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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


DISCIPLINA DE ELEMENTOS DE ECONOMIA E GESTÃO

Palestra 7: Teoria de produção

Por: Msc. Belchior Manuel


Teoria da Produção
• Serve de base para análise das relações entre
produção e custos de produção;

• Constitui-se no alicerce do estudo da


determinação da procura da firma com
relação aos fatores de produção de que
necessita quando da realização do processo
produtivo.
Produção
• Transformação, pela empresa, dos fatores
adquiridos em produtos para a venda no
mercado.
Firma
• Unidade técnica que produz bens e serviços.

• Unidade de produção que atua


racionalmente, procurando maximizar seus
resultados relativos a produção e lucro.
Produção

Insumos Produto Acabado


As empresas transformam insumos, também denominados
Pouco Insumo Pouco Produto Acabado
Produção

Muito Insumo Muito Produto Acabado

Restrição financeira? Restrição econômica? Restrição técnica?


Fatores de Produção
Mão de Obra Materiais Capital
Trabalhadores Matéria prima Edificações
especializados
Trabalhadores Eletricidade, Equipamentos
não água, etc.
especializados
Esforços Inventários
empreendedores
dos
administradores
Função Produção
• Relação entre a quantidade física dos fatores
e a quantidade física do produto;

Ou...

• Relação que indica quanto se pode obter de


um ou mais produtos a partir de uma dada
quantidade de fatores.
Tipos de Produção
• Processo de Produção Indica:

Indica quanto de cada fator se Várias formas
faz necessário para obter certa de se
quantidade de produto. produzir

É diferente de...

• Função Produção

Indica o máximo de produto que A forma mais
se pode obter a partir de uma eficiente de
dada quantidade de fatores, produção
mediante a adequada escolha
Função Produção - Matemática
q = f (X1, X2, X3, X4, ..., Xn)
Onde q é a quantidade produzida do bem e X1,
X2, X3, ..., Xn identificam as quantidades utilizadas
de diversos fatores, respeitado o processo de
produção mais eficiente escolhido.

Microeconomia
(simplificado) q = f (X1, X2)
Onde: q>0; X1>0 e X2>0
Curto Prazo X Longo Prazo
Quando nos referimos a produção:
• CURTO Prazo refere-se ao período de tempo
no qual um ou mais fatores de produção
não podem ser modificados.
• LONGO Prazo corresponde ao período de
tempo necessário para tornar variáveis todos
os insumos.
Ou seja, não tem relação com o tempo específico
(dia, mês, ano, etc.).
Função Produção - Economia
• Quando pelo menos 1 fator é fixo e os
demais variáveis
– Abordagem Clássica ou de Curto Prazo da
Teoria da Produção;

• Quando todos os fatores são variáveis


– Abordagem Moderna ou de Longo Prazo da
Teoria da Produção.
Função Produção

Com 1 Variável
Abordagem Clássica – Curto Prazo
q = Quantidade de Produto;
q = f (X1, X 20) X1 = Fator Variável
X20 = Fator Fixo

Neste caso, a quantidade produzida, para que se


possa variar, dependerá da variação da
quantidade utilizada do fator variável associada à
contribuição constante do fator fixo, em cada
combinação dos fatores utilizados.
Produto Médio e Produto Marginal
q = Quantidade de Produto;
q = f (L, K) L = Mão de Obra - Variável
K = Capital - Fixo
Mão de Capital Produto Total
Obra (K) (q)
(L)
0 10 0
1 10 10
2 10 30
3 10 60
4 10 80
5 10 95
6 10 108
7 10 112
8 10 112
9 10 108
10 10 100
Produto Médio e Produto Marginal
q = Quantidade de Produto;
q = f (L, K) L = Mão de Obra - Variável
K = Capital - Fixo
Mão de Capital Produto Total Produto Médio
Obra (K) (q) (q/L)
(L)
0 10 0 -
1 10 10 10
2 10 30 15
3 10 60 20
4 10 80 20
5 10 95 19
6 10 108 18
7 10 112 16
8 10 112 14
9 10 108 12
10 10 100 10
Produto Médio e Produto Marginal
q = Quantidade de Produto;
q = f (L, K) L = Mão de Obra - Variável
K = Capital - Fixo
Mão de Capital Produto Total Produto Médio Produto Marginal
Obra (K) (q) (q/L) (∆q/∆L)
(L)
0 10 0 - -
1 10 10 10 10
2 10 30 15 20
3 10 60 20 30
4 10 80 20 20
5 10 95 19 15
6 10 108 18 13
7 10 112 16 4
8 10 112 14 0
9 10 108 12 -4
10 10 100 10 -8
Produto Total, Médio e Marginal
• Produto Total (PT)
– Volume total produzido de um determinado
produto;
• Produto Médio (PM)
– Volume médio de produtos que foram produzidos
com o fator de produção disponível;
• Produto Marginal (PMg)
– Volume de produção adicional ocasionado pelo
acréscimo de uma unidade do fator de produção;
Graficamente
Produto Total

Produto Médio

Produto Marginal
q

112
D
Graficamente
C
Produto Total
B
60

L
2 8
q/L 3 Acima de 8 unidades de mão de
4 obra os volumes de produção
30 M não são tecnicamente eficientes.

20
Produto Médio

10
Produto Marginal

L
q

112
D
Graficamente
C
Produto Total
B
60

L
2 8
q/L 3
4 “RENDIMENTOS CRESCENTES”
M PT está aumentando a uma taxa crescente;
30
20
Produto Médio

10
Produto Marginal

L
q

112
D
Graficamente
C
Produto Total
B
60
A Ponto de Rendimento Marginal Máximo

L
2 8
q/L 3
4
30 M

20
Produto Médio

10
Produto Marginal

L
q

112
D
Graficamente
C
Produto Total
B
60

L
2 8
q/L 3 ”RENDIMENTOS
4
M
DECRESCENTES”
30 PT está crescendo a uma taxa decrescente
20
Produto Médio

10
Produto Marginal

L
q

112
D
Graficamente
C
Produto Total
B
60
A Ponto de Produto Total Máximo

L
2 8
q/L 3
4
30 M

20
Produto Médio

10
Produto Marginal

L
q

112
D
Graficamente
C
Produto Total
B
60

L
2 8
q/L 3
”RENDIMENTOS
4 NEGATIVOS”
M PT está diminuindo
30
20
Produto Médio

10
Produto Marginal

L
Análise dos 3 Estágios
• Estágio 1: RENDIMENTOS CRESCENTES

Aumento da mão-de-obra provoca aumento no produto total, no
produto marginal e no produto médio

• Estágio 2: RENDIMENTOS DECRESCENTES



Aumento da mão-de-obra provoca aumento do produto total,
diminuição dos produtos marginal e médio

• Estágio 3: RENDIMENTOS NEGATIVOS



Aumento da mão-de-obra provoca diminuição nos produtos totais,
marginal e médio
Lei dos Rendimentos Decrescentes
“À medida que unidades de um recurso
variável (como por exemplo mão de obra) são
adicionadas a um recurso fixo (como capital ou
terra), a partir de algum ponto, o produto
marginal ou extra atribuído a cada unidade
adicional do recurso variável irá se reduzir.”

Se mais empregados forem adicionados numa empresa com


uma quantidade de equipamentos constante, a produção
deverá aumentar em proporções cada vez menores.
Custos de Produção
• Custo Fixo (CFT)
– São os custos que não mudam com as variações
na quantidade produzida;
• Custos Variáveis (CVT)
– São os custos que variam com o nível de
produção;
• Custo Total (CT)
– É a soma do custo fixo e do custo variável.
Custos de Produção

Custo
Variável

Custo
Total Custo Fixo
Custos de Produção

Custo Fixo

Custo Variável

Custo Total Custo Fixo


Custos de Produção
• Custo Fixo Médio (CFM)

CFM = CFT
Q
• Custo Variável Médio (CVM) Custos
CVT Médios ou
CVM = Q
Unitários
• Custo Total Médio (CTM)

CTM = CT
Q = CFM + CVM
Custos de Produção
• Custo Marginal (CMg)

Representa o custo adicional ou extra da
produção de mais 1 unidade de produto.
ΔCT
CMg = ΔQ


Por conseguinte representa também o custo que
pode ser economizado ao não se produzir mais
1 produto.
Em contrapartida

• Produto Receita Marginal (PRM ) g


Representa a receita adicional ou extra da
produção de mais 1 unidade de produto.
PRM g = ΔRT
ΔQ
Nível Ótimo de Insumo PRMg=CMg
PRMg<CMg 🡪 A receita a cada unidade produzida é menor que o custo;
Prejuízo 🡪Vale a pena produzir menos...

PRMg>CMg 🡪 A receita a cada unidade produzida é maior que o custo.


Lucro 🡪Vale a pena produzir mais...
Custo de Produção
• Custo Marginal (CMg) x Produto Marginal (PMg)

W Onde:
CMg = W = Salário por unidade de
PMg trabalho ou mão de obra

Por exemplo:

⮚Se um trabalhador custa R$ 400,00 por semana e aumenta a produção


em 10 unidades, então seu custo marginal é de R$ 40,00;

⮚Se um trabalhador custa R$ 400,00 por semana e aumenta a produção


em 2 unidades, então seu custo marginal é de R$ 200,00;
Custo de Produção
• Custo Marginal (CMg) x Produto Marginal (PMg)

PMg CMg

L0 Q0
Trabalho por Produto por
período período
Formatos das Curvas de Custo
Custo
($ por
100
ano)
CMg

75

50 CTMe

25
CVMe

CFMe
Produção
0 1 2 3 4 5 6 (unidades/ano)
7 8 9 10
11
Formatos das Curvas de Custo

• Com relação à reta que


Custos CT
parte da origem e
400
tangencia a curva de CV

custo variável:
300
– Inclinação = CVMe
– A inclinação da curva de
CV num ponto = CMg 200

– Logo, CMg = CVMe para A


7 unidades de 100
CF
produção (ponto A)
0 1 2 3 4 13
5 6 7 8
Produção
9 10 11 12
Formatos das Curvas de Custo

• Custos unitários Custo


($ por
ano)

CFMe diminui 100

continuamente CMg
– Quando CMg < CVMe ou 75

CMg < CTMe, CVMe &


CTMe diminuem 50
CTMe
– Quando CMg > CVMe ou
CMg > CTMe, CVMe & 25 CVMe
CTMe aumentam
CFMe
0 1 2 4 8 9

10 11
Produção (units/ano.)
Formatos das Curvas de Custo

• Custos unitários Custo


($ por
ano)
100

CMg = CVMe,CTMe
nos pontos de mínimo CMg
75
de CVMe e CTMe
– O CVMe mínimo 50
CTMe
ocorre num nível de
produção mais baixo 25 CVMe

que o CTMe CFMe


mínimo, devido ao 0 1 2 4 8 9

CF 10
Produção (units/ano.)
11
Deslocamentos das Curvas de Custos
CFM CVM CTM CMg
Aumento do
Custo Fixo Aumenta Inalterada Aumento Inalterada

Aumento do
Custo Variável Inalterada Aumenta Aumenta Aumenta

Diminuição do
Custo Fixo Diminui Diminui Diminui Diminui

Diminuição do
Custo Diminui Diminui Diminui Diminui
Variável

CMg
CTM
CVM

CFM
Lei dos Rendimentos
Custo Decrescentes
Custo 55
40 245
CMg
24 25 30
16 20 190

Produção Q 150
1 2 3 4
5 6 7
120

95

75
Custo Variável

59

Custo Marginal
35

Custo Fixo

0 1 2 3 4 5 6 7
Produção Q
Suponha que o preço de mercado seja de R$ 40,00
Custo

55
CMg
40
Preço de Mercado
24 25 30
16 20

Lucro Prejuízo
1 3 4 5 6 7 Produção Q

Até 6 unidades
2 produzidas:
CMg < Preço → Lucro Ponto de Equilíbrio
para a Empresa
Acima de 6 unidades produzidas:
LUCRO MÁXIMO!
CMg > Preço → Prejuízo
Custo

55 CMg

40
Preço de Mercado
24 30
25 e Mercado
20 Preço d
16 Preço de Mercado

1 2 4 Produção Q
3 5 6
7
A R$ 40,00 o ideal é produzir 6 unidades;
A R$ 30,00 o ideal é produzir 5
unidades; A R$ 25,00 o ideal é produzir
4 unidades; Etc.

Curva da OFERTA!
Função Produção

Com 2 Variáveis
Resumo
• Até aqui a demanda cresce e, no curto prazo,
para atender ao aumento da demanda a empresa
contrata mais mão-de-obra, mesmo que isso
signifique a produção ultrapassar a capacidade
eficiente das suas fábricas e equipamentos.
• Se o aumento da demanda persistir então com o
passar do tempo a empresa ampliará sua
capacidade para atender à demanda mais
eficientemente. Menor custo!

LONGO
Tempo necessário para isso
Isoquantas
q = f (X1, X2)
Mão de Obra
1 2 3 4 5
1 20 40 55 65 75
2 40 60 75 85 90
Capital

3 55 75 90 100 105
4 65 85 100 110 115
5 75 90 105 115 120

Exemplo: 2 unidades de mão de obra por ano e 3 unidades de


capital por ano resultam em 75 unidades de produto por ano

Existem outras formas de obter 75 unidades de produto por ano!


Isoquantas
Capital por ano

Isoquanta é uma curva que


representa todas as possíveis
5
combinações de insumos, que
resultam no mesmo volume
4
de produção

3
Q3= 90

2 Q2= 75

1 Q1= 55

1 2 3 Mão de Obra por ano


Taxa Marginal de Substituição Técnica
Capital por ano
É a taxa pela qual um insumo pode ser
substituído por outro no processo de produção,
enquanto o produto total permanece
5 constante.
ΔY
TMST =
4 ΔX
3
TMST = 2 = 1
2
2
Pode-se substituir 1 unidade
de capital por 1 unidade de
1 mão de obra que o produto
total não irá se modificar.

1 2 3
Mão de Obra por ano
Linhas de Isocusto

• Se C e C forem os preços unitários dos insumos X


X Y

e Y, respectivamente, o custo total C de uma


determinada combinação de insumos será:
C = CX .X + CY .Y
Resolvendo a equação para Y:

C Equação das Retas


Y= − de Isocusto “C”
CX
.X C
Linhas de Isocusto
Capital por ano

Mão de Obra por ano


C1 = R$ 200,00 C2 = R$ 350,00 C3 = R$ 450,00
Isoquantas e Isocustos
Capital por ano

Q3= 90
Q2= 75

Q1= 55

Mão de Obra por ano


C1 = R$ 200,00 C2 = R$ 350,00 C3 = R$ 450,00
Capital Minimização do Custo Total
por
ano
Região
Factível

Ponto Ótimo
Menos Q3= 90

custo
Mão de Obra por ano
C3 = R$ 450,00
Maximização da Produção Total
Capital
por
ano Mais
produção

Ponto Ótimo
Q3= 90

Região
Factível
Mão de Obra por ano
C3 = R$ 450,00
Critério Equimarginal
• O PONTO ÓTIMO onde os custos totais serão
minimizados e a produção total será
maximizada é definido por:

PMg X =
PMgY CX
C
Rendimentos Constantes de Escala
• Se a quantidade de insumos dobra, a
produção também dobra; o custo médio é
constante para todos os níveis de produção.

+ 10% + 10%

Produtos
Insumos Mesma eficiência
Rendimentos Crescentes de Escala
• Se a quantidade de insumos dobra, a
produção mais do que dobra; o custo médio
diminui com o aumento da produção.

+ 10% + 20%

Produtos
Insumos Melhora a eficiência
Rendimentos Decrescentes de Escala
• Se a quantidade de insumos dobra, a
produção aumenta menos do que o dobro; o
custo médio se eleva com o aumento da
produção.

+ 10% + 8%

Produtos
Insumos Piora a eficiência
$
Escala e Custos
Custo Médio de
Longo Prazo
Ou
Custo Unitário

A B
Qtd.

Insumos (I) Produção (Q) Proporção I/Q Custo por unidade ($)
24 8 3 30
48 24 2 20
96 48 2 20
Cunitário I
192 60 3,2 32 = P. Q
Considere o preço de cada insumo = R$ 10,00
Custo médio e custo marginal a longo prazo
Custo O custo marginal de longo
($ por unidade prazo determina a evolução
de produção do custo médio de longo
prazo:
CMgLP

CMeLP

Se CMgLP < CMeLP, CMeLP está diminuindo


Se CMgLP > CMeLP, CMeLP está aumentando
Logo, CMgLP = CMeLP no ponto de mínimo do CMeLP

Produção
Economia e Deseconomia de Escala
• Economias de Escala

O aumento da produção é maior do que o
aumento dos insumos.

• Deseconomias de Escala

O aumento da produção é menor do que o
aumento dos insumos.
Medição da Economia de Escala
• Ec = variação percentual do custo resultante de um
aumento de 1% na produção
Ec = (ΔC / C) /(ΔQ / Q)
Ec = (ΔC / ΔQ) /(C / Q) = CMg/CMe
EC < 1: CMg < CMe

$
Economias de Escala

CMgLP
EC = 1: CMg
CMeLP = CMe
Economias Constantes de Escala

EC > 1: CMg > CMe


A
Deseconomias de Escala
Qtd
Fim

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