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UFRN - Departamento de Economia

Introdução à Microeconomia

Teoria da Firma
(Produção)
Prof. Alex Gois
Livro: Microeconomia
(Robert S. Pindyck, Daniel L. Rubinfeld e Hal
Varian)
Introdução
• Nesta abordagem, veremos como uma
empresa toma decisões de produção com base
na minimização dos custos e como eles variam
com o volume produzido.
• Pense em alguns problemas que a General
Motors enfrenta. Quantos equipamentos e
quanta mão-de-obra na linha de montagem
deverão ser empregados em novas fábricas de
automóveis?
Introdução
• Caso a empresa queira aumentar a produção,
será que deveria contratar mais trabalhadores,
construir novas fábricas, ou ambos? Quais os
custos que a GM deveria esperar para o
próximo ano? De que forma tais custos
poderia variar ao longo do tempo e como
poderiam ser influenciados pelo nível de
produção.
Introdução
• Na teoria do consumidor, analisamos as
preferências do consumidor, e que eles tem
uma restrição orçamentária, e eles podem
escolher combinações de bens para maximizar
sua satisfação.
• As decisões da empresas sobre a produção
são semelhantes às dos consumidores sobre a
compra de bens.
Teoria da Firma
• Vamos analisar em três etapas:
– A firma tem uma tecnologia de produção: Insumos (Capital, trabalho
e matérias-primas, por exemplo). Como esses insumos são
transformados em produção (como carros e televisores.
Assim como os consumidores, alcançavam um determinado nível de
utilização dada a combinação de bens, uma empresa pode gerar
determinado nível de produção usando diferentes combinações de
insumos.
Ex: Um fabricante de eletrônicos, por exemplo, pode produzir 10 mil
televisores por mês empregando substancial quantidade de mão de obra
(se os funcionários montarem os aparelhos à mão, por exemplo) e muito
pouco capital, ou construindo uma fábrica capital intensiva, totalmente
automatizada, e usando pouquíssima mão de obra
Teoria da Firma
- A firma tem uma restrição de custos: As empresas
precisam levar em conta o preço do trabalho, do
capital e de outros insumos. Assim, como o
consumidor está sujeito a uma restrição
orçamentária, a empresa terá de se preocupar com o
custo de produção. Uma fábrica que produz, por
exemplo, 10 mil televisores por mês vai querer fazê-lo
de forma que minimize o custo total de produção, o
qual em parte é determinado pelo preço do insumo.
Teoria da Firma
- Escolha de Insumos: Dada a tecnologia de
produção, o preço do trabalho e outros
insumos, a empresa precisa escolher quanto
de cada insumo vai usar em seu processo
produtivo.
Se nossa fábrica de eletrônicos opera em um país
com baixos níveis salariais, talvez opte por
produzir televisores usando muito trabalho e
pouco capital.
Teoria da Firma

• A oferta das firmas é determinada pelo preço


do produto, tecnologia e pelos custos de
produção.
• O processo produtivo envolve a transformação
de insumos em bens.
• Os insumos também são chamados de fatores
de produção.
Função de Produção
• Função de Produção é a representação matemática da
tecnologia:

• Uma função de produção indica o produto máximo (volume


de produção) que uma empresa produz para cada
combinação específica de insumos.
• Essa equação nos diz que a quantidade de produto depende
da quantidade de dois insumos, capital e trabalho.
• As funções de produção descrevem o que é tecnicamente
viável quando a empresa opera eficientemente.
Função de Produção
Medidas de Produção
• As firmas avaliam a importância de cada
insumo para determinar a quantidade que
utilizarão deles.

• Produto Total:
• Produto Médio:
• Produto Médio:
• Produto Marginal:
• Produto Marginal:
Curto Prazo x Longo Prazo
• Curto prazo: o espaço de tempo em que as
quantidades de alguns insumos não podem
ser alteradas.
• Longo prazo: o tempo suficiente para que as
quantidades de todos os insumos possam ser
alteradas.
Produção (1 Insumo)

Quantidade de Produto Total Produto Médio Produto Marginal


Trabalho (L) (Q) (PMe) (PMg)

0 0 --- ---
1 10 10 10
2 30 15 20
3 60 20 30
4 80 20 20
5 95 19 15
6 108 18 13
7 112 16 4
8 112 14 0
9 108 12 -4
10 100 10 -8
Produção (1 Insumo)
Produção (1 Insumo)
Lei dos rendimentos marginais decrescentes

• O produto marginal do trabalho decrescente (e


um produto marginal decrescente de outros
insumos) ocorre na maioria dos processos de
produção.
• A lei dos rendimentos marginais decrescentes diz
que a medida que aumenta o uso de insumo em
incrementos iguais (mantendo-se fixos os demais
insumos), acaba-se chegando a um ponto em que
a produção adicional resultante decresce.
Lei dos rendimentos marginais decrescentes

• Quando a quantidade utilizada do insumo


trabalho é pequena (e o capital é fixo), pequenos
incrementos de insumo trabalho geram
substanciais aumentos no volume de produção, a
medida que os funcionários são admitidos para
desenvolver tarefas especializadas.
• Quando houver funcionários em demasia, alguns
se tornarão ineficientes e o produto marginal do
insumo trabalho apresentará uma queda.
Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes

• A contribuição adicional de um insumos é decrescente, quando os


demais se mantém constantes.

Quantidade de Produto Total Produto Marginal


Trabalho (L) (Q) (PMg)

2 30 ---
3 60 30
4 80 20
5 95 15
6 108 13
7 112 4
8 112 0
9 108 -4
10 100 -8
Produção (1 Insumo)
Q
C

100
B O3
Avanço
Tecnológico
A
50 O2

O1

L
Taxa técnica de substituição
• Suponhamos que estamos operando num ponto (x1,x2) e
que pensamos em abrir mão de um pouco do fator 1 e usar
mais um pouco do fator 2 na medida exata para produzir a
mesma quantidade do produto y. Que quantidade adicional
do fator 2, precisamos ter para abrir mão de um pouco do
fator 1 ?
• Essa é precisamente a inclinação da isoquanta; referimo-
nos a ela como a taxa técnica de substituição.
• A TTS mede o intercâmbio entre dois fatores de produção.
Ela mede a taxa na qual as empresas devem substituir um
insumo por outro para manter constante a produção.
Taxa técnica de substituição
Produção (2 Insumos)

  Trabalho (L)
Capital (K) 1 2 3 4 5
1 20 40 55 65 75
2 40 60 75 85 90
3 55 75 90 100 105
4 65 85 100 110 115
5 75 90 105 115 120
Produção (2 Insumos)

Isoquantas
Produção (2 Insumos)
• Propriedades das Isoquantas:
– Isoquantas mais elevadas representam maiores
níveis de produção.
– Isoquantas não se cruzam.
– Isoquantas são negativamente inclinadas.
– Isoquantas tem inclinação decrescente.
– Isoquantas é uma curva que representa todas as
possíveis combinações de insumos que resultam
no mesmo volume de produção.
Produção (2 Insumos)
K

2
4 TMST=2 Logo,

1
3
1
1
2
2/3 1
TMST=1/3
1/3
1 1
Q2 =75

1 2 3 4 5 L
Rendimentos de Escala
• Examinemos agora que, em vez de
aumentarmos a quantidade de um insumo
enquanto mantemos o outro fixo,
aumentemos a quantidade de todos os
insumos da função de produção.
• Em outras palavras, multipliquemos a
quantidade de todos os insumos por algum
fator constante
Rendimentos de Escala
• Rendimentos Crescentes de Escala: Se a
produção cresce mais que o dobro quando se
dobram os insumos, então há rendimentos
crescentes de escala. Isso pode ocorrer pelo
fato de a operação em maior escala permitir
que administradores e funcionários se
especializem em suas tarefas e façam uso de
instalações e equipamentos especializados e
em grande escala.
Rendimentos de escala
• A presença dos rendimentos crescentes de escala é um tema
importante do ponto de vista das políticas públicas.
• Quando existem rendimentos crescentes, torna-se
economicamente mais vantajoso ter uma grande empresa
produzindo (a um custo relativamente baixo) do que muitas
empresas pequenas (a custos relativamente altos).
• Mas, pelo fato de uma empresa grande poder exercer controle
sobre os preços estabelecidos, ela pode estar sujeita a
regulamentações. Por exemplo, os rendimentos crescentes do
fornecimento de energia elétrica são uma das razões pelas quais
temos grandes empresas de fornecimento de energia elétrica
regulamentadas.
Rendimentos de Escala
• Rendimentos Constantes de Escala: Uma segunda possibilidade
relacionada à escala de produção é a de que a produção dobre
quando ocorrer a duplicação dos insumos.
• Havendo rendimentos constantes de escala, o tamanho da
empresa não influencia a produtividade de seus insumos como
uma fábrica utilizando determinado processo produtivo pode ser
facilmente copiada, duas fábricas juntas produzirão o dobro.
• Por exemplo, uma grande agência de viagens pode oferecer o
mesmo serviço por cliente e utilizar a mesma proporção de
capital (área de escritórios) e de trabalho (agentes de viagem)
que uma pequena agência de viagens que tivesse um número
menor de clientes.
Rendimentos de Escala
• Rendimentos Decrescentes de Escala: Por fim, se a
produção aumenta em menos que o dobro,
quando se dobram os insumos, há rendimentos
decrescentes de escala.
• Essa situação se aplica a algumas empresas com
operações em grande escala. Dificuldades para
organizar e gerenciar uma operação em grande
escala podem acabar levando a uma produtividade
menor, tanto para o trabalho quanto para o capital.
Rendimentos de Escala
• Uma firma vai operar com retornos constantes
e ou crescentes de escala?
Rendimentos Crescentes de Escala
𝐹 ( 𝛼 𝐾 ,𝛼 𝐿) >𝛼 𝐹 (𝐾 , 𝐿)
K
A

As isoquantas situam-se
4 cada vez mais próximas
30

2 20
10
L
0 5 10
Rendimentos Constantes de Escala
𝐹 ( 𝛼 𝐾 ,𝛼 𝐿) =𝛼 𝐹 (𝐾 , 𝐿)
K
A
6
30

4 As isoquantas são
espaçadas igualmente
20

2
10
L
0 5 10 15
Rendimentos Decrescentes de Escala
𝐹 ( 𝛼 𝐾 ,𝛼 𝐿) <𝛼 𝐹 (𝐾 , 𝐿)
K
A

4 20

15
As isoquantas situam-se
2 cada vez mais afastadas
10
L
0 5 10

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