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ECONOMIA DE

EMPRESAS
Fernanda Cristina Vianna
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TRILHA DE APRENDIZAGEM 4

Custos de produção
Objetivos de aprendizagem

• Compreender como as empresas tomam decisões de produção e de


determinação de preço.

• Identificar os custos explícitos e implícitos de uma empresa.

• Assimilar as diversas medidas de custo: fixos e variáveis, médio e


marginal.

• Entender a curva de custo total de uma empresa.


Trilha 4: Custos de produção

Tópicos da trilha
4.1 O que são custos? ..................................................................... 3

4.2. Produção e custos .................................................................... 5


4.3 Medidas do custo ...................................................................... 9
Palavras-chave .............................................................................. 12

Referências ................................................................................... 13

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Trilha 4: Custos de produção

4.1 O que são custos?


As empresas constumam ter várias missões e valores diversos, porém,
com um grande objetivo comum: ganhar dinheiro. Dessa forma, os economistas
consideram a maximização dos lucros como a principal meta de uma empresa.

O lucro é a diferença entre o total que a empresa recebe pela venda de


seus produtos (receita total) e o montante que a empresa paga por todos os
insumos necessários para produzir seus bens (custo total).

Ao se analisar o comportamento de uma empresa, é importante incluir


todos os custos de oportunidade da produção. Alguns deles, como os salários
pagos aos trabalhadores, são explícitos. Outros, porém, como o salário que o
dono da empresa abre mão por trabalhar na própria empresa, são implícitos.

Glossário
Receita total Multiplicação entre o preço do bem e
serviço por sua quantidade vendida.
Custos explícitos Custos dos insumos que exigem
desembolso de dinheiro por parte da empresa.
Custos implícitos Custos dos insumos que não exigem
desembolso de dinheiro por parte da empresa.

A distinção entre custos explícitos e implícitos é o que diferencia a


maneira como contadores e economistas determinam o custo total de uma
empresa. Os contadores têm a função de acompanhar o fluxo do dinheiro que
entra e sai da empresa. Dessa forma, eles medem os custos explícitos, mas
usualmente ignoram os custos implícitos. Agora, para os economistas, o
interesse é estudar como as empresas tomam decisões de produção e de
determinação de preço, ou seja, baseiam-se em custos tanto explícitos quanto
implícitos (MANKIW, 2013).

Por conta disso, os economistas medem o lucro econômico da empresa

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Trilha 4: Custos de produção

como a receita total menos todos os cutos (explícitos e implícitos) da produção


dos bens e serviços vendidos. Quanto aos contadores, eles medem o lucro
contábil da empresa como receita total menos os custos explícitos. Assim, o lucro
econômico é menor do que o lucro contábil, conforme pode ser observado na
Figura 1.

Figura 1 – Economistas vs. contadores

Fonte: MANKIW (2013, p. 246).

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Trilha 4: Custos de produção

4.2. Produção e custos


Entende-se por produção o processo pelo qual a empresa realiza a
transformação dos fatores de produção (a terra, o trabalho e o capital) em
produtos ou serviços para oferecer ao mercado.

A função produção define o processo produtivo e, por meio dela, é


possível estabelecer o nível máximo, o qual se obtém de um determinado
produto a partir da utilização de certa quantidade de fatores de produção. O
resultado será a quantidade total a ser produzida por unidade:

Q = A f (L,K,T)

Q: quantidade total produzida por unidade;

A: tecnologia utilizada na produção;

L: quantidade de mão de obra utilizada por unidade de tempo;

K: capital físico utilizado por unidade de tempo;

T: quantidade de área ou terra utilizada por unidade de tempo.

A Tabela 1 mostra um exemplo de como a quantidade de um determinado


bem que uma empresa produz por hora depende do número de trabalhadores.

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Trilha 4: Custos de produção

Tabela 1 – Uma função de produção e custo total

CONSUMO TOTAL
PRODUTO
PRODUÇÃO CUSTO DOS INSUMOS
NÚMERO DE MARGINAL CUSTO DOS
(QUANTIDADE DA (CUSTO DA FÁBRICA
TRABALHADORES DO TRABALHADORES
POR HORA) FÁBRICA + CUSTO DOS
TRABALHO
TRABALHADORES)

0 0 50 $ 30 $0 $ 30

1 50 40 $ 30 $ 10 $ 40

2 90 30 $ 30 $ 20 $ 50

3 120 20 $ 30 $ 30 $ 60

4 140 10 $ 30 $ 40 $ 70

5 150 5 $ 30 $ 50 $ 80

6 155 $ 30 $ 60 $ 90

Adaptado de: MANKIW (2013, p. 247).

A relação entre a quantidade de insumos usada para produzir um bem e


a quantidade produzida desse bem é dada pela função de produção
representada no gráfico da Figura 2.

Figura 2 – Função de produção

160

140
Quantidade produzida por hora

120

100

80

60

40

20

0
0 1 2 3 4 5 6 7
Número de trabalhadores empregados

Adaptado de: MANKIW (2013, p. 248).

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Trilha 4: Custos de produção

Para uma empresa típica, a inclinação da função de produção diminui à


medida que a quantidade de um insumo aumenta, revelando a propriedade do
produto marginal decrescente.

Mas o que é a propriedade do produto marginal decrescente?

O produto marginal é definido como o aumento da produção que resulta


de uma unidade adicional de insumo. Na Tabela 1, a terceira coluna apresenta
os resultados do produto marginal. Note que ele aparece no ponto médio entre
as linhas, pois representa a mudança na produção à medida que o número de
trabalhadores aumenta de um nível para o outro. À medida que o número de
trabalhadores aumenta, o produto marginal diminui. Essa é, portanto, a
propriedade chamada de produto nominal decrescente.

As últimas três colunas da Tabela 1 mostram os custos envolvidos na


produção dos bens. Neste exemplo, o custo da fábrica é $ 30 por hora, e o de
um trabalhador é $ 10 por hora. Se a empresa contrata um trabalhador, seu custo
total é de $ 40 por hora. Se contrata dois trabalhadores é de $ 50 por hora, e
assim por diante.

Com essa informação, a tabela agora nos mostra como o número de


trabalhadores que a empresa emprega se relaciona com a quantidade de bens
que ela produz e com seu custo total de produção. Dessa forma, tem-se a curva
de custo total ilustrada pela Figura 3.

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Trilha 4: Custos de produção

Figura 3 – Curva de custo total

90
80
70
Custo Total ($)

60
50
40
30
20
10
Quantidade produzida por hora
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160

Adaptado de: MANKIW (2013, p. 248).

A inclinação da curva de custo total aumenta com a quantidade produzida.


Dessa forma, quando a quantidade produzida é elevada, a curva de custo total
apresenta inclinação relativamente íngreme. Essa curva é um dos importantes
instrumentos para que a empresa possa tomar decisões de produção e,
posteriormente, de determinação de preços.

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Trilha 4: Custos de produção

4.3 Medidas do custo


O custo total (CT) pode ser dividido em dois tipos: custos fixos (que não
variam com a quantidade produzida) e custos variáveis (que mudam de acordo
com a quantidade produzida).

Os custos fixos (CF) dizem respeito, portanto, às despesas nas quais a


empresa terá de incorrer, quer produza ou não, e serão sempre iguais, quaisquer
que sejam os níveis de produção. Os custos variáveis (CV), no entanto, dizem
respeito aos pagamentos que a empresa terá de efetuar pela utilização de
fatores de produção variáveis. Dessa forma, os custos variáveis serão zero
quando não houver produção e aumentarão à medida que a produção aumentar
(NOGAMI; PASSOS, 2016).

Uma vez que os recursos são escassos, uma das decisões que a empresa
deve tomar é sobre a quantidade a ser produzida. Para tanto, uma parte
importante dessa escolha é saber como os custos variarão à medida que muda
o nível de produção (MANKIW, 2013).

Da curva de custo total de uma empresa derivam duas outras medidas de


custo. O custo total médio (CTM), que é o custo total dividido pelo volume de
produção, e o custo marginal (CMg) que é o aumento do custo total decorrente
do acréscimo de uma unidade de produção.

Como o custo total é a soma dos custos fixos e variáveis, podemos dizer
também que o CTM é a soma do custo variável médio (CVM) e do custo fixo
médio (CFM).

Glossário
Custo fixo médio Resultado da divisão dos custos fixos
pela quantidade produzida.
Custo variável médio Resultado da divisão dos custos
variáveis pela quantidade produzida.

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Trilha 4: Custos de produção

O CTM nos dá o custo de uma unidade típica de produto, se o custo total


for dividido por igual entre todas as unidades produzidas. O CMg nos diz em
quanto aumenta o custo total, em decorrência da produção de uma unidade
adicional de produto (MANKIW, 2013, p. 251).

Considere uma empresa com as medidas de custo apresentadas na


Tabela 3 e os gráficos de custo médio e marginal apresentados na Figura 4. O
comportamento dos dados apresentados são comuns a muitas empresas: (a) o
CMg é ascendente, ou seja, aumenta com a quantidade produzida; (b) a curva
do CTM tem forma de U; e (c) a quantidade que minimiza o CTM é aquela que
iguala o CMg ao CTM.

Tabela 3 – Diversas medidas de custo de uma empresa

QUANTIDADE
PRODUZIDA CT
CF ($) CV ($) CFM ($) CVM ($) CTM ($) CMG ($)
(UNIDADES POR ($)
HORA)

0 30 0 30 - - - 3,00

1 30 3 33 30,00 3 33,00 5,00

2 30 8 38 15,00 4 19,00 7,00

3 30 15 45 10,00 5 15,00 9,00

4 30 24 54 7,50 6 13,50 11,00

5 30 35 65 6,00 7 13,00 13,00

6 30 48 78 5,00 8 13,00 15,00

7 30 63 93 4,29 9 13,29 17,00

8 30 80 110 3,75 10 13,75 19,00

9 30 99 129 3,33 11 14,33 21,00

10 30 120 150 3,00 12 15,00

Fonte: Adaptada de Mankiw (2013).

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Trilha 4: Custos de produção

Figura 4 – As curvas de custos médio e custo marginal de uma empresa

35,00

30,00

25,00
Custos ($)

20,00

15,00

10,00

5,00

0,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Quantidade produzida por hora

CFM ($) CVM ($) CTM ($) Cmg ($)

Fonte: Elaborada pela autora.

Analisando o comportamento do CMg e do CTM na Figura 4 com mais


atenção, é possível perceber que sempre que o custo marginal for menor do que
o custo total médio, o custo total médio estará em queda. De forma análoga,
sempre que o custo marginal for maior que o custo total médio, o custo total
médio estará em crescimento (MANKIW, 2013). Essa observação vale para os
custos de qualquer empresa.

Releva destacar aqui que os custos de uma empresa muitas vezes


dependem do horizonte temporal que está sendo considerado. Muitos custos são
fixos no curto prazo, mas variáveis no longo prazo (aluguéis, por exemplo).
Sendo assim, quando uma empresa altera seu nível de produção, o custo total
médio pode aumentar mais no curto prazo do que no longo prazo
(VASCONCELLOS, 2011).

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Trilha 4: Custos de produção

Palavras-chave
Lucro contábil; lucro econômico; produto marginal; custo marginal; custo total
médio.

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Trilha 4: Custos de produção

Referências
MANKIW, G. Princípios de microeconomia. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

NOGAMI, O.; PASSOS, C. R. M. Princípios de economia. 7. ed. São Paulo:


Cengage Learning, 2016.

VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 5. ed. São Paulo: Atlas,


2011.

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