93/1967, qu. 2, p. 375.

RESTAURACAO DA NATUREZA 92/1967, qu. 2, p. 337;

UNIDADE ENTRE OS CRISTAOS . 96/1967, qu. 3, p. 527.

REVELACOES PARTICULARES E ÉXTA-


SES 89/1967, qu. 2, p. 105.
REVISTA «REALIDADE» E JESÚS .... 90/1967, qu. 2, p. 242;
E BIBLIA .... 91/1967, qu. i, p. 277.

RITO DE CELEBRACAO DA MISSA .... 89/1967, qu. 4, p. 225.

— 17 —
■RITOS DE IMERSAO, INFUSAO E AS-
PERSAO NO BATISMO 96/1967, qu. 3, p. 530.

ROSA DE OURO 92/1967, qu. 5, p. 358.

RUPTURA DO VÍNCULO CONJUGAL .. X6/1967, qu. 3, p. 77.

SACERDOCIO CONFERIDO AS MULHE-


RES 90/1967, qu. 4, p. 261;
91/1967, qu. 4, p. 302.

SACERDOTE DE NOSSOS DÍAS 87/1967, qu. 5, p. 125;

E VIDA CONJUGAL 94/1967, qu. 3, p. 426;

ORDENADO APÓS O CASA


MENTO 94/1967, qu. 3, p. 427.

SACRAMENTO DA EUCARISTÍA 88/1967, qu. 4, p. 176;


ORDEM 90/1967, qu. 4, p. 269.

«SALVAR A VIDA» na medicina moderna 86/1967, qu. 1, p.49.


SANCAO JUSTA PARA BONS E MAUS . 95/1967, qu. 1, p. 459.
SANSAO, cabeleira de 86/1967, qu. 5, p. 86.
SÁNTIDADE, conceito 94/1967, qu. 4, p. 429;
CRISTA, santidade de obediencia .. 92/1967, qu. 4, p. 352.
«SANTO ERARIO» 94/1967, qu. 5, p. 442.
«SANTO INQUÉRITO» (pega de teatro) . 87/1967, qu. 1, p. 134.
SANTOS CASSADOS? 94/1967, qu. 4, p. 429.
SATANÁS E ANTICRISTO 88/1967, qu. 2, p. 160.
SCHOONENBERG, P. (o pecado original) 96/1967, qu. 1, p. 505.
SEBASTIAO, Sao 94/1967, qu. 4, p. 432.
SEDE DE VIDA 95/1967, qu. 1, p. 457.
SEGRÉDO DE FÁTIMA 93/1967, qu. 4, p. 407.

SEGUIR O CRISTO 92/1967, qu. 4, p. 352.


SEPARACAO DE CORPOS 86/1967, qu. 3, p. 71.

SIMPOSIO DE TEÓLOGOS (julho 1966) .. 86/1967, qu. 2, p. 63.

SINAL DOS BENS CELESTIAIS (celibato) 94/1967, qu.3, p. 420.


SINAL DE JOÑAS 91/1967, qu. 2, p. 289.

SÍNODO NACIONAL DA IGREJA REFOR


MADA DA FRANCA 88/1967, qu. 4, p. 180.

— 18 —
síntomas e causas do ateísmo
CONTEMPORÁNEO 92/1967, qu. 1, p. 322.
SMULDERS, P. (e pecado original) 96/1967, qu. 1, p. 506.
SOBERBA, pecado de Adáo 86/1967, qu. 2, p. 58.
SOBRENATURAL, MILAGROSO, ESPIRI
TUAL 88/1967, qu. 3, p. 167.
SOCIALIZACAO DA MEDICINA 85/1967, qu. 5, p. 29.
SOCIEDADE PLURALISTA 86/1967, qu. 4, p. 82.
SOFRIMENTO DAS CRIANCAS 85/1967, qu. 4, p. 25.

TAMBURINI, JULIETA (e milagre) .... 88/1967, qu. 1, p. 143.


TAREFA DO MÉDICO 86/1967, qu. 1, p. 50.
TÉCNICA PSICANALiTICA 93/1967, quTl, p. 373.
TEILHARD DE CHARDIN (análise do seu
pensamento) 89/1967, qu. 1, p. 191.

TENTACÓES DE JESÚS 89/1967, qu. 2, p. 199.


TENTATIVAS DE UNIAO ENTRE ORI
ENTÁIS E OCIDENTAIS 95/1967, qu. 5, p. 489;
96/1967, qu. 1, p. 504.
TERESA NEUMANN (fenómenos maravi-
Ihosos) 85/1967, qu. 6, p. 34;

desobediente? 86/1967, qu. 6, p. 91.


TERESA (Santa) E ORDEM SOBRENA
TURAL 88/1967, qu. 3, p. 168.

TESOURO DA IGREJA 90/1967, qu. 3, p. 254.

TESTEMUNHO DE VIDA ÍNTEGRA .... 96/1967, qu. 1, p.333.

«TESTEMUNHO», «TESTEMUNHA» E
«TESTEMUNHAR» NO N.T SO/1967, qu. 2, p. 248.

«TOPOGRAFÍA DO ALÉM» .85/1967, corr. miúda, p. 47.

«TORAH» OU LEÍ DE MOISÉS 91/1967, qu. 1, p. 278.

TRANSFINALIZACAO 89/1967, qu. 3, p. 206.

TRANSIGNIFICACAO 89/1967, qu. 3, p. 206.

TRANSMIGRACAO DAS ALMAS 90/1967, qu. 1, p. 233.

TRANSMISSAO DO PECADO ORIGINAL . 86/1967, qu. 2, p. 65.

TRANSUBSTANCIACAO 89/1967, qu. 3, p. 206.

TRATAMENTOS MÉDICOS ARRISCADOS S6/1967, qu. 1, p. 54.

TRIBUNAL MILITAR INTERNACIONAL 96/1967, qu. 4, p. 540.

— 19 —
TRITO xSAlAS 92/1967, qu. 2, p. 339.
TURQUÍA E PAULO VI 95/1967, qu. 5, p. 491.

u
UNIAO DOS CRISTAOS SOBRE A VER-
DADE E A CARIDADE 96/1967, qu. 3, p. 528.
UREMIA, tratamento moderno da 86/1967, qu. 5, p. 52.
USO DE OBJETOS INDULGENCIADOS .. 90/1967, qu. 3, p. 259.
USOS PENITENCIÁIS NO SÉCULO VI . 90/1967, qu. 3, p. 255.

V
VALOR DA OBEDIENCIA 92/1967, qu. 4, p. 355;
DO SOFRIMENTO 85/1967, qu. 6, p. 45.
VATICANO E ESTADO 94/1967, qu. 5, p. 439;
E FINANCAS 94/1967, qu. 5, p. 442.
VERDADE, norma suprema da 93/1967, qu. 2, p. 386.
VÉU DAS MULHERES 86/1967, qu. 5, p. 87.
VIAGEM DE PAULO VI A FÁTIMA .. 93/1967, qu. 4, p. 398;
A TURQUÍA . .. 95/1967, qu. 5, p. 491.
VIDA ATIVA E CONTEMPLATIVA .... 92/1967, qu. 1, p. 332;
ENXERTADA EM CRISTO 90/1967, qu. 3, p. 254;
RELIGIOSA E INSTITUCIONALIZA-
CAO 91/1967, qu. 5, p. 315.
VIEIRA (P.) E INQUISICAO 87/1967, qu. 7, p. 139.
VIRGINDADE DE MARÍA 95/1967, qu. 3, p. 472;
EM S. PAULO (1 Cor 7) .. 87/1967, qu. 3, p. 113.
VISAO DE DEUS FACE A FACE 88/1967, qu. 3, p. 164.
VOCAQÓES AO EREMITISMO 92/1967, qu. 1, p. 330.
VONTADE SALV1FICA DE DEUS 96/1967, qu. 1, p. 513.
VULGARIZADORES DE IDÉIAS 91/1967, qu. 2, p. 290.

Y
YOGA 90/1967, corr. miúda.p. 27G.

ZEN-BUDISMO .' 90/1967, qu. 1, p. 233.


ZOGHBY e divorcio 86/1967, qu. 4, p. 80.
ZWINGLI E MARÍA SS 93/1967, qu. 4, p. 405.

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