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No setor produtivo, a receita depende da produção e o custo é função do preço dos insumos.
Exemplo:
Insumo Produto
0 0
1 50
2 90
3 120
4 140
5 150
A curva declina e fica mais achatada à medida que aumenta o volume de insumo utilizado. Isso
porque o produto marginal é decrescente, como ocorre com a utilidade marginal do consumo.
De fato, na teoria marginalista a produção aumenta sempre que se emprega mais uma
unidade de insumo. Porém, os aumentos são cada vez menores, o que implica num
produto marginal decrescente.
O produtor pode combinar vários insumos para gerar produção (y).
y = AF(L,K,H,N)
L: trabalho (operários, empresários, quadros, técnicos, autônomos, engenheiros,
prestadores de serviço e outros empregados em geral);
K: capital fixo (infraestrutura, máquinas, equipamentos, fábricas, instalações, etc.);
H: capital humano (formação, qualificação, motivação, empreendedorismo, know-how
em geral);
N: recursos naturais (território, água, energia, minério, clima);
A: tecnologia (padrão tecnológico: manufatureiro, fabril, mecânico, eletrônico).
Então, a equação mostra que a produtividade depende do volume do capital físico por
trabalhador, do capital humano por trabalhador, dos recursos naturais por trabalhador e
da tecnologia.
A firma precisa saber qual combinação desses fatores lhe traz maiores lucros.
Nisso, o “empresário racional”, a exemplo do “consumidor racional”, pensa na margem,
isto é, observa a variação da quantidade produzida decorrente do emprego de uma unidade
a mais de insumo. Então ele se interessa pelo Produto Marginal.
Também a exemplo da utilidade marginal, o produto marginal é decrescente. Vejamos
um exemplo em que o insumo é o trabalho, L.
Empregados Unidades produzidas Produto marginal do trabalho
L Q PMgL = ∆Q / ∆L
0 0 0
1 100 100
2 180 80
3 240 60
4 280 40
5 300 20
0 0 0 0
1 100 100 1000
2 180 80 800
3 240 60 600
4 280 40 400
5 300 20 200
0 0 0 0 0
1 100 100 1000 500
2 180 80 800 300
3 240 60 600 100
4 280 40 400 -100
5 300 20 200 -300
O produto marginal decresce à medida que aumenta o emprego do insumo, configurando uma
curva negativamente inclinada. Essa curva do produto marginal é a mesma curva da demanda
pelo insumo, pois relaciona o insumo com o seu preço.
A maximização do lucro ocorre quando o valor do produto marginal iguala o preço do insumo.
No nosso exemplo,
VPMgL = W
Da perspectiva contábil, o lucro, Π, é a diferença entre receita e custo.
O custo total na concepção dos economistas é o custo monetário explícito, aquele que exige
desembolsos monetários, acrescido do custo de oportunidade. É comum conceber o custo de
oportunidade como o juro que o produtor de bens e serviços deixaria de ganhar se investisse
seu capital numa aplicação financeira.
Além do custo total, os economistas se interessam por outros tipos de custo, cujo conhecimento
importa para tomar decisões acerca do volume de produção, da determinação dos preços, etc.
• Custo fixo: aquele com o qual a empresa arca sempre, independentemente do nível de
produção.
• Custo variável: o gasto que acompanha a produção e que varia, portanto, com a variação
da quantidade produzida;
• Custo fixo médio: o custo fixo dividido pela quantidade produzida. É uma despesa que
cai à medida que aumenta a quantidade produzida, determinando Economias de Escala.
• Custo variável médio: o custo variável dividido pela quantidade produzida. É um
dispêndio que aumenta com a elevação da quantidade produzida, em razão do
fenômeno dos Rendimentos Decrescentes;
• Custo total médio: é, por definição, o custo total dividido pela quantidade produzida.
Tende a decrescer com a ampliação da produção até um certo nível a partir do qual
começa a crescer;
• Custo marginal: representa o aumento do custo total decorrente da produção de uma
unidade adicional.
Imaginemos uma empresa em que o custo variável, cv, é o salário por empregador, w = 10, e o
custo fixo, CF = 30. Calculemos os produtos e os custos.
Insumo Produção Custo Total CT Custo Custo Variável Custo Marginal Receita
médio Variável Total Médio
(I) (Q) (CT= C. fixo + (CMg = Total
C. Var) (CT/Q) CVT = CV x I CVM = CVT/Q ∆CT/∆Q)
(P.Q)
Assim que a empresa começa a produzir mais do que isso, o custo total médio sobe, porque o
custo variável médio neste ponto aumenta expressivamente.
Podemos observar que o custo total médio permanece em queda enquanto se situa abaixo do
custo marginal. Quando o custo marginal o supera, ele começa a crescer. O ponto de eficiência,
isto é, da maximização do lucro, está precisamente onde os dois custos se igualam.
Em níveis baixos de produção, o custo total medio (CTM) é superior ao custo marginal (CMg) e
vice versa.
No ponto em que se encontram as curvas dos dois custos, a empresa estará minimizando seu
custo total.
CUSTOS DE LONGO E DE CURTO PRAZO
As curvas de custo de longo prazo são diferentes daquelas de curto prazo. A curva total média
de longo prazo é bem mais achatada na sua forma de U.
Se, por exemplo, uma montadora de automóveis que não possui capacidade ociosa precisar
aumentar a sua produção no curto prazo, ela terá que recorrer primeiro à mão de obra. O
aumento da produção, em razão do custo marginal crescente (ou do produto marginal
decrescente), irá elevar o custo total médio.
Quando o custo total médio de longo prazo declina enquanto a produção aumenta, estaríamos
numa situação em que existe economia de escala. Se nas mesmas condições de expansão da
produção o custo total médio aumenta, a empresa estaria operando com deseconomias de
escala.
Maximização pela análise do produto
Exercício
Quantidade de Produção Produção Média PMg
insumos
(x) (x/a) ∆x/∆a
(a)
0 0 0 0
1 8 8 8
2 24 12 16
3 34 11,3 10
4 40 10 6
5 44 8,8 4
6 46 7,6 2
7 47 6,7 1
8 47 5,8
Com preço de 2,00 no exemplo, a produção deve ser 44 para que haja maximização do lucro.
R = Px . X
C = Pa.a + Pb.b + k
K é o custo em capital (custo fixo).
Π = Px . X - Pa.a - Pb.b - k
Π = Px . f(a,b) - Pa.a - Pb.b - k
A condição de primeira ordem para a maximização do lucro é que as derivadas parciais
da função do lucro em relação aos fatores a e b se anulam, logo:
d’Π / da = Px . fa’(a,b) – Pa = 0
d’Π / db = Px . fb’(a,b) – Pb = 0
fa’(a,b) e fb’(a,b) são derivadas parciais de X (produção)
em relação aos fatores de produção a e b
Px . fa’(a,b) : é a produtividade marginal do fator a
Px . fb’(a,b) : é a produtividade marginal do fator b
Px . fa’(a,b) = Pa
Px . fb’(a,b) = Pb
O que significa que, numa primeira condição, o lucro máximo é atingido
quando cada fator de produção seja empregado até que sua
produtividade marginal se iguale ao seu preço.
Aplicação
Imaginemos uma função de produção de uma firma:
suponhamos:
Px = 12
Pa = 7
Pb = 5
Custo fixo, k = 8
Aplicando,
R = Px . X = 12X
C = Pa.a + Pb.b + k = 7a + 5b + 8
Π = Px . X - Pa.a - Pb.b – k = 12X - 7a - 5b - 8
Substituindo X por seu valor indicado na função de produção,
A segunda condição:
x= 52
para maximizar seu lucro, a empresa deve produzir 52 unidades de x
π = R – C = 624 – 61 = 563
MONOPÓLIO
No mercado monopolista, o preço é fixado pelo vendedor/produtor. Há dois tipos de
monopólio: monopólio de mercado e monopólio natural.
O monopólio de mercado é aquele em que a empresa possui condições de ter
exclusividade de oferta de um determinado produto, graças a algum segredo industrial,
uma patente ou acesso particular a algum recurso. Há situação de monopólio quando o
bem ou serviço ofertado seja bastante diferenciado, de modo a não ter similares no
mercado.
Em situação de monopólio, o vendedor pode cobrar um preço alto mesmo que o seu
custo marginal esteja baixo, ainda mais quando o bem ofertado é essencial, como água,
luz, medicamento, etc.
A natureza monopolista de mercado se verifica também em pequenos lugares, como
aldeias e vilarejos, onde não há clientela suficiente para mais de um vendedor. O
primeiro a chegar pode se estabelecer como único na praça.
O monopólio natural, por sua vez, é observado em determinados negócios em que uma
única firma pode oferecer o bem ou serviço a um custo menor do que o fariam duas ou
mais empresas. Isso porque nesses negócios o custo fixo é alto, principalmente quando
há necessidade de construir redes de distribuição e ganhar escala. De fato, o custo fixo
elevado exige um número grande de consumidores/usuários para ser rateado e diluído.
Logo, com uma só empresa ofertante o custo médio será menor. Como o custo marginal
(o custo de atender um usuário a mais) é desprezível, o custo médio cai à medida que
aumenta o número de clientes.
Os potenciais concorrentes (outsiders) não poderão alcançar os mesmos custos baixos
obtidos pela empresa monopolista (insider), porque se um novo ator entrar no mercado,
só terá uma parcela da clientela, o que seria insuficiente para cobrir o custo fixo. Nesse
sentido, o tamanho do mercado é importante para determinar situações de monopólio
natural. Em mercados pequenos, de pequena população, fica mais difícil a um
concorrente potencial entrar num negócio monopolizado, porque teria que dividir o
número de consumidores e atuar numa escala pequena que inviabiliza o seu
investimento.
Maximização do lucro no monopólio
Vimos que no mercado concorrencial, para uma empresa, o preço é dado, fixo. A curva
de demanda é horizontal.
0 11 0 0
1 10 10 10
2 09 18 8
3 08 24 6
4 07 28 4
5 06 30 2
6 05 30 0
7 04 28 -2
8 03 24 -4
São duas curvas que começam no mesmo ponto, pois aí se trata da primeira unidade
vendida, onde o preço iguala necessariamente a receita marginal.
Mas a partir daí o preço supera a receita marginal: P>RMg
→ A curva da RMg fica abaixo da curva da demanda.
RMg pode se tornar negativa quando o efeito-preço (negativo) supera o efeito-
quantidade (positivo). Isso começa a ocorrer quando a queda de preço não é
compensada pelo aumento nas vendas. Aí, a receita total cai mesmo que a empresa
esteja vendendo mais.
Nessa perspectiva, a maximização do lucro passa pela definição da quantidade ótima de
produção, Q.
Antes do ponto Qm, o custo marginal é superior à receita marginal: CMg < RMg. Aqui a
empresa pode ganhar na quantidade mesmo que reduza P.
Depois do ponto Qm, CMg > RMg. Aqui o efeito negativo da queda de P é superior ao
efeito positivo do aumento de Q. Assim, a empresa deve reduzir a quantidade vendida,
elevando P.
π = RT – CT = (RT/Q – CT/Q).Q
Π = (P – CTM).Q
Há um lucro extraordinário, que é o lucro monopolista, superior ao lucro do mercado
competitivo.
Por fim, vale observar que mesmo sendo monopólio há sempre possibilidade de novos
entrantes potenciais, configurando uma situação de concorrência monopolista. Para
evitar a entrada de concorrentes em seu negócio, o monopolista busca produzir abaixo
da escala de eficiência, mantendo capacidade ociosa.
Exercício 1
Uma editora de livros possui a seguinte planilha de preço – quantidade:
P Q (mil)
24 10
22 20
20 30
18 40
16 50
14 60
12 68
24 10 240 -
22 20 440 20
20 30 600 16
18 40 720 12
16 50 800 8
14 60 840 4
12 68 816
Oferta Faturamento
Empresa A 30 180
Empresa B 30 180
Total 60 360
Se não houver acordo, a empresa A tenta levar uma fatia maior de mercado e decide
aumentar sua oferta para 40.
Então a oferta total passa de 60 para 70 e com isso o preço cai, digamos para 5.
Assim, a empresa A irá faturar 40 x 5 = 200, com ganho de 20 em relação à situação do
acordo.
A empresa B irá faturar 30 x 5 = 150, com perda de 30 em relação à situação do acordo.
Faturamento total será 350, com perda de 10 em relação à situação do acordo.
Sem acordo em tempo 1. P = 5
Imaginemos que, num segundo momento, a empresa B também resolve aumentar sua
oferta em 10.
Assim, a oferta total sobe para 80, reduzindo o preço para 4.
Então teremos um faturamento de 160 em cada empresa, totalizando 320. Aí temos
uma nova perda de 30.
Sem acordo em tempo 2. P = 4
Aqui, a empresa B, com 50 unidades vendidas fatura 150, valor inferior ao que fatura
com 40 unidades (160).
Isso ocorre porque o efeito negativo da queda de preço sobre a receita ficou maior do
que o efeito positivo do aumento da quantidade.
Nesse nível de oferta, a empresa B entenderá que é melhor manter a produção em 40
unidades.
Esse é o ponto estratégico em que a empresa escolhe a quantidade ofertada (Q), dada
a estratégia (Q) dos concorrentes. O ponto é conhecido como EQUILÍBRIO DE NASH.
A quantidade ótima de produção no oligopólio
Quando o preço é superior ao custo marginal, aumentar a quantidade produzida e
vendida eleva o lucro da empresa.
Todavia, o aumento da quantidade reduz o preço e contrai o lucro.
Há, portanto, dois efeitos marginais concomitantes: efeito-preço (A) e efeito quantidade
(B).
Quando A > B, o oligopólio precisa aumentar a produção para maximizar o lucro.
Quando A < B, o oligopólio deve reduzir a produção para minimizar perdas.
A sua produção no ponto máximo de lucro se observa quando os efeitos marginais de
quantidade e de preço se anulam, considerando a quantidade ofertada pelos
concorrentes.
De fato, ao decidir que ações empreender, o oligopólio leva em conta como os
concorrentes reagem no mercado. O seu lucro não depende somente do seu empenho,
mas depende também de decisões alheias. Assim, as decisões das empresas embarcam
num jogo de estratégias e são analisadas dentro da Teoria dos Jogos, um ramo
expressivo na Teoria Econômica.
Um dos conceitos da Teoria dos Jogos, o chamado Dilema do Prisioneiro, é bastante
utilizado para ilustrar as estratégias de concorrência oligopolista.
Dilema do Prisioneiro
Parte-se do exemplo de dois comparsas capturados pela polícia. Eles portavam armas
ilegalmente e eram suspeitos de assalto a banco.
A punição pelo porte ilegal de arma é de 1 ano de prisão.
A punição pelo assalto a banco é de 20 anos de cadeia.
O delegado da polícia oferece a seguinte proposta aos suspeitos em separado:
Se um confessar e o outro não, quem confessa ficaria livre e quem não confessa pegaria
20 anos de prisão. Se ambos confessarem, pegariam 8 anos cada.
Há, portanto, duas opções: confessar ou não confessar.
A sentença para cada um depende da estratégia escolhida por ele e, também, daquela
escolhida pelo outro, como ocorre entre as empresas no mercado oligopolista.
Cada um raciocina da seguinte forma: