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SUMÁRIO

01. Direito fundamental à vida, à saúde, à liberdade, ao respeito e à dignidade, à


educação, cultura, ao esporte e ao lazer .................................................................................................................. 2

02. Direito fundamental à profissionalização e à proteção ao trabalho e prevenção


especial .............................................................................................................................................................................................. 7

03. Direito fundamental à convivência familiar e comunitária ........................................................ 11

04. Medidas de proteção e medidas socioeducativas........................................................................... 14

05. Crimes e violação de direito praticados contra crianças e adolescentes .......................19

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso
intensivo para a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as
respectivas aulas. Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas
acompanhado da legislação pertinente.
Bons estudos, Equipe CEISC.

Atualizado em novembro de 2020.

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ROTEIRO DE ESTUDOS – 1ª FASE OAB INTENSIVO
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Prof.ª Franciele Kühl

01. Direito fundamental à vida, à saúde, à liberdade, ao respeito e à


dignidade, à educação, cultura, ao esporte e ao lazer
Prof. Prof. Franciele Kühl

@prof.frankuhl

Direitos Fundamentais

Art. 227, da Constituição Federal. É dever da família, da sociedade e do Estado


assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida,
à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.

→ Três princípios basilares do Direito da Criança e do Adolescente


*Para todos verem: Esquema

Responsabilidade compartilhada

Absoluta prioridade

Proteção especial

 Formam a teoria da proteção integral: instrumentalização interpretativa do


direito da criança e do adolescente.

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→ Responsabilidade compartilhada:
* Para todos verem: Esquema

Família

Estado Sociedade

Art. 7º, do ECA. A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde,
mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o
desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.

→ As políticas públicas deverão ser pensadas desde a gestação até o


desenvolvimento da criança e do adolescente.
* Para todos verem: Esquema

Criança Adolescente

• 0 a 12 anos incompletos • 12 a 18 anos

Art. 8, do ECA. É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas


de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada,
atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal,
perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.

As mães têm o direito receber assistência psicologia, no período pré e pós-natal,


principalmente àquela que deseja entregar o filho à adoção e àquelas que se encontram
em privação de liberdade.

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Mães em situação de privação de liberdade terão garantido condições adequadas para
o aleitamento.

→ Médico, enfermeiro, dirigente de estabelecimento de saúde ou funcionário de


programa oficial ou comunitário que deixar de comunicar o JIJ (Justiça da Infância
e Juventude) acerca da vontade da mãe em entregar seu filho para a adoção
responderá por sanção administrativa.
Art. 258-B, do ECA. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de
atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à autoridade
judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada em
entregar seu filho para adoção:
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).

→ Crianças com deficiência


Art. 11, do ECA. § 1º A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem
discriminação ou segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de
habilitação e reabilitação.
§ 2 o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem,
medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento,
habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de
cuidado voltadas às suas necessidades específicas

→ Liberdade e respeito à dignidade


Trata-se do direito das crianças e adolescentes em serem educadas sem nenhum tipo
de castigo físico ou tratamento cruel ou degradante.
* Para todos verem: Esquema

Castigo físico Tratamento cruel ou degradante

• Sofrimento físico • Ridicularizar


• Lesão • Humilhar
• Ameaçar gravemente

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* Para todos verem: Esquema

Sanções I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção


à família;
que II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
podem ser
aplicadas III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

pelo IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;


conselho
tutelar V - advertência

→ Educação, cultura, esporte e lazer


* Para todos verem: Esquema

Níveis mais
elevados de
Ensino Atendimento
Ensino Atendimento Creche e pré- ensino, da
Ensino médio regular no ensino
fundamental especializado escola pesquisa e da noturno fundamental
criação
artística

Material
didático
Pessoa com -escolar
Obrigatório Obrigatório
deficiência
Transport
e
0a5 Segundo a Adolescent
anos de capacidade e
idade de cada um trabalhador
Alimenta
ção
Rede
Gratuito Gratuito regular de
ensino Assistên
cia à
saúde

→ É direito dos pais contestarem o sistema avaliativo.

Art. 53, Parágrafo único, do ECA. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do
processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.

→ Os pais têm o dever em manter filhos matriculados.


Art. 55, do ECA. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou
pupilos na rede regular de ensino.

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→ Obrigação dos educadores e dirigentes
Art. 56, do ECA. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental
comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
III - elevados níveis de repetência.

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02. Direito fundamental à profissionalização e à proteção ao trabalho e
prevenção especial
Prof. Prof. Franciele Kühl

@prof.frankuhl

Direito fundamental à profissionalização


→ É proibido qualquer espécie de trabalho antes dos 14 anos de idade.
* Para todos verem: Esquema

IDADE POSSIBILIDADE DE TRABALHO


Criança e adolescente até 14 anos Proibida qualquer forma de trabalho,
incompletos inclusive como aprendiz.
Adolescente e jovem entre 14 e 24 Permitido o trabalho na condição de
anos aprendiz
Permitido o trabalho executado fora do
contrato de aprendizagem, todavia, não
poderá ocorrer:
→ Em condições perigosas
→ Em condições insalubres
Adolescente entre 16 e 18 anos → Em horário noturno (22h às 05h)
incompletos → Realizado em locais prejudiciais à
sua formação e ao seu
desenvolvimento físico, psíquico,
moral e social
→ Realizado em horários e locais que
não permitam frequência à escola

Art. 7º, da Constituição Federal. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
de quatorze anos;

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→ Trabalho artístico
Antes dos 14 é possível com autorização do Poder Judiciário a ser buscada no Juizado da
Infância e Juventude.

→ Princípios da formação técnico-profissional


* Para todos verem: Esquema
Art. 63 do ECA

Garantia de acesso e freqüência obrigatória ao


ensino regular;

Atividade compatível com o desenvolvimento


do adolescente;

Horário especial para o exercício das


atividades.

Prevenção especial
* Para todos verem: Esquema

Espetáculos

Faixa etária

Venda de produtos

Regras para viagem

Regras para hospedagem

→ No caso do cinema, além do filme, o trailer deverá ser de acordo com a faixa etária.

→ As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos


locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou
responsável.

→ Emissoras de televisão ou rádio deverão informar a faixa etária apropriada para o


determinado programa.

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→ Revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado deverão ser
comercializadas em embalagem lacrada. Se o conteúdo já estiver contido na
capa, deverá ser protegida com embalagem opaca.
* Para todos verem: Esquema

É proibida a Armas, munições e explosivos;

venda à
criança ou Bebidas alcoólicas;
adolescente
Produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda
que por utilização indevida;

Fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;

Revistas e publicações a que alude o art. 78;

Bilhetes lotéricos e equivalentes

Regras de hospedagem
→ Não podem se hospedarem sozinhos ou com autorização escrita.
→ Se estiver com os pais ou responsáveis, deverão demonstrar o parentesco.
→ A autorização não precisa ser autenticada em cartório.

Regras de viagem
→ Locomoção de crianças e adolescentes

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* Para todos verem: Esquema

Viagem de criança e adolescente até 16 anos dentro da Comarca, se


na mesma unidade da Federação ou mesma região metropolitana
• Autorizado viajar sozinho.
• Sem necessidade de autorização.

Viagem de criança e adolescente até 16 anos dentro do território


NACIONAL
• Acompanhada dos pais ou responsáveis
• Acompanhada de ascendente ou colateral maior até o terceiro grau, comprovado
documentalmente o parentesco.
• Acompanhada de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou
responsável, com firma reconhecida.
• Sozinho; expressamente autorizado por qualquer dos genitores ou responsável
legal, por meio de escritura pública ou de documento particular com firma
reconhecida (incluído passaporte).
• Com autorização judicial, válida por dois anos.

Viagem de adolescente e criança para o EXTERIOR


• Acompanhada de ambos os pais ou responsáveis.
• Se na companhia de um dos pais, deverá ter autorização expressa pelo outro,
através de documento com firma reconhecida.
• Acompanhada de adulto estrangeiro residente ou domiciliado no exterior, com
autorização do judiciário.
• Se desacompanhada ou em companhia de terceiros maiores e capazes, designados
pelos genitores, desde que haja autorização de ambos os pais, com firma
reconhecida.
• A autorização com firma reconhecida é dispensada se os pais estiverem juntos no
momento do embarque.

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03. Direito fundamental à convivência familiar e comunitária
Prof. Prof. Franciele Kühl

@prof.frankuhl

Direito fundamental à convivência familiar e comunitária

Acolhimento institucional
→ É medida excepcional, somente será aplicada porque não há outra saída.
→ A situação da criança ou adolescente será reavaliada a cada 3 meses.
→ O prazo máximo de permanência é de 06 meses e poderá ser prorrogado através
de decisão judicial fundamentada.

Mãe que deseja entregar o seu filho à adoção


→ A gestante ou mãe deverá ser encaminhada a autoridade judiciária.
→ A busca pela família extensa terá o prazo máximo de 90 dias, prorrogável por igual
período.
→ Não havendo família extensa, o juiz deverá decretar a extinção do poder familiar
e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver
habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento
familiar ou institucional.

Apadrinhamento
→ Adolescente que se encontre em acolhimento institucional ou familiar poderá
participar de programa de apadrinhamento, que consiste em um vínculo externo,
temporário, com pessoa física e jurídica, que não tem a pretensão de adotar, mas
contribuir para o crescimento do infante.

 A falta de recursos financeiros, por si só, não é motivo para colocar a criança em
acolhimento institucional ou familiar.
 Condenação criminal também não importará na destituição do poder familiar,
salvo em caso de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra
outrem igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro
descendente.

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Poder familiar
Dever de sustento, guarda e educação dos filhos.
* Para todos verem: Esquema

Família
Família natural Família substituta
extensa/ampliada

Guarda Tutela Adoção

Nacional

Internacional

Guarda: arts. 33 a 35 do ECA


→ Responsabilidade de educar.
→ Não pressupõe a destituição do poder familiar.

Tutela: arts. 36 a 38 do ECA


→ Deve haver a destituição ou a suspensão do poder familiar.
→ Administração dos bens e patrimônio do tutelado.

Adoção: arts. 39 a 52-D do ECA


→ É medida excepcional
→ Ato personalíssimo
→ Ato irrevogável, incaducável
→ Ato pleno
→ Decisão judicial

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 Requisitos
→ Maior de 18 anos
→ Precisa ter diferença de 16 anos entre a pessoa que quer adotar e o adotante
→ Ação judicial
→ Manifestação da criança e o consentimento de adolescente maior de 12 anos
→ Estágio de convivência
* Para todos verem: Esquema

Adoção Máximo de 90
nacional dias
Estágio de
convivência
Mínimo de 30
Adoção
dias e máximo
internacional
de 45 dias

 Ambos os prazos podem ser prorrogados por igual período.

→ Não pode adotar:


 Irmão
 Ascendente

→ Em caso de os pais falecerem no curso do processo, o juiz poderá conceder a


adoção mesmo assim.

→ Processo de adoção deverá ter no máximo 120 dias.

→ Procedimento de adoção internacional: arts. 52 e 53 do ECA.

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04. Medidas de proteção e medidas socioeducativas
Prof. Prof. Franciele Kühl

@prof.frankuhl

Medidas de proteção e medidas socioeducativas


→ As medidas podem ser aplicadas separadas ou cumulativamente.
→ Possuem caráter pedagógico, não punitivo.
* Para todos verem: Esquema

Medidas de Crianças e adolescentes


proteção
Autoridade judiciária ou conselho tutelar

Não somente em razão de ato praticado pela criança, mas pela família, sociedade e
Estado
Ação ou omissão

Acolhimento institucional somente será pelo Poder Judiciário, respeitado o


contraditório e a ampla defesa

Medidas Adolescentes
socioeducativas
Via de regra, somente aplicada autoridade judiciária

Pode ser aplicada pelo MP se for em meio aberto, sem que haja processo judiciário

Não há aplicação das disposições do Código penal, pois adolescentes são


inimputáveis
Adolescente comete ato infracional, não crime

Medidas de proteção
→ Aplicação de medidas específicas aos pais e responsáveis
Art. 129, do ECA. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio
e promoção da família; (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos;
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

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V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e
aproveitamento escolar;
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;
VII - advertência;
VIII - perda da guarda;
IX - destituição da tutela;
X - suspensão ou destituição do poder familiar

→ Medida cautelar afastamento do agressor da criança e adolescente


Art. 130, do ECA. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual
impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como
medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos
de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.

Medidas socioeducativas
* Para todos verem: Esquema

Advertência

Reparação de dano

Meio aberto
Prestação de serviço à
comunidade

Medidas
Liberdade assistida
socioeducativas

Semiliberdade
Restritiva de
liberdade
Internação

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→ Advertência
Normalmente é utilizada para ato infracional leve e quando não há reiteração em atos
infracionais.

→ Reparação de dano
Quando comete dano a pessoa de direito privado ou público.
Será aplicada se o adolescente tiver condições de reparar, se não tiver, deverá ser
aplicada outra medida..

→ Prestação de serviço à comunidade


Caráter pedagógico.
Não poderá ultrapassar 8h semanais.
Não pode exceder 6 meses.
Prestações gratuitas para o poder público ou instituições de interesse público.
Não pode atrapalhar a frequência escolar.

→ Liberdade assistida
O adolescente permanece em liberdade, mas será acompanhado por um educador, que
deverá promover a participação escolar, na comunidade, em programas educacionais e
profissionalizantes.
Prazo mínimo de 6 meses.

→ Semiliberdade
Durante o dia o adolescente executará tarefas normais e à noite dormirá em um
estabelecimento de internação.
Prazo máximo de 3 anos.
Reavaliação a cada 6 meses.

→ Internação
Medida extrema e excepcional.
O adolescente passará o dia inteiro na internação. Respeita o princípio da brevidade.
Prazo máximo 3 anos.
Aos 21 anos tem liberação compulsória.

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O adolescente poderá realizar atividades externas relacionadas a educação e
profissionalização.

 Hipóteses
* Para todos verem: Esquema

Ato infracional mediante grave ameaça e violência a pessoa.

Reiteração no cometimento de infrações graves.

Descumprimento reiterado e injustificável de medida anteriormente imposta.

→ A falta de local específico para cumprir medida mais branda não justifica
aplicação de medida mais grave.

Remissão
É o perdão judicial ao adolescente.
Poderá ser aplicada pela autoridade judiciária ou pelo Ministério Público.
Pode haver a aplicação de uma medida em meio aberto cumulativamente à remissão.
Via processo judicial, haverá suspensão ou extinção do processo.

Atos infracionais
→ Prescrição
Súmula 338 do STJ. A prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-educativas.

→ Regressão de medida
Súmula 265 do STJ. É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a
regressão da medida sócio-educativa.

→ Confissão do adolescente

Súmula 342 do STJ. No procedimento para aplicação de medida sócio-educativa, é nula


a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente.

→ Em caso de situação de acolhimento institucional ou cumprimento de medida


socioeducativa, as crianças e adolescentes não podem ficar incomunicáveis.

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→ Haverá suspensão temporária da visita da sua família se for identificado violência
ou ameaça de violação de direitos, que deverá ser feita judicialmente.

Privação de liberdade provisória:


É medida excepcional.
Caso de flagrante ato infracional ou ordem escrita.
A família ou pessoa indicada deverá ser comunicada imediatamente.
Prazo máximo de 45 dias.

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05. Crimes e violação de direito praticados contra crianças e adolescentes
Prof. Prof. Franciele Kühl

@prof.frankuhl

Crimes praticados contra crianças e adolescentes


→ Ação pública incondicionada: não necessita da representação da vítima.
→ Aplicam-se as disposições do ECA e do Código de Processo Penal.

Infiltração de policiais para investigar crimes contra a dignidade sexual de crianças


e adolescentes
Será utilizado de forma subsidiária, quando não há outro meio de provar o delito.
* Para todos verem: Esquema

Requerimento Se não foi


Os policiais
• Ministério Público requerida pelo
deverão
Ministério
• Autoridade Judiciária Autoridade remeter ao
Público, este
• Autoridade Policial judiciária poder
deverá ser
autoriza judiciário
ouvido e
relatórios
manifestar sua
parciais
opinião

 Prazo de 90 dias, prorrogável por até 720 dias.


 Tramita em sigilo.

Art. 241, do ECA. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Art. 241-A, do ECA. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou


divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático,
fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1 o Nas mesmas penas incorre quem:
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou
imagens de que trata o caput deste artigo;

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II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias,
cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo.
§ 2 o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são puníveis quando o
responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar
o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.

Exemplo:
Site que possui conteúdo ilícito é notificado para retirar o conteúdo e não retira. Também
erá responsabilizado pelo art. 241-A do ECA.

Art. 241-B do ECA. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo
ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material
a que se refere o caput deste artigo.
§ 2 o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às
autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e
241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções;
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades
institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos
crimes referidos neste parágrafo;
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço
prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à
notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.
§ 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito
referido.

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Art. 244-B, do ECA. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos,
com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1 o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali
tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da
internet.
§ 2 o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de
a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1 o da Lei n o 8.072, de 25 de
julho de 1990 .

→ É delito formal, basta o agente ter cometido o ato com adolescente ou o induzido
a cometer. Não poderá alegar que o adolescente já havia cometido outros delitos
anteriormente.

Art. 130, do ECA. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual


impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como
medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos
de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.

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