Você está na página 1de 43

Parte I – Teoria da Produção e Custos

Capítulo 2. Custos de Produção e Funções Custo

1
Capítulo 2. Custos de Produção e Funções Custo
2.1 Conceito de custo
2.2 Minimização do custo total em período longo
2.2.1 Retas de Isocusto
2.2.2 Combinação ótima de fatores de produção
2.2.3 Curva de expansão de longo prazo
2.3 Funções custo de longo prazo
2.3.1 Função custo total de longo prazo
2.3.2 Funções custo médio e custo marginal de longo prazo
2.3.3 Relação entre custos médio e marginal de longo prazo
2.3.4 Custo médio de longo prazo e rendimentos à escala
2.4 Minimização do custo total em período curto
2.5 Funções custo de período curto
2.5.1 Função custo total de período curto
2.5.2 Funções custo médio e custo marginal de curto prazo
2.5.3 Relação entre funções custo de curto prazo
2.5.4 Relação entre produtividades média e marginal do fator variável e os custos variável médio
e marginal de período curto
2.6 Relação entre funções custo de período longo e de período curto

• Bibliografia: Besanko e Braeutigam (2015): Caps. 7 e 8


2
2.1 Conceito de custo
• Como analisamos na Microeconomia I, no primeiro semestre, um custo
económico é, por definição, um custo de oportunidade.

• Custo de oportunidade de um fator de produção é o valor do melhor uso


alternativo desse fator.

• Relembra-se que o custo de oportunidade inclui custos explícitos e custos


implícitos.

• Não confundir custo económico com custo contabilístico.

3
2.2 Minimização do custo total em período longo
• Pressuposto: A empresa é um price-taker nos mercados dos fatores, K e L, e os
preços de K e L reflectem o valor do melhor uso alternativo de, respetivamente K e L.

• Problema de minimização do custo total: minimizar o custo total de produzir uma


dada quantidade de um bem, dados os preços dos fatores produtivos e a tecnologia
de produção. Suponha que os preços de L e K são, respetivamente, w e r. O problema
de minimização do custo total de produzir a quantidade q1 pode ser apresentado da
seguinte forma:
CTPL(q1)=minL,K (wL + rK)
s.r.
q1 =f(L,K)

• Note que as variáveis de decisão/escolha da empresa são as quantidades de K e L,


que permitem produzir q1 ao custo total mínimo, dados os preços dos fatores e a
função de produção (tecnologia de produção).

• CTPL(q1) é a função custo total de período longo que indica o custo mínimo de produzir q1,
mantendo-se constante os preços dos fatores produtivos e a tecnologia de produção .

• Vamos analisar graficamente o problema de minimização do custo total em período


longo.
4
2.2.1 Retas de Isocustos
• Reta de isocusto - representa o lugar geométrico das combinações dos
fatores produtivos, L e K, que conduzem ao mesmo custo total, dados os
preços dos fatores produtivos.

• Reta de isocusto para um nível de custo total, CT 0 :


K
0
CT w
CT  wL  rK  K 
0
 L
r r
𝐶𝑇 /r
O valor absoluto do declive da reta de
isocusto (w/r) representa a quantidade
de K que a empresa tem que reduzir
para utilizar mais uma unidade de L,
mantendo-se constante o custo total. 𝐶𝑇 /w L

Figura 2.1 Reta de isocusto

5
2.2.2. Combinação ótima de fatores de produção
• Problema de minimização do custo total em período longo:

min wL  rK  K
L, K

s.r. q1  f ( L, K ) CT2/r
K1 B
CT1/r
CT0/r
A C
K2
q 1
D
IC0 IC1 IC2
L1 L2 CT0/w CT1/w CT2/w
L
Figura 2.2 Combinação de fatores ótima

Combinação ótima de fatores: A=( 𝟐 𝟐

TMSTLK ( A)  w / r
q1  f ( L2 , K 2 )
CT min  CT 1  wL 2  rK 2
6
2.2.2. Combinação ótima de fatores de produção
• Na combinação de fatores ótima A (figura 2.2), a condição TMSTLK ( A)  w / r
pode ser apresentada da seguinte forma:
Pmg L ( A) w Pmg L ( A) Pmg K ( A)
  
Pmg K ( A) r w r

A última igualdade significa que, na combinação de fatores ótima, a produção adicional


resultante de uma unidade monetária gasta na aquisição de L é igual à produção
adicional resultante de uma unidade monetária gasta na aquisição de K.

• Notem que a combinação de fatores B, na figura 2.2, não é ótima, apesar de ser
possível produzir q1 com essa combinação. Porquê? Na combinação B,
,e , ou seja:
Pmg L ( B ) w Pmg L ( B ) Pmg K ( B )
  
Pmg K ( B ) r w r

7
2.2.2. Combinação ótima de fatores de produção

 Exemplo 1: Considere que a tecnologia de produção de uma empresa é representada pela


função 𝑞 = 2𝐾𝐿 , sendo w= 8 u.m. e r=4 u.m. Determine a combinação ótima de fatores –
combinação que minimiza o custo total em período longo – que a empresa deve utilizar para
produzir 900 unidades de produto. Calcule o custo total de produzir essas unidades.

 Resolução:
Condições ótimas: 𝑖 𝑇𝑀𝑆𝑇 = 𝑤/𝑟 e 𝑖𝑖 900 = 2𝐿𝐾.

(i) 𝑇𝑀𝑆𝑇 = = então = 2 𝑜𝑢 𝐾 = 2𝐿


Substituindo K em (ii) obtemos:
(ii) 900 = 4𝐿 , 𝐿 = 15.
A combinação ótima é (L=15, K=30).

CT(q=900)=8*15+4*30=240 u.m.

8
2.2.3 Curva de Expansão de Longo Prazo
• Curva de expansão de período longo é o lugar geométrico das combinações (L, K) que
minimizam o custo total quando o volume de produção varia, dados os preços dos fatores
produtivos e a tecnologia de produção.

K A – combinação de fatores ótima para


produzir q0, dados os preços w e r e a
CT2 /r função de produção.
B – combinação de factores ótima para
produzir q1 , dados os preços w e r e a
CT1 /r função de produção.
Curva de expansão
de período longo C – combinação de factores ótima para
C produzir q2 , dados os preços w e r e a
CT /r
0
B função de produção.
q2 Da Figura 2.3, podemos concluir que:
A CTPL(q0)=CT0
q1
CTPL(q1)=CT1
q0 CTPL(q2)=CT2
CT0 /w CT1 /w CT2 /w L

Figura 2.3 Curva de expansão de longo prazo


9
2.3.1. Função custo total de longo prazo
K • A curva de expansão permite estabelecer a
relação entre a quantidade produzida e o
custo total mínimo e, portanto, definir a
CT3/r Curva de
expansão
função custo total em período longo
de PL CTPL(q) e construir a curva do custo total
CT2/r em período longo.
C
K3 • A curva do custo total (CTPL) indica o custo
K2 B mínimo que a empresa tem que suportar
q3
CT1/r para produzir um determinado volume de
q2
K1 A produção, dados os preços dos fatores
q1
produtivos e a tecnologia de produção.
• Considere a curva do custo total na figura
L3 CT1/w
L1 L2 CT2/w CT3/w L 2.4. Cada ponto da curva do custo total
estabelece uma relação entre o volume de
CT produção e o custo total mínimo e
CTPL corresponde a uma dada combinação de
fatores ótima no espaço (L,K). Exemplo: o
CT3 = w .L3+ r.K 3 C’ ponto A’ corresponde à combinação A.
• Observações: (1) Notem que à medida que
CT2 = w .L2+ r.K 2
B’ q aumenta, mantendo-se constante os
CT1 = w .L1+ r.K 1 A’ preços dos fatores e a função de produção,
o custo total mínimo aumenta. (2) Para q=0,
q1 q2 q3 q
custo total mínimo é igual a zero.
Figura 2.4 Curva de expansão e curva do custo total de longo
prazo 10
2.3.1 Função custo total de longo prazo

 Exemplo 2: Considere que a tecnologia de produção de uma empresa é representada pela


função 𝑞 = 2𝐾𝐿 , sendo w= 8 u.m. e r=4 u.m. Determine a curva de expansão de longo-prazo
e a função custo total em período longo.

 Resolução:
Condições ótimas: 𝑖 𝑇𝑀𝑆𝑇 = 𝑤/𝑟 e 𝑖𝑖 𝑞 = 2𝐿𝐾.

(i) 𝑇𝑀𝑆𝑇 = = então = 2 𝑜𝑢 𝐾 = 2𝐿


Substituindo K em (ii) obtemos:
,
(ii) q = 4𝐿 , 𝐿 = .
Substituindo L em K, obtemos 𝐾 = 𝑞 ,
.
,
Curva de expansão no longo-prazo: 𝐿 = e𝐾 =𝑞 ,
.
,
Função custo total em período longo: CTPL(q)=8* +4* 𝑞 ,
=8 𝑞 ,
.

11
2.3.1 Função custo total de longo prazo

Casos particulares de funções custo total em período longo:

 Função produção de Leontief : q = min {aL, bK}

Na proporção ótima: q = aL = bK L = q/a e K = q/b


CTPL (q)= q(w/a + r/b)

Exemplo 3: Considere a produção de viagens de avião. Para cada viagem, são necessários 1 avião
(K) e 2 pilotos (L), sendo w = 500 u.m. e r = 2000 u.m.. (a) Calcule o custo de uma viagem de
avião. (b) Calcule a função custo total de longo prazo desta atividade produtiva.

12
2.3.1 Função custo total de longo prazo

Casos particulares de funções custo total em período longo:

 Função produção linear: q = aL + bK

TMSTKL = PmgL/PmgK = a/b

o Se TMSTKL < w/ r, a empresa utiliza apenas K q = bK donde CTPL (q) = r.q/b


o Se TMSTKL > w/ r, a empresa utiliza apenas L q = aL donde CTPL (q) = w.q/a

Exemplo 4: Seja q = 1000F+500S, sendo q = número de pratos lavados, F = Fairy, S = Sonasol.


Admita ainda que PF = 5 u.m., PS = 4 u.m.. Qual o custo de lavar 10.000 pratos?

13
2.3.2. Funções custo médio e custo marginal de longo prazo

• A função custo marginal (Cmg PL(q)) indica o custo adicional (ou aumento no CT)
necessário para produzir uma unidade adicional de produto, dados os preços dos
fatores e a tecnologia de produção.
• Considere a curva do custo total em período longo representada na figura 2.5.
• Entre os pontos A e B na figura 2.5: CmgPL(q) = ΔCTPL(q)/Δq.
• O custo marginal corresponde graficamente ao declive da curva do custo total num
dado ponto: CmgPL(q) = dCTPL(q)/dq


CTPL

B
ΔCTPL A

Δq q
Figura 2.5 Curva do custo total de longo prazo e custo
marginal

14
2.3.2. Funções custo médio e custo marginal de longo prazo
€ CTPL • Considere a curva do custo total em período
longo representada na figura 2.6.
• A curva do custo total representada na figura
indica que o custo total cresce com o volume
de produção a ritmos decrescentes para q <
q1 (função é côncava) e passa a crescer a
ritmos crescentes para q > q1 (função
q1 q convexa). O ponto de inflexão da curva do
custo total ocorre para q=q1 .

€ • Para q < q1 , = < 0, logo o


CmgPL é decrescente em q.
CmgPL • Para q > q1 , = > 0, logo o
CmgPL é crescente em q.

• Para q = q1 , = = 0, logo o
CmgPL é mínimo. O ponto de inflexão da
curva do custo total corresponde ao mínimo
q1 q do custo marginal
Figura 2.6 Curvas de custo total e marginal de longo prazo
15
2.3.2. Funções custo médio e custo marginal de longo prazo

• A função custo médio (CmdPL(q)) indica o custo que, em média, o produtor suporta
para produzir uma unidade de produto, dados os preços dos fatores e a tecnologia
de produção.
• Considere a curva do custo total em período longo representada na figura 2.7
• O custo médio é calculado da seguinte forma: CmdPL(q) = CTPL(q)/ q.
• O custo médio corresponde graficamente ao declive do raio que parte da origem e
passa pelo ponto correspondente da curva do custo total.


CTPL

CTPL

q
q
Figura 2.7 Curva do custo total de longo prazo e custo
médio

16
2.3.2. Funções custo médio e custo marginal de longo prazo
€ CTPL • Considere a curva do custo total em
período longo representada na figura 2.8.
A
• Para q < q2 , o CmdPL decresce à medida
que o volume de produção aumenta:
.
• Para q > q2 , o CmdPL aumenta à medida
q2 que o volume de produção aumenta:
q
.

• Para q = q2 , o CmdPL é mínimo:

CmdPL • Note que para q = q2 , o raio que une a


origem ao ponto A da curva do custo total
é tangente à curva nesse ponto. Logo
no ponto A, CmdPL= CmgPL.

q2
q

Figura 2.8 Curvas de custo total e médio de longo prazo


17
2.3.2. Funções custo médio e custo marginal de longo prazo

CTPL

q
• CmgPL < CmdPL, CmdPL é decrescente
€ com o volume de produção.
• CmgPL > CmdPL, CmdPL é crescente com
CmgPL
o volume de produção.
• No mínimo do CmdPL, CmgPL = CmdPL.
CmdPL

q1 q2 q

Figura 2.9 Curvas de custo de longo prazo


18
2.3.3 Relação entre custos total, médio e marginal de longo prazo

• Considere a figura 2.9.

q 0 q1 q2

 a taxas
 a taxas Ponto de  a taxas
CTPL 0 crescentes
decrescentes inflexão crescentes

CmgPL  Min  

CmdPL   Min 

CmdL>CmgL CmdL>CmgL CmdL=CmgL CmdL<CmgL

19
2.3.4 Custo médio de longo prazo e rendimentos à escala

(1) Economias de escala: custo total aumenta menos que proporcionalmente que o
volume de produção, mantendo-se constante os preços dos fatores produtivos e a
tecnologia de produção. Consequentemente, o custo médio de longo prazo é
decrescente com o volume de produção.

(2) Deseconomias de escala: custo total aumenta mais que proporcionalmente que o
volume de produção, mantendo-se constante os preços dos fatores produtivos e a
tecnologia de produção. Consequentemente, o custo médio de longo prazo é
crescente com o volume de produção.

(3) Não há economias nem deseconomias de escala: O custo total aumenta na mesma
proporção que o volume de produção, mantendo-se constante os preços dos fatores
produtivos e a tecnologia de produção. Neste caso, não há economias nem
deseconomias de escala. Logo, o custo médio de longo prazo não varia com o volume
de produção.

20
2.3.4 Custo médio de longo prazo e rendimentos à escala

Economias de CTPL
• Economias de escala (q < q*): escala
CmdPL é decrescente em q
Deseconomias
⇔ CmdPL > CmgPL de escala

• Deseconomias de escala (q > q*):


CmdPL é crescente em q
⇔ CmdPL < CmgPL q

• Mínimo do CmdPL (q = q*) €


Economias
⇔ CmdPL = CmgPL de escala CmgPL

Escala eficiente (q*): corresponde ao volume de CmdPL


produção para o qual o custo médio de longo
prazo é mínimo. Para este volume de produção, Deseconomias
a empresa beneficia completamente das de escala
economias de escala e evita as deseconomias de
escala.
q* q

21
2.3.4 Custo médio de longo prazo e rendimentos à escala

• A elasticidade custo é uma medida que permite avaliar se uma empresa está a operar
em deseconomias ou economias de escala.

• Elasticidade custo: indica a variação percentual no custo total de longo prazo quando
o volume de produção varia em 1%, mantendo-se constante os preços dos fatores
produtivos.

• Se <1, CmgPL < CmdPL CmdPL é decrescente economias de escala.


Se >1, CmgPL > CmdPL CmdPL é crescente deseconomias de escala.
Se =1, CmgPL = CmdPL escala eficiente.

22
2.3.4 Custo médio de longo prazo e rendimentos à escala

• Questão: Asumindo que os preços dos fatores produtivos não se alteram, o que explica o
comportamento do custo médio de longo prazo em relação ao volume de produção? Dito de
outro modo, o que explica a existência de economias e deseconomias de escala?
Rendimentos à escala na produção:
q0 = f(L,K)  q 1 = f(L, K) = q 0

• Quando a função de produção exibe rendimentos crescentes à escala (<), um dado aumento
no volume de produção requer um aumento menos do que proporcional nos fatores de
produção e, consequentemente, um aumento menos do que proporcional no custo total, pelo
que o custo médio de longo prazo é uma função decrescente do volume de produção
(economias de escala).

• Quando a função de produção exibe rendimentos decrescentes à escala (>), um dado


aumento no volume de produção requer um aumento mais do que proporcional nos fatores de
produção e, consequentemente, um aumento mais do que proporcional no custo total, pelo
que o custo médio de longo prazo é uma função crescente do volume de produção
(deseconomias de escala).

• Quando a função de produção exibe rendimentos constantes à escala (=), os custos totais
crescem na mesma proporção que o volume de produção, pelo que o custo médio de longo
prazo é constante.
23
2.4 Minimização do custo total em período curto
• Considere que no curto prazo a empresa está condicionada a uma determinada quantidade de
fator fixo K0, sendo L o fator variável. O volume de produção em período curto é dado por:
q  f (L, K0 )
• Supondo que a empresa pretende produzir 𝑞 , o problema de minimização do custo total no
curto prazo:
min wL  rK o
L

s.r . q 1  f ( L , K 0 )

sendo r𝐾 o custo fixo total, CFT (K0). Alternativamente, podemos resolver o seguinte
problema de minimização do custo variável total em período curto:

min wL
L

s.r . q 1  f ( L , K 0 )
• Da resolução de um destes problemas, obtém-se a quantidade ótima de L em período curto,
L(q1, K0 ), a função custo variável total em período curto, CVT (q1, K0)=w. L(q1, K0 ), e a função
custo total em período curto,
CTPC (q1, K0)= CVT(q1,K0) + rK0= CVT(q1,K0) + CFT(K0).
• A função custo total em período curto CTPC (q1, K0) indica o custo total mínimo de produzir q1,
dado K=K0, mantendo-se constante os preços dos fatores e a tecnologia de produção.
24
2.4 Minimização do custo total em período curto
Curva de expansão em período curto
• A curva de expansão de período curto
indica a quantidade ótima de L quando a
quantidade produzida varia, dada a
quantidade de K e mantendo-se constante
os preços dos fatores produtivos e a K
tecnologia de produção. CT2/r

• Considere a figura 2.10. Em período curto,


dado K=K1, as combinações ótimas são A’, B CT1/r Curva de
e C’. Note que A’ (C’) não é um ponto de expansão de
longo prazo
tangência entre a isoquanta q0 (q2) e a
isocusto. Apenas B é um ponto de C
tangência entre a isoquanta q1 e a isocusto. CT0/r
A’ B C’ Curva de
K1 expansão
q2
A de curto
• Nota: q1 prazo, K=K1
CTPC=(q0) > CTPL(q0)=CT0;
CTPC=(q1) = CTPL(q1)=CT1; q0
CTPC=(q2) > CTPL(q2)=CT2. CT0/w CT1/w CT2/w
L

Figura 2.10 Curva de expansão de período curto


25
2.4 Minimização do custo total em período curto

 Exemplo 5: Considere que a função de produção de uma empresa é dada por 𝑞 = 3𝐾𝐿 ,
sendo w= 4 u.m. e r=6 u.m. Determine a curva de expansão de curto prazo quando (i) K= 5 e
(ii) K=10.

 Resolução:

(i) K=5
Substituindo K na função de produção: 𝐿 𝑞 = .
A curva de expansão em período curto, quando K=5, é igual a 𝐿 𝑞 = .

(ii) K=10
Substituindo K na função de produção: 𝐿 𝑞 = .
A curva de expansão em período curto, quando K=10, é igual a 𝐿 𝑞 = .

26
2.5.1 Função custo total de período curto
• Função custo total de período curto: CTPC(q, K0) = CVT(q, K0) + CFT (K0)
• Vamos começar por analisar a função custo variável total, CVT(q, K0).

q PTL(L,K0) L

Invertendo L(q,K0)
os eixos ⇨

L q
Figura 2.11(a) Função produto total
€ Multiplicando L
de L, dado K=K0
pelo w ⇩ CVT(q,K0)

q
Figura 2.11(b) Curva do CVT em período curto 27
2.5.1 Função custo total de período curto
• Considere as figuras 2.11(a) e 2.11(b). Analisando em conjunto estas
figuras, podemos concluir que:

• Na presença de rendimentos marginais crescentes de L (fator


variável), o PTL cresce a ritmos crescentes em L (função convexa) e o
CVT cresce a ritmos decrescentes à medida que q aumenta (função
côncava).

• Na presença de rendimentos marginais decrescentes de L (fator


variável), o PTL cresce a ritmos decrescentes em L ( função côncava)
e o CVT cresce a ritmos crescentes à medida que q aumenta (função
convexa).

28
2.5.1 Função custo total de período curto
• O CFT(K0)=rK0 é independente do volume de produção.

CFT

q
• Somando o CVT e o CFT, obtém-se o CTPC.

CTPC

CVT
CFT

CFT

q
Figura 2.12 Curva do custo total em período curto 29
2.5.1 Função custo total em período curto

 Exemplo 6: Considere a informação do exemplo 3. Calcule o CVT, CFT e o CTPC quando (i) K= 5
e (ii) K=10.

 Resolução:

(i) K=5
𝐶𝑉𝑇 𝑞, 𝐾 = 5 = 𝑤𝐿(𝑞) = .
CFT=r.K=30
𝐶𝑇 𝑞, 𝐾 = 5 = 𝐶𝑉𝑇 𝑞, 𝐾 = 5 + 𝐶𝐹𝑇 = + 30

(ii) K=10
𝐶𝑉𝑇 𝑞, 𝐾 = 10 = 𝑤𝐿(𝑞) = .
CFT=r.K=60
𝐶𝑇 𝑞, 𝐾 = 10 = 𝐶𝑉𝑇 𝑞, 𝐾 = 10 + 𝐶𝐹𝑇 = + 60

30
2.5.2 Funções custo médio e custo marginal de curto prazo
• Custo marginal de período curto (CmgPC(q,𝑲𝟎 )): € CTPC
aumento no custo total que resulta da produção de uma
unidade adicional do produto, dado K=Ko e mantendo CVT
constante os preços dos fatores e a tecnologia de
produção.
∆ ∆
𝐶𝑚𝑔 = =
∆ ∆
dCTPC (q, K 0 ) dCVT (q, K 0 )
Cmg PC (q, K 0 )  
dq dq

• Graficamente, o CmgPC corresponde ao declive da curva q0 q


do CVT num dado ponto. €

• Para q < q0 , = < 0, logo o CmgPC é


decrescente em q. CmgPC

• Para q > q0 , = > 0, logo o CmgPC é


crescente em q.

• Para q = q0 , = = 0, logo o CmgPC é


mínimo. O ponto de inflexão da curva do CVT (e do
q0 q
CTPC ), que ocorre quando q=q0, corresponde ao
mínimo do CmgPC .
31
2.5.2 Funções custo médio e custo marginal de curto prazo
• Custo variável médio €
CTPC

• . CVT

• Graficamente, o CVM é medido pelo declive do raio


A
que une a origem a um ponto da curva do CVT.

• Para q < q1 , o CVM decresce à medida que o volume q0 q1 q


de produção aumenta: < 0. €
• Para q > q1 , o CVM aumenta à medida que o volume
de produção aumenta: > 0. Cmg
PC

• Para q = q1 , o CVM é mínimo: = 0.


CVM
Para q = q1 , o raio que une a origem ao ponto A da
curva do CVT é tangente à curva nesse ponto. Logo A´
no ponto A, CVM= CmgPC.

q0 q1 q

32
2.5.2 Funções custo médio e custo marginal de curto prazo
• Custo fixo médio €

• .

• Graficamente, o CFM corresponde ao declive do CFT


raio que une a origem a um dado ponto da curva
do CFT.
q
• O CFM é decrescente com o volume de produção

porque os custos fixos diluem-se à medida que o
volume de produção aumenta.

CFM

33
2.5.2 Funções custo médio e custo marginal de curto prazo
• Custo médio de período curto €
CTPC = CVT + CFT

(q, = CVM + CFM B CVT

A
• Para q < q2 , o CmdPC decresce à medida que o
volume de produção aumenta: . CFT

• Para q > q2 , o CmdPC aumenta à medida que o


volume de produção aumenta: . q

• Para q = q2 , o CmdPC é mínimo:
• Note que para q = q2 , o raio que une a origem ao CFM
CmgPC
CmdPC
ponto B da curva do custo total é tangente à
curva nesse ponto. Logo no ponto B, CmdPC= B´ CVM
CmgPC. A´

CFM
q0 q1 q2 q

34
2.5.3 Relação entre as funções custo de curto prazo

q 0 q0 q1 q2

Ponto  a taxas
 a taxas  a taxas a taxas
CT de crescentes
decrescentes crescentes crescentes
inflexão
Ponto
 a taxas
de  a taxas  a taxas  a taxas
CVT 0 decrescentes
inflexão crescentes crescentes crescentes

CFT
   Min 
CVM   Min  
CFM    
 Min   

Cmdpc>Cmgpc Cmdpc>Cmgpc Cmdpc>Cmgpc Cmdpc= Cmdpc<Cmgpc


CVM=Cmgpc
CVM>Cmgpc CVM>Cmgpc CVM<Cmgpc Cmgpc CVM<Cmgpc

35
2.5.4 Relação entre produtividades média e marginal de L e os custos variável médio e
marginal de período curto
• CmgPC = dCTPC /dq = dCVT/dq=d(w.L)/dq = w. dL/dq= w.(1/PmgL)

• CVM = CVT(q)/q = (w.L)/q = w.(1/PmdL)

€ CmgPC
q1

CVM

q0

q0 q1 q

36
2.6 Relação entre as funções custo de período longo e de período curto
• Admita que K representa a dimensão/capacidade produtiva da empresa.

• Na dimensão K2:
o Se a empresa produzir q1 no curto prazo, a combinação ótima no curto prazo é A´ e não
A. Logo, CTPC (q1) > CTPL(q1).
o Se a empresa produzir q2, a combinação ótima no curto prazo é B, que é também a
combinação ótima em período logo. Logo, CTPC(q2) = CTPL(q2).
o Se a empresa produzir q3, a combinação ótima no curto prazo é C´ e não C. Então CTPC(q3)
K > CTPL(q3).

Nota: Cada curva de


Curva de expansão de período
expansão de curto dá origem a uma
PL
função custo total de
C curva de expansão período curto.
K3 de PC (K = K3)

A´ B C´ curva de expansão
K2 de PC (K = K2)
q3
CT1PC q2 CT3PC
curva de expansão
K1 de PC (K = K1)
A
q1 Figura 2.13 Combinações
CT1PL CT2PC=CP2PL CT3PL ótimas no curto e longo
prazo
L
37
2.6 Relação entre as funções custo de período longo e de período curto
• Vamos supor que as curvas de CT de período longo e de período curto têm a seguinte
configuração e a empresa está a utilizar K2 no curto prazo.
o Se a empresa produzir q ≠ q2,
então CTPC(q, K2) > CTPL(q).
o Se a empresa produzir q=q2, então
€ CTPC (q2, K2) = CTPL (q2). Note que
CTPL B’, ponto de tangência entre as
CTPC(q,K2)
duas curvas de custos,
corresponde à combinação ótima
B na figura 2.13 do slide 34. q2

designa-se por volume de
produção típico.
o Volume de produção típico é o
volume de produção para o qual o
custo total em período curto é
q1 q2 q3 igual ao custo total em período
q
longo; i.e, CTPC = CTPL.
o No volume de produção típico
verifica-se também as seguintes
igualdades: CmdPC = CmdPL e
CmgPC = CmgPL.

38
2.6 Relação entre as funções custo de período longo e de período curto

o Os pontos de tangência entre as


CTPL
curvas de custos A’, B’ e C’
€ CT(q, K3) correspondem, respetivamente às
combinações A, B e C na figura
CT(q, K1) 2.13 do slide 34.
CT(q, K2)
C’
B’ o A curva do CT de longo prazo é
uma curva envolvente de todas as
curvas de custo total de período
A’ curto ou da família de curvas de
custo total de período curto.

q1 q2 q3 o Para cada K, existe um volume de


q
produção típico (VPT): VPT(K1)=q1;
Figura 2.14 Curva do custo total de longo prazo e VPT(K2)=q2 e VPT(K3)=q3.
curvas do custo total de período curto

39
2.6 Relação entre as funções custo de período longo e de período curto

(i) q2 (Escala de produção eficiente e VPT (K2) )  K = K2 é a dimensão ótima para produzir q2
o Se q = q2: CTPC = CTPL, CmdPC = CmdPL = CmgPC = CmgPL
o Min CmdPC(q2,K2) = Min CmdPL(q2)
o Se q  q2: CTPC > CTPL, CmdPC > CmdPL. Se q<q2, CmgPC<CmgPL; se q>q2, CmgPC>CmgPL.

CmgLP

CmdCP(K2) CmdLP
CmgPC (K2)

q2 q
40
2.6 Relação entre as funções custo de período longo e de período curto
(ii) q1 (Economias de escala)  K = K1 é a dimensão ótima para produzir q1.
o VPT (K1) = q1.
o Se q = q1: CTPC = CTPL, CmdPC = CmdPL > CmgPC = CmgPL
o VPT (K1) = q1 < q’ , sendo CmdPC(q1, K1) > min CmdPC=CmdPC(q´, K1)
o Se q  q1: CTPC > CTPL, CmdPC > CmdPL. Se q< q1, CmgPC < CmgPL; se q > q1, CmgPC > CmgPL.

CmdCP(K1) CmgLP
CmgPC (K1)
CmdCP(K2)
CmdPL
CTM
CmgPC (K2)

q1 q' q2 q
41
2.6 Relação entre as funções custo de período longo e de período curto
(iii) q3 (Deseconomias de escala)  K = K3 é a dimensão ótima para produzir q3.
o VPT (K3) = q3.
o Se q = q3: CTPC = CTPL, CmdPC = CmdPL < CmgPC = CmgPL
o VPT (K3) = q3 > q’’, sendo CmdPC(q3, K3) > min CmdPC=CmdPC(q´´, K3).
o Se q  q3: CTPC > CTPL, CmdPC > CmdPL. Se q < q3, CmgPC < CmgPL; se q > q3, CmgPC > CmgPL.

CmdCP(K1) CmgLP
CmgPC (K1) CmdCP(K3)
CmdCP(K2)
a CmdLP
b
c CmgPC (K2)

0
CmgPC (K3)

42
q1 q' q2 q'' q3 q
2.6 Relação entre as funções custo de período longo e de período curto

A curva do custo médio de período longo é tangente a todas as curvas de custo


médio de período curto, sendo por isso denominada curva envolvente da
família de curvas de custo médio de período curto.

Família de curvas de CmdCP



CmdCP

CmgLP

CmdLP

43

Você também pode gostar