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Cordéis são folhetos contendo 

poemas populares. Eles são expostos para venda


pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome. Seus versos são
escritos em forma de rima e alguns são ilustrados. Os autores ou cordelistas
recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de uma
viola. Cordel também é a divulgação da arte, das tradições populares e dos
autores locais. É de inestimável importância na manutenção das identidades locais
e das tradições literárias regionais, contribuindo para a perpetuação do folclore
brasileiro e da cultura do sertanejo. No Brasil, a literatura de cordel é encontrada
no Nordeste, principalmente nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do
Norte e Ceará.
"Entra n'água e não se molha":
Responda-me se souber
Pense ligeiro, medite
Para acertar o que é
Que já na próxima estrofe
Dou-lhe a resposta de fé

Se não souber eu lhe digo


A resposta verdadeira
Acertou quem disse: SOMBRA
Essa é a nossa brincadeira
Pois quando eu lhe perguntar
Já responda de primeira

"O que é que cai em pé


Mas quando corre é deitada?"
Antes de ver a resposta
Que já está preparada
Responda o que imaginou
Só não vale dizer nada

Quem respondeu que é a vida


Na vida não acertou
Quem respondeu ventania
Com o vento não passou
Mas se respondeu a CHUVA
Resposta certa marcou
Na casa da minha vó
Muita coisa boa há
Muitos primos, muitos tios
Muita comida que dá
Pra alimentar todo mundo
Que vive passando lá

E por falar em comida


A de lá sempre é melhor
Docinhos, bolos e tortas
Só na casa da vovó
Já tô com água na boca
Com cheirinho do bobó!

Quando a minha mãe viaja


Antes pergunta pra mim:
- Onde você que ficar?
E eu lhe respondo assim:
- Lá na casa da vovó...
Vai mamãe, diga que sim!

Vovó não briga com a gente


Com as nossas brincadeiras
Vou pro quintal tomar banho
Saio empurrando as cadeiras
Brinco com tudo que posso
Até com suas torneiras

Ela ri, achando graça


Com qualquer coisa que eu digo
Mesmo que eu faça uma trela
Nunca me põe de castigo
Todo vez que eu vou pra lá
Ela fica mais comigo

Minha vó também me conta


As histórias engraçadas
De toda a nossa família
E de algumas trapalhadas
Dela quando era criança
E eu dou muitas risadas

Me conta que um dia estava


No pomar da sua avó
Pegou uma corda e deu
Nessa corda um grande nó
Para prender seu cachorro
Que se chamava Totó

Ela fez uma armadilha


Pendurou numa mangueira
Esta corda com um laço
Como se fosse a coleira
Que era pra prender Totó
Era essa a brincadeira

Só que quando ela o chamou


Ele veio em disparada
E para se livrar dele
Vovó pulou na calçada
Mas meteu o pé na corda
Foi quem ficou amarrada

Histórias de minha mãe


Dos meus tios, meu avô
De quando mamãe nasceu
Isso ela já me contou
É como assistir a um filme
De tudo que se passou
Quem conhece o macaquinho
Mais lindo desse lugar?
Se não conhece eu lhe mostro
Na história que vou contar

Seu nome é Macaco Quinho


Come e brinca, brinca e come
Chega bem perto da gente
Mas daqui a pouco some

Ele ri mostrando os dentes


Prende o rabo num galhinho
Se solta e sai a pular
Parecendo um passarinho

É assim o tempo inteiro


Ele é um bichinho brincante
É um artista das árvores
Macaquinho eletrizante
O CANGURU é um bicho
Que vive a vida a pular
Mas os Cangurus só pulam
Porque não sabem andar
E pulando cansam menos
Menos do que caminhar.

As JOANINHAS são lindas!


Além de lindas que são
Elas ajudam as plantas
Comendo todo o pulgão
Que prejudicam plantinhas
Mas com Joaninha, não.

A BARATA é campeã
De alta velocidade
Faz um metro por segundo.
Na proporcionalidade
Do tamanho de um homem
Chega a esta intensidade:

150 quilômetros
Por hora, ela alcançaria.
É uma grande campeã
Do mundo da correria.
Nem mesmo por isso tem
De nós, nossa simpatia.

Campeã também de dribles


Nem Messe pode chegar
Ao que Barata chega
Nessa história de driblar.
Grande habilidade tem
De dos outros se livrar.

Quantas vezes o seu rumo


Ela pode desviar?
25 por segundo
A direção faz mudar.
Haja chinelo e vassoura
Para poder lhe parar.

Nosso corpo vai mudando


Quando a gente está crescendo
Muitas coisas diferentes
A gente vai aprendendo
Pois é dessa forma que
Vamos nos desenvolvendo

Dentro da nossa boquinha


Também tem muita mudança
O dentinho que era duro
De vez em quando balança
Fica até parecendo
Que ele gosta d’uma dança

Toda a nossa família


Começa a acompanhar
A mudança do dentinho
Que está a balançar
Falam que o dente de leite
Está pra cair já já
Por que é que todos dizem
Que esse dente é de leite?
Será que é porque tá mole
E só serve de enfeite?
Eles falam, pouco explicam
E querem que a gente aceite

O motivo por dizerem


Que é de leite esse dentinho
É por causa da sua cor
Que como o leite é branquinho
Está lá na nossa boca
Desde quando um bebezinho

Não serve mais pra criança


Um dente que é de bebê
Então outro dente forte
Precisa aparecer
E o dente de leite cai
Pra outro dente nascer

E quando o dente de leite


Já está amolecendo
Lá em cima na gengiva
Outro dente vai nascendo
E o cálcio do dentinho
Ele vai absorvendo

É por isso que esse dente


Começa a amolecer
Ele vai se descolando
Sem ter como se prender
Já que sua raiz some
Pra outro dente nascer

Deve ser naturalmente


A forma que o dente cai
Vai ficando bem molinho
Com pouco tempo ele sai
A criança nem percebe
Quando o dentinho se vai

Mas se o dentinho é teimoso


Pra não querer se soltar
E o outro dente novo
Começa a lhe empurrar
É preciso ir ao dentista
Para o dentista arrancar

O dente que vai nascer


Se chama de permanente
Sua cor é mais escura
É um pouco diferente
Precisamos aprender
A ter cuidado com o dente

Pra que servem as letrinhas


Que todos nós escrevemos?
Elas são os sons da fala
E assim nós já sabemos
Que deixamos registrado
Tudo aquilo que queremos.

Depois se quiser lembrar


Daquilo que se escreveu
É só ler o que ficou
No registro que se deu
Sabendo que cada letra
Tem um som que é todo seu.

A ideia de escrever
E deixar bem anotado
Surgiu já faz muito tempo
Com os povos do passado
E o formato do registro
Era sempre desenhado
Em uma linda floresta
Lá na beira da cidade
Morava uma aranha
De 03 anos de idade
Que brincava nas plantinhas
Com muita felicidade

O nome dessa aranha


Eu vou contar para você
Ela se chama Aurinha
E todo amanhecer
Verifica sua teia
Procurando o que fazer

As aranhas fazem teia


Com fio bem pegajoso
Para prender algum bichinho
Que seja apetitoso
Depois enrola o animal
Num novelinho formoso

É dessa forma que a aranha


Consegue se alimentar
Costurando sua teia
Onde nela vai morar
Fica lá escondidinha
Pra bichinho não espantar

A floresta onde mora


A nossa aranha Aurinha
É bem calminha tranqüila
Com muita sombra fresquinha
Fica tudo colorido
Quando é de tardezinha

Mas existe uma cidade


Bem perto dessa floresta
Onde mora a aranha Aurinha
Que todo dia faz festa
Só que barulho de noite
Bicho da mata detesta

Duas pulgas muito amigas 


Passeavam todo dia
Na pracinha lá do bairro
Em tempos de calmaria

Subiam em um cachorro
Visitavam outros lugares
Voltavam à mesma praça
Pra conhecer novos ares

Esta então era a rotina


Das duas pulgas amigas
Viviam em harmonia
Sem dar espaços pra brigas

Certa vez uma das pulgas


Estava lá na pracinha
Esperando sua amiga
Para darem uma voltinha

Foi quando ela avistou


Um papel num folharal
Parecia uma manchete
De anúncio de jornal

“UMA PULGA NA BALANÇA


DEU UM PULO E FOI À FRANÇA”

Ao ler aquelas palavras


Ela meche a sobrancelha
Parecia até que estava
Com uma pulga atrás da orelha

A pulga ficou pensando


Onde é que fica a França
Será que quem mora lá
Gosta de fazer festança?

Nessa hora se aproxima


A amiga que vem chegando
Ao observar, pergunta:
- Sobre o que cê tá pensando?

Então a colega mostra


O papel que encontrou
Vamos conhecer a França?
A amiga perguntou

E concordou com o passeio


Mas lhe fez logo a questão
- Pra poder chegar à França
Iremos de caminhão?

Iremos de bicicleta
De carro, ou caminhando
Responda minha amiga
Não fique aí só pensando

Pra poder chegar à França


Nós temos que procurar
Apenas uma balança
E em cima dela pular

E foi o que aconteceu


Com esta dupla aventureira
Encontraram uma balança
Cobertinha de poeira
Na esquina da farmácia
Ela estava encostada
Sem ninguém por perto dela
Parecia estar quebrada

Algo estranho aconteceu


Quando as pulgas lá subiram
Uma força as levantou
E para o alto partiram

A minhoca Inhoca mora


Debaixo da plantação
Anda por dentro da terra
Ajudando a adubação

Ela gosta de viver


Na terra úmida e quente
Esse bichinho sem osso
Faz bem ao meio-ambiente

A Minhoca Inhoca sabe


Caminhar furando o chão
Para deixar as plantinhas
Cheias de animação

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