Você está na página 1de 14

ECONOMIA E FINANÇAS

Terceira Aula

Professor Dr. Jamir Mendes Monteiro


PLANO DE AULAS
• 3ª Aula:
Economia Industrial:
• A Teoria da Produção
 Introdução
 Conceitos Básicos
 Análise de Curto Prazo
 Análise de Longo Prazo
• Custos de Produção
 Introdução
 Custos Totais de Produção
 Visão Econômica X Visão Contábil-Financeira
• Maximização dos Lucros

• Teoria da Produção: Introdução


• Conceitos Básicos
• Análise de Curto Prazo
• Análise de Longo Prazo
• Custos de Produção: Introdução
• Custos Totais de Produção
• Visão Econômica X Visão Contábil-Financeira
• Maximização dos Lucros
INTRODUÇÃO À TEORIA DA PRODUÇÃO

• INTRODUÇÃO: a teoria da produção e a teoria dos custos de produção constituem a


chamada teoria da oferta da firma individual. Seus princípios são peças fundamentais para a
análise dos preços e do emprego dos fatores, assim como de sua alocação entre os
diversos usos alternativos na economia.

• JUSTIFICATIVA: ambas as teorias servem de base para a análise das relações existentes
entre produção e custos de produção numa economia moderna, cuja tecnologia e
processos produtivos evoluem diariamente, fazendo com que essas relações interfiram
no processo de formação de preços.

• PREOCUPAÇÃO: a teoria da produção, propriamente dita, preocupa-se com a relação


técnica ou tecnológica entre a quantidade física de produtos (outputs) e de fatores de
produção (inputs), enquanto a teoria dos custos de produção relaciona a quantidade
física de produtos com os preços dos insumos.
CONCEITOS BÁSICOS

• PRODUÇÃO: é o processo de transformação de matérias-primas em produtos finais para


comercialização no mercado. O conceito de produção não se refere somente a
produtos, mas também a serviços, como transportes, atividades financeiras, comércio, etc.

• PROCESSOS OU MÉTODOS DE PRODUÇÃO: são as formas como se combinam os fatores


de produção para a transformação das matérias-primas em produto acabado. Esses
processos podem ser capital-intensivo (utilizam mais capital do que outros insumos),
intensivo em mão de obra (a mão de obra é o principal insumo) ou intensivo em terra
(quando a terra é o principal fator utilizado).

• TIPOS DE PROCESSOS: quando a partir da combinação de fatores for possível produzir


apenas um único produto final, temos um processo de produção simples, caso
contrário, teremos um processo de produção múltiplo. A escolha do método de
produção depende de sua eficiência, que pode ser abordado do ponto de vista técnico ou
tecnológico ou do ponto de vista econômico.

• EFICIÊNCIA: um método é tecnicamente eficiente quando, comparado com outros métodos,


utiliza menor quantidade de insumos para produzir a mesma quantidade de produto
(eficiência técnica ou tecnológica). Por outro lado, a eficiência econômica está
associada ao método de produção mais barato, isto é, os custos de produção são
menores em relação a outros métodos para produzir a mesma quantidade de produto.
CONCEITOS BÁSICOS

• FUNÇÃO DE PRODUÇÃO: o empresário ao decidir o quê, como e quanto produzir, com


base nas respostas do mercado, modificará a quantidade de fatores de produção, para
com isso variar a quantidade de bens produzidos. A função de produção é a relação
que permite determinar a partir da quantidade física do produto final a quantidade
física dos fatores de produção em determinado período de tempo.

• REPRESENTAÇÃO MATEMÁTICA:

q = ƒ(x1, x2, x3, ..., xn ), onde

q é a quantidade produzida do bem ou serviço, em determinado período de tempo;


x1, x2, x3,...,xn identificam as quantidades utilizadas dos diversos fatores de produção;
ƒ indica que a quantidade produzida do bem ou serviço é função da combinação das
quantidades de fatores de produção.

Para efeito didático, diz-se que:

q = ƒ(N, K), onde

N é a quantidade utilizada de mão de obra e


K, a quantidade de capital.
CONCEITOS BÁSICOS

• FATORES DE PRODUÇÃO FIXOS: são aqueles onde a quantidade utilizada não muda
quando a quantidade de produtos finais varia. Por exemplo, as instalações da planta
industrial ou a tecnologia empregada, que somente variam no longo prazo.

• FATORES DE PRODUÇÃO VARIÁVEIS: são aqueles cuja quantidade utilizada varia quando
o volume de produção se altera. Por exemplo, mão de obra e matérias-primas.

• QUANTIDADE DE PRODUTO VERSUS QUANTIDADE DE FATORES: a análise


microeconômica considera dois tipos de relações entre produto e fatores. Na função de
produção, quando alguns fatores são considerados fixos e outros variáveis, diz-se que
estamos numa situação de curto prazo, ou seja, curto prazo é o período de tempo onde
pelo menos um fator de produção se mantém fixo. Por outro lado, quando todos os
fatores são considerados variáveis, identifica-se uma situação de longo prazo.
ANÁLISE DE CURTO PRAZO

• DESENVOLVIMENTO: tomemos uma função de produção simplificada, onde temos um fator


de produção fixo e outro variável,

q = ƒ(N, K), onde

q = quantidade;
N = mão de obra (fator variável);
K = capital (fator fixo).

A curto prazo, a quantidade produzida depende apenas da variação da mão de obra,


que representa o fator de produção variável. Sendo assim, podemos expressar a
função de produção da seguinte forma:

q = ƒ(N)

• PRODUTO TOTAL: é a quantidade de produto que se obtém a partir da utilização do fator


variável, mantendo-se fixa a quantidade dos demais fatores.

• PRODUTIVIDADE MÉDIA DO FATOR: é o quociente da divisão da quantidade total


produzida pela quantidade utilizada de um fator. Como por exemplo,

__
PMmo = quantidade produzida
número da mão de obra direta
ANÁLISE DE CURTO PRAZO

• PRODUTIVIDADE MARGINAL DO FATOR: é a relação entre as variações do produto total


e as variações da quantidade utilizada do fator, ou seja, é a variação do produto total
quando ocorre uma variação no fator de produção. Por exemplo,

PMgmo = variação da quantidade produzida


acréscimo de 1 unidade de mão de obra direta

Do ponto de vista matemático, a função marginal é sempre a 1ª derivada da função


total.

• LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES: pode assim ser enunciada “elevando-se a


quantidade do fator variável, mantendo-se fixa a quantidade dos demais fatores, a
quantidade final produzida irá aumentar a taxas crescentes, em princípio; a partir de
um determinado ponto, continuará crescendo, mas a taxas decrescentes, isto é, com
acréscimos cada vez menores, atingindo um máximo, para, depois, começar a
decrescer em números absolutos. No exemplo anterior, a quantidade produzida
aumentará em números absolutos sempre que a produção marginal for maior que a
produção média; quando ela for igual, chegaremos ao ponto máximo da produção e quando
for menor, a quantidade total começará a decrescer.
ANÁLISE DE LONGO PRAZO

• DESENVOLVIMENTO: a suposição de que todos os fatores são variáveis caracteriza a análise


de longo prazo. A função de produção simplificada

q = ƒ(N, K), onde agora o fator mão de obra e o fator capital são considerados
variáveis dando origem aos conceitos de economias e deseconomias de
escala.

• ECONOMIA DE ESCALA: representa a resposta positiva da quantidade produzida à variação


da quantidade utilizada de todos os fatores de produção.

• DESECONOMIA DE ESCALA: surge quando a variação da quantidade produzida é menos que


proporcional à quantidade dos fatores utilizados.
CUSTOS DE PRODUÇÃO

• INTRODUÇÃO: o objetivo básico de uma organização é a maximização dos seus


resultados operacionais. Assim sendo, ela procurará sempre obter a
máxima produção possível para uma dada combinação de fatores de produção.

• MAXIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO FACE A UM DADO CUSTO TOTAL: nesse


caso, o enfoque maior recairá sobre os índices de produtividade do processo
de transformação, pois, sendo o custo total uma variável conhecida, o
trabalho se resume apenas ao controle da produtividade do processo.

• MINIMIZAÇÃO DO CUSTO TOTAL PARA UM DADO NÍVEL DE PRODUÇÃO:


aqui, o foco maior seria pela melhor combinação dos fatores de
produção, aqueles que gerassem o menor custo possível para se atingir um dado
nível de produção.

• EQUILÍBRIO DA FIRMA: termo econômico que designa o estado em que a firma


estará otimizando os seus resultados.
CUSTOS TOTAIS DE PRODUÇÃO

• CUSTOS: compreende os gastos realizados com a atividade-fim da organização,


como por exemplo, o salário do professor, pois, a atividade-fim de uma escola é a sala
de aula. Nesse mesmo exemplo, os salários da secretaria acadêmica não representam
custos, pois, não estão direcionados à atividade-fim.

• DESPESAS: são todos aqueles gastos realizados com a atividade-meio da


organização. No caso acima, os salários da secretaria acadêmica representam
despesas e não custos. Assim, os custos totais de produção são representados pela
totalidade dos gastos envolvidos com a atividade-fim da empresa. Normalmente, eles
podem ser classificados em duas categorias:

• CUSTOS FIXOS: são aqueles que a empresa tem que pagar, mesmo não tendo
produzido uma única peça sequer. São exemplos de custos fixos os gastos com
aluguel, iluminação, etc.

• CUSTOS VARIÁVEIS: são aqueles que passam a ocorrer a partir da primeira peça
produzida. Como exemplo, temos as matérias-primas, cujo consumo somente se dá
após a produção da primeira peça.

• REPRESENTAÇÃO MATEMÁTICA:
Ct = Cf + Cv , quando desmembrado, podemos ter (1)
CUSTOS TOTAIS DE PRODUÇÃO

Cf = uma constante k e,
Cv = Cm . X, onde

Cm = custo médio, que representa o quociente entre os Custos


Totais de Produção e a Quantidade Total Produzida.
X = quantidade produzida.

Dessa forma, (2) ficaria assim representado:

Ct = k + C m . X

• CUSTOS TOTAIS DE CURTO PRAZO: a exemplo da teoria da produção, os


custos também se caracterizam como de curto e longo prazo. Os custos totais de
curto prazo são aqueles compostos por parcelas de custos fixos e custos variáveis.
Neste caso, se quisermos otimizar a curva de custo, teremos que trabalhar com os
custos variáveis.
• CUSTOS TOTAIS DE LONGO PRAZO: no longo prazo, todos os custos são
considerados variáveis, portanto, qualquer variação em um dos custos de fatores
provocará variação nos custos totais.
• CUSTOS MARGINAIS: representam a variação do custo total em resposta ao
acréscimo de uma unidade produzida. Na prática, temos que os Custos Marginais são
VISÃO ECONÔMICA VERSUS VISÃO CONTÁBIL-FINANCEIRA

• VISÃO ECONÔMICA: é mais abrangente, levando em consideração não só os


custos realizados, como também os chamados custos de oportunidade, que
são aqueles que deixamos de incorrer por termos adotado os custos atuais.
Como exemplo prático, temos o custo de aluguel da instalação da fábrica,
mesmo a instalação sendo própria.

• VISÃO CONTÁBIL-FINANCEIRA: é mais restrita, abrangendo apenas os custos


contabilizados. Modernamente, a visão contábil-financeira numa organização
reflete apenas a visão tributarista da mesma, pouco servindo para as
decisões gerenciais.
MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS

• CONCEITO DE LUCRO: conceitualmente, o lucro ocorre quando a renda total da


empresa, representada pelo faturamento dos produtos, excede os custos
totais. Assim, temos as seguintes relações

Ft = pm . X, onde (1)

Ft = faturamento total;
pm = preço médio;
X = quantidade vendida.

Ct = k + Cm . X, onde (2)

Ct = custo total;
k = custos fixos;
Cm . X = custos variáveis.

Fazendo (1) – (2), teremos

L = (pm - Cm) X – k, quando o Lucro atingirá o seu máximo apenas quando o


Custo Médio atingir o seu ponto mínimo, o que ocorrerá quando ele
se igualar ao Custo Marginal.

Você também pode gostar