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Constituição do ECA

O que é o ECA?

O ECA é o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aprovado em 13 de julho


de 1990, é o instrumento normativo do Brasil sobre os direitos da criança e do
adolescente. Para o ECA considera-se criança, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Como ele foi formado/criado?

O ECA incorporou e reproduziu leis da Declaração Universal dos Direitos da Criança


de 1979 e da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança aprovados pela
Organização das Nações Unidas (ONU) em 1989. E só se concretizou com o Artigo
227 da Constituição Federal, que determinou direitos fundamentais a crianças e
adolescentes. O Estatuto é uma construção coletiva, que envolveu parlamentares,
governo, movimentos sociais, pesquisadores, instituições de defesa dos direitos da
criança e do adolescente, organismos internacionais, entre outros atores.

Qual a função do ECA?

O ECA tem como função priorizar o acesso aos direitos de crianças e adolescentes.
Assim, o ECA irá se encarregar de que a família, a comunidade, a sociedade e o
poder público estão proporcionando aquilo que é direito das crianças e
adolescentes, sempre cobrando todos para que cumpram com o Estatuto e
possibilitando a proteção para os menores de idade.

Direito garantidos pelo eca


O ECA procura assegurar, aos menores de idade, os direitos que todos devem
possuir, sendo eles direitos de saúde, vida, liberdade, respeito, convivência familiar
e comunitária, educação e cultura, entre outros.
Para que isso seja alcançado, estruturou-se em dois princípios fundamentais:

1. Princípio do Interesse do Menor: todas as decisões que dizem respeito ao


menor devem levar em conta seu interesse superior. Ao Estado, cabe
garantir que a criança ou o adolescente tenham os cuidados adequados
quando pais ou responsáveis não são capazes de realizá-los;
2. Princípio da Prioridade Absoluta: contido na norma constitucional (artigo 227),
ele estabelece que os direitos das crianças e dos adolescentes devem ser
tutelados com absoluta prioridade.

O artigo 227 fala que “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à


criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão”

ECA e a maior idade penal

A Constituição Federal adotou o principio da criança e do adolescente como prioridade


absoluta, cuja base de sustentação encontra-se em diversas normativas
internacionais e no Estatuto da Criança e do Adolescente. A PEC 33/2012, e as outras a ela
apensadas, são inconstitucionais e violam esse princípio da proteção integral por
desconsiderar a condição peculiar de desenvolvimento da criança e do adolescente.

Segundo o ECA, Artigo 104 “São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos,
sujeitos às medidas previstas nesta Lei.” Ou seja, não é possível atribuir aos menores de
dezoito anos a responsabilidade.

O ECA criou um regime especial em que se reconhece que o adolescente dispõe de


capacidade para responder pelos atos praticados. Entretanto, por meio de um sistema
apartado dos adultos e com um paradigma distinto, fundado na proteção integral, trata-se
do sistema socioeducativo.

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