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Produção

Três fatores essenciais para a Teoria da Firma:


● Tecnologia de produção.
● Restrições de custo.
● Escolha de insumos.

Existem três fatores de produção: mão de obra, matérias-primas e capital. Ao ajustar


tais fatores de produção, vê-se dois casos: o curto prazo, em que algum dos fatores não pode
ser substituído (insumo fixo) e o longo prazo, em que todos os fatores podem ser substituídos.
O ponto em que a curva do produto médio se encontra com a curva do produto
marginal, tem-se o ponto de maior produto médio, isto é, eficiência.
A lei dos rendimentos marginais decrescentes diz que, à medida que aumenta o uso de
um insumo em incrementos iguais (mantendo-se fixos os demais insumos), acaba-se
chegando a um ponto em que a produção adicional resultante decresce.
A produtividade da mão de obra reflete-se diretamente no padrão de vida de uma
população. Acerca da produtividade da mão de obra, dois fatores a afetam: o estoque de
capital e a mudança tecnológica. Existem curvas que auxiliam a medir tal produtividade:
● Uma isoquanta é uma curva que representa todas as possíveis combinações de
insumos que resultam no mesmo volume de produção.
○ A Taxa Marginal de Substituição Técnica (TMST) é a quantidade que
se pode reduzir do insumo capital quando se utiliza uma unidade extra
de insumo trabalho, de tal forma que a produção se mantenha
constante.
■ Quando os insumos são substitutos perfeitos, a TMST é
constante, de modo que 100% do insumo A, 50% de ambos
insumos A e B e 100% do insumo B constituem o mesmo
resultado. (Paralelas)
■ Quando os insumos apresentam uma proporção fixa, o ângulo
da TMST será reto. (Perpendiculares)
○ Análogas às taxas de indiferença.

Os rendimentos de escala referem-se à proporção de aumento do produto quando os


insumos aumentam proporcionalmente entre si. Existem três casos:
1. Rendimentos crescentes de escala: quando a produção cresce mais que o
aumento proporcional.
2. Rendimentos constantes de escala: quando a produção cresce
proporcionalmente ao aumento.
3. Rendimentos decrescentes de escala: quando a produção cresce menos que o
aumento proporcional.

Custos de Produção
Três tipos de custo: Custo Irreversível (CI) - não apresenta custo de oportunidade pois
não pode ser utilizado em outro setor - irreversível; Custo Fixo (CF) - só deixa de existir se a
empresa parar de funcionar; Custo Variável (CV) - varia conforme a produção; Custo
Marginal (CMg) - é o aumento de custo ocasionado pela produção de uma unidade adicional
de produto.
No curto prazo, a grande parte dos custos é fixa, enquanto no longo prazo, a grande
parte dos custos é variável.

● Custos no curto prazo:


○ A empresa apresenta menor flexibilidade.
○ Os custos totais e variáveis variam de acordo com a produção.
○ Quando a curva do CMg médio cruzar com a curva do CV médio, significa que
o CV por unidade passou a crescer. Assim, o cruzamento entre a CMg e a CV
significa o ponto ótimo.

● Custos no longo prazo:


○ A empresa apresenta maior flexibilidade.
○ Custo de uso do capital é o custo que se tem por possuir e usar um ativo de
capital, o qual é igual ao custo da depreciação mais os juros não recebidos.
○ Como escolher os insumos para a obtenção de determinado nível de produção
com um custo mínimo:
■ Uma linha de isocusto é um gráfico mostrando todas as combinações
possíveis de trabalho e capital que podem ser adquiridas para um dado
custo total.

● Comparações entre o curto e o longo prazo:


○ Caminho de expansão horizontal, no curto prazo. Caminho de expansão
diagonal, no longo prazo.
○ Economias de escala (Dobrando o custo, mais do que dobra-se a produção) e
deseconomias de escala (Dobra-se a produção, mais do que dobrando o custo).

● Empresas que produzem dois produtos:


○ Curva de transformação de produtos (Ctp) descreve as diferentes combinações
de dois produtos que podem ser produzidos com uma quantidade fixa de
insumos.
○ Economia de escopo (Ctp côncava - a produção de uma única empresa é maior
do que aquilo que poderia ser produzido por duas empresas diferentes e
especializadas) e deseconomias de escopo.
○ Curva de aprendizagem: curva que relaciona as quantidades de insumos
necessários para produzir uma unidade de produto à medida que aumenta a
produção acumulada da empresa.

Maximização de lucros e oferta competitiva


● Três pressupostos básicos do mercado perfeitamente competitivo:
○ As empresas são tomadoras de preços.
○ A homogeneidade do produto.
■ Costumeiramente, os produtos homogêneos são chamados de
commodities.
○ A livre entrada e saída das empresas.

● Formas alternativas de organização com objetivos diferentes da maximização de


lucros:
○ Cooperativa: uma associação de negócios ou pessoas cuja propriedade e
gerenciamento se dão de forma conjunta pelos membros visando ao benefício
mútuo.
○ Condomínio: uma unidade habitacional particular que fornece acesso a
instalações comuns que são pagas e controladas em conjunto por uma
associação de condôminos.

● Escolha do nível de produção no curto prazo:


○ A receita marginal deve ser igual ao custo marginal em um ponto no qual a
curva de custo marginal esteja em ascensão.

● A curva de oferta da empresa é a parte da curva de custo marginal na qual este é


superior ao custo variável médio.
● O excedente do produtor de uma empresa é a soma, para todas as unidades de produto,
da diferença entre o preço de mercado de uma mercadoria e o custo marginal de sua
produção.

● Pressupostos do equilíbrio competitivo no longo prazo:


○ Lucro econômico zero (Lucro econômico leva em conta os custos de
oportunidade).
○ Acontece sob três condições:
■ Todas as empresas do setor estão maximizando lucros.
■ Inexistem estímulos por parte de qualquer empresa para entrar ou sair
do mercado, pois todas estão auferindo lucro econômico igual a zero.
■ O preço do produto é tal que a quantidade ofertada pelas empresas do
setor se iguala ao volume demandado pelos consumidores.

● A renda econômica é a diferença entre o valor que as empresas estão dispostas a pagar
por um insumo e o menor valor necessário para adquiri-lo.

● Setores de custo constante, crescente e decrescente.

Leitura Complementar - Pindyck

Teoria da Firma: trata-se do modelo econômico que busca explicar como as empresas
tomam decisões, visando a minimização dos custos e, como isto, impacta na variação da
produção e vice-versa.
A importância das empresas: apesar do mercado ser efetivo, o modelo empresarial permite
um maior grau de eficácia na produção de bens, na medida que existe coordenação, isto é,
um gerente empresarial direciona as atividades a serem realizadas por trabalhadores
assalariados, bem como negocia os preços, de maneira mais geral.

Insumos: são os fatores de produção, divididos em trabalho, matéria-prima e capital. A


relação entre estes pode ser descrita em uma função de produção, que indica o produto
máximo (q) que uma empresa produz para cada combinação específica de insumos.
Utilizando apenas os insumos trabalho (L) e capital (K), vemos que:

q = F (K,L)

Produto médio e marginal: na adição inicial de insumo trabalho, mantido o insumo capital
constante, os produtos médio e marginal se elevam. Todavia, após um ponto X, estes produtos
são decrescentes, visto que o aumento de trabalhadores não acompanhado do aumento do
capital, leva a proporção capital-trabalhador a se reduzir, o que afeta negativamente a
produtividade. Sabe-se que quando o produto marginal é maior do que o produto médio,
o produto médio é crescente.

Lei dos rendimentos marginais decrescentes: semelhantemente à lei da utilidade marginal


decrescente, sabe-se que o aumento de um insumo produtivo, mantendo-se os demais fixos, a
partir de dado momento, trará adições cada vez menores. O que pode deslocar tal ponto de
inversão são os avanços tecnológicos e o aumento do estoque de capital, os quais permitem o
aumento da produtividade do trabalho.

Isoquanta: trata-se de uma curva que representa todas as possíveis combinações de insumos
variáveis que resultam no mesmo volume de produção. Um conjunto de isoquantas é um
mapa de isoquantas:

Taxa marginal de substituição técnica (TMST): trata-se da quantidade que um insumo


pode ser substituído por outro, mantendo a mesma produção. Vale ressaltar que presume-se
que a TMST seja decrescente, visto que as isoquantas são convexas. Sabemos que a taxa
marginal de substituição técnica entre dois insumos é igual á razão entre os produtos
marginais dos insumos. Nesse caso, as isoquantas são retas se os insumos são substitutos
perfeitos, e formam um L (função de produção de proporções fixas, também conhecida como
função de produção de Leontief), caso haja uma combinação específica única de trabalho e
capital.

Rendimentos de escala: referem-se à proporção de aumento do produto, quando os insumos


aumentam proporcionalmente entre si. Eles podem ser crescentes (cresce mais que o
aumento); constante (o crescimento é da mesma proporção que o aumento) e decrescentes
(cresce menos que o aumento). Lembrando que os rendimentos de escala não precisam ser
uniformes em todos os níveis possíveis de produção.

Capítulo 7 - Os Custos da Produção

Custos contábeis: são as despesas correntes mais as despesas atribuídas à depreciação dos
equipamentos de capital.
Custos econômicos: são os custos para uma empresa de utilizar recursos econômicos na
produção. Para auxiliar na determinação de tais custos, é imprescindível recorrer ao conceito
de custo de oportunidade, ou seja, o custo associado à oportunidades descartadas quando os
recursos de uma empresa não são utilizados da melhor forma. Assim, pode-se dizer que o
custo econômico é igual ao custo de oportunidade.
Custos irreversíveis: tratam-se de despesas realizadas que não podem ser recuperadas, assim
devem ser ignorados quando se tomam decisões econômicas. O custo irreversível prospectivo
é o que ainda não ocorreu, sendo visto como um investimento a ser realizado - o qual deve ser
avaliado economicamente antes de ser feito.
Custos fixos (CF): não variam com o nível de produção e só podem ser eliminados se a
empresa deixar de operar.
Custos variáveis (CV): variam quando o nível de produção varia.
Amortização de custos: utilizada principalmente para custos irreversíveis, é a política de
tratamento de um gasto único como um custo anual dividido ao longo de alguns anos, sendo
útil para simplificar a análise econômica do funcionamento da empresa.
Custo Marginal (CMg): trata-se do custo incremental pela produção de uma unidade
adicional de produção. Trata-se apenas do aumento no custo variável ou o aumento no custo
total, visto que o custo fixo nunca sofre alterações.
Custo Total Médio (CTMe): é o custo por unidade de produto, composto pelo custo fixo
médio e pelo custo variável médio.
Custo de uso do capital: é o custo que se tem por possuir e usar um ativo de capital, o qual é
igual ao custo da depreciação mais os juros não recebidos. Assim é a taxa de depreciação +
taxa de juros.
Linha de isocusto: é o gráfico mostrando todas as combinações possíveis de trabalho e
capital que podem ser adquiridas para um dado custo total.

Quando o custo marginal e médio se cruzam, isto significa que o custo marginal torna-
se mais elevado que o custo médio, o que levará a seu respectivo aumento. Assim, o ponto de
luro máximo é quando a receita marginal igualar o custo marginal.
O caminho de expansão é a curva que passa pelos pontos de tangência entre as linhas
de isocustos e as isoquantas de uma empresa, apresentando as condições de trabalho e capital
pelas quais a empresa optará para minimizar seus custos em cada um dos níveis de produção.
Acerca das economias e deseconomias de escala, vale ressaltar que à medida que a
produção cresce, o custo de produção médio tende a cair (até certo ponto), pelas seguintes
razões: em uma escala maior, os funcionários podem se especializar nas atividades em que
são mais produtivos; em uma escala maior, há maior flexibilidade, permitindo uma
combinação de insumos e uma organização do processo produtivo mais eficaz e; a compra de
insumos em grandes quantidades permitem um maior poder de negociação aos
administradores, levando a uma provável redução dos preços.
Todavia, é provável que o custo de produção medio comece a aumentar junto com a
produção, pelos seguintes motivos: no curto prazo, os funcionários terão dificuldade em fazer
um trabalho eficiente por causa de fatores como espaço e maquinário; à medida que o número
de tarefas aumenta, a gestão pode-se tornar mais complexa e ineficiente e; as vantagens de
comprar em grandes quantidades desaparecem quando certo limite for atingido.
Assim, uma empresa apresenta economias de escala quando é capaz de duplicar a
produção com menos do que o dobro dos custos e apresenta deseconomias de escala quando
necessita mais do que o dobro de recursos para duplicar a produção. Apesar de semelhante, as
economias de escala não são idênticas aos rendimentos de escala crescentes, pois pode
haver mudança na proporção de insumos no caso das economias de escala. Para ser
considerada uma economia de escala interna, uma empresa deve obter ganhos de escala
independentemente do mercado e da indústria. Isso significa que a empresa pode reduzir seu
custo médio e aumentar a produção. Já a economia de escala externa diz respeito aos
resultados de ações fora da empresa, ou seja, não se trata dos esforços internos da companhia,
mas de fatores externos. Quanto maior for a empresa, maior será a sua influência no mercado
e, consequentemente, mais acentuada se torna a economia externa. Um exemplo disso é a
isenção de impostos oferecida a certas empresas devido à sua influência na indústria. Essa
medida é restrita ao curto prazo.
As curvas de transformação de produto mostram as várias combinações possíveis
de dois diferentes produtos que podem ser produzidos com dado conjunto de insumos. Neste
ponto, existem economias de escopo que ocorrem quando a produção conjunta de uma única
empresa é maior do que aquilo que poderia ser produzido por duas empresas diferentes, cada
uma das quais fabricando um único produto. Por sua vez, as deseconomias de escopo são o
exato inverso. Isto é medido pelo grau das economias de escopo (GES), a porcentagem de
economia nos custos quando dois ou mais produtos são produzidos em conjunto em vez de
serem fabricados individualmente.
Ademais, é preciso destacar a curva de aprendizagem, que relaciona as quantidades
de insumos necessários para produzir uma unidade de produto à medida que aumenta a
produção acumulada da empresa.
A partir de tais dados, podemos discutir quanto uma empresa deve produzir. Para isso,
tomamos um mercado perfeitamente competitivo (as empresas são tomadoras de preços, há
homogeneidade do produto e há livre entrada e saída de empresas).
Todavia, antes de refletir sobre a quantidade ideal de produção para gerar a
maximização do lucro, é preciso destacar as formas alternativas de organização econômica.
Uma destas é a cooperativa, uma associação de negócios ou pessoas cuja propriedade e
gerenciamento se dão de forma conjunta pelos membros visando ao benefício mútuo. Um
outro exemplo é o condomínio, uma unidade habitacional particular, mas que fornece acesso
a instalações comuns que são pagas e controladas em conjunto por uma associação de
condôminos.
Retornando ao ponto inicial, o lucro é a diferença entre a receita total e o custo total.
A receita total (R) de uma empresa é o preço do produto (P) multiplicado pelo número de
unidades vendidas (q). Assim, tanto a Receita (R), o Custo (C) e o Lucro (π) são determinados
pelo nível de produção (q). Logo, para maximizar lucros, a empresa opta pelo nível de
produção para o qual a diferença entre receita e custo seja máxima. Para entender isto,
compreende-se o conceito de receita marginal: a mudança na receita resultante do aumento de
uma unidade na produção. A regra de ouro é de que o lucro é maximizado quando a receita
marginal é igual ao custo marginal. Assim, em uma empresa tomadora de preços, a regra
geral para maximização de lucros pode ser simplificada, ela deve escolher seu nível de
produção de tal forma que seu custo marginal seja igual ao preço. Logo, o lucro é
maximizado quanto a receita marginal é igual ao preço.
Quando o preço de um insumo se eleva, o custo marginal é elevado também, de modo
que a quantidade produzida é reduzida, para que a empresa não incorra em juros.
Como o excedente do consumidor, o excedente do produtor é a soma das diferenças
entre o preço de mercado e o custo marginal de produção relativos a todas as unidades
produzidas pelas empresas. Apesar de estar relacionado com o lucro, ele não é o lucro, pois
no curto prazo, o excedente do produto é igual a receita menos o custo variável, enquanto o
lucro é a receita menos todos os custos (tanto variáveis como fixos).
Em uma situação de equilíbrio em longo prazo, as empresas do ramo não desejam sair
e outras não desejam entrar, visto que há um lucro econômico zero, o qual ocorre quando
uma empresa obtém um retorno normal sobre os investimentos, ou seja, quando tem um
resultado tão bom quanto teria se investisse os seus recursos em outra atividade. Assim, a
renda econômica é definida como a diferença entre o valor que as empresas estão dispostas a
pagar por um insumo e o menor valor necessário para adquirí-lo - em mercados competitivos,
é frequentemente um valor positivo. Lembremo-nos de que, enquanto a renda econômica se
refere a fatores de produção, o excedente do produtor refere-se ao produto, todavia, no longo
prazo, o excedente do produtor obtido por uma empresa por meio do produto que vende
consiste na renda econômica que todos os seus insumos escassos lhe proporcionam.
Podem haver setores de custo constante (os preços de todos os insumos mantêm-se
constantes - a curva de oferta é horizontal), crescente (os preços de alguns ou de todos os
insumos de sobem à medida que o setor se expande e aumenta a demanda por estes - a curva
de oferta é ascendente) e decrescente (os preços de alguns ou de todos os insumos reduzem à
medida que o setor se expande - a curva de demanda é descendente). Uma vez que os preços
aumentam, o número de empresas participando do setor se reduz, aumentando a oferta de uma
única empresa - mesmo que a oferta esteja constante para o mercado.

Michelle Miltons
No longo prazo, não existem retornos decrescentes, visto que todos os insumos
variam.

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