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MACROECONOMIA I – LEC201

2007/08

CAP. 3 – A MACROECONOMIA NO CURTO PRAZO


3.2 MODELO IS – LM --- EXERCÍCIOS

1. EXERCÍCIO DA AULA

Considere uma economia cujo comportamento pode ser descrito pelas seguintes equações:
C = 75 + 0,8 Yd M = 500 ; P = 1
G = 100 + 0,15 Y L = 250 + 0,4 Y – 10 i
I = 225 - 10 i
T = 0,25 Y
R = 62,5

1. Como caracterizaria a situação desta economia se ela se encontrasse no ponto (Y=1000;


i=15)?
2. É objectivo prioritário do Governo equilibrar as suas contas através da manipulação das
suas despesas em bens e serviços. Quantifique a medida seleccionada, deduzindo o
respectivo multiplicador.
3. Se, alternativamente, o Governo optasse pela via da política monetária, em que medida
deveria manipular a oferta de moeda? Utilize o conceito de multiplicador.
4. Diga se a situação a que a economia chegará com a política decidida em (3) é
semelhante à que se atingiria com a medida considerada em (2). Justifique a sua
resposta, explicitando os mecanismos de transmissão dos efeitos multiplicadores.
5. Faça a representação gráfica das duas situações.

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2. EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

2.1.

Estudos econométricos permitiram estimar, para uma dada economia, as seguintes


equações:
C = 120 + 0,6 Yd L = 0,33 Y – 0,6 i
I = 95 – 0,2 i
T = 0,2 Y

Sabendo que nesta economia a oferta de moeda, exogenamente determinada, é de 165


unidades monetárias (u.m.), que o nível geral de preços é 1,1 e que a procura agregada
autónoma ascende a 265 u.m., determine:
1. A expressão analítica das funções IS e LM, e a situação de equilíbrio simultâneo dos
mercados de bens e serviços e monetário.
2. Os multiplicadores orçamental e monetário, explicando os respectivos significados.
3. O nível das despesas públicas em bens e serviços desta economia na situação de
equilíbrio macroeconómico, tendo em conta que as transferências do governo para os
demais agentes são puramente exógenas e totalizam 20 u.m..
4. O efeito sobre a taxa de juro de equilíbrio resultante de um aumento de 3% do nível da
procura de equilíbrio por acção da política orçamental. Como deveriam proceder os
responsáveis pela política económica se pretendessem evitar que a taxa de juro se
alterasse? Explique e quantifique.
5. O valor do saldo das contas públicas antes e depois das alterações ocorridas em (4).

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2.2.

Considere as seguintes equações, representativas do funcionamento da economia do país P,


que se encontra actualmente em equilíbrio com um nível de produto real, Y, de 2000
unidades monetárias (u.m.) e uma taxa de juro, i, igual a 20 (medida, como habitualmente,
em pontos de percentagem).
C = 20 + 0,8 Yd M = 500 ;
G = 400 P =1
I = 500 - 10 i L = 100 + 0,3 Y – 10 i
T = 0,2 Y

O governo estabeleceu dois objectivos prioritários de política económica para o próximo


ano, no qual haverá eleições gerais:
• Crescimento do produto real em 4.5%
• Aumento da despesa privada.
O governo pondera neste momento duas hipóteses alternativas, no que respeita à
intervenção sobre a despesa privada:
A Aumentar o peso do consumo privado na despesa total, ainda que sacrificando o
peso do investimento;
B Aumentar o peso do consumo privado na despesa total, mantendo o peso do
investimento.
1. Identifique, justificando, as medidas que o governo deveria adoptar em cada hipótese A
e B.
2. Quantifique as medidas identificadas em (1).
3. Por qual das duas hipóteses deveria o governo optar se pretendesse:
a) maximizar o peso da despesa privada no total da despesa;
b) minimizar o défice do seu orçamento.
4. Explique como seria afectada a eficácia das medidas adoptadas – em termos de
expansão do produto real – se a função do Consumo Público passasse a ser dada pela
expressão G=400+0,05Y.

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3. SOLUÇÕES DOS EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

Ex. 2.1.

1.
Uma vez que não se conhece a totalidade das funções de despesa, vamos utilizar
directamente o dado referente a A , assumindo que apenas C e I têm componente induzida:
1 1
IS: Y = Ep ⇔ Y = c(1-t)Y + A - b.i ⇔ i = A− Y ⇔ i = 1325 - 26 Y.
b bα
M 1M k
LM: = LD = kY − hi ⇔ i = − + Y ⇔ i = -250 + 0,55Y (nota: L = 0 ).
P h P h
Equilíbrio global: i (LM) = i (IS) ⇔ 1325 - 2,6Y = -250 + 0,55Y ⇔ Y=500; i=25;

2.
Multiplicador orçamental (por ex., de ∆G ). Calculando em termos de variações, temos:
1 1 1 1
IS: ∆Y = ∆Ep ⇔ ∆i = ∆A − ∆Y ⇔ ∆i = ∆G − ∆Y ⇔ ∆i = 5∆G − 2,6∆Y
b bα b bα
M 
LM: ∆  = ∆LD = k∆Y − h∆i ⇔ ∆i = 0,55∆Y , com ∆M = 0 .
P 
Eq.º: 5∆G − 2,6∆Y = 0,55∆Y ⇔ ∆Y = 1,587∆G . Logo, αG = 1,587.
(Nota: se tivéssemos, por ex., ∆R , então αR = c . 1,587 = 0,9522. Porquê?)
Multiplicador monetário ( ∆M ):
IS: ∆Y = ∆Ep ⇔ ∆i = −2,6∆Y , com ∆A = 0 .

M  ∆M
LM: ∆  = ∆LD = k∆Y − h∆i ⇔ = k∆Y − h∆i ⇔ ∆i = −1,515∆M + 0,55∆Y
P  P

Eqº.: − 2,6∆Y = −1,515∆M + 0,55∆Y ⇔ ∆Y = 0,481∆M . Logo, αM = 0,481.

3.
Sabendo que R = 20, temos A = C + I + G + cR = 265 ⇔ G = 38 .

4.
Se a política orçamental expansionista for implementada via ∆G , temos (utilizando o
resultado da alínea 2.):
Objectivo: ∆Y = 15 ; logo, como ∆Y = 1,587∆G , então ∆G = 9,45 .

4
Substituindo na LM, temos ∆i=8,25 .
Se o objectivo for também ∆i = 0 , os responsáveis deverão, em simultâneo com a política
orçamental, proceder a uma expansão monetária (policy-mix), isto porque o aumento de
M => EOM/EPT => diminuição de i.
Temos então,
IS: ∆i = 5∆G − 2,6∆Y ⇔ ∆ G =7,8
LM: ∆i = −1,515∆M + 0,55∆Y ∆ M =5,4.

5.
Sg0 = T - (G+R) = 42; Sg1 = 37,2

Ex. 2.2.

1.
A: política orçamental expansionista: ∆+R ou ∆-t;
B: política fiscal expansionista (como em A) + política monetária expansionista (de modo
a que ∆i ≤ 0 ).

2.
Objectivo: ∆Y = 90 ⇒ Y ′ = 2090
A: Se o instrumento for t, temos:
IS: Y = C + G + I = 20 + 0,8 (Y – t’Y) + 400 + 500 - 10i ⇔ i = 92 - (0,02 + 0,08 t’)Y
LM: i = -40 + 0,03Y.
Eqº: 92 - (0,02 + 0,08 t’)Y = -40 + 0,03.
Substituindo com Y = 2090, obtemos t’ = 0,1645 ⇒ ∆t=-0,0355; i’ = 22,7.
Se optássemos pelo instrumento R , teríamos ∆ R = 74,3.

B: Se o instrumento de política orçamental for t, temos:


IS: i = 92 - (0,02 + 0,08 t’)Y
LM: i = 10 - 0,1 M ′ + 0,03Y
Restrição: como I/Y = 0,15 (valor no equilíbrio inicial), então I’/Y’ = 0,15 ⇔
500 − 10 i
⇔ = 0,15 ⇔ i = 0,1865 ⇒ ∆i = −0,0135 .
2090
Substituindo na LM e na IS, temos t’ = 0,1887 e M ′ = 540,5 (ou seja, ∆t = -0,0113 e
∆ M = 40,5).

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3.
a)
A: (C+I)/Y = 0,801; B: (C+I)/Y = 0,801. R: É indiferente.
b)
Como a opção B exige uma menor redução da taxa de imposto, espera-se que esta resulte
num Sg maior (ou num défice menor).

4.
A eficácia viria aumentada: o efeito multiplicador (via multiplicador Keyneisano) viria
aumentado em ambas as hipóteses A e B

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