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Orçamento
primário do
governo
Prof. Antônio Salazar P. Brandão
Profa. Daiane Santos
• A despesa inclui os
pagamentos feitos para
aquisição de bens e
serviços por parte do
governo
• não são incluídas as
despesas com
pagamento de juros
da dívida pública
3
Orçamento primário do governo
O déficit primário é a diferença entre os gastos e a
receita conforme definidos anteriormente
D(Y ) = G − T
D(Y ) = G − (Tl + tY )
Política fiscal
O governo determina os valores de G, Tl e t
Notar que o déficit também varia com a renda
se a renda aumenta o déficit diminui
se a renda diminui o déficit aumenta 4
Notar que o déficit também varia com a renda
se a renda aumenta o déficit diminui
se a renda diminui o déficit aumenta
O gráfico seguinte mostra como o déficit varia com
a renda supondo que G, Tl e t estão fixos
Equação D(Y ) = (G − Tl ) − tY
Orçamento primário do governo
Equação D(Y ) = (G − Tl ) − tY
D(Y)
G-Tl
(G − Tl ) Y
t
7
Orçamento primário do governo
Orçamento equilibrado – déficit igual a zero
Receita do governo = Despesa do governo
D(Y)
G-Tl
(G − Tl ) Y
t
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Os governos podem, realmente, escolher o nível de
produto que quiserem? Obviamente não. Se
pudessem, e se fosse tão fácil quanto parece no
parágrafo anterior, por que o governo dos EUA
permitira que o crescimento estagnasse em 2008 e
a produção caísse efetivamente em 2009? Por que o
governo não aumentaria a taxa de crescimento de
imediato para reduzir o desemprego mais
rapidamente? Existem muitos aspectos da realidade
que ainda não incorporamos ao nosso modelo, e
todos eles complicam a tarefa do governo. Faremos
isso no devido tempo. É útil, porém, relacionar esses
aspectos aqui de maneira sucinta:
10
Uma mudança de gastos do governo ou de impostos pode ser difícil. A
aprovação de projetos de lei no Congresso sempre leva tempo e pode
com frequência se transformar em um pesadelo para o presidente
Presumimos que o investimento permaneceria constante. Mas o
investimento provavelmente também deve responder. O mesmo vale
para as importações: parte do aumento da demanda pelos consumidores
e pelas empresas não será pelos bens domésticos, mas pelos bens
estrangeiros. Todas essas respostas provavelmente estão associadas a
efeitos dinâmicos complexos, dificultando sua avaliação precisa pelos
governos
Expectativas são importantes. Por exemplo, a reação dos consumidores a
um corte nos impostos provavelmente depende muito de como eles o
veem: como transitório ou permanente. Quanto maior a percepção do
corte de impostos como algo permanente, maior será a resposta do
consumo. De modo análogo, a reação dos consumidores a um aumento
nos gastos deve depender de quando acham que o governo elevará
impostos para cobrir os gastos.
11
Atingir um dado nível de produto pode vir junto com efeitos colaterais
desagradáveis. Por exemplo, a tentativa de alcançar um nível muito alto
de produto pode levar a uma inflação crescente, e, por este motivo,
tornar-se insustentável no médio prazo
12
Orçamento primário do governo
Usar os dados do exemplo anterior
4
C = 500 + Yd
5
1
Dados T = 100 + Y
10
G = 880
I = 1.500
1
D(Y ) = 880 − 100 + Y
10
D(Y ) = 780 − Y
1
10 13
Renda de equilíbrio igual a
1.000
10.000
780 Orçamento do governo
500 apresenta déficit igual a -220
(superávit)
0
Déficit
-500
-1.000
Renda
-1.500
14
Orçamento primário do governo
Exercício.
Suponha que os gastos do governo aumentam
para 1.880. Represente D(Y) usando o mesmo
diagrama da lâmina anterior.
Suponha que alíquota do imposto de renda
aumente para 0,20 (gastos do governo iguais a
880). Represente D(Y) usando o mesmo
diagrama acima.
Observação: ao término do exercício três retas
estarão representadas no mesmo diagrama. 15
Efeitos de mudanças na política fiscal sobre o
déficit primário
Orçamento primário do governo
Suponhamos que o mercado de bens e serviços
esteja em equilíbrio, sendo a renda Y*
O déficit é
( )
D Y * = (G − Tl ) − tY *
Ex: G
Ex: G
18
Orçamento primário do governo
1º caso – variação em G
Lembrete: uma variação em G provoca uma
variação na renda de equilíbrio
Para determinar o efeito final da variação em G
calculamos diferencial de D, mantendo Tl e t
constantes
( ) = (G − T ) − tY
DY *
l
*
dD (Y ) = dG − t (dY )
* *
19
Orçamento primário do governo
( )
dD Y * = dG − t dY * ( )
1
dY = kG dG
*
dY =
*
dG
1 − b(1 − t )
( )
dD Y *
= dG − t
1
1 − b(1 − t )
dG dD Y( ) *
= 1 − t
1
dG
1 − b(1 − t )
1 − b(1 − t ) − t (1 − t ) − b(1 − t )
( )
dD Y =
*
dG ( )
dD Y =
*
dG
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
dD Y( * (1 − t )(1 − b )
) = 1 − b(1 − t ) dG
20
Orçamento primário do governo
Concluindo dD(Y * ) = 1 − b(1 − t ) − t dG = (1 − b )(1 − t ) dG
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
Fração inferior à unidade Fração positiva
dD (Y ) = −dT − t (dY )
*
l
*
23
Orçamento primário do governo
Procedendo de maneira análoga ao caso anterior
temos que −b
*
dY = dTl
1 − b(1 − t )
dD Y ( )*
= − dTl − t
−b
1 − b(1 − t )
dTl
1 − b(1 − t ) − tb
( )
dD Y *
= −1 − t
b
dTl ( )
dD Y *
= − dTl
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
1− b 1− b
dD Y ( ) * 1− b
= − dTl 0 = 1
1 − b(1 − t ) 1 − b (1 − t ) 1 − b + bt
24
Orçamento primário do governo
Procedendo de maneira análoga ao caso anterior
temos que
( ) 1− b
dD Y * = − dTl
1 − b(1 − t )
Se o governo aumentar os impostos autônomos,
isto é, se dTl > 0, o déficit diminui mas a redução é
menor do que aumento dos impostos
Você sabe explicar porque isto acontece?
Usando os dados do exemplo anterior calcule o
efeito de uma aumento de impostos autônomos
de R$ 10 sobre o déficit 25
Orçamento primário do governo
3º caso – variação em t
Lembrete: uma variação em t provoca uma
variação na renda de equilíbrio
Para determinar o efeito final da variação em t
calculamos diferencial de D, mantendo G e Tl
constantes
( ) = (G − T ) − tY
DY *
l
*
dD (Y ) = −Y dt − t (dY )
* * *
26
Orçamento primário do governo
−b
dY = Y
* *
dt
1 − b(1 − t )
( )
dD Y = −Y dt − tY
* *−b *
1 − b(1 − t )
dt
dD Y ( )* *
= −Y 1 + t
−b
dt
1 − b(1 − t )
O efeito de uma
( )
dD Y * *
= −Y
1− b
dt variação na alíquota
1 − b(1 − t ) do imposto de renda
sobre o déficit
também depende do
nível de renda. 27
Orçamento primário do governo
O governo de um país deseja aumentar seus gastos
mas não quer modificar o déficit existente
Para tanto pretende, ao mesmo tempo, aumentar
os impostos autônomos
Caso a variação de gastos seja dG, qual deverá ser
a correspondente variação nos impostos
autônomos
Procederemos de maneira análoga ao anterior, mas
agora serão modificados ao mesmo tempo G e Tl
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Orçamento primário do governo
D (Y * ) = (G − Tl ) − tY *
( ) ( )
dD Y * = (dG − dTl ) − t dY *
A condição para que o déficit permaneça constante
é: dD(Y * ) = 0
Assim ( )
0 = (dG − dTl ) − t dY *
Observar que a variação na renda de equilíbrio
decorre tanto da variação de gastos quanto da
variação dos impostos autônomos
29
Orçamento primário do governo
Assim
1 −b
dY = kG dG + kTl dTl
*
dY =
*
dG + dTl
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
Substituir ( )
0 = (dG − dTl ) − t dY *
−b
0 = (dG − dTl ) − t
1
dG + dTl
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
t tb
0 = 1 − dG − dTl + dTl
1 − b (1 − t ) 1 − b (1 − t )
t tb
0 = 1 − dG − 1 − dTl
1 − b (1 − t ) 1 − b (1 − t ) 30
Orçamento primário do governo
t tb
0 = 1 − dG − 1 − dTl
1 − b (1 − t ) 1 − b (1 − t )
(1 − b )(1 − t ) (1 − b )
0 = dG − dTl
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
(1 − b ) (1 − b )(1 − t )
dTl = dG
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
dTl = (1 − t )dG
31
Orçamento primário do governo
Para sabermos o efeito que esta política terá sobre
a renda devemos substituir a expressão anterior na
expressão para a variação da renda
1 −b
dY =*
dG + dTl
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
−b
dY =
* 1
dG + (1 − t )dG
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
1 − b(1 − t )
dY =
*
+ dG dY = dG
*
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
32
Orçamento primário do governo
Em resumo para variar seus gastos e não provocar
variação no déficit o governo deverá variar os
impostos autônomos de acordo com a fórmula
dTl = (1 − t )dG
1 −b *
0 = dG − Y dt − t
*
dG + Y dt
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
35
Orçamento primário do governo
1 −b *
0 = dG − Y dt − t
*
dG + Y dt
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
t b *
0 = 1 − dG − 1 − t Y dt
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
(1 − b )(1 − t ) (1 − b)
0 = dG − Y *dt
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
1 − b(1 − t )
dY =
*
+ dG
1 − b(1 − t ) 1 − b(1 − t )
dY * = dG
37
Orçamento primário do governo
Em resumo para variar seus gastos e não provocar
variação no déficit o governo deverá variar a
alíquota do imposto de renda de acordo com a
fórmula
dt = (1 − t )
dG
*
Y
Esta política provocará uma variação de renda igual
à variação dos gastos
dY * = dG
O resultado acima também é uma versão do
Teorema do Orçamento Equilibrado 38