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Revisão Turbo | 36º Exame de Ordem

Direito da Criança e do Adolescente

Prof.ª Franciele Kühl

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Revisão Turbo | 35º Exame de Ordem
Direito da Criança e do Adolescente

Queridos alunos,

Cada material da Revisão Turbo foi preparado com


muito carinho para que você possa absorver, de forma
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Equipe Ceisc ♥

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Direito da Criança e do Adolescente

1. Direito Fundamental à Vida e a Saúde

Artigo 14 do ECA. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência


médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a
população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
§ 1o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades
sanitárias.

As políticas públicas devem ser pensadas desde a gestação até o desenvolvimento da


criança e do adolescente.
* Para todos verem: esquema

Criança Adolescente

• 0 a 12 anos • 12 a 18 anos
incompletos

Art. 10º, I do ECA. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de


gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo
prazo de dezoito anos.

As mães têm o direito receber assistência psicologia, no período pré e pós-natal,


principalmente àquela que deseja entregar o filho à adoção e àquelas que se encontram em
privação de liberdade. Mães em situação de privação de liberdade terão garantido condições
adequadas para o aleitamento.
Médico, enfermeiro, dirigente de estabelecimento de saúde ou funcionário de programa
oficial ou comunitário que deixar de comunicar o JIJ (Justiça da Infância e Juventude) acerca da
vontade da mãe em entregar seu filho para a adoção responderá por sançãoadministrativa (art.
258-B, do ECA).

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Direito da Criança e do Adolescente

2. Sobre o Trabalho

• Art. 60 do ECA e art. 7º, XXXIII, da CF.


* Para todos verem: esquema

Idade mínima para trabalho

• 16 anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos de


idade.

* Para todos verem: quadro comparativo

IDADE TRABALHO
Constitucionalmente não é permitido (art. 7º,
Menores de 14 anos
inciso XXXIII, da CF).
Contrato de aprendizagem (art. 60 a 67, do
Entre 14 e 24 anos de idade
ECA; art. 403 e 428, da CLT)
Proibido trabalho:
a) Noturno (22h às 5h);
b) Perigoso;
c) Insalubre;
Adolescente entre 16 até 18 anos d) Penoso;
e) Prejudicial à formação ou desenvolvimento
físico, psíquico, moral e social;
f) Realizado em horário e locais que não
permitam a frequência escolar.

• A idade máxima do jovem aprendiz não se aplica à pessoa com deficiência (art. 428,
§5º, da CLT).
• Essas regras aplicam-se aos adolescentes aprendizes também.

2.1 Trabalho Artístico


A participação de criança ou adolescente em espetáculo público ou trabalho artístico
precisa de autorização judicial por meio de alvará, conforme artigo 149, do ECA.

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3. Liberdade e Respeito à Dignidade

Trata-se do direito das crianças e adolescentes em serem educadas sem nenhum tipo
de castigo físico ou tratamento cruel ou degradante (art. 18-A).
* Para todos verem: esquema

Tratamento cruel
Castigo físico
ou degradante

Sofriment
Ridicularizar
físico

Lesão Humilhar

Ameaçar
gravemente

Conforme o artigo 18-B, do ECA, cabe ao Conselho Tutelar aplicar as seguintes medidas
quando estiver diante de uma situaçaõ de castigo físico ou tratamento cruel ou degradante:

I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;


II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;
V – advertência;
VI - garantia de tratamento de saúde especializado à vítima.

Atenção: Se um médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à


saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, deixar de comunicar à autoridade
competente quando tiver conhecimento ou suspeita de maus-tratos contra criança ou
adolescente será responsabilizado com multa (art. 245).

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4. Direito à Educação

Art. 53, do ECA. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para
o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares
superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no
mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da
educação básica.

Atenção: para irmãos no mesmo ciclo ou etapa escolar, é garantida a vaga na mesma
escola.

5. Direito ao Convívio Familiar

5.1 Poder Familiar


Dever de sustento, guarda e educação dos filhos.
É direito da criança e do adolescente permanecer no seio familiar, excepcionalmente
ocorrerá a suspensão ou destituição do poder familiar. O poder familiar só é extinto ou suspenso
por decisão judicial.
A falta de recursos financeiros, por si só, não é motivo para colocar a criança em
acolhimento institucional ou familiar.
Condenação criminal também não importará na destituição do poder familiar, salvo em
caso de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente titular
do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente.

5.2 Acolhimento Institucional


O acolhimento institucional é medida excepcional e aplicada a partir de decisão judicial,
salvo em caráter de urgência, no caso de uma criança ou adolescente encontrado em situação
de violação de direitos e não houver outra medida cabível no momento senão o encaminhamento
à instituição de acolhimento, todavia o Juiz da Infância e Juventude deveráser comunicado pela
entidade no prazo máximo de 24 horas sobre este acolhimento, sob pena de responsabilidade.

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• Prazo máximo de 18 meses, sendo reavaliado o acolhimento a cada 3 meses.


• Pode ser prorrogado por decisão judicial fundamentada.

5.3 Apadrinhamento
Adolescente que se encontre em acolhimento institucional ou familiar poderá participar de
programa de apadrinhamento, que consiste em um vínculo externo, temporário, com pessoa
física e jurídica, que não tem a pretensão de adotar, mas contribuir para o crescimento do infante.

5.4 Espécies de Família


* Para todos verem: esquema

Família natural

Família
Guarda
extensa/ampliada

Família substituta Tutela

Nacional

Adoção

Internacional

Atenção: A jurisprudência reconhece como família ampliada aqueles que não sejam
parentes,mas possuam vínculo de afetividade e afinidade.

5.5 Família Substituta


A colocação em família substituta ocorre em três modalidades: através da guarda, tutela
ou da adoção, todas elas estão condicionadas a decisão judicial, sendo, em todos os casos,
analisado se a família substituta possui compatibilidade com a natureza da medida e se oferece
ambiente familiar adequado, segundo os artigos 28 e 29, do ECA.
• Para a colocação em família substituta o Adolescente (12 anos) deve consentir.

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• Irmãos só serão separados por decisão judicial fundamentada.


• Indígena ou de comunidade remanescente de quilombo deve permanecer na sua
comunidade, salvo impossibilidade.
O estatuto procura ainda considerar a diversidade cultural, em se tratando de criança ou
adolescente indígena ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, respei-tando a
identidade social e cultural, costumes e tradições, prevalecendo a colocação familiar
prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia. No caso de
crianças indígenas estas deverão ter a intervenção e oitiva de representantes do órgão fe-deral
responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de
antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso
(Art. 28, §6º):

§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade


remanescente de quilombo, é ainda obrigatório:
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus cos-
tumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com
os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal;
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a
membros da mesma etnia;
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política
indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a
equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.

É obrigatória a intervenção da FUNAI em ação de destituição de poder familiar que en-


volva criança cujos pais possuem origem indígena, conforme entendimento do Superior Tribunal
de Justiça, no informativo 679/2020.
Observações:
Quem não pode adotar? Os ascendentes e os irmãos do adotando (Art. 42, §1º), o tutor
ou curador, enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance (art. 44).
Contudo, o Superior Tribunal de Justiça já admitiu, excepcionalmente, a adoção de
neto por avós, tendo em vista as seguintes particularidades do caso analisado: os avós haviam
adotado a mãe biológica de seu neto aos oito anos de idade, a qual já estava grávida do adotado
em razão de abuso sexual; os avós já exerciam, com exclusividade, as funções de pai e mãe do
neto desde o seu nascimento; havia filiação socioafetiva entre neto e avós; o adotado, mesmo
sabendo de sua origem biológica, reconhece os adotantes como pais e trata a sua mãe biológica
como irmã mais velha; tanto adotado quanto sua mãe biológica concordaram expressamente
com a adoção; não há perigo de confusão mental e emocional a ser gerada no adotando; e não
havia predominância de interesse econômico na pretensão de adoção. (REsp 1.448.969-SC, Rel.

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Min. Moura Ribeiro, julgado em 21/10/2014).


Atenção para a jurisprudência:

STJ – Info 701/21: A regra que estabelece a diferença mínima de 16 (dezesseis) anos de
idade entre adotante e adotando (art. 42, § 3º do ECA) pode, dada as peculiaridades do
caso concreto, ser relativizada no interesse do adotando.

STJ – Info 678/20: É possível a mitigação da norma geral impeditiva contida no § 1º do


artigo 42 do ECA, de modo a se autorizar a adoção avoenga em situações excepcionais.

O que precisa para adoção conjunta? Para adoção conjunta, é indispensável que os
adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade
da família (Art. 42, §2º).
Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar
conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas, desde que o
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja
comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da
guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão (Art. 42, §4º).
E se o adotante falecer no curso do processo de adoção? A adoção poderá ser
deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do
procedimento, antes de prolatada a sentença (Art. 42, §6º). É a chamada adoção póstuma.
Casais homoafetivos podem adotar? Sim, a jurisprudência admite a possibilidade de
ação de adoção (REsp 1.540.814-PR).
A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando (art.
45), isto é, ela não poderá ser forçada, esse consentimento só será dispensado se os pais forem
desconhecimento ou se ocorreu a destituição do poder familiar.
Observação: será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em adotar
criança ou adolescente com deficiência, com doença crônica ou com necessidades específicas
de saúde.
É considerada adoção internacional aquela em que os pretendentes possuem
residência no exterior, se for país-parte da Convenção de Haia terão o procedimento de adoção
simplificado. Adoção será sempre preferencialmente nacional, sendo que brasileiros
residentes no exterior possuem preferência aos estrangeiros, somente não havendo brasileiros
aptos para adotar a criança ou adolescente é que ela será colocada na adoção internacional.
A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei,
os países devem ser ratificantes da Convenção de Haia, com as seguintes adaptações: a

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habilitação deve ocorrer Autoridade Central em matéria de adoção do país onde reside, a
qual deverá emitir relatório sobre aptidão e enviará para a Autoridade Central Estadual, com
cópia para Autoridade Central Federal Brasileira, a Autoridade Central Estadual poderá exigir
complementações, caso não seja necessário, ou as complementações já tenham sido realizadas,
a autoridade central estadual emitirá uma laudo válido por um ano, podendo ser renovado.
De posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a formalizar pedido
de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou
adolescente (art. 52). Todo esse processo poderá ser intermediado por organismos
credenciados, cadastrados pelo Departamento de Polícia Federal e aprovados pela Autoridade
Central Federal Brasileira, neste ponto recomenda-se a leitura dos §§3º ao 7º, do artigo 52, do
estatuto.
Após o trânsito em julgado da decisão que concede a adoção é expedido o alvará de
autorização de viagem do adotando, só então a família tem permissão para sair do Brasil com a
criança ou adolescente brasileiro adotado.

6. Prevenção

É proibida a venda às crianças e adolescentes, de armas, munições, explosivos,


bebidas alcoólicas, produtos que possam causar dependência física ou psíquica, fogos de
estampido e de artifício (exceto de reduzido potencial ofensivo), revistas e publicações
inadequadas, bilhetes lotéricos e equivalente, segundo o artigo 81, do ECA.
Quanto a hospedagem de crianças e adolescentes em hotéis, motéis, pensões e
estabelecimentos congêneres (art. 82) fica proibida, salvo se expressamente autorizado ou
acompanhado de pais ou responsáveis. A infração a essa regra (de hospedagem) importa em
sanção administrativa, conforme o artigo 250, do ECA, com pena de multa, no caso de
reincidência, além da multa o estabelecimento poderá ser fechado até 15 dias, e se comprovada
a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente
fechado e terá sua licença cassada. E descumprir a proibição estabelecida no inciso II (proibição
de venda de bebidas alcoólicas) incorre em infração administrativa (o estabelecimento), com
pena de multa e interdição do estabelecimento até o recolhimento da multa (art. 258-C).
A regra geral de viagem é que nenhuma criança ou adolescente até 16 anos de idade
pode viajar para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou responsáveis sem
expressa autorização judicial, essa é a regra, mas ela comporta exceções. Resumindo os artigos

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83, 84 e 85:

* Para todos verem: esquema

Viagem de criança e adolescente em comarca contígua, se na


mesma unidade de Federação ou mesma região metropolitana:
•Pode viajar sozinho, sem autorização.

Viagem de adolescente de 16 e 17 anos em território nacional:

•Pode viajar sozinho, sem autorização.

Criança e adolescente até 16 anos de idade no âmbito nacional que


sai da comarca, da unidade de Federação ou mesma região
metropolina:
•Pode viajar sozinho desacompanhado com autorização judicial;
•Acompanhado dos pais ou responsáveis;
•Acompanhado de ascendente ou colateral maior, até terceiro grau, comprovado
documentalmente o parentesco;
•De pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável;
•Sozinho, expressamente autorizado por qualquer dos genitores ou responsáveis legal,
por meio de escritura pública ou de documento particular com firma reconhecida
(incluindo o passaporte) (Resolução n. 295/2019 do CNJ).

Acompanhado de ambos os pais ou responsáveis:

•Se na companhia de um dos pais, o outro deve autorizar expressamente em documento


com firma reconhecida;
•Se na companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior, com autorização
judicial.
•Se desacompanhada ou em companhia de terceiro maiores e capaz, desde que com
autorizaçaõ dos pais, documento com firma reconhecida (Resolução 131/2011 do CNJ).
•A autorização com firma reconhecida é dispensada se os pais estiverem juntos no
momento do embarque (Art. 3º, da Lei 13.726/2018).

Nenhuma criança ou adolescente brasileira poderá sair do Brasil, acompanhada de


estrangeiro residente no exterior, sem prévia autorização judicial, salvo se o estrangeiro é seu
genitor ou se a criança ou adolescente não tiver nacionalidade brasileira.
Quando solicitado, a autoridade judiciária poderá conceder autorização com validade de
dois anos para viagem, como, por exemplo, nos casos de conflito de interesse dos pais, pai ou
mãe desconhecido ou sem contato.
Nestes casos, dos artigos 83, 84 e 85, se uma empresa de ônibus ou avião, por exemplo,
transportar uma criança acompanhada de ascendente, mas sem a documentação que comprova
o parentesco, incorrerá em ilícito administrativo previsto no artigo 251, do ECA, aplicando-se
multa.

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7. Medidas de Proteção e Medidas Socioeducativas

* Para todos verem: quadro

Medidas Crianças e adolescentes


de
proteção Autoridade judiciária ou conselho tutelar

Não somente em razão de ato praticado pela criança, mas pela família, sociedade e Estado

Ação ou omissão

Acolhimento institucional somente será pelo Poder Judiciário, respeitado o contraditório e a ampla
defesa

Medidas Adolescentes
socioeducativas
Via de regra, somente aplicada autoridade judiciária

Pode ser aplicada pelo MP se for em meio aberto, sem que haja processo judiciário

Não há aplicação das disposições do Código penal, pois adolescentes são inimputáveis

Adolescente comete ato infracional, não crime.

As medidas podem ser aplicadas separadas ou cumulativamente. Possuem caráter


pedagógico, não punitivo.
* Para todos verem: esquema

Resposta ao Estado a ato


infracional praticado por
adolescente análogo a crime
ou contravenção penal.

Medidas socieducativas

Serão analisados os
antecedentes e os motivos
que levaram ao ato
infracional.

e os motivos quelevaram ao ato infracional.

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* Para todos verem: quadro comparativo

Medida Tempo Observação


socioeducativa
Advertência
Obrigação de
reparar o dano
Prestação de Máximo de 6 Pode ser cumprida
Meio aberto serviço à meses nos feriados e
comunidade Até 8h semanais finais de semana
Atividade externa
Liberdade Mínimo de 6 obrigatória:
assistida meses escolarização e
profissionalização
Semiliberdade Máximo 3 anos
Medida inicial: Com 21 anos
máximo de 3 ocorre a liberdade
anos
Restritiva de compulsória
liberdade Internação Por Pode realizar
descumprimento atividades
de outras externas
medidas: máximo
3 meses

Atenção para a jurisprudência:

STJ – Info 732/22: Na execução de medida socioeducativa, o período de tratamento


médico deve ser contabilizado no prazo de 3 anos para a duração máxima da medida de
internação, nos termos do art. 121, § 3º, do ECA.

Para a aplicação de medidas socioeducativas aos adolescentes deve ser levada em conta:
capacidade de cumprimento, circunstâncias do fato e gravidade da infração. Conforme o
entendimento do Superior Tribunal de Justiça, é possível a incidência do princípio da
insignificância nos procedimentos que apuram a prática de ato infracional (Jurisprudência em
tese, edição n. 54).
O trabalho forçado não pode ser admitido e os adolescentes com doença ou deficiência
mental devem receber tratamento individual e especializado em local adequado às suas
condições e capacidades (art. 112, §3º).
Algumas súmulas importantes:
• Súmula 338, do STJ: A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.
• Súmula 265, do STJ: É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a

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regressão da medida socioeducativa.


• Súmula 342, do STJ: No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é
nula a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente.
• Súmula 492, do STJ: O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não
conduz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do
adolescente.
• Súmula 605, do STJ: A superveniência da maioridade penal não interfere na
apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso,
inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.

* Para todos verem: esquema

Apresentado O adolescente
Ouvirá imediata e
adolescente ao
Apuração de ato infracional

informalmente Se possível também ouvirá os


Ministério Público:
pais ou responsáveis.
Arquivar os Juiz deverá
autos homologar
Sendo o fato grave, passível de
Conceder Juiz deverá aplicação de medida de
remissão homologar internação ou colocação em
regime de semiliberdade,
designará, desde logo,
audiência em continuação.
Ministério Juiz designará audiência de
Público poderá: apresentação do
adoelscente

Representar à Art. 188. A remissão, como


autoridade para forma de extinção ou
aplicação de Se a autoridade judiciária suspensão do processo, poderá
medida socio- entender adequada a ser aplicada em qualquer fase
educativa remissão, ouvirá o do procedimento, antes da
representante do MP, sentença.
proferindo decisão.

8. Dos crimes praticados contra crianças e adolescentes

Os crimes contra crianças e adolescentes estão previstos nos artigos 228 a 244 do ECA,
sem prejuízo do Código Penal. Todos os crimes praticados contra crianças e adolescentes são
de ação pública incondicionada (isto é, não há necessidade de representação pela vítima),

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tanto os crimes por ação, quanto por omissão. Aplica-se aos crimes definidos pela ECA as
normas da Parte Geral do Código Penal, quanto ao processo, as normas do Código de Processo
Penal.
Observação: com a promulgação da Lei 14.344/2022, conforme o artigo 226, §§1º e §2º,
aos crimes cometidos contra crianças e adolescentes, independente da pena prevista, não pode
ser aplicada a Lei 9.099/1995. E, nos casos de violência doméstica e familiar contra criança e
adolescente, é vedada a aplicação de penas de cesta básica ou de outras de prestação
pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.
É importante a leitura dos artigos 228 até 244-B, pois tratam sobre os crimes praticados
contra crianças e adolescente, tipificados no próprio Estatuto. Além da leitura dos artigos 245
ao 258-C, que trazem as infrações administrativas violadoras de direitos das crianças e
adolescentes.

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Caderno de Questões – Direito da Criança e do Adolescente
Franciele Kühl

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1) FGV – 2020 - OAB - XXXI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


O adolescente João, com 16 anos completos, foi apreendido em flagrante quando praticava ato infracional
análogoao crime de furto. Devidamente conduzido o processo, de forma hígida, ele foi sentenciado ao
cumprimento de medida socioeducativa de 1 ano, em regime de semiliberdade.
Sobre as medidas socioeducativas aplicadas a João, assinale a afirmativa correta.

a) A medida de liberdade assistida será fixada pelo prazo máximo de 6 meses, sendo que, ao final de
tal período, caso João não se revele suficientemente ressocializado, a medida será convolada em
internação.
b) A medida aplicada foi equivocada, pois deveria ter sido, necessariamente, determinada a internação
de João.
c) No regime de semiliberdade, João poderia sair da instituição para ocupações rotineiras de trabalho
e estudo,sem necessidade de autorização judicial.
d) A medida aplicada foi equivocada, pois não poderia, pelo fato análogo ao furto, ter a si aplicada
medida diversada liberdade assistida.

2) FGV – 2019 - OAB - XXVIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Carla, de 11 anos de idade, com os pais destituídos do poder familiar, cresce em entidade de acolhimento
institucional faz dois anos, sem nenhum interessado em sua adoção habilitado nos cadastros nacional ou
internacional. Sensibilizado com a situação da criança, um advogado, que já possui três filhos, sendo um
adotado, deseja acompanhar o desenvolvimento de Carla, auxiliando-a nos estudos e, a fim de criar vínculos
com sua família,levando-a para casa nos feriados e férias escolares.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, de que forma o advogado conseguirá obter a
convivência temporária externa de Carla com sua família?

a) Acolhimento familiar.
b) Guarda estatutária.
c) Tutela.
d) Apadrinhamento.

3) FGV – 2018 - OAB - XXVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Maria, em uma maternidade na cidade de São Paulo, manifesta o desejo de entregar Juliana, sua filha
recém- nascida, para adoção. Assim, Maria, encaminhada para a Vara da Infância e da Juventude, após
ser atendida por uma assistente social e por uma psicóloga, é ouvida em audiência, com a assistência do
defensor público e na presença do Ministério Público, afirmando desconhecer o pai da criança e não ter
contato com sua família, que vive no interior do Ceará, há cinco anos. Assim, após Maria manifestar o desejo
formal de entregar a filha para adoção, o Juiz decreta a extinção do poder familiar, determinando que Juliana
vá para a guarda provisória de família habilitada para adoção no cadastro nacional. Passados oito dias do
ato, Maria procura um advogado, arrependida, afirmando que gostaria de criar a filha.
De acordo com o ECA, Maria poderá reaver a filha?

a) Sim, uma vez que a mãe poderá se retratar até a data da publicação da sentença de adoção.
b) Sim, pois ela poderá se arrepender até 10 dias após a data de prolação da sentença de extinção
do poder familiar.
c) Não, considerando a extinção do poder familiar por sentença.
d) Não, já que Maria somente poderia se retratar até a data da audiência, quando concordou com a
adoção.

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4) FGV – 2018 - OAB - XXVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Em cumprimento de mandado de busca e apreensão do Juízo Criminal, policiais encontraram fotografias
de adolescentes vestidas, em posições sexuais, com foco nos órgãos genitais, armazenadas no computador
de um artista inglês. O advogado do artista, em sua defesa, alega a ausência de cena pornográfica, uma
vez que as adolescentes não estavam nuas, e que a finalidade do armazenamento seria para comunicar às
autoridades competentes.
Considerando o crime de posse de material pornográfico, previsto no Art. 241-B do ECA, merecem prosperar
os argumentos da defesa?

a) Sim, pois, para caracterização da pornografia, as adolescentes teriam que estar nuas.
b) Não, uma vez que bastava afirmar que as fotos são de adolescentes, e não de crianças.
c) Sim, uma vez que a finalidade do artista era apenas a de comunicar o fato às autoridades
competentes.
d) Não, pois a finalidade pornográfica restou demonstrada, e o artista não faz jus a excludente de
tipicidade.

5) FGV – 2016 - OAB - XX Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Dona Maria cuida do neto Paulinho, desde o nascimento, em razão do falecimento de sua filha, mãe do
menino, logo após o parto. João, pai de Paulinho, apenas registrou a criança e desapareceu, sem nunca
prestar ao filho qualquer tipo de assistência. Paulinho está tão adaptado ao convívio com a avó materna,
que a chama de mãe.
Passados dez anos, João faz contato com Maria e diz que gostaria de levar o filho para morar com ele.
Maria, desesperada, procura um advogado para obter orientações sobre o que fazer, já que João é foragido
da Justiça, com condenação por crime de estupro de vulnerável, além de nunca ter procurado o filho
Paulinho, que não o reconhece como pai.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a opção que indica a ação mais indicada
para regularizar de forma definitiva o direito à convivência familiar da avó com o neto.

a) Ação de Destituição do Poder Familiar cumulada com Adoção.


b) Ação de Destituição do Poder Familiar cumulada com Tutela.
c) Ação de Destituição do Poder Familiar cumulada com Guarda.
d) D) Ação de Suspensão do Poder Familiar cumulada com Guarda.

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Gabaritos das questões:

1-C 2-D 3-B 4-D 5-B

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Caderno de Questões – Direito da Criança e do Adolescente
Franciele Kühl

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