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Teoria do Produtor

Bibliografia Principal:
ƒ Frank, R. (2006), Microeconomia e Comportamento,
6.ª Edição, McGraw-Hill, pág. 287-361.
ƒ Varian, H. (1999) Intermediate Microeconomics, A
Modern Approach, 5.ª Edição, Norton, pág. 314-373.

Paula Simões 118


Introdução
Objectivos:
ƒ Estudo das decisões económicas do lado da oferta.
ƒ Descrição da forma como a empresa escolhe entre
métodos alternativos de produção, tecnicamente
viáveis, para produzir determinada quantidade de
produto.

Paula Simões 119


Introdução
Os bens, produtos e serviços, disponíveis no mercado
resultam de um processo produtivo.

Matérias-primas e
subsidiárias

Tecnologia Produto Final

Factores de produção

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Introdução
ƒ Produção é o processo que transforma meios (matérias-
primas, produtos intermédios, factores de produção) em
produto, isto é, o processo que cria utilidade actual ou
futura.

ƒ Factores de produção (meios utilizados para obter o


produto final):
9 Terra;
9 Capital (físico, humano);
9 Trabalho.

Paula Simões 121


A função de produção
Função de produção – é a relação que descreve a forma como
a combinação de factores produtivos dá origem ao produto final.
Esta função indica, ainda, como varia a produção quando se
altera a quantidade utilizada de alguns, ou de todos os factores
de produção.
Uma função de produção reflecte um dado nível tecnológico e
alterações no nível tecnológico alteram a função de produção.

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A função de produção
A função de produção define-se matematicamente por:
Q = f (L, K )
Onde,
Q – representa o nível de produção.
K – representa a quantidade de capital.

L – representa a quantidade de trabalho.

Exemplo: Q=f(L,K)=5LK

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O efeito do progresso técnico

Q2

Q1

L – número de trabalhadores
Q – quantidade produzida
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O horizonte temporal
Na análise serão consideradas duas possibilidades, no que
respeita ao horizonte temporal. Cada um desses horizontes
pode ser definido da seguinte forma:
ƒ Longo prazo – é o período de tempo necessário para que a
quantidade utilizada de qualquer factor produtivo possa ser
alterada;
ƒ Curto prazo – é o período de tempo durante o qual a
quantidade utilizada de um ou mais factores produtivos não
pode ser alterada.

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O horizonte temporal
Das definições anteriores resulta a distinção entre factor fixo e
factor variável.
ƒ Factor variável – factor cuja quantidade pode ser alterada
livremente num determinado período de tempo.
ƒ Factor fixo – factor cuja quantidade não pode ser alterada
num determinado período de tempo.
Admitindo que K é o factor fixo e L o factor variável:
Q = f (L, K 0 ) = f (L )

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Relação entre a produção e os factores
ƒ Produto total (PT) – é o montante máximo de produção que
é possível obter com determinada quantidade dos factores
de produção.
ƒ Produto marginal (PMg) – é a alteração no produto total
resultante de uma variação unitária/infinitesimal num dos
factores, mantendo os restantes inalterados.
ƒ Produto médio (PMe) – é a quantidade de produto obtida
por unidade de factor utilizada.

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Relação entre a produção e os factores
ƒ A lei dos rendimentos marginais decrescentes (LRMD)
prevê que as quantidades obtidas de produto serão cada
vez menores à medida que são utilizadas unidades
adicionais do factor de produção variável, mantendo fixos
os restantes factores de produção. Ou seja, o produto
marginal de cada unidade de factor de produção reduzir-se-
à com o aumento das quantidades utilizadas desse factor,
mantendo constantes os outros factores produtivos.

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Relação entre a produção e o factor
variável
Alguns exemplos:

Q Q Q

L L L
⇒Em que casos se verifica a LRMD?

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Características da função de produção de
curto prazo
⇒ Qual a relação entre o produto total e o produto marginal?

⇒ Qual a relação entre o produto total e o produto médio?

⇒ Qual a relação entre o produto médio e o produto


marginal?

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Função de produção no longo prazo
Todos os factores produtivos são variáveis: Q = f (L, K ).

A tecnologia pode ser representada por:


ƒ Função Cobb-Douglas
ƒ Função linear (factores substitutos perfeitos);
ƒ Função de proporções fixas (factores complementares);
ƒ (...)

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Função Cobb-Douglas
Função genérica: f (L, K ) = A La K b .
K

Q2

Q1
Q0
L

A – nível tecnológico
a – elasticidade da produção relativamente a L
b – elasticidade da produção relativamente a K
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Noção de Isoquanta
Uma isoquanta é o conjunto de todas as combinações
de factores produtivos que permitem obter o mesmo
nível de produção.

Exemplo: Q=2LK
K

Q1
L

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Taxa marginal de substituição técnica
A taxa marginal de substituição técnica (TMST) é a taxa à qual
o produtor pode trocar um factor pelo outro, mantendo o nível
de produção constante.

Entre dois pontos: K


∆K K 2 − K 1
TMST = =
∆L L2 − L1 A
K1
No ponto:
B
dK K2
TMST = Q0
dL L
L1 L2

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Taxa marginal de substituição técnica
No longo prazo, a variação no produto total resulta da soma
das variações de produção provocadas pela alteração na
quantidade de L com as variações de produção provocadas
por alterações na quantidade de K.

Ao longo de uma isoquanta a produção permanece constante:


∆Q = PMg K ∆K + PMg L ∆L , logo:

∆Q = 0 ⇒ PMg K ∆K + PMg L ∆L = 0
PMg L
TMST = −
PMg K

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Rendimentos à escala
Através da determinação dos rendimentos à escala é
possível conhecer como varia a produção total face a
uma variação, simultânea e na mesma proporção, em
todos os factores produtivos.

Existem três tipos de rendimentos à escala:


ƒ Rendimentos crescentes à escala;
ƒ Rendimentos constantes à escala;
ƒ Rendimentos decrescentes à escala.

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As decisões do produtor
Podemos identificar 3 tipos de problemas:
ƒ Maximização do lucro, sem restrições (no curto e
longo prazo);
ƒ Maximização da produção, com restrição de custos;
ƒ Minimização dos custos, com restrição de produção.

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As decisões do produtor
Pressupostos:
ƒ O preço de venda da produção (P) é determinado no
mercado e não é influenciado pela quantidade oferecida
pela empresa.
ƒ O custo unitário dos factores, trabalho e capital, não é
influenciado pelas quantidades procuradas pela empresa.

Situação de concorrência perfeita nos mercados dos bens


e dos factores.
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Maximização do lucro no CP
Max
L
π
Max
L
(RT − CT )
_ _
Max (P * Q(L, K ) − (wL + r K ))
L


Condição de primeira ordem: =0
dL

Condição de maximização do lucro: PMg L * P = w

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Maximização do lucro no LP
Max
L, K
π
Max
L, K
(RT − CT )
Max
L, K
(P * Q(L, K ) − (wL + rK ))
⎧ ∂π
⎪⎪ ∂L = 0
Condições de primeira ordem: ⎨
⎪ ∂π = 0
⎪⎩ ∂K

⎧PMg L * P = w
Condição de maximização do lucro: ⎨
⎩PMg K * P = r

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Maximização do Lucro
Da resolução do problema de maximização do lucro
resultam:
⇒ As funções procura dos factores:
L* = L(w , r , P )
K * = K (w , r , P )

⇒ A função oferta de produto:


Q * = Q(w , r , P )

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