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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ECONOMIA
Macroeconomia I

ANO LECTIVO DE 2013


2º ANO- 1º SEMESTRE
CURSO: Economia

O Modelo IS-LM
em Economia Fechada
Introdução ao Modelo IS-LM
 O modelo IS-LM, constitui a principal interpretação da teoria de Keynes,
efectuada por Jonh Hicks(1937) e Alvin Hansen (1949, 1953), que consiste
num Modelo de Análise do Equilíbrio Macroeconómico do lado da Procura
Agregada no curto prazo;

Sir John Richard Hicks (1904 – 1989), um dos mais importantes e


influentes economistas do séc. XX. Notabilizou-se pelo facto de em seu
artigo “Mr. Keynes and the Classics”, publicado em 1937, ter efectuado a
síntese e a representação econométrica dos pensamentos de Keynes sobre o
funcionamento dos agregados macroeconómicos, dando origem a um
diagrama de duas curvas denominado (IS-LL) para ilustrar as relações
encontradas.
Alvin Harvey Hansen (1887-1975), conhecido como o “ Keynes
Americano”, notabilizou-se por trazer o pensamento Revolucionário de
Keynes de 1930 para os Estados Unidos. Notabilizou-se pelos seus
desenvolvimentos ao modelo de Hicks em 1949 e 1953, onde converteu o
diagrama de Hicks para “IS-LM”, dando origem ao conhecido Modelo IS-
LM, também conhecido como o Modelo de Hicks-Hansen. O diagrama
elaborado representa os equilíbrios “investment-savings” (IS) e “liquidity-
money supply” (LM), e permite a análise da adopção as políticas fiscais e
monetárias para alterar o nível de rendimento nacional.
Introdução do Modelo IS-LM
 O Modelo IS-LM, diferencia-se do Modelo Keynesiano Simples de
determinacao do Produto, Rendimento e do Emprego pelo facto de
introduzir na sua análise a interacção entre o mercado real (bens e
serviços) e o mercado monetário (procura e oferta de moeda);

 A interacção entre estes dois mercados é feita através da introdução de


uma nova variável, a taxa de juro (i).

 A Procura Agregada neste modelo, é determinada pelo nível de taxa de


juro (i) e de rendimento (Y) em que se verifica o equilíbrio
simultâneo entre o mercado de bens e serviços e o mercado
monetário.
Os Pressupostos do Modelo
 O modelo assume pressupostos semelhantes ao do Modelo Keynesiano
Simples, que se baseia nas seguintes características:
 O sistema económico encontra-se em equilíbrio com o desemprego de
recursos;
 Os níveis de equilíbrio macroeconómico do produto, rendimento e
emprego são determinados pelas condições do lado da Procura
Agregada;
 O nível geral de preços é determinado pelas condições do lado da
Oferta Agregada que se admitem exógenas, desta forma a inflação
apenas pode acontecer devido a choques no lado da oferta agregada.
 A taxa de juro (i), deve ser considerada como uma média das diferentes
taxas de juro existentes na economia;
 Por enquanto, assumimos uma economia fechada.
O Mercado de Bens E Serviços

A Função IS
As Funções Comportamentais:
do Mercado de Bens e Serviços
 A maior parte das funções comportamentais deste mercado
mantên-se idênticas as do Modelo Keynesiano simples, com a
execpção do Investimento.
 Procura de Bens e Serviços: (1) A  C  I  G

 Despesas de Consumo Privado: (2)C  C  cYd


 Poupança Privada: (3) S  C  (1  c)Yd

 Rendimento Disponível:( 4)Yd  Y  T  Tr  Yd  Y - T  ty  Tr

 Gastos Publicos: (5)G  G

 Transferencias: (6)Tr  Tr Impostos : (7)T  T  tY


A Função Investimento
no Mercado de Bens e Serviços
 Neste modelo, assume-se que a procura de investimento privado depende
do nivel de taxa de juro (i), pois, uma empresa para investir tem de
autofinanciar ou então recorrer ao crédito. Em qualquer dos casos, o custo do
financiamento pode ser medido pelo montante de juros que a empresa tem
de pagar, ou que deixa de receber, caso esteja a utilizar fundos próprios.
Desta forma, podemos afirmar que a procura de investimento decresce com
o aumento da taxa de juro (i), pois aumenta o custo de financiamento.
 A função Investimento privado será determinada por:

 Onde:
(8) I  I  bi
 b- mede a sensibilidade do Investimento em relação a taxa de juro (i),
sendo b>0;
 Ī – mede o Investimento autónomo, ou seja, a parcela do investimento que
não depende da taxa de juro (i), pode depender de outros factores exógenos,
como por ex. A expectativa de lucros dos empresários.
Representação Gráfica da Função Investimento
i

i1

i0
I  I  bi

I1 I
I0
O Mercado de Bens e Serviços e a curva IS
 A curva IS (Investimento e Poupança), representa os pares de
combinações de nível de rendimento (Y) e de taxa de juro (i) para
os quais o mercado de bens e serviços encontra-se em equilíbrio. A
dedução analítica da IS pode ser feita através da igualdade :
 Y = AD
 Sendo que:
 Óptica da Despesa: AD= C + I + G
 Óptica do Rendimento (Optica de Utilização): Y = C + S +T
 Y = AD
C + I + G = C + S + T
 (Entradas ou Injecções) I + G = S + T (Saídas ou Retiradas)
O Mercado de Bens e Serviços e a curva IS
Dedução Analítica da IS
S T  I G
 C  (1  c)Yd  T  tY  I  b * i  G  Tr
 C  (1  c)(Y  T  Tr )  T  tY  Tr  I  b * i  G
 C  (1  c)(Y  T  tY  Tr )  T  tY  Tr  I  b * i  G
 C  Y  T  tY  Tr  cY  cT  ctY  cTr  T  ty  Tr  I  b * i  G
 C  Y  cY  cT  ctY  cTr  I  b * i  G
Y  cY  ctY  C  I  b * i  cT  cTr  G
Y (1  c  ct )  C  I  b * i  cT  cTr  G
Y [1  c(1  t )]  C
  IcT  cTr
 G  b * i
A

A  b *i
Y
1  c(1  t )
O Mercado de Bens e Serviços e a curva IS
Dedução Analítica da IS
A  b *i
Y
1  c(1  t )
A b A [1  c(1  t )] * Y
IS : Y  - * i ou i  
1  c(1  t ) 1 - c(1 - t) b b
1
Se   ; a expressao analitica da IS sera :
1 - c(1 - t)
Y   ( A  b * i )

IS :  A 1
i   *Y
 b b
Dedução Gráfica da IS
S+T=I+G
(S+T) S+T (S+T)

(S+T)1 (S+T)1

(S+T)0
(S+T)0

45°
Y0 Y1 Y (I+G)0 (I+G)1
I+G
i IS i G

i0 A i0

i1 B i1
I+G

Y0 Y1 Y (I+G)0 (I+G)1 I+G


A Representação Gráfica IS
A Inclinação da IS é dada
i por:
A IS i 1
  ,   0, b  0
b Y b

1

b

A Y
A Inclinação da IS
 I. Sensibilidade do Investimento em Relação a Taxa de Juros (b)
 Quanto maior for a sensibilidade do investimento em relação a taxa de juros ►
Mais Horizontal será a IS (MENOR INCLINAÇÃO). Interpretação: Uma
pequena variação na taxa de juros induzirá a uma grande variação nas despesas
de Investimento, portanto, AD e na Y.
 Quanto menor for a sensibilidade do investimento em relação a taxa de juros ►
a IS estará próxima da vertical (MAIOR INCLINAÇÃO). Interpretação:
Variações na taxas de juros (i) irão requerer maiores variações no Investimento.

A IS0
b0

A IS1 b0<b1
b1

A Y
A Inclinação da IS
 II. Multiplicador de gastos (ou Keynesiano Simples)
 Quanto maior for o multiplicador de gastos (pmgc↑ou t↓) ►a IS estará
mais próxima da Horizontal (MENOR INCLINAÇÃO). Interpretação:
maior será o aumento do rendimento por cada variação dos elementos da AD.
 Quanto menor for o multiplicador de gastos (pmgc↓ou t↑) ►a IS será mais
Verticalmente inclinada (MAIOR INCLINAÇÃO). Interpretação: menor
será o aumento no nível do rendimento por cada variação dos elementos da
AD.
i
A
b0  0  1

IS1

IS0
0 A 1 A Y
A deslocação da curva IS
 A curva IS vai sofrer deslocações paralelas devido a variações das
componentes da despesa Autónoma (A).

A  0

A  0 IS1
IS0
IS2
Y
Desequilíbrios e Mecanismos de Ajuste

Acumulação de
B Existências
i1

i0
A
Esgotamento de
Existências IS
Y Y Y
0 1
Desequilíbrios e Mecanismos de Ajuste
 Os pontos A (a esquerda e abaixo) e B (a direita e acima) correspondem à
combinações (Y,i) para as quais o mercado de bens e serviços está em
desequilíbrio, ou seja, Y≠AD ou S+T≠I+G.

 No ponto A, o nível da taxa de juros i é extremamente baixo para gerar


0
equilíbrio no mercado de Bens e Serviços, ao nível de rendimento Y0.
 ↑I ► ↑AD ►Y<AD ou S+T<I+G►escoamento involuntário de
existências ► as firmas aumentam a sua capacidade produtiva de
forma a fazer face a maior demanda no mercado até que se estabeleça o
equilíbrio.
 No ponto B, Y>AD ou S+T>I+G , há acumulação involuntária de
existências ►as firmas diminuem a sua capacidade produtiva até que se
estabeleça o equilíbrio;

 Nota: O reequilíbrio no mercado de bens e serviços é estabelecido pela


variação da produção, a cada nível de taxa de juro dada, através do
mecanismo de ajustamento de existências.
Casos Extremos da Função IS
 Curva IS Vertical (b=0)
 Este caso sucede quando o investimento privado é totalmente
insensivel a taxa de juro (b=0). Seja qual for o nível de taxa de
juro, o nível de rendimento de equilibrio manter-se-a inalterado.

i IS

A Y
Casos Extremos da Função IS
 Curva IS Horizontal ( b   )
 Sucede no caso em que o investimento privado é infinitamente
sensível a variações de taxa de juro (i) . Neste caso, variações na
taxa de juro, poderão causar variações infinitesimais no nível do
produto, pois o produto é infinitamente sensivel as variações de
taxa de juro (i).

IS

Y
O Mercado Monetário

A Função LM
O Mercado Monetário (os Activos Financeiros)
 No mercado monetário-financeiro, podemos encontrar uma grande
diversidade de activos que compõem a riqueza de um individuo como por
exemplo: terrenos, habitações, fábricas, mobiliário, joias , notas e
moedas em circulação, os depósitos a ordem e a prazo nos bancos, os
titulos de dívida pública (bilhetes e obrigações do tesouro), as acções de
uma empresa e outros.

 Por motivos de simplificação, neste modelo iremos considerar que a


riqueza de um individuo é constituída por 2 activos financeiros:

 1- A moeda (notas e moedas em circulação e os depósitos a ordem);

 2- Os títulos (acções, obrigações do tesouro, bilhetes do tesouro e outros);


O Mercado Monetário : A Moeda
 Entende-se por moeda o agregado monetário M1 constituído por notas
e moedas em circulação e depósitos a ordem.

 A moeda tem como características:


 Aceitabilidade – é aceite por todos no espaço territorial em que é
adoptada;
 Liquidez - é aceite como meio de pagamento nas transacções de bens e
serviços dos agentes económicos;
 Rendimento Nulo – a detenção de moeda, não oferece ao seu
proprietário qualquer rendimento adicional (apesar dos depósitos a
ordem renderem juros, o facto de as taxas de juro dos depósitos a ordem
serem muito baixas, iremos assumir que também não rendem juros).
Desta forma, a taxa de juro (i) mede o custo de oportunidade da
moeda, pois vai indicar quanto se perde por manter a riqueza em forma
de moeda.
O Mercado Monetário : Os Títulos
 Por títulos, considera-se um tipo particular de divida (bond) que da
direito ao seu portador a receber periodicamente um rendimento,
correspondente aos juros da dívida. Este título, é negociável no
mercado de títulos que admitiremos que funciona sobre concorrência
perfeita.

 Os títulos tem como características:


 São menos líquidos que a moeda – não são aceites como intermediários
nas trocas;
 O seu rendimento tem duas componentes – os juros em valor nominal
e as mais valias ou menos valias resultantes de alterações no seu valor de
mercado.
O Mercado Monetário : O Preço dos títulos e a Taxas
de juro(i)
 O stock de títulos existentes no sistema económico é transacionado no
mercado de titulos, e o valor de mercado dos titulos (Bonds) está
relacionado com a taxa de juro (taxa de retorno implícita).
 Consideremos uma obrigação de renda perpetua, que paga periodicamente
um valor fixo Vn, e a sua cotação no mercado de titulos é Pb (Preço de
título) e a taxa de juro i.

 1 
1  
Vn Vn Vn Vn  1 i 
Pb     .....  *
2
1  i (1  i ) (1  i ) 3
1 i 1
1
1 i
Vn 1  0 Vn Vn
 Pb  *  Pb  i
1 i i i Pb
1 i
O Mercado Monetário: A Riqueza Real dos
Agentes
 De acordo com as hipóteses formuladas, um individuo ao decidir como
empregar a sua riqueza terá que decidir entre deté-la sob forma de moeda
e/ou titulos sujeito a uma restrição que é a sua riqueza total, isto porque
sendo dada a sua riqueza o individuo ao deter maiores quantidades de
moeda irá deter consequentemente menores quantidades de títulos de
modo que a sua riqueza real será dada por:

W M B
 
P P P
 Onde: W – riqueza em termos nominais;
 P – Índice geral de preço;
 M – quantidade de moeda nominal em circulação;
 B – valor global dos títulos em termos nominais.
O

Mercado Monetário: A riqueza real dos agentes
Quando a oferta de activos iguala a procura de activos teremos:
Ms Bs Md Bd
  
P P P P
 M s M d   Bs Bd 
        0
 P P   P P 

 M s M d   B s B d  Quando o mercado monetário encontra-se em


      
 P P   P P  equilíbrio, o mercado de títulos, também estará.

Do mesmo modo que quando ocorrer um


M M  B B 
s d s d
       excesso da procura por moeda, haverá um
 P P  P P excesso da oferta de títulos.

 Podemos analisar o mercado de activos concentrando apenas num dos


mercados, e saberemos exactamente o que acontecerá em outro mercado.
Iremos analisar o mercado monetário.
O Mercado Monetário: A Procura por moeda
 Segundo Keynes, os agentes económicos procuram moeda pelos seguintes
motivos:
 Motivo de Transacções : os agentes desejam manter riqueza na forma de
moeda para satisfazer as necessidades de transacções de bens e serviços que
prevêm efectuar. A procura de moeda para fins transacionais é explicada
pelo rendimento do período;
 Motivo de Precaução: os agentes desejam manter riqueza na forma de
moeda para fazer face as despesas/pagamentos de acontecimentos
inesperados. O motivo precaucional é directamente proporcional ao
rendimento das pessoas, pois são determinadas pelas transacções que os
agentes económicos esperam fazer no futuro;
 Motivo Especulativo – os agentes optam por manter moeda em alternativa a
títulos quando esperam que a taxa de juro suba, pois, neste caso, esperam
uma quebra no preço dos títulos. A posse de moeda permitir-lhes-a aplicar
em títulos quando as condições de mercado forem favoraveis a obtenção de
mais valias com aquisição dos títulos. Keynes assumiu um relação inversa
entre a taxa de juros nominal e a procura por moeda por motivos
especulativos.
O Mercado Monetário: A procura por moeda
 Reunindo os três motivos de procura por moeda, podemos representar a
procura real por moeda total como:

Ld  ky  hi, k0 e h0

 Onde:
 L (liquidity) – procura real por moeda;
 k- representa a proporção de riqueza real que e mantida na forma de moeda
para fins transnacionais e precaucionais;
 h – mede a sensibilidade da procura de moeda para fins especulativos
O Mercado Monetário: A Oferta de Moeda

 A oferta Nominal de Moeda (MS) é uma variável exógena que depende


da política monetária, que é controlada autonomamente pela autoridade
monetária (o Banco Central).

 Por outro lado, neste modelo, assumimos que o nível geral de preços
(P) é mantido constante, de modo que a oferta real de moeda e uma
variavel exógena.

S M s  M s 
L  
P  P 
 Onde : LS- Oferta real de moeda
O Mercado Monetário e a curva LM
 A curva LM (Liquidity Money), representa os pares de
combinações de nível de rendimento (Y) e de taxa de juro (i) para
os quais o mercado monetário encontra-se em equilíbrio.
 O equilíbrio neste mercado será derivado da igualdade entre a
procura e a oferta de moeda:

LS  Ld
Ms 
   Ld ( y; i )
 P 
T
Dedução Gráfica da LM
M d
 MS 
  T  
 P  M d
  P 
 
 P  T
T Md 
Md   
 
 P 0  P 0

T
Md  Md 
T
   
 P 1  P 1
45°
E E
Md  Md  MS 
Y1 Y0 Y      
 P 0  P 1  P 
i i
LM

A i0
i0 Md 
E

 
 P 
B i1
i1 Md 
E

 
 P 

Y1 Y0 Y Md 
E
Md 
E

   
 P 0  P 1
Dedução Analítica da LM
 _s 
M  Md 
 
 P 

 P   
 
 _s 
M 
   kY  hi
 P 
 

 _ s   _s   _s 
 M   kY  hi   M   hi  kY  Y  h i   1  M 
 P   P    
k k
  P
 




 



LM : 
 _

 M s   _
  _
s 
Ms  k 1 M 

   kY  hi  hi  kY     i  Y    
 P   P  h  h  P 
     
A Representação Gráfica LM
i LM A inclinação da LM:
i k
 ; k  0, h  0
Y h
i
 logo 0
Y
k
h
 _S 
 1  M
 


Y
 k  P 
 
 1  M 
S
   
 h  P 

A Inclinação da LM
I. Elasticidade da procura por moeda em relação ao rendimento (k)
 Quando maior for a sensibilidade da procura por moeda em relação ao
rendimento ► a LM será mais Verticalmente inclinada (MAIOR
INCLINAÇÃO). Interpretação: Pequena variação no rendimento levará
a uma grande expansão na procura por moeda por motivos transaccionais,
havendo uma venda de títulos no mercado de títulos.

i LM1
LM0
k1  k0
 _S 
 1  M 
  
 k1  P 
 

 1  M
  
S 

 _S
 1  M
 



Y
  k0  P 
 h  P   
A Inclinação da LM
II. Elasticidade da procura por moeda em relação à taxa de juros (h)
 Quando maior for elasticidade da procura de moeda em relação à taxa de
juros ► a LM mais Horizontamente inclinada (MENOR
INCLINAÇÃO). Interpretação: Se a procura por moeda for muito sensível
a taxa de juros, qualquer variação nesta exigirá uma mudança significativa
no rendimento para compensá-la.
i

LM0
h1  h0
LM1

 1  M S   _  Y
     1  M S 
  
 h1  P 
  k0  P 
 
 1  M S 

  
 h0  P 

A Deslocação da Curva LM
 A curva LM vai sofrer deslocações paralelas devido a variações nas
componentes da Oferta Real de Moeda Δ(MS/P).

i LM2
LM0
LM1

MS↑ou P↓
MS↓ou P↑

Y
Desequilíbrios e Mecanismos de Ajuste
Os pontos A (esquerda e acima) e B (a direita e abaixo) correspondem à
combinações (Y,i) para as quais o mercado monetário está em desequilíbrio.

i Excesso de Oferta
de Moeda
A LM
i0

i1 B Excesso de Procura de
Moeda

Y0 Y1 Y
Desequilíbrios e Mecanismos de Ajuste
 No ponto B, o nível da taxa de juros i é muito baixo para resultar no
1
equilíbrio do mercado monetário ao nível de rendimento Y1. Ao nível Y1
os agentes económicos procuram muita moeda para efectuarem
transacções →Excesso Procura por Moeda (EDM)→Como a oferta
moeda é determinada pelo Banco Central, para equilibrar o mercado
monetário os agentes económicos terão que ajustar a sua carteira de
activos, composta de títulos e de moeda →vendem títulos → Excesso de
oferta de Títulos → o seu preço baixa, (Pb↓) ►a taxa de juro aumenta (i↑)
até ao equilíbrio do mercado monetário.

 Para o Ponto A, ao nível de rendimento Yo → os agentes económicos


procuram mais títulos → compram títulos → há maior procura de títulos
→ o seu preço aumenta (Pb ↑)→ a taxa de juros diminui (i↓) até que se
estabeleça o equilíbrio.

 Nota: os desequilíbrios no mercado monetário são corrigidos através de


variações nas taxas de juros.
Casos Extremos da Função LM
 Curva LM Vertical (h=0)
 Estamos presente o caso clássico, onde não é atribuido importância a
reacção da procura real de moeda as variações da taxa de juro (i). A
procura de moeda é efectuada apenas por motivos transaccionais, sendo
que depende apenas do nível de rendimento.

i LM

Y0 Y
Casos Extremos da Função LM
 Curva LM Horizontal ( h )
 Denominado por Armadilha de Liquidez (Caso Keynesiano Extremo),
caso em que a taxa de juro (i) é insensível as variações de rendimento.
Refere-se a um caso em que a taxa de juro é muito baixa, e para qual o
mercado monetário estará sempre em equilíbrio para qualquer que seja o
nível de rendimento real. A procura por moeda é infinitamente sensível à
variações da taxa de juro.

LM

Y
O Equilíbrio Geral dos Mercados

IS = LM
Equilíbrio Geral dos Mercados
 Depois de analisados os equilíbrios isolados do mercado de bens e
serviços e do mercado monetário, vamos agora determinar os níveis
de taxa de juro (i) e de rendimento real (Y) que garantam que estes
dois mercados encontrem-se em equilíbrio simultâneo.

 O equilibrio geral vai representar o estado em que a economia


encontra-se em equilíbrio macroeconómico sem qualquer pressão
para a alteração do nível de produto e da taxa de juro, pois os
mercados estão simultaneamente em equilíbrio.
Equilíbrio Geral dos Mercados: Dedução Analítica
 O equilibrio geral pode ser deduzido apartir das seguintes igualdades:
iIS  iLM  YLM  YIS
A 1 1 MS
Sendo que : a IS  i =  * Y e a LM  i  ( kY  )
b b h P
IS  LM
A 1 1 MS
 * Y  ( kY  )
b b h P
h b M
Y  * A *
h  kb h  kb P
 
M
Y   * A *
P
(Equação Fundamental da Politica Económica)
 β- multiplicador fiscal, no contexto do modelo IS-LM
 γ- multiplicador monetário
Equilíbrio Geral dos Mercados:
Graficamente

i
IS LM

E
iE

YE Y
Desequilíbrios e Mecanismos de Ajuste

i IS EOM LM
EOBS I

EDM
EOM
EOBS
EDBS
IV
II
EDM
EDBS III
Y
EOM – Excesso de Oferta de Moeda; EOBS – Excesso de Oferta de Bens e
Serviços;
EDM- Excesso de Procura por Moeda; EDBS – Excesso de Procura de Bens e
Politicas Económicas
 Politica Fiscal Expansionista (ΔG>0).

i
IS1
IS0 LM0
ΔG>0

E1
i1
E0 E0’
i0

Y
Y0 Y1 Y’0
Politicas Económicas
 Politica Monetária Expansionista (ΔMS>0).

LM0
i IS0
LM1
ΔMS>0

E0 E0’
i0
E1
i1

Y
Y0 Y1 Y’0
Politicas Económicas: Casos Especiais
 Politica Fiscal Expansionista (ΔG>0) no caso da Armadilha
de Liquidez.
i IS1
IS0
ΔG>0

E1
E0
i0 LM0

Y0 Y1 Y
Politicas Económicas: Casos Especiais
 Politica Fiscal Expansionista (ΔG>0) no caso Clássico.

i IS1 LM0
IS0
ΔG>0

i1 E1

E0 E0’
i0

Y0 Y0 ’ Y
Politicas Económicas: Casos Especiais
 Politica Monetária Expansionista (ΔMS>0), quando b=0

IS0 LM0
i
LM1
ΔMS >0

E0
i0 E0’

E1
i1

Y0 Y0 ’ Y
Politicas Económicas: “Policy Mix”
Adopção de uma Politica Fiscal Expansionista (ΔG>0) acompanhada
por uma Politica Monetária Expansionista (ΔMS>0), com o intuito de
eliminar o efeito Crowding-out do Investimento privado resultante da
adopção da Politica Fiscal Expansionista.
LM0
i
ΔMS >0 LM1
E1
i1
E0 E0’
i0

ΔG>0
IS1
IS0 Y

Y0 Y1 Y’0
O Modelo IS-LM e a curva de Procura
Agregada
 A partir dos pressupostos assumidos neste modelo, podemos notar que o
modelo IS-LM descreve o funcionamento do lado da procura agregada
da economia. Com isso, podemos, a partir deste, derivar a Curva da
Procura Agregada.

 Para tal temos de relaxar um dos pressupostos, que é o de preços fixos.


Dai podemos fazer uma transposição da análise do diagrama i e Y
(equilíbrio do sistema) para o diagrama P e Y. Imagine que o preço
varie de Po para P1, onde Po < P1. Qual será a reacção do sistema
económico?

 O aumento do nível de preços, reduz a oferta de moeda em termos


reais. Este facto vai modificar as combinações Y e i para as quais o
mercado monetário está em equilíbrio, passando a combinar taxas de
juros mais altas e níveis de rendimento baixos. Isso será traduzido por
uma deslocação da curva LM para esquerda e para cima, saindo do
ponto de equilíbrio E0 para E1. Resultando no novo rendimento de
equilíbrio Y1. Continuando com o processo veremos que a níveis mais
elevados de preços teremos níveis mais baixos de rendimento.
Representação Gráfica
LM 2  M S 
P2 
i 

ΔP>0 LM 1 M S 
P1 
E2 
i2 LM 0  M S 
ΔP>0 P0 
E1 
i1
E0
i0

IS0

Y2 Y1 Y0 Y
P

P2 E2

E1
P1
E0
P0 AD

Y
Y2 Y1 Y0
O Modelo IS-LM e a curva de Procura Agregada
 Depois de derivada a curva da Procura Agregada, podemos chegar as
seguintes conclusões:

 Uma variação do nível do rendimento no modelo IS-LM, resultante de


uma variação do nivel geral de precos, representa um movimento ao
longo da curva da Procura Agregada;

 Uma mudança no nível de rendimento no modelo IS-LM, a um nível


de precos constante, vai representar um deslocamento da curva da
Procura Agregada. Por ex: Uma variação da oferta nominal de
moeda, um aumento das despesas públicas em bens e serviços, um
aumento dos impostos autónomos, e outros.
FIM

Observações Finais

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