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Direito à Convivência Familiar e Comunitária

O Direito à Convivência Familiar e Comunitária é um dos direitos


fundamentais presente no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em seu
capítulo III. Na primeira seção, em especial no Arti.19 estabelece-se que tanto
a criança como o adolescente, em totalidade, devem receber boas condições
de educação e criação em sua família, tendo acesso a esse convívio e troca de
ensinos. O mesmo vale para os casos de família substituta, tendo a Justiça
decidido pelos relatórios dos profissionais por não reintegração familiar.
No que se refere à inserção em famílias substitutas, de acordo com o
Art. 28 esta colocação tem de ser feita sob guarda, tutela ou adoção. Sendo de
extrema importância o consentimento de indivíduos maiores de 12 anos trazido
em audiência. Com o máximo de respeito possível, com a presença sempre de
equipes interprofissionais que levem em conta a idade, estágio de
desenvolvimento, a opinião do inserido e a sua compreensão sobre as
consequências, impactos dessa tomada de decisão.
Em casos de crianças ou adolescentes de comunidades indígenas ou
quilombolas é necessária uma obrigatoriedade ainda mais severa. De acordo
com o § 6, ainda no Art. 28, é necessário a consideração e respeito da
diversidade individual, social e cultural, seus hábitos, costumes, regras, de
forma que compatibilizem com a Lei sempre. E que conte com a presença de
profissionais especializados em estudos, que tenham de fato conhecimento
sobre estas culturas para poder trazer um melhor acompanhamento e
adequamento do caso.
De acordo com o Art. 22 do ECA, os pais possuem dever de garantir
sustento, guarda e educação de crianças menores, além de precisarem ter os
dois, tanto a figura do pai quanto da mãe participação efetiva na vida deste
indivíduo com o direito de transmitir seus valores culturais para os filhos. No
entanto, o artigo seguinte à esse esclarece que para que a criança ou
adolescente seja retirada de sua família é necessário mais do a falta de certos
recursos e o mesmo vale para casos em que algum dos responsáveis da
Família Natural é condenado por algum crime que não esteja relacionado
diretamente filho ou filha.
No que se refere à Guarda, o Art. 33 ao receber esta, a criança ou
adolescente deve receber obrigatoriamente apoio material, social, educacional,
moral. E com direito de oposição aos próprios pais. Ademais, segundo o Art. 34
que possuí forte relação também com o Direito Da Proteção Judicial dos
Interesses Individuais, Difusos e Coletivos, é obrigação do poder público
garantir todo suporte de acolhimento, apoio financeiro, incentivos fiscais do
indivíduo jovem afastado de sua família, a adequando de acordo com sua
situação específica à melhor instituição, mais compatível com o caso. Sempre
respeitando a posição da criança de dependente dessas entidades.
A Tutela é abordada na Subseção III, no Art. 36 traz-se que ela é
concedida pela lei para o indivíduo com até 18 anos incompletos, e com isso
retira-se o poder da família sobre este jovem e implica-se também o direito à
guarda. No parágrafo único referente ao Art. 37 ao ser requisitada a tutela,
retoma-se os Art. 28 e 29, em que esta medida apenas se efetiva na medida
em que há uma melhor condição de acolhimento, que é vantajosa e adequada
ao indivíduo, com um contexto familiar novo apropriado.
Um último e importante direito tratado neste Título é o da Adoção. De
acordo com o Art. 39 ela é irrevogável, decisiva e deve ser realizada de fato
quando não existem mais condições e recursos para um bom desenvolvimento
e manutenção desta criança ou adolescente pelos atuais responsáveis.
Além disso, o adotando deve ter pelo menos obrigatoriamente, segundo
o Art. 40, 18 anos quando realizar o pedido de adoção, exceção se o indivíduo
se encontrar em um cenário já de tutela ou guarda do mesmo responsável que
quer efetivar a família. O que se complementa com o Art. 41 e 42 em que se
mostra que ao fazer este processo o adotado assume as mesmas condições,
direitos e deveres de qualquer filho, há um desligamento de ligações familiares
anteriores. O que não significa que, uma criança adotada muito pequena não
possa no futuro (18 anos completos) conhecer suas origens, ter acesso ao
conhecimento sobre sua família de sangue, como é trazido no Art. 48 do
Estatuto.

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