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TÉCNICO (ADMINISTRATIVA/JUDICIÁRIA)

BANCA FGV
Noções de Direito Civil. Lei de introdução às normas do Direito brasileiro.
Vigência, aplicação, interpretação e integração das leis. Conflito das leis no
tempo. Eficácia da lei no espaço. Pessoas naturais. Personalidade.
Capacidade. Nome. Estado. Domicílio. Direitos da personalidade. Pessoas
jurídicas. Disposições gerais. Domicílio. Associações e fundações. Bens.
Fatos jurídicos. Negócio jurídico. Atos jurídicos lícitos. Atos ilícitos.
Prescrição: disposições gerais. Decadência.
Q1
FGV - 2023 - DPE-RS - Técnico - Área Administrativa Há poucos dias, Carlos foi surpreendido pelo estrondo
de uma janela de sua casa sendo quebrada. O dano foi causado por crianças do bairro que atingiram o
vidro da janela com uma bola enquanto brincavam perto da casa. Para reparar o dano, Carlos mandou
retirar o vidro e a esquadria metálica da janela quebrada. O vidro estilhaçado será descartado, mas a
esquadria metálica, que está em perfeitas condições, encontra-se guardada na garagem da casa para ser
reinstalada tão logo Carlos receba uma nova lâmina de vidro para a janela, que ele encomendou
diretamente da fábrica.
De acordo com o Código Civil, considerando as especificidades do caso e sem prejuízo de outras
classificações aplicáveis a esses bens, é correto afirmar que:

A a esquadria metálica que se encontra guardada é um bem móvel e o vidro quebrado é um bem
materialmente consumível;
B a esquadria metálica que se encontra guardada é uma pertença da casa e o vidro quebrado é um bem
juridicamente consumível;
C o vidro quebrado é uma pertença da casa e a nova lâmina de vidro que Carlos deverá receber é um bem
materialmente consumível;
D a esquadria metálica que se encontra guardada é um bem imóvel e a nova lâmina de vidro que Carlos
deverá receber é um bem móvel.
BENS MÓVEIS BENS IMÓVEIS
CC/02 - Art. 82. São móveis os bens suscetíveis CC/02 - Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo
de movimento próprio, ou de remoção por quanto se lhe incorporar natural ou
força alheia, sem alteração da substância ou artificialmente.
da destinação econômico-social. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações
I - as energias que tenham valor econômico; que os asseguram;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as II - o direito à sucessão aberta.
ações correspondentes; Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial
e respectivas ações. I - as edificações que, separadas do solo, mas
conservando a sua unidade, forem removidas
Art. 84. Os materiais destinados a alguma para outro local;
construção, enquanto não forem empregados, II - os materiais provisoriamente separados de
conservam sua qualidade de móveis; um prédio, para nele se reempregarem.
readquirem essa qualidade os provenientes da
demolição de algum prédio.
Q2
FGV - 2023 - DPE-RS - Técnico - Área Administrativa
Zuleide vendeu para sua irmã Zuleica um pequeno apartamento de quarto e sala que
recebera por herança do seu falecido marido. Como Zuleica passava por dificuldades
financeiras, Zuleide comprometeu-se a transferir o imóvel imediatamente para a irmã,
mas estabeleceu no contrato que esta última só começaria a pagar o preço do
apartamento após dois anos da data de celebração. Imensamente agradecida pela
generosidade da irmã, Zuleica sugeriu acrescentar ao contrato uma cláusula por meio da
qual ela renunciava desde logo a qualquer prazo prescricional que pudesse prejudicar
Zuleide. A luz do direito civil brasileiro, essa cláusula é:
A válida, desde que não prejudique terceiros;
B inválida, mas não vicia o negócio jurídico como um todo;
C anulável, mas pode ser confirmada tacitamente;
D ineficaz, pois a pretensão de Zuleide não se sujeita à prescrição;
PRESCRIÇÃO 189-206 do CC/02 DECADÊNCIA – 207-211 do CC/02

PRAZO PRESCRICIONAL – CC/02 - art. 205 (prazo geral de Demais prazos do CC/02 - decadenciais
10 anos), e art. 206 (prazos específicos) Contagem em dias, meses, ano e dia.
Contagem em anos. Exemplos: artigos 178, 179, 501 e 1649 do CC/02

Direitos subjetivos (ações condenatórias/pretensões Direitos potestativos (ações constitutivas positivas ou


pessoais) negativas) Exemplo: ação anulatória.
Origem somente legal Origem legal ou convencional
Admite renúncia expressa ou tácita, após escoado o A decadência legal não admite renúncia
prazo prescricional.
O prazo prescricional não pode ser alterado pelas O prazo de decadência legal não pode ser alterado pelas
partes. partes.
O prazo prescricional submete-se a causas impeditivas, Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à
suspensivas e interruptivas. decadência as normas que impedem, suspendem ou
interrompem a prescrição.
Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz. Somente a decadência legal pode ser reconhecida de
ofício pelo juiz.
Q3
FGV - 2023 - DPE-RS - Técnico - Área Administrativa

No dia de seu aniversário de 16 anos, Aline conheceu seu namorado, Gustavo. Quatro meses depois, quando Gustavo
completou a maioridade civil, decidiu pedi-la em casamento. Os dois se casaram já no mês seguinte, com o consentimento
dos pais de Aline. O casal viveu em harmonia nos primeiros meses, mas Aline acabou se envolvendo em um relacionamento
extraconjugal que culminou no divórcio com Gustavo, semanas depois de terem completado um ano de casados. Já tendo
experimentado um casamento e um divórcio aos 17 anos de idade, Aline decidiu seguir devagar com seu novo
relacionamento afetivo e priorizar o seu futuro profissional. Por isso, matriculou- se em um curso profissionalizante oferecido
por uma conceituada instituição privada de ensino. Tendo saído da casa de seus pais há mais de um ano, Aline nada
comunicou a eles acerca dessa decisão. Considerando as circunstâncias pessoais de Aline, é correto afirmar que a
contratação da instituição de ensino por Aline é:

A plenamente válida, independentemente de posterior ratificação do ato pelos pais da jovem;


B anulável, mas produz efeitos enquanto não for pedida sua anulação, por ser a jovem relativamente incapaz;
C inválida, tendo em vista a revogação da emancipação voluntária que fora concedida à jovem por seus pais;
D válida, mas permanece ineficaz enquanto a jovem não adquirir a capacidade civil plena;
CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO
TEORIA DAS INCAPACIDADES
ABSOLUTAMENTE INCAPAZ RELATIVAMENTE INCAPAZ

Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos
pessoalmente os atos da vida civil os menores de ou à maneira de os exercer:
16 (dezesseis) anos. I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito
anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou
permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será
regulada por legislação especial.
EMANCIPAÇÃO - CC/02 - Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos,
quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o
tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego,
desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia
própria.
Q4
FGV - 2023 - TJ-RN - Técnico Judiciário - Área Judiciária - Sinfrônio é proprietário
de um imóvel em Mossoró, tem um crédito a receber de Sanfrônia em outubro de
2023 e uma dívida com o Banco Dinheiro Certo S/A.

É correto afirmar que seu patrimônio engloba:

A o imóvel, o crédito e o débito;


B o imóvel e o crédito, apenas;
C o imóvel, apenas;
D o crédito, apenas;
Q5
FGV - 2023 - TJ-RN - Técnico Judiciário - Área Judiciária A lei de custas de
determinado Tribunal prevê que a taxa judiciária para ações que se referirem a
bens móveis será de 2% e as que versarem sobre disputas de bens imóveis será de
1%. Suponha que foram propostas três ações: a primeira acerca de desvio de
energia elétrica, a segunda requerendo a sucessão aberta por alguém falecido e a
terceira sobre a venda de três cabeças de gado. Nesse caso, a taxa judiciária será,
respectivamente, de:

A 2% para a primeira; 1% para a segunda; e 2% para a terceira;


B 1% para a primeira; 2% para a segunda ; e 1% para a terceira;
C 1% para a primeira; 1% para a segunda; e 1% para a terceira;
D 1% para a primeira; 1% para a segunda; e 2% para a terceira;
Q6
FGV - 2023 - TJ-RN - Técnico Judiciário - Área Judiciária - Carina é técnica judiciária e,
em seu trabalho, se depara com uma demanda em que se questiona a existência e a
validade da criação de determinada fundação. Para certificar adequadamente quanto à
regularidade do processo, Carina deverá observar que:
A a fundação, por se tratar de mera dotação especial de bens livres, não tem
personalidade jurídica própria;
B o ato constitutivo da fundação pode ser testamento, escritura pública ou contrato
particular, desde que escrito;
C se seu objeto se tornar impossível durante o processo, ela deverá ser dissolvida e seu
patrimônio revertido ao instituidor, se ainda vivo;
D cumpre ao Ministério Público do Rio Grande do Norte velar pelas fundações situadas
nesse Estado, inclusive elaborando o estatuto se a pessoa designada pelo instituidor
não o fizer no prazo ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias.
CC/02 - Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura
pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a
que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
I – assistência social; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
III – educação; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
IV – saúde; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; (Incluído pela Lei nº
13.151, de 2015)
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
X – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
CC/02 - Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor,
incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real,
sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as
suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao
juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a
incumbência caberá ao Ministério Público.
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1 º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. (Redação
dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério
Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao
órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do
Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no
ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
Q7
FGV - 2023 - PGM - Niterói - Técnico de Procuradoria - Gustavo celebrou um contrato com
Juliana por meio do qual o primeiro prometia vender para a segunda uma obra de arte que
integrava sua pinacoteca particular após o prazo de doze meses. O contrato previa a cobrança
de multa em valor elevado no caso de descumprimento por qualquer das partes. No acordo,
porém, também ficou estabelecido que Gustavo se reservava o direito potestativo de, caso
julgasse conveniente, arrepender-se da promessa e pedir o desfazimento do contrato, dentro do
prazo máximo de seis meses contados da data de celebração. Considerando que o contrato
firmado entre as partes é plenamente válido e eficaz, bem como que já se passaram sete meses
desde a data de celebração da promessa de compra e venda da obra de arte sem que Gustavo
tenha exercido o seu direito ao arrependimento, é correto afirmar que:
A se quiser, Juliana pode renunciar à decadência do direito ao arrependimento de Gustavo, em
favor dele;
B eventual renúncia por parte de Juliana à decadência do direito ao arrependimento de Gustavo
seria nula;
C se quiser, Juliana ainda pode renunciar à prescrição da pretensão de Gustavo ao
arrependimento, em favor dele;
D eventual renúncia por parte de Juliana à prescrição da pretensão de Gustavo ao
arrependimento seria nula;
Q8
FGV - 2023 - PGM - Niterói - Técnico de Procuradoria - Ana Carolina é uma artista plástica que atualmente passa
por diversas dificuldades profissionais, não dispondo de quaisquer bens nem de recursos financeiros suficientes
para pagar a maior parte de suas dívidas, inclusive aquelas contraídas com fornecedores de tintas, telas, pincéis
e outros materiais necessários à sua atividade. Embora muitas dessas dívidas já estejam vencidas, sejam
plenamente exigíveis e permaneçam sem pagamento, Ana Carolina, muito honesta, tem convicção de que um
dia conseguirá pagar todos os seus débitos, sem exceção, não importa quanto tempo demore para fazê-lo. Com
essa determinação em mente, a artista utilizou os últimos valores em dinheiro de que dispunha para pagar a
dívida mais antiga de todas, vencida há mais de cinco anos, com o fornecedor Tintas Todas Ltda., apesar de ter
o correto conhecimento de que, após tanto tempo sem pagamento, a pretensão daquele fornecedor já se
encontrava juridicamente prescrita. Nesse contexto, é correto afirmar que:
A Ana Carolina renunciou tacitamente e de forma plenamente válida à prescrição da pretensão em favor do
fornecedor Tintas Todas Ltda.;
B as partes acordaram tacitamente, de forma plenamente válida, a alteração do prazo prescricional em favor do
fornecedor Tintas Todas Ltda.;
C a renúncia à prescrição pretendida por Ana Carolina em favor do fornecedor Tintas Todas Ltda. é nula, pois,
em casos como este, apenas se admite a renúncia de forma expressa;
D Ana Carolina renunciou tacitamente à prescrição em favor de Tintas Todas Ltda., mas essa renúncia não tem
validade jurídica nas circunstâncias em que foi feita;
Q9
FGV - 2023 - PGM - Niterói - Técnico de Procuradoria - Tatiana, uma adolescente de 16 anos,
passava férias no litoral com sua família quando foi abordada por Douglas, um comerciante
local, que lhe ofereceu o que parecia ser um colar ornado por uma pérola. Encantada com o
objeto, a jovem desembolsou um valor significativo para comprá-lo, com a assistência dos seus
pais, que a acompanhavam naquele momento. Dias depois, uma amiga lhe contou que aquele
comerciante era conhecido por enganar turistas e que o objeto adquirido por Tatiana
dificilmente continha uma pérola verdadeira, o que a jovem depois verificou ser realmente o
caso. Considerando como correto que a ordem jurídica assegura a Tatiana, nesse caso, o direito
de pedir a anulação da compra do colar e que esse direito deve ser exercido dentro do prazo
decadencial previsto em lei de quatro anos, é correto afirmar que:
A o direito de Tatiana à anulação não se sujeitará à decadência enquanto ela não completar 18
anos de idade;
B ainda que Tatiana venha a decair do direito à anulação, pode Douglas, se quiser, renunciar à
decadência em seu favor;
C o prazo para exercício do direito à anulação de Tatiana não é interrompido pelas causas que
interrompem a prescrição;
D caso Tatiana venha a decair de seu direito à anulação, essa decadência não poderia ser
conhecida de ofício pelo juiz;
Q10
FGV - 2022 - TJ-DFT - Técnico Judiciário - Área Administrativa - Adalberto nasceu e foi criado na
cidade de Belo Horizonte. Ao completar a maioridade, mudou-se para São Paulo para cursar a
faculdade. Já formado, conheceu sua atual esposa e casou-se em Belo Horizonte. Na mesma
época, foi aprovado em concurso público e tornou-se servidor de uma autarquia estadual do
Espírito Santo, com sede em Vitória. Buscando maior qualidade de vida, Adalberto mudou-se
com sua esposa e filhos para a cidade de Guarapari e permanece hospedado na casa de um tio
em Vitória nos dias úteis para ficar próximo de seu local de trabalho. Nesse momento, ele está
passando as férias com a família na cidade de Salvador. Portanto, é possível considerar que,
atualmente, Adalberto tem domicílio:

A voluntário na cidade de São Paulo;


B necessário na cidade de Vitória;
C de eleição na cidade de Belo Horizonte;
D especial na cidade de Guarapari;
CC/02 - Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo
definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á
domicílio seu qualquer delas.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde
esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio
para as relações que lhe corresponderem.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for
encontrada.
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares,
que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que
a acompanharem.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde
elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
§ 1 o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado
domicílio para os atos nele praticados.
§ 2 o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante
às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela
corresponder.
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em
que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a
sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver
matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.
Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem,
no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o
teve.
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e
obrigações deles resultantes.

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