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PORTUGUÊS
PARA
CONCURSOS
PROF. FÁBIO MAZZIOTTI
CONTEÚDO CONFORME EDITAL DAS PRINCIPAIS BANCAS
APOSTILA DE FONOLOGIA, SEMÂNTICA E TEXTOS

icensed to Lucas Mateus Correia - matematecnica@gmail.com - 419.769.098-30


MÓDULO 1

www.mazziotti.com.br
SUMÁRIO

FONOLOGIA

DIVISÕES DA GRAMÁTICA ................ ............ ......................................................... ..... ....... 1

FONOLOGIA: CONCEITOS GERAIS .................................................................................. ..... 2

CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS .................................................................................... ..... 4

ENCONTROS VOCÁLICOS .......... ................ ................................................................. ..... 6

ENCONTROS CONSONANTAIS ........................................................................................... 7

DÍGRAFOS ....................................................... ............................................................. 7

DIVISÃO SILÁBICA .................................................. ................................ ......................... 8

ACENTUAÇÃO GRÁFICA .......................................................................... ..................... ..... 13

EMPREGO DO HÍFEN .................. ...... .............. .......................... ......................... ......... ..... 22

ORTOGRAFIA ........................................................................................................... ..... 29

EMPREGO DOS PORQUÊS ............................................................................................ ..... 42

PROBLEMAS GERAIS DA NORMA CULTA ................................................................ .......... ..... 22

SEMÂNTICA

SIGNIFICADO DAS PALAVRAS ........................................ ........................................ ............ 47

DENOTAÇÃO, CONOTAÇÃO, SINONÍMIA, ANTONÍMIA .................. ................ ....................... ..... 47

POLISSEMIA, AMBIGUIDADE, HIPERONÍMIA/HIPONÍMIA ............. ......................................... ..... 48

HOMONÍMIA ............................................................................................................ ..... 48

PARONÍMIA ................... .......................................................................................... ..... 50

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS........................................ ................... ............ 56

AS QUALIDADES DE UM TEXTO ..................................................................................... ..... 60

NÍVEIS DE LINGUAGEM ............................................................................................... ..... 60

DIFERENÇA ENTRE DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO ................................................. ..... 61

GABARITO .................................... .............................................................. ............. ..... 64

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CURSO DE português para CONCURSOS
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Prezado aluno,

Este material de Português para Concursos destina-se


a nortear sua preparação para os Concursos Públicos, seja
para área civil (jurídica, fiscal etc.) ou militar. Aqui você
encontrará o conteúdo tradicionalmente cobrado nas
provas desses certames.
Os assuntos são apresentados com a seguinte
estrutura: um resumo teórico, atividades de fixação, de
aprendizado e uma série de exercícios de aprofundamento,
contendo questões de concursos mais recentes.
Deve-se ressaltar que esta apostila é um material-base,
um orientador de estudos. Sendo assim, é interessante que
você, estudante, para maximizar seu rendimento, vá além.
Adquira uma Gramática atualizada (de preferência uma das
indicadas na bibliografia do concurso que você objetiva) e
complemente seus estudos. Lembre-se: em sua preparação,
quanto mais embasamento teórico você adquirir e mais
exercícios resolver, mais bem preparado estará.
Bons estudos!

Ementa:
(PORTUGUÊS BÁSICO E INTERMEDIÁRIO)

•1. Fonologia: fonemas, sílaba, tonicidade, ortoépia, prosódia,


encontros consonantais e vocálicos, dígrafos, divisão silábica,
acentuação gráfica e ortografia (conforme o novo acordo
ortográfico).

•2. Semântica (significação das palavras): sinonímia e


antonímia, hiponímia e hiperonímia, homonímia e paronímia,
polissemia, ambiguidade.

•3. Morfologia: estrutura das palavras, formação de palavras,


classes de palavras: classificação, flexão e emprego (substantivo,
adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição,
conjunção, interjeição, conectivos e formas variantes).

•4. Sintaxe: análise sintática da oração: termos essenciais da


oração, termos integrantes da oração, termos acessórios da
oração, o vocativo; análise sintática do período: orações
coordenadas, orações principais e subordinadas, orações
subordinadas substantivas, orações subordinadas adjetivas,
orações subordinadas adverbiais, orações reduzidas, estudo
complementar do período composto; pontuação, regência e
concordância, estudo da crase, colocação pronominal; emprego
de certas classes de palavras, emprego dos modos e dos tempos
verbais; emprego do verbo “haver”.
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GRAMÁTICA NORMATIVA
Parte 1: FONOLOGIA
Tema: DIVISÕES DA GRAMÁTICA

A GRAMÁTICA que chamamos NORMATIVA é um conjunto sistematizado de regras (normas) e orientações para se escrever e falar
de acordo com o padrão da variante culta da língua. Ao estabelecermos familiaridade com os fatos que norteiam o idioma, todos eles
prescritos por uma infinidade de gramáticas, constatamos que estes são dotados de certa complexidade. Essa gramática é a exigida em
concursos públicos, vestibulares e em contextos formais de comunicação.
Cabe dizer também que essas gramáticas optam por estudá-los de maneira separada, tendo em vista os traços que os demarcam.
É por essa razão que as gramáticas são divididas em partes específicas.

Estudos de

CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Linguagem
E a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas. Trata-se de uma
propriedade inata do ser humano. Consideramos sua divisão em três tipos:
Linguagem verbal: e aquela que tem por unidade a palavra (oral ou escrita).
Linguagem não verbal: tem outros tipos de unidade, como gestos, o movimento, a imagem, os sons etc.
Linguagem mista: compreende a simbiose entre a linguagem verbal e a não verbal, tal como as histórias em quadrinhos, o cinema e a
tevê, que utilizam a imagem e a palavra.

Língua
É o tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si.
Normalmente, o conceito de língua se confunde com o conceito de idioma.

Variedades linguísticas
São as variações que uma língua apresenta de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que e utilizada.
Norma “culta” (ou discurso tenso): é a língua padrão, a variedade linguística de maior prestigio social.
Norma popular (coloquial): são variedades linguísticas diferentes da língua padrão originadas das diferenças de região, de idade, de
sexo, de classes ou de grupos sociais e da própria evolução histórica da língua (Ex: o emprego de gírias).
Texto
É uma unidade linguística concreta percebida pela audição (na fala) ou pela visão (na escrita), que tem unidade de sentido e
intencionalidade comunicativa.

Discurso
E a atividade comunicativa capaz de gerar sentido desenvolvido entre interlocutores. Além dos enunciados verbais, engloba outros
elementos do processo comunicativo que também participam da construção do sentido do texto.

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Tema: FONOLOGIA

G1.01 CONCEITOS GERAIS

A FONOLOGIA é o ramo da Linguística que estuda os sons da fala humana, estabelecendo critérios de distinção quanto à emissão
e articulação dos fonemas, sua classificação e localização da sílaba tônica. Divide-se em ortofonia e prosódia. A prosódia diz respeito à
acentuação tônica e gráfica. A ortofonia trata da correta pronúncia dos fonemas e da grafia das palavras. Assim, divide-se em ortoepia e
ortografia.
ORTOÉPIA OU ORTOEPIA
Trata da correta pronúncia dos fonemas. Assim, em oposição, chamamos de cacoépia ou cacoepia o erro (inadequação quanto ao
padrão culto) na pronúncia dos fonemas. Observe os exemplos:

ADEQUADO INADEQUADO
subsídio subzídio
abrupto (ru-p) abrupto (brup)
pneu peneu
advogado adevogado
problema pobrema
tóxico (ks) tóxico (ch)
indigna (/G/) indigna (gui)

Curiosidade: a mesma palavra pode ser colocada em mais de uma classe, de acordo com o modo como é empregada.
Eu almoço naquele restaurante todos os dias. (almoçar — verbo)
O almoço que você fez estava delicioso. (almoçar — subst.)
Josefa adquiriu um carro vermelho. (vermelho — adj.)
Ela disse que gosta muito do vermelho. (vermelho — subst.)

PROSÓDIA
Trata da correta localização da sílaba tônica. Assim, em oposição, chamamos de barbarismo prosódico ou silabada o erro na
localização da sílaba tônica.

ADEQUADO INADEQUADO ADEQUADO INADEQUADO


rubrica rúbrica pudico púdico
ibero íbero nobel nóbel
libido líbido gratuito gratuíto
avaro ávaro batavo bátavo
cateter catéter efebo êfebo
misantropo misântropo trânsfuga transfuga
aziago azíago ínterim interim
recorde récorde ímprobo improbo

Há palavras que admitem, adequadamente, DUAS sílabas tônicas (uma ou outra), o que chamamos de DUPLA PROSÓDIA.
Exemplos: hieróglifo ou hieroglifo, ortoépia ou ortoepia, réptil ou reptil, sóror ou soror, Oceânia ou Oceania, Madagáscar ou
Madagascar, zângão ou zangão, acróbata ou acrobata, anídrido ou anidrido, projétil ou projetil.

A cacofonia ou cacófato é o encontro de duas sílabas ou mais palavras, formando um outro vocábulo de sentido
ridículo, obsceno ou inadequado.
Exemplos: vou-me já; beijei a boca dela; essas fotos de álbum dão saudade etc.

FONEMAS
São as unidades sonoras de que uma palavra é constituída ao ser pronunciada, tradicionalmente simbolizada entre barras inclinadas
(//). Assim, os fonemas da palavra pato são: /p/,/a/, /t/, /u/. Considera-se a pronúncia predominante entre os falantes de português no
Brasil.
Na escrita, a menor unidade da palavra é a letra, na fala é o fonema. A função do fonema é constituir palavras. Assim temos que na
escrita, a menor unidade da palavra é a letra, na fala é o fonema. A função do fonema é constituir palavras. Dessa forma:
Fonema: é mais que o som, pois é a menor unidade significativa (e sonora) que permite estabelecer distinção entre as palavras.
Ex: /m i a/, /t i a/, /v i a/, /r i a/, /d i a/.
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Observe que as diferenças dos vocábulos acima são marcadas pelos fonemas: /m/, /t/, /v/, /r/, /d/.

Obs:
Os fonemas podem variar em dimensões distintas (individual, social ou regional) sem que isso implique mudança no
significado. Basta imaginar a pronúncia do vocábulo /d i a / por parte do carioca e depois pelo nordestino.

Letra: é a representação gráfica de um ou mais fonemas (sons). Chamamos o conjunto de letras de ALFABETO. Nosso alfabeto
possui vinte e seis letras, a saber:
A-B-C-D-E-F-G-H-I-J-K-L-M-N-O-P-Q-R-S-T-U-V-W-X-Y-Z

Obs:
✓ As letras K-W-Y passam a fazer parte do alfabeto utilizado no Brasil
a partir de 2009.
✓ Um mesmo fonema pode ser representado na escrita por letras
diferentes: sinto, cinto, caça (s, c, ç).
✓ Uma mesma letra pode representar fonemas diferentes:
G - gesto, g = jê G - garrafa, g = guê
S - sapato, s = sê S - casa, s = zê
✓ Um mesmo fonema pode ser representado por letras diferentes:
/z/- vazio, z = zê /z/- mesa, s = zê /z/- exato, x = zê
/x/ - xale, x = chê /x/ - cheque, ch = chê
/s/ - isso, ss = sê /s/ - caço, ç = sê
/s/ - desce, sc - sê /s/ - nasço, sç = sê
✓ Um mesmo fonema pode ser representado por uma só letra ou
por uma combinação de duas letras (DÍGRAFO).
Exemplos: carro, passo, galho, cacho, quilo, guerra, tempo, vinte,
campo etc.
✓ Uma única letra, no caso a letra X, pode representar dois fonemas,
quando apresenta o som de /KS/; é o que chamamos de DÍFONO.
Exemplos: nexo / NEKSU/; tórax /TORAKS/; fixo /FIKSU/.
✓ Há letras que não representam fonemas.
Exemplos: H- há; U- queda, guia; M- tampa, sempre; N- senta, tanto.
✓ Há fonemas que não são representados na escrita, no caso das
semivogais / y / e / w /.
Exemplos: / y / - homem, trenzinho
Fonte: https://www.gta.ufrj.br/grad/09_1/impvocal/propdosinal.htm
/ w / - falam, amam, compram.

Na produção da fala, o ar sai dos pulmões e passa pela traqueia, até chegar à laringe. Aí encontra as cordas vocais, que podem ser
vibradas ou não. A seguir, a corrente de ar alcança a faringe até chegar à boca, onde se realizam os movimentos articulatórios da língua,
dos lábios e do maxilar inferior, que modificam a forma da boca, a fim de que o som que está sendo produzido seja diferenciado em
fonemas.
Quando a corrente de ar, ao passar pelo aparelho fonador, encontra obstáculo parcial ou total, são produzidos os fonemas
consonantais, quando encontra livre passagem, são produzidos os fonemas vocálicos.
Os fonemas vocálicos podem, num primeiro momento, ser classificados em tônicos e átonos. A vogal tônica da palavra (pronunciada
sempre com maior intensidade do que as outras vogais) é a responsável pela formação da sílaba tônica. Excluída a vogal tônica, as
restantes são átonas.
Ex:
Sabor: o fonema vocálico tônico é /o/ e a sílaba tônica é "bor", sílaba átona é "sa".
Vatapá: o fonema vocálico tônico é /a/ da última sílaba, logo a sílaba tônica é "pá", as sílabas átonas são "va, ta".

Obs:
a) Fique atento aos fonemas semivocálicos: /y/ e /w/.
Ex: boi / boy/; louco / lowku/.
b) Em relação à sílaba tônica de qualquer palavra, as demais podem ser classificadas em pré-tônica (antes da tônica), pós-
tônica (após a tônica) e subtônica.
Ex: pa - re - de.
pré-T T pós-T
Chama-se sílaba subtônica a sílaba átona de uma palavra derivada que correspondia à sílaba tônica na palavra primitiva.
Ex: ca - fe - zal.
pré-T sT T

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CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
Vogais: fonemas silábicos (base da sílaba) que se realizam com a passagem da corrente de ar pelo
aparelho fonador sem presença de obstáculos. Uma sílaba tem de apresentar UMA e somente UMA
vogal!
Semivogais: fonemas / y / e / w / que vêm sempre ladeados de vogal, pois não constituem base de
sílaba. Podem ser representados pelas letras: e, i, o, u, m e n.
Exemplos: pai, mãe, pão, amam, somem, hífen, homenzinho, série; pneu, sócio, história, água etc.
Consoantes: fonemas que se produzem por meio da formação de um obstáculo à corrente de ar,
quando de sua passagem pelo aparelho fonador.
Exemplos: baba, caco, dia, faca etc.
O triângulo vocálico de Helwag.

Atividades de fixação
1. Faça a contagem de letras e de fonemas nas palavras abaixo.

a) Uruguai : L- _______ F- ________

b) prolixo: L- _______ F- ________

c) ânsia : L- _______ F- ________

d) quão: L- _______ F- ________

e) inexorável : L- _______ F- ________

f) intoxicar : L- _______ F- ________

g) trenzinho: L- _______ F- ________

h) queijo: L- _______ F- ________

i) enxáguam : L- _______ F- ________

2. Assinale a alternativa em que todas as palavras têm uma sílaba com som de /zê/.
a) peso - quinze - exame - luxo - zelo.
b) esposo - confuso - êxito - passeio.
c) treze - missa - mesa - casebre.
d) exato - exílio - pose - cozer - frase.
e) curioso - exercício - massa – casa

3. Destaque as semivogais dos vocábulos:

refém – venham – trenzinho – bem - meio

4. Julgue os itens e escolha a opção correta.


( ) No vocábulo "excedem", cada letra representa um fonema.
( ) Em "anual", o "n" representa fonema.
( ) Em "exato" e "exame", temos o caso de uma letra representando fonemas distintos.
( ) Na palavra "caixeiro", há duas semivogais.

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a) V, V, F, F d) F, F, V, V
b) V, V, V, F e) F, V, F, V
c) F, V, V, F

5. (CESGRANRIO) Marque a opção correta quanto à análise dos estudos fonéticos.


a) Em "casa" e "vozes" temos o caso de um só fonema representado por letras distintas.
b) Em "vento" e "compro" as letras "m" e "n" representam fonemas distintos.
c) Se pronunciarmos os vocábulos seguintes acentuando tonicamente a vogal destacada, cometeremos cacoepia: ibero,
pudico, fluido (subst), bimano e latex.
d) Se você diz "anivessário" em vez de "aniversário", você comete cacofonia.
e) Na palavra “abrupto”, o encontro consonantal é pronunciado tal como na palavra “bruto”.

6. (PUC-CAMPINAS) Marque a opção em que as duas palavras possuem mais fonemas que letras.
a) Ônix e abstrair. d) Guerra e aguei.
b) Máximo e fixar. e) Dor e anexo.
c) Prolixo e fluxo.

7. (UNIFESP) Na língua portuguesa escrita, quando duas letras são empregadas para representar um único fonema (ou som,
na fala), tem-se um "dígrafo". O dígrafo só está presente em todos os vocábulos de:
a) pai, minha, tua, esse, tragar.
b) afasta, vinho, dessa, dor, seria.
c) queres, vinho, sangue, dessa, filho.
d) esse, amarga, silêncio, escuta, filho.
e) queres, feita, tinto, melhor, bruta.

8. (PUC-SP) Sobre o vocábulo "continham", analise:


I- contém sete fonemas.
II- traz uma semivogal na última sílaba.
III- contém três fonemas consonantais.
IV- traz letra que não representa fonema.
a) Só os itens I e II estão corretos.
b) Só os itens II e III estão corretos.
c) Todos os itens estão corretos.
d) Só os itens I e IV estão corretos.
e) Só os itens II, III e IV estão corretos.

9. (CESCEA) Qual opção traz palavras em que a letra “X” representa o mesmo fonema?
a) Tóxico e taxativo.
b) Refluxo e taxar.
c) Têxtil e exceto.
d) Enxame e inexaurível.
e) Contexto e êxtase.

10. Analise os itens e marque a opção correta, na sequência, de cima para baixo.
( ) "Anexo" e "assam" possuem, juntos, o número de fonemas igual ao de letras.
( ) "Tinha" e "achei" possuem igual número de fonemas.
( ) "Maxilar" possui o mesmo número de letras e de fonemas.

a) V, V, F
b) V, V, V
c) V, F, F
d) F, F, V
e) F, V, F

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Encontros vocálicos
As vogais e as semivogais podem aparecer juntas em um único grupo sonoro, formando os encontros vocálicos. Esses
grupos classificam-se em ditongos, tritongos e hiatos.
A vogal é a base da sílaba em língua portuguesa. Assim, a observação de algumas regras fundamentais se torna necessária.
São elas:

1) toda sílaba possui uma vogal;


2) cada sílaba possui apenas uma vogal e no máximo duas semivogais;
3) a letra tônica sempre é vogal;
4) a letra “a” sempre é vogal;
5) as letras “e” e “o” geralmente são vogais;
6) as letras “i’ e “u” geralmente são semivogais.

DITONGO
É o encontro de uma vogal e uma semivogal ou vice-versa em uma mesma sílaba.
Ex: noite - o= vogal; i= semivogal.
Aurélio - i= semivogal; o= vogal.

Os ditongos podem ser:


a) crescentes: quando a semivogal soa primeiro que a vogal.
Ex. prestígIO » I= semivogal; O= vogal. árEA » E= semivogal; A = vogal.

b) decrescentes: quando a vogal soa antes da semivogal.


Ex. fAUna » A= vogal; U= semivogal. Leite » E= vogal e o I= semivogal.

c) orais: quando a vogal é oral.


Ex. réptEIs, ágUA, qUOta, mAIs, mAU, falEI, chapÉU, atEU, anzÓIs, bOI.

d) nasais: quando a vogal é nasal.


Ex: tiçÃO, freqUEnte, qUAndo, mÃE, vejAM, mÃO, mUIto.

e) abertos (ói/oi, éi/ei, éu): quando a pronúncia possui timbre aberto.


Ex: herÓI/bOIa, pastÉIs/idEIa, chapÉU.

f) fechados: quando a pronúncia possui timbre fechado.


Ex: bOI, quEIjo, sEU.

TRITONGO
É o encontro de uma semivogal com uma vogal e uma semivogal (sv+V+sv) na mesma sílaba. Ex: igUAIs, sagUÃO. Os tritongos
podem ser orais ou nasais.
Orais: Uruguai, averiguei, aguou, redarguiu.
Nasais: Quão, enxáguam, enxáguem, saguões.

Em PAPAGAIO não há tritongo! Observe: PA-PA-GAI-O.

HIATO
É o encontro de dois fonemas vocálicos que se pronunciam separadamente. Ex: na-vi-o, sa-í-da, mo-er, sa-ú-va.
Tipos de hiatos:
1) de duas vogais:
BA–Ú
2) de dois ditongos:
BAI–ÃO
3) de ditongo e vogal:
PRAI–A
4) de vogal e ditongo:
SA–IU
5) de tritongo e vogal:
PARAGUAI–O

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Encontros Consonantais
É o agrupamento de consoantes. Há três tipos de encontros consonantais:
Encontro Consonantal Perfeito: É o agrupamento de consoantes, lado a lado, na mesma sílaba.
Ex: Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na.
Encontro Consonantal Disjunto: É o agrupamento de consoantes, lado a lado, em sílabas diferentes.
Ex: ap-to, cac-to, as-pec-to.
Encontro Consonantal Fonético: É a letra x com som de ks, também conhecida como DÍFONO.
Ex: Maxi, nexo, axila = maksi, nekso, aksila.

Não se esqueça de que as letras M e N pós-vocálicas não são consoantes, e sim semivogais ou simples sinais de
nasalização (ressoo nasal).

Dígrafos
Dígrafo ou digrama é o agrupamento de duas letras, representado por apenas um fonema. Os principais dígrafos são RR,
SS, SC, SÇ, XC, XS, LH, NH, CH, QU, GU.
Representam-se os dígrafos por letras maiores que as demais, exatamente para estabelecer a diferença entre uma letra e
um dígrafo. QU e GU só serão dígrafos, quando estiverem seguidos de E ou I, não pronunciados. Os dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC
e XS têm suas letras separadas silabicamente: LH, NH, CH, QU, GU. Existem dois tipos de dígrafos: consonantais e vocálicos.
Dígrafo Consonantal

arroz = ar-roz - aRos;


assar = as-sar - aSar;
nascer = nas-cer - naSer;
desço = des-ço - deSo;
exceção = ex-ce-ção - eSesãw;
exsudar = ex-su-dar - eSudar;
alho = a-lho - aLo;
banho = ba-nho - baÑo;
cacho = ca-cho - kaXo;
querida = que-ri-da - Kerida;
sangue = san-gue - sãGe.

Não confunda dígrafo com encontro consonantal, que é o encontro de consoantes, cada uma representando um fonema.

Dígrafo Vocálico
É o outro nome que se dá ao ressoo nasal, pelo fato de serem duas letras com um fonema vocálico.
sangue = san-gue – sãGe.

Atividades de fixação
1. (FAB) “A lua nova acorda os animais da rua; a serenata vai começar.” Na oração, encontramos
a) quatro ditongos e nenhum hiato.
b) dois ditongos e dois hiatos.
c) um ditongo e três hiatos.
d) um ditongo, um hiato e dois tritongos.

2. (EPCAr) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos apresentam ditongos crescentes orais.
a) meu, catedrais, cantaria
b) qualquer, aéreos, pessoas

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c) duas, embaixadas, oceanográfica
d) conferência, humanitário, retaguarda

3. Assinale a alternativa que contém apenas ditongos decrescentes:

a) foi, quadra, mau, nódoa


b) louco, fui, muito, níveo
c) degrau, bebeu, pai, ruivo
d) vaidade, partiu, quando, coitado

4. (UNB) Assinale o vocábulo em que as letras destacadas NÃO correspondem a um ditongo:


a) gUArda c) qUOta e) quEM
b) líquEN d) qUEijo

5. (UNB) Assinale o vocábulo que encerra tritongo:


a) creio c) bloqueio e) cheguei
b) criei d) deságuam

6. Nas palavras que, tranquilidade, concluía, e muito ocorrem os seguintes encontros.


a) dígrafo, dígrafo, tritongo, ditongo
b) dígrafo, ditongo, tritongo, dígrafo
c) ditongo, dígrafo, hiato, ditongo
d) ditongo, ditongo, tritongo, ditongo
e) dígrafo, ditongo, hiato, ditongo

Divisão silábica
A partição de sílabas na língua falada é facilmente percebida pela maioria dos falantes. Na língua escrita, marcamos a
divisão silábica com hífen:
Ex: coral: co–ral; aroma; a–ro–ma.

REGRAS PARA DIVISÃO SILÁBICA


1) Regra geral: deve-se separar as sílabas de acordo com o modo como as palavras são pronunciadas.
Ex: a–bra–ço; ab–rup–to
2) Não podem ficar na mesma sílaba duas LETRAS iguais.
Ex: Sa–a–ra; pre–en–cher; vo–o

Obs: os dígrafos “RR” e “SS” ficam incluídos nessa regra.


Ex: rus–so; es–car–ro

3) Não se separam os elementos dos grupos consonantais (encontros consonantais perfeitos) que iniciam uma sílaba nem os
dos dígrafos “CH, LH, NH, GU, QU”. Entretanto, os dígrafos “SC, SÇ, XC, XS” serão sempre separados.
Ex: a-blu-ção, a-bra-sar, a-che-gar, fi-lho, ma-nhã, a-tri-bu- ir, a-fri-ca-no, a-plai-nar, en-gra-ça-do, re-fle-tir, su-bli-me, pis-ci-na,
ex-ce-to, ex-su-da-ção.

OBS: Nem sempre formam grupos consonantais os elementos bl e br. No caso de o l e o r serem pronunciados
separadamente, poderá haver a partição da palavra. Exemplos: sub-lin-gual, sub-li-nhar, sub-ro-gar, ab-rup-to.
4) Não se separam as letras que representam ditongo.
Ex: mistério = mis-té- rio; cárie = cá-rie; herdeiro = her-dei-ro.

5) Não se separam as letras que representam um tritongo: Ex. Paraguai = Pa-ra-guai; saguão = sa-guão.

6) Separam-se as letras que representam um hiato.


Ex: saúde = sa-ú-de; rainha = ra-i-nha; cruel = cru-el; enjoo = en-jo-o.
7) Toda consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba que a antecede.
Ex. técnica = téc-ni-ca, absoluto = ab-so-lu-to; núpcias = núp-cias; submeter = sub-me-ter; perspicaz = pers-pi-caz;
feldspato = felds-pa-to.
8) Os prefixos que terminarem em consoantes (bis, cis, dis, trans, ex, per, super) não se separam quando a sílaba seguinte
começar por consoante. Todavia, se for iniciada por vogal, formam sílaba com esta e separam-se do prefixo.
Ex: bi-sa-vó, ci-san-di-no, de-ses-pe-rar, de-sin-te-ria, tran- sa-tlân-ti-co, e-xér-ci-to, su-bo-fi-ci-al, su-pe-rin-ten-den-te, bis-ne-to,
cis-pla-ti-no, dis-tra-ção, trans-por-tar, ex-tra-ir.

9) A semivogal “i” se vier seguida de vogal ficará sempre na sílaba anterior.


Ex: prai-a, i-dei-a, tui-ui-ú, sai-a.
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Atividades de fixação
1. Separe as sílabas das palavras abaixo:

a) bisavô: _______________________________________

b) desinteresse: _______________________________________

c) étnico: _______________________________________

d) psicologia: _______________________________________

e) transatlântico: _______________________________________

f) desesperam: _______________________________________

g) saguões: _______________________________________

h) guerreiam: _______________________________________

i) tungstênio: _______________________________________

j) quartzo: _______________________________________

k) incognoscível: _______________________________________

l) abrupto: _______________________________________

m) cisalpino: _______________________________________

n) goiabada: _______________________________________

o) obtusângulo: _______________________________________

p) suboficial: _______________________________________

q) subtenente: _______________________________________

r) praia: _______________________________________

s) tuiuiú: _______________________________________

2. Coloque nos parênteses a numeração correta.


1. ditongo crescente 4. hiato
2. ditongo decrescente 5. dígrafo
3. tritongo
( ) pais ( ) país ( ) aquífero
( ) jeito ( ) sauna ( ) saúva
( ) chapa ( ) doido ( ) caixa
( ) graúdo ( ) Saara ( ) quatro
( ) quilo ( ) saguão ( ) limpo
( ) seis ( ) seio ( ) cair
( ) lua ( ) falou ( ) prestígio

3. Não há ditongo em:


a) sangue d) fugiam
b) criei e) prendem
c) doou

4. Não há tritongo em
a) averiguei d) doou
b) minguou e) quais
c) deságuam

5. Nos vocábulos "ruim", "amendoim" e "moinho" há


a) dois ditongos nasais e um hiato nasal. d) três hiatos nasais.
b) três ditongos crescentes nasais. e) três dígrafos vocálicos e um ditongo nasal.
c) um ditongo nasal e dois hiatos nasais.

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Aprendizagem
1. Em relação aos vocábulos "voo", "vou" e "voou", assinale o correto.
a) Apresentam um hiato e dois ditongos.
b) Possuem um hiato e três ditongos.
c) Apresentam dois hiatos e dois ditongos.
d) Possuem 4 vogais e 3 semivogais.

2. Apresentam um ditongo e um hiato, ambos os vocábulos da opção:


a) perdoei e ruiu.
b) perdoassem e amendoim.
c) perdoais e linguodentais.
d) baía e jiboia.

3. No conjunto de palavras: gargalhadas, toque, lágrimas, chofer e problema, existem:


a) 2 dígrafos e 4 encontros consonantais
b) 3 dígrafos e 4 encontros consonantais.
c) 4 dígrafos e 3 encontros consonantais.
d) 3 dígrafos e 5 encontros consonantais.

4. (UFSM) A palavra SANGUESSUGA possui 11 letras, 8 fonemas e 3 dígrafos, DEMOCRACIA tem 10 letras, 1 encontro consonantal
e 1 hiato. Relacione as duas colunas a seguir e depois assinale a alternativa com a sequência correta.
1. república
( ) 9 fonemas, 1 dígrafo.
2. hábito
( ) 7 fonemas, 2 dígrafos.
3. reeleição
( ) 8 fonemas, 1 dígrafo, 1 encontro consonantal.
4. candidatos
( ) 9 fonemas, 1 encontro consonantal.
5. corrupção
( ) 9 fonemas, 2 ditongos, 1 hiato.
6. excessivo
( ) 5 fonemas.
a) 6 - 4 - 1 - 5 - 3 - 2
b) 2 - 4 - 5 - 6 - 3 - 1
c) 5 - 1 - 6 - 4 - 2 - 3
d) 4 - 6 - 5 - 1 - 3 - 2
e) 3 - 5 - 2 - 6 - 4 - 1

5. (FEI) Assinale a alternativa em que todas as palavras NÃO têm suas sílabas separadas corretamente.
a) am-bi-guo; rit-mo; psi-co-se; pers-pi-caz
b) abs-tra-ir; bi-sa-nu-al; in-te-lec-ção; quart-zo
c) ob-sé-quio; hep-tas-si-la-bo; dif-te-ri-a; oc-ci-pi-tal
d) vo-lu-ptu-o-so; psi-co-lo-gia; e-xce-der; be-ni-gno
e) ab-so-lu-to; sub-ju-gar; eu-ro-peu; ist-mo

6. Assinale a alternativa em que a palavra NÃO tem as suas sílabas corretamente separadas.
a) in-te-lec-ção d) is-tmo
b) cons-ci-ên-cia e) ca-a-tin-ga
c) oc-ci-pi-tal

7. (UFRS) Assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada uma das afirmações relacionadas à análise fonológica e gráfica do
segmento a seguir.
"Ele é especialmente sensível sobre seu excesso de peso."
( ) O fonema /s/ está representado pelas letras (s), (c) e dois dígrafos, ao passo que o fonema /z/ está representado apenas
pela letra (s).
( ) A letra (n) junta-se ao (e) formando um dígrafo para representar a vogal nasal.
( ) As palavras "sobre" e "seu" apresentam, respectivamente, um encontro consonantal e um ditongo decrescente.

A sequência correta é:
a) V - F - F d) V - V - V
b) F - V - V e) V - F - V
c) F - F - F

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8. (PUC-Campinas) Assinale a alternativa que apresenta tritongo, hiato, ditongo crescente e dígrafo
a) quais, saúde, perdoe, álcool
b) cruéis, mauzinho, quais, psique
c) quão, mais, mandiú, quieto
d) aguei, caos, mágoa, chato

9. (CAXIAS DO SUL) A alternativa em que, nas três palavras, há um ditongo decrescente é:


a) água, série, memória
b) balaio, veraneio, ciência
c) coração, razão, paciência
d) apoio, gratuito, fluido
e) joia, véu, área

10. (EPCAr) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos apresentam ditongos crescentes orais.
a) meu, catedrais, cantaria
b) qualquer, aéreos, pessoas
c) duas, embaixadas, oceanográfica
d) conferência, humanitário, retaguarda

11. Assinale a alternativa que contém apenas ditongos decrescentes:


a) foi, quadra, mau, nódoa
b) louco, fui, muito, níveo
c) degrau, bebeu, pai, ruivo
d) vaidade, partiu, quando, coitado

12. (EsPCEx) Assinale a alternativa correta quanto à divisão silábica das palavras dadas:
a) sa-gu-ão, mín-guam, a-bs-tra-to, de-lin-qui-u, plúm-beo
b) fric-ção, rit-mo, pneu-má-ti-co, cai-ais, bo-ê-mia
c) mag-ne-tis-mo, en-xa-guei, ni-nha-ri-a, res-pe-i-to, mei-os
d) su-blo-car, ca-iu, re-ce-pção, a-cces-sí-vel, subs-cre-ver
e) coi-ta-do, trans-a-tlân-ti-co, pis-ci-na, suas, põem

13. (PUC-RS) Aponte o único conjunto em que há ERRO na divisão silábica:


a) flui-do, sa-guão, dig-no
b) cir-cuns-cre-ver, trans-cen-den-tal, tran-sal-pi-no
c) con-vic-ção, tung-stê-nio, rit-mo
d) ins-tru-ir, an-te-pas-sa-do, se-cre-ta-ri-a
e) co-o-pe-rar, dis-tân-cia, bi-sa-vô

14. (CURSO MAZZIOTTI) Assinale a opção que contém encontro consonantal:


a) ninho d) piscina
b) táxi e) exsudação
c) tenda

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Aprofundamento
1. (CESPE/SEDF-2017) Os vocábulos “qualidade”, “perspectiva”, “essas”, “conjunto” e “chamada” contêm grupos de duas letras
que representam um só fonema, constituindo o que se denomina dígrafo ou digrama.
( ) Certo ( ) Errado

Leia o fragmento de texto abaixo para responder ao item 2.


“Lamiya e Nadia Murad são algumas das poucas vítimas do terror sexual que se apresentam em público, de rosto aberto,
pois a violência sexual estigmatiza as vítimas e suas famílias. Lamiya contou que era submetida a estupros seguidos e diários,
passada entre incontáveis militantes. Muitas vezes desmaiava.” (7º§)
2. (CONSULPLAN/TJMG-2017) Considere o trecho anteriormente destacado e assinale a alternativa em que todas as palavras
apresentam divisão silábica correta:
a) pas – sa – da, sub – me – ti – da, pou - cas
b) ter – ror, po – is, es - ti – gma – ti – za – va
c) se- gui – dos, di – á – rios, in – con – tá – ve – is
d) ví – ti – mas, fa – mí – li – as, des- ma – i – a - va

3. (FGV/PMS-2017) Assinale a opção que indica a separação silábica ERRADA.


a) Meados = me-a-dos.
b) Passado = pas-sa-do.
c) Esmagamento = es-ma-ga-men-to.
d) Desesperadamente = des-es-pe-ra-da-men-te.
e) Fantasma = fan-tas-ma.

4. (CONSULPLAN/CFESS-2017) Assinale a alternativa em que o encontro vocálico está corretamente analisado.


a) poética – hiato.
b) mangueira – tritongo.
c) leitor – ditongo oral crescente.
d) irreverência – ditongo nasal decrescente.

5. (AOCP/PMJF-2017) Assinale a alternativa que apresenta a correta divisão silábica das palavras “surrealismo” e “psicanálise”.
a) sur.re.a.lis.mo e psi.ca.ná.li.se
b) su.rre.a.lis.mo e p.si.ca.ná.li.se
c) sur.rea.lis.mo e psi.ca.ná.li.se
d) sur.re.a.lis.mo e p.si.ca.ná.li.se
e) sur.rea.lis.mo e p.si.ca.ná.li.se

6. (CONSULPLAN/HOB-2015) “Faz alguns anos reina entre nós o diagnóstico de déficit de atenção para um número assustador
de crianças.” Nessa frase, as palavras sublinhadas apresentam, respectivamente,

a) ditongo, hiato, dígrafo e dígrafo.


b) dígrafo, encontro consonantal, hiato e dígrafo.
c) ditongo, encontro consonantal, dígrafo e hiato.
d) encontro consonantal, hiato, dígrafo e ditongo.

7. (CONSULPLAN/PMC-2015) As seguintes palavras apresentam dígrafos, EXCETO:


a) Caminho.
b) Discussão.
c) Corrupção.
d) Infraestrutura.

8. (CONSULPLAN/PMDC-2015) Dadas as palavras:


I. ob‐ser‐var.
II. cria‐ti‐vo.
III. as‐so‐ou.

Constatamos que a separação silábica está correta apenas em:


a) I.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
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Acentuação Gráfica
Classificação dos vocábulos quanto à tonicidade:

a) Monossílabos átonos: vocábulos de uma única sílaba e que têm pronúncia fraca. São representados por artigos (o, a),
preposições (de, com), conjunções (mas, nem), pronome relativo “que” e pronomes pessoais átonos (te, lhe). Nunca são
acentuados.
b) Monossílabos tônicos: vocábulos de uma única sílaba e que têm pronúncia forte: lá, dê, sol, cor, são etc.

Obs: dessa forma, são monossílabos átonos: preposições, conjunções, artigos e os pronomes oblíquos me, te, o, a, nos,
vos, os, as, lhe, lhes, se.

Classificação dos monossílabos


tônicos átonos
substantivo flor –
adjetivo má –
artigo – o
verbo dá –
advérbio lá –
pronome mim me
numeral três –
conjunções – mas
interjeições ó –
preposições – de

c) Oxítonos: vocábulos cuja sílaba tônica é a última: jacaré, ureter, colibri etc.
d) Paroxítonos: vocábulos cuja sílaba tônica é a penúltima: novela, caráter, janela etc.
e) Proparoxítonos: vocábulos cuja sílaba tônica é a antepenúltima: máquina, protótipo, exército etc.

Classificação de algumas palavras (especiais) quanto à tonicidade

Oxítonas Paroxítonas Proparoxítonas


aloés âmbar ádvena
cateter ambrosia alcíone
hangar arrátel álibi
masseter avaro ambrósia
mister aziago azáfama
ruim barbaria autóctone
sutil decano barbárie
nobel efebo bávaro
novel ibero Cérbero
cister látex crisântemo
harém misantropo trânsfuga
Gibraltar necropsia férula
ureter nenúfar gárrulo
frenesi fortuito ímprobo
condor libido íngreme
pudico ínterim
Normandia lêvedo
batavo ômega
opimo páramo
refrega prófugo
tulipa quadrúmano
Samaria réquiem
revérbero

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Obs1: dupla prosódia (pronúncia optativa)

acróbata ou acrobata hieróglifo ou hieroglifo


alópata ou alopata projétil ou projetil
crisântemo ou crisantemo nefelíbata ou nefelibata
réptil ou reptil zângão ou zangão
sóror ou soror colmeia ou colmeia
antiguidade ou antiguidade ortoépia ou ortoepia
líquido ou líquido Oceânia ou Oceania

Obs2: dupla escrita (grafia optativa)


cota ou quota cociente ou quociente
catorze ou quatorze

inadequado: cincoenta

Nota:
SILABADA é o erro de prosódia. Assim, ocorre silabada quando se pronuncia íbero (inadequado) em vez de ibero
(adequado).

Normas vigentes de acentuação gráfica


Quando falamos em acentuação gráfica temos regras gerais e regras especiais. As regras gerais levam em consideração a
posição da sílaba tônica na palavra e, no caso das palavras monossílabas tônicas, oxítonas e paroxítonas, a terminação da
palavra. Já as regras especiais, como o próprio nome indica, atendem a critérios especiais e independem da terminação da
palavra ou da posição da sílaba tônica na palavra. É o caso de Itaú e saúva, ambas acentuadas por se tratar da regra especial do
-i e do -u hiatos (Levam acento agudo o i e o u, quando representam a segunda vogal tônica de um hiato, desde que isolados na
sílaba ou acompanhados de s, e não seguidos de nh). Ou seja, os vocábulos Itaú (oxítono) e saúva (paroxítono) são acentuados
não pela posição da sílaba tônica na palavra ou por sua terminação, mas por se tratar de um caso especial.

Antes de nos aprofundarmos no assunto, é importante lembrar quais são os sinais gráficos – diacríticos – que utilizamos na
escrita e o que eles indicam.

Diacrítico – sinal gráfico que se acrescenta a uma letra para conferir-lhe novo valor fonético e/ou fonológico. Para o estudo da
acentuação gráfica interessam-nos os seguintes:
a) acento agudo (´) – colocado sobre as letras a, i, u e sobre o e do grupo final em, indica que essas letras representam as
vogais tônicas da palavra: cajá, açaí, lúdico, vintém. Sobre as letras e e o, indica, além da tonicidade, timbre aberto:
intrépido, troféu, cipó, herói.

b) acento grave (`) – indica a ocorrência de crase, ou seja, a fusão da preposição a com os artigos femininos a e as, com os
pronomes demonstrativos femininos a e as e com a letra inicial dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
à, àquele(s), àquela(s), àquilo.
c) acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras a, e e o, indica, além da tonicidade, timbre fechado: relâmpago, ômega.

d) trema (¨) – conforme o Novo Acordo Ortográfico, obrigatório desde 2016, conserva-se o trema em palavras derivadas de
nomes próprios estrangeiros: mülleriano, de Muller.

e) til (~) – indica a nasalidade das vogais a e o, e vale como acento tônico se outro acento não figura no vocábulo: órfã, órgão,
alemã, alemão.

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I. AS REGRAS FUNDAMENTAIS OU GERAIS
Temos as seguintes regras gerais, cada uma correspondendo a uma única regra:
a) regra geral dos monossílabos tônicos: acentuam-se todos os monossílabos tônicos terminados em -a, -e ou -o, seguidos
ou não de -s. Assim: pá(s), pé(s) e pó(s) obedecem à mesma regra de acentuação gráfica, a regra geral dos monossílabos
tônicos.
b) regra geral dos oxítonos: acentuam-se todos os oxítonos terminados em -a, -e, -o, seguidos ou não de –s e, ainda, -em, -
ens. Assim: cajá(s), acarajé(s), cipó(s), armazém e parabéns obedecem à mesma regra de acentuação gráfica, a regra geral
dos oxítonos.
c) regra geral dos paroxítonos: acentuam-se todos os paroxítonos terminados em -i(s), -u(s), -ã(s), -ão(s), -l, -n, -r, -x, -um (-
uns), -ps e ditongo gráfico. Assim: táxi(s), bônus, órfã(s), órfão(s), fácil, hífen (mas hifens), revólver, fênix, álbum, álbuns, bíceps,
pônei e árduo obedecem à mesma regra de acentuação gráfica, a regra geral dos paroxítonos.

Não levam acento os prefixos paroxítonos terminados em –r e –i: inter-helênico, super-homem, semi-histórico.

d) regra geral dos proparoxítonos: todas as palavras proparoxítonas devem receber acento gráfico. Assim: África, lâmpada
e pudéssemos obedecem à mesma regra de acentuação gráfica, a regra geral dos proparoxítonos.

Considerações acerca das regras gerais:


As regras gerais foram feitas de forma a serem excludentes. Se acentuamos as paroxítonas terminadas em -i(s) ou -us, não
acentuamos as oxítonas com essa mesma terminação. Daí sem acento: aqui, caqui, poti, caju, urubus.
Se acentuamos as oxítonas terminadas em -ens, não acentuamos as paroxítonas com essa mesma terminação. Daí sem acento:
itens, hifens, germens, abdomens (mas hífenes, gérmenes, abdômenes, proparoxítonas).

PROPAROXÍTONOS EVENTUAIS - Bechara (p. 63) explica que os encontros -ia, -ie, -io, -ua, -ue, -uo finais átonos, seguidos ou
não de -s, classificam-se quer como ditongo, quer como hiatos, uma vez que ambas as emissões existem no domínio da Língua
Portuguesa: his-tó-ria e his-tó-ri-a; sé-rie e sé-ri-e; pá-tio e pá-ti-o; ár-dua e ár-du-a; tê-nue e tê-nu-e; vá-cuo e vá-cu-o.
Luft (p. 2; 34) acrescenta, ainda, os encontros -ea (ré-dea e ré-de-a), -eo (ó-leo e ó-le-o) e -oa (má-goa e má-go-a).
É por essa razão que Bechara (2003:92) registra, entre outros exemplos de ditongo crescente, barbárie como palavra
proparoxítona.

II. REGRAS ESPECIAIS

Ditongos abertos éi, éu e ói


São acentuados os ditongos abertos éi, éu, ói, desde que monossílabos tônicos ou oxítonos:
anéis, papéis
céu, véu, chapéu
dói, herói, constrói

OBS.: em palavras diminutivas, como pasteizinhos, chapeuzinho, e heroizinho, a tonicidade recai sobre a sílaba zi.

Mantivemos aqui os ditongos abertos éi, éu e ói entre as regras especiais, embora, com a nova norma, não passem de
terminações das regras gerais dos monossílabos tônicos e oxítonos.

i e u hiatos
Recebem acento agudo o i e o u, quando representam a segunda vogal tônica de um hiato, desde que isolados na sílaba ou
acompanhados de s, e não seguidos de nh ou repetidas: sa-ú-de, vi-ú-va, sa-í-da, ca-í-do, fa-ís-ca, a-í, Grã-já-ú, ra-í-zes; mas pro-i-bi-
do, ra-iz, pa-ul, ru-im, ru-ins, ra-i-nha, mo-i-nho, man-dri-i-ce, va-di-i-ce, xi-i-ta (mas friíssimo, proparoxítona), su-cu-u-ba..

Conforme o Novo Acordo Ortográfico, obrigatório desde 2016, não se acentuam o –i e o –u tônicos das palavras
paroxítonas quando precedidas de ditongo: feiura, feiume, baiuca, boiuna.

III. ACENTO DIFERENCIAL


Conforme o Novo Acordo Ortográfico, obrigatório desde 2016, o acento diferencial permanece na forma verbal pôde
(terceira pessoa do singular do pretérito perfeito), para distinguir da forma verbal homógrafa pode (terceira pessoa do singular
do presente do indicativo) e na forma infinitiva do verbo pôr, para distinguir da preposição homógrafa por.
E ainda:
A 3ª pessoa de alguns verbos se grafa da seguinte maneira:

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a) quando terminam em – em (monossílabos)

3ª pess. sing. 3ª pess. plural


- em - êm
ele tem eles têm
ele vem eles vêm

b) quando termina em – ém:

3ª pess. sing. 3ª pess. plural


- ém - êm
ele contém eles contêm
ele convém eles convêm

Forma verbal acompanhada de pronome oblíquo


Encerrado os casos especiais, chamamos a atenção para forma correta de acentuar graficamente as formas verbais
associadas a pronomes oblíquos. Nestas circunstâncias, desconsidera-se o pronome e aplica-se a regra correspondente: fá-lo,
fá-los, movê-lo-ia, sabê-lo-emos, construí-lo, trá-lo-ás

OBS.: Pelo último exemplo, vemos que se o verbo estiver no futuro poderá haver dois acentos gráficos: amá-lo-íeis, pô-
lo-ás, fá-lo-íamos.

ORTOÉPIA OU ORTOEPIA
Já dissemos aqui que a Ortoépia é a parte da fonologia que trata da correta pronúncia dos fonemas. Todavia, valem ainda
algumas considerações dentro do estudo da acentuação em Língua Portuguesa (conforme Bechara):

Vogais – Quanto à emissão das vogais, na pronúncia normal brasileira observemos que:
a) Soam muitas vezes como nasais as vogais seguidas de m, n, e principalmente nh: cama, cana, banha.

b) Soam quase sempre como orais as vogais precedidas de m, n, nh: mata, nata, companhia. Assim não tem razão linguística
a pronúncia nasalada do mas /mãs/. Entretanto, mui e muito se proferem /mữi/, /mữito/.
c) u depois de g ou q ora é componente de dígrafo (e aí não se pronuncia, a exemplo de quilo) ora é vogal ou semivogal (e
aí se profere, a exemplo de averigue e tranquilo).

É facultativo pronunciá-lo em: antiguidade, sanguíneo, sanguinário, sanguinoso, antiquíssimo, equidade, equivalente,
equivaler, liquidação, liquidar, líquido, liquidificador e retorquir.

d) Em muitos vocábulos há dúvidas quanto ao timbre das vogais.

• É recomendado o timbre aberto para o e em: acerbo (= azedo), badejo, blefe, cervo, coeso, coevo, obsoleto.

• Tem timbre fechado o e de: cerda, destra, esmero, ginete, grumete, quibebe, reses.

• Tem timbre aberto o o tônico de: coldre, dolo, fórum, molho (= feixe), probo, tropo.

• Tem timbre fechado o o tônico de: alforje, corça, filantropo, foro, misantropo, odre, torpe.

OBS.: Têm aberto ou fechado: ciclope, ileso, acervo, topete, loto, centopeia, colmeia, algoz, bofete.

e) Quanto aos ditongos, cumpre notar:


• Soa como ditongo nasal /ãw/ a sílaba átona final -am: amam.
• Soam como ditongo nasal /ẽj/ as sílabas -em, -ém, -en, -en(s), -én(s) de muitos vocábulos: bem; armazém; pólen; homens;
parabéns.
• Soam como ditongo, e não como hiato: gratuito, fluido, arraigar, entre outros.

Consoantes - Quanto à emissão das consoantes, na pronúncia normal brasileira observemos que:

Nem sempre formam grupos articulados as consonâncias bl e br: Nalguns casos o l e o r se pronunciam separadamente, e
a isso se atenderá na partição do vocábulo: sub-li-nhar, sub-li-mi-nar, sub-lin-gual, sub-ro-gar, ab-ro-gar, ab-rup-to.
Consonate às Instruções para a Organização do Vocabulário Ortográfico da Língua Nacional, o “x” continua a escrever-se com
seus 5 (cinco) valores, bem como nos casos em que pode ser mudo, qual em exceto, excerto. Tem, pois, o som de:

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1ª) ch, no princípio e no interior de muitas palavras: xarope, xairel, xerife, xícara, ameixa; enxoval, peixe etc.
2ª) cs (/ks/, grifo meu), no meio e no fim de várias palavras: anexo, bórax, complexidade, convexo, dúplex, látex, léxico, sílex
etc.
3ª) z, quando ocorre no prefixo exo, ou ex seguido de vogal: exame, êxito, êxodo, exosmose, exotérmico, inexorável etc.
4ª) ss, (/s/, grifo meu): aproximar, auxiliar, máximo, , proximidade, sintaxe etc.
5ª) s final de sílaba: contexto, pretextar, sexto, textual, fênix, cálix, Félix, a flux etc.

Os verbos do tipo aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir e afins, por
oferecerem dois paradigmas, ou têm as formas rizotônicas igualmente acentuadas no u mas sem marca gráfica (a exemplo de
averiguo, averiguas, averigua, averiguam; averigue, averigues, averigue, averiguem; enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam;
enxague, enxagues, enxague, enxaguem; delinquo, delinques, delinque, delinquem) ou têm as formas rizotônicas acentuadas
fônica e graficamente nas vogais a ou i radicais (a exemplo de averíguo, averíguas, averígua, averíguam; averígue, averígues,
averígue, averíguem; enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxágue, enxáguem; delínquo, delínques,
delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínqua, delínquam).
A SÍLABA TÔNICA NOS VERBOS – FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS

RIZOTÔNICA é a forma verbal cuja sílaba tônica se acha numa das sílabas do radical: quero, canta, vendem.
ARRIZOTÔNICA é a forma verbal cuja sílaba tônica se acha fora do radical: queremos, cantais, vendido.

Atividades de fixação
1. A presença do acento gráfico em “polícia”, “substituí-lo” e “derrotá-lo”, justifica-se pelas mesmas regras de, respectivamente:
obs.: o acento, quando existente, foi intencionalmente omitido.
a) ausencia, Itau, da
b) comunitaria, ele influi, eu influi
c) biceps, viuva, xodo
d) torax, argui-lo, cafe
e) amavel, Grajau, da (verbo)

2. Assinale a proposição em que todas as palavras estão corretamente acentuadas:


a) violênto, tôda, cerimônia, cáustico
b) juíza, saída, rúbrica, pólio
c) tatú, Grajaú, saíste, juíza
d) temática, econômico, têxtil, êxodo
e) pneumático, insólito, gérmens, gíria

3. Assinale a alternativa que completa corretamente as frases:


I. Cada qual faz como melhor lhe _________________.
II. O que ________________ estes frascos?
III. Neste momento os teóricos _____________________ os conceitos.
IV. Eles ___________________ a casa de todo material de construção.

a) convêm, contêm, reveem, proveem


b) convém, contém, reveem, provém
c) convém, contêm, reveem, proveem
d) convém, contém, revêm, provém
e) convém, contêm, reveem, provém

4. Assinale a opção em que os vocábulos obedecem à mesma regra de acentuação gráfica:


a) dá-lhes / necessário
b) médico / têm
c) terás / límpido
d) incêndio / também
e) câncer / ônix

5. A presença do acento gráfico em “tínhamos”, “Luís”, “copiá-lo” e “órgão” justifica-se pelas mesmas regras de, respectivamente:
a) caracteres, assembleia, balaustre, bisturi
b) tumulo, Itau, parabens, polen
c) rubrica, feiura, medi-la, historia
d) exito, ventoinha, odio, incendio
e) interim, bauzinho, mare, calvicie

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6. Analise as afirmativas abaixo:
I. No vocábulo “ruim” há um hiato.
II. É facultativo pronunciar-se o “u” depois do “g” na palavra “antiguidade”.
III. “X” soa “ks” nas palavras “tóxico”, “asfixia”, “intoxicar”.
IV. São proparoxítonas: “caracteres”, “edito” (lei, decreto), “filantropo”.

a) Todas as afirmativas são verdadeiras.


b) São verdadeiras as afirmativas I, II e III.
c) São verdadeiras as afirmativas I, II e IV.
d) São verdadeiras as afirmativas I, III e IV.
e) São verdadeiras as afirmativas II, III e IV.

7. De acordo com as normas de pronúncia, tonicidade e prosódia, analise as afirmativas abaixo:


I. No vocábulo “léxico”, o “x” soa como /ks/.
II. Na palavra “abrupto”, o “r” deve ser pronunciado múltiplo e sem fazer grupo com a consoante anterior.
III. As palavras “ureter” e “ruim” são oxítonas.
Com base na análise, assinale a alternativa correta.
a) Somente I está correta.
b) Somente I e II estão corretas.
c) Somente II e III estão corretas.
d) Somente I e III estão corretas.
e) Todas estão corretas.

8. São acentuadas pela mesma razão as seguintes palavras:


a) heróis, até, têm.
b) terrível, existência, império.
c) século, tirânica, heroína.
d) excluídos, gêmeas, edifício.

9. Considerando a charge abaixo, assinale a afirmativa INCORRETA.

O QUÊ? OS PORCOS INFIÉIS CONGELARAM MEU CARTÃO DE CRÉDITO?


ALÁ VAI ARRASÁ-LOS!

AQUI, TENTE O MEU


AMERICAN EXPRESS.

(Revista Veja, 10-10-2001.)

a) O vocábulo infiéis é acentuado por causa do ditongo aberto éi oxítono.


b) Os vocábulos Alá e arrasá-los são acentuados pela mesma razão.
c) A palavra crédito é acentuada pelo mesmo motivo do vocábulo árabe.
d) Considerando as regras de acentuação gráfica, a palavra quê está redigida de forma errada.

10. (CURSO MAZZIOTTI) Assinale a opção em que a palavra deve ser obrigatoriamente acentuada (acento gráfico):
a) historia
b) amem
c) ate
d) biquini
e) providencia

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Aprofundamento
Julgue o próximo item, a respeito das ideias e estruturas linguísticas do texto.
A revolução digital está relacionada à nossa capacidade de reconhecer determinadas informações e delas dispor, bem como
de agir procurando a compreensão simples de fenômenos complexos.
Afonso Vegara. Os territórios inteligentes. Internet
http://bibliotecadigital.fgv.br (com adaptações).

1. (CESPE/TELEBRÁS-2017) A palavra “está” recebe acento gráfico em decorrência da mesma regra que determina o emprego
do acento no vocábulo “três”.

( ) Certo ( ) Errado

2. (CESPE/TRF.1R-2017) Considerando as relações sintático-semânticas, julgue o próximo item.


O emprego de acento na palavra “memória” pode ser justificado por duas regras de acentuação distintas.

( ) Certo ( ) Errado

O Lado Negro do Facebook


Por Alexandre de Santi

O Facebook é, de longe, a maior rede da história da humanidade. Nunca existiu, antes, um lugar onde 1,4 bilhão de pessoas
se reunissem. Metade de todas as pessoas com acesso à internet, no mundo, entra no Facebook pelo menos uma vez por mês.
Em suma: é o meio de comunicação mais poderoso do nosso tempo, e tem mais alcance do que qualquer coisa que já tenha
existido. A maior parte das pessoas o adora, não consegue conceber a vida sem ele. Também pudera: o Facebook é ótimo. Nos
aproxima dos nossos amigos, ajuda a conhecer gente nova e acompanhar o que está acontecendo nos nossos grupos sociais.
Mas essa história também tem um lado ruim. Novos estudos estão mostrando que o uso frequente do Facebook nos torna mais
impulsivos, mais narcisistas, mais desatentos e menos preocupados com os sentimentos dos outros. E, de quebra, mais infelizes.
No ano passado, pesquisadores das universidades de Michigan e de Leuven (Bélgica) recrutaram 82 usuários do Facebook.
O estudo mostrou uma relação direta: quanto mais tempo a pessoa passava na rede social, mais infeliz ficava. Os cientistas não
sabem explicar o porquê, mas uma de suas hipóteses é a chamada inveja subliminar, que surge sem que a gente perceba
conscientemente. Já deve ter acontecido com você. Sabe quando você está no trabalho, e dois ou três amigos postam fotos de
viagem? Você tem a sensação de que todo mundo está de férias, ou que seus amigos viajam muito mais do que você. E fica se
sentindo um fracassado. “Como as pessoas tendem a mostrar só as coisas boas no Facebook, achamos que aquilo reflete a
totalidade da vida delas”, diz o psiquiatra Daniel Spritzer, mestre pela UFRGS e coordenador do Grupo de Estudos sobre Adições
Tecnológicas. “A pessoa não vê o quanto aquele amigo trabalhou para conseguir tirar as férias”, diz Spritzer.
E a vida em rede pode ter um efeito psicológico ainda mais assustador. Durante 30 anos, pesquisadores da Universidade
de Michigan aplicaram testes de personalidade a 14 mil universitários. O resultado: os jovens da geração atual, que cresceram
usando a internet, têm 40% menos empatia que os jovens de três décadas atrás. A explicação disso, segundo o estudo, é que
na vida online fica fácil ignorar as pessoas quando não queremos ouvir seus problemas ou críticas – e, com o tempo, esse
comportamento indiferente acaba sendo adotado também na vida offline.
Num meio competitivo, onde precisamos mostrar como estamos felizes o tempo todo, há pouco incentivo para diminuir o
ritmo e prestar atenção em alguém que precisa de ajuda. Há muito espaço, por outro lado, para o egocentrismo. Em 2012, um
estudo da Universidade de Illinois com 292 voluntários concluiu que, quanto mais amigos no Facebook uma pessoa tem, e maior
a frequência com que ela posta, mais narcisista tende a ser – e maior a chance de fazer comentários agressivos.
Esse último resultado é bem surpreendente, porque é contraintuitivo. Ora, uma pessoa que tem muitos amigos
supostamente os conquistou adotando comportamentos positivos, como modéstia e empatia. O estudo mostra que, no
Facebook, tende a ser justamente o contrário.
Adaptado de Superinteressante. Disponível em:
http://super.abril. com.br/tecnologia/o-lado-negro-do-facebook/

3. (AOCP/CDEMPA-2017) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência
correta.
( ) No trecho “O resultado: os jovens da geração atual, que cresceram usando a internet, têm 40% menos empatia que os
jovens de três décadas atrás.”, a forma verbal “têm” está no plural para concordar com “os jovens de três décadas atrás”.
( ) As palavras “Bélgica” e “psicológico” acentuam-se devido à mesma regra.
( ) Em “Há muito espaço, por outro lado, para o egocentrismo”, o verbo “há” está acentuado por ser um monossílabo tônico
terminado em -a.
( ) Em “os jovens de três décadas atrás”, as palavras “três” e “atrás” acentuam-se por serem oxítonas.

a) V – V – V – V.
b) F – V – V – F.
c) F – F – V – V
d) V – F – F – V.
e) F – V – F – F.

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Texto para questão 4.

1 O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos estão na base das Constituições democráticas modernas.
2 A paz, por sua vez, é o pressuposto necessário para o reconhecimento e a efetiva proteção dos direitos humanos
3 em cada Estado e no sistema internacional. Ao mesmo tempo, o processo de democratização do sistema
4 internacional, que é o caminho obrigatório para a busca do ideal da paz perpétua, não pode avançar sem uma
5 gradativa ampliação do reconhecimento e da proteção dos direitos humanos, acima de cada Estado. Direitos
6 humanos, democracia e paz são três elementos fundamentais do mesmo movimento histórico: sem direitos
7 humanos reconhecidos e protegidos, não há democracia; sem democracia, não existem as condições mínimas para
8 a solução pacífica dos conflitos. Em outras palavras, a democracia é a sociedade dos cidadãos, e os súditos se tomam
9 cidadãos quando lhes são reconhecidos alguns direitos fundamentais; haverá paz estável, uma paz que não tenha a
10 guerra como alternativa, somente quando existirem cidadãos não mais apenas deste ou daquele Estado, mas do
11 mundo.
Noberto Bobbio. A era dos Direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. I (com adaptações).

4. (CESPE/PMSLM-2017) Com relação aos aspectos linguísticos do texto acima, assinale a opção correta.
a) A correção gramatical do texto seria preservada se a palavra “perpétua” (l.4) fosse registrada sem o acento.
b) A forma verbal “estão” (l.1) está no plural para concordar com “direitos humanos” (l.1).
c) No texto, a palavra “Estado” refere-se às unidades federativas que constituem o Brasil.
d) A supressão da palavra “três” (l.6) preservaria a correção gramatical do texto.
e) O sentido do texto seria preservado caso a palavra “mesmo” (l.6) fosse deslocada para imediatamente depois da forma verbal
“são” (l.6).

5. (CESGRANRIO/UNIRIO-2016) Das palavras acentuadas história, camponês, construísse e impossível, quais recebem
acento em razão da mesma norma ortográfica?
a) Apenas duas, história e construísse, por serem paroxítonas terminadas em vogal.
b) Apenas duas, construísse e impossível, por terem a mesma vogal tônica
c) Três delas, história, construísse e impossível, por serem proparoxítonas
d) Apenas duas, história e camponês, por serem substantivos.
e) Nenhuma delas, pois as quatro palavras recebem acento em razão de normas ortográficas diferentes.

Texto para questão 6.

O museu é considerado um instrumento de neutralização – e talvez o seja de fato. Os objetos que nele se encontram
reunidos trazem o testemunho de disputas sociais, de conflitos políticos e religiosos. Muitas obras antigas celebram vitórias
militares e conquistas: a maior parte presta homenagem às potências dominantes, suas financiadoras. As obras modernas são,
mais genericamente, animadas pelo espírito crítico: elas protestam contra os fatos da realidade, os poderes, o estado das coisas.
O museu reúne todas essas manifestações de sentido oposto. Expõe tudo junto em nome de um valor que se presume
partilhado por elas: a qualidade artística. Suas diferenças funcionais, suas divergências políticas são apagadas. A violência de
que participavam, ou que combatiam, é esquecida. O museu parece assim desempenhar um papel de pacificação social. A
guerra das imagens extingue-se na pacificação dos museus.
Todos os objetos reunidos ali têm como princípio o fato de terem sido retirados de seu contexto. Desde então, dois pontos
de vista concorrentes são possíveis. De acordo com o primeiro, o museu é por excelência o lugar de advento da Arte enquanto
tal, separada de seus pretextos, libertada de suas sujeições. Para o segundo, e pela mesma razão, é um "depósito de despojos".
Por um lado, o museu facilita o acesso das obras a um status estético que as exalta. Por outro, as reduz a um destino igualmente
estético, mas, desta vez, concebido como um estado letárgico.
A colocação em museu foi descrita e denunciada frequentemente como uma desvitalização do simbólico, e a musealização
progressiva dos objetos de uso como outros tantos escândalos sucessivos. Ainda seria preciso perguntar sobre a razão do
"escândalo". Para que haja escândalo, é necessário que tenha havido atentado ao sagrado. Diante de cada crítica escandalizada
dirigida ao museu, seria interessante desvendar que valor foi previamente sacralizado. A Religião? A Arte? A singularidade
absoluta da obra? A Revolta? A Vida autêntica? A integridade do Contexto original? Estranha inversão de perspectiva. Porque,
simultaneamente, a crítica mais comum contra o museu apresenta-o como sendo, ele próprio, um órgão de sacralização. O
museu, por retirar as obras de sua origem, é realmente "o lugar simbólico onde o trabalho de abstração assume seu caráter
mais violento e mais ultrajante". Porém, esse trabalho de abstração e esse efeito de alienação operam em toda parte. É a ação
do tempo, conjugada com nossa ilusão da presença mantida e da arte conservada.

(Adaptado de: GALARD, Jean. Beleza Exorbitante. São Paulo, Fap.-Unifesp, 2012, p. 68-71)

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6. (FCC/TRF.3R-2016) Atente para as afirmativas abaixo.
I. Em ... presta homenagem às potências dominantes... (1° parágrafo), o sinal indicativo de crase pode ser suprimido
excluindo-se também o artigo definido, sem prejuízo para a correção.
II. O acento em "têm" (2° parágrafo) é de caráter diferencial, em razão da semelhança com a forma singular "tem ",
diferentemente do acento aplicado a "porém" (3° parágrafo), devido à tonicidade da última sílaba, terminada em
"em".
III. Os acentos nos termos "excelência" (2° parágrafo) e "necessário" (3° parágrafo) devem -se à mesma razão.

Está correto o que consta em


a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II, apenas.
e) II e III, apenas.

7. (CESGRANRIO/ANP-2016) Das palavras acentuadas reúne, países, águas, última e vêm, as duas que recebem acento
por seguirem a mesma norma ortográfica são:
a) águas e vêm
b) última e vêm
c) reúne e águas
d) reúne e países
e) países e última

8. (FCC/TRT.3R-2015) Está redigida corretamente, quanto à ortografia e à acentuação gráfica, a frase:

a) A louza tradicional foi substituída por uma exposição em PowerPoint na aula que teve como expectadores uma equipe de
insígnes cientistas chineses.
b) O intuito da aula de Xiaomei consistiu em exibir as habilidades da robô, que, além de dispor de um notável repertório de
informações, traz funções de interação.
c) O evento ocorrido na Universidade Jiujiang deve sucitar não apenas a curiosidade dos sinólogos, estudiosos da cultura
chinesa, mas do publico de um modo geral.
d) Xiaomei concluiu sua aula de maneira exitosa e os cientistas julgaram que a robô não teve um mal desempenho, embora
ainda existam alguns ítens a ser aprimorados.
e) O juri de cientistas que examinaram a atuação de Xiaomei era restrito, mas, graças às redes sociais, a notícia da robô se
extendeu rapidamente pelo mundo todo.

9. (CESPE/MPU-2015) Julgue o item que se segue.


A palavra “cível" recebe acento gráfico em decorrência da mesma regra que determina o emprego de acento em amável
e útil.

( ) Certo ( ) Errado

10. (CESGRANRIO/Petrobrás-2015) No trecho “Em um plano, temos o tão celebrado ‘futebol-arte’ glorificado como a forma
genuína de nosso suposto estilo de jogo”, a palavra destacada é acentuada graficamente pelo mesmo motivo pelo qual
se acentua a palavra

a) além
b) declínio
c) ídolo
d) países
e) viés

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Emprego do hífen
Para muitos gramáticos, o emprego do hífen ainda se trata de matéria controvertida em
muitos aspectos, mesmo após a Reforma de 1990. Para facilitar sua compreensão, apresento
aqui um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns. As
observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por
elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém,
arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro,
micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super,
supra, tele, ultra, vice etc.

1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos:

anti-higiênico
anti-histórico
co-herdeiro
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano

Exceção: sub-, des- e in- (subumano ou sub-humano, desumano, inumano e semelhantes), nesse caso, a palavra
humano perde o h, podendo conservá-lo no primeiro caso.

2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos:

aeroespacial
agroindustrial
anteontem
antiaéreo
antieducativo
autoaprendizagem
autoescola
autoestrada
autoinstrução
coautor
coedição
extraescolar
infraestrutura
plurianual
semiaberto
semianalfabeto
semiesférico
semiopaco

Exceção: o prefixo co- aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar,
coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.

3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s.
Exemplos:
anteprojeto
antipedagógico
autopeça
autoproteção
coprodução
geopolítica
microcomputador
pseudoprofessor
semicírculo
semideus
seminovo
ultramoderno

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Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.

4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se
essas letras. Exemplos:

antirrábico
antirracismo
antirreligioso
antirrugas
antissocial
biorritmo
contrarregra
contrassenso
cosseno
infrassom
microssistema
minissaia
multissecular
neorrealismo
neossimbolista
semirreta
ultrarresistente
ultrassom

5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos:

anti-ibérico
anti-imperialista
anti-inflacionário
anti-inflamatório
auto-observação
contra-almirante
contra-atacar
contra-ataque
micro-ondas
micro-ônibus
semi-internato
semi-interno

6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Exemplos:

hiper-requintado
inter-racial
inter-regional
sub-bibliotecário
super-racista
super-reacionário
super-resistente
super-romântico

Atenção:
• Nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano
etc.

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7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos:

hiperacidez
hiperativo
interescolar
interestadual
interestelar
interestudantil
superamigo
superaquecimento
supereconômico
superexigente
superinteressante
superotimismo

8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos:

além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra

9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente
vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.

11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos:

mandachuva
paraquedas
paraquedista
pontapé
madressilva
girassol

O macete para essa regra é: ManPaPoMaGi

12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve
ser repetido na linha seguinte. Exemplos:
Na cidade, conta-
-se que ele foi viajar.
O diretor recebeu os ex-
-alunos.

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Observação importante 1

O HÍFEN DE “BEM” E DE “MAL”


Como observa o professor Laércio Lutibergue, a regra do emprego de “bem” e de “mal” com hífen ou sem hífen teve poucas
mudanças e a essência continua como antes.
“BEM” se agrega com hífen à palavra com que forma uma unidade semântica
(adjetivo ou substantivo composto): bem-aventurado, bem-criado, bem-humorado,
bem-educado, bem-nascido, bem-sucedido, bem-vindo, bem-visto (estimado).
Mudança só houve no caso de “benfeito“, “benquerer” e “benquerido“, que
agora são grafadas sem hífen e com “n”.
Outras palavras com “bem” que já eram grafadas sem hífen, e continuam
sendo, são: benfazejo, benfeitor, benquerença, benquerente, benquisto.
O caso de “MAL” é parecido: se agrega com hífen a palavras iniciadas por
vogal, “h” ou “l“ quando forma com elas uma unidade semântica (adjetivo ou
substantivo composto): mal-afortunado, mal-educado, mal-estar, mal-humorado,
mal-limpo.
Às demais letras, quando forma uma unidade semântica, “mal” se une
diretamente: malcolocado, malcriado, malgrado, malnascido, malpago, malpesado, malsoante, malvisto, malsinalizado.
O problema da regra de “bem” e de “mal” é que nem sempre eles formam com a palavra seguinte uma unidade semântica.
Por exemplo, em “Ela foi bem educada pelos pais”, não há hífen porque “bem” não forma com a palavra seguinte uma
unidade semântica. O que temos é um advérbio (bem) modificando um verbo/particípio (educada).
Por isso, o segredo para saber quando “bem” e “mal” se agregam com ou sem hífen à palavra seguinte é reconhecer uma
unidade semântica, ou seja, um adjetivo ou substantivo composto.
Isso não é difícil. Basta ficar atento às “pistas”. Compare:
1. É uma criança bem-educada. (unidade semântica, adjetivo composto).
2. Ela foi bem educada pelos pais. (não é uma unidade semântica).
3. Pedro é malvisto pelos colegas. (unidade semântica, adjetivo composto).
4. O lance foi mal visto pelo árbitro da partida (não é uma unidade semântica).
5. É muito ruim fazer serviços malremunerados. (unidade semântica, adjetivo composto).
6. Ele é mal remunerado pela empresa. (não é uma unidade semântica).
Observe que as formas com hífen ou aglutinadas, em geral, não estão na voz passiva (1 e 5), não aceitam a inversão (1, 3
e 5) e, muitas vezes, formam um novo sentido (3).
Essas são as “pistas” que nos ajudam a saber quando “bem” e “mal” formam com a palavra seguinte uma unidade semântica
(adjetivo ou substantivo composto) e, por isso, se agregam com ou sem hífen a essa palavra.

Observação importante 2

AFRO-DESCENDENTE ou AFRODESCENDENTE?
Elementos como afro-, anglo-, euro-, franco-, indo-, luso-, sino-, quando entram na composição de adjetivos pátrios, cobram
hífen: afro-americano, afro-brasileiro, anglo-saxão, euro-asiático, franco-canadense.
No entanto, quando não formam adjetivos pátrios, eles dispensam o hífen: anglofalante, eurodeputado, francolatria, lusófono,
afrodescendente.

Resumo
Emprego do hífen com prefixos.
Regra básica
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-homem.
Outros casos
1. Prefixo terminado em vogal:
• Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
• Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.
• Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
• Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.

2. Prefixo terminado em consoante:


• Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.
• Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.
• Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.

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Observações
1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h
perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar,
cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.
5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva,
pontapé, paraquedas, paraquedista etc.
6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-
mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
A implantação das regras desse Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), que passou a estar vigente no Brasil desde
janeiro de 2009, é um passo importante em direção à criação de uma ortografia unificada para o português, a ser usada por
todos os países que tenham o português como língua oficial: Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-
Bissau, Moçambique e Timor Leste.

Bibliografia
TUFANO, Douglas. Guia prático da nova ortografia. Melhoramentos: São Paulo, 2008.

Atividades de fixação
1. Empregue o hífen quando necessário:

arqui + rabino _________________________________


arqui + duque _________________________________
neo + escolástico ______________________________
ante + clássico _________________________________
anti + rábico ___________________________________
anti +higiênico _________________________________
auto + didata __________________________________
anti + inflacionário ____________________________
sub + área _____________________________________
mal + casado __________________________________
inter + região __________________________________
auto + sugestão _______________________________
neo + cristão __________________________________
auto + combustão _____________________________
contra + réplica ________________________________
hidro + avião __________________________________
ante + projeto _________________________________
auri + verde ___________________________________
pré + estabelecer ______________________________
bio + latinismo ________________________________
pan + latinismo ________________________________
mini + currículo ________________________________
supra + sumo _________________________________
mal + entendido _______________________________
além + Andes __________________________________
poli + esportivo ________________________________
retro+ alimentação ____________________________
pseudo + oficial _______________________________
pseudo + revelação ____________________________
pré + carnavalesco ____________________________
sub + total _____________________________________

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2. Fez um esforço _________________ para vencer o campeonato _______________.


a) sobre-humano – inter-regional
b) sobrehumano – interregional
c) sobreumano – interregional
d) sobrehumano – inter-regional
e) sobre-humano – interegional

3. Assinale a alternativa que contém palavras grafadas adequadamente:


a) sub-base, subabitação, malbaratar
b) infra-renal, anti-ácido, ante-sala
c) ultramar, vice-versa, sub-chefe
d) mal-educado, abrogar, ex-aluno
e) rodapé, ultraliberal, pan-americano

4. Das palavras seguintes, há uma em que a grafia está errada. Assinale-a:


a) girassol – pontapé –paraquedas
b) ex-presidente – subumano – além-mar
c) superinteressante – superamigo – interescolar
d) circum-navegação – pan-americano – interestadual
e) superresistente – superinteressante – anti-inflamatório

5. Assinale a opção em que pelo menos uma palavra apresenta erro de grafia:
a) hipermercado – intermunicipal – superproteção
b) anti-higiênico – coerdeiro – sobre-humano
c) super-homem – autoescola – infra-estrutura
d) infraestrutura – anteontem – autoestrada
e) semiaberto – anteontem – autoestrada

6. Marque a opção em que o hífen aparece de forma INCORRETA:


a) pseudossigla
b) contraindicação
c) suprarrenal
d) tele-sistema
e) pangeia

Aprofundamento
1. (TJ‐GO) Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o novo Acordo, está sendo usado corretamente:
a) Ele fez sua auto‐crítica ontem.
b) Ela é muito mal‐educada.
c) Ele tomou um belo ponta‐pé.
d) Fui ao super‐mercado, mas não entrei.
e) Os raios infra‐vermelhos ajudam em lesões.

2. (ESAG‐TRE‐PR) Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do hífen:


a) Pelo interfone ele comunicou bem‐humorado que faria uma superalimentação.
b) Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada.
c) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido.
d) Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos.
e) O autodidata fez uma autoanálise.

3. (T J‐DF) Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao emprego do hífen, respeitando‐se o novo Acordo.
a) O semi‐analfabeto desenhou um semicírculo.
b) O meia‐direita fez um gol de sem‐pulo na semifinal do campeonato.
c) Era um sem‐vergonha, pois andava seminu.
d) O recém‐chegado veio de além‐mar.
e) O vice‐reitor está em estado pós‐operatório.

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4. (ITA) Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro (avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o hífen é
obrigatório:
a) em nenhuma delas.
b) na segunda palavra.
c) na terceira palavra.
d) em todas as palavras.
e) na primeira e na segunda palavra.

5. (TRE‐PE) Fez um esforço _____ para vencer o campeonato _____. Qual a alternativa completa corretamente as lacunas?
a) sobreumano ‐ interregional
b) sobrehumano ‐ interregional
c) sobre‐humano ‐ inter‐regional
d) sobrehumano ‐ inter‐regional
e) sobre‐humano ‐ interegional

6 . (IMA‐MG) Suponha que você tenha que agregar o prefixo sub‐ às palavras que aparecem nas alternativas a seguir. Assinale
aquela que tem de ser escrita com hífen:
a) (sub) chefe
b) (sub) entender
c) (sub) solo
d) (sub) reptício
e) (sub) liminar

7. (CEF) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente:


a) autocrítica, contramestre, extra‐oficial
b) infra‐assinado, infra‐vermelho, infra‐som
c) semi‐círculo, semi‐humano, semi‐internato
d) supervida, superelegante, supermoda
e) sobre‐saia, mini‐saia, superssaia

8. (ESA) Assinale o item em que o uso do hífen está INCORRETO.


a) infraestrutura ‐ super‐homem ‐ autoeducação
b) bem‐vindo ‐ antessala ‐ contra‐regra
c) contramestre ‐ infravermelho ‐ autoescola
d) neoescolástico ‐ ultrassom ‐ pseudo‐herói
e) extraoficial ‐ infra‐hepático ‐ semirreta

9. (AMAN) Uma das alternativas abaixo apresenta incorreção quanto ao emprego do hífen. Assinale-a.
a) O pseudo‐h ermafrodita não tinha infraestrutura para relacionamento extraconjugal.
b) Era extraoficial a notícia da vinda de um extraterreno.
c) Ele estudou línguas neolatinas nas colônias ultramarinas.
d) O anti‐semita tomou um anti‐biótico e vacina antirrábica.
e) Era um suboficial de uma superpotência.

10. (NCE‐UFRJ) Assinale a alternativa em que ocorre erro quanto ao emprego do hífen.
a) Foi iniciada a campanha pró‐leite.
b) O ex‐aluno fez a sua autodefesa.
c) O contrarregra comeu um contra‐filé.
d) Sua vida é um verdadeiro contrassenso.
e) O meia‐direita deu início ao contra‐ataque.

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Ortografia
(Regras de escrita)

Etimologia: orto (do grego): correto. A ortografia é a parte da gramática normativa que se ocupa com a prescrição da correta
escrita das palavras.
O alfabeto da língua portuguesa compõe-se de 26 letras. Como já vimos anteriormente, as letras K, W e Y passaram a fazer
parte do alfabeto a partir da Reforma Ortográfica em vigor, de forma obrigatória, desde 2016.

I. Emprego mais comuns das letras K, W e Y


a) em abreviaturas e como símbolos de uso internacional: K (potássio), Km (quilômetro).
b) na grafia de palavras estrangeiras ainda não-aportuguesadas: KnoW-hoW, shoW, marKeting.
c) na grafia de nomes próprios estrangeiros e seus derivados: Byron/byroniano, Wagner/wagneriano; Kant/kantiano.

II. Emprego da letra H


O H é uma letra que não tem valor fonético quando aparece no início ou no fim das palavras. Ela se conserva na língua
portuguesa pelas seguintes razões:
a) etimológicas, ou seja, quando a palavra originária tem h: hoje= hodie (latim), horizonte= horizon (Grego), hélice etc.
b) nos dígrafos CH, LH, NH: chave, malha, minha.
c) no final, em interjeições: ah! Ih!
d) em compostos, unidos por hífen, no início do segundo elemento, se etimológico: anti-higiênico.
e) na palavra Bahia (nome de estado brasileiro), por tradição, no entanto, os derivados são escritos sem h. Ex: baiano.

EMPREGO DE OUTRAS LETRAS

I. Emprego do

S
1) Deve-se grafar com a letra S nomes relacionados a verbos cujos radicais terminem em:
a) ND:
espaNDir  espanSão
asceNDer  ascenSão
preNDer  priSão
compreeNDer  compreenSão
confuNDir  confuSão
preteNDer  pretenSão

Obs: é importante notar que as palavras derivadas devem ser escritas com a mesma letra da palavra primitiva.
Ex: PRISÃO→ prisioneiro, aprisionar, preso.

b) RT:
diveRTir  diverSão
conveRTer  converSão
subveRTer  subverSivo
inveRter  inverSão
diveRTir  diverSão

c) RQ:
extorQUir  extorSão

d) RG:
emeRGir  emerSão
submeRGir  submerSão

e) PEL:
comPELir  compulSão
imPELir  impulSão
rePELir  repulSa
exPELir  expulSar

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f) DIR:
diviDIR  diviSão
coliDIR  coliSão
deciDIR  deciSão
InvaDIR  invaSão

g) CORR:
disCORRer  discurSo
perCORRer  percurSo
transCORRer  transcurso

2) Escrevem-se com S todas as palavras terminadas em -OSO e -OSA, com exceção de gozo:
gostOSA saborOSO
glamorOSA horrorOSO

3) Grafam-se com S todas as palavras terminadas em -ASE, -ESE, -ISE e -OSE, com exceção de gaze e deslize:
fASE frASE tESE tmESE
crASE bASE osmOSE glicOSE

4) Escrevem-se com S as palavras femininas terminadas em -ISA:


poetISA HeloÍSA
profetISA MarISA

5) Escrevem-se com S toda a conjugação dos verbos pôr, querer e usar. Ex:
Eu pus, quisera Eles quiseram
Ele quis, usara Quando quisermos
Nós usamos, pusemos Se eles usassem

6) Grafam-se S os sufixos ês, esa, esia, isa:


burguÊS, burgueSIA, burguESA, marESIA, poetISA, francÊS, francESA, chinÊS, chinESA, princESA, duquESA, baronESA, marquÊS
etc.

7) Usa-se o S nos diminutivos cujo radical termine em -s: Luisinho, Teresinha, Rosinha etc.
8) Usa-se o S após DITONGO:
Ex: pouSo, coiSa, louSa, maiSena, SouSa, NeuSa, MoiSés.

9) Usa-se S nos verbos derivados de nomes que contenham S no final do radical:


alisar (liso) bisar (bis)
analisar (análise) pesquisar (pesquisa)improvisar (improviso)

10) Grafam-se com S a maioria dos nomes próprios de pessoas:


Ex: Luís, Luísa, Isaura, Esaú, Isadora, Inês, Rosane, Taís, Teresa, César, Moisés, Neusa etc.
Exceções: Luzia, Ezequias, Ezequiel.

11) Grafam-se com S todas as palavras iniciadas por CA, CE, DE, LE, RE:
Ex: CAsar, CÉsio, CEsura, DEsistir, DEsinteresse, LEsar, REsistência, REsistir.

12) Grafam-se com S todas as palavras iniciadas por BA, BE, BI.
Ex: BAse, BAsilar, BÁsico, BEsuntar, BEsouro, BIsar, Bisonho.
Exceção: Bezerro, BAzar.

13) Grafam-se com S todas as palavras terminadas em ISO.


Ex: rISO, sorrISO, frISO, improvISO etc.

Exceções: prejuízo, juízo, granizo.

A história sem-graça do S:
Um freguês que era marquês falava português. Namorava uma princesa que era poetisa e que comia calabresa. Fez uma
experiência de uma fase que por catálise fez osmose. Quis, pôs e usou o “s” para avisar que suas qualidades eram: ser
bondoso, piedoso, mas horroroso. Deu uma pausa e escreveu no percurso da lousa como diversão.

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II. Emprego do

Z
1) Escreveremos com Z as palavras terminadas em -EZ e -EZA, substantivos abstratos que provêm de adjetivos, ou seja,
palavras que indicam a existência de uma qualidade:

embriagado= embriaguez nobre = nobreza


limpo = limpeza ácido = acidez
lúcido = lucidez claro = clareza

2) Grafa-se com Z todas as palavras que possuam cognatos com a letra C:


juiZ (judiCial) audaZ (audaCioso)
raZão (raCional) prejuíZo (prejudiCial)
luZ (luCidez) matriZ (matriCial)

3) Escreveremos com Z os diminutivos terminados em -ZINHO e -ZITO, quando a palavra primitiva não possuir -s- no final do
radical:
Ex: mulherzinha, arvorezinha, alemãozinho, aviãozinho, pincelzinho, corzinha.

4) Escreve-se com Z os adjetivos terminados em AZ, OZ (som aberto) e IZ.


Ex: capaZ, tenaZ, feroZ, feliZ.
Exceções: lilás, ás.

5) Deve-se escrever com Z a terminação TRIZ, quando for formadora de palavra feminina:
ator → aTRIZ imperador → ImperaTRIZ
motor → moTRIZ locomotor → locomoTRIZ

6) Grafam-se com Z todos os verbos terminados em ZER e ZIR:


Ex: benZER, diZER, franZIR, faZER, traduZIR, seduZIR, conduZIR.
Exceção: coser (costurar).

7) Deve-se grafar a terminação UZ dos substantivos oxítonos:


Ex: capUZ, cuscUZ, avestrUZ etc.

8) Escreveremos com Z os verbos terminados em -IZAR, quando a palavra primitiva não possuir IS.

economia = economizar Cuidado:


terror = aterrorizar catequese = catequizar
frágil = fragilizar síntese = sintetizar
canal = canalizar hipnose = hipnotizar
final = finalizar batismo = batizar

História sem-graça do Z
Era uma vez dois substantivos abstratos, o ez e a eza. Eles moravam na realeza. Tinham muitos adjetivos, mas viviam na
pobreza, na escassez e na invalidez. Um dia decidiram fertilizar um lindo verbo terminado em -izar. Seu sobrenome era Cruz,
acabava com Z, e seu apelido foi Cruzeiro.

OBS:
NA DÚVIDA ENTRE O EMPREGO DE S OU Z
1) As palavras paroxítonas e proparoxítonas devem ser grafadas com terminação S e NÃO Z.
Ex: ÁvareS, simpleS, oásiS, pireS, lápiS,

2) Quando a palavra se inicia por vogal, e o fonema está intervocálico, ocorre o seguinte:
a Z e X iS u S
aZeite eXato Isabel uSar
aZoto eXercício iSenção uSe
aZimute eXibição iSonomia uSina
aZucrinar eXortar iSolar uSura

EXCEÇÕES:
aSa eSôfago
ÁSia eSotérico
aSilo

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NA DÚVIDA ENTRE O EMPREGO DE IZAR E ISAR
Regra geral: -IZAR é sufixo, mas ISAR, não! Nesse último caso o sufixo é apenas -AR, já que as letras IS pertencem ao radical:
alisar = a + liso + ar.
I) Se a palavra primitiva terminar em IS, a derivada terminará em ISAR:
Ex: bIS / bISAR

II) Somente 6 (seis) palavras terminam em IZ e dão origem a verbos terminados em IZAR. Estas palavras podem ser
memorizadas através do macete:

Ju Ra Ci Ve Ma Gi
Juiz  ajuIZAR
Raiz  enraIZAR
Cicatriz  cicatrIZAR
Verniz  envernIZAR
Matiz  matIZAR
Giz  gIZAR

Obs:
Note que existem outras palavras terminadas em IZ: feliZ, motriZ, perdiZ, nariZ etc. Todavia essas palavras não interessam
porque elas não dão origem a verbos terminados em IZAR. Não existem, por exemplo, os verbos felizar, narizar etc.

III) É evidente que as palavras em língua portuguesa não terminam apenas em IS ou IZ. É possível separar em dois grupos a
terminação das palavras da língua materna: ou terminam em consoantes, ou terminam em vogal. Daí é possível extrair duas
regras:

1) Se a palavra terminar em consoante, a derivada será escrita com Z:


Ex: civil → civilIZAR real → realIZAR
cânon → canonIZAR horror → horrorIZAR

2) Se a palavra terminar em vogal, procederemos assim: apagaremos essa letra final da palavra. Neste caso estaremos recaindo
nas regras anteriores:

a) se aparecer a terminação IS, a derivada deve ser escrita ISAR.


Ex: pesquIS[a] → pesquISAR
avIS[o] → avISAR

Obs: existem apenas 4 (quatro) palavras terminadas em vogal e que exigem a terminação IZ quando perdem essa letra
final. Essas quatro palavras podem ser memorizadas pelo macete:

O Ba Gra De
Ojeriz[a] → ojerIZAR
Baliz[a] → balIZAR
Graniz[o] → granIZAR
Desliz[e] → deslIZAR

Todas as outras palavras, portanto, terminam em IS:


Improvis[o] → improvISAR
Divis[a] → divISAR
Pis[o] → pISAR

b) se aparecer uma consoante após ter sido eliminada a vogal final, devemos escrever IZAR:
profet[a] → profetIZAR
amen[o] → amenIZAR

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IV) Conclui-se, portanto, que se não aparecer a terminação IS na palavra, escreveremos IZAR mesmo que apareça a letra S
seguida de outra vogal:

síntes[e] → sintetIZAR
cateques[e] → catequIZAR
hipnos[e] → hipnotIZAR
batism[o] → batIZAR

III. Emprego do

SS
1) Deve-se grafar com SS as palavras que sejam derivadas de verbos os quais contenham os seguintes grupos de letras:
a) GRED
reGREDir  regreSSo
proGREDir  progreSSista
aGREDir  agreSSão

b) TIR
discuTIR  discuSSão
demiTIR  demiSSão
omiTIR  omiSSão
permiTIR  permiSSão

Obs:
01) Escreve-se com -ÇÃO, se apenas retirarmos a desinência de infinitivo -r, dos verbos terminados em -Tir.
Exemplo: curTIR – R + ção = curtição

02) Escreve-se com -SÃO quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for consoante.
Exemplo: diverTIR - TIR + são = diversão

03) Escreve-se com -SSÃO, quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for vogal.
Exemplo: discuTIR - TIR + ssão = discussão

c) CED
interCEDer  interceSSão
proCEDer  proceSSo
exCEDer  exceSSo
suCEDer  suceSSão

d) MET
reMETer  remeSSa
proMETer  promeSSa
introMETer  intromiSSão
comproMETer  compromiSSo

e) MIR
impriMIR  impreSSão
opriMIR  opreSSão
repriMIR  repreSSão

2) Deve-se grafar com SS as palavras iniciadas pelos grupos:

a) FO
Ex: foSSA, fóSSil, foSSo.
Exceção: foCinho (e derivados)

b) MI
Ex: miSSa, miSSão, miSSionário, míSSil, miSSiva.
Exceção: miÇanga

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c) DI
Ex: diSSuadir, diSSílabo, diSSidência, diSSabor, diSSecar, diSSertar, diSSimular.
Exceção: diCionário (e derivados)

3) A terminação do superlativo do absoluto sintético dos adjetivos deve se grafada com SS.
Ex: fraquíSSimo, friíSSimo, belíSSima.

IV. Emprego do

Ç
1) Escreveremos com -Ç- as palavras derivadas de vocábulos terminados em:
a) -TO
intuiTO  intuiÇão
atenTO  atenÇão
exceTO  exceÇão
ereTO  ereÇão
maldiTO  maldiÇão

b) TOR
redenTOr  redenÇão
seTOr  seÇão
redaTOR  redaÇão

c) -TER
deTER  detenÇão
reTER  retenÇão
manTER  manutenÇão
absTER  abstenÇão
obTER  obtenÇão

d) -DUZIR
introDUZIR  introduÇão
conDUZIR  conduÇão
redenTOr  redenÇão
reDUZIR  reduÇão

2) Grafam-se com -Ç- os substantivos formados pela posposição do -ÇÃO ao tema de um verbo.
Ex:
educar - r + ção = educaÇão
exportar - r + ção = exportaÇão
repartir - r + ção = repartiÇão
conceber –r +ção = concepÇão

3) Escreveremos com -Ç- os verbos derivados de substantivos terminados em -ce.


Ex:
alcance → alcanÇar
lance → lanÇar

4) Na dúvida entre SS e Ç, usa-se -Ç- após ditongos.


Ex: eleiÇão, refeiÇão, foiÇada

5) Nunca se escreve -Ç- no início de palavras.

6) Só se emprega o -Ç- se a letra seguinte for A, O ou U, portanto não se usa Ç quando a vogal seguinte for a letra E ou I. Nesses
casos, se alguma palavra for derivada de alguma outra com Ç, devemos usar a letra C.
Ex: traÇo → traCinho
traÇar → traCeis
raÇudo → raCista

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7) Todo substantivo feminino que não tenha masculino deve ser escrito com -Ç-.
Ex: raÇa, praÇa, lanÇa, balanÇa, crenÇa, graÇa, peÇa, tranÇa, pinÇa, geringonÇa etc.
Exceções: meliSSa, alvíSSaras, boSSA, preSSa, maSSa.

8) Em língua portuguesa não existe a terminação -ÇOR. Nesse caso usa-se S ou SS.
Ex: profeSSOR, defenSOR, asseSSOR, suceSSOR, confeSSOR, tenSOR etc.

9) Deve-se escrever com -Ç- todas as palavras derivadas do verbo mover.


Ex: mover (moÇão), locomover (locomoÇão), remover (remoÇão), comover (comoção).

10) Deve-se grafar com -Ç- todas as palavras ligadas a verbos que contenham os seguintes grupos de letras: -TRAIR, -REVER, -
CIONAR, -CEBER, -ZER, -GIR, -TRUIR, -UZIR, OLV. Ex:

disTRAIR  distraÇão
insCREVER  inscriÇão
recepCIONAR  recepÇão
perCEBER  percepÇão
contradiZER  contradiÇão
corriGIR  correÇão
obsTRUIR  obstruÇão
sedUZIR  seduÇão
dissOLVer  dissoluÇão

11) Sempre se grafa -Ç- após “RA”


Ex: raÇa, araÇá, operaÇão, raÇão etc.

V. Emprego do

X
01) Escreveremos com X as palavras iniciadas por ME- e MI-, com exceção de mecha e mechoação (planta).
Ex: MExilhão, MExer, MExerica, MÉxico, MExerico, MExido, MIxaria, MIxórdia, MIxuruca.

02) Escreveremos com X as palavras iniciadas por EN-, com exceção das derivadas de vocábulos iniciados por CH- e da palavra
enchova.
Ex: ENxada, ENxerto, ENxerido, ENxurrada, mas:
cheio  enCHer, enCHente
charco  enCHarcar
chiqueiro  enCHiqueirar

03) Escreveremos X após ditongo, com exceção de caucho e derivados (recauchutar) e guache.
Ex: ameiXa, deiXar, queiXa, feiXe, peiXe, gueiXa .

04) Emprega-se o X após palavras de origem tupi, africana ou exótica.


Ex: Xavante, abacaXi, muXoXo, Xingar, Xucro, Xará etc.

05) Emprega-se o X após palavras de origem inglesa.


Ex: Xampu, Xelim, Xerez, lagartiXa etc.

PARA RELEMBRAR:
Usa-se a letra X para representar o som de SS (sintaxe), CH (xarope), Z (exame) e CS (tóxico).
A letra X pode formar dígrafo com a letra C e com a letra S: excitar, excessivo, exsudar etc.

Algumas palavras que oferecem problemas quanto ao X.

a) som de CH: avexar, bauxita, laxante, mixórdia.


b) som de KS: apoplexia, córtex, dúplex, fênix, látex, léxico, fluxo, hexaedro, hexágono, intoxicar, intoxicação, marxismo,
paradoxo, pneumotórax, prolixo, sexagenário.
c) som de Z: ex-aluno, exangue, exasperar, exegese, exíguo, exímio, êxodo, exagero, exorcismo, inexorável.
d) som de SS/S: cálix, cóccix, contexto, expensas, expoente, expropriar, êxtase, extraescolar, ex-voto, fênix, inexpugnável,
próximo, sexto, sintaxe, têxtil, trouxe.

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e) X sem valor fonético: exceção, excedente, excêntrico, inexcedível.

I. Emprego do

G
01) Escrevem-se com G todas as palavras terminadas em -ÁGIO, -ÉGIO, -ÍGIO, -ÓGIO, -ÚGIO. Ex: pedÁGIO, colÉGIO,
sacrilÉGIO, prestÍGIO, relÓGIO, refÚGIO.

02) Escrevem-se com G todas as palavras terminadas em -GEM, com exceção de pajem, lambujem e a conjugação dos
verbos terminados em -JAR.
Ex: a viaGEM, a coraGEM, a personaGEM, a ferruGEM, a penuGEM.

VII. Emprego do

J
01) Escrevem-se com J as palavras derivadas dos verbos terminados em -JAR.
Ex: trajar = traje, eu trajei.
encorajar = que eles encorajem
viajar = que eles viajem

02) Escreveremos com J as palavras derivadas de vocábulos terminados em -JA.


Ex: loja = lojista
gorja = gorjeta
canja = canjica

03) Escreveremos com J as palavras de origem tupi, africana ou popular.


Ex: jeca, jiboia, jiló, pajé

VIII. Emprego do

E, EI
Estas palavras são escritas com E: prazerosamente, bandeja, azulejo, enfear, gargarejo, varejo, caranguejo, frear, prazeroso
etc

Estas são escritas com EI: peixe, manteiga, freio, aleijado, beiço, cabeleireiro, madeireira, peneira, ameixa, beijo, feioso,
maneira, queijo etc.

IX. Emprego do

U, O
Escrevem-se com O: abolir, bolacha, botequim, bússola, costume, fosquinha, goela, molambo, nódoa, óbolo, polenta, polia,
polir, tossir, poleiro, goela, moleque, mocambo, mosquito etc.
Escreve-se com U: bueiro, buliçoso, bulir, burburinho, cumbuca, curtume, entupir, léu, jabuticaba, jabuticabal, lóbulo,
míngua, tabuada, urtiga, tábua, rebuliço etc.

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Obs:
Em algumas palavras, os ditongos OU e OI podem ser utilizados indistintamente: agouro/agoiro; cousa/coisa;
dourado/doirado; louro/loiro; ouro/oiro.

X. Emprego de

UIR, OER
Os verbos terminados em -UIR e -OER terão as 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo escritas com -i-.
Ex:
tu possuis tu móis
ele possui ele mói
tu constróis tu róis
ele constrói ele rói

X. Emprego de

UAR, OAR
Os verbos terminados em -UAR e -OAR terão todas as pessoas do Presente do Subjuntivo escritas com -E-.
Ex:
Que eu efetue Que nós atenuemos
Que tu efetues Que vós entoeis
Que ele atenue Que eles entoem

Algumas palavras que podem apresentar dúvidas quanto à grafia

✓ flecha, piche, pichação, chafariz, chácara (quinta), charque, chocalho, chávena, chulo, chacina, chalé, charada, chita.

✓ xarope, xaxim, xodó, xale, xenofilia, xisto, xote, xingar, muxoxo.

✓ tigela, girino, a viagem, gengibre, gengiva, gironda, aragem, gesto, gergelim, megera, gerânio, girândola, ABORÍGINES, ginete.

✓ berinjela, jiló, sarjeta, gorjeta, cafajeste, jeito, pajé, pajem, lambujem, alfanje, ojeriza, jenipapo, jegue, jerimum, jiboia, jérsei.

✓ destilar, prevenir, dessecar (enxugar), delatar (denunciar), continue, continues, efetues, efetue, abençoes.

É importante ressaltar ainda que alguns concursos têm cobrado em suas questões de ortografia o conteúdo geralmente
atribuído ao estudo da Semântica. Tal fato é possível e sensato, haja vista que a semântica também aborda aspectos da grafia.

Atividades de fixação
1) Escreva o h nos parênteses quando necessário:

( )oje ( )érnia des ( )armonia

( )arpa ( )erbívoro re( )aver

( )ontem ( )erva des( )umano

( )indu ( )irsuto co( )abitar

( )úmido ( )avana anti-( )igiênico

( )ipismo ( )aurir ( )industão

2) Preencha com S ou Z:
fluide__ anali__ar amorti__ar

fertili__ar nude__ moderni__ar

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avi__ar revi__ar mesquinhe__

burguê__ desli__ar agoni__ar

pesqui__ar improvi__ar Alte__a

pitoni__a papi__a pu__era

esperte__a barone__a baixe__a

3) Complete com C, Ç, SS ou S:
preten__ão submer__ão inver__ão

ascen__ão intui__ão disten__ão

asper__ão demi__ão conver__ão

agre__ão expan__ão inten__ão

exce__o exce__ão obse__ão

a__essor ara__á a__ude

barca__a di__olver su__itar

la__idão su__urrar qui__á

4) Complete as lacunas corretamente com X ou CH:

pra___e ___ampu fa___ina

___uchu pi___e atarra___ar

sei___o en___uto mi___aria

en___ada ___ícara ___icória

ca___o guin___o amei___a

___erife afrou___ar li___a

fi___ário en___erto me___oação

5) Complete as lacunas corretamente com G ou J:

rabu___ice o___eriza ti___ela

é___gide here___e ma___estoso

verti___em can___ica va___em

falan___e pa___em ___en___iva

___eito ri___eza impin___ir

lambu___em ___esto o___iva

cora___em ___inete gor___eta

sar___eta pa___em via___ante

6) Complete as lacunas corretamente com E ou I:

pr___vilégio ___mpecilho d___lapidar

escárn___o ___ntoxicar pont___agudo

___ntitular s___quer prov___niente

7) Complete as lacunas corretamente com O ou U:


ób___lo jab___ti de su___petão

p___leiro c___tia eng___lir

c___rtume míng___a desg___elado

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Aprendizagem
1. Assinale a alternativa em que NÃO há erro ortográfico.
a) A greve paralisou o trânsito do centro da cidade.
b) O objetivo dos jesuítas, ao virem para o Brasil, era catequisar os índios.
c) Devemos analizar este problema com cautela.
d) Talvez a canalisação daquele rio seja feita ainda este ano.

2. Assinale a alternativa que completa corretamente os pontilhados da frase abaixo.


“Aumentar impostos, cortar despesas e desvalorizar o câmbio não é um _________ caminho para ________________ o equilíbrio da
superendividada economia argentina, ________ é pouco provável que ele conduza a uma rápida aceleração do crescimento.” (FSP,
20/06/01)
a) mau – reestabelecer – mas c) mal – reestabelecer – mais
b) mau – restabelecer – mais d) mau – restabelecer – mas

3. Assinale a alternativa em que não há erro de grafia.


a) Derrepente todos se puseram a correr.
b) Não hesito em aceitar suas ponderações.
c) Para realizar-mos uma boa prova, é preciso estudar.
d) Caso ele aprende-se o caminho, jamais o esqueceria.

4. (EEAr) Qual alternativa contém um período com todas as palavras corretamente grafadas?
a) Estava a dois passos daquele paraíso de águas e dunas, mais o destino me pregou uma peça impedindo-me de desfrutá-lo.
b) Não há mau que sempre dure, assim como não há bem que nunca acabe.
c) Não faça mais nada se não estudar, porque é a única forma de correr atraz dos seus sonhos.
d) Há cerca de quinhentos anos, colonizadores portugueses aqui aportaram, não se sabe bem por quê.

5. (EEAr) Complete os espaços dos períodos abaixo, verificando a grafia correta das palavras. A seguir, assinale a alternativa que
as apresenta na sequência.
I- Como você quer que eu o ajude, se suas opiniões vêm ___________ às minhas.
II- "...era meu parente ___________, interrogou-nos de cara amarrada e mandou-nos embora."
III- "Aludia às conversas que tiveram ambos os velhos ___________ da infância dos filhos."
IV- Não perguntes a razão de meus ciúmes, pois sabes que as paixões não têm um ___________.
a) de encontro a – afim – a cerca – por quê
b) de encontro a – a fim – acerca – porquê
c) ao encontro de – afim – a cerca – por quê
d) de encontro a – afim – acerca – porquê

6. (EsAEx) Todas as palavras estão corretamente grafadas em:


a) O agiota agiu rápido: dirigiu-se ao primeiro cafageste amissíssimo dele.
b) Com o objetivo de finalizar seu trabalho, o aluno fez a análise das datas, pesquisou conteúdos e improvisou um estilo mais
moderno.
c) A reincidência do crime fez com que a Justiça reinvindicasse mais previlégios para o êxito da campanha.
d) Pedira a interceção dos advogados, pois queria estar bem assessorado.

7. (EsAEx) A proposição cuja sequência final, com referência ao emprego das letras está correta, é:
a) si-o, incur-ão, re-ensear, e-tender (S-S-S-X)
b) sinu-ite, -irena, exce-ão, mi-anga (S-C-Ç-SS)
c) gra-a, bu-a, bu-o (estômago), -ácara (X-CH-CH-CH)
d) e-tensão, e-pectorar, -u-u, bro-a (X-X-CH-CH-X)

8. (EsPCEx) Assinale a alternativa em que as palavras estejam adequadamente empregadas.


a) Meu mau foi sempre estudar demais; nunca tive tempo de me divertir.
b) Há dias em que a pessoa parece disposta a tudo.
c) O funcionário reteu-lhe os papeis durante uma semana.
d) O assunto passou desapercebido de todos que estavam na sala.
e) O navio atarracou às nove horas; muita gente esperava.

9. (EsAEx) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente:


a) excentricidade, ressarcido, inadimissível
b) previlégio, impecilho, extintos, instinto
c) mágoa, desprêzo, escárneo, exeções

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d) paralização, paralisia, sucinto, sucitar
e) empecilho, ascensão, exceção, excesso

10. (EsAEx) Examine a grafia das palavras:


I. espontaneidade, catequizar, paralisia, ascensão (subida)
II. paralização, ânsia, previlégio, exceção, discernir
III. maisena, excesso, expectativa, quis, abscesso
IV. suscitar, sucinto, continue, atribui, zoada

Assinale a alternativa correta.


a) Todas as afirmativas estão corretas.
b) Estão corretas as afirmativas I, II e III.
c) Estão corretas as afirmativas I, II e IV.
d) Estão corretas as afirmativas I, III e IV.
e) Estão corretas as afirmativas II, III e IV.

11. (EsAEx) Assinale a alternativa que NÃO apresenta erro de grafia:


a) Ela quis que sua atitude refletisse mágoa, excárnio, desprezo.
b) A discidência entre o governo dos dois países provocou uma ecatombe pavorosa.
c) Na expontaneidade da jovem que falava com exuberância, constatou-se uma tenacidade obsecada.
d) Todos os documentos inidôneos, sem exceção, aparentavam grande verossimilhança.
e) A intervalos regulares, há uma intersessão da órbita da Terra com a do cometa Halley, em sua longa trajetória pelo infinito.

12. (UFF) Assinale a única frase em que todas as palavras estão grafadas corretamente, sem nenhuma letra a mais ou a menos.
a) É esta uma das nossas maiores revindicações.
b) Os nomes próprios personativos são chamados antropônimos.
c) Trata-se de uma dança bem ritimada.
d) Nós passeiamos por toda aquela belíssima região.
e) A diabetes pode ser tratada com inçulina.

13. (IBGE) Assinale a opção em que todas as palavras se completam adequadamente com a letra entre parênteses:
a) en.....aguar / pi.....e / mi.....to (x)
b) exce.....ão / Suí.....a / ma.....arico (ç)
c) mon.....e / su.....estão / re.....eitar (g)
d) búss.....la / eng.....lir / ch.....visco (u)
e) .....mpecilho / pr.....vilégio / s.....lvícola (i)

14. (TRE-SP) Foram insuficientes as ....... apresentadas, ....... de se esclarecerem os ...... .


a) escusas - a fim - mal-entendidos
b) excusas - afim - mal-entendidos
c) excusas - a fim - malentendidos
d) excusas - afim - malentendidos
e) escusas - afim - mal-entendidos

15. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente grafadas:


a) quiseram, essência, impecílio
b) pretencioso, aspectos, sossego
c) assessores, exceção, incansável
d) excessivo, expontâneo, obseção
e) obsecado, reinvidicação, repercussão

16. (EPCAr-adap.) Só não se completa com z:


a) repre( )ar c) bali( )a
b) pra( ) d) abali( )ado

17. (EPCAr) Completam-se com g os vocábulos abaixo, menos:


a) here( )e d) berin( )ela
b) an( )élico e) ti( )ela
c) fuli( )em

18. (BB) Marque a alternativa que apresenta grafia certa:


a) civilisar c) paralisar
b) humanisar d) concretisar

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19. Aponte a alternativa em que há um vocábulo mal grafado:
a) quiser, puser, rasurar c) jeito, viagem, sujeira
b) talvez, extensão, ocioso d) amortizar, pesquizar, avalizar

20. (MACK) Assinale a alternativa em que não há erro de grafia:


a) espontâneo, catorze, alisar, prazeirosamente
b) obsessão, obsceno, deslisar, sacerdotisa
c) cansaço, atraso, tocha, pajem
d) angar, ombro, harém, hexágono
e) exaurir, desonra, hesitar, rehaver

Aprofundamento
Na Idade Média, durante o período feudal, o príncipe era detentor de um poder conhecido como jus politiae — direito de polícia que
designava tudo o que era necessário à boa ordem da sociedade civil sob a autoridade do Estado, em contraposição à boa ordem moral e
religiosa, de competência exclusiva da autoridade eclesiástica.
Atualmente, no Brasil, por meio da Constituição Federal de 1988, das leis e de outros atos normativos, é conferida aos cidadãos uma
série de direitos, entre os quais os direitos à liberdade e à propriedade, cujo exercício deve ser compatível com o bem-estar social e com
as normas de direito público. Para tanto, essas normas especificam limitações administrativas à liberdade e à propriedade, de modo que,
a cada restrição de direito individual — expressa ou implícita na norma legal corresponde equivalente poder de polícia administrativa à
administração pública, para torná-la efetiva e fazê-la obedecida por todos.
Internet: www.ambito-juridico.com.br (com adaptações)

1. (CESPE/PCGO-2016) Quanto aos termos empregados no texto acima, às ideias nele contidas e à ortografia oficial da língua
portuguesa, assinale a opção correta.
a) O sentido original do texto seria preservado e as normas da ortografia oficial da língua portuguesa seriam respeitadas caso se
substituísse o trecho “é conferida aos cidadãos uma série de direitos” (l.5) por aos cidadões confere-se muitos direitos.
b) O emprego do hífen no vocábulo “bem-estar” justifica-se pela mesma regra ortográfica que justifica a grafia do antônimo desse
vocábulo: mal-estar.
c) As formas verbais “torná-la” e “fazê-la” (l. 8) recebem acentuação gráfica porque se devem acentuar todas as formas verbais
combinadas a pronome enclítico.
d) A mesma regra de acentuação justifica o emprego de acento em “à” (l.2) e “é” (l.4).
e) O vocábulo “período” é acentuado em razão da regra que determina que se acentuem palavras paroxítonas com vogal tônica i
formadora de hiato.

2. (CESGRANRIO/IBGE-2016) Todas as palavras estão grafadas corretamente em


a) locomoção, intersessão
b) abolissão, estagnação
c) comissão, excurção
d) abreviação, obseção
e) aclamação, emissão

3. (CESGRANRIO/IBGE-2016) Todas as palavras estão corretamente grafadas em:


a) começo, salça, sussego
b) consciência, açucena, cansaço
c) diciplina, sucesso, ricaço
d) enxova, pesquisa, paralizia
e) êxito, estensão, machucado

4. (FCC/ELETROBRAS-2016) A frase escrita corretamente, de acordo com a norma-padrão, é:


a) É provavel que desenhos de outros animais sejam benvindos nos livros que o autor se refere.
b) O autor expressou o desejo que os livros mantessem margens estensas e páginas em branco.
c) Os desenhos que as crianças virem a fazer nos livros deverão ser acrecidos aos poemas.
d) As páginas em branco serveriam ao proposito de oferecer às crianças espaço para desenhar.
e) As crianças terão a liberdade de expor os desenhos que julgarem mais apropriados ao livro.

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5. (CESGRANRIO/UNIRIO-2016) Assim como “análise”, também se escreve corretamente com s o substantivo
a) valise b) linse
c) esato d) maselas
e) cansela

6. (CESGRANRIO/ANP-2016) Assim como “apaixonados”, também se escreve corretamente com x o substantivo


a) pichação b) xicote
c) bruxa d) deboxe
e) flexa

7. (FAPEC/PMCG-2016) Consideradas as normas ortográficas em vigor, está correta a alternativa:


a) plateia; infieis; joias; herois; coriano.
b) açoriano; papéis; anzóis; fôrma; acriano.
c) fôrma; feiura; paranoia; anzóis; acreano.
d) apneia; revêem; reus; acreano; taubateano.
e) tramoia; coreanos; trofeu; constroi; baiúca.

8. (FAPEC/PMRP-2015) Assinale a opção em que haja uma palavra que, conforme definiu o Acordo
Ortográfico, admite dupla grafia.
a) vaivém b) saúde c) carboidrato
d) paradigmas e) bom senso

Emprego dos “porquês”


Há quatro maneiras de se escrever o porquê: porquê, porque, por que e por quê. Observe:

✓ Porquê
Com essa grafia, trata-se de um substantivo, por isso somente poderá ser utilizado quando for precedido de artigo (o, os),
pronome adjetivo (meu(s), este(s), esse(s), aquele(s), quantos(s)...) ou numeral (um, dois, três, quatro)
Ex:
• Ninguém entende o porquê de tanto alvoroço.
• Este porquê é um substantivo.
• Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?
• Existem quatro porquês.

✓ Por quê
É empregado no final de frases (principalmente interrogativas) ou ainda isolado
na frase. Note que sempre que a palavra que estiver em final de frase, deverá
receber acento, não importando qual seja o elemento que surja antes dela.
Ex:
• Ela não me ligou e nem disse por quê.
• Você está rindo de quê?
• Você veio aqui para quê?
• Ela disse que todos desistiram da competição. Por quê?

✓ Por que
Usa-se por que, quando houver a junção da preposição por com o pronome interrogativo que ou com o pronome relativo que.
Para facilitar, dizemos que se pode substituí-lo por por qual razão, pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, por qual.
Ex:
• Por que não me disse a verdade? = por qual razão
• Gostaria de saber por que não me disse a verdade. = por qual razão
• As causas por que discuti com ele são diversas. = pelas quais
• Ester é a mulher por que vivo. = pela qual

✓ Porque
É uma conjunção subordinativa causal ou conjunção subordinativa final ou conjunção coordenativa explicativa, portanto
estará ligando duas orações, indicando causa, explicação ou finalidade. Para facilitar, dizemos que se pode substituí-lo por já
que, pois ou a fim de que.
Ex:
• Não saí de casa, porque estava gripado. = já que
• É uma conjunção, porque liga duas orações. = pois
• Estudem, porque aprendam. = a fim de que

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Problemas gerais da norma culta


1. MAS e MAIS:
• Mas é uma conjunção adversativa, de mesmo valor que "porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto".
• Mais é um advérbio de intensidade, mas também pode dar ideia de adição, acréscimo; tem sentido oposto amenos.
Ex.: Eu iria ao cinema, mas (porém) não tenho dinheiro.
Ela é a mais (menos) bonita da escola.

2. ONDE, AONDE e DONDE:


• Onde significa "em que lugar".
• Aonde significa "a que lugar".
• Donde significa "de que lugar".
Ex.: Onde (em que lugar) você colocou minha carteira?
Aonde (a que lugar) você vai, menina?
Donde (de que lugar) tu vieste?

3. MAL e MAU
• Mal é advérbio, antônimo de "bem".
• Mau é adjetivo, antônimo de "bom"
Ex. Ele é um homem mau (não é bom); só pratica o mal (e não o bem).
• Mal também é substantivo, podendo significar "doença, moléstia, aquilo que é
prejudicial ou nocivo" Ex.: O mal da sociedade moderna é a violência urbana.

4. A PAR e AO PAR:
• A par é usado, no sentido de "estar bem informado", ter conhecimento".
• Ao par só é usado para indicar equivalência entre valores cambiais.
Ex.: Estou a par de todos os acontecimentos.
O real está ao par do dólar.

5. AO ENCONTRO DE e DE ENCONTRO A:
• Ao encontro de indica "ser favorável a", "ter posição convergente" ou "aproximar-se de".
• De encontro a indica oposição, choque, colisão.
Ex.: Suas ideias vêm ao encontro das minhas, mas suas ações vão de encontro ao nosso acordo. (Suas
ideias são tais quais as minhas, mas suas ações são contrárias ao nosso acordo)

6. HÁ e A na expressão de tempo:
• Há é usado para indicar tempo passado.
• A é usado para indicar tempo futuro.
Ex.: Ele partiu há duas semanas.
Estamos a dois dias das eleições.

7. ACERCA DE, A CERCA DE e HÁ CERCA DE:


• Acerca de é locução prepositiva equivalente a "sobre, a respeito de".
• A cerca de indica aproximação.
• Há cerca de indica tempo decorrido.
Ex.: Estávamos falando acerca de política.
Moro a cerca de 2 Km daqui.
Estamos rompidos há cerca de dois meses.

8. AFIM e A FIM DE:


• Afim é adjetivo equivalente a "igual, semelhante".
• A fim de é locução prepositiva que indica finalidade.
Ex.: Nós temos vontades afins.
Ela veio a fim de estudar seriamente.

9. SENÃO e SE NÃO:
• Senão significa "caso contrário, a não ser".
• Se não ocorre em orações subordinadas adverbiais condicionais; equivale a "caso não".
Ex.: Nada fazia senão reclamar.
Estude bastante, senão não sairá sábado à noite.
Se não estudar, não sairá sábado à noite.

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10. NÓS VIEMOS e NÓS VIMOS:
• Nós viemos é o verbo vir no pretérito perfeito do indicativo, ou seja, no passado.
• Nós vimos é o verbo vir no presente do indicativo.
Ex.: Ontem, nós viemos procurá-lo, mas você não estava.
Nós vimos aqui, agora, para conversar sobre nossos problemas.

11. TORCER POR e TORCER PARA:


• Torcer por, pois o verbo torcer exige esta preposição.
• Torcer para é usado, quando houver indicação de finalidade, equivalente a "para que", "a fim de que".
Ex.: Torço pelo Flamengo.
Torço para que o Flamengo seja o campeão.

12. Desencargo e Descargo:


• Desencargo significa "desobrigação de um encargo, de um trabalho, de uma responsabilidade".
• Descargo significa "alívio".
Ex.: Filho que se forma é mais um desencargo de família para o pai.
Devolvi o dinheiro por descargo de consciência.

13. SENTAR-SE NA MESA e SENTAR-SE À MESA:


• Sentar-se na mesa significa sentar-se sobre a mesa.
• Sentar-se à mesa significa sentar-se defronte à mesa. O mesmo ocorre com "estar ao computador, ao telefone, ao portão,
à janela ...
Ex.: Sentei-me ao computador para trabalhar.
Sentei-me na mesa, pois não encontrei cadeira alguma.

14. AO INVÉS De e EM VEZ DE:


• Ao invés de indica "oposição, situação contrária".
• Em vez de indica "substituição, simples troca".
Ex.: Em vez de ir ao cinema, fui ao teatro.
Descemos, ao invés de subir.

15. ESTADIA e ESTADA:


• Estadia é usado para veículos em geral.
• Estada é usado para pessoas.
Ex.: Foi curta minha estada na cidade.
Paguei a estadia de meu automóvel.

16. A DOMICÍLIO e EM DOMICÍLIO:


• A domicílio só se usa quando dá ideia de movimento.
• Em domicílio se usa sem ideia de movimento.
Ex.: Enviarei a domicílio seus documentos.
Fazemos entregas em domicílio
Levaram a domicílio as compras.
Damos aulas particulares em domicílio.

17. DESPERCEBIDO e DESAPERCEBIDO:


• Despercebido significa "sem atenção".
• Desapercebido significa "desprovido, desprevenido".
Ex.: O fato passou-me totalmente despercebido.
Ele estava desapercebido de dinheiro

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Atividades de fixação
1. Preencha as lacunas, usando o seguinte código:
A) por que
B) por quê
C) porquê
D) porque

01. ( ) Quer dizer que você não vai mesmo conosco, _____________?

02. ( ) Não entendo o __________________ de suas atitudes.

03. ( ) Você sabe _______________ ela não passou no concurso.

04. ( ) Não fuja, _________________ toda fuga é fraqueza.

05. ( ) Os maus momentos ___________ passaste serão inesquecíveis.

06. ( ) Os amigos, não sei _____________, foram sumindo um a um.

07. ( ) Agora entendo ____________votaste no “homem”...

08) ( ) Menina apaixonada chora sem saber _______________.

09. ( ) _____________não tinha sono, fiquei na sala assistindo ao jogo.

10. ( ) Qual seria a razão ____________ concordaram tão facilmente?

2. Assinale a alternativa INCORRETA:


a) Não quero mais saber por que motivo não me amas.
b) Se não me amas, quero saber porquê.
c) Se não me amas, quero saber o porquê.
d) Não me amas por que não te amo?

3. Qual é a INCORRETA?
a) Quero saber o porquê desta briga.
b) Ainda saberás porque saí do país.
c) Estudamos sem saber por que.
d) Rápida foi a crise por que passou.

4. Assinale a alternativa correta:


a) A criança sempre indaga o porquê das coisas.
b) Conheço o livro porque te orientaste.
c) Sei porquê você faltou às aulas.
d) Chegaste só agora, por que?

5. Há uma alternativa INCORRETA, assinale-a:


a) Aquela foi a razão por que tive o pesadelo.
b) Faça os exercícios, porque só assim se aprende.
c) Não sei porque não ficas mais um pouquinho.
d) Porque você fez tudo errado, não o considero eficiente.

6. Escolha a alternativa que complete corretamente as lacunas:


Descobri o motivo ________ ele não veio. Não veio ______teve problemas lá.
a) porquê – por quê c) por que – por quê
b) porque - porque d) por que – porque

7. Indique a alternativa correta:


a) Vim por que quero lutar.
b) Diga-me o por que da sua luta.
c) Afinal, por que você luta?
d) Eu sei porque você quer lutar.

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8. Assinale o INCORRETO:
a) Trabalho muito, porque preciso.
b) Trabalhas tanto, por quê?
c) Você precisa saber o porque disso.
d) Falei dele, porque o conheço.

9. Assinale a alternativa correta:


a) Os caminhos por que vim são estes
b) O estudo é o caminho porque se deve trilhar
c) Alguns vencem por que lutam mais
d) Não sei porque você está nervoso

10. Assinale a alternativa correta:


a) Essas são as dificuldades porque passei
b) No momento, porque assuntos você se interessa?
c) Estava preocupado com o porquê da questão
d) Todos reclamam sem saber porquê

11. Assinale a alternativa que apresenta erro:


a) Leio revistas e jornais, porque desejo estar sempre informado
b) Gostaria de rever os lugares por que andei ultimamente
c) Não sei por que desistes com tanta facilidade
d) você não apresentou o resultado, por que?

12. Assinale a alternativa onde a palavra “QUE” está grafada INCORRETAMENTE:


a) Quê! Você ainda não tomou banho?
b) Depois do banho ficou com um quê irresistível
c) Quê beleza! Acertei tudo
d) Você vive de quê? De brisa?

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GRAMÁTICA NORMATIVA
Parte 2: Semântica

Tema: significado das palavras


A língua portuguesa é rica, interessante, criativa e versátil, encontrando-se em constante evolução. As palavras
não apresentam apenas um significado objetivo e literal, mas sim uma variedade de significados, mediante o contexto em que ocorrem
e as vivências e conhecimentos das pessoas que as utilizam. Assim, várias são as abordagens nesse fenômeno gramatical conhecido
como Semântica, isto é, o estudo dos significados das palavras.

Denotação
Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal) quando apresenta seu significado original, literal, independentemente
do contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e
muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra.
A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo assim um caráter prático
e utilitário. É utilizada em textos informativos, como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamentos, textos
científicos, entre outros.
Exemplos:
• O elefante é um ser vertebrado.
• Fernando comprou aquele livro.
• O funcionário cumpriu seus deveres diários.

conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado) quando apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes interpretações,
dependendo do contexto frásico em que aparece. Quando se refere a sentidos, associações e ideias que vão além do sentido original da
palavra, ampliando sua significação mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem, através da expressividade e afetividade que
transmite. É utilizada principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras de
música, em anúncios publicitários, entre outros.
Exemplos:
• Você é o meu sol!
• Minha vida é um mar de angústias.
• Ela tem um coração de pedra!

Obs.: a linguagem poética faz bastante uso do sentido conotativo das palavras, num trabalho contínuo de criar ou modificar o
significado. Na linguagem cotidiana também é comum a exploração do sentido conotativo, como consequência da nossa forte
carga de afetividade e expressividade.

SINONÍMIA
Consiste nas palavras que apresentam, entre si, um significado semelhante. Ex: triste = melancólico / resgatar = recuperar / maciço =
compacto / ratificar = confirmar / digno = decente, honesto reminiscências = lembranças / insipiente = ignorante etc.

Obs: nem sempre os significas são idênticos entre os sinônimos. Ora se tem um sentido mais abrangente, ou mais enfático que
outro. Exemplo disso é notável entre os verbos “seguir” e “acompanhar”.

ANTONÍMIA
Refere-se a palavras que apresentam, entre si, sentidos opostos, contrários. Ex: bom x mau bem x mal / condenar x absolver / simplificar
x complicar etc.

POLISSEMIA
A palavra Polissemia compreende dois radicais: [poli = muito] e [semia = significado]. Portanto, uma palavra pode apresentar diferentes
significados, dependendo dos usos linguísticos em que possa aparecer. Vejamos os diferentes significados de abater:

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• Abater a árvore = derrubar
• Abater a fera = matar
• Abater o inimigo = derrotar
• Abater-se com a derrota = sentir
• Abater a dívida = descontar

Ambiguidade ou anfibologia
Nas frases sem clareza ou com duplo sentido ocorre ambiguidade ou anfibologia.
Exemplos:
• A professora levou o aluno para sua sala. (de quem é a sala?)
• Cacilda conversou com Helena sobre seu trabalho. (de quem é o trabalho?)
• A cachorra da sua prima é mal-humorada. (a prima é uma cachorra ou tem uma cachorra?)
• Olhava o incêndio da ampla janela do prédio. (a janela é de onde se vê o incêndio ou ela é que está em chamas?)

HIPERONÍMIA/HIPONÍMIA
A palavra “cachorro” está contida no conceito “animal”. A esse fenômeno dá-se o nome de Hiponímia. Inversamente, “animal” comporta:
“cachorro, lobo, carneiro etc.” Animal é um caso de Hiperonímia. Assim deduzimos que a Hiponímia particulariza e a Hiperonímia
generaliza. Exemplo:

Tartaruga
Lobo
Carneiro

Homonímia
(estudo dos homônimos: palavras IDÊNDICAS na pronúncia e/ou na grafia)

acender: pôr fogo, alumiar


ascender: subir

apreçar: perguntar preço, dar preço


apressar: antecipar, abreviar, tornar rápido.

acento: tom de voz, sinal gráfico


assento: lugar de sentar-se

acerca de: sobre, a respeito de


cerca de: aproximadamente
há cerca de: faz aproximadamente

afim de: semelhante a, parente de


a fim de: para, com a finalidade de

bucho: estômago
buxo: arbusto

caçar: apanhar animais ou aves


cassar: anular

calda: xarope
cauda: rabo

seção: repartição, divisão (dimensão espacial)


sessão: de cinema, reunião (dimensão temporal)
cessão: doação (verbo ceder)

cédula: documento, chapa eleitoral


sédula: ativa, cuidadosa (feminino de sédulo)

cela: pequeno quarto de dormir


sela: arreio
censo: recenseamento
senso: raciocínio, juízo claro

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cerração: nevoeiro denso
serração: ato de serrar, cortar

cesto: balaio
sexto: numeral ordinal (seis)

chá: bebida
xá: antigo título do soberano do Irã

conserto: reparo
concerto: sessão musical, acordo

coser: costurar
cozer: cozinhar

cheque: ordem de pagamento


xeque: lance de jogo no xadrez

espectador: o que assiste


expectador: o que espera

esperto: ativo, inteligente, vivo


experto: perito, entendido

espiar: observar, espionar


expiar: sofrer castigo

estático: firme, imóvel


extático: admirado, pasmado

estrato: tipo de nuvem, camada


extrato: resumo, essência

incerto: impreciso
inserto: introduzido, inserido

incipiente: principiante
insipiente: ignorante

intercessão: ato de interceder, de intervir


interseção/intersecção: ato de cortar

laço: nó
lasso: frouxo, gasto, bambo, cansado, fatigado

paço: palácio
passo: passada

mal: antônimo de bem (advérbio)


mau: antônimo de bom (adjetivo)

ruço: grisalho, desbotado


russo: da Rússia

sexta: numeral
cesta: utensílio de transporte
Obs: sesta: descanso depois do almoço

tacha: pequeno prego


taxa: tributo

viagem: substantivo (a viagem)


viajem: forma verbal (que eles viajem)

xácara: narrativa popular em verso


chácara: pequena propriedade campestre

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Paronímia
(estudo dos parônimos: palavras PARECIDAS na pronúncia e na grafia)

absolver: inocentar, perdoar


absorver: sorver, consumir, esgotar.

acidente: acontecimento casual


incidente: episódio, aventura

acostumar: contrair hábito


costumar: ter por hábito

amoral: indiferente à moral


imoral: contra a moral, libertino, devasso

aprender: instruir-se, tomar conhecimento


apreender: apropriar-se, assimilar mentalmente

arrear: pôr arreios


arriar: abaixar, descer

assoar: limpar o nariz


assuar: vaiar, apupar

cardeal: padre, ave, planta, direção


cardial: referente à abertura de estômago

cavaleiro: aquele que sabe andar a cavalo


cavalheiro: homem educado

coalizão: união
colisão: choque

conjetura: suposição
conjuntura: situação, circunstância

comprimento: extensão
cumprimento: saudação

deferir: atender, conceder


diferir: diferenciar, adiar

delatar: denunciar
dilatar: alargar, ampliar

desapercebido: desprevenido
despercebido: que não percebeu

descrição: ato de descrever, expor


discrição: reservada, qualidade de discreto

descriminar: inocentar
discriminar: distinguir

dessecar: tornar seco


dissecar: cortar

despensa: onde se guardam alimentos


dispensa: ato de dispensar

destratado: maltratado com palavras


distratado: desfazer o acordo, o trato

docente: referente a professores


discente: referente a alunos

destinto: que se destingiu


distinto: diverso, diferente

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eminente: ilustre, excelente
iminente: que ameaça acontecer

emergir: vir à tona


imergir: mergulhar

emigrar: sair da pátria


imigrar: entrar num país estranho p/ nele morar

enfestar: exagerar, roubar no jogo, entediar


infestar: causar danos

estada: permanência de pessoa, passeio


estadia: permanência de animais e veículos

flagrante: evidente
fragrante: perfumado

fluir: correr
fruir: gozar, desfrutar

fusível: aquele que funde


fuzil: arma

inflação: desvalorização do dinheiro


infração: violação, transgressão

infligir: aplicar pena


infringir: violar, desrespeitar

intemerato: puro
intimorato: sem medo, corajoso

lista: relação, rol


listra: risca, traço

mandado: ordem judicial


mandato: procuração, (ou tempo de governo)

ótico: relativo ao ouvido


óptico: relativo à visão

peão: aquele que anda a pé


pião: tipo de brinquedo

procedente: proveniente, oriundo


precedente: antecedente

prescrever: estabelecer, determinar, fixar


proscrever: condenar

prever: pressupor, fazer previsão


prover: providenciar, abastecer

ratificar: confirmar
retificar: corrigir

recrear: divertir, alegrar


recriar: criar novamente

sortir: abastecer
surtir: produzir, ter como resultado

tráfego: movimento, trânsito


tráfico: comércio lícito ou não

vadear: passar ou atravessar a pé ou a cavalo


vadiar: ficar ocioso

vultoso: volumoso
vultuoso: atacado de congestão na face

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Atividades de fixação
1. Preencha as lacunas com um dos termos entre parênteses:
1. Em tempos de crise, é necessário _____________ a despensa de alimentos. (sortir - surtir)

2. Os direitos de cidadania do rapaz foram ________________ pelo governo. (caçados - cassados)

3. O _________________ dos senadores é de oito anos. (mandado - mandato)

4. A Marechal Rondon estava coberta pela _______________. (cerração - serração)

5. Cesar não teve _________ de justiça. (censo - senso)

6. Todos os _________________ haviam sido ocupados. (acentos - assentos)

7. Devemos uma ________________ quantia ao banco. (vultosa - vultuosa)

8. A próxima _________________ começará atrasada. (seção - sessão)

9. _______________-se, mas havia hostilidade entre eles. (cumprimentaram - comprimentaram)

10. Na _____________ das avenidas, houve uma colisão. (intersecção - intercessão)

11. O _______________ no final do dia estava insuportável. (tráfego - tráfico)

12. O marido entrou vagarosamente e passou ___________________. (despercebido - desapercebido)

13. Não costume _____________ as leis. (infligir - infringir)

14. Após o bombardeio, o navio atingido _______________. (emergiu - imergiu)

15. Vários _______________ japoneses chegaram a São Paulo nas primeiras décadas do século. (emigrantes - imigrantes)

16. Não há __________________ de raças naquele país. (discriminação - descriminação)

17. Após anos de luta, consegui a __________________. (dispensa - despensa)

18. A chegada do ________________ diplomata era ____________________. (iminente - eminente)

19. Fomos _______________ pelos anfitriões. (destratados - distratados)

20. A _______________ dos direitos da emissora foi uma das tarefas do governo. (seção - cessão)

21. Ele certamente é um senhor muito _______________. (distinto - destinto)

22. Quando Joana toca piano, parece mais um ______________ que um ______________. (conserto - concerto)

23. Todos eles _____________ o prazer da bela melodia. (fruem - fluem)

24. Nas festas de São João é comum ______________ balões e vê-los _______________. (ascender - acender)

25. Os presos foram recolhidos a suas ______________. (celas - selas)

APRENDIZAGEM
1. (EAGS) Em quais das frases abaixo a palavra grifada está empregada no sentido denotativo?
I- Aquele jovem estava sujo no pedaço.
II- Comprei um rolo de arame farpado.
III- Você estava com a corda toda ontem.
IV- O pedaço de bolo estava delicioso.
c) I e II. c) II e IV.
d) I e III. d) III e IV.

2. (EIAC) Considerando a homonímia, assinale a alternativa INCORRETA.


a) A cela dos presos está com sua lotação esgotada.
b) A cerração por que passamos causou vários acidentes.
c) O bom censo do Juiz Paulo Crato está desregulado.
d) O incipiente rapaz foi bem em suas primeiras provas.

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3. (EAGS) Observe os textos abaixo:
I- “Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.”
II- “Ai, quem me dera voltara pros braços do meu xodó
Saudade assim faz doer, amarga que nem jiló.”
III- “Andei cantando a minha fantasia entre as cordas febris dos corações.”
Assinale a alternativa em que as palavras do texto correspondem à classificação em destaque.
a) noite – viver (conotação)
b) amarga – fantasia (conotação)
c) viver – fantasia (denotação)
d) jiló – febris (denotação)

4. (EAOT-2002) Quanto à conotação e denotação, assinale a alternativa que apresenta relação INCORRETA.
a) “Trabalhas sem alegria para um mundo caduco” — Predomínio da conotação.
b) “O verdadeiro alvo visado pelos terroristas que atacaram Nova York e Washington na semana passada não foram as torres
gêmeas do sul de Manhattan nem o edifício do Pentágono. O atentado foi cometido contra um sistema social e econômico,
(...)” — Predomínio da denotação.
c) “Um comprimido fabricado há quatorze anos pela Bayer, o Cipro, é a única droga capaz de combater a infecção por anthrax
na forma pulmonar.” — Predomínio da conotação.
d) “Minha bela Marília, tudo passa; / A sorte deste mundo é mal segura; / Se vem depois dos males a ventura, / Vem depois
dos prazeres a desgraça (...)” — Predomínio da conotação.

5. Complete a seguinte frase: “As palavras ratificar e retificar são *** e têm por sinônimo, respectivamente, *** e ***”.
a) homônimas – corrigir e refazer.
b) homônimas – repor e consertar.
c) parônimas – confirmar e corrigir.
d) parônimas – corrigir e confirmar.
e) antônimas – confirmar e corrigir.

6. (EsAEx) Assinale a proposição em que os significados dos parônimos estão trocados:


a) sortir (abastecer); surtir (produzir efeito);
b) estada (permanência de veículos); estadia (permanência de pessoas);
c) vultoso (volumoso); vultuosos (atacado de congestão na face);
d) infligir (aplicar pena); infringir (violar);
e) deferir (conceder); diferir (divergir, adiar).

7. (EsAEx) Observe as palavras abaixo:


notável – conceder – principiante – confirmar – desterrar
A opção que relaciona os sinônimos das palavras destacadas, atentando para a correta grafia deles é:
a) iminente – diferir – insipiente – retificar – proscrever.
b) iminente – diferir – incipiente – ratificar – prescrever.
c) iminente – deferir – insipiente – ratificar – prescrever.
d) eminente - deferir – incipiente – ratificar – proscrever.
e) eminente - diferir – insipiente – retificar – proscrever.

8. (EsAEx) Assinale a proposição em que o significado da palavra grifada entre parênteses está incorreto:
a) O superior tachou-o de insubordinado. (censurar)
b) Uma solidão imensa lhe insulava o espírito. (isolar)
c) Se infligires cruel punição aos inocentes, serás repudiado pela sociedade. (transgredir)
d) Em 24 horas o primaz foi degredado. (banir)
e) O médico proscreveu-lhe o uso do fumo. (proibir)

9. (EsAEx) Assinale a alternativa em que os significados dos pares das palavras não correspondem aos significados dados
entre parênteses:
a) iminente (pendente, que ameaça cair) / consertar (tornar certo, remendar);
b) vultoso (de grande vulto) / hera (planta trepadeira);
c) infringir (transgredir) / infligir (cominar ou aplicar pena);
d) secção (corte, divisão) / insipiente (pouco sábio);
e) cessão (ceder) / seção (reunião)

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10. (EsAEx) Os sinônimos de ignorante / iniciante / sensatez / confirmar são, respectivamente:
a) incipiente, insipiente, descrição, retificar
b) incipiente, insipiente, discrição, ratificar
c) insipiente, incipiente, discrição, ratificar
d) insipiente, incipiente, descrição, retificar
e) incipiente, insipiente, descrição, ratificar

11. (EsAEx) Assinale a alternativa em que o significado, entre parênteses, NÃO corresponde à palavra dada.
a) iminente (prestes a acontecer)
b) realização (consecução)
c) expiar (pagar culpa, remir)
d) vultuoso (de grande vulto)
e) cessão (ceder)

12. (EsAEx) Assinale a alternativa em que a frase está de acordo com as normas cultas da língua.
a) Eu desejo que as conjecturas sobre a honestidade das figuras eminentes da Diretoria sejam ratificadas, se forem
comprovadas.
b) Apresentadas aquelas provas concludentes, o réu foi absorto.
c) A falsificação de sua rúbrica não convenceu a ninguém.
d) Graças à interseção do Diretor, fui salvo de fragrantes descriminações.

Aprofundamento
O texto a seguir, com lacunas a serem preenchidas, é a referência para a questão 1.

Caminhos para um Brasil sustentável


Fórum propõe espaço permanente de debate sobre o futuro do país na cidade histórica de Tiradentes (MG)

Conhecida por ser um dos centros históricos mais bem preservados do Brasil, Tiradentes (cidade _______ 200km da capital
de Minas Gerais, (Belo Horizonte) vem se destacando como sede de uma dezena de eventos culturais, atraindo, com isso,
milhares de turistas todos os anos.
A mais recente empreitada deve acontecer entre os dias 24 e 27 de novembro: O Fórum do Amanhã, evento com debates sobre
o futuro da economia, da tecnologia, da educação e do trabalho. “Queremos ajudar a definir aquilo ______ o país precisa para
acompanhar tendências urbanas como sustentabilidade, economia compartilhada e transparência governamental”, diz
Guilherme Donnabella, sócio da Creatif, responsável pela organização.
O Fórum é inspirado na ideia de dois pensadores. Um deles é sociólogo italiano Domenico de Masi, autor do “best seller”
O ócio criativo, para quem os modelos de civilização ocidental encontra-se em crise profunda. O outro é o economista mineiro
Eduardo Giannetti, que lançou recentemente o livro Trópicos utópicos (Companhia das Letras), no qual defende que o Brasil reúne
condições ideais para encontrar um caminho inovador para questões nos campos econômico, social, ambiental e existencial.
Giannetti e De Masi _______ presentes na ________ de abertura.
___________ cinco mil empreendedores, intelectuais e estudantes devem comparecer aos encontros, que serão transmitidos ao
vivo pela “internet”. “Queremos criar um ambiente de discussão permanente por meio de um portal e de um aplicativo atualizados
durante _______ ano”, afirma Donnabella. O evento deve se somar a outros 15 já presentes na movimentada agenda educacional
e artística da cidade mineira.
GINESI, Camila. Pequenas empresas & grandes negócios, São Paulo, Globo,
no 332, p. 26, set. 2016. Seção Grandes ideias. Texto com adaptações.

01. (FAPEC/TÉC. ADM. UFMS-2017) Esta questão avalia, além de conhecimentos de ortografia, regência e uso de homônimos
ou formas variantes, habilidades de compreensão de textos. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do
texto:
a) acerca de; que; estarão; seção; A cerca de; todo.
b) há cerca de; o qual; estarão; cessão; Acerca de; todo o.
c) acerca de; da qual; estaram; seção; Acerca de; todo o.
d) a cerca de; de que; estarão; sessão; Cerca de; todo o.
e) a cerca de; que; estaram; sessão; Há cerca de; todo.

2. (FAPEC/PMCG-2016) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do seguinte enunciado: “Até agora, nenhum
de nós, _________ entender ___________ o _____________ membro do Legislativo expressou-se tão ________ na ___________ de ontem
à tarde.
a) pode; porque; iminente; mau; seção.
b) pôde; por que; eminente; mal; sessão.
c) pudemos; porque; eminente; mal; sessão.
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d) pôde; porquê; eminente; mal; seção.
e) podemos; por que; iminente; mau; cessão.

Texto para a questão 3:

1 Desde o advento do manuscrito, a prática das abreviações (em sentido amplo) se vem incrementando. No passado,
2 elas podiam ser consideradas mais ou menos estáveis e comuns (abreviaturas) ou mais ou menos episódicas (abreviações).
3 Desde o século XIX, porém, apareceram três grupos amplos que, em conjunto, podem ser chamados reduções ou
4 braquigrafias: a) reduções tradicionais mais ou menos fixas (V., por você, V. M., por Vossa Mercê, Sr., por Senhor), chamadas
5 abreviaturas; b) reduções feitas especialmente para uso em certa obra especializada (abreviações); e c) reduções
6 convencionadas internacionalmente, ditas símbolos (nesse sentido pertinentes), como é o caso das usadas no Sistema
7 Metrológico Internacional ou na química etc. (e que se caracterizam por terem uso de letra maiúscula com valor especial,
8 mas sem ponto final redutor nem indicação de flexões). Mas, já do século passado para cá, os nomes intitulativos
9 designativos de associações, sociedades, empresas, companhias, firmas e afins passaram também a ser objeto de
10 reduções, tal como antes já se fazia, em trabalhos eruditos, com os títulos de obras de referência (dicionários, enciclopédias
11 etc.), quando repetidamente citados. Essas reduções podem ser chamadas siglas: especializadamente se vem
12 convencionando que, quando uma sigla tem caráter de palavra ou vocábulo, seja dita siglema (PETROBRAS) e, quando não
13 o tenha, seja dita sigloide (EE.UU.A. ou EUA). As siglas, em grande número, se fazem pelas letras iniciais do intitulativo
14 (URSS, UNESCO) ou por letras e sílabas iniciais (SUDAM, para Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), ou por
15 combinações arbitrárias. Entra-se, assim, em certas reduções em que se podem misturar letras e elementos ideográficos,
16 gerando uma série de signos, sinais e logotipos, e mesmo índices e ícones.
Academia Brasileira de Letras: Reduções. Internet: <www.academia.org.br> (com adaptações)

3. (CESPE/TRE-PI-2016) Assinale a opção correta no que se refere às relações semânticas que se estabelecem entre palavras e
expressões do texto Reduções.
a) Entre as palavras “reduções” e “braquigrafias”, ambas na linha 3, verifica-se a mesma relação semântica que há entre
“dicionários” (l.10) e “enciclopédias” (l.11).
b) As palavras “signos”, “logotipos” e “ícones”, na linha 16, são sinônimas entre si e hipônimos de “certas reduções em que se
podem misturar letras e elementos ideográficos” (l. 15).
c) O texto se constrói mobilizando um campo semântico complexo relativo às formas de abreviar palavras ou expressões na
língua escrita, aos padrões de abreviação usados e à correta decodificação dessas formas reduzidas.
d) Na linha 1, a presença da expressão “em sentido amplo” para caracterizar a palavra “abreviações” tem o efeito de estabelecer
uma relação de antonímia entre duas categorias de abreviações: as abreviações em sentido amplo e as abreviações em
sentido estrito, ou simplesmente abreviações.
e) A palavra “sigla” (l.12) é um hipônimo da palavra “reduções” (l.11) e um hiperônimo da palavra “siglema” (l.12).

4. (FGV-/DPE-RO-2015) A frase abaixo cuja lacuna deve ser preenchida pela primeira das palavras colocadas entre parênteses
é:
a) O senador declarou que respeitava muito o seu __________. (mandado/mandato)
b) Muitos detalhes do crime passaram __________ . (desapercebidos / despercebidos);
c) O __________ em computação fora trazido dos Estados Unidos. (esperto / experto)
d) Muitos dos acusados tinham receio de terem __________ os seus postos. (caçados / cassados)
e) O automóvel precisava de __________ urgente. (conserto / concerto).

5. (FAPEC/MPE-MS-2015) Assinale a alternativa da oração que empregou INCORRETAMENTE o uso do porquê:


a) Estes são os direitos por que estamos lutando.
b) Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê?
c) Vou ao supermercado porque não temos mais frutas.
d) Você não vai à festa? Diga pelo menos um porquê.
e) Você veio até aqui por que não conseguiu telefonar?

6. (FAPEC/PMNA-2015) Assinale a alternativa que apresenta o comentário correto acerca das palavras ou estruturas que
compõem o seguinte enunciado: “O fortalecimento dos órgãos públicos do Estado é benéfico a toda comunidade
sulmatogrossense, razão porque se tem investido em parcerias.”

a) Na grafia da palavra “sulmatogrossense” faltam hifens. O correto é: sul-mato-grossense.


b) A palavra “Estado” está devidamente grafada com inicial maiúscula porque assim
determina o Acordo Ortográfico.
c) O “a” em “a toda comunidade”, deveria receber “acento” indicativo de crase porque a palavra “benéfico”
rege preposição “a” e a palavra “comunidade” é feminina.
d) Se acrescentarmos um “a” após a palavra “toda”, o sentido da frase não se alterará.
e) A palavra “porque” está corretamente grafada/empregada.

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Parte 3: interpretação textual

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS


Em provas de concursos, os candidatos que não têm o hábito de ler ou que não compreendem um texto não têm êxito nas
outras matérias também. É bastante comum encontrar aqueles que não sabem ler os enunciados e não compreendem o que
está sendo pedido que se faça.
A compreensão e a interpretação dos textos devem ser a base dos estudos, tendo em vista que o desempenho da leitura
interfere na aprendizagem de todas as outras matérias, além de promover a socialização e a cidadania do candidato-leitor. O
bom leitor sabe selecionar o que deve ler e que efetivamente pode contribuir para sua compreensão sobre a complexidade do
mundo atual.
Interpretar é criar sentido, pois toda interpretação provoca a criação de “outro texto”. Cada leitor é um sujeito singular,
que utiliza diferentes estratégias (sua experiência prévia, suas crenças, seus conflitos, suas expectativas e suas relações com o
mundo) para dar sentido ao que lê, sem, no entanto, eliminar o sentido original do texto. Cabe, porém, ressaltar que é quase
impossível determinar o grau de fidelidade de um leitor em relação ao texto original.
O ato de interpretar possibilita a construção de novos conhecimentos a partir daqueles que existem previamente na
memória do leitor. Esses conhecimentos são ativados e confrontados com as informações do texto, permitindo-lhe atribuir
coerência àquilo que está
lendo.

Procedimentos para uma leitura eficaz:


1. Leia todo o texto, com atenção, procurando entender o seu sentido geral.
2. Identifique as ideias o texto (cada parágrafo contém uma ideia central e outras secundárias), estabelecendo as relações
entre as partes.
3. Procure compreender todos os vocábulos e expressões. Muitas vezes, o próprio texto já fornece o significado da palavra.
Mas, na medida do possível, use o dicionário sempre que estiver lendo, pois com isso aumentará os seus conhecimentos e
ampliará o seu vocabulário. Lembre-se de que é bastante frequente a cobrança do significado (tanto literal quanto
contextual) das palavras nessas provas.
4. Leia atentamente as instruções para a resolução das questões – analise com cuidado o que cada enunciado pede. Muitas
vezes, o erro é proveniente do descuido (da pressa) na hora de ler as questões (principalmente se quando se subestima as
informações dos comandos).

Comandos para compreensão de textos


Esses comandos baseiam-se em verbos que indicam ações visuais, ou seja, orientam o candidato às ideias explícitas. Por
exemplo:

Percebe-se que...
Constata-se que...
Observa-se que...
O texto informa que...
O narrador do texto diz que...
Segundo o texto, é correto (incorreto) dizer que...

Comandos para interpretação de textos

Esses comandos baseiam-se verbos que indicam inferências, ou seja, orientam o candidato às ideias implícitas. Por exemplo:

Depreende-se do texto que...


Subentende-se das ideias e informações do texto que...
A partir das ideias do texto, infere-se que...
O texto permite deduzir que...
Pode-se concluir do texto que...
A intenção do narrador é...

Comandos para medir conhecimentos gerais


Esses comandos visam testar o conhecimento do candidato a respeito do assunto abordado no texto.

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Enfocando o assunto (tema, tese) abordado no texto...
Considerando a amplitude do tema abordado no texto...
Tendo o texto como referência inicial...

Comandos para medir conhecimentos linguísticos


Esses comandos visam testar o conhecimento gramatical do candidato e podem abordar assuntos de morfologia, de sintaxe, de
semântica, de estilística, de coesão ou de coerência.

Considerando as estruturas linguísticas do texto, ...


Assinale a alternativa que apresenta erro gramatical.
Aponte a construção que foge aos preceitos da norma culta.
Com relação aos aspectos gramaticais do texto, ...
Aponte a opção que preserva a manutenção do registro da norma culta da língua portuguesa.

Erros frequentes na leitura de textos


1. Extrapolação – consiste em acrescentar informações ausentes no texto original ou mesmo aplicá-lo em outros contextos.
2. Redução – ocorre quando o leitor diminui as informações ou a intensidade do texto.
3. Inversão – acontece quando o leitor perde passagens do desenvolvimento do texto ou altera a orientação de seu sentido
(fato que pode levá-lo a conclusões opostas às expressas pelo autor).

PRINCÍPIOS BÁSICOS:
Antes de tudo, é preciso saber o que são coesão e coerência, pois, sem essas duas bases, você não conseguirá construir um
texto adequado às exigências do concurso.

COESÃO: trata basicamente das articulações gramaticais existentes entre as palavras, as orações e frases para garantir uma boa
sequenciação de eventos, ou seja, é a correta ligação entre os elementos de um texto, que ocorre no interior das frases, entre
as próprias frases e entre os vários parágrafos. Pode-se dizer que um texto é coeso quando elementos coesivos (conjunções,
preposições, advérbios e pronomes) são empregados corretamente. Assim um texto não é um amontoado de palavras, frases,
períodos, nem a soma de suas partes, mas a união solidária de seus termos, que mantêm funções distintas – mas relações
estreitas, de sequência e cumplicidade. Em suma, um texto é uma organização de partes que formam um todo.
Recursos coesivos são as “manobras” que executamos com o intuito de melhorar a expressividade do enunciado.
Observe o exemplo:

Em vez de escrever

A - “Comprei sorvetes. Dei os sorvetes a meus filhos.”


escrevemos
B - “Comprei sorvetes. Dei-os a meus filhos.”

Dei-os tem função relacional, recuperando em B o que havia sido expresso em A. Nesse caso, o objetivo é evitar a repetição
viciosa.
O uso indevido de elementos de ligação, a retomada de termos e mesmo a má seleção vocabular podem comprometer os
processos coesivos do texto.

MECANISMOS DE COESÃO:

1. Elementos catafóricos: antecipam o que virá a seguir no texto, ligando determinados elementos textuais expressos
anteriormente aos que virão depois. Exemplo:
“Tudo era velho demais: a casa, o jardim, os móveis empoeirados, teias de aranha no teto, rachaduras na parede, vidraças
quebradas, cortinas puídas.”
O pronome indefinido tudo antecipa, isto é, anuncia o que será explicitado a seguir, depois dos dois-pontos: a casa, o
jardim, os móveis empoeirados, teias de aranha no teto, rachaduras na parede, vidraças quebradas, cortinas puídas.

2. Elementos anafóricos: resgatam, retomam elementos que vieram antes, isto é, remetem determinados elementos expressos
posteriormente aos que vieram antes. Exemplo:
“Às vezes, nesse mundo tão conturbado, em que os valores foram subvertidos, a arte passa a ser a realidade. Esta pode
se revestir com elementos próprios da arte; aquela pode ser fantasia transformada na verdadeira realidade.”
Os pronomes esta e aquela recuperam, respectivamente, realidade e arte.

3. Elipse: evitam repetições desnecessárias; para que o texto faça sentido, o leitor deve “amarrar” algumas passagens do texto
a outras, anteriores.
Exemplo:
“As minhas palavras eram rudes; as dela, suaves.”

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Ocorrem nessa frase duas elipses: nominal (as [palavras] dela) e verbal [eram].

4. Expressões sinônimas: evitam repetições enfadonhas e desnecessárias e criam uma orientação argumentativa.
Exemplo:
Num texto, Gustavo Kuerten pode ser retomado várias vezes por referenciais diversos, tais como:
• o atleta brasileiro;
• Guga;
• o tricampeão de Roland Garros;
• o ilustre catarinense;
• o brasileiro.
5. Substituição: significa usar um termo substituindo outro (ou mesmo toda uma oração).
Exemplo:
• O pai o reprimia em qualquer lugar, na frente das pessoas; reprimia-o por erro ou acerto, humilhava-o. Negando o modelo
do pai, paradoxalmente, o filho o repetiu, agindo da mesma forma.

A expressão adverbial da mesma forma substitui “o filho reprimia [alguém] em qualquer lugar, na frente das pessoas;
reprimia [alguém] por erro ou acerto, humilhava [alguém].”

6. Elementos de conexão (conjunções, pronomes relativos) - elementos que “ligam” orações, estabelecendo ou explicando a
verdadeira relação entre elas. Criam, também, uma orientação argumentativa.
Exemplos:

Primeira ideia: quem governa com o apoio do Legislativo e do povo é democrata.


Segunda ideia: quem desrespeita o Legislativo, o povo e só governa com medidas provisórias é ditador.

a) Embora o presidente se considere um democrata, só governa com medidas provisórias.


A conjunção embora + a ideia de que “o presidente se considera um democrata” criam um argumento de concessão, que
enfraquece a defesa argumentativa do presidente: forma-se uma oração subordinada adverbial concessiva, que serve para
enfraquecer a tese contrária (a de que o presidente seria um democrata).

b) O presidente não pode ser considerado um democrata, porque só governa com medidas provisórias.
A conjunção porque, que introduz a oração “porque só governa com medidas provisórias” cria um argumento de causa, que
justifica o que se afirmou anteriormente.

c) O presidente só governa com medidas provisórias, como todo ditador.


A conjunção como, que introduz a oração “como todo ditador [governa]” cria um argumento de comparação, que reforça o
que se afirmou anteriormente.
d) Se o presidente fosse realmente um democrata, não governaria só com medidas provisórias.
A conjunção se, que introduz a oração “se o presidente fosse realmente um democrata” cria um argumento de condição, que
invalida o argumento de o presidente ser um democrata.

e) O presidente vai acentuando o caráter ditatorial de seu governo à medida que governa com medidas provisórias.
A locução conjuntiva à medida que, que introduz a oração “à medida que governa com medidas provisórias” cria um
argumento de proporcionalidade, que reforça o caráter ditatorial do governo exercido pelo presidente.

f) Para que o presidente fosse considerado um democrata, ele deveria governar sem se valer de medidas provisórias.

A locução conjuntiva para que, que introduz a oração “para que o presidente fosse considerado um democrata” cria um
argumento de finalidade, isto é, o presidente, para atingir uma finalidade (ser considerado democrata), deveria governar sem se
valer de medidas provisórias.

g) O presidente só governa com medidas provisórias; trata-se, portanto, de um ditador.

A conjunção portanto + a oração “trata-se de um ditador” constroem um raciocínio de conclusão, deixando explícita a ideia
implícita na primeira oração do período.
COERÊNCIA - diz respeito à ordenação das ideias e dos argumentos, ou seja, aborda a relação lógica entre ideias, situações ou
acontecimentos, apoiando-se, por vezes, em mecanismos formais, de natureza gramatical ou lexical, e no conhecimento
compartilhado entre os usuários da língua. Pode-se dizer que o conceito de coerência está ligado ao conteúdo, no sentido
constituído pelo leitor. A coerência depende da coesão. Um texto com problemas de coesão terá, provavelmente, problemas de
coerência.
É comum ouvir dizer que há textos bons por serem coerentes e outros ruins pela incoerência. Tal afirmação é justificável,
já que a incoerência não é apenas um problema gramatical, mas se dá em nível de raciocínio lógico. Dizer, por exemplo, “Leio
muito, mas odeio meus amigos” é incoerente, porque os elementos inscritos no texto não mantêm relações de compatibilidade:
não há qualquer relação lógica entre “ler muito” e “odiar meus amigos”. Ademais, “odeio meus amigos” já traz em si uma

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incoerência... Da mesma forma, afirmar que “o sol se põe a leste” fere a coerência, não pelos elementos inscritos no texto, mas
pelos que estão fora dele, ou seja, o nosso conhecimento de mundo.
A rigor, existem vários níveis e planos de coerência ou incoerência. Veja este caso:
Em vestibular da Fuvest-SP, o candidato saiu-se com esta “pérola”: "... a palidez do sol tropical refletia nas águas do rio
Amazonas". Convenhamos: o sol tropical pode ter muitas características, menos a palidez!...
A lista das incoerências pode aumentar muito. Algumas envolvem fatores de coesão. O problema básico envolvido na
produção da coerência é o do acerto das partes com o todo textual; do ajuste sequencial das ideias; da progressão dos
argumentos; das afirmativas que são explicadas... Para aferir se realmente está sendo coerente, procure colocar-se sempre no
lugar do leitor/ouvinte.

1 - Paralelismos e ajustamento de frases:

Há, nas redações para exames vestibulares, um problema especialmente sério com relação ao encadeamento das ideias;
esse problema usualmente está ligado ao mau uso dos conectores. Temos que observar o ajustamento de frases, orações e
parágrafos para respeitarmos os paralelismos. A dissertação, pelo fato de “amarrar” sistematicamente uma ideia a outra,
precisa, inevitavelmente, de vincular as frases entre si, fazendo, assim, que o texto progrida de forma precisa, ajustada, sem
fragmentações.

Observe os exemplos:

Mecanismo correto:
Ela não só estava desesperada com o fato, mas também com os desdobramentos dele.
As duas orações encadeiam-se, formando um todo sintático e semântico; a primeira oração remete à segunda, que a
complementa.

Mecanismo incorreto:
Ela não só estava desesperada com o fato, mas também sua família não a apoiava.
Nessa segunda construção, apesar de as orações se encadearem sintaticamente, não há continuidade semântica: embora
os dois segmentos semânticos possam estar interligados como assunto, eles não se harmonizam, não formam um todo
compreensível.
Ao redigirmos um parágrafo, devemos privilegiar a unidade da mensagem. Ela deve ser precisa, nunca desnorteadora.
Para a construção de um bom texto, é sempre necessário observar o paralelismo semântico, que se conjuga ao paralelismo
gramatical. Tais mecanismos são fundamentais para a elaboração de um bom texto.

2 - Paralelismos mais comuns:


Entre as frases, os paralelismos mais comuns são construídos pelos conectores:
a) e, nem:
“A maioria se limita a confirmar sua presença no leilão e a reafirmar seu interesse na compra da Telebrás.”
(Folha de S. Paulo)
Não é possível controlar a venda de todos os remédios, nem responsabilizar os farmacêuticos por isso.
b) isto é, ou seja:
É preciso observarmos os fatos, ou seja, estarmos atentos ao mundo.

c) ou:
A privatização ou será feita agora ou nunca mais será alcançada.

d) não só... mas também...


Não só esteve muito doente, mas também muito aborrecido.
e) mas
O país esteve à beira do caos político, mas pôde recompor-se em curto prazo.

3 - Sem conectores, as ideias também se encadeiam:


Nas chamadas orações coordenadas assindéticas, a ausência de conectores aparentemente implica certa liberdade de
pensamento.

Os planos de saúde no Brasil não obedecem a normas, não atendem como deveriam, não pagam cirurgias reparadoras,
não estão atentos à necessidade dos segurados.

4 – Regência:
É a maneira como algumas palavras (quer sejam verbos, quer não) ligam-se a outras numa frase. Algumas exigirão a
presença de preposição. Dependendo do contexto e do significado, a regência de uma palavra pode variar.
Exemplo:

Preciso de dinheiro = tenho necessidade de dinheiro.


(com preposição)

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Precisou a hora da morte da vítima = determinou a hora. (sem preposição)

Um erro nesse campo será observado como problema de coesão na estrutura do seu texto. Eis alguns dos verbos que
oferecem maior incidência de erro em seu emprego. Por serem verbos comuns e de bastante uso, é interessante estar bem
afinado com eles:

pedir, oferecer, negar, emprestar algo --- A alguém


entrar --- EM um negócio, em um lugar
DE um lugar, uma situação /
sair ---
COM alguém
assistir --- AO filme, À novela
adentrar --- A sala, O prédio
precisar --- DE alguma coisa, DE alguém
preferir --- Prefiro você A eles.

AS QUALIDADES DE UM TEXTO
Não existem fórmulas mágicas para fazer uma boa redação. O exercício contínuo, aliado à prática da leitura de bons autores
e à reflexão, são indispensáveis à criação de bons textos.
Não pretendemos aqui formar escritores, como também não dispomos de uma “varinha mágica” que nos permita, por
mágica, tornar-nos redatores consagrados. Eis algumas qualidades que você deve observar na produção de seu texto.
São qualidades da redação que você deve cultivar: a concisão, a correção, a clareza e a elegância.

Concisão
Ser conciso significa que não devemos usar palavras em demasia para exprimir uma ideia. Devemos ir direto ao assunto,
não ficar enrolando, “enchendo linguiça”. Significa, enfim, eliminar tudo aquilo que é desnecessário: inutilia truncat!

Correção
A linguagem utilizada na redação deve estar de acordo com a norma culta, ou seja, deve obedecer aos princípios
estabelecidos pela gramática normativa. Conhecer as normas que regem o uso da língua é fundamental para a produção de um
texto correto. Evidentemente, a maioria das pessoas não conhece de cor todas as regras gramaticais. Por isso, em caso de
dúvidas na redação, não hesite em consultar uma boa gramática.
Atente para alguns desvios de linguagem que comumente aparecem em redações:
1. Grafia - tome cuidado com a grafia de palavras que não conheça. Em caso de dúvidas, consulte o dicionário. Se isso
não for possível, substitua a palavra por um sinônimo cuja grafia você conheça. Não se esqueça de verificar a acentuação gráfica.
2. Flexão de número - cuidado com a formação do plural de algumas palavras, sobretudo as compostas (primeiro-
ministro, abaixo-assinado, luso-brasileiro etc.).
3. Concordância - lembre-se de que o verbo sempre concordará com o sujeito – salvo as exceções normatizadas pela
gramática –, e os nomes devem concordar entre si.
4. Regência - fique atento à regência de verbos e nomes, sobretudo daqueles que exigem a preposição “a”, a fim de não
cometer erro no emprego do acento indicativo de crase.
5. Colocação dos pronomes - observe a colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, lhe, o, a, os, as).

Clareza
A clareza consiste na expressão da ideia de forma que possa ser rapidamente compreendida pelo leitor. Ser claro é não
confundir o leitor, ser coerente, não se contradizer.
São inimigos da clareza: a desobediência às normas da língua, os períodos longos, o vocabulário rebuscado ou
impreciso.

Elegância
A elegância consiste num texto agradável ao leitor. É conseguida quando se observam as qualidades apontadas
anteriormente (a correção gramatical, a clareza e a concisão) e também pelo conteúdo da redação, que deve ser original, criativo.
Lembre-se de que a elegância deve começar pela apresentação do texto, que deve ser “limpo”, sem borrões ou rasuras e
escrito com letra legível.

NÍVEIS DE LINGUAGEM
Há, basicamente, dois níveis de linguagem: a formal e a informal ou coloquial.
Entendemos por linguagem formal a forma culta, que se caracteriza pela correção gramatical, ausência de gírias ou termos
regionais, riqueza de vocabulário e frases bem elaboradas.
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A linguagem coloquial, por sua vez, é aquela utilizadas no dia a dia, nas conversas informais. É a linguagem descontraída,
que dispensa formalidades e aceita gírias, diminutivos afetivos e regionalismos.

Veja, nos fragmentos a seguir, como os dois tipos de linguagem podem aparecer no discurso direto. Lembre-se de que o
narrador sempre se utiliza da linguagem formal.

Linguagem coloquial
Os dois amigos se encontraram no pátio do colégio, na hora do intervalo, e Marcos perguntou:
— Como é que é, Zé? Tá a fim de dar uns giros por aí depois da aula?
— Normal! A gente pode chamar o Nandinho e ir pra uma lanchonete responsa — respondeu José, bastante animado.
— É isso aí. Deixa eu ir me mandando, que o sinal já tocou — disse Marcos, apertando o passo.

Linguagem formal
No corredor de uma universidade, um eminente professor de Direito Penal encontra um ex-aluno, agora seu colega. O
professor diz-lhe:
— Que prazer encontrá-lo depois de tanto tempo!
— Como está, professor? É bom revê-lo! — sorriu o ex-aluno, emocionado. — O senhor nem pode imaginar o quanto me
foram úteis os conhecimentos que adquiri em suas aulas.
— Você sempre foi um bom aluno. Tinha a certeza de que se tornaria um advogado notável.

Fique atento: seu texto deverá ser escrito em linguagem formal

DIFERENÇA ENTRE DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO


Os tipos textuais designam uma sequência definida pela natureza linguística de sua composição e, para a sua classificação,
são observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais e, principalmente, as relações lógicas. Por sua estrutura
composicional, os textos se dividem em:

1. NARRATIVO
Texto em que se discorre sobre fatos, sobre fazer relatos. Consiste na elaboração de um texto que relate episódios,
acontecimentos e histórias (verdadeiras ou fictícias). São exemplos de textos narrativos: romance, novela, conto, crônica,
anedota e, até, histórias em quadrinhos.
A narrativa é um texto que possui uma sequência de acontecimentos: começo, meio e fim. No entanto, o escritor pode
alterar essa ordem, começando a contar pelo meio ou pelo fim, dependendo do efeito que pretende alcançar.

Elementos da Narrativa:
1. Narrador: é quem conta a história, um ser ficcional a quem o autor transfere a tarefa de narrar os fatos. Há textos
narrativos quase totalmente – ou totalmente – dialogados. Nesse caso, o narrador aparece muito pouco, ou fica subentendido.
Atenção: não confunda o narrador com o autor da história. Este é um escritor, com uma biografia civil, um ser humano,
que pode construir vários narradores (um para cada história que desejar contar).

2. Personagens: são os seres que estão envolvidos com a história, que vivem os fatos e que são caracterizados física e
psicologicamente. Qualquer tipo de ser – gente, bicho, criaturas inanimadas – pode ser personagem de uma narrativa.
Classificam-se em:
Principais: quando participam diretamente da trama. Secundários: quando participam de forma pouco intensa da história.
Caricaturais: tem os traços de personalidade ou padrões de comportamento realçados, acentuados (às vezes beirando o
ridículo).
3. Enredo: e a história em si, o conjunto encadeado dos fatos, organizado de acordo com a vontade do escritor. Todo
enredo supõe um conflito.
OBS: Uma narrativa pode apresentar um enredo linear – quando os fatos vão se desenrolando um depois do outro, em
ordem cronológica de tempo – ou um enredo não-linear – quando a historia é interrompida por uma volta ao passado (para
algo ser lembrado). E o que chamamos de flashback, muito comum em filmes.

4. Espaço: o espaço da narrativa é o local onde se desenvolve a história, o cenário. A descrição do espaço serve para criar
o clima que envolve o leitor nos acontecimentos. A descrição do espaço serve, também, para caracterizar, de forma indireta, um
personagem.
Pode ser:
Físico: é o cenário por onde circulam os personagens e onde se desenrola a trama.
Mental: é o retrato de uma época, a ênfase nos costumes de determinado período da história.

5. Tempo: o tempo da narrativa é o “quando acontece” a história.


Cronológico: é o tempo marcado pelo relógio, pelo calendário ou por outros índices exteriores (momentos do dia, estações
do ano, fatos históricos).
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Psicológico: é os tempos subjetivos, variáveis de indivíduo para indivíduo. Esse tempo marca-se pelas sensações ou
pensamentos do personagem.
Foco narrativo (ou ponto de vista):
Quando o narrador participa do enredo, é personagem atuante, diz-se que é um narrador-personagem. Isso constitui o
foco narrativo ou ponto de vista da primeira pessoa.
Narrador-observador é o que serve de intermediário entre o episódio e o leitor – é o foco narrativo de terceira pessoa.
Ocorrem casos em que o narrador é classificado como onisciente, pelo fato de dominar o lado psíquico de seus
personagens, antepondo-se às suas ações, percorrendo-lhes a mente e a alma – também sob o foco narrativo de terceira
pessoa.

FORMAS DE DISCURSO:

1. O DISCURSO DIRETO caracteriza-se pela reprodução fiel da fala do personagem. Estrutura-se normalmente com a
precedência de dois-pontos e inicia-se após travessão. Via de regra, vem acompanhada por verbos de elocução (dizer, falar,
responder, berrar, retrucar, indagar, etc.). Observe o exemplo:
“...Botou as mãos na cabeça e a boca no mundo:
- Nossa senhora, meu patrãozinho me mata!” (Fernando Sabino)

O DISCURSO INDIRETO ocorre quando o narrador utiliza sua própria fala para reproduzir a fala de um personagem. O
tempo verbal, no discurso indireto, será sempre passado em relação ao tempo verbal do discurso direto. Confira:
“D. Evarista ficou aterrada. Foi ter com o marido, disse-lhe que estava com desejos.” (Machado de Assis)

O DISCURSO INDIRETO LIVRE é uma mescla do discurso direto com o indireto. No discurso indireto livre, a fala do
personagem se insere sutilmente no discurso do narrador, permitindo-lhe expor aspectos psicológicos do pensamento do
personagem. Compare os dois exemplos:
“Achamos o nome engraçado. Qual o padrinho que pusera o nome de Milagre naquele afilhado? E o português explicou que não,
que o nome do pretinho era Sebastião. Milagre era apelido”. (Stanislaw Ponte Preta)

“Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cavalos, que
lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando”. (Graciliano Ramos)

Características de uma narrativa:


• Encadeamento de ações e fatos.
• As frases se organizam em uma progressão temporal (relação de anterioridade / posterioridade), tanto que não se pode
alterar a sequência sem afetar basicamente o texto.
• Texto dinâmico, uma vez que existem muitos verbos indicando movimento, ação, e, ainda, a passagem do tempo.

2. DESCRITIVO
Texto em que é feito a caracterização de uma pessoa, um animal, um objeto ou uma situação qualquer, inseridos num
certo momento estático do tempo.
Diferentemente do texto narrativo, que relata as transformações de estado que vão ocorrendo progressivamente com
pessoas ou coisas, o texto descritivo põe em relevo as propriedades e aspectos desses elementos num certo estão, considerado como
se estivesse parado.
Nos enunciados descritivos, podem até aparecer verbos que exprimam ação, movimento, mas os movimentos são sempre
simultâneos, não indicando progressão de um estado anterior para outro posterior.
Se ocorrer essa progressão, inicia-se um percurso narrativo. O fundamental na descrição é que não haja progressão
temporal.

Características de uma descrição:


• Encadeamento de informações. Todos os enunciados apresentam ocorrências simultâneas.
• Riqueza de detalhes e a presença abundante dos adjetivos.
• Não existe temporalidade (datas), tanto que se pode alterar a sequência, sem afetar basicamente o sentido.
• Uso dos cinco sentidos.
• Texto estático, pois faz um uso reiterado de verbos de estado (e não de ação).

3. DISSERTATIVO
Texto em que se faz uma exposição de opiniões, de pontos de vista, fundamentados em argumentos e raciocínios baseados
na vivência, na leitura, na conclusão a respeito da vida, dos homens e dos acontecimentos.
O texto dissertativo baseia-se, sobretudo, em afirmações que transmitem um conceito relativo, pois suscitam dúvidas,
hesitações. Nele, aparecem os pontos de vista diferentes e conflitantes e os graus de verdade e/ou falsidade.
Em um texto dissertativo devem ser usados adequadamente os pronomes, as conjunções; observadas a concordância, a
regência, a crase e as corretas relações semânticas entre as palavras.

Características de uma dissertação:


• Encadeamento de ideias e raciocínio.

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• Os assuntos são tratados de maneira abstrata e genérica.
• As relações internas e a coerência entre as frases é que lhe garantem o sentido, já que são os mecanismos de coesão
(conjunções, preposições e pronomes relativos, demonstrativos) e as palavras
• abstratas que integram a estrutura básica do texto.

Estrutura padrão da dissertação:


• Introdução: é o parágrafo de abertura, responsável pela apresentação do assunto, em que é lançada a tese (tópico frasal
ou ideia principal) a ser desenvolvida nos parágrafos seguintes.
• Desenvolvimento: é a parte fundamental da dissertação, em que se desenvolve o raciocínio ou o ponto de vista sobre o
assunto, por meio de argumentos convincentes. Do desenvolvimento, depende a profundidade, a coerência e a coesão
do texto. Cada argumento (ideia secundária) a ser trabalhado deverá ocupará um parágrafo.
• Conclusão: É a parte final o texto, em que se faz um arremate das ideias apresentadas. É mais comum, na conclusão de
um texto que o autor ofereça uma sugestão para o problema levantado. Mas, às vezes, ele se limita a passar a solução do
problema para o leitor, por meio de uma pergunta.

O discurso na dissertação:
• 1° pessoa do singular – imprime extrema subjetividade no texto e é encontrada com mais frequência nos textos literários.
São exemplos do uso da 1° pessoa nos textos: Eu acho, eu acredito, a meu ver, no meu entender, para mim, na minha opinião,
etc.
• 1° pessoa do plural – também atribui certo grau de subjetividade ao texto. Autores que optam pela 1° pessoa do plural
buscam maior interatividade com o leitor, no sentido de incluí-lo como participante das ideias do texto. Exemplo:
Vivenciamos atualmente tempos de globalização da pobreza... (consenso)
Cuidado! Existe uma 1° pessoa do plural que não inclui o leitor – é o chamado plural de modéstia. Isso acontece quando
um autor produz e assina, sozinho, um texto no qual ele expressa “Para citarmos um exemplo...”.
• 3° pessoa (ideológica) – imprime objetividade no texto, dano à expressão do pensamento um caráter mais universal. O
uso da 3° pessoa facilita a persuasão, já que confere maior credibilidade às ideias. Ex: “A política econômica do governo
Lula não promove, de fato, o bem-estar social.”

3.1 ARGUMENTATIVO – texto em que o autor quer provar a veracidade (ou falsidade) de ideias, por meio de uma
argumentação lógica. Nesse tipo de texto, o autor visa a convencer/persuadir o leitor – por meio de argumentos, provas
evidentes, testemunhos - de forma impessoal e objetiva, o que confere ao texto um caráter imparcial, facilitando a aceitação
das ideias expostas.

3.2 EXPOSITIVO – texto que consiste na ordenação/exposição de ideias sobre um determinado assunto. Sua característica
básica é o cunho reflexivo-teórico.
A dissertação-expositiva segue a mesma estrutura de uma dissertação argumentativa: introdução, desenvolvimento e
conclusão. A diferença reside no fato de que na introdução, em lugar da tese, apresenta-se a ideia principal o texto. Admite
essencialmente a linguagem culta – simples ou mais elaborada. Lembre-se de que linguagem culta não significa rebuscamento.

3.4 INJUNTIVO – é um texto instrucional, que indica procedimentos a serem realizados. A intenção pode ser persuasiva ou
apenas instrutiva. São exemplos de textos injuntivos as receitas, os manuais de instruções, as bulas de remédios, etc. Neles,
predominam:
• Verbos empregados no modo imperativo;
• Emprego do padrão culto da língua;
• Linguagem clara e acessível a todo tipo de pessoas;
• Função referencial da linguagem. A função conativa também é bastante recorrente.

Veja um exemplo de texto injuntivo (extraído da prova do Ministério da Saúde – aplicada pelo CESPE/UnB)

Cuidados para evitar envenenamentos:


• Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora do alcance das crianças;
• Não utilize medicamentos sem orientação de um médico e leia a bula antes de consumi-los;
• Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção ao seu prazo de validade;
• Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar qualquer medicamento;

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GABARITO

Pág. 4
1.
a) L: 7; F: 7.
b) L: 7; F: 8.
c) L: 5; F: 4.
d) L: 4; F: 4.
e) L: 9; F: 9.
f) L: 9; F: 9.
g) L: 9; F: 8.
h) L: 6; F: 5.
i) L: 8; F: 7.

2) D
3) refém; venham; trenzinho; bem; meio.
4) E 5) A 6) C 7) C 8) C 9) C 10) A

Pág. 7
1) B 2) D 3) C 4) D 5) D 6) E

Pág. 9
1.
a) bi-sa-vô
b) de-sin-te-res-se
c) ét-ni-co
d) psi-co-lo-gi-a
e) tran-sa-tlân-ti-co
f) de-ses-pe-ram
g) sa-guões
h) guer-rei-am
i) tungs-tê-nio
j) quart-zo
k) in-cog-nos-cí-vel
l) ab-rup-to
m) ci-sal-pi-no
n) goi-a-ba-da
o) ob-tu-sân-gu-lo
p) su-bo-fi-ci-al
q) sub-te-nen-te
r) prai-a
s) tui-ui-ú

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2.
( 2 ) pais ( 4 ) país ( 1 ) aquífero
( 2 ) jeito ( 2 ) sauna ( 4 ) saúva
( 5 ) chapa ( 2 ) doido ( 2 ) caixa
( 4 ) graúdo ( 4 ) Saara ( 1 ) quatro
( 5 ) quilo ( 3 ) saguão ( 5 ) limpo
( 2 ) seis (2/4) seio ( 4 ) cair
( 4) lua ( 2 ) falou ( 1 ) prestígio

03) A 04) D 05) D

Pág. 10
01) C 02) A 03) B 04) D 05) D 06) D 07) D 08) D 09) D 10) D
11) C 12) B 13) C 14) B

Pág. 12
01) Errado 02) A 03) D 04) A 05) A 06) C 07) D 08) C

Pág. 17
Testes complementares
01) C 02) D 03) C 04) E 05) B 06) B 07) E 08) B 09) D 10) D

Pág. 19
Testes complementares
01) Errado 02) Certo 03) B 04) D 05) E 06) A 07) D 08) B
09) Certo 10) D

Pág. 26
1.
arquirrabino

arquiduque

neoescolástico

anteclássico

antirrábico

anti-higiênico

autodidata

anti-inflacionário

subárea

malcasado

inter-região

autossugestão

neocristão

autocombustão

contrarréplica

hidroavião

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anteprojeto

auriverde

pré-estabelecer

biolatinismo

panlatinismo

minicurrículo

suprassumo

mal-entendido

além-Andes

poliesportivo

retroalimentação

pseudo-oficial

pseudorrevelação

pré-carnavalesco

subtotal

02) A 03) E 04) E 05) C 06) D

Pág. 27
01) B 02) B 03) A 04) E 05) C 06) D 07) D 08) B 09) D 10) C

Pág. 37
Livre consulta ao dicionário.

Pág. 39
01) A 02) D 03) B 04) D 05) D 06) B 07) C 08) B 09) E 10) D
11) D 12) B 13) B 14) A 15) C 16) A 17) D 18) C 19) D 20) C

Pág. 41
01) B 02) E 03) B 04) E 05) A 06) C 07) B 08) C

Pág. 45
01)

01. por quê


02. porquê
03. por que
04. porque
05. por que
06. por quê
07. por que
08. por quê
09. Porque
10. por que

02) B 03) B 04) A 05) C 06) D 07) C 08) C 09) A 10) C


11) D 12) C

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Pág. 52
01. sortir
02. cassados
03. mandato
04. cerração
05. senso
06. assentos
07. vultosa
08. sessão
09. Cumprimentaram-se
10. intersecção
11. tráfego
12. despercebido
13. infringir
14. imergiu
15. imigrantes
16 discriminação
17. dispensa
18 eminente
19. destratados
20. cessão
21. distinto
22. conserto / concerto
23. fruem
24. acender / ascender
25. celas

Pág. 52

01) C 02) C 03) B 04) C 05) C 06) B 07) D 08) C 09) E 10) C
11) D 12) A

Pág. 54

01) D 02) B 03) E 04) E 05) E 06) A

Pág. 80
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:

1. O indispensável é conhecer o princípio adotado para se avaliar a experiência realizada ontem, a fim de compreender a atitude
tomada pelo grupo encarregado do trabalho.

2. A árvore, por ser oca e muito elevada, estava prestes a cair.

3. C

4.
a) “que enfrentariam qualquer programa de estabilização”
b) A sequência de palavras no plural que figura antes do verbo.
c) “que enfrentaria qualquer programa de estabilização”

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5. A 6. Resposta pessoal. 7. Resposta pessoal.
8. C 9. C

10.
a) “Após ser picado pelo mosquito, o parasita (agente da doença) cai na circulação sanguínea”
b) Pode-se entender que o parasita, em vez da pessoa, é picado pelo mosquito, OU que o mosquito, sendo um parasita, cai na
circulação sanguínea da pessoa.
c) A interpretação refere-se ao fato de que o parasita cai na corrente sanguínea de uma pessoa após esta ser picada por um
mosquito hospedeiro.
d) Após a pessoa ser picada pelo mosquito hospedeiro, o parasita (agente da doença) cai na circulação sanguínea e passa a
provocar irritações oculares até a perda total da visão.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS:

01. Resposta pessoal.

02. Corrija este texto e os que seguem:


a) A cada dia, à autora e à leitora do romance só interessa a verdade.
b) O bandido foi preso em sua casa pelo policial que o perseguira.

03. Com seus 50 mil quilômetros, Marajó é a maior ilha flúvio-marítima do mundo. Fazendas de búfalos, praias belas de
água doce, rios igarapés (canais naturais) e igapós fazem dela um verdadeiro paraíso ecológico.
Plantas forrageiras, charcos, madeiras de lei, palmeiras, coqueiros, garças, araras e guarás fazem o encanto da flora e
da fauna. O carimbó, dança criada pelos escravos, alegra as praias as festas e as noites marajoaras.

04. D

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