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Aula 08
Polı́tica monetária no modelo de 3 equações.
Pedro Chaim
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Roteiro
1 Preliminares
Preliminares 2/65
Referências
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Modelo de 3 Equações
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Curva IS dinâmica
No modelo IS-LM escrevemos a condição de equilı́brio do mercado de bens
como
1
Y = (c0 − c1 T + b0 − b2 r + G)
1 − c1 − b1
Podemos escrever
1 b2
Y = (c0 − c1 T + b0 + G) − r
1 − c1 − b1 1 − c1 − b1
Veja que separamos o produto em um componente constante (dados os
parâmetros, e T e G), e um componente que depende da taxa de juros r.
No modelo de 3 equações iremos escrever
y = A − ar
yt = A − art−1 (IS)
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Curva de Phillips
πt = π e + α(yt − ye ) (PC)
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Regra de polı́tica monetária
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Utilizando a função perda L como um guia para suas decisões, o BC vai
ajustar a taxa de juros r de modo a trazer, a cada perı́odo, a economia
mais próxima do equilı́brio de médio prazo.
• Se yt > ye e/ou πt > π T , o BC elevará a taxa de juros para reduzir
inflação e/ou produto para valores mais próximos do equilı́brio.
• Se yt < ye e/ou πt < π T , o BC diminuirá a taxa de juros para
aumentar inflação e/ou produto para valores mais próximos do
equilı́brio
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• O instrumento de polı́tica monetária disponı́vel ao BC é a taxa de
juros real rt . A lógica do modelo é:
1. BC observa π0 e y0 . Como resposta, altera r0 .
2. A nova taxa de juros r0 afeta o produto y1 (só no perı́odo
subsequente).
3. O novo nı́vel de produto afeta a taxa de inflação πt via a PC.
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Preferências do Banco Central
A função perda
L(yt , πt ) = (yt − ye )2 + β(πt − π T )2 , β>0
especifica a perda de utilidade enfrentada pelo BC frente desvios do
produto do seu produto potencial e desvios da inflação da sua meta.
A situação de equilı́brio de médio prazo na qual produto igual ao potencial
(yt = ye ) e inflação igual à meta (πt = π T ) é ideal do ponto de vista do
BC (L = 0). Vamos chamar de ponto de saciação (bliss point).
Utilizando a função perda L como um guia para suas decisões, o BC vai
ajustar a taxa de juros r de modo a trazer, a cada perı́odo, a economia
mais próxima do equilı́brio de médio prazo.
• Se yt > ye e/ou πt > π T , o BC elevará a taxa de juros para reduzir
inflação e/ou produto para valores mais próximos do equilı́brio.
• Se yt < ye e/ou πt < π T , o BC diminuirá a taxa de juros para
aumentar inflação e/ou produto para valores mais próximos do
equilı́brio
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Determinação da regra de polı́tica monetária MR
L(y, π) = (y − ye )2 + β(π − π T )2
π = π e + α(y − ye )
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Exemplo: ajustamento frente um aumento permanente do
consumo
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• (t=1) A economia está no ponto C: com produto menor do que o
potencial e inflação π1 = 2.5%.
• (Ação do BC) O BC prevê que π2e = 2.5% e identifica a curva de
Phillips que valerá para o perı́odo. O BC reduz a taxa de juros real
para o patamar associado ao nı́vel de produto D (omitido na figura).
• (t=2) A economia está no ponto D: produto ainda menor do que o
potencial, inflação ainda acima da meta.
• (Ação do BC) BC repete o passo de prever a curva de Phillips e
ajustar a taxa de juros real de acordo.
• (t=T) Depois de alguns perı́odos de ajustamento (repetindo os passos
anteriores), a combinação (y, π) se move ao longo da curva de regra
monetária MR de modo que chegamos no ponto Z: agora o produto
volta o nı́vel potencial ye , mas a taxa de juros real está em um
patamar superior rZ > rA .
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Preliminares 18/65
Preliminares 19/65
Dependendo do parâmetro β, o BC dá mais peso a desvios da inflação da
sua meta quando comparado a desvios do produto (β > 1), ou o contrário
(β < 1).
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Problema de otimização do BC:
min (y − ye )2 + β(π − π T )2
(y,π)
s.a. (π − π e ) − α(y − ye ) = 0
Lagrangeano
L = L(y, π) + λg(y, π)
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As condições de primeira ordem são
∂L ∂L ∂L
= 0, = 0, = 0.
∂y ∂π ∂λ
∂L
= 2(y − ye ) − λα = 0
∂y
∂L
= 2αβ(π − π T ) + λα = 0
∂π
Fazendo Ly + Lπ = 0
2(y ∗ − ye ) + 2αβ(π ∗ − π T ) = 0
(y ∗ − ye ) = −αβ(π ∗ − π T ) (Curva MR)
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Regra de polı́tica monetária: interpretação geométrica
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Preliminares 24/65
Preliminares 25/65
Preliminares 26/65
Preliminares 27/65
Preliminares 28/65
Aplicações: choque inflacionário
A “independência” do BC é impossı́vel
• Todo prejuı́zo incorrido pelo BC é coberto pelo Tesouro.
• Analogamente, qualquer resultado positivo do BC (por exemplo com
operações cambiais) é de direito do Tesouro.
Isso pode nos parecer estranho, mas na verdade essa relação é necessária
para que o BC consiga controlar efetivamente a inflação. (Um jeito de
pensar é que: as “ameaças” do BC só são crı́veis se os agentes
acreditarem que o Tesouro vai agir para “manter a palavra” do BC).
Nós gostamos de alguma “independência operacional” (Presidentes do BC
mandatos com perı́odos fixos, como é nos EUA e recentemente no Brasil)
do BC para isolar a condução da polı́tica monetária de fatores associados
ao ciclo polı́tico. (Regras x Discricionariedade.)
Existe alguma discissão (válida) sobre o quão democrático é deixar tanto
poder nas mãos de tecnocratas não escolhidos diretamente pela população.
Regime de metas de inflação 43/65
LEI Nº 13.820, DE 2 DE MAIO DE 2019
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13820.htm
• Por que a fixação dos Bancos Centrais com uma inflação estável e
baixa?
Uma inflação alta gera dificuldades para firmas e famı́lias no
desenvolvimento das atividades econômicas (mesmos mantidos constantes
seus poderes de compra). Vamos elencar alguns deles.
• Custos de sola de sapato.
• Distorções tributárias.
• Ilusão monetária
• Variabilidade da inflação
Lembramos que, no médio prazo, uma taxa de inflação maior leva a uma
taxa de juros nominal maior, e, assim, a um maior custo de oportunidade
de reter moeda. Consequentemente, as pessoas reduzem seus saldos
monetários indo mais vezes ao banco — daı́ a expressão custos de sola de
sapato. Essas idas ao banco poderiam ser evitadas se a inflação fosse
menor e as pessoas pudessem, em vez disso, fazer outras coisas, como
trabalhar mais ou se divertir.
Em perı́odos de hiperinflação, os custos de sola de sapato podem se tornar
enormes. Mas sua importância em épocas de inflação moderada é
limitada. Se uma taxa de inflação de 4% leva as pessoas ao banco uma
vez a mais por mês ou a fazer uma transação a mais entre seu fundo de
investimento e sua conta-corrente por mês, isso dificilmente pode ser
considerado um custo importante da inflação.
(1 + π)10 − 1
Alı́quota efetiva = 30% × 50 000 ×
(1 + π)10
• Visto que você está vendendo sua casa pelo mesmo preço real pelo
qual a comprou, seu ganho de capital real é igual a zero, de modo
que você não deveria pagar nenhum imposto. Na realidade, se π = 0
(se não houver inflação), a alı́quota de imposto efetiva é igual a 0.
Mas se, por exemplo, π = 4%, a alı́quota de imposto efetiva será de
9.7%. Apesar do fato de seu ganho de capital real ser igual a zero,
você acabará pagando um imposto alto.
Se você recebe $50 por mês e tem uma dı́vida de $1000, então deve 20
vezes sua renda mensal.
Um choque inflacionário ocorre. Os preços da economia aumentam e seu
salário é corrigido de acordo. Suponha π = 5%. Seu novo salário é $52.5.
Como o estoque de dı́vida $1000 não é reajustado, agora você deve 19.04
vezes sua renda mensal.
Esse fenômeno acontece com famı́lias e firmas, mas também com a dı́vida
do próprio Governo. A inflação é vista como uma forma de “calote” sobre
os tı́tulos pré-fixados emitidos pelo Tesouro.
Se essa situação se repetir constantemente, os compradores dos tı́tulos
irão pedir um prêmio de risco altı́ssimo sobre os tı́tulos pré-fixados com
maturidade longa do Tesouro.