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PROGRAMA
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Parte I – Teoria da Produção e Custos
Na unidade curricular de Microeconomia I, analisamos os conceitos
económicos subjacentes à curva da procura de mercado de um bem no
mercado de concorrência perfeita, nomeadamente as preferências dos
consumidores e as decisões individuais de consumo de bens.
Na Parte I desta unidade curricular, vamos analisar os conceitos
económicos subjacentes à curva da oferta de mercado de um bem no
mercado de concorrência perfeita. Em particular, a teoria da produção e
os custos de produção são conceitos fundamentais para explicar as
decisões de oferta das empresas neste modelo de mercado.
Estes conceitos sobre produção e custos são também válidos para uma
empresa que opera em qualquer outro tipo de mercado (e.g.,
monopólio). 3
Parte I – Teoria da Produção e Custos
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Capítulo 1. Teoria da Produção
1.1 Conceito de produção
1.2 Função de produção
1.3 Análise da produção no curto prazo
1.3.1 Produto Total e Produtividades média e marginal
1.3.2 Lei dos rendimentos marginais decrescentes
1.4 Análise da produção no longo-prazo
1.4.1 A isoquanta e o mapa de isoquantas
1.4.2 Taxa marginal de substituição técnica
1.5 Casos particulares de funções de produção
1.6 Rendimentos à escala
Bibliografia obrigatória
Besanko e Braeutigam (2015), Cap. 6.
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1.1 Conceito de Produção
6
1.1 Conceito de Produção
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1.2 Função de produção
• Função de produção - representa a quantidade máxima de um bem
que uma empresa pode produzir, num dado período de tempo, a
partir de várias combinações alternativas de fatores produtivos e
bens intermédios.
q = f(L,K, E, A, M, ...)
q = volume de produção (ou quantidade produzida)/período de tempo;
L = quantidade de trabalho utilizado /período de tempo;
K = quantidade de capital utilizado/período de tempo;
E = energia consumida/período de tempo;
A = quantidade de água consumida/período de tempo,
M = quantidade de outros bens intermédios utilizados/período de tempo.
• Fatores de produção fixos são aqueles cuja quantidade utilizada não varia
com a quantidade produzida.
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1.3 Análise da Produção no curto prazo
PTL
PTL
L
Figura 1.1 Curva do produto total de L (PTL)
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• Note que a curva do produto total desloca-
se para cima quando K aumenta de 4 para
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9.
6 • Quanto maior a quantidade de K, maior o
nível de produção que se obtem a partir de
5
uma dada quantidade de L.
q
0
0 1 2 3 4 5 6
L
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1.3.1 Produto Total e Produtividades Média e Marginal
PmdL = q / L = f(L, ) / L
Nota: Para efeito de tomada da decisão se deve contratar, por exemplo, mais um
trabalhador ou não, o conceito relevante é o da PmgL .
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1.3.1 Produto Total e Produtividades Média e Marginal
PTL
Graficamente, em qualquer
PTL ponto da curva do produto
total de L, a PmgL é igual ao
declive da curva nesse
ponto.
L0 L1 L2 L
Graficamente, em qualquer
ponto da curva do produto
total de L, a PmdL é igual ao
declive da reta que une a
origem a esse ponto.
Questão: Porquê?
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1.3.2 Lei dos rendimentos marginais decrescentes
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1.3.1 Produto Total e Produtividades Média e Marginal
Nota: Da Figura 1.2 e da Tabela 1.1, podemos afirmar que um produtor racional não
produz com um nível de L superior a L2. Porquê?
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Exemplo 2: Considere a função de produção 𝑞 = 𝐿 𝐾 − 𝐿 . Suponha que K=30.
Resolução:
a) Dado que K=30, 𝑃𝑇 = 30𝐿 − 𝐿 .
Tendo em conta a definição de PmgL (slide 16), 𝑃𝑚𝑔 = = 60𝐿 − 3𝐿 .
Considerando a definição de PmdL (slide 16), 𝑃𝑚𝑑 = = 30𝐿 − 𝐿 .
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1.4 Análise da produção em período longo
• Em período longo, ambos os fatores, L e K, são fatores variáveis.
• A figura 1.3 representa uma função de
produção que indica o volume de produção
q
possível q quando ambos os factores K e L são
variáveis. q=f(L,K)
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1.4.1 A isoquanta e o mapa de isoquantas
• Isoquanta: lugar geométrico das
combinações de fatores produtivos, (L,K),
que permitem produzir um determinado
K
nível de produção.
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1.4.1 A isoquanta e o mapa de isoquantas
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1.4.2 Taxa marginal de substituição técnica
• A taxa marginal de substituição técnica de capital por trabalho (TMSTKL)
representa a redução (aumento) da quantidade de capital que é
tecnicamente possível quando se aumenta (reduz) em uma unidade a
quantidade de trabalho, mantendo-se o volume de produção constante.
• Analiticamente:
K
TMSTLK (caso discreto)
L
dK (caso contínuo)
TMSTLK
dL
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1.4.2 Taxa marginal de substituição técnica
K
A D
20
ΔK =10
B
10
ΔL =10 C q = 20
5 q = 10
10 20 30 L
Figura 1.4 Mapa de isoquantas
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1.4.2 Taxa marginal de substituição técnica
• Taxa marginal de substituição técnica e produtividades marginais dos
fatores produtivos
- Função de produção: q = f(L, K)
- Ao longo da isoquanta:
dq = 0 (q/L).dL + (q/K).dK = 0
i.e., a soma algébrica da variação do volume de produção resultante de
uma variação da quantidade utilizada de trabalho (PmgL.dL) e de uma
variação do volume de produção resultante da variação da quantidade
utilizada de capital (PmgK.dK) é igual a zero (dq=0).
>0
sendo PmgK a variação da quantidade produzida resultante da utilização de
uma unidade adicional de K, mantendo-se constante a quantidade de L.
Analiticamente, PmgK= q / K ou PmgK = f(L,K)/ K = fK .
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1.4.2 Taxa marginal de substituição técnica
Por que razão as isoquantas têm declive negativo?
q1
G
D q0
F
A H
B
C
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1.4.2 Taxa marginal de substituição técnica
• Taxa marginal de substituição técnica e a convexidade das isoquantas
- Ao longo da isoquanta, a TMSTKL diminui à medida que L aumenta e K diminui.
Esta propriedade da TMSTKL resulta da convexidade das isoquantas.
- A convexidade das isoquantas significa que, à medida que se substitui o fator K
pelo fator L, a redução da quantidade de K que é tecnicamente possível é cada
vez menor, mantendo-se constante o volume de produção. Dito de outro modo,
à medida que L aumenta e K diminui torna-se cada vez mais difícil substituir
capital por trabalho, mantendo-se constante o volume de produção.
• A TMSTKL entre as
K combinações A e B é
igual a 1 unidade de
K por uma unidade
A D de L.
20
q = 30 • A TMSTKL entre as
B combinações B e C é
10
C q = 20 igual a 0,5 unidades
5
q = 10 de K por uma
unidade de L
10 20 30 L
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1.5 Casos particulares de funções de produção
• Caso 1: Função de produção linear (os fatores produtivos são substitutos
perfeitos)
No caso de uma função de produção linear, a substituibilidade entre os
fatores de produção é perfeita, o que significa que uma determinada
quantidade de um dos fatores produtivos pode ser substituída por uma
quantidade fixa do outro fator produtivo, mantendo-se constante a
quantidade produzida.
q = aL + bK TMSTKL = a/b
(constante ao longo da isoquanta)
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1.5 Casos particulares de funções de produção
Quantidade de
computadores de
elevada capacidade (H )
4 q : Capacidade de
armazenamento (em gigabytes)
q = 2000
q = 1000
10 20 Quantidade de computadoresde
baixa capacidade (L)
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1.5 Casos particulares de funções de produção
• Caso 2: Função de produção de Leontief (os fatores produtivos são
complementares perfeitos)
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1.5 Casos particulares de funções de produção
• Caso 2: função de produção Leontief
• Exemplo: q=min{
Átomos de
q : Moléculas de água
oxigénio (O)
2 q=2
1 q=1
2 4
Átomos de hidrogénio (H)
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1.5 Casos particulares de funções de produção
• Propriedades:
o PmgL = PmdL e PmgK = PmdK
o PmgL é uma função decrescente de L se <1 ; PmgK é uma função
decrescente de K se <1.
o A TMSTKL = (/)K/L é decrescente à medida que L aumenta e K
diminui.
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1.6 Rendimentos à escala
• Os rendimentos à escala referem-se à variação no volume de produção
resultante da variação simultânea e na mesma proporção de todos os
fatores de produção.
q = f(L, K)
Alterando a quantidade utilizada de ambos os fatores produtivos (a escala
de produção) em ( >1), vem:
f(K,L) = q.
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1.6 Rendimentos à escala
• Funções de produção homogéneas
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1.6 Rendimentos à escala
Capital Capital Capital
6
C
3 C 30
1,8 C
2 30 3 B
1,5 B
B 1 30 A
1 20 20 1 20
A A A
10 10 10
O 1 2 3 Trabalho O 1 1,5 1,8 Trabalho O 1 3 6 Trabalho
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Nota 1: Diferença entre rendimentos à escala e rendimentos marginais
• Exemplo 5. O número de árvores plantadas por hora com a utilização de dois fatores
produtivos, L (número de trabalhadores) e K (número de pás), está representado na seguinte
tabela:
Número de árvores plantadas
Trabalhadores
2 4 6
1 3 4 5
Pás 2 5 6 7
3 6 8 9
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Nota 2: Diferença entre rendimentos decrescentes à escala e rendimentos
marginais decrescentes
• Rendimentos decrescentes à escala indicam que um aumento proporcional em
todos os fatores de produção gera um aumento menos que proporcional no
volume de produção.
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