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Lei nº 8.

429/92

Rodrigo Cardoso
Art. 37, § 4º, CF - Os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
sem prejuízo da ação penal cabível.

Objetivo: Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública.
Sujeitos passivos do ato de improbidade
1 - As pessoas da Administração Direta (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios);
2 - Pessoas da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas
públicas e sociedades de economia mista);
3 - Empresa incorporada ao patrimônio público;
4 - Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual;
5 - Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de
órgão público, limitando-se nesse caso a sanção patrimonial à repercussão do ilícito
sobre a contribuição dos cofres públicos; e
6 - Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se nesse
caso a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres
públicos.
►Sujeito passivo (vítima)
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou
não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o
erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio
ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de


improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção,
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a
sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
►Sujeito ativo (autor)

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior. (ato de improbidade próprio)

Obs: As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta (art.
3º). (ato de improbidade impróprio)
►Posicionamento atual do STF para os AGENTES POLÍTICOS: MEDIDA
CAUTELAR NA AÇÃO CAUTELAR 3.585 RIO GRANDE DO SUL (AC 3585 AgR/RS):
Presidente da República: responde por crime de responsabilidade (art. 102, I,
c, da CF/1988).

Agentes políticos definidos na LEI N. 1.079/1950 (Ministros de Estado,


Secretários estaduais, Ministros do STF e Governador): “dupla normatividade
em matéria de improbidade, com objetivos distintos” (Lei 1.079/50 – Crime de
Responsabilidade) e (Lei 8.429/92 – Improbidade Administrativa)”, no exercício
do mandato. Após, serão processados segundo as disposições da Lei n.
8.429/92.
Jurisprudências:
_ “Os vereadores não se enquadram dentre as autoridades submetidas à Lei
n.1.079/1950, que trata dos crimes de responsabilidade, podendo responder
por seus atos em sede de Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa. O
precedente do STF invocado pelos recorrentes – Rcl 2.138/RJ – em apoio à tese
sobre o descabimento da ação de improbidade em face de agente político de
qualquer esfera do Poderes da União, Estados e Municípios, não se presta,
porque cuida de caso específico d e Ministro de Estado”. REsp 1135767/SP, Rel.
Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 25.05.2010, DJe
09.06.2010)
“A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme em que se aplica a
agentes políticos municipais, tais como prefeitos, ex-prefeitos e vereadores, as
sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992)”.
(AgRg no REsp 1158623/RJ, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 18.03.2010, DJe 9.04.2010)
Presidente da República Lei nº 1.079/50 – disciplina crime
de responsabilidade.

Ministros de Estado, Secretários Lei nº 1.079/50 e Lei nº 8.429/92


estaduais, Ministros do STF e - dupla normatividade
Governador

Vereador, Prefeito, Senador e Lei nº 8.429/92


Deputado, magistrados e
membros do MP
STF, AI 556727 AgR/SP: Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, julgado em
20/03/2012, DJe 26/04/2012, o Supremo Tribunal Federal reiterou a posição
sufragada na ADI 2797/DF ao revelar que “inexiste foro por prerrogativa de
função nas ações de improbidade administrativa.”

STJ, 2ª Turma, REsp 118417: Por exercerem atividade delegada do Poder


Público, mantendo com ele vínculo contratual, os notários e registradores são
sujeitos ativos em potencial dos atos de improbidade administrativa.

STJ, 2ª Turma, REsp 1127143: As pessoas jurídicas também poderão figurar


como sujeito ativo dos atos de improbidade na condição de terceira
beneficiária.
STJ, 2ª Turma, REsp 1155992: Não figurando no polo passivo qualquer agente
público, não há como o particular figurar sozinho como réu em Ação de
Improbidade Administrativa.

STJ, 2ª Turma, REsp 1186123: A sanção de perda da função pública não tem
incidência sobre os agentes aposentados, haja vista não estar prevista na LIA.
Com base na Lei n.º 8.429/1992, julgue o item.
(QUADRIX 2020/CFO-DF/ADMINISTRADOR) Os agentes políticos não são
sujeitos ativos passíveis de cometimento de ato de improbidade.

Gabarito: errado
Considerando as disposições da Lei de Improbidade Administrativa — Lei n.º
8.429/1992 — e suas alterações, julgue o item que se segue.
(CESPE 2018/CGM - JÕAO PESSOA/ANALISTA) Os atos de improbidade
administrativa atingem apenas entidades integrantes do Poder Executivo.

Gabarito: errado
(CESPE 2015/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Considerando a
interpretação conferida pelo Supremo Tribunal Federal ao conceito de agentes
públicos, todos os agentes políticos estão sujeitos às disposições da Lei de
Improbidade Administrativa.

Gabarito: errado
(FCC 2017/TRT 11ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO) Vinicius é empresário,
proprietário de gráfica e papelaria situada no Município de Boa Vista. O Ministério
Público do Estado de Roraima ingressou com ação de improbidade administrativa
contra Vinicius argumentando que, embora não seja agente público, beneficiou-se,
indiretamente, de ato de improbidade administrativa. As disposições da Lei de
Improbidade Administrativa
a) são aplicáveis, no que couber, a Vinicius.
b) não se aplicam a Vinicius, tendo em vista sua condição de particular.
c) são aplicáveis, em sua totalidade, a Vinicius, inclusive as destinadas
especificamente aos agentes públicos.
d) não se aplicam a Vinicius, haja vista que o benefício indireto não justifica a
incidência da citada lei
e) não se aplicam a Vinicius, pois apenas o particular que induzir ou concorrer para a
prática do ato ímprobo é que estará sujeito às disposições da citada lei.

Gabarito: a
(CESPE 2018/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO) As sanções aplicáveis nos casos de
enriquecimento ilícito são cabíveis apenas para agentes públicos, excluindo-se
a possibilidade de responsabilização administrativa de pessoa que não exerça
mandato, cargo, emprego ou função administrativa.

Gabarito: errado
(CESPE 2018/STM/ANALISTA ADMINISTRATIVO) Além dos servidores públicos,
são considerados sujeitos ativos de atos de improbidade administrativa os
notários e registradores, que podem sofrer as penalidades previstas na lei em
apreço.

Gabarito: certo
(CESPE 2017/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO) Segundo ao STF, compete ao primeiro
grau de jurisdição o julgamento das ações de improbidade administrativa
contra agentes políticos, ocupantes de cargos públicos ou detentores de
mandato eletivo, independentemente de eles estarem, ou não, em atividade.

Gabarito: certo
(CESPE 2015/TJDFT/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) O
estagiário de órgão público não pode ser sujeito ativo de ato de improbidade
administrativa, em virtude do vínculo precário e transitório que mantém com a
administração pública.

Gabarito: errado
(CESPE 2015/TJDFT/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) Preveem-
se dois tipos de atos de improbidade administrativa: os próprios, realizados
pelo próprio agente público contra a administração; e os impróprios, oriundos
da participação de terceiros que concorram com o agente público,
materialmente ou por indução, e que também obtenham benesses dessa
improbidade.

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