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MICROECONOMIA II

1.1 Conceito de Produção


• Produção - é a transformação de fatores produtivos e bens intermédios em bens (produtos ou serviços).
• Os fatores produtivos são, em geral, agrupados nas seguintes categorias:
- Trabalho
- Capital
- Terra
- Capacidade empresarial (processo de organizar, gerir e assumir a responsabilidade de um negócio)

Bens intermédios – são bens que são utilizados na produção de outros bens.
Exemplos:
(i) Energia é um bem intermédio utilizado na produção de qualquer bem;
(ii) aço, vidro e borracha são bens intermédios utilizados na produção de automóveis;
(iii) o papel é um bem intermédio na produção de livros e material escolar

• A produção inclui as atividades económicas, exceto o consumo final.


Exemplos: provisão de serviços médicos, ensino, transporte de mercadorias, transporte de passageiros.

1.2 Função de produção


• Função de produção - representa a quantidade máxima de um bem que uma empresa pode produzir,
num dado período de tempo, a partir de várias combinações alternativas de fatores produtivos e bens
intermédios.

Nota: A função de produção é um conceito puramente físico, ou seja, é uma relação técnica entre
quantidades físicas de fatores produtivos e bens intermédios e quantidades físicas do bem produzido.

• Neste capítulo e nos seguintes admitimos que a quantidade produzida de um bem, num dado período de
tempo, depende apenas das quantidades utilizadas de dois fatores produtivos.
Trata-se de um pressuposto que permite simplificar a análise, nomeadamente na utilização de instrumentos
analíticos (matemáticos e gráficos), e permite uma melhor compreensão dos conceitos.

Pressuposto: Assumimos que o volume de produção de um bem depende apenas da utilização de trabalho
e capital:

• A função de produção de um bem representa a quantidade máxima desse bem, q, que pode ser
produzida, num dado período de tempo, utilizando várias combinações alternativas de L e K.

• Nas decisões de produção, a empresa tem em consideração o horizonte temporal, que pode ser de período
curto ou de período longo.
- Período curto (ou curto prazo) corresponde a um horizonte temporal no qual a empresa apenas pode
alterar alguns fatores de produção –correspondem aos fatores variáveis – sendo os restantes fatores fixos.
- Período longo (ou longo prazo) corresponde a um período de tempo suficientemente longo para que
todos os fatores sejam ajustáveis, ou seja, a empresa tem capacidade para alterar a quantidade utilizada de
todos os fatores de produção. Logo, no período longo, todos os fatores são variáveis.
• Fatores de produção variáveis são aqueles cuja quantidade utilizada varia com a quantidade produzida.
• Fatores de produção fixos são aqueles cuja quantidade utilizada não varia com a quantidade produzida.

1.3 Análise da Produção no curto prazo


• Dada a função de produção q = f(L,K), consideramos L como o fator variável e K o fator fixo, em período
curto.
• Notas: Em determinadas organizações/instituições, não é correto considerar L (ou parte de L) como um
fator produtivo variável no curto prazo.
(1) Considere, por exemplo, o caso da Faculdade de Economia do Porto e adote uma análise de curto prazo.
Será correto considerarmos, neste caso, que todo o corpo docente é um fator variável em período curto?
(2) Considere o caso do Hospital de S. João. Será correto considerar todos os médicos como um fator variável
em período curto?

1.3.1 Produto Total e Produtividades Média e Marginal


• O Produto Total de L é o volume de produção máximo que é possível produzir de um bem com uma
determinada quantidade de L, mantendo-se constante a quantidade de K.
Curva do Produto Total de L - representa a quantidade
máxima que é possível produzir de um bem usando
quantidades alternativas de L, mantendo-se constante a
quantidade de K.

Produtividade marginal de L (PmgL ): é a variação da quantidade produzida de um bem que resulta da


utilização de uma unidade adicional de L, mantendo-se constante a quantidade utilizada de K.

Produtividade média de L (PmdL ): corresponde ao volume de produção que, em média, uma unidade de L
produz, mantendo-se constante a quantidade de K.

Nota: Para efeito de tomada da decisão se deve contratar, por exemplo, mais um trabalhador ou não, o
conceito relevante é o da PmgL .
Notas: A lei dos rendimentos marginais decrescentes também é designada de lei das proporções variáveis.
1.4 Análise da produção em período longo
Em período longo, ambos os fatores, L e K, são fatores variáveis.
• A figura 1.3 representa uma função de produção que indica o volume de produção máximo possível, q,
quando ambos os fatores K e L são variáveis.
• O conjunto de possibilidades de produção (área sombreada na figura 1.3) é o conjunto de todas as
combinações (L,K,q) tecnicamente possíveis.
• A fronteira do conjunto de possibilidades de produção designa-se por fronteira de produção, que
representa o conjunto das combinações (L,K,q) que são tecnicamente eficientes.
• As curvas de nível da função de produção designam-se por isoquantas.
• Propriedades das isoquantas:
i) Quanto mais afastada da origem, maior o volume de produção associado à isoquanta
o dada a existência de rendimentos (ou produtividades) marginais positivos de L e K.
. ii) Não se intersetam
o uma determinada combinação de fatores produtivos não pode proporcionar dois níveis de produção
máximos distintos.
iii) Declive negativo
o dada a existência de rendimentos (ou produtividades) marginais positivos de L e K (analisamos esta
propriedade mais à frente na secção 1.4.2).
iv) Convexas em relação à origem (analisamos esta propriedade mais à frente na secção 1.4.2)
1.4.2 Taxa marginal de substituição técnica
1.6 Rendimentos à escala
• Os rendimentos à escala referem-se à variação no volume de produção resultante da variação simultânea
e na mesma proporção de todos os fatores de produção.

Alterando a quantidade utilizada de ambos os fatores produtivos (a escala de produção) em  ( >1), vem:

Uma função produção apresenta:


• Rendimentos constantes à escala quando a quantidade produzida aumenta na mesma proporção que as
quantidades de todos os fatores produtivos: =.
• Rendimentos crescentes à escala quando o aumento proporcional da quantidade de todos os fatores
produtivos resulta num aumento mais que proporcional da quantidade produzida: >.
• Rendimentos decrescentes à escala quando o aumento proporcional da quantidade de todos os fatores
produtivos resulta num aumento menos que proporcional da quantidade produzida: <

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