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SE503 – Teoria Macroeconômica (2022)

Macroeconômica Clássica
Junior Garcia (GEMAECO/NESDE)

jrgarcia@ufpr.br
jrgarciaeco.wordpress.com/
gemaeco.ufpr.br
Referências

• FROYEN, R. T. Macroeconomia: teorias e aplicações - 2ª edição, 2012. Disponível


em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788502175235/ -
capítulos 3 e 4.
• BUSATO, M. I.; CARCANHOLO, M. D.; FREITAS, F. N. P. de; GONÇALVES, R. (orgs.).
Escolas da macroeconomia. 1ª edição: Conselho Regional de Economia da 1ª
Região, Rio de Janeiro: Albatroz, 2015. Disponível em: http://www.corecon-
rj.org.br/anexos/BF8BCE7477FD53C5B1120EA976F87D2B.pdf
Macroeconomia Clássica

• Economistas que haviam escrito sobre questões macroeconômicas


antes de 1936.
• Clássicos: Adam Smith (1776, A riqueza das nações), David Ricardo (1817,
Princípios de Economia Política) e John Stuart Mill (1848, Princípios de
Economia Política).
• Neoclássicos: Alfred Marshall (1920, Princípios de Economia) e Arthur C. Pigou
(1933, A teoria do desemprego).
Macroeconomia Clássica
Pressupostos
Pressupostos
• As economias capitalistas são estáveis, com possibilidade de crises
temporárias;
• As causas das crises temporárias são distúrbios monetários e reais;
• Os preços (bens e salários) são flexíveis no curto prazo, mas rígidos no
longo prazo – salário real;
• Mercados autorreguláveis (livre mercado);
Pressupostos
• A moeda é considerada apenas como meio de pagamento e não tem
valor intrínseco;
• A moeda, portanto, não é para explicar a dinâmica econômica;
• A Economia opera na condição de pleno emprego;
• O horizonte de tempo dominante é o longo prazo.
Pressupostos

• Caso a Economia estivesse fora do equilíbrio (desemprego), os


mercados atuariam para levar o produto novamente ao nível de pleno
emprego (equilíbrio).
• Esta é a hipótese de autorregulação dos mercados, vigente até hoje em
várias abordagens teóricas e de política econômica.
Macroeconomia Clássica

• É uma análise baseada em fatores reais.


• A moeda tem a função apenas de meio de pagamento.
• O crescimento econômico é dado pelo aumento do estoque dos
fatores de produção (K e L) e avanços técnicos.
• O nível de equilíbrio do produto a qualquer momento é um ponto de
pleno emprego (produto efetivo = produto potencial), mesmo no
curto prazo.
Macroeconomia Clássica

• Analisa os elementos que determinam o nível de produto de


equilíbrio (pleno emprego), paralelo a outros agregados
macroeconômicos, tais como emprego, nível de preços, nível de
salário e taxas de juros.
Macroeconomia Clássica

• “Em oposição a esses absurdos palpáveis, foi triunfantemente


estabelecido pelos economistas políticos que o consumo nunca
precisa de estímulo.”
• “O legislador, portanto, não precisa preocupar-se com o consumo”.
• “no agregado, a produção de uma determinada quantidade de
produto gerará demanda suficiente por esse produto; nunca poderia
haver uma ‘falta de compradores para todas as mercadorias’”.

Fonte: Froyen, 2012.


Mill, J. S. “On the Influence of Consumption on Production”. In: Essays on Economics and Society, v. 4 de Collected Works, Toronto,
University of Toronto Press, 1967. p. 263.
Macroeconomia Clássica

• O livre mercado atuará para criar mercados para qualquer bem que
seja produzido.
• Fatores que determinam a demanda agregada, portanto, não têm a
atenção dos(as) economistas clássicos(as).
Macroeconomia Clássica
A função de produção agregada (produção)
Produto

• Quais são os fatores que determinam o nível de produto


para a situação pleno emprego?
Pressupostos

• Estrutura de mercado em concorrência perfeita;


• As empresas são maximizadoras do lucro;
• Tendência de mercados autorreguláveis;
• Flexibilidade de preços e salários;
• Vigora a Lei de Say;
• A demanda não influência o nível de renda, emprego e do produto;
Pressupostos

• O produto é determinado pelas condições da oferta;


• Apenas variáveis reais afetam a oferta agregada;
• O estoque de capital físico (K) é considerado fixo no curto prazo;
• A tecnologia e a população também são consideradas constantes;
• No curto prazo, o nível de produto agregado varia unicamente em
função de mudanças no fator trabalho (N);
• Dicotomia Clássica (variáveis reais são independentes das nominais).
Oferta Agregada

• Produto total (agregado) que as empresas estão dispostas a oferecer


em determinado período e nível de preços.
• A função de produção agregada é resultado da soma da função de
produção de firmas individuais, ou seja, a soma das partes é igual ao
todo (agregado).
Função de produção (agregada)

ഥ N)
• Y = F(𝐾,
• No curto prazo, o capital, tecnologia e população são constantes.
• No curto prazo, Y é determinado por N: Y = F(N)
• O produto aumenta em uma taxa decrescente devido à lei dos rendimentos
decrescentes.
• Relação entre o nível de produção e de insumos (K e N), baseada na
tecnologia das firmas individuais.
Função de produção
40
E F
35 G
ഥ N)
Y = F(𝐾,
30 D ΔY = 5
25 ΔN = 1
Y = produto

C
20
15 ΔY = 10
B PMgN = ΔY/ΔN
10
ΔN = 1
5
A
0
0 1 2 3 4 5 6
N = trabalho
Produto Marginal do Trabalho (PMgN)
PMgN = ΔY/ΔN
12
Rendimentos constantes Rendimentos decrescentes Rendimentos negativos
10
B C
8
D
6
PMgN

4 E
2 F
0
-2 PMgN
G
-4
0 1 2 3 4 5 6
N = trabalho
Quais são as limitações da abordagem baseada na
Função de Produção?
Síntese

• O fator trabalho (N) é que determina o nível do produto da Economia


no curto prazo (variável real).
• No longo prazo, o produto da Economia é determinado pelo aumento
no estoque dos fatores de produção (K, N e tecnologia).
• O fator trabalho (N) representa o nível de emprego da Economia.
• A quantidade de trabalho (nível de emprego) é determinada pelo
mercado de trabalho (oferta e demanda).
Macroeconomia Clássica
O nível de emprego
Pressupostos

• Estrutura de mercado em concorrência perfeita;


• Firmas e Trabalhadores são agentes otimizadores (maximização);
• As firmas buscam maximizar os lucros (CMg = RMg = P);
• Informações perfeitas sobre os preços (e salários);
• No curto prazo, o produto varia em função de mudanças no fator
trabalho (N);
Pressupostos

• Não há barreiras para o ajuste dos salários (preços flexíveis);


• O mercado se autoajusta (equilibra) – mercados autorreguláveis;
• A quantidade de trabalho utilizada é determinada pela demanda e
oferta de trabalho (mercado de trabalho).
Demanda por trabalho
• A escolha do nível de produto e da demanda por trabalho é uma
única decisão.
• As empresas demandam o fator trabalho (N).
• Como apenas o fator trabalho (N) é variável, então:
• CMgY = CMgN
• Condição para maximização do lucro:
• PMgN = RMg (Receita Marginal)
• RMg = P (preço)
Demanda por trabalho

• CMgY = CMgN
• CMgN = W (salário nominal)
𝑊
• 𝐶𝑀𝑔𝑖 =
𝑃𝑀𝑔𝑁𝑖
• CMgi = custo marginal da i-ésima firma.
• PMgNi = produto marginal do trabalho para a i-ésima firma.
Demanda por trabalho

• Maximização do lucro no curto prazo:


• 𝑃 = 𝐶𝑀𝑔𝑖
𝑊 𝑊
•𝑃= => 𝑃𝑀𝑔𝑁𝑖 =
𝑃𝑀𝑔𝑁𝑖 𝑃
𝑊
• = Salário real
𝑃
Curva de demanda por trabalho

12
10 PMgN = Salário real
Salário real = W/P, PMgN

8
6
4
2
0
-2
-4
1 2 3 4 5 6
N = trabalho
Curva de demanda por trabalho

• A inclinação é negativa em razão da lei dos rendimentos


decrescentes.
• A demanda por trabalho tem uma relação inversa com o nível do
salário real.
• A maximização do lucro ocorre no ponto em que o W/P = PMgN.
• A curva de demanda por trabalho é a soma horizontal das curvas de
demanda das firmas individuais de toda a Economia.
Função demanda por trabalho agregada (Nd)

• A curva do PMgN é a curva de demanda por trabalho.


• A demanda por trabalho tem relação inversa com o salário real.
• 𝑁 𝑑 = 𝑓 𝑊 Τ𝑃 −
• Portanto, um aumento do salário real (W/P) reduz a demanda por trabalho
(Nd) da Economia.
Oferta de trabalho – pressupostos
• O trabalho é fornecido por trabalhadores individuais;
• O indivíduo busca maximizar a utilidade;
• O nível de utilidade depende da renda real e do lazer (trade-off);
• O salário real é o prêmio que recompensa a renúncia ao lazer (custo
de oportunidade);
• A escolha entre trabalho e lazer baseia-se na comparação entre a
utilidade marginal do trabalho (UMgT) e a desutilidade marginal do
trabalho (DMgT).
Oferta de trabalho

• O indivíduo j aloca um período de 24 horas entre horas de lazer e


horas de trabalho:
• Nsj = oferta de trabalho
• O custo de escolher (custo de oportunidade) cada hora de lazer é o
salário real (W/P).
• Quanto maior o salário real, maior é a satisfação que o indivíduo pode
selecionar.
Decisão individual da oferta de trabalho
Salário real

(W/P = 4)(4.0 x 24) = 96

U4
(W/P = 3)(3.0 x 24) = 72

U3
(W/P = 2)(2.0 x 24) = 48
U2

24h de lazer
0 15 16 18 24
Curva de oferta de trabalho
Salário real (W/P)

Nsj
C
4

B
3

A
2

0 6 8 9 Horas de trabalho por dia


Curva de oferta de trabalho agregada

• Tem inclinação positiva, mais trabalho será ofertado com salário reais
mais altos.
• Mas pode-se chegar a um ponto em que aumentos sucessivos no
salário real pode resultar em uma oferta menor de trabalho, portanto,
a curva de oferta de trabalho teria inclinação negativa.
Curva de oferta de trabalho agregada
negativa
Salário

W2

W1
O

H2 H1 Horas de trabalho
Função oferta de trabalho agregada (NS)

• NS = g(W/P) (+)
• A oferta de trabalho é determinada pelo salário real, não pelo salário nominal
(monetário).
• O trabalhador recebe utilidade do consumo, portanto, estaria preocupado
com seu poder de compra de bens e serviços.
• Quando o salário real aumenta (diminui), o lazer diminui (aumenta) e
aumentam (diminuem) as horas de trabalho.
Macroeconomia Clássica
O nível de equilíbrio do produto e emprego
Equilíbrio produto-emprego

• Dada a função de produção, a partir da determinação do nível de


emprego no mercado de trabalho é determinado o nível de produto.
• Funções:
ഥ 𝑁
• 𝑌 = 𝐹 𝐾,
• 𝑁 𝑑 = 𝑓 𝑊 Τ𝑃 −
• 𝑁 𝑠 = 𝑔 𝑊 Τ𝑃 +
• Condição de equilíbrio do mercado de trabalho:
• Ns = Nd
Teoria clássica do produto e do emprego
Equilíbrio no mercado de trabalho Determinação do produto

Ns
ഥ 𝑁
Salário real (W/P)

Y0
A 𝑌 = 𝐹 𝐾,

Produto (Y)
A
(W/P)0

PMgN = Nd

0 N0 0 N0

Emprego (N) Emprego (N)


Síntese

• Dado o nível do salário monetário (nominal), a empresa escolherá o


nível de emprego (N) em que:
• W = PMgN x P
• P = preços
• Mas a demanda por trabalho depende do salário real.
Quais são as variáveis exógenas que afetam o
produto e o emprego?
Variáveis exógenas na função de produção

• Tecnologia (resultado da inovação)


• Estoque de capital (máquinas e equipamentos)
• Mudanças na produtividade do fator trabalho
• Crescimento demográfico
• Preferências dos trabalhadores (trade-off trabalho-lazer)
• Tributação que afete o produto e o emprego
Equilíbrio do mercado de trabalho e o salário
nominal
Oferta e demanda por trabalho como funções
do salário nominal (W)
Salário nominal (W)
𝑁 𝑠 3𝑃1
𝑁 𝑠 2𝑃1
𝑁 𝑠 𝑃1

3𝑊1

2𝑊1
𝑃𝑀𝑔𝑁 × 3𝑃1
𝑊1
𝑃𝑀𝑔𝑁 × 2𝑃1
𝑃𝑀𝑔𝑁 × 𝑃1

0 N1
Emprego (N)
Oferta e demanda por trabalho como funções
do salário real (W/P)
Salário real (W/P)

𝑊
𝑁𝑠 = 𝑔
𝑃

3𝑊1 2𝑊1 𝑊1 A
= =
3𝑃1 2𝑃1 𝑃1

𝑊
𝑃𝑀𝑔𝑁 = 𝑁𝑑 =𝑓
𝑃

0 N1
Emprego (N)
Função oferta agregada clássica

• Análoga ao conceito microeconômico da curva de oferta da empresa


(individual).
• Mostra o produto total (agregado) que as empresas ofertarão em
cada nível agregado de preços.
• O salário monetário não pode ser considerado fixo diante da variação
do produto e do trabalho, mas precisa ajustar-se para manter o
equilíbrio no mercado de trabalho.
Como variará o nível de produção ofertado quando há
mudanças no preço do produto?
Curva de oferta agregada clássica

𝑌𝑠

Nível agregado de preços (P) 3𝑃1

2𝑃1

𝑃1

0 Y1
Produto (Y)
Curva de oferta agregada clássica

• A Curva de Oferta Agregada vertical ilustra a determinação do


produto pela oferta no modelo clássico.
• Para que o produto esteja em equilíbrio, deve estar na curva de oferta
e em Y1.
• O modelo clássico mostra que os determinantes do produto mudam
lentamente ao longo do tempo.
Se o produto é determinado por variáveis que mudam
lentamente, como o modelo clássico pode explicar
movimentos cíclicos no produto?
Taxa de crescimento média anual (%) do PIB dos
Estados Unidos: 1930-1933¹

-2 -1.3

-4

-6
%

-6.4
-8
-8.5
-10

-12

-14 -12.9
1930 1931 1932 1933

Fonte: preparado pelo professor com base em Bureau of Economic Analysis U.S. Department of Commerce, 2019.
Nota: ¹ baseado em US$ de 2009.
Fatores que não afetam o modelo clássico

• Nível de demanda agregada


• Quantidade de moeda (oferta)
• Nível dos gastos do governo
• Nível dos investimentos em capital (máquinas e equipamentos)
• A tributação que afeta a demanda agregada
Síntese do modelo clássico

• Produto e Emprego determinados pela Oferta;


• Curva de Oferta Agregada Vertical;
• Mercados (produto e salários) em equilíbrio;
• Preços e salários perfeitamente flexíveis;
• Mercados autorreguláveis;
• Informações perfeitas sobre preços e salários.
Macroeconomia Clássica
Moeda, Preços e Juros
A moeda no modelo clássico

• A quantidade de moeda determina a demanda agregada,


que, por sua vez, determina o nível de preços.
A teoria quantitativa da moeda (TQM)

• O nível de preços é proporcional à quantidade de moeda.


• 𝑀𝑉𝑡 ≡ 𝑃𝑡 𝑇 (equação de trocas de Irving Fisher – 1ª versão)
• M = quantidade de moeda
• Vt = velocidade das transações da moeda
• Pt = índice de preços dos bens de mercado
• T = volume de transações
A teoria quantitativa da moeda (TQM)

• O nível de preços é proporcional à quantidade de moeda.


• 𝑀𝑉 ≡ 𝑃𝑌
• M = quantidade de moeda
• V = velocidade-renda da moeda
• P = índice de preços dos bens de mercado
• Y = produto corrente (nominal)
• A velocidade-renda é definida de maneira residual.
A teoria quantitativa da moeda (TQM)

• O nível de preços (P) varia diretamente com a quantidade de moeda


em circulação (M).
• Esta relação é a Teoria Quantidade da Moeda (TQM).
• O produto é uma medida da atividade econômica real.
• A quantidade de moeda é controlada exogenamente pela autoridade
de politica monetária.
• A velocidade é determinada por fatores institucionais, portanto, pode
ser considerado fixo no curto prazo.
A teoria quantitativa da moeda (TQM)

• 𝑀 𝑉ത = 𝑃𝑌ത

𝑉
•𝑃= ത
𝑀
𝑌
• Se M dobra, P dobra.
• A quantidade de moeda determina o nível de preços.
Como mudanças na oferta de moeda afetam o
nível de preços?
Abordagem de Cambridge

• Demonstra a relação proporcional entre a quantidade de moeda e o


nível agregado de preços.
• Parte da decisão do indivíduo quanto à quantidade ótima de moeda a
ser mantida.
• Transações
• Precaução
• Moeda retida não gera renda.
• O quanto de moeda será retido?
Abordagem de Cambridge

• 𝑀𝑑 = 𝑘𝑃𝑌
• Md = demanda por moeda
• k = proporção da renda nominal
• A demanda por moeda depende do nível de transações.
Abordagem de Cambridge

• No equilíbrio, a oferta exógena de moeda deve ser igual à quantidade


de moeda demandada:
• 𝑀 = 𝑀𝑑 = 𝑘𝑃𝑌ത
1
• 𝑀 = 𝑃𝑌ത
𝑘
Demanda Agregada Clássica e TQM

• A TQM é a teoria implícita da demanda agregada por produto do


modelo clássico.
• Assim, a TQM pode ser usada para construir a Curva de Demanda
Agregada Clássica.
A Curva de Demanda Agregada Clássica

Nível agregado de preços (P)

𝑌𝑑 (𝑀1)
𝑌𝑑 𝑀0

Produto (Y)
Oferta e Demanda Agregada Clássica

𝑌1𝑠

Nível agregado de preços (P)


𝑃3

𝑃2 𝑌𝑑 (𝑀3)
𝑃1 𝑌𝑑 (𝑀2)
𝑌𝑑 𝑀1

𝑌1 = 𝑌2 = 𝑌3

Produto (Y)
Reflexão crítica sobre a equação de trocas

• Como medir o nível de preços?


• Na equação é medido pela variação do deflator do PIB (P).
• No entanto, IPC é diferente de deflator do PIB.
• Fraco poder preditivo dos agregados monetários.
• A Economia reage constantemente a choques.
• Velocidade de circulação da moeda.
• Não é observável.
A teoria clássica da taxa de juros

• Os componentes da demanda agregada (consumo, investimento e


gastos governamentais) desempenham um papel explícito na
determinação da taxa de juros.
• A taxa de juros de equilíbrio é a taxa em que o montante de fundos
disponíveis para empréstimos é exatamente igual ao montante de
fundos que os agentes desejam tomar emprestado.
A teoria clássica da taxa de juros

• A taxa de juros mede o retorno de se manter títulos e,


equivalentemente, o custo de tomar empréstimos.
• A taxa de juros depende dos fatores que determinam os níveis de
oferta de títulos (tomar empréstimos) e de demanda por títulos
(emprestar).
A teoria clássica da taxa de juros

• O nível de investimento das empresas é uma função da rentabilidade


esperada de projetos de investimento e da taxa de juros.
• O nível do déficit público poderia escolher financiar vendendo títulos
para o público.
A teoria clássica da taxa de juros

• No lado da oferta (tomada de empréstimos) do mercado de títulos, a


oferta de títulos do governo é exógena e pelas empresas é igual ao
nível dos investimentos.
• No lado da demanda (concessão de empréstimos) do mercado de
títulos estão os poupadores individuais que compram os títulos.
Determinação da taxa de juros no modelo
clássico

Taxa de juros (r)

S = oferta de fundos de empréstimo

𝑟0

I + (G – T) = demanda por fundos de empréstimo


G–T
I
S, I, G – T
S = I + (G – T )

Fundos de empréstimos
Determinação da taxa de juros no modelo
clássico

Taxa de juros (r)

S = oferta de fundos de empréstimo


-∆I
𝑟0
𝑟1 I0

I1
S, I
S1 = I 1 S0 = I 0

Fundos de empréstimos
A teoria clássica da taxa de juros

• A taxa de juros tem uma função estabilizadora.


• No curto prazo, o investimento depende da taxa de juros e da
rentabilidade futura esperada de projetos de investimento.
• O ajuste da taxa de juros é a primeira linha de defesa do pleno
emprego.
• Choques que afetem a demanda por consumo, por investimento ou
do governo não afetarão a demanda total pelo produto.
• Esses choques não deslocarão a curva de demanda agregada.
A teoria clássica da taxa de juros

• Mesmo que o fizessem, não haveria efeito sobre o produto ou sobre


o emprego, devido às propriedades de autoajuste do mercado de
trabalho clássico – a segunda linha de defesa do pleno emprego.
Modelo de Equilíbrio Clássico
As implicações da política econômica
Políticas econômicas

• Política Fiscal:
• Estabelecimento do orçamento federal e, assim, envolve decisões sobre
gastos governamentais e tributação.
• Política Monetária:
• Estabelecimento da oferta de moeda.
Quais são os efeitos de um aumento dos gastos
governamentais?
Efeitos de um aumento dos gastos
governamentais

Taxa de juros (r)

S = oferta de fundos de empréstimo

𝑟1
𝑟0 𝐼 + 𝐺 −𝑇 1
𝐺 −𝑇 1
I
S, I, G – T
𝐼1 𝑆0 = 𝐼0 𝑆1 = 𝐼 + 𝐺 − 𝑇 1

Fundos de empréstimos
Política tributária

• Efeitos do lado da demanda:


• Uma mudança nos impostos produz resultados análogos aos dos gastos
governamentais.
• Aumentar a renda disponível das famílias (corte nos impostos) estimularia o
consumo.
• Se o governo vendesse títulos para substituir as receitas perdidas, ocorreria o
mesmo processo de deslocamento (crowding-out) que no caso de um
aumento dos gastos governamentais financiado por títulos.
• Se a receita perdida fosse substituída por emissão de moeda, aumentaria a
demanda agregada e a redução de impostos faria o nível de preços subir.
Política tributária

• Efeitos do lado da oferta:


• Redução do imposto de renda (do trabalho).
𝑠 𝑦 𝑊
• 𝑁 =𝑔 1− 𝑡
𝑃
• Uma redução no imposto de renda representa um aumento no salário real.
Equilíbrio no mercado de trabalho com uma redução
no imposto de renda
Equilíbrio no mercado de trabalho Determinação do produto

𝑁0𝑠
ഥ 𝑁
Salário real (W/P)

B 𝑌 = 𝐹 𝐾,
𝑁1𝑠 Y1
A

Produto (Y)
Y0
A
(W/P)0
B
(W/P)1

PMgN = Nd

0 N0 N1 0 N0 N1

Emprego (N) Emprego (N)


Efeito na Oferta e Demanda Agregada

𝑌0𝑠 𝑌1𝑠

Nível agregado de preços (P)

𝑃0
𝑃1
𝑌𝑑

𝑌0 𝑌1

Produto (Y)
Síntese da política fiscal

• Mudanças nos gastos governamentais ou nos impostos não têm


efeitos sobre a demanda agregada, por conta do ajuste da taxa de
juros e dos efeitos de deslocamento sobre componentes da demanda
do setor privado.
• Mudanças nas alíquotas do imposto de renda têm efeitos adicionais
no lado da oferta.
• Redução da alíquota do imposto de renda, por exemplo, estimula a
oferta de trabalho, aumentando o emprego e o produto.
Política monetária

• A quantidade de moeda determina o nível de preços e o nível de


renda nominal.
• A política monetária é importante para os economistas clássicos.
• Uma moeda estável é requisito para preços estáveis.
• Em outro sentido, a moeda não é importante.
• A quantidade de moeda não afeta os valores de equilíbrio das
variáveis reais no sistema: produto, emprego e taxa de juros.
Política monetária

• A teoria da taxa de juros de equilíbrio não depende da quantidade de


moeda, mas da demanda real por investimento, poupança real e
valor do déficit público.
Síntese do modelo clássico

• Enfatiza as tendências de autoajuste da economia para alcançar o


pleno emprego.
• O primeiro mecanismo auto estabilizador é a taxa de juros, que se
ajusta para evitar que choques em demandas setoriais afetem a
demanda agregada.
• O segundo conjunto de estabilizadores são preços e salários nominais
flexíveis, que impedem que mudanças na demanda agregada afetem o
produto.
Síntese do modelo clássico

• A flexibilidade de preços e salários é crucial para as propriedades de


pleno emprego.
• A estabilidade inerente ao setor privado levou os economistas
clássicos a conclusões de políticas econômicas não-intervencionistas.
Síntese do modelo clássico

• Um segundo aspecto central do modelo clássico é a dicotomia entre


os fatores que determinam as variáveis reais e nominais.
• Fatores reais (do lado da oferta) determinam variáveis reais.
• Produto e emprego dependem dos fatores de produção e
demográficos.
• A taxa de juros depende de produtividade e poupança.
• A moeda é determina os valores nominais, mas não determinam
variáveis reais.
Dúvidas?
Junior Garcia

Grupo de Estudos em MacroEconomia Ecológica


Universidade Federal do Paraná

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