28/11/2022

A função produção a
longo prazo
Curso em Contabilidade:
Economia I
Curso em Gestão: Microeconomia
1º ano/1ºSemestre
Isabel Ribeiro, João Pedro Teixeira, Márcia Rogão, Paula Cabo

Função produção a longo prazo

No longo prazo, todos dos os fatores de produção são variáveis. A função produção
carateriza-se pela combinação de 2 fatores K (capital/investimento) e L (trabalho). Ou
seja Q=PT=f(K, L)
Ambos os fatores são variáveis e podem ser substituíveis sem alterar o nível de
produção (Q).

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Função produção a longo prazo

A dinamização dos resultados da empresa poderá ser obtida quando for possível
atingir um dos seguintes objetivos:
(1) Minimizar a despesa (custo de produção) para obter um determinado volume de
produção. São dados o volume de produção (Q), bem como os preços dos
respetivos fatores de produção K e L
(2) Maximizar o volume de produção para uma determinada despesa. São dados a
despesa, bem como os preços dos respetivos fatores de produção L e K.

Função produção a longo prazo

Se o objetivo for: (1) minimizar a despesa (custo de produção) para obter um determinado
volume de produção, existem 2 métodos que a seguir se descrevem:
Método 1:
Considere a seguinte função produção Q=2KL. Sabendo que o objetivo do empresário é
conseguir obter Q=100 e tendo em conta que PL=1 e PL=2.
Pedido: Determine a quantidade de L e K que minimiza a despesa. Calcule a despesa.
Objetivo: Obter Q=100, substituindo na função produção, fica: 100=2KL, resolvendo em
ordem a K, fica K=100/2L ou seja K=50/L (Isoquanta).

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Função produção a longo prazo

K=50/L, esta função designa-se de isoquanta, podem fazer-se várias combinações de
K e L que permitem obter o mesmo nível de produção Q=100
A despesa do empresário (D) depende das quantidades a adquirir de L e K e dos
preços PK e PL dos fatores de produção, então D=L x PL+K x PK
D=L+2K, tendo em conta que K=50/L, então substituindo na equação da despesa,
D=L+2(50/L), simplificando, D=L+100(1/L)
Objetivo: minimizar a despesa ou seja, D`=0

Função produção a longo prazo

Se o objetivo for:
(1) Minimizar a despesa ou seja derivar a função da despesa e igualar a zero, isto é,
D`=0, então, [L+100(1/L)]`=0
1-100 (1/L2)=0, resolvendo em ordem a L, fica L2-100=0, o que equivale a L=10,
Tendo em conta que K=50/L, então K=50/10 ou seja K=5.
Calculando a despesa: D=10x1+5x2=20

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Função produção a longo prazo

Representando graficamente esta situação (tangente da função despesa 20=L+2K,
com a isoquanta K=50/L)
Isodespesa : 20=L+2K, Se L=0 então K=10 e
Se K=0 então L=20
A Isoquanta: K=50/L
A solução que permite a minimização da despesa K=5 e L=10

Função produção a longo prazo

A Isoquanta: K=50/L, calcular pelo menos 3 pontos para representar graficamente a
curva.
A solução que permite a minimização da despesa K=5 e L=10
Se L=2, então K=25
Se L=5, então K=10

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Função produção a longo prazo

Método 2
Considere a seguinte função produção Q=2KL. Sabendo que o objetivo do
empresário é conseguir obter Q=100 e tendo em conta que PL=1 e PL=2.
Pedido: Determine a quantidade de L e K que minimiza a despesa. Calcule a despesa.
Tendo em conta que Q=100, substituindo na função produção 100=2KL, resolvendo
em ordem a K, fica: K=50/L
O objetivo é alcançado quando, TMSTKL=RMSKL

Função produção a longo prazo

TMSTKL- Taxa marginal de substituição técnica de K por L, o empresário pode
substituir L por K mantendo o mesmo nível de produção (isoquanta).
TMSTKL=-∆K/ ∆L, função discreta
TMSTKL =-dK/ dL - derivar K (isoquanta) em ordem a L, função contínua

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Função produção a longo prazo

RMSKL – Razão marginal de substituição de K por L, o empresário pode substituir L
por K mantendo o mesmo nível de despesa (isodespesa).
RMSKL=-∆K/ ∆L, função discreta
RMSKL =-dK/ dL - derivar K (isodespesa) em ordem a L, função contínua

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Função produção a longo prazo

TMSTKL =-dK/ dL, derivar K (isoquanta) em ordem a L, tendo em conta que
K=50/L, então TMSTKL =50/L2
RMSKL =-dK/ dL - derivar K (isodespesa) em ordem a L, tendo em conta que
D=L+2K, resolvendo em ordem a K, fica K=(D-L)/2 ou D=1/2(D-L), derivando K
em ordem a L, então:
RMSKL=1/2

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Função produção a longo prazo

Tal como já se referiu, no ponto de equilíbrio:
TMSTKL=RMSKL
Assim sendo,
50/L2=1/2, resolvendo em ordem a L, fica L2=100 ou seja L=10, como K=50/L,
então K=5.
Calculando a despesa: D=L+2K ou seja D=10+2x5=20

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Função produção a longo prazo

Aplicação 1: Para produzir 300 toneladas de gravilha utilizam-se os fatores
produtivos L e K, segundo a seguinte função produção Q=KL. Em Espanha os
preços dos fatores de produção são PL= 300 e PK= 100 enquanto que em Portugal os
preços são PL= 50 e PK= 400.
Em qual dos dois países é mais barato produzir a gravilha? Justifique a sua resposta.

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Função produção a longo prazo

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Função produção a longo prazo

Custos totais – total de despesas realizadas pela empresa com a combinação mais económica
de fatores de produção para obter um determinado volume de produção (Q). CT=CV
CT (despesa)= L.PL+ K.PK
L – fator trabalho
PL – Preço unitário do fator trabalho
K – Fator variável capital
PK – Preço unitário do fator capital

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Função produção a longo prazo

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Função produção a longo prazo

Aplicação 2: Considere a seguinte informação:
Q=4K1/2 L1/2
Despesa (CT) =4000 €, PL=50 e PK=100
Pedido:
a)Determine K e L que maximiza o volume de produção.
b)Determine o volume de produção.
c)Represente graficamente.

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Função produção a longo prazo

Adotando uma perspetiva de longo prazo, quando se altera a escala da produção, isto
é, quando se fazem variar todos os fatores de produção (K e L) na mesma proporção,
a produção poderá variar numa proporção maior, menor ou igual.
Tendo em conta que: Q0 =f(K, L), Q0 é o volume de produção que se pode obter
com as quantidades de K e L. Alterando a escala de produção fazendo variar λ vezes as
quantidades K e L, então o volume de produção (Q1) é dado por: Q1=f(λ K, λ L).
Nota importante: “escala”, significa todos os fatores variam na mesma proporção.

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Função produção a longo prazo

Q1=f(λ K, λ L)
Se λ>1, rendimentos crescentes à escala (∆Q1>∆K, L) e Q1> λQ0. Os custos totais aumentam,
contudo, os custos médios e os custos marginais diminuem.
Se λ=1, rendimentos constantes à escala (∆Q1=∆K, L) e Q1=λQ0. Os custos totais aumentam,
contudo, os custos médios e os custos marginais mantêm-se.
Se λ<1, rendimentos decrescentes à escala ((∆Q1<∆K, L) e Q1<λQ0 . Os custos totais, os
custos médios e os custos marginais aumentam.

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Função produção a longo prazo

Caso particular: A função Cobb-Douglas Q=a Kα Lβ, sendo a, α, β > 0
Quando α + β > 1 => Rendimentos crescentes à escala, os custos totais aumentam,
contudo, os custos médios e os custos marginais diminuem.
Quando α + β = 1 => Rendimentos constantes à escala, os custos totais aumentam,
contudo, os custos médios e os custos marginais mantêm-se.
Quando α + β < 1 => Rendimentos decrescentes à escala, os custos totais, os custos
médios e os custos marginais aumentam.

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Função produção a longo prazo

Economias de escala:
Uma empresa produz com economias de escala quando os custos por unidade
produzida diminuem com o aumento da produção.
Justifica-se quando:
- Há especialização do trabalho (trabalho mais eficiente):
- É maior a eficiência na utilização da tecnologia;
- É maior a eficiência administrativa (e organização do trabalho).

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Função produção a longo prazo

Exercício 1
Considere a seguinte função produção: Q=2L0,5 K0,5, supondo que PL=4 e PK =4
Tendo em conta que o empresário pretende obter Q=50,
a) Determine a expressão da isodespesa.
b) Determine a expressão da isoquanta.
c) Determine as quantidades de L e K que minimizam a despesa do empresário.
d) Calcule a despesa do empresário
e) Represente graficamente.
f) Suponha que, por dificuldades financeiras, o empresário só pode investir 50% da despesa efetuada em
d), determine o volume de produção, bem como as quantidades de L e K que maximizam o resultado
do empresário.

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