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Escola Cidadã Integral Dom Adauto

Professora: Edinalva Juvino da Silva


Disciplina: Estudo Orientado
Turma: 2º ano

AULA 2– ORGANIZANDO IDEIAS


Elaborando paráfrases
A técnica da paráfrase consiste em elaborar
uma nova explicação ou uma nova apresentação
do texto, mas sem copiar as frases do(a)
autor(a), do mesmo modo que ocorre na
elaboração dos tópicos. O(a) estudante deve
reescrever partes do texto, mas usando suas
próprias palavras.
O que é paráfrase

Paráfrase é um recurso de interpretação textual


que consiste na reformulação de um texto,
trocando as palavras e expressões
originais, mas mantendo a idéia central
da informação.
A intertextualidade é uma das principais
características da paráfrase, pois para que esta
exista é necessária a “ligação” com outro texto,
que serve como alusão para a produção do novo
conteúdo.
Em alguns casos, a paráfrase é considerada
um mecanismo que ajuda a clarificar alguns
textos, pois ajuda a explicá-los com termos e
expressões que sejam mais simples de
compreender, uma vez que a idéia central do
conteúdo sempre é mantida.
No campo linguístico, a paráfrase pode
significar o modo diferente de transmitir
determinada mensagem que já foi dita
anteriormente, alterando apenas algumas
palavras por seus sinônimos, por exemplo.
Quando se diz que alguém parafraseou a obra
de outro autor, significa que a apresentou com as
suas próprias palavras, mas mantendo a idéia e o
sentido original da mesma. Neste sentido,
parafrasear ainda pode significar a nova
abordagem, interpretação ou explicação que é
dada a um conteúdo antigo (livro, narrativa,
poema e etc).
Exemplo de paráfrase

Texto original
“Ai que moleza no corpo. Uma vontade de me
estender no chão. Deixar que o capim cresça em
volta. Deixar que os insetos, os fungos se
abriguem em mim. Estranha alegria em virar
uma paisagem”.
Paráfrase
“Ai que fraqueza nos membros. Um desejo de
deitar no piso. Permitir que o mato aumente ao
redor. Permitir que os insetos, os fungos se
alojem em mim. Desconhecida esta felicidade de
se transformar numa paisagem”.
Exemplos de paráfrase

Exemplos de paráfrase são encontrados,


sobretudo, na literatura, mas qualquer obra
artística pode ser objeto de paráfrase: um quadro,
uma fotografia, uma escultura.
Paráfrases de provérbios (exemplos
originais)
• Antes com fome do que cheio de comida insípida.
(Paráfrase de "Antes só do que mal
acompanhado.")
• Político que promete não cumpre. (Paráfrase de
"Cachorro que late não morde.")
• De depósito em depósito, a conta fica cheia de
dinheiro. (Paráfrase de "De grão em grão, a
galinha enche o papo.")
• De professora e enfermeira toda mãe tem um
pouco. (Paráfrase de "De médico e de louco todo
mundo tem um pouco.")
• A professora ajuda quem muito estuda.
(Paráfrase de "Deus ajuda quem cedo
madruga.")
Paráfrase de quadro

Fotografia de Alexandre Mury (à esquerda),


parafraseando Abaporu, de Tarsila do Amaral (à direita)
• Explicação: Abaporu, de 1928, é uma
obra-prima pintada pela artista Tarsila do
Amaral (1886-1973) e que inspirou o
Movimento Antropofágico.
• Em homenagem à Tarsila, o fotógrafo
Alexandre Mury (1976) apresentou sua
obra acima, um registro fotográfico que é
exemplo de paráfrase.
Texto
A origem da agricultura no Egito: a Hipótese Pan-
africana
Na senda das novas investigações que estão em
curso nas últimas décadas, que visam apresentar a
gênese da civilização egípcia como tendo suas raízes
na própria África, estão as pesquisas que vêm sendo
feitas por um grupo da Universidade La Sapienza, de
Roma, chefiado por Bárbara Barich. O local fica no
chamado Wadi El-Obeid, no tórrido e inóspito
deserto Líbico. O local fica próximo do oásis de
Farafra, o qual fazia parte de um conjunto de quatro
oásis Kargha, Dakla, Farafra e Siwa encravados no
deserto e que, depois que o Egito se formou, foram
ocupados por populações líbicas e por supostas
caravanas de nômades mercadores, cujos contatos
com o Egito faraônico ainda não estão bem
estudados.
O local onde estão sendo feitas as pesquisas é uma
depressão do terreno formada de antigas praias que
existiam nos limites do grande lago. Segundo Enrico
Barich, autor da comunicação a partir da qual se fez
este resumo, ali foram encontrados vestígios de uma
dezena de cabanas, com embasamento de pedra.
Segundo o mesmo autor, isso estaria indicando uma
ocupação sistemática do local, já por volta de 5000
a.C. Nas proximidades das referidas cabanas, foram
encontrados também os restos de uma série de antigas
fogueiras, em algumas das quais foram encontrados
grãos calcinados de sorgo, e de outros cereais típicos
da África Setentrional. [...] O fato dos grãos de sorgo
calcinados terem sido encontrados, isoladamente, não
apontaria para uma correspondente atividade
agrícola.
Poderiam, por exemplo, ser o resultado de uma simples
coleta. Segundo Enrico Barich, o autor do artigo
supramencionado, os indicativos de uma atividade
protoagrícola na região são os diversos objetos líticos também
encontrados na área. São pedras pontiagudas, que poderiam
ser de flechas e arpões para a caça e a pesca, mas cujas faces
cortantes também poderiam servir, uma vez acopladas a uma
haste de madeira, como instrumentos para a ceifa de cereais.
No reforço dessa última suposição, de que no local
possivelmente se desenvolvia uma atividade pelo menos
protoagrícola, o grupo de pesquisadores do sítio de El Farafra
apresenta, ainda, as pedras de moinho, usadas na moagem de
grãos. De tudo isso, afinal, o autor conclui que, diferentemente
do que pensavam egiptólogos como Mcneill e Aldred, o
começo da agricultura no Egito pode ter sido um processo
intrínseco, autônomo, africano em sua especificidade,
separado de uma presumível influência oriental.

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