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28/11/2022

CURSO EM CONTABILIDADE:
ECONOMIA I
CURSO EM GESTÃO: MICROECONOMIA TEORIA DA
EMPRESA
A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO

1º ANO, 1º SEMESTRE
ANO LETIVO: 2022/2023
Isabel Ribeiro, João Pedro Teixeira, Márcia Rogão, Paula Cabo

TEORIA DA EMPRESA
Importância:
O estudo da teoria da empresa consiste em duas análises,
designadamente, a teoria da produção e a teoria dos custos.
A teoria da empresa permite:
- analisar os custos e a oferta dos bens produzidos, isto é, permite a
análise dos preços e do emprego dos fatores de produção.
- a teoria da produção serve de base para a análise das relações
existentes entre a produção e os custos de produção,
consequentemente, serve de base à análise da teoria da formação dos
preços.

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TEORIA DA EMPRESA
Definições:
Empresa é uma unidade técnica de produção de bens. Deverá ser uma unidade
de produção que atua racionalmente procurando maximizar os seus resultados
em termos de produção e lucro.
Fatores de produção são bens ou serviços transformáveis na produção de
bens.
Existem os primários (são produzidos pela própria empresa) e os secundários
(cuja existência deriva do processo produtivo realizado por alguma empresa).
Produção é a transformação dos fatores adquiridos pela empresa em produtos
para venda no mercado.

TEORIA DA EMPRESA

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TEORIA DA EMPRESA
Esta função admite que o empresário utiliza a combinação de fatores mais eficiente
por forma a obter a produção máxima. Assim sendo uma função produção é acima
de tudo uma função que indica o estado da tecnologia de cada empresa. Por outro
lado, no curto prazo existem fatores de produção fixos e fatores de produção
variáveis:
- fatores de produção fixos –as quantidades utilizadas não se alteram com o volume
de produção durante o período em análise.
- fatores de produção variáveis – a quantidade utilizada varia com o volume de
produção durante o período em análise
Estes fatores combinam-se de acordo com a tecnologia. Efetivamente, a tecnologia
diz qual a norma que se deve respeitar ao combinar os fatores fixos e variáveis para
obter uma unidade de produto.

FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO


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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO


Representação gráfica das funções PT, PM e Pmg
A lei dos rendimentos decrescentes

Comportamento da PT
Até ao ponto A, a PT cresce a taxas
crescentes, à medida que se vai aumentando as
quantidades do fator variável. Isto é, a produção
cresce mais que proporcionalmente (∆PT>∆X);
A partir do ponto A, se continuar a aumentar
as quantidades utilizadas do fator variável x a
produção total continua a crescer mas a taxas
constantes ((∆PT=∆X);
A partir do ponto B, se continuar a aumentar
as quantidades de fator variável, a PT irá
diminuir ((∆PT<∆X)

FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO


Comportamento da PT e da Pmg

A lei dos rendimentos decrescentes

A lei dos rendimentos decrescentes relaciona as quantidades de fator variável


utilizado (X) com as produções de um bem (PT). Estabelece que se obtém
sucessivamente uma menor produção adicional de um determinado produto quando
adicionadas doses sucessivas de um fator de produção variável, mantendo-se todos os
outros fatores constantes. Ou seja, os aumentos na capacidade são menos que
proporcionais, tornando-se decrescentes ou mesmo nulos a partir de determinado
ponto.

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO


Representação gráfica das funções PT, PM e Pmg

Comportamento da PM
Até ao ponto C, a PM cresce até atingir o valor
máximo (ótimo técnico., ponto em que é
máxima a eficiência do fator variável)
A PM é inferior à Pmg no intervalo 0 até ao
ponto C.
A partir do ponto C, a PM é decresce e é
superior à Pmg.

FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO


Representação gráfica das funções PT, PM e Pmg

Comportamento da Pmg
A Pmg é crescente até atingir o ponto A (ponto
de inflexão da PT) (1ª fase de produção);
A Pmg é decrescente mas positiva de B até D,
ponto em que atinge o valor zero, que
corresponde ao máximo da PT (máximo
técnico) (2ª fase de produção).
A Pmg é decrescente e negativa (3ª fase de
produção).

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO


Representação gráfica das funções PT, PM e Pmg

Os estádios de produção
As relações entre o produto total, produto médio e produto
marginal são usadas para definir os três estádios de produção.
Quando a Pmg = 0, corresponde ao ponto em que a PT é
máxima este ponto designa-se por máximo técnico ou ponto
da máxima eficiência do fator fixo;
Quando a Pmg = PM corresponde ao ponto em que a PM é
Máxima, este ponto designa-se por ótimo técnico ou ponto
onde é máxima a eficiência do fator variável;
Quando a Pmg é máxima corresponde ao ponto de inflexão
da PT.

Os estádios de produção
1º estádio: X € ]0, ótimo técnico[;
2º estádio X € [ótimo técnico, máximo técnico]
3º estádio: X € ]máximo técnico, +∞[

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO


1º estádio: 0 até ótimo técnico (máx da PM); (PM = Pmg)
Até ao ótimo técnico a PM é crescente, isto significa que o produto cresce de forma
mais que proporcional ao consumo do fator variável, o que implica que para
determinados preços, o lucro aumente, razão pela qual, o empresário nunca se fique
pelo 1º estádio.
2º estádio: ótimo técnico até máximo técnico (Máx PT); (Pmg = 0)
O empresário deverá localizar-se no 2º estádio de produção (entre o ótimo técnico
e o máximo técnico), dependendo o ponto exato do montante de custos fixos.
3º estádio: a partir do máximo técnico
O empresário nunca se localiza no 3º estádio, isto é, à direita do máximo técnico
pois seria uma irracionalidade na medida em que a PT é decrescente.

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO


Esta análise pode ser conduzida através do conceito de elasticidade da produtividade
total do fator variável:

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO


Análise dos estádios de produção através da elasticidade da produtividade total do
fator variável:

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO


Objetivo: Determinar a quantidade de fator variável que maximiza o
lucro (LT).
LT = RT-CT
RT – Receita total; RT=Q. PQ
CT= CV+CF
CV – custos variáveis
CF – custos fixos
IMPORTANTE: LT é máximo quando: PQ x Pmg ≥ PL
Pmg – Produção ou produtividade marginal
PL – Preço do fator variável

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO CONTÍNUA

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO CONTÍNUA

Calcule:
a) As funções PT, PM e Pmg
b) Para que valores de N a Pmg é máxima, a Pmg é igual à PM, a Pmg é
nula.
c) Represente graficamente, com base nos valores de N encontrados
na alínea anterior, a PT, PM e Pmg.
d) Delimite os estádios de produção.
e) Qual é o valor de N que maximiza o lucro?
f) Determine o lucro do empresário.
g) Calcule a receita marginal para N=10. Interprete o resultado obtido.

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO CONTÍNUA

Resolução:
A análise da função produção de curto prazo faz-se com base em 3 funções,
nomeadamente, a função PT (produção ou produtividade total), a função PM
(produção ou produtividade média) e a função Pmg (produção ou produtividade
marginal), assim sendo:
a) Calcular as expressões PM e Pmg
PM=(16 N+3N2-1/3N3)/N, simplificando, fica PM=16+3N-1/3N2
Pmg= 16+6N-N2

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO CONTÍNUA

b) Determinar os valores de N em que Pmg é máxima, a Pmg é igual à PM e a Pmg é


nula.
- Pmg é máxima quando (Pmg)`=0, ou seja (16+6N-N2)`=0, assim sendo 6-2N=0,
resolvendo em ordem a N, tem-se que N=3:
- Pmg=PM, equivale a 16+6N-N2=16+3N-1/3N2, resolvendo em ordem a N, tem-se
N=4,5.
- Pmg=0, então 16+6N-N2=0, aplicando a fórmula resolvente, temos que N=8
3ª Etapa: determinar os valores da PT, PM e Pmg quando N=3; N=4,5 e N=8

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO CONTÍNUA

N PT PM Pmg
3 66 22 25
4,5 84 22,75 22,75
8 149,3 18,7 0

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO CONTÍNUA


d) Delimitar os estádios de produção:
1º estádio: N pertence ao intervalo ]0, ótimo técnico[ ; no ótimo técnico
(ponto em que é máxima a eficiência do fator variável) verificam-se duas
situações: (1) PM=Pmg e (2) PM é máxima.
Assim sendo o 1º estádio: N pertence ao intervalo ]0; 4,5[
2º estádio: N pertence ao intervalo [ótimo técnico, máximo técnico]:
No máximo técnico (ponto em que é máxima a eficiência do fator fixo)
verificam-se duas situações: (1) PT é máxima e (2) Pmg é nula.
Assim sendo o 2º estádio: N pertence ao intervalo [4,5; 8]

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO CONTÍNUA

3º estádio: N pertence ao intervalo [máximo técnico; ∞ ].


Tendo em conta o objetivo da maximização do lucro, o empresário localiza-se no
2º estádio de produção. É neste estádio que se encontra a quantidade de N que
maximiza o lucro do empresário (LT).
e) Determine N que maximiza o lucro
LT é máximo quando PQ x Pmg ≥ PL. Tendo em conta que PQ=8000 euros e
PN=128000 euros, então:
8000 (16+6N-N2)=128000, resolvendo em ordem a N, então
N=6 (quantidade de fator variável que permite a maximização do lucro do
empresário).

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO CONTÍNUA

f) Calcule o Lucro do empresário.


Tendo em conta que:
Para N=6, a Q=PT=132
LT=RT-CT
LT– Lucro Total
RT – Receita total das vendas; RT=Q x PQ
CT – Custos totais de produção
Então: LT=(132 x 8000)-6 x 128000=1.056.000-768.000 =288.000

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO CONTÍNUA

d) Determine a Rmg quando N=10


Tendo em conta que:
Rmg - Receita marginal; Rmg= PQ x Pmg
Para N=10 e que PQ=8000
Rmg = PQ x Pmg ⬄ Rmg=8000((16+6N-N2) ⬄ Rmg=-192000, o acréscimo
de uma unidade adicional de N (de 9 para 10), resulta numa redução da
produtividade total o que tem como consequência uma redução em 192000
na receita total por cada unidade vendida.

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO DISCRETA


Exemplo 2 : Um bem é produzido com a ajuda de e fatores de produção K
(capital) e L (trabalho). A quantidade de capital é fixa. A evolução da produtividade
média consta na tabela que se segue:
L 0 1 2 3 4 5 6 7 8
PM 0 10 12 13 13 12,2 11 9,4 8

Sabendo que PL=3; PK=100 e PQ=10


a) Determine as expressões da PT e da Pmg
b) Represente graficamente as funções PT, PM e Pmg.
c) Delimite os estádios de produção.
d) Determine a quantidade de L que maximiza o lucro.
e) Determine o lucro do empresário máximo.

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO DISCRETA

Tendo em conta que PM=PT/L então PT=PM x L


E que Pmg=∆PT/∆L , na função discreta
RT=Q x PQ
CT = CV+ CF
CV=L x PL
CF=100
LT=RT-CT

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO DISCRETA


Resolução:

L 0 1 2 3 4 5 6 7 8
PM 0 10 12 13 13 12,2 11 9,4 8
PT 0 10 24 39 52 61 66 66 64
Pmg - 10 14 15 13 9 5 0 -2
RT 0 100 240 390 520 610 660 660 640
CV 0 3 6 9 12 15 18 21 24
CF 100 100 100 100 100 100 100 100 100
CT 0 103 106 109 112 115 118 121 124
LT 0 -3 134 281 408 495 545 542 516

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO DISCRETA

Resolução:
a) Expressões da PT e da Pmg (linhas a amarelo).
b) Represente graficamente PT, PM e Pmg (eixo do Y) em função da L (eixo do X )
c) Delimite os estádios de produção
Pmg é máxima quando L=3
PM=Pmg, para L=4 (ótimo técnico, ponto de máxima eficiência do fator variável - L)
Pmg é nula, para L=7 (máximo técnico, ponto de máxima eficiência do fator fixo -
K)

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO DISCRETA

1º estádio: L pertence ao intervalo ]0; ótimo técnico[ ou seja L pertence ao


intervalo ]0; 4[
2º estádio: L pertence ao intervalo [ótimo técnico; máximo técnico ]; ou seja, L
Pertence ao intervalo [4; 7];
3º estádio: L pertence ao intervalo ]máximo técnico; ∞[ ou seja, L pertence ao
intervalo ]7; ∞[
d) O lucro é máximo para L=6;
e) LT=545 (célula a amarelo)

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FUNÇÃO PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO - FUNÇÃO CONTÍNUA

Exemplo 3: Determinada empresa apresenta a seguinte função produção: Q=20 L2


-L3. Supondo que PQ=20 e PL=40.
a) Determine as expressões da PT, Pmg e da elasticidade da produtividade total
(EPT)
b) Represente graficamente as funções PT, PM e Pmg.
c) Delimite os estádios de produção gráfica e analiticamente.
d) Determine a quantidade de L que maximiza o lucro.
e) Determine o lucro máximo do empresário.

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