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PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LINE
Seja Herói!
Apocalipse: interpretado
Impressíoe Encaderna<;3o
NO PRÓXIMO NÚMERO:
Quando foi escrito o Evangelho segundo Mateus? - "O Evangelho Perdido" (Bruton
L. Mack). - A Entrevista de Jacques Duquesne. - Os Magos e Jesús. - Tradicáo,
Familia e Propriedade (TFP). - Os Institutos Seculares. - O Caso Jacques Gaillot.
1. Enviar EM CARTA cheque nominal ao Mosteiro de Sao Bento do Rio de Janeiro, cruza
do, anotando no verso: "VÁLIDO SOMENTE PARA DEPÓSITO na conta do favoreci
do" e, onde consta "Cód. da Ag. e o N? da C/C"; anotar: 0229 - 02011469-5.
2. Depósito no BANCO DO BRASIL, Ag.0435-9 Rio C/C 0031-304-1 doMosteiro de S. Ben
to do Rio de Janeiro, enviando, a seguir, xerox da guia de depósito para nosso controle.
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"PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
ANO XXXVI - Ns 397 — Junho 1995
Sinistras Profecías:
1 Parusia ou a Próxima volta de Cristo. Secretariado Rainha da Paz, Porto Alegre, 140 x 220
mm, 183 pp.
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•PARUSIA OU A PRÓXIMA VOLTA DE CRISTO"
to de erudicáo, pois apela para numerosos textos bíblicos conjugados entre si.
A leitura de tal obra pode incitar o leitor que Ihe dé crédito, a urna atitude cada
vez mais piedosa ou a conversáo mais radical, mas também pode suscitar um
clima de apavoramento e terror, que, em vez de beneficiar, prejudica a vida
espiritual de muitos fiéis.
Dada a importancia de tal livro, consagramos-lhe as páginas subseqüen-
tes deste fascículo.
1.1. Metodología
A obra do Pe. Leo Persch utiliza varios textos bíblicos. Todavía nao leva
em conta o sentido original, o género literario e a intencáo dos autores sagra
dos; interpreta-os como se fossem textos modernos, que podem ser entendi
dos segundo as categorías de pensamento do homem de hoje. O autor parece
mesmo desconfiar da exegese dita "científica" (cf. p. 161).
Eis, porém, que é regra de sadia exegese procurar, antes do mais, o sig
nificado preciso do texto original; é necessário entender o texto como o autor
sagrado o entendía e daí depreender a mensagem que ele quería transmitir. A
inspiracáo do texto bíblico por parte do Espirito Santo nao equivale a ditado
mecánico; supóe sempre as categorías de pensamento do escritor oriental,
antigo. Estas, portanto, tém que ser, primeramente, detectadas e reconheci-
das para que se possa compreender genuinamente a página bíblica. Este pro-
cedimento exegético tem sido enfáticamente recomendado pela Igreja desde
Pió XII (encíclica Divino Afilante Spirítu, 1943) até o Concilio do Vaticano II,
que em sua Constituicao Dei Verbum ditou as normas seguintes:
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"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 397/1995
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■PARUSIA OU A PRÓXIMA VOLTA DE CRISTO"
A propósito observamos:
2. O CONTEÚDO DO LIVRO
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"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 397/1995
recusa do Senhor, que nao quis revelar a data do juizo final (cf. Me 13, 32; At
1,7); julga, porém, que Ele manifestou a data da sua segunda vinda; cf. pp. 33-37.
Nao é indicado o ano preciso. Mas o autor afirma: "Depois do atual Papa,
o Anticristo e o desenrolar do Apocalipse" (p. 123).
25 Reconhece e compreende:
Desde o momento em que foi emitida a palavra
De restauragáo e reconstnjgáo de Jerusaiém
Até a vinda do Príncipe Ungido,
Transcorreráo sete semanas.
E durante sessenta e duas semanas
Será restabeiecida e reconstruida (Jerusaiém)
Com sua praca e seu fosso,
Mas na angustia dos lempos.
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•PARUSIA OU A PRÓXIMA VOLTA DE CRISTO"
Como se vé, o texto parece prever setenta semanas de anos (490 anos)
para que Cristo venha pela segunda vez, segundo o Pe. Persch. Essa duracáo
é dividida em tres segmentos:
' O autor cita vagamente o livro de Neemias sem indicar capitulo e versículos. Na verdade.
quem decretou a restauracáo de Jerusalém, foi o re/ Ciro da Pérsia; cf. Esd 1,2-4.
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■PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 397/1995
Isto quer dizer que, a partir de julho de 1986, deixará de ser celebrada a
Eucaristía. Ver aínda:
"Essa aboiigáo oficialda Missa, que vira, como dissemos, depois da morte
do Papa Joáo Paulo II, será decretada pela autoridade máxima da Igreja, o
Anticristo, em nome de um malfadado modernismo, doutrina que entáo será
invocada para justificar tamanho sacrilegio" (pp. 92s).
•PARÚSIA OU A PRÓXIMA VOLTA DE CRISTO"
Pergunta-se agora:
3. QUE DIZER?
'Pode-se supor erro gráfico: 3ia anos corresponden! a 42 meses e 1260 dias. (N.d.R.)
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_IO -PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 397/1995
ram em 39 d.C, ano este que nao corresponde nem ao da morte de Cristo
(esta terá ocorrido em 33, conforme Persch á p. 150) nem ao da queda de
Jerusalém (ocorrida em 70 d.C). - O recomeco do Estado de Israel, supresso
em 70 d.C., nao se deu em 1993, mas em 1947, quando a ONU houve por bem
reconhecer os direitos dos judeus sobre sua térra de origem. Donde se vé quáo
inconsistentes sao os cálculos e as datacóes de Persch; dir-se-ia que, de ante-
máo, ele concebeu o ano 2000 d.C. como o da volta do Senhor Jesús e quer
forcar o texto sagrado a afirmar o que ele predefiniu.
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Enigmático:
1. O TEXTO DE DN 9, 24-27
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25 Reconhece e compreende:
Desde o momento em que foi emitida a palavra
De restauragáo e reconstrucáo de Jerusaiém
Até a vinda do Principe Ungido,
Transcorreráo sete semanas.
Edurante sessenta e duas semanas
Será restabelecida e reconstruida (Jerusaiém)
Com sua praga e seu fosso,
Mas na angustia dos tempos.
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AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL 9,24-27 13
Passemos agora á
Como se vé, o anjo Gabriel quería dizer a Daniel que a aguardada vinda
do reino de Deus se daría, sim, ao cabo de setenta períodos, nao, porém,
setenta anos {como Daniel depreendia de Jr 25.11 -13) e, sim, setenta semanas
de anos ou setenta vezes sete anos (ou ainda, ao cabo de quatrocentos e
noventa anos).
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AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL 9,24-27 15
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'PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 397/1995
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AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL 9,24-27 17_
ser predita nos termos grandiosos do v . 24, pois era um prenuncio da plena
restauracáo que o Messias mais tarde devia trazer a Israel; o "Santo dos San
tos", no caso, seria o templo de Jerusalém, que foi novamente "ungido" ou
dedicado sob Judas Macabeu em 165 a.C, ou, possivelmente, o altar dos ho
locaustos, que foi consagrado de novo, conforme 1 Me 4,42-58.
O pecado desaparecerá por completo, poís Ihe será dado fim (ele será en
cerrado e selado ou lacrado, dizotextooriginal hebraico) easculpas serao expiadas.
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Livro dos Misterios:
APOCALIPSE: INTERPRETAQÁO
1. QUE É UM APOCALIPSE?
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APOCALIPSE: INTERPRETAQÁO
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1. No fim do séc. I tornava-se cada vez mais penosa a situacáo dos cris-
táos disseminados no Imperio Romano.
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APOCAUPSE: INTERPRETACÁO 23
O autor sagrado visava, ácima de tudo, a alentar nos seus fiéis a coragem
depauperada; o Apocalipse, em conseqüéncia, é essencialmente o livro da
esperanca crista ou da confianca inabalável no Senhor Jesús e ñas suas pro-
messas de vitória.
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3. A INTERPRETACÁO DO APOCALIPSE
Todas estas interpretares sao, de algum modo, falhas, pois nao levam
em conta suficiente o estilo próprio do livro e querem deduzir do Apocalipse
noticias que satisfacam aos anseios de concreto ou mesmo á curiosidade do
leitor. Por isto, deixando-as de lado, proporemos a teoría da recapituladlo, que
tem seu grande mestre no Pe. E.-B. Alio O.P., professor da Universidade de
Friburgo (Suíca) e autor do livro: Saint Jean. L'Apocalypse. París, 1933 (4a
edicáo)'. Examinemos essa teoría.
A Recapitulacáo
'Segundo nos conta, até hoja nao foipublicado algum comentario do Apocalipse táo denso e
documentado quanto o do Pe. Alio O.P.
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APOCALIPSE: INTERPRETAgÁO 25
4,1 -22,15: as coisas que devem acontecer depois. Esta é a parte apoca
líptica propriamente dita, para a qual se volta a nossa atencáo. Observemos a
estrutura dessa parte:
4,1-5,14: a corte celeste, com sua liturgia. O Cordeiro "de pé, como que
imolado" (5,6), recebe em suas máos o livro da historia da humanidade. Tudo o
que acontece no mundo está sob o dominio desse Senhor, que é o Rei dos
séculos. - Notemos assim que a parte apocalíptica do livro se abre com urna
grandiosa cena de paz e seguranza; qualquer quadro de desgraca posterior
está subordinado a essa intuicáo inicial.
6,1- 8,1:7selos.
Abre-se um livro -,
sfntese da historia.
15,5-16,21:7tagas. A
historia da Igreja per-
segu'da.sendo protago 8,2 -11,18: 7 trombetas.
nistas a MULHER e o Livro aberto: os flagelos
DRAGAOdocap. 12. sobre o mundo profano
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19,11 -21: a queda das duas Bestas que regem Babilonia (o poder imperial
pagáo e a religiáo oficial do Imperio);
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APOCALIPSE: INTERPRETADO
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28 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 397/1995
segunda Besta sobe da térra (quem de Patmos olha para o continente próximo,
volta-se para a Asia Menor, onde campeia o culto religioso do Imperador); ver
respectivamente Ap 13,1 e 11. A sede capital destes dois agentes é Babilonia
(= a Roma paga). O cap. 12, ao apresentar a Mulher e o Dragáo, é também
urna síntese da mensagem da Apocalipse e da historia da Igreja, que será
comentada na quarta parte deste estudo. - Como dito, os agentes do mal es-
táo fadados a perecer, como se lé em 17,1-20,15, dando lugar á Jerusalém
celeste e á bem-aventuranea dos justos.
Eis a forma de consolo que o autor sagrado quería incutir aos seus leitores
(nao só do séc. I, mas de todos os tempos da historia): os acontecimentos que
nos acometem aqui na térra sao algo de ambiguo ou algo que tem duas faces:
urna exterior, visível, a qual é muitas vezes aflitiva e tende a nos abater; outra,
porém, interior, invisível aos olhos da carne (mas perceptível aos olhos da fé),
a qual é grandiosa e bela, pois faz parte da luta vitoriosa do Bem sobre o mal;
é mesmo a prolongacáo da obra do Cordeiro que foi imolado, mas atualmente
reina sobre o mundo com as suas chagas glorificadas (cf. c. 5). Por isto, en
quanto os cristáos na térra gemem (Ai, ai, ai!), os bem-aventurados na gloria
cantam (Aleluia, aleluia, aleluia!)
4.1. Ap 12,1-17
Este capítulo sintetiza toda a historia da Igreja sob a forma de luta entre a
Muiher e o Dragao, figuras paralelas as da Mulher e da serpente em Gn 3,15.
Quanto á Mulher, nao pode ser identificada com algum personagem indi
vidual, mas é a Mulher que perpassa toda a historia da salvagáo. Com efeito; já
á primeira Eva (= Máe dos vivos ou da vida) Deus prometeu um nobre papel na
obra da Redencáo. A primeira Eva (= Máe da Vida) se prolongou na Filha de
Sion (o povo de Israel, do qual nasceu o Messias); a filha de Sion culminou na
segunda Eva, María SS., que teve a graca de ser pessoalmente a Máe de
Redentor; por isto em Ap 12,1s a Mulher é gloriosa como María, mas dolorida
como o povo de Israel. A maternidade de María continua na da Santa Máe
Igreja; esta tem a garantía da incolumidade (cf. Mt 16,18) que Cristo Ihe prome
teu, mas os filhos que ela gera ñas aguas do Batismo estáo sujeitos a ser
atingidos pela sanha do Dragao, que age neste mundo como um Adversario já
vencido, mas cioso de arrebanhar os incautos que Ihe déem ouvidos (S. Agos-
tinho diz que o demonio é um cao acorrentado; pode ladrar, fazendo muito
barulho, mas só morde a quem se Ihe chegue perto). Por último, a Mulher-Máe,
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A duracáo de 1260 dias ou 3I!S anos que a Mulher passa no deserto, nao
designa cronología, mas tem valor simbólico.
Com efeito, 3" anos, 42 meses e 1260 dias sao termos equivalentes
entre si; correspondem á metade de 7 anos. Ora, sendo 7 o símbolo da totali-
dade, da perfe¡9áo e, por conseguinte, da bonanca, a metade de 7 vem a ser o
símbolo do inacabamento e da dor. Portante, 3"* anos (e as expressóes equi
valentes em meses e dias) no Apocalipse designam toda a historia da Igreja na
medida em que é algo de aínda nao rematado ou na medida em que é luta
penosa entre a primeira e a segunda vínda de Cristo, no deserto deste mundo.
4.2. Ap 20,1-10
É este o trecho que fala de aparente reino milenar de Cristo sobre a térra,
estando Satanás acorrentado. O milenio sería inaugurado pela ressurreicao
primeira, reservada aos justos apenas, aos quais seria dado viver em paz e
bonanca com Cristo. Terminado o milenio, Satanás seria soltó para realizar a
sua invectiva final, que terminaría com a sua perda definitiva. Dar-se-iam entáo
a ressurreicao segunda, para os demais homens, e o juízo final.
"Em verdade, em verdade vos digo, aquele que ouve a minha palavra...
passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo, que vem a
hora, ejá veto, em que os morios ouviráo a voz do Filho de Deus e os que a
ouvirem viveráo... Nao vos admiréis disto, pois vem a hora em que ouviráo sua
voz todos os que estáo nos sepulcros. Os que praticaram o bem sairáo para a
ressurreigáo da vida; os que, porém, praticaram o mal, sairáopara a ressurrei
cao dojuízo".
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APOCALIPSE: INTERPRETADO
5. CONCLUSÁO
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32 .' " TERGUNTE E RESPONDEREMOS'397/1995
' A indlcacáo da ¡denudado daprimeira Besta sob a forma do número 666, em Ap 13,18,
pertence ao artificio literario chamado gematria: as letras aribuia-se valor numérico, de modo
que cada nomo tinha um número equivalente. A InterpretacSo de 666 há de ser procurada no
contexto lingüístico, geográfico e histórico de Sao Joáo e de seus ¡mediatos leitores, nao em
época posterior ou em outra llngua que nao o hebraico e o grego. Levando em consideracño
este principio, pódese dizer que 666 equivale a Kaisar Nerón escrito em caracteres hebraicos:
N V R N R S Q
50 6 200 50 200 60 100 =666
Esta ¡nterpretacáo é confirmada pelo tato de que alguns manuscritos antigos tém 616 e
nao 666. Isto se explica pela queda doNno final (ler da direita para a esquerda), compreensivel,
pois se podía dizer Ñero em vez de Nerón.
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Quaissáo...?
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Lutero considerava esta tese como central dentro da sua Teología: "artigo
do qual nada se poderá subtrair, aínda que o céu e a térra venham a desmoro
nar" (Artigos de Schmakalde, 1537).
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AS PRINCIPÁIS LINHAS DOUTRINÁRiAS DO PROTESTANTISMO 35
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36 . •PEHGUNTE E RESPONDEREMOS' 397/199S
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AS PRINCIPÁIS LINHAS POUTRINÁRIAS DO PROTESTANTISMO 37
unir os homens entre si: pelos sacramentos, ensinava Zwingli, o crente atesta
e comprova á Igreja a sua fé. sem que da Igreja receba sequer o selo ou a
comprovacáo da fé.
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pecado que, apesar de tudo, ficaría inamovível a contaminar a alma. Nao; jus-
tificacáo, segundo as Escrituras, é regeneracáo (cf. Jo 3,3.5; Tt3,5), elevacáo
á dignidade de filhos de Deus nao nomináis apenas, mas reais (cf. 1 Jo 3,1), de
modo a nos tornarmos consortes da natureza divina (cf. 2Pd 1,4), capazes de
produzir atos que imitem a santidade do Pai Celeste (cf. Mt 5,48). Se, por
conseguirte, Deus, ao nos perdoar as faltas, nos concede urna nova natureza,
está claro, conforme as Escrituras mesmas, que as obras boas que estejam ao
alcance desta nova natureza, devem pertencer ao programa de santificado do
cristáo; elas se tornam condicáo indispensável para que alguém consiga a vida
eterna. Deus nao pode deixarde exigir tais obras depois de nos haver concedi
do o principio capaz de as produzir.
É obvio que essas obras boas nao constituem o pagamento dado pelo
homem em troca da graca de Deus, nem sao algo que a criatura efetue inde-
pendentemente dos méritos de Cristo Salvador, mas sao os frutos necessários
da acao de Deus (ou da graca) no homem regenerado, sao concretizacóes dos
méritos do Salvador; na verdade, é Cristo quem vive no cristáo e neste exerce
seu influxo vital, como a cabeca nos seus membros e como o tronco da videira
nos seus ramos (cf. Gl 2,20; Jo 15,1s).
Visto que a S. Escritura teve origem após a pregacáo oral e como eco da
pregacáo oral dos Profetas e dos Apostólos, entende-se que a Tradicáo (trans-
missáo) oral seja necessário criterio de interpretacáo da Biblia Sagrada. O va
lor da Tradicáo se explica pelo fato de que a Revelacáo oral antecedeu a reda-
cáo das Escrituras nem foi, por inteiro, consignada nos livros sagrados (os
autores sagrados nunca tiveram a ¡ntencáo de confeccionar um manual com
pleto dos ensinamentos revelados; ver Jo 20,30s; 21,24s); donde se vé quáo
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Quem sao?
Existem grupos de ajuda mutua aos alcóolicos, aos neuróticos, aos narcó
ticos..., como também as vítimas (sobreviventes) de incesto anónimas (SIA).
Já tratamos de Alcoólicos Anónimos em PR 183/1975, pp. 116-135, e de Nar
cóticos Anónimos em PR 392/1995, pp. 36-48. Neste fascículo abordaremos o
SIA, valendo-nos de impressos distribuidos pela própria instituicáo em vista de
esclarecer o público. A sede do Sen/ico Mundial do SIA encontra-se em Balti-
more (USA).
Quando a confíanga de urna crianga é violada, seja por urna crianga mais
velha, um irmáo ou irmá, aparentados ou qualquer outro adulto, este ato se
torna incestuoso. Colocamos plena responsabilidade no iniciador, para o que
quer que ocorra. A idade da crianga pode variar da concepgáo, recém-nasci-
mento, pré-escola, escola, adolescente oumesmo adulto".
3. A pessoa que foi vitima de incesto no sentido atrás definido, pode ficar
profundamente marcada pela ocorréncia:
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SOBREVIVENTES DE INCESTO ANÓNIMOS 43
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Meninos, tanto quanto meninas, podem ser vítimas de abuso sexual. Qual
quer um pode ser o abusador, principalmente se a pessoa é percebida pela
crianga como tendo autoridade, incluindo irmao, tío, amigo da familia, tía, pro-
fessor - a lista é infindável. Todavía, para sermos claros, vamo-nos referir á
vítima como sendo a filha e ao abusador como sendo o pai.
"Abuso sexual de criangas nao é táo raro quanto multas pessoas gostari-
am de acreditar. As estatísticas sugerem que urna entre tres meninas e um
entre cinco meninos sao vítimas de abuso sexualporparte de alguém que e/es
conhecem, até os dezoito anos. Isto significa que muitos dos pacientes que
vocé vai tratar, sao provavelmente adultos sobreviventes de abuso sexual. Al
gumas vezes vocé saberá isto sobre seus pacientes, quando e/es confiarem
em vocé o suficiente para dividir esta parte de seu passado com vocé. Com
freqüéncia vocé nao saberá quem sao os sobreviventes; efespodem termedo
de revelar estaparte de sua historia.
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SOBREVIVENTES DE INCESTO ANÓNIMOS 45
É difícilpara urna pessoa que nao foi vitima de abuso sexual na infancia,
entender a sensagáo arrasadora de vergonha que resulta do abuso sexual.
Aquetas de nos que foram molestadas e vftimas de abuso quando criangas,
cresceram pensando que o abuso era, de alguma forma, nossa culpa. Pode
mos acreditar que fizemos algo que provocou o abuso, que somos culpadas.
Podemos ter medo de que riam de nos ou digam que somos ridiculas por ima
ginar que os outros podem, de alguma maneira, contar que carregamos este
segredo. Esta condigno de infancia é algo difícil de superamos quando adul
tas, epode impedir que revelemos o abuso. Podemos estar cheias de medo de
que figuras de autoridade (incluindo profissionais de saúde) venham a nos cul
par pelo abuso. Podemos viver na ilusáo de que figuras de autoridade nos
puniráo. O poder dos profissionais de saúde sobre nos, mesmo que tempora
rio, pode trazer de volta o medo de ser vitima de abuso".
2. O PROGRAMA DO SIA
Nao se cobram taxas ñas reunióes do SIA. Todavía quem pode dar urna
contribuicao para o pagamento das despesas com aluguel de sala, impressos,
telefone, é convidado a dá-la. Cada grupo de SIA é autofmandado.
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46 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 397/1995
2. Além dos Doze Passos. o SIA professa Doze Tradicóes. Sao linhas de
orientacáo para os grupos como tais, a fim de que os sobreviventes possam
encontrar unidade e continuidade na sua marcha; visam a formar "a conscién-
cia de grupo":
286
SOBREVIVENTES DE INCESTO ANÓNIMOS 47
5. Cada grupo SIA tem apenas um propósito primordial - levar esta men-
sagem, apoiando e praticando osDoze Passos; nos mesmos, encorajando e
compreendendo outros sobreviventes de abuso sexual eajudandoe confortan
do uns aos outros.
6. Os grupos de SIA jamáis deveriam endossar, financiar ou emprestar
seu nome a qualquer empreendimento de fora, para que problemas com di-
nheiro, propriedade e prestigio nao nos desviem de nosso objetivo primordial.
7. Cada grupo deve ser totalmente auto-suficiente, recusando contribuí-
góes de fora.
8. O trabalho do SIA deverá permanecer nao profissional, mas nossos
centros de servicos poderáo contratar funcionarios especializados.
9. SIA como um todo jamáis se deveria organizar, mas podemos criar
¡untas ou comités, diretamente responsáveis por aqueles a quem prestam ser-
vicos.
10. Sobreviventes de Incesto Anónimos nao opina sobre questóes de fora;
portanto, o nome do SIA jamáis deveria ser envolvido em controversia pública.
11. Nossa política de relagóes públicas se baseia na atracáo, nao na pro-
mogáo; precisamos manter o anonimato pessoal, a nivel de imprensa, radio,
TV e filmes.
12. O anonimato é a base espiritual das nossas Tradicóes, lembrando-nos
sempre de colocar os principios ácima das personalidades".
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48 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS* 397/199S
4. OBSERVAQÓES COMPLEMENTARES
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€M COMUNHñO
Revista bimestral (5 números: marco a dezembro)
Editada pelo Mosteiro de S. Bento do Rio de Janeiro, desde
1976 (já publicados 107 números), destina-se a Oblatos
beneditinos e pessoas interessadas em assuntos de
espiritualidade bíblica e monástica. — Além de artigos, contém
traducoes e comentarios bíblicos e monásticos, e, ainda a
crónica do Mosteiro.
NOSSO
* DA PAZ
Sooñto
O ANO LITÚRGICO
Presenca de Cristo no tempo
Quadro mural (formato 65 x 42). Ilustrado
etn cores, para estudo do Ano Litúrgico em
cursos para equipes de Liturgia. É um "ca
lendario" com as solenidades e festas do ano
eclesiástico, com breves explicacoes.
Pode ser afixado ás portas de igrejas, em salas
de aulas, noviciados, etc.
Elaborado por D. Hildebrando Martins. Útil
á Catequese RS 4,00