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Economia – ciência que estuda o comportamento dos diferentes agentes intervenientes em condições de
escassez de recursos.
PIB (produto interno bruto) – valor dos bens e serviços finais produzidos num país = Σ VAB’s
VAB (valor acrescentado bruto) – valor do produto final líquido do valor dos produtos usados na sua
produção.
PIB + rendimentos recebidos do exterior – rendimentos pagos ao exterior = PNB (atenção ao critério
de residência, só conta se for residente no país, os emigrantes não contam)
Amortizações = valor guardado pelas empresas para substituição dos bens em fim de vida.
ÓPTICA DA DESPESA
DI = C + G + I + EX – IM → Procura global
IM = importações
EX – IM = NX
ÓPTICA DO RENDIMENTO
VAB = vendas – consumos intermédios → VABcf (valor acrescentado bruto a custos de factores)
Amortizações
VAB Salários, juros, rendas
Lucros
VAB – amortizações = rendimentos para diferentes categorias (PILcf – produto interno líquido a custos
factores)
T – impostos directos e contribuições para a segurança social (é aquilo que nos é descontado do ordenado bruto)
TR – transferências recebidas do estado =pensões, abonos (ou transferências internas líquidas para particulares)
RE – transferências líquidas recebidas do resto do mundo – remessas de emigrantes
*Impostos indirectos – são os que nos cobram quando compramos algo, porque além do preço de custo do produto e do lucro
estamos a pagar os impostos a que foram sujeitos.
Consumo (C)
YD Poupança (S) YD = C + S
Deflator (variação dos preços obtida) do PIB =PIB a preços correntes : PIB a preços constantes (ano base)
(dividir)
CIRCUITO ECONÓMICO
Este circuito mostra o funcionamento da economia, os seus fluxos entre os vários agentes que nela actuam
Hipóteses simplificadores:
• Não há T (impostos indirectos e contribuições para a segurança social), logo Cf = Pm
• Não há amortizações, logo L= B (produtos líquidos e brutos são iguais)
• Não há RE (rendimentos recebidos ou pagos ao resto do mundo), logo o interno é igual ao nacional
• Só as empresas é que produzem
• As famílias pagam impostos e as empresas distribuem todos os seus lucros
• Só as empresas é que realizam exportações e importações
• Apenas as famílias participam na RE (recebem ou enviam transferências para o resto do mundo)
Y(PIB) = C + G + I + NX NX = EX-IM
Yd = Y – T + TR + RE
S = YD – C
ECONOMIA FECHADA SEM ESTADO
Numa economia fechada sem estados só existem famílias e empresas. As empresas produzem e as
famílias trabalham e consomem.
Se nesta economia existir I = Investimento (despesas de maquinaria, edifícios ou outro capital e bens armazenados
não vendidos),
há mercados financeiros no circuito económico:
Y=C+I→I=Y–C Y – C = Yd – C
Y = Yd (PIB = rendimento disponível)
Yd = S + C → S = Yd – C I (investimento) = S (poupança)
Com a intervenção do estado na economia passam a existir impostos e transferências para as famílias.
O estado também mantém relações com as empresas que se traduzem em impostos e subsídios.
Se houver um défice orçamental, este é sempre financiado pela poupança das famílias.
SG + SP = ST → ST = I
As relações com o exterior tornam o nosso modelo mais realista Agora há RE (transferências líquidas
recebidas do resto do mundo – remessas de emigrantes) e por isso há BTC (balanço de transacções
correntes) (poupança total).
Quando está deficitária, o exterior financia o nosso país, se fosse positiva seria o nosso país a
financiar o exterior.
2º Capitulo
O MERCADO DE PRODUÇÃO
Se quisermos pensar na economia como um todo, é necessário considerar os três mercados que a
constituem: os mercados de produto, os mercados monetários e os mercados de trabalho.
Os dois primeiros formam a procura agregada e o último a oferta agregada.
Se considerarmos a economia constituída só por famílias e empresas, a procura local existente é igual
aC+I D=C+I
Quando Y↑ (rendimento cresce), C↑ (o consumo cresce), mas não na mesma proporção, o consumo aumenta
menos que o rendimento.
C = C + Cy C – propensão marginal a consumir
As decisões de investimento (I) são muito mais complexas e por isso é uma variável quase
imprevisível e difícil de explicar. Por essa razão o investimento é considerado uma variável exógena
→ I=I
Variável endógena – está dentro do modelo (não nos é dado o valor, tem de ser calculado, como o Y)
Variável exógena – está fora do modelo
Com estas hipóteses o modelo de forma estrutural é:
D=C+I D=Y
C = C + Cy
I=I
Y e C → variáveis endógenas
I → variável exógena
↔ Y =C + Cy + I
↔ (1-C) y = C + I
↔Y = C + I
1–C Agora podemos saber o valor de Y
Ou
C = C + Cy I=I Y=C+I
↔ C = C + C (C +I )
↔ C = C + Cc + CI
↔ (1 – C) C = C + CI
↔ C = C + CI
1–C Agora podemos saber o valor de C
Desta forma conseguimos saber qual é o efeito sobre o valor de equilíbrio de C ou de Y (variáveis
endógenas) se existir uma variável em I (variável exógena). Este conceito é conhecido como
multiplicador ( K).
Se Y = C + I então KI = . 1 .
1–C 1- C → Conceito de derivada
Ao considerarmos a existência do estado, devemos ter em conta a aquisição de bens e serviços finais
pelo mesmo (G), os impostos que cobra (T) e as transferências (TR).
G e TR são consideradas variáveis exógenas. No caso de T estes variam com os diferentes níveis de
Y.
Desta maneira Yd = Y – T + TR
D=C+I+G C = C; I = I; D = Y
C = C + cYd
Yd = Y – T + TR TR = TR
T = T + tY
E na forma reduzida :
Y = C + c (Y – T + TR) + I + G
↔ Y =C + cY – c T – ctY + cTR + I + G
↔ Y = cY – ctY + C – cT + cTR + I + G
↔ (1 – c + ct) Y = C – cT + cTR + I + G
Os multiplicadores são:
O efeito de G e TR na economia é diferente, KG > KTR, quando o estado ↑G, a produção aumenta
imediatamente e também Y↑.
Quando o estado ↑TR, o Yd dos particulares aumenta, mas só no período seguinte ele será
transformado em consumo e posteriormente em produção.
SO = diferença entre as receitas totais arrecadadas pelo estado e as suas despesas totais.
Assim: SO = T – G – TR ; T = T + tY
= T + tY – G – TR
Se Y↑ → SO↑
G↑ → SO↓
E se G↑ ( o efeito não é obvio)
G↑ → Y↑ → T↑→ SO↑
Neste modelo, se o estado aumenta os gastos e os impostos na mesma quantidade, então o aumento do
produto é igual ao aumento dos gastos.
(pag. 32)
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3º Capitulo
O MODELO IS / LM. CURVAS DE PROCURA E DE OFERTA AGREGADA
Calcular a percentagem:
O número maior menos (-) o numero mais pequeno, e multiplica-se o resultado por 100.
Dá-nos o valor em percentagem
O MODELO IS / LM
Este modelo mostra-nos o equilíbrio simultâneo nos mercados de bens e serviços (do produto) e
monetário, isto é o equilíbrio do lado da procura.
A ligação entre os mercados é feita através da taxa de juro.
Considerando o investimento como variável endógena que depende do nível da taxa de juro, o nosso
modelo é:
Y=C+I+G
C = C + ç Yd
Yd = Y – T +TR
T = T + tY
TR = TR
I =I – bi (quando ∏ = 0 i = r)
G=G
(quanto maior é i, maior é o custo de financiamento de I)
Forma reduzida:
Y=C+I+G
Y = C + ç(Y – T + TR) + I – bi + G
Y = C + Çy – Ç(T + tY) + çTR + I – bi + G
Y = çY – çT – çtY+ çTR + C + I – bi + G
(1- ç + çt)Y = - çT + çTR +C + I – bi + G
Y = - çT + çTR + C + I – bi + G
1 – ç + çt
A curva IS é formada pela infinidade de pares (Y,i) que fazem com que o mercado do produto
esteja equilibrado. I = S
(esta curva tem inclinação negativa)
i
IS
Se alterarmos I↑, G↑, C↑, TR↑, T↓ a curva IS desloca-se paralelamente para a direita (IS1). Para o mesmo
nível de i mas passamos a ter mais Y (devido ao efeito multiplicador).
Se forem os impostos (T) a subir e o resto a descer a recta desloca-se em sentido contrário ou seja
paralelamente para o lado esquerdo (IS2).
i
IS1
IS
IS2
Y
Se mexermos em ç↑ ou t↓ou b↑, a curva IS desloca-se para a direita e torna-se menos inclinada (mais
elástica em relação a i).
Se a IS for vertical, então ela não depende de i. Se depender pouco então ela é rígida em relação a i. Se a
IS depender muito de i, então ela é elástica.
i i i
y y y
2 – O MERCADO MONETÁRIO → LM
No mercado monetário já não consideramos o mercado real (de bens serviços) mas sim o mercado da
moeda em geral.
A procura da moeda é diferente da procura de bens uma vez que o dinheiro não é desejado em si;
procurámo-lo porque nos serve como “lubrificante do comércio e da troca”.
A procura da moeda (L) depende do nível de rendimento (Y) e da taxa de juro nominal ( i )(que representa
o custo de oportunidade total da posse da moeda).
L = KY – hi K, h > 0
→ Quando Y aumenta, a procura da moeda aumenta
→ Quando i aumenta, a procura da moeda diminui uma vez que o custo de oportunidade de liquidez é
superior. Compensa mais aplicar o dinheiro no banco a render juros.
A oferta de moeda é normalmente controlada pelo banco central e por isso é exógena ao modelo ( M ).
S
M = M P – nível de preços
P P
A curva LM é então o lugar geométrico dos pares (i,Y) que fazem com que o mercado monetário se
encontre equilibrado.
(esta curva tem inclinação positiva) i LM
Se h = 0 então LM é vertical
i
M
L
M
M0
Y=C+I+G
C = C + ç Yd
Yd = Y – T +TR
T = T + tY modelo de bens e serviços - IS
TR = TR
I = I – bi (quando ∏ = 0 i = r)
G= G
Y = C - çT + çTR + I – bi + G equação reduzida da IS
1 – ç + çt
L = KY – hi
M S = M Mercado monetário - LM
P P
M = KY – hi equação reduzida da LM
P
↔ i = KY - M
h hp
Y = çY – çtY – çT + çTR +C + I – b KY + b M +G
H hP
↔ 1 – ç + çt + b k Y = C – çTR + I + bm + G
h hp
C – çTR + I + bm + G
hp
↔ Y=
1 – ç + çt + b k
h
Daqui podem deduzir-se os vários multiplicadores, que são inferiores aos dos modelos mais simples, uma
vez que a parcela b(K/h) significa mais fuga.
i
LM0
M LM1
i1----------------●b
i0-----------● a
G IS1
IS0
Y
Y0 Y1
O que faz diminuir o multiplicador? O aumento de G provoca um aumento de Y que por sua vez faz
crescer a procura de moeda por transacção. Mas como a oferta de moeda (M) não se altera, i aumenta para
diminuir G – procura de moeda por especulação, libertando assim moeda para transacção. Mas a subida de
i faz diminuir o investimento, e consequentemente Y.
Isto acontece pela introdução de b e h.
Aliás estes parâmetros são muito importantes: a eficácia das políticas fiscais (gastos) e monetária estão
dependentes deles.
Quando b = 0, o investimento não depende da taxa de juro. Aqui o multiplicador fiscal é máximo e o
monetário é nulo.
i IS IS i IS LM0
LM
i1 i0 LM1
i0 i1
Y Y
Y0 Y1 Y
i LM i LM0 LM1
i0 IS1 i0 IS
IS0
Y Y
Yo Y1 Y0 Y1
i i
i1 LM1
i LM
i0 LM0
IS0 IS1 Y Y
Y0 Y1 Y
“Crowding-out”
O facto de uma subida inicial de G, que leva a um aumento de Y, mas que força i a subir para manter o
mercado monetário equilibrado, leva a uma diminuição parcial do nível de investimento, é chamado de
Crowding-out, representa a fuga que existe no sistema económico e que impede o aumento total de Y.
i0 ---------------●------------------------------------------p0----------------●
IS AD P↑
Y Y
Mas se o que aumenta for a componente autónoma(excepto T) ou M. AD desloca-se para a direita.
C – çT + çTR + I + g + bm
hp
↔ Y=
1– ç (1- t) + b k
h
A curva As fornece a quantidade total de bens e serviços que as empresas de um país estão dispostos a
produzir e a vender num dado período. Esta deduz-se a partir do mercado de trabalho e de uma função de
produção chamada de neoclássica.
→ A curva de procura de trabalho tem uma inclinação negativa (devido aos rendimentos decrescentes:
quando o salário real aumenta a procura de trabalho diminui).
W/P
P AS
Y
Y
Se a oferta de trabalho depender da taxa de salário nominal (W), ou da taxa de salário real (W/P) mas não
se verificar ∏e = ∏ e sim ∏e < ∏; a AS passará a ter inclinação positiva.
P AS
Por último a AS pode ser horizontal (AS Keynesiana), quando se supõe que a capacidade produtiva das
empresas lhes permite produzir qualquer quantidade de produto ao mesmo nível de preços.
P AS
P1-------●
P0-------● AD
AD
Y Y AS Neoclássica
i
LM1
● LM0
● IS1
IS0
Y
P1-------------●
P0-------● AD
AD
Y0 Y1 Y AS com inclinaçâo positiva
i LM1
● LM0
● IS1
●
IS0
Y0 Y2 Y1 Y
• G↑ - IS para a direita
• P↑ e Y↑
• (M/P)↓, logo LM vai para a esquerda, mas ainda assim Y1>Y0
• Crowding-out parcial
P ● ● AD
AD0 AD1
Y0 Y1 Y AS Keynesiana
i LM
i1
i0 ----------- -●------●
IS0
IS1 Y
Y0 Y1
• G↑ - IS para a direita
• P – permanecem constantes
• i↑ e Y↑ pelo multiplicador dos gastos
• Crowding-out nulo
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4º Capitulo
Os conceitos que este capítulo trata, são conceitos muito comuns na economia moderna.
Os orçamentos são sistemas usados pelos governos para planear e controlar as despesas e as receitas.
Os orçamentos são excedentários (deficitários) quando o governo tem receitas maiores (menores) do
que as suas despesas.
A política macroeconómica depende da política orçamental, que integra os aspectos globais da
despesa e dos impostos.
CONCEITOS A RETER:
Saldo orçamental convencional – (saldo global) diferença entre as receitas totais e as despesas
globais, excluindo os passivos financeiros (emissão da dívida e amortização da dívida pública).
Saldo primário – saldo global, livre dos juros relativos à dívida em atraso, pretende-se que não
contenha o peso do “passado”.
Saldo corrigido da inflação – uma vez que a parte dos juros representam a perda de valor real da
dívida. Desta forma, retiramos aos juros a parcela que se destina a compensar a inflação, ficamos com
o valor real do capital em dívida.
Saldo orçamental corrigida das flutuações cíclicas – saldo de pleno emprego que se traduz no saldo
orçamental corrigido dos efeitos das variações cíclicas no orçamento.
Devemos ter em conta que, se pensarmos na parte da despesa (transferências sociais para os
particulares, exp: subsídios) em situação de recessão esta tende a aumentar, dado que a mais
desempregados, ou pessoas a precisarem de ajuda do governo.
Por outro lado na mesma situação, a rubrica dos impostos tenderá, pelo contrário a baixar devido ao
arrefecimento da actividade económica.
Assim podemos considerar estes efeitos quando colocamos este saldo:
Tp = T (1 + η gap)
Gp = G (1 + ε gap) η, ε – elasticidades
Yp - Y
gap = Yp (desvio do rendimento em relação ao rendimento do pleno emprego)
→ Quanto mais se afastar o SCFC do SC, mais expansionista é a política fiscal. E vice-versa.
(ver quadro da pag. 97)
Nota:
Rubrica da despesa:
• Salários da função pública
• Transferências correntes para os particulares
• Juros (da dívida pública)
Rubrica da recita:
• Impostos (directos e indirectos)
• Segurança social
• Transferências comunitárias
A restrição orçamental do governo diz-nos que o limite das despesas, deve ser estabelecido pelo
montante do financiamento disponível ( os impostos, as taxas, as transferências comunitárias e ainda
empréstimos e variação no stock de moeda).
A restrição orçamental é representada por:
G + TR = T + ∆B + ∆M + A
G – despesa pública
TR – transferências para os particulares
T – impostos (apesar de haver mais receitas, só consideramos esta)
∆B – variação do stock de dívida pública na mão do sector privado
∆M – variação da base monetária, para financiar o défice orçamental
A – venda de activos (nem sempre utilizada)
Sendo assim se existir um défice orçamental (G + TR > T), haverá necessidade de mexer em B ou em
M.
Vamos estudar cada uma destas situações considerando as seguintes hipóteses simplificadoras:
i) inicialmente há equilíbrio orçamental (T – G – TR = 0) défice = ∆G
i) os preços são constantes
Supondo também M e T, uma variação das despesas públicas leva a variações no stock de dívida na
posse do sector privado e nos impostos (tY)
Assim:
∆G + ∆TR = t∆Y + ∆B
Ou
∆B = ∆G + ∆TR – t∆Y
O facto do financiamento ser feito desta forma em termos de modelo IS /LM não há qualquer
alteração, uma vez que a variação de B não influencia as curvas IS / LM. Assim sendo o multiplicador
das despesas públicas mantêm-se o mesmo.
SY ∆G
∆Y =
SG
Neste caso o modelo IS / LM é alterado, dado que a alteração da política orçamental é acompanhada
por uma alteração da política monetária.
LM0
LM1
● ●
∆G
IS1
IS0 IS : ∆G
LM : ∆M
∆Y = SY ∆G + SY ∆M
SG SM
Prova-se algebricamente que o novo multiplicador dos gastos do modelo é superior agora.
Graficamente o efeito prova-se pela deslocação da curva LM para a direita e, consequentemente, por
um aumento do nível de rendimento de equilíbrio.
(há que ter em atenção que estamos a supor que os preços são constantes, isto é, não se alteram).
A RESTRIÇÃO ORÇAMENTAL PÚBLICA NUM CONTEXTO DINÂMICO
Considerando dois períodos (presente e futuro), o estado gasta G1 hoje, G2 amanhã, e tem receitas
fiscais T1 hoje, T2 amanhã.
Se no período 1 não há dívida, mas o estado gasta mais do que recebe (G1 – T1 > 0), será então
obrigado a emitir dívida que será paga por impostos futuros; que para além de cobrir os gastos futuros
terá de cobrir também o serviço da dívida (sujeito a juros).
O valor actualizado dos saldos primários futuros tem que ser igual ao valor inicial do stock de dívida
pública.
Significa que se revertermos para o presente os défices primários do futuro e igualarmos ´dívida inicial,
uma coisa será igual à outra.
Se os défices totais forem financiados pela emissão de títulos de dívida adquiridos pelo sector privado dB
dT
dB = G – T + iB
dT Défice total = défice primário + juros
Se houver um excedente no orçamento, o stock de dívida pública diminui; mas no caso de se verificar um
equilíbrio no orçamento de 1 período (G – T = 0) → défice primário , esta poderá ter que emitir dívida
pública para pagar os juros da dívida existente.
→ Para que o stock de dívida seja constante, o orçamento deve ter excedentes primários suficientemente
grandes para cobrir o serviço da dívida. Assim (dB /dT) = 0 de T – G = iB
como o PIB cresce ao longo do tempo, devemos ter em conta a estabilização do rácio do stock da dívida
em relação ao PIB (b = B / Y)
dB = G – T + (i – g) B
dT Y
Agora, se o défice primário for nulo, a dívida representará uma sucessiva / crescente do PIB, se r > gy.
DÉFICE ORCAMENTAL E INFLAÇÃO
Num contexto de preços flexíveis, o défice orçamental financiado com emissão de moeda leva à elevação
dos preços até um nível que será tanto maior quanto mais limitada for a curva AS.
AS
AS
P2------------● P2 -------------●
P1 ------● DS1 P1 -------● DS1
DS2 DS2
Assim, esta tendência inflacionista no caso do financiamento ser feito por ∆M deve ser tida em conta, e
por isso controlada.
Mas no caso da dívida ser financiada por ∆B (pela emissão de dívida aos particulares), se r (taxa de juro real)
>gY (crescimento real do PIB), sendo o défice primário nulo, a dívida pública representará uma parcela
cada vez maior do PIB, chegará ao ponto em que o défice terá de ser financiado por ∆M (emissão de
moeda), levando a uma taxa de inflação mais elevada a partir dessa altura.
(tese da “aritmética monetária desagradável”)
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5º Capítulo
Vamos transpor o modelo IS / LM para uma economia com relações com o exterior (aberta).
A balança de pagamentos registra essas relações (entre portugueses e estrangeiros) que se divide em:
1. Balança comercial (importação e exportação de mercadorias)
2. Balança de serviços (exp: turismo)
3. Balança de bens e serviços (1 + 2)
4. Balança de rendimentos (rendimentos de activos, obrigações, acções, etc.)
5. Balança de transferências (fluxos estrangeiros unilaterais: remessas de emigrantes e fundos
comunitários)
6. Balança de transacções correntes (3 + 4 + 5)
7. Balança de capitais (exp: compras por parte de estrangeiros)
A balança de pagamentos junta todas as balanças que existem (6 + 7).
REGIMES CAMBIAIS
A taxa de câmbio é o preço a que se troca a moeda de um país pela moeda de outro país.
→ Cotação ao incerto: é a mais usada – taxa de câmbio que nos dá o nº de € que é necessário dar em troca
de outra moeda. (exp: 1 dólares = 0,8 €)
→ Cotação ao certo: o número de unidades da outra moeda que podemos comprar com € (exp: 1€ = 1,2
dólares).
Câmbios flexíveis
Neste regime a taxa de câmbio ajusta-se para que haja equilíbrio na procura e na oferta da moeda
estrangeira (a moeda aprecia-se ou deprecia-se) para que o saldo da BP (balança de pagamentos) seja nulo.
Câmbios fixos
Neste regime o Banco Central fixa a taxa de câmbio num determinado valor o que pode levar ao
desequilíbrio da BP (balança pagamentos). O qual deverá ser eliminado pelo próprio Banco Central.
Reservas
O Banco Central possui reservas de moeda estrangeira. Assim, quando a BP é superavitária, as reservas
aumentam e vice-versa.
Para as reservas se manterem a níveis desejados o BC (Banco Central) pode revalorizar ou desvalorizar a
moeda, de modo a controlar tais reservas, isto não significa que se abandone o regime de câmbios fixos,
mas sim uma alteração neste.
Flutuação controlada
É quando o Banco central (BC), sem praticar um regime cambial fixo, intervém no mercado cambial para
manter a flutuação da taxa de câmbio entre limites definidos.
• Taxa de câmbio nominal – quantidade de moeda nacional que trocamos por moeda estrangeira
(não se considera a inflação)
• Taxa de câmbio real – R = e P*
P
P* - nível de preços no estrangeiro, expressa na respectiva moeda (preços internacionais)
R – taxa de câmbio real (tem em conta a inflação – aumento generalizado de preços)
e – taxa de câmbio nominal (não tem em conta a inflação)
P – nossos preços
O rácio dos preços estrangeiros sobre os preços portugueses dá-nos o preço relativo dos produtos
estrangeiros. É este rácio que mede a nossa competitividade
• R↑ os produtos estrangeiros ficam mais caros, a competitividade sobe
• R↓ os produtos estrangeiros ficam mais baratos, a competitividade desce
A competitividade depende assim, não só da taxa de câmbio, mas também do nível de preços em Portugal
e no estrangeiro. (R↑ quando P*↑ ou P↓)
Numa economia que troca bens e serviços com outros países, o equilíbrio no mercado do produto (IS)
passa a incorporar o mercado externo. A procura interna passa a ser satisfeita não só pelas empresas
nacionais, mas também por produtos importados, assim como as nossas empresas produzem não só para o
mercado interno, mas também para exportarem. A procura total iguala a oferta total.
Y + IM = C + I + G + EX
↔ Y = C + I + G + EX – IM → NX = EX – IM
NX – exportações líquidas
As exportações dependem agora da taxa de câmbio real efectiva e do rendimento do resto do mundo Y*.
EX = EX + a1R + fY* a1; f > 0
As importações dependem do rendimento interno e também da taxa de câmbio real efectiva.
IM = IM – a2R + mY a2; m > 0
M – propensão marginal a importar. (torna a curva IS mais inclinada)
Hipótese
→ Se o rendimento estrangeiro não variar (Y*) e a1 + a2 = a
NX = EX – IM + fY*
↔ NX = NX + aR – mY
As consequências das relações com o exterior no rendimento de equilíbrio dependem agora do regime
cambial.
Y = C + I + G + NX
I = I – bi
NX =NX + aR – mY
R =e P* / P
e = e Pag. 133 (do manual)
P* = P* Pag. 93 (2º edição)
P = P
A taxa de câmbio Fixa é a taxa de câmbio nominal (e). Mas como P = P, a taxa de câmbio real também é
fixa.
S (T – TR) + Im = I + G + EX
Poupança total = investimento total
IS Y = C + c (TR – T) + G + I + NX + aR – bi
1 – c (1 – t) + m 1 – c (1 – t) = 1 – c + ct
SY = 1
S NX 1–c (1-t)+m R↑ (depreciação real) → IS↑
SY = a
SR 1-c (1-t)+m
Estes multiplicadores são menores que numa economia fechada, uma vez que existe mais uma fuga (m), o
que significa que a parte da procura se dirige a bens importados (desvio de rendimento para o exterior).
→ Um aumento de m torna a IS mais inclinada, o que faz com que o aumento de Y leve a um aumento das
importações mais rápido do que antes.
O EQUILÍBRIO IS / LM
A = C + c (TR – T)+ G + I + NX
Y = A + Ar + (b/n) M/P
1 – C + ct + m + b K/n
Câmbios flexíveis
Neste caso a BP está em permanente equilíbrio, devido à flutuação da taxa de câmbio.
O rendimento de equilíbrio neste caso permanece igual ao que é calculado numa economia fechada, o que
significa que os multiplicadores indicados também são iguais aos calculados numa economia sem sector
externo.
Quando consideramos os câmbios flexíveis, um aumento de Y faz aumentar as importações, mas como a
BP fica em desequilíbrio, a moeda deprecia-se fazendo aumentar as exportações. Sendo assim, um
aumento das importações leva sempre ao aumento das exportações no mesmo montante, não havendo
nenhuma fuga da procura para o exterior.
BP = NX = O = NX + aR – mY ↔ R = NX + mY
A
O MODELO IS / LM EM ECONOMIA ABERTA COM PERFEITA MOBILIDADE DE CAPITAIS: O
MODELO MUNDELL - FLEMING
Se a nossa taxa de juro for superior à externa temos um superávit na balança de pagamentos e vice-versa.
Um superávit na BP representa um excesso de oferta de moeda estrangeira, o qual é comprado pelo Banco
Central. Esta compra é feita em moeda nacional, o que aumenta a massa monetária em circulação.
As compras e vendas de moeda que o Banco Central tem de efectuar para manter a taxa de câmbio fixa
podem ser volumosas (devido à grande mobilidade de capitais), levando a grandes oscilações na massa
monetária em circulação.
LM: L = KY – hi = M/P
M = P(KYo – hi*)
i LM0
LM1
i=i*--------●
i1 ------------● → Efeitos de uma expansão monetária
IS
Y
• Inicialmente i = i*
• O governo põe em pratica uma politica orçamental expansionista (IS para a direita)
• A taxa de juro interna passa a ser superior à internacional, dando-se uma entrada de capitais e
uma expansão da massa monetária (LM desloca-se para a direita até i = i*)
Conclusão: A moeda torna-se endógena; a política monetária deixa de ter qualquer efeito sobre o
rendimento e a taxa de juro.
As políticas activas são a orçamental e a cambial.
i LM0
2ª
i -----1ª--● LM1
i = i*------●------● → Efeitos de uma expansão orçamental
IS1
IS0
Y
→ Política monetária nula
→ Política orçamental e cambial eficaz
Quando o Banco Central não intervém, no mercado cambial, a taxa de câmbio flutua para equilibrar a BP.
Assim, o Banco Central pode determinar o montante de massa monetária em circulação e fixar a taxa de
juro interna ao nível da taxa de juro internacional.
Nesta situação, a política orçamental não tem qualquer efeito sobre o rendimento, enquanto que a política
monetária tem:
• i = i* inicialmente
• Com a política orçamental expansionista a IS desloca-se para a direita, os investidores trazem
capitais para o nosso país porque a nossa taxa de juro torna-se superior à internacional, gerando
um excesso de procura da nossa moeda.
• A moeda nacional aprecia-se porque o Banco Central Não intervém para comprar moeda
estrangeira, as exportações reduzem-se, IS desloca-se para a esquerda até á posição inicial.
(crowding-out total)
i LM
i --------------
i = i*---------● → Efeitos de uma expansão orçamental
IS1
IS0 Y
• i = i* inicialmente
• Expansão monetária (LM desloca-se para a direita)
• Como a taxa de juro interna passa a ser inferior à externa, há uma tentativa de saída de capitais, o
que leva à depreciação da moeda.
• Essa depreciação faz aumentar as exportações (IS desloca-se para a direita)
i LM0
LM1
Y0 Y1 Y
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6º Capitulo
INFLAÇÃO E DESEMPREGO
Estes dois conceitos são considerados na curva de Phillips, a qual demonstra a ligação de tais conceitos e
mostra as consequências que estes geram no lado da oferta agregada (AS).
CONCEITOS E MEDIDAS
População desempregada – fracção da população activa, com condições de estar empregue, que
não possui trabalho remunerado (desempregados involuntários).
Inflação – aumento continuo e generalizado dos preços. A taxa de inflação é medida através da
taxa de variação do índice de preços do consumidor (IPC).
CURVA DE PHILLIPS
É a curva que relaciona as variáveis inflação e desemprego. Esta curva supõe que existe uma relação
estável e inversa entre a taxa de variação do salário nominal (ou a taxa de inflação) e a taxa de
desemprego.
A taxa de desemprego é como uma medida de excesso de oferta ou de procura no mercado de trabalho.
PA – população activa
N – nível de emprego efectivo
U – U = NP – N
PA
Se U – U > 0 – excesso de oferta de trabalho, a taxa de salário nominal diminui (nível de desemprego alto)
Se U – U < 0 – excesso de procura no mercado de trabalho, a taxa de salário nominal tende a aumentar
(baixo nível de desemprego).
∏ = -ε (U – U)
∏ - Inflação
ε – É uma constante positiva
Quando a taxa de desemprego observada é igual à taxa de desemprego natural, a taxa de inflação é nula
(U - U; ∏ = 0)
Se existir um excesso de procura de trabalho (U – U < 0), então a taxa de inflação será positiva e vice-
versa.
U
U
→ Expectativas racionais
Mas na tradição neoclássica, os agentes económicos não sofrem de ilusão monetária, ou seja, baseiam-se
nas variáveis reais. Quando se negoceiam os salários, tem-se atenção à taxa de inflação esperada.
∆W = ∏e – ε (U – U) ou ∏ = ∏e – ε (U – U)
W
Assim, a curva de Phillips original passa a ser um caso particular desta família de curva de Phillips ( o
caso em que a taxa de inflação esperada é nula).
→ Note-se então que a relação entre a inflação e a taxa de desemprego não é estável porque os agentes
reavaliam as suas expectativas e, para um dado nível de taxa de desemprego, a inflação atinge níveis cada
vez mais altos (a curva de Phillips desloca-se ao longo do tempo).
Rácio de sacrifício – é o rácio que nos dá o valor da taxa de desemprego em excesso em relação a taxa de
desemprego natural necessária para que a taxa de inflação decresça 1 ponto percentual (este rácio depende
da inclinação da curva de Phillips e da formação de expectativas.
Na curva de Phillips de longo prazo U = U, não existe qualquer “trade off” entre a taxa de desemprego e
taxa de inflação.
LP
∏
●
U U
∏2 ------------●2
-------● 1
∏1 ------------● 0
U
U
Aqui admite-se que os agentes cometem erros de previsão da taxa de inflação, uma vez que formulam as
suas expectativas com base nas expectativas adaptativas (baseia-se nas taxas de inflação passadas)
W/P
W/P ●
fN
N0 N
→ No modelo neoclássico, a oferta de trabalho depende da taxa de salário real (os trabalhadores não
sofrem de ilusão monetária). Como os salários e os preços são flexíveis, os preços esperados, também
correspondem ao nível de preços observado.
Se os preços aumentarem, os trabalhadores vão querer ganhar mais, para que o salário real não se altere.
Se isso não acontecer, o nível de emprego baixa (passando a existir desemprego voluntário). As empresas
pelo contrário querem produzir mais, a preços mais altos.
W
W/P
W/P0 ------------------●
fN1 Y = f (N,K) função produção
fN0
s
N W = g (N) oferta de trabalho
Longo P
Prazo
P AS
d
W = SY = fn Procura de trabalho
P SN
Y
→ Equilíbrio: Ws = Wd
→ No caso da oferta de trabalho depender do salário nominal, um aumento do nível de preços provocará
um aumento do emprego e do rendimento (produto), uma vez que a curva de oferta agregada passa a ter
uma inclinação positiva.
W W/P
---------------------●
-------------● fN1
fN0
N
N0 N1
AS
---------------------●
-------------●
Curto
Prazo Y
P
AS
---------------------●
P↑
-------------● Ab1
Ab0
Y
Y
A inflação aumenta quando se está acima do pleno emprego, uma vez que os salários sobem mais do que a
inflação esperada (do período anterior).
Os preços sobem à mesma taxa dos salários (pela primeira hipótese)
∏ ASLP
AS1
AS0
Y
Yp
Se a política orçamental for constante, a procura agregada deste período será igual à do período anterior
(Y – 1).
A massa monetária cresce à taxa da inflação, o que significa que a massa monetária real é constante.
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7º Capítulo