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“Camuflar um erro seu é
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com eles e faça novamente
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Nara Nubia Alencar
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípios Fundamentais da Administração Pública

Antigamente havia uma preocupação doutrinária no sentido de se orientar os administradores públi-


cos para terem um comportamento especial frente à Administração Pública.

Esse comportamento especial, regido por princípios básicos administrativos, no Brasil foi aparecendo
nas leis infraconstitucionais. Posteriormente, em 1988, os constituintes escreveram no art. 37 da CF
um capítulo sobre a Administração Pública, cujos princípios são elencados a seguir:

1) Princípio da Legalidade: segundo ele, todos os atos da Administração têm que estar em confor-
midade com os princípios legais.

Este princípio observa não só as leis, mas também os regulamentos que contém as normas adminis-
trativas contidas em grande parte do texto Constitucional. Quando a Administração Pública se afasta
destes comandos, pratica atos ilegais, produzindo, por conseqüência, atos nulos e respondendo por
sanções por ela impostas (Poder Disciplinar). Os servidores, ao praticarem estes atos, podem até ser
demitidos.

Um administrador de empresa particular pratica tudo aquilo que a lei não proíbe. Já o administrador
público, por ser obrigado ao estrito cumprimento da lei e dos regulamentos, só pode praticar o que a
lei permite. É a lei que distribui competências aos administradores.

2) Princípio da Impessoalidade: no art. 37 da CF o legislador fala também da impessoalidade. No


campo do Direito Administrativo esta palavra foi uma novidade. O legislador não colocou a palavra
finalidade.

Surgiram duas correntes para definir “impessoalidade”:

Impessoalidade relativa aos administrados: segundo esta corrente, a Administração só pode pra-
ticar atos impessoais se tais atos vão propiciar o bem comum (a coletividade). A explicação para a
impessoalidade pode ser buscada no próprio texto Constitucional através de uma interpretação sis-
temática da mesma. Por exemplo, de acordo com o art. 100 da CF, “à exceção dos créditos de natu-
reza alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda .....far-se-ão na ordem cronológica de apre-
sentação dos precatórios ..” . Não se pode pagar fora desta ordem, pois, do contrário, a Administra-
ção Pública estaria praticando ato de impessoalidade;

Impessoalidade relativa à Administração: segundo esta corrente, os atos impessoais se originam


da Administração, não importando quem os tenha praticado. Esse princípio deve ser entendido para
excluir a promoção pessoal de autoridade ou serviços públicos sobre suas relações administrativas
no exercício de fato, pois, de acordo com os que defendem esta corrente, os atos são dos órgãos e
não dos agentes públicos;

3) Princípio da Finalidade: relacionado com a impessoalidade relativa à Administração, este princí-


pio orienta que as normas administrativas tem que ter sempre como objetivo o interesse público.

Assim, se o agente público pratica atos em conformidade com a lei, encontra-se, indiretamente, com
a finalidade, que está embutida na própria norma. Por exemplo, em relação à finalidade, uma reunião,
um comício ou uma passeata de interesse coletivo, autorizadas pela Administração Pública, poderão
ser dissolvidas, se se tornarem violentas, a ponto de causarem problemas à coletividade (desvio da
finalidade).

Nesse caso, quem dissolve a passeata, pratica um ato de interesse público da mesma forma que
aquele que a autoriza. O desvio da finalidade pública também pode ser encontrado nos casos de
desapropriação de imóveis pelo Poder Público, com finalidade pública, através de indenizações ilíci-
tas;

4) Princípio da Moralidade: este princípio está diretamente relacionado com os próprios atos dos
cidadãos comuns em seu convívio com a comunidade, ligando-se à moral e à ética administrativa,
estando esta última sempre presente na vida do administrador público, sendo mais rigorosa que a
ética comum.

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Por exemplo, comete ato imoral o Prefeito Municipal que empregar a sua verba de representação em
negócios alheios à sua condição de Administrador Público, pois, é sabido que o administrador público
tem que ser honesto, tem que ter probidade e, que todo ato administrativo, além de ser legal, tem que
ser moral, sob pena de sua nulidade.

Nos casos de improbidade administrativa, os governantes podem ter suspensos os seus direitos polí-
ticos, além da perda do cargo para a Administração, seguindo-se o ressarcimento dos bens e a nuli-
dade do ato ilicitamente praticado. Há um sistema de fiscalização ou mecanismo de controle de todos
os atos administrativos praticados. Por exemplo, o Congresso Nacional exerce esse controle através
de uma fiscalização contábil externa ou interna sobre toda a Administração Pública.

5) Princípio da Publicidade: é a divulgação oficial do ato da Administração para a ciência do público


em geral, com efeito de iniciar a sua atuação externa, ou seja, de gerar efeitos jurídicos. Esses efei-
tos jurídicos podem ser de direitos e de obrigações.

Por exemplo, o Prefeito Municipal, com o objetivo de preencher determinada vaga existente na sua
Administração, nomeia alguém para o cargo de Procurador Municipal. No entanto, para que esse ato
de nomeação tenha validade, ele deve ser publicado. E após a sua publicação, o nomeado terá 30
dias para tomar posse. Esse princípio da publicidade é uma generalidade. Todos os atos da Adminis-
tração têm que ser públicos.

A publicidade dos atos administrativos sofre as seguintes exceções:

nos casos de segurança nacional: seja ela de origem militar, econômica, cultural etc.. Nestas
situações, os atos não são tornados públicos. Por exemplo, os órgãos de espionagem não fazem
publicidade de seus atos;

nos casos de investigação policial: onde o Inquérito Policial é extremamente sigiloso (só a ação
penal que é pública);

nos casos dos atos internos da Adm.Pública: nestes, por não haver interesse da coletividade, não
há razão para serem públicos.

Por outro lado, embora os processos administrativos devam ser públicos, a publicidade se restringe
somente aos seus atos intermediários, ou seja, a determinadas fases processuais.

Por outro lado, a Publicidade, ao mesmo tempo que inicia os atos, também possibilita àqueles que
deles tomam conhecimento, de utilizarem os remédios constitucionais contra eles. Assim, com base
em diversos incisos do art. 5° da CF, o interessado poderá se utilizar:

do Direito de Petição;
do Mandado de Segurança (remédio heróico contra atos ilegais envoltos de abuso de poder);
da Ação Popular;
Habeas Data;
Habeas Corpus.

A publicidade dos atos administrativos é feita tanto na esfera federal (através do Diário Oficial Fede-
ral) como na estadual (através do Diário Oficial Estadual) ou municipal (através do Diário Oficial do
Município). Nos Municípios, se não houver o Diário Oficial Municipal, a publicidade poderá ser feita
através dos jornais de grande circulação ou afixada em locais conhecidos e determinados pela Admi-
nistração.

Por último, a Publicidade deve ter objetivo educativo, informativo e de interesse social, não podendo
ser utilizados símbolos, imagens etc. que caracterizem a promoção pessoal do Agente Administrativo.

Introdução

Os princípios são necessários para nortear o direito, embasando como deve ser. Na Administração
Pública não é diferente, temos os princípios expressos na constituição que são responsáveis por or-
ganizar toda a estrutura e além disso mostrar requisitos básicos para uma “boa administração”, não
apenas isso, mas também gerar uma segurança jurídica aos cidadãos, como por exemplo, no princí-

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

pio da legalidade, que atribui ao indivíduo a obrigação de realizar algo, apenas em virtude da lei, im-
pedindo assim que haja abuso de poder.

Na elaboração do presente trabalho, utilizou-se o método bibliográfico, baseando-se na pesquisa de


doutrinas do âmbito do Direito Administrativo e do Direito Público, com objetivo de embasar o traba-
lho, de modo que trouxesse as definições sobre a temática dos Princípios da Administração Publica.

No texto da Constituição Federal, temos no seu art. 37, em seu caput, expressamente os princípios
constitucionais relacionados com a Administração Pública, ficando com a doutrina, a necessidade de
compreender quais são as verdadeiras aspirações destes princípios e como eles estão sendo utiliza-
dos na prática, sendo isso uma dos objetos do presente trabalho.

Com o desenvolvimento do Estado Social, temos que os interesses públicos se sobrepuseram diante
todos os outros, a conhecida primazia do público, a tendência para a organização social, na qual os
anseios da sociedade devem ser atendidos pela Administração Pública, assim, é função desta, reali-
zar ações que tragam benefícios para a sociedade.

2 Os Principios Constitucionais Da Administração Pública

Para compreender os Princípios da Administração Pública é necessário entender a definição básica


de princípios, que servem de base para nortear e embasar todo o ordenamento jurídico e é tão bem
exposto por Reale (1986, p. 60), ao afirmar que:

“Princípios são, pois verdades ou juízos fundamentais, que servem de alicerce ou de garantia de cer-
teza a um conjunto de juízos, ordenados em um sistema de conceitos relativos à dada porção da
realidade. Às vezes também se denominam princípios certas proposições, que apesar de não serem
evidentes ou resultantes de evidências, são assumidas como fundantes da validez de um sistema
particular de conhecimentos, como seus pressupostos necessários.”

Assim, princípios são proposições que servem de base para toda estrutura de uma ciência, no Direito
Administrativo não é diferente, temos os princípios que servem de alicerce para este ramo do direito
público. Os princípios podem ser expressos ou implícitos, vamos nos deter aos expressos, que são
os consagrados no art. 37 da Constituição da República Federativa do Brasil. Em relação aos princí-
pios constitucionais, Meirelles (2000, p.81) afirma que:

“Os princípios básicos da administração pública estão consubstancialmente em doze regras de ob-
servância permanente e obrigatória para o bom administrador: legalidade, moralidade, impessoalida-
de ou finalidade, publicidade, eficiência, razoabilidade, proporcionalidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, motivação e supremacia do interesse público. Os cinco primeiros estão expres-
samente previstos no art. 37, caput, da CF de 1988; e os demais, embora não mencionados, decor-
rem do nosso regime político, tanto que, ao daqueles, foram textualmente enumerados pelo art. 2º da
Lei federal 9.784, de 29/01/1999.”

Destarte, os princípios constitucionais da administração pública, como tão bem exposto, vêm expres-
sos no art. 37 da Constituição Federal, e como já afirmado, retoma aos princípios da legalidade, mo-
ralidade, impessoalidade ou finalidade, publicidade, eficiência, razoabilidade, que serão tratados com
mais ênfase a posteriori. Em consonância, Di Pietro conclui que a Constituição de 1988 inovou ao
trazer expresso em seu texto alguns princípios constitucionais. O caput do art. 37 afirma que a admi-
nistração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.

2.1 Legalidade

O princípio da legalidade, que é uma das principais garantias de direitos individuais, remete ao fato
de que a Administração Pública só pode fazer aquilo que a lei permite, ou seja, só pode ser exercido
em conformidade com o que é apontado na lei, esse princípio ganha tanta relevância pelo fato de não
proteger o cidadão de vários abusos emanados de agentes do poder público. Diante do exposto, Mei-
relles (2000, p. 82) defende que:

“Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração parti-
cular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei

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autoriza. A lei para o particular significa “poder fazer assim”; para o administrador público significa
“deve fazer assim”.”

Deste modo, este princípio, além de passar muita segurança jurídica ao indivíduo, limita o poder do
Estado, ocasionando assim, uma organização da Administração Pública. Como já afirmado, anterior-
mente, este princípio além de previsto no caput do art. 37, vem devidamente expresso no rol de Direi-
tos e Garantias Individuais, no art. 5º, II, que afirma que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude da lei”. Em conclusão ao exposto, Mello (1994, p.48) completa:

“Assim, o princípio da legalidade é o da completa submissão da Administração às leis. Este deve tão-
somente obedecê-las, cumpri-las, pô-las em prática. Daí que a atividade de todos os seus agentes,
desde o que lhe ocupa a cúspide, isto é, o Presidente da República, até o mais modesto dos servido-
res, só pode ser a de dóceis, reverentes obsequiosos cumpridores das disposições gerais fixadas
pelo Poder Legislativo, pois esta é a posição que lhes compete no direito Brasileiro.”

No mais, fica claro que a legalidade é um dos requisitos necessários na Administração Pública, e
como já dito, um princípio que gera segurança jurídica aos cidadãos e limita o poder dos agentes da
Administração Pública.

2.2 Moralidade

Tendo por base a “boa administração”, este princípio relaciona-se com as decisões legais tomadas
pelo agente de administração publica, acompanhado, também, pela honestidade. Corroborando com
o tema, Meirelles (2000, p. 84) afirma:

“É certo que a moralidade do ato administrativo juntamente a sua legalidade e finalidade, além de sua
adequação aos demais princípios constituem pressupostos de validade sem os quais toda atividade
pública será ilegítima”.

Assim fica claro, a importância da moralidade na Administração Publica. Um agente administrativo


ético que usa da moral e da honestidade, consegue realizar uma boa administração, consegue dis-
cernir a licitude e ilicitude de alguns atos, além do justo e injusto de determinadas ações, podendo
garantir um bom trabalho.

2.3 Impessoalidade

Um princípio ainda um pouco conturbado na doutrina, mas, a maioria, dos doutrinadores, relaciona
este princípio com a finalidade, ou seja, impõe ao administrador público que só pratique os atos em
seu fim legal, Mello (1994, p.58) sustenta que esse princípio “se traduz a idéia de que a Administra-
ção tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas”.

Para a garantia deste principio, o texto constitucional completa que para a entrada em cargo público é
necessário a aprovação em concurso público.

2.4 Razoabilidade e Proporcionalidade

É um princípio que é implícito da Constituição Federal brasileira, mas que é explícito em algumas
outras leis, como na paulista, e que vem ganhando muito força, como afirma Meirelles (2000). É mais
uma tentativa de limitação ao poder púbico, como afirma Di Pietro (1999, p. 72):

“Trata-se de um princípio aplicado ao direito administrativo como mais uma das tentativas de impor-se
limitações à discricionariedade administrativa, ampliando-se o âmbito de apreciações do ato adminis-
trativo pelo Poder Judiciário.”

Esse princípio é acoplado a outro que é o da proporcionalidade, pois, como afirma Di Pietro (1999, p.
72), “a proporcionalidade dever ser medida não pelos critérios pessoais do administrador, mas se-
gundo padrões comuns na sociedade em que vive”.

2.5 Publicidade

Para que os atos sejam conhecidos externamente, ou seja, na sociedade, é necessário que eles se-
jam publicados e divulgados, e assim possam iniciar a ter seus efeitos, auferindo eficácia ao termo

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exposto. Além disso, relaciona-se com o Direito da Informação, que está no rol de Direitos e Garanti-
as Fundamentais. Di Pietro (1999, p.67) demonstra que:

“O inciso XIII estabelece que todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado.”

Como demonstrado acima, é necessário que os atos e decisões tomados sejam devidamente publi-
cados para o conhecimento de todos, o sigilo só é permitido em casos de segurança nacional. “A
publicidade, como princípio da administração pública, abrange toda atuação estatal, não só sob o
aspecto de divulgação oficial de seus atos como, também, de propiciação de conhecimento da condu-
ta interna de seus agentes” (MEIRELLES, 2000, p.89). Busca-se deste modo, manter a transparência,
ou seja, deixar claro para a sociedade os comportamentos e as decisões tomadas pelos agentes da
Administração Pública.

2.6 Eficiência

Este princípio zela pela “boa administração”, aquela que consiga atender aos anseios na sociedade,
consiga de modo legal atingir resultados positivos e satisfatórios, como o próprio nome já faz referên-
cia, ser eficiente. Meirelles (2000, p 90) complementa:

“O Princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e
rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta
em se desempenhar apenas com uma legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público
e satisfatório atendimento as necessidades da comunidade e de seus membros.”

A eficiência é uma característica que faz com que o agente público consiga atingir resultados positi-
vos, garantindo à sociedade uma real efetivação dos propósitos necessários, como por exemplo,
saúde, qualidade de vida, educação, etc.

3 Interesse Público

Também chamado de Princípio da Finalidade, é o resultado pela busca dos interesses da sociedade,
regulamentado pela Lei 9.784/99, que trata dos processos administrativos no âmbito da Administra-
ção Pública Federal. Consoante o assunto, Meirelles (2000, p. 95) corrobora afirmando que:

“Com o nome de interesse público, a Lei 9.784/99 coloca-o como um dos princípios de observância
obrigatória pela Administração Pública, correspondendo ao “atendimento a fins de interesse gerais
vedados a renúncia total ou parcial de poderes ou competência, salvo autorização em lei”.”

Assim, este princípio é o dispositivo que trata dos interesses da coletividade. Visa contribuir com a
maioria dos indivíduos da sociedade, e o Estado tem papel relevante nisto, uma vez que foi criado
para garantir uma organização e cumprir os interesses gerais da sociedade com o bem-estar da cole-
tividade. A primazia da esfera do público sobre o privado levou a Supremacia do Interesse Público, e
assim algumas funções do Estado necessitaram ser ampliadas. Como exemplo tem-se a própria am-
pliação de serviços públicos, ou como o poder de polícia que agora começou a prezar pela ordem
social, sempre objetivando trabalhar pelo interesse da coletividade (DI PIETRO, 1999). Concluindo a
temática, temos Mello (1994, p.44) afirmando:

“O princípio da supremacia do interesse publico sobre o interesse privado é princípio geral de direito
inerente a qualquer sociedade. E a própria condição de sua existência. Assim, não se radica, em seu
dispositivo específico algum da Constituição, ainda que inúmeros aludam ou impliquem manifesta-
ções concretas dele, como por exemplo, os princípios da função social da propriedade, da defesa do
consumidor ou do meio ambiente (art. 170, incisos III, V, VI) ou em tantos outros. Afinal, o princípio
em causa é um pressuposto lógico do convívio social.”

Além desta supremacia do interesse público, temos outro princípio que merece ser analisado que é o
da indisponibilidade do interesse público, que aponta que o administrador público no uso de suas
atribuições e em nome do interesse público não pode dispor dos interesses do povo, assim segundo
Meirelles (2000, p. 95):

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

“Segundo o qual a administração pública não pode dispor desse interesse geral nem renunciar a po-
deres que a lei lhe deu para tutela, mesmo porque ela não é titular do interesse público, cujo titular é
o Estado, que, por isso, mediante lei poderá autorizar a disponibilidade ou renuncia.”

É necessário que haja de fato uma real busca pelos interesses públicos emanada da administração
púbica, para que seja cumprido seu real papel.

4 Conclusão

Diante do exposto, ficou clara a necessidade de uma organização da Administração Pública, um insti-
tuto cheio de princípios, que concerne uma boa estruturação e efetivação com aquilo que é do anseio
da sociedade, estes também tratam da imagem do administrador público, um indivíduo que deve hon-
rar seus feitos sempre com atitudes legais.

Os pressupostos da administração pública também se correlacionam com os direitos e garantias fun-


damentais, como o princípio da legalidade, que traz muita segurança jurídica ao indivíduo e também,
de certo modo, gera uma organização para a sociedade.

No mais, fica clara a importância dos interesses sociais perante o Estado, e também da necessidade
de efetivação dos mesmos, para que haja uma “boa administração”.

Introdução

O presente texto se propõe a uma abordagem que permita aos profissionais, dirigentes e responsá-
veis por setores de recursos humanos de órgãos públicos efetuar uma análise que contemple três
vertentes: o Estado, os serviços públicos e a administração de pessoal.

Em uma primeira aproximação, tratar-se-á, ainda que sem nenhuma pretensão a um estudo aprofun-
dado, desta entidade denominada Estado.

A seguir, uma breve exposição do que representam, em relação aos poderes, competências e atribui-
ções do Estado, o conjunto dos serviços públicos.

Finamente, será trazida a questão da administração de pessoal no setor público, entendida esta ativi-
dade como o meio através do qual busca o Estado organizar seus agentes no sentido de ser alcan-
çada a finalidade da administração pública que, por sua própria e genuína função, dirigir-se-á, sempre
e exclusivamente, para a consecução do bem-comum, para a satisfação das necessidades, interes-
ses e direitos da coletividade.

Subtema I: O Estado

Na definição que é oferecida pelo direito constitucional, Estado é a organização juridicamente sobe-
rana de um povo em um dado território.

O Estado moderno, o Estado que exerce o poder e a soberania nos limites e de acordo ao Direito é o
chamado Estado de Direito.

Significa esta denominação que o Estado atua orientado por um princípio de autodelimitação, que se
traduz na edição de leis obrigatórias para toda a coletividade e também para o próprio Estado.

A constituição, como o sistema de normas estruturais de uma dada sociedade política, revela e expli-
cita as bases do Estado. É neste documento, quando se apresenta na forma escrita, que se encon-
tram as diretrizes máximas e invioláveis e que expressam a autodelimitação do poder estatal.

Para que exista o Estado é imprescindível que a coletividade exerça o poder político que encontra
sua maior expressão na elaboração da carta constitucional.

O Estado moderno, afora ser um Estado de Direito, caracteriza-se por chamar a si a tarefa de estimu-
lar a satisfação das necessidades coletivas.

É um Estado que intervém para promover a igualdade de condições e situações econômico-sociais,


reconhecido, na atualidade, como o Estado do bem-estar, que regula o exercício do conjunto de direi-
tos, atividades e garantias, da coletividade, condicionando-as à sua função social.

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O poder do Estado é uno, daí decorrendo que todos os atos estatais se revestem e emanam do
mesmo poder.

A consagrada tripartição dos poderes estatais corresponde ao exercício das funções estatais, consti-
tuindo-se em modo peculiar ao Estado de Direito de manifestar sua vontade.

Os diferentes órgãos são os instrumentos de que se vale o Estado para executar suas funções des-
critas na carta magna.

A concepção de Estado moderno repousa sobre duas bases, dois alicerces, repesentados pela sobe-
rania popular e pela divisão das funções estatais.

A popularidade de poderes, distribuídos pelos órgãos que exercem o poder, assim tripartido, mas que
permanece uno, localiza-se no Poder Legislativo, Poder Judiciário e Poder Executivo e é reconhecida
como o controle que reciprocamente atinge uns aos outros.

As garantias do indivíduo, frente ao poder soberano e supremo do Estado, consubstanciam-se e lo-


gram eficácia na separação dos poderes.

Estas garantias, inscritas em todas as constituições, limitam o poder de governo, pois que represen-
tam as normas com que a nação governa o Estado.

Para a temática que aqui se pretende explorar, não se requer incursão maior quanto à concepção do
Estado, e deixadas de lado as questões referentes ao Legislativo e ao Judiciário, dar-se-á início ao
segundo tópico a ser abordado neste texto que se situa no âmbito do Poder Executivo, pois que con-
cernente à Administração Pública.

Subtema Il: Os Serviços Públicos

O poder executivo apresenta como competência prevalente o exercício de todos os atos que se dire-
cionam ao cumprimento da função administrativa.

A administração pública pode ser entendida como a atividade que desenvolvem os órgãos que com-
põem o Poder Executivo com vistas à consecução da finalidade do Estado, traduzida na satisfação do
interesse social e no cumprimento de suas obrigações fundamentais de Estado.

No dizer de Hely Lopes Meirelles "os fins da administração se consubstanciam na defesa do interesse
público". Os atos administrativos, de qualquer espécie, praticados sem o respaldo do interesse públi-
co, configuram desvio de finalidade.

A administração pública se orienta por um elenco de princípios, dentre os quais figura o princípio da
finalidade, de forma que sua atuação, em qualquer ato que lhe exteriorize a vontade só pode ser lici-
tamente praticado se destinado ao seu precípuo objetivo, representado pelo interesse público.

O contraste que se estabeleça entre o ato e a sua finalidade torna-o passível de ser atacado através
do controle judicial, e também pela via da ação popular, que é meio especial, constitucional de que
está munido todo o cidadão nacional para exigir a anulação de ato administrativo que, ao divorciar-se
da sua finalidade, mostre-se lesivo a patrimônio público que se inclui no que seja interesse da coleti-
vidade.

Graves e pesados são os encargos daqueles que têm atribuição de gerência sobre bens e interesses
da sociedade. Se de um lado lhes são conferidos poderes para o eficaz desempenho de suas atribui-
ções, de outro, se lhes impõem deveres.

Considerando ser este poder oriundo de um ordenamento jurídico marcado pela supremacia tal qual
é a constituição, o seu exercício apresenta-se como um dever. Há, assim, em relação à administração
pública o que o citado autor denomina de "obrigação de atuar".

No campo da administração pública, a cada porção de poder distribuído corresponderá sempre igual
ou maior porção de dever exercê-lo de forma eficiente, honesta e dirigida no sentido do bem comum,
que é a própria razão em que se funda o poer conferido.

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

É para a prestação dos serviços necessários ou úteis à coletividade que se concebe a Administração
Pública. Fora desta função não é justificável a presença deste organismo.

É através da prestação dos serviços públicos e também dos serviços de utilidade pública respectiva-
mente, os primeiros essenciais à vida da comunidade e os últimos, úteis ou coniventes que realiza a
administração pública os seus fins.

Considerando a clientela a quem se dirige o presente trabalho, somente será tratado neste capítulo o
que é pertinente aos serviços públicos, isto é, aqueles que o Estado, através da administração, presta
diretamente à comunidade, por lhes reconhecer essenciais à satisfação de necessidades, também
essenciais, tanto da sociedade como do Estado.

Estes são os serviços considerados privativos do Poder Público, para os quais se encontra vedada a
forma delegada de execução.

No elenco dos serviços que são típicos, próprios e, por isto, privativos, situam-se os serviços dirigidos
à preservação da saúde pública, por ser esta uma atribuição do Estado.

Hely Lopes Meirelles, administrativista, em cuja obra se encontra a consulta básica, referente a este
subtema, alinha quatro requisitos ou princípios ínsitos ao serviço público de que se está tratando. São
eles:

I — Princípio de permanência que impõe a continuidade no serviço;

II — Princípio da generalidade que estabelece serviço igual para todos;

III — Princípio da eficiência que exige adequação e resolutibilidade do serviço;

IV — Princípio da cortesia que se traduz em bom atendimento e digno tratamento para com o público.

Em relação a este último princípio, o mencionado autor faz um destaque para afirmar que os direitos
dos usuários se configuram como direitos cívicos que dão ensejo à exigibilidade da prestação do
respectivo serviço frente aos órgãos aos quais foram cometidas as atribuições pertinentes.

A competência para a prestação dos serviços públicos, da espécie que aqui se examina, encontra-se
distribuída pelas três esferas da administração pública, ou seja, federal, estadual e municipal.

Para a realização destes encargos, para a execução desta função o Estado, através da administração
pública, que é o instrumental de que se vale para pôr em prática as opções políticas do governo, utili-
za-se dos agentes públicos, recursos humanos, selecionados dentre a coletividade, através de for-
mas legalmente estabelecidas, que visam garantir aos usuários o cumprimento do dever do Estado,
de acordo com os princípios já mencionados, e para os próprios agentes, a igualdade de oportunida-
de de ingresso na função pública.

Subtema Ill: A Administração de Pessoal

Face à ênfase que se pretende imprimir à atividade desempenhada pelos agentes públicos, justifica-
se iniciar esta terceira parte do texto com uma citação retirada da obra de Ruy Cirne Lima, que afirma
"Toda função pública representa a execução continuada e permanente da tarefa do Estado para rea-
lização de seus fins."

É em relação a esta atribuição que se desenvolverá o enfoque da administração de pessoal no setor


público pois que somente da significação desta função é que se poderá redescobrir um papel para os
agentes públicos, funcionários e servidores, recuperando sua dignididade frente a sua própria catego-
ria e frente à sociedade.

Os agentes públicos não são senão as pessoas que o estado, através da Administração, recruta para
o desempenho das funções atribuídas aos diferentes órgãos. O agente titulariza o cargo de que se
utiliza o órgão para o comprimento de suas finalidades frente à coletividade.

Os usuários, membros da comunidade nacional e demais pessoas que tenham residência, permanen-
te ou temporária, no país, são os legítimos destinatários dos serviços públicos, sendo este fator o que

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

prende a atuação dos agentes públicos à população e clarifica o fundamento da relação estabelecida
entre o servidor e a administração que é o interesse público.

A função pública está organizada para prestar os serviços requeridos pela sociedade e reconhecidos
como dever do Estado, não podendo, sem desvio de finalidade, deslocar-se, para os ocupantes dos
cargos e empregos, este objetivo.

O funcionalismo público, abrangidos aí todos os agentes públicos das diferentes espécies e regimes
laborais ou empregatícios, é meio e não fim da administração, pois que esta existe para a prestação
dos serviços públicos.

É exatamente nesta finalidade que reside a legitimidade, a justificativa e a razão de ser dos agentes.

É na medida desta relevância que se reconhecem prerrogativas, garantias e demais vantagens dos
servidores públicos e jamais em face a conquistas próprias das diferentes categorias profissionais
que integram os quadros de pessoal da administração pública.

Distanciando-se a função pública da sua finalidade básica, dá ensejo a que os interesses de grupos
profissionais prevaleçam sobre o interesse público, instalando, no âmbito da administração de pesso-
al, distorções que se têm revelado, freqüentemente nocivas, podendo provocar deformidades que
comprometem e inviabilizam qualquer medida ordenadora, assim como afastam o mérito, a progres-
são e a avaliação. Como elementos de relevo nos planos de cargos e salários, onde passam a impe-
rar os títulos.

O corpo de servidores públicos, organizados em carreiras ou simplesmente compondo quadros funci-


onais, representam o instrumento de que se valem os serviços públicos para o cumprimento de seus
objetivos.

Esta afirmação não significa adotar uma concepção mecanicista ou reducionista, que concebe seres
humanos como peças de uma engrenagem, sem vida, sem aspiração, sem posicionamento, sem
liberdades. Mais do que não ser isto, é pretender identificar, na finalidade do serviços públicos e sua
essencialidade para a população, a importância, o destaque e a imprescindibilidade dos agentes pú-
blicos.

Quando os métodos, formas e critérios de administração de pessoal são utilizados pelo setor privado,
seguem a lógica do lucro que está presente nas diferentes instâncias da empresa. Isto não está a
significar que é o lucro o fator que move a força de trabalho, pois que este, na maior parte das vezes,
sequer é do seu conhecimento, e em número menor ainda de situações, oferece a possibilidade de
acesso ou participação para os trabalhadores que o produzem.

A efetividade do desempenho da mão-de-obra empregada no setor privado, realiza-se sob a ótica do


controle exercido por um sistema de gerenciamento que é interno ao próprio processo de produção.

O propósito que orienta a administração de pessoal no setor público assenta-se sobre a resposta,
conhecida como capacidade resolutiva, que os serviços oferecem, frente a uma problemática deter-
minada e que tem por fonte geradora as necessidades da população.

A competência para organização dos quadros de pessoal necessários e, às vezes, estratégicos para
um dado campo de atribuições, está deferida à entidade estatal a que pertencem os serviços, distri-
buindo-se desta forma, pelos três níveis do poder público, federal, estatal, municipal.

Em qualquer dos casos, porém, seja esta atribuição exercida pela União, pelas Unidades Federadas
ou pelos municípios, pevalecem as normas gerais contidas na Constituição Federal e que são de
observância obrigatória.

Entretanto, ainda que constando como preceito constitucional que o Regime predominante para dis-
ciplinar as relações empregatícias, estabelecidas entre os agentes da administração e a entidade
estatal será o estatutário, um elenco de outras modalidades veio sendo admitido para serviços tempo-
rários e para funções técnicas especializadas.

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

No âmbito federal, a promulgação da Lei 6185/74, instituiu o regime trabalhista para todos os servido-
res, salvo quanto a atividades inerentes ao Estado, como Poder Público, sem correspondência no
setor privado.

Introduzida legalmente esta alternativa, verifica-se quase um abandono do regime estatutário, primor-
dial e preferencial para reger a organização do funcionalismo público.

Largamente utilizada esta possibilidade, na medida em que reduzidos são os campos em que a inicia-
tiva privada não tem atuação, dsfigurou-se toda a lógica da administração de pessoal do setor públi-
co.

Na esteira aberta aos órgãos públicos para a composição dos seus quadros, foi sendo perdida a con-
cepção mais relevante dos próprios serviços públicos que, na atualidade, reproduzem-se como se
fosse esta sua função, expandem-se abrindo crescentes possibilidades de absorção de mão-de-obra,
sem a correspondente realização de sua finalidade.

A constatação desta realidade é bastante para que se possa aquilatar as dificuldades que cercam a
questão da organização dos quadros funcionais e a desvalorização que passaram a sofrer as formas
de recrutamento e seleção, a efetividade de estágio probatório e treinamento de ingresso e, sobretu-
do, o desaparecimento do concurso como forma preferencial de ingresso.

As normas, presentes e inscritas na Constituição Federal, atendem a uma dupla dimensão, pois que
se destinam tanto à proteção dos interesses que os serviços representam para a sociedade, como à
proteção dos próprios servidores do Estado. O equilíbrio necessário a esta relação é buscado através
de regramento próprio à administração do setor público, que, no dizer de Hely Lopes Meirelles, é
estabelecido para que, de um lado os agentes "não se armem de vantagens prejudiciais ao serviço
público e de outro o Estado não amesquinhe aqueles que o servem".

Questão de destacada importância é a referente à acessibilidade aos cargos públicos que constituci-
onamente está garantida a todos os brasileiros, estabelecendo uma condição de igualdade entre os
nacionais.

Por sua vez o acesso aos cargos públicos sujeita-se ao preenchimento de requisitos estabelecidos
em lei, e que corresponderão à especificidade dos serviços para os quais se efetua o recrutamento.
Portanto, precede a esta atividade, um apurado diagnóstico quanto às capacidades técnicas profissi-
onais ou operacionais necessárias aos serviços, pois que, a partir desta avaliação obter-se-á o que já
se consagrou chamar de perfil profissional e/ou ocupacional que emitirá as diretrizes para a definição
dos requisitos a serem exigidos no processo de recrutamento.

O primeiro ingresso em cargo público realizar-se-á, por concurso, que é o meio técnico de que lan-
çam mão os órgãos da administração pública para obterem, de um lado, profissionais capacitados,
adequados para as funções específicas e de outro, para garantir o princípio da isonomia que proíbe
sejam estabelecidas exigências que introduzam condições discriminatórias.

Pela autoridade reconhecida ao administrativista Hely Lopes Meirelles, cabe trasladar na íntegra suas
palavras "Pelo concurso se afastam, pois, os ineptos e os apaniguados, que costumam abarrotar as
repartições num espetáculo degradante de protecionismo e falta de escrúpulos de políticos que se
alçam e se mantêm no poder, leiloando empregos públicos".

A cada nova forma alternativa de meios de ingresso que se abre à administração pública, contornan-
do o método preferencial que é o concurso público, surgem, paralelamente, indesejáveis possibilida-
des de que desvios e distorções sejam praticados.

Desde a vigência da Constituição atual, 1967, a realização de concursos públicos exige que a sele-
ção seja baseada em provas, ou provas e títulos, vedada a modalidade que considere tão somente os
títulos.

Ao lado desta proibição, outra disposição constitucional veda que seja acolhida, em matéria de con-
curso, a concessão de vantagens ou privilégios a determinadas pessoas ou categorias de funcioná-
rios, porque equivalerá a criar desigualdade entre os concorrentes, com ofensa inequívoca a preceito
constitucional.

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Não é, entretanto, o concurso a única modalidade de recrutamento de que se pode valer a adminis-
tração para o preenchimento dos seus cargos, porém, a opção pelo concurso obrigará ao respeito e
ao cumprimento de regras próprias.

É importante realçar que somente aqueles investidos em cargos públicos, de caráter efetivo, é que
adquirem estabilidade.

Em decorrência do ingresso, sobretudo se este se efetivou através de concurso ou outro processo


seletivo menos solene, submeter-se-á o novo funcionário ou servidor ao estágio probatório, que não é
senão um prolongamento da fase de seleção, por ser um período de prova para aqueles que, efeti-
vamente, estejam aptos para o desempenho da função pública.

Pela articulação identificada entre estes dois momentos, mostra-se necessário um ajustamento entre
os critérios para aprovação nos concursos e os critérios de avaliação probatórios.

Desvinculadas estas duas fases de um processo que é o único, será reduzir ambas a mera proces-
sualística, sem nenhum resultado finalístico.

Com freqüência se vê a administração obrigada a desenvolver treinamento de ingresso, em particu-


lar, quando os recursos humanos de que necessita não se encontram disponíveis no mercado de
trabalho. Então, superada a primeira fase do processo seletivo, tem início um período de capacitação
em que os candidatos selecionados preliminarmente, recebem treinamento, possibilitando sua ade-
quação ao perfil dos serviços.

Também neste tipo de procedimento verifica-se e deve atender-se à exigência de uma harmonização
com o concurso, para que não se venha a constatar ao término de todas as etapas, a inexpressivida-
de dos resultados.

Qualquer que seja a forma de seleção pelo qual opte, o Poder Público, defronta-se quotidianamente
com o fantasma do clientelismo, porque este beneficia o processo seletivo feito à sombra do proteci-
onismo, do favoritismo, do privilégio pessoal. Fica ao resguardo de qualquer exigência que obrigue
classificação, ou escolha dos melhores candidatos.

É claro que, em inúmeros casos, valoriza-se a confiança como a qualidade mais importante nos pre-
tendentes e não é de rejeitar-se esta posição. Entretanto é aconselhável que este critério se reserve
para o preenchimento daqueles cargos que se revestem deste caráter e que, por isto mesmo, não
dão direito à permanência, à estabilidade, sendo demissíveis seus detentores quando cessada a re-
lação de confiança que justificava sua nomeação.

Outra, porém, tem sido a postura dos órgãos públicos, pois que já se tornou hábito incorporar nos
quadros permanentes centenas de serviços eventuais, temporários e mesmo ocupantes de cargos de
confiança.

Esta prática, que já se estende por várias décadas, transformou quase que completamente os princí-
pios que direcionaram a administração de pessoal no setor público, trazendo prejuízo tanto aos servi-
ços públicos quanto aos agentes que os desempenham, porque provoca, paulatinamente, o desapa-
recimento de reais direitos e, principalmente, da dignidade indispensável ao seu exercício.

No momento em que se retoma como elemento fundamental a uma proposta de reforma sanitária, a
questão dos recursos humanos para a saúde, é imprescindível submeter a uma reapreciação radical
todos estes fatores e a este propósito se destina o texto elaborado.

Como fecho do trabalho, cabe a afirmação de que valerá a pena o esforço e, sobretudo, de que não
se poderá pretender nenhuma efetiva transformação se não for enfrentada com destemor e, particu-
larmente, com critérios que se fundem no interesse coletivo, a administração de pessoal, coerente
com o reatamento de uma relação de solidariedade e compromisso entre os agentes públicos e a
sociedade.

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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS

Estruturas Organizacionais

Principais Tipos De Estruturas Organizacionais

A estrutura organizacional é o elemento fundamental para que uma empresa mantenha o foco nos
seus objetivos. A missão, a visão, os valores e as estratégias de mercado servirão de base para a
formulação da estrutura.

Estrutura organizacional é o conjunto ordenador de responsabilidades, autoridades, comunicações e


decisões das unidades organizacionais de uma organização. É a forma pela qual as atividades são
divididas, organizadas e coordenadas, provocando impactos na cultura organizacional.

A estrutura de uma organização está diretamente ligada a sua estratégia e envolve aspectos físicos,
humanos, financeiros, jurídicos, administrativos e econômicos.

Tipos Básicos De Estruturas Organizacionais

Conforme Chiavenato (2006), a teoria neoclássica da administração assume que a organização formal
consiste em camadas hierárquicas ou níveis funcionais estabelecidos pelo organograma e com ênfase
nas funções e nas tarefas.

Neste contexto, uma organização é um conjunto de cargos funcionais e hierárquicos a cujas


prescrições e normas de comportamento todos os seus membros devem se sujeitar. Chiavenato
(2006) complementa que a característica mais importante da organização formal é o racionalismo.

Este ponto de vista assume que a formulação de um conjunto lógico de cargos funcionais e
hierárquicos está baseada no princípio de que as pessoas irão agir efetivamente de acordo com esse
sistema racional. A seguir são elencados os principais tipos de estruturas organizacionais.

Estrutura Linear

É a forma estrutural mais simples e antiga. Tem sua origem em antigos exércitos. Possui formato
piramidal, pois possui linhas diretas e únicas de responsabilidade entre superior e subordinados.
Demonstra visivelmente os princípios da unidade de comando, ou seja, cada empregado deve receber
orientações de apenas um superior, que seguem, por via hierárquica, do escalão mais alto para o
escalão mais baixo. Algumas características:

 Autoridade linear ou única;

 Linhas formais de comunicação;

 Centralização das decisões;

 Aspecto piramidal

Estrutura Funcional

Aplica o princípio funcional ou princípio da especialização das funções: separa, distingue e especializa.
O modelo desenvolve o princípio da especialização diante da necessidade de decompor as
funções para torná-las mais fáceis.

Na estrutura funcional, cada subordinado reporta-se a diversos superiores simultaneamente, porém,


cada superior responde apenas pelas suas especialidades, não interferindo nas especialidades dos
demais. Não é a hierarquia, mas a especialidade que promove as decisões. Algumas características:

 Autoridade funcional ou dividida;

 Linhas diretas de comunicação;

 Descentralização das decisões;

 Ênfase na especialização

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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS

Estrutura Linha-Staff

É o resultado da combinação dos tipos de organização linear e funcional, com o predomínio da


estrutura linear, a fim de reunir as vantagens destes dois tipos e reduzir as desvantagens. Apesar de
seguir as características básicas da estrutura linear, diferencia-se dela no que diz respeito à presença
de órgãos de apoiojunto aos gerentes de linha (staff).

As atividades de linha estão diretamente ligadas aos objetivos básicos da organização, enquanto as
atividades de staff estão ligadas indiretamente. Os órgãos que executam as atividades-fins da
organização são consideradas de linha e o restante das atividades são consideradas staff.

A autoridade nos órgãos de linha é linear, ou seja, os órgãos são decidem e executam as atividades
principais. Já a autoridade nos órgãos de staff é de assessoria, de planejamento e controle, de
consultoria e recomendação, isto é, autoridade funcional.

 Autoridade de linha: linear; absoluta, total; cadeia escalar, relação hierárquica entre chefe e
subordinado;

 Autoridade de staff: funcional; relativa, parcial; especialização, relação de consultoria, de


assessoria;

Novos Tipos de Estruturas Organizacionais

Estrutura Com Base em Projetos

Este tipo de estrutura tem por base o projeto desenvolvido segundo especificações de clientes, que
podem vir a ser, até, a própria empresa. Enquanto a estrutura funcional enfatiza a especialização, a por
projetos enfatiza o negócio, mas não a especialização por funções.

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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS

Estrutura Matricial

É a de estágio mais desenvolvido dentre as estruturas contemporâneas, pois combina as estruturas


funcional e por produtos. A matriz apresenta duas dimensões: i) gerentes funcionais e ii) gerentes de
produtos ou projetos.

A proposta da estrutura matricial é de satisfazer as necessidades organizacionais de especialização e


de coordenação. Dessa forma, a coordenação lateral é melhorada, enquanto a cadeia de comando e a
coordenação vertical é enfraquecida.

O princípio da unidade de comando deixa de existir, uma vez que cada departamento passa a possuir
dupla subordinação. Neste sentido, a matriz enfatiza a interdependência entre os departamentos e
exige uma necessidade de lidar com um ambiente complexo.

Estrutura Tipo Comissão ou Colegiado

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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS

Caracteriza-se pela pluralidade de membros que dividem a responsabilidade, embora não caiba a eles
o poder decisório maior. Embora prevaleça a vontade da maioria, cabe ao chefe-executivo, a
responsabilidade pelo que foi decidido.

Estrutura Divisional

Ocorre quando a empresa está organizada através de um conjunto de várias divisões de produção, ou
seja, quando, devido a algumas atividades vinculadas a um objetivo comum, estão agrupadas em um
mesmo setor.

Estrutura com Base em Função

Esta estrutura agrupa num órgão específico, as atividades análogas e interdependentes e constitui uma
unidade setorial da instituição.

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

Sistema de Informação Gerencial

Os Sistemas de Informação Gerencial (SIG) são sistemas ou processos que fornecem as informações
necessárias para gerenciar com eficácia as organizações. Um SIG gera produtos de informação que
apoiam muitas necessidades de tomada de decisão administrativa e são o resultado da interação co-
laborativa entre pessoas, tecnologias e procedimentos, que ajudam uma organização a atingir as suas
metas.

Um SIG pode incluir software que auxilia na tomada de decisão, recursos de dados, tais como bancos
de dados, o hardware de um sistema de recursos, sistemas de apoio à decisão, sistemas especialis-
tas, sistemas de informação executiva, gestão de pessoas, gestão de projetos e todos os processos
informatizados que permitem que a empresa funcione eficientemente. É um sistema que disponibiliza
a informação certa, para a pessoa certa, no lugar certo, na hora certa, da forma correta e com o custo
certo.

Os SIGs possuem uma multiplicidade de produtos de informação, que são apresentadas através de
relatórios, que ajudam os gerentes com o fornecimento de dados e informações para a tomada de
decisões. Os relatórios oferecidos por esses sistemas são:

Relatórios programados: Estes relatórios são uma forma tradicional de fornecimento de informações
para os gerentes. Exemplos típicos desses relatórios são os relatórios de vendas diários e semanais
ou demonstrativos financeiros mensais.

Relatório de exceção: São casos excepcionais de relatórios onde o gerente pode obter informações
específicas. Como exemplo, um gerente de crédito pode receber um relatório que contém informações
apenas sobre clientes que excedem os limites de crédito.

Informes e respostas por solicitação: Este tipo de relatório mostra as informações sempre que o gerente
requisitar. Possibilitam através de suas estações de trabalho respostas imediatas ou que encontrem e
obtenham respostas imediatas.

Relatórios em pilhas: As informações são empilhadas na estação de trabalho em rede do gerente.

Todas as funções de gestão, planejamento, organização, direção e controle são necessárias para o
bom desempenho organizacional. Os sistemas de informação gerenciais são fundamentais para supor-
tar essas funções, especialmente a de planejamento e controle.

Os Sistemas de Informação Gerencial são parte integrante das estratégias empresariais, pois a comu-
nicação e a informação são de grande valor nas organizações. A qualidade da decisão tomada pelo
gerente vai depender da qualidade e relevância das informações disponíveis. Por isto é muito impor-
tante investir em um SIG para oferecer informações rápidas, precisas e principalmente úteis, que irão
garantir uma estruturação de gestão diferenciada, o que resultará em vantagem competitiva sobre as
demais empresas.

As Tecnologias de Informação e Comunicação

Tecnologia da informação e comunicação (TIC) pode ser definida como um conjunto de recursos tec-
nológicos, utilizados de forma integrada, com um objetivo comum. As TICs são utilizadas das mais
diversas formas, na indústria (no processo de automação), no comércio (no gerenciamento, nas diver-
sas formas de publicidade), no setor de investimentos (informação simultânea, comunicação imediata)
e na educação (no processo de ensino aprendizagem, na Educação a Distância).

O desenvolvimento de hardwares e softwares garante a operacionalização da comunicação e dos pro-


cessos decorrentes em meios virtuais. No entanto, foi a popularização da internet que potencializou o
uso das TICs em diversos campos.

Através da internet, novos sistemas de comunicação e informação foram criados, formando uma ver-
dadeira rede. Criações como o e-mail, o chat, os fóruns, a agenda de grupo online, comunidades virtu-
ais, web cam, entre outros, revolucionaram os relacionamentos humanos.

Através do trabalho colaborativo, profissionais distantes geograficamente trabalham em equipe. O in-


tercâmbio de informações gera novos conhecimentos e competências entre os profissionais.

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

Novas formas de integração das TICs são criadas. Uma das áreas mais favorecidas com as TICs é a
educacional. Na educação presencial, as TICs são vistas como potencializadoras dos processos de
ensino – aprendizagem. Além disso, a tecnologia traz a possibilidade de maior desenvolvimento –
aprendizagem - comunicação entre as pessoas com necessidades educacionais especiais.

As TICs representam ainda um avanço na educação a distância. Com a criação de ambientes virtuais
de aprendizagem, os alunos têm a possibilidade de se relacionar, trocando informações e experiências.
Os professores e/ou tutores tem a possibilidade de realizar trabalhos em grupos, debates, fóruns, den-
tre outras formas de tornar a aprendizagem mais significativa. Nesse sentido, a gestão do próprio co-
nhecimento depende da infraestrutura e da vontade de cada indivíduo.

A democratização da informação, aliada a inclusão digital, pode se tornar um marco dessa civilização.
Contudo, é necessário que se diferencie informação de conhecimento. Sem dúvida, vivemos na Era da
Informação.

Sociedade do Conhecimento

O debate sobre os rumos do desenvolvimento econômico é impulsionado pela difusão dos paradigmas
produtivos que atingem o modo de produção de bens e serviços. Existe a plena convicção de que os
segmentos que experimentam profundas mudanças, em função dos impactos das novas tecnologias
digitais, mostram potencial econômico para criação de empregos qualificados e geração de renda. Im-
pulsionado pela visibilidade da Internet e a expansão das empresas "ponto.com", esse processo ga-
nhou amplitude e demarcou o significado das novas formas de produção, consumo e conhecimento.

De fato, o que se convencionou chamar de "nova economia" envolve um conjunto distinto de significa-
dos. Currás, Nanclares e López (2001) advertem que o termo "nova economia" deve ser analisado em
aspectos diferenciados.

Na perspectiva macroeconômica, a noção tem sido tomada como sinônimo de crescimento do emprego
e da produtividade, dentro de um contexto de baixas taxas de juros e inflação, internacionalização da
economia americana e mudanças no sistema financeiro internacional, tendo como pano de fundo a
difusão das novas tecnologias de informação e comunicação e da Internet.

Entrementes, há variações nessa abordagem, pois enquanto alguns defendem que o termo reflete uma
mudança de ordem estrutural na economia mundial passível de reprodução em outras regiões (Schre-
yer, 2000), outros assinalam que o fenômeno registra uma fase do ciclo de crescimento restrito à eco-
nomia americana nos anos 90, desenvolvida pelos investimentos na nova infra-estrutura de telecomu-
nicações, mas de difícil reprodução em outros países.

Do ponto de vista microeconômico, por sua vez, há um entendimento generalizado e mais consensual
acerca da liderança que os setores ligados às novas tecnologias exerceram sobre a Globalização In-
dustrial. As fusões e alianças estratégicas entre grandes grupos proporcionaram a emergência de mer-
cados e modelos de negócios nas fronteiras das novas áreas de exploração econômica. A importância
das redes de aprendizado se fortalece como novos padrões de competitividade e as informações diri-
gidas às inovações tecnológicas e produção de conhecimento passam a constituir um importante in-
sumo para o processo de reestruturação produtiva.

Ampliam-se as possibilidades para a aplicação das Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs


em vários campos e a nova infra-estrutura de telecomunicações proporciona, simultaneamente, a cria-
ção de novos produtos e a revitalização de mercados tradicionais em bases tecnológicas renovadas,
como nas áreas de telemedicina, de educação a distância e de ação do Estado – por intermédio do
governo eletrônico (Cohen et al., 2000).

Na ótica social, o ritmo de difusão da nova infra-estrutura de telecomunicações mostra potencialidades


inéditas para a abertura e ampliação dos canais de participação nas sociedades democráticas e para
o aparecimento dos novos direitos no que se convencionou chamar de "sociedade do conhecimento".

O impacto é observado no mercado de trabalho, nas relações comerciais, no crescimento econômico,


na forma de produzir, coordenar e distribuir bens e serviços e no cotidiano dos indivíduos; na maneira
que adquire informações, aprende, negocia, interage, etc. O vasto campo de aplicações das novas
tecnologias tem conduzido ao debate de como medir os impactos do desenvolvimento e difusão das

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

TICs sobre a vida econômica e social. As instituições reclamam novas regulamentações e incentivos,
oferecem e demandam novos saberes.

Entretanto, leituras menos otimistas enfatizam que a difusão diferenciada das novas tecnologias,
quando não reforça, repete os padrões de exclusão social presentes em sociedades com profundas
diferenciações distributivas. Nesse contexto, a questão da "exclusão digital" ou da "infoinclusão" surge
como temática privilegiada que enfatiza a necessidade de políticas públicas voltadas não apenas para
universalização ao acesso às novas tecnologias de comunicação e informação, mas também aos be-
nefícios globais da sociedade do conhecimento.

O debate sobre a importância das TICs tem levado a uma ampla discussão a respeito das alterações
nas convenções estatísticas necessárias para medir a relevância dos novos processos desenvolvidos
no âmbito do que se convencionou chamar de "Sociedade da Informação" ou "Sociedade do Conheci-
mento".

Porcaro (2001) chama a atenção para o fato de os esquemas conceituais, dos sistemas estatísticos
oficiais, assentarem-se sobre premissas teóricas umbilicalmente ligadas a uma dada concepção em
relação à realidade econômica e social. Segundo a autora, os modelos estatísticos se apropriaram
de constructos analíticos ligados à divisão do trabalho da sociedade industrial e ganharam consistência
ao desenhar uma representação estatística homogênea e comparativa de uma sociedade cujos pa-
drões culturais, científicos e tecnológicos eram relativamente estáveis, assentados sobre a organização
regulada, fordista e circunscrita aos marcos dos Estados Nacionais do pós-guerra.

Os desafios para os sistemas nacionais de estatística são enormes porque compreendem uma agenda
aberta. O extenso campo de aplicações das novas tecnologias de informação e comunicação, a grande
heterogeneidade de fontes produtoras de informações, a ambiguidade dos fenômenos, a constante
destruição e recriação de barreiras entre os setores de atividades, as dificuldades de mensurar serviços
de natureza intangível e as dificuldades de regionalização de uma "economia em rede", impõem desa-
fios ainda maiores.

Entretanto, a despeito dessa problemática, há na perspectiva dos organismos internacionais e dos fó-
runs especializados uma certeza generalizada agindo no intuito de que sejam estabelecidas conven-
ções padronizadas para o exercício de uma métrica dentro das práticas estatísticas adequadas às no-
vas exigências.

Estatísticas Na Sociedade Da Informação

Indicadores de Compatibilidade Internacional

Proveniente da necessidade que cada país possui em entender e adaptar as tecnologias globais para
as exigências locais, alguns indicadores têm sido compostos para avaliar o nível de progresso tecno-
lógico e a capacidade destes países em participar dessa nova era. A composição de tais índices auxilia
as políticas de difusão em mensurar a inserção de cada país em relação aos demais e, em especial,
verificar quais são os pontos que proporcionam seu distanciamento daqueles que estão no topo tecno-
lógico. Muitos elementos contribuem para avaliar as realizações tecnológicas, mas em geral poucos
são levados em consideração para mensuração, devido à dificuldade de obtenção e compatibilidade
encontrada.

Em estatísticas e indicadores existentes de tecnologia, esforços são feitos, sobretudo pela Unesco,
OECD e Eurostat (Unesco, 2002), para promover uma maneira sistemática de mensuração, coleta e
disseminação desses números, que até o momento estão disponíveis, em sua maioria, apenas para os
países industrializados, no que se refere aos recursos humanos e financeiros em P&D, inovações,
citações, patentes, produtos de alta tecnologia, etc. Estatísticas que vêm sendo coletadas tendo por
referência os conceitos e as metodologias internacionais estabelecidas em documentos como o Manual
Frascati (OECD, 1993), de Oslo (OECD, 1996) e Canberra (OECD, 1995), por exemplo.

Assim sendo, macroindicadores foram desenvolvidos com intento de compreender o processo de pro-
dução e aplicação do conhecimento como uma série de sucessivos e necessários estágios que partem
da pesquisa básica até a inovação, passando pela pesquisa aplicada e pelo desenvolvimento experi-
mental, transformando-se frequentemente em um modelo para os países, principalmente para os de-
senvolvidos, que procuram adaptá-los de acordo com suas políticas, porém que encobre as caracterís-
ticas específicas dos processos de pesquisa científica e de desenvolvimento tecnológico.

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

Essa é uma das principais razões desse modelo ser intensamente questionado pelas escolas e insti-
tuições afins, e em consequência disso temos a busca incessante por novos indicadores, como os de
inovação.

Apesar dos vários modelos criados para mensurar TI, muitas dificuldades são encontradas para quan-
tificar tais questões pelo seu caráter intangível, entretanto existe um número de indicadores que refle-
tem objetivamente o grau de difusão das novas tecnologias e vêm sendo investigados de forma regular
por organismos internacionais, como será abordado mais adiante.

Entretanto, existem algumas propostas apontando para que os países em desenvolvimento se esten-
dam além dos indicadores tradicionais de entrada (como centros de pesquisa, pesquisadores, treina-
mento de pessoal com nível científico e técnico, recursos financeiros) e produtos (artigos publicados,
licenças, patentes, número de citações, etc.), incluindo uma mensuração sistemática da capacidade
científica e tecnológica (Unesco, 2002). A questão que se sobrepõe, então, é qual a melhor maneira de
desenvolver uma estratégia viável para mensurá-los em acordo com as prioridades políticas.

Outra interpretação dada é a realizada pelo Relatório do Desenvolvimento Humano (PNUD, 2002), que
faz uma estimativa com relação à justiça econômica do ponto de vista do uso da Internet, concluindo
que no âmbito do processo global há a expectativa de que o número de usuários de Internet aumente
de 500 milhões para cerca de 1 bilhão até 2005. Todavia, também é constatado que 72% dos atuais
utilizadores vivem em países da OCDE, tendo elevados rendimentos e contemplando apenas 14% da
população mundial.

Assim como no Relatório de Desenvolvimento Humano, o Technology Achievement Index – TAI1 tem
como propósito servir de ponto de partida para uma avaliação tecnológica geral, primeiramente, para
que depois sejam examinados outros indicadores de forma mais detalhada (Sagasti et al., 2001:7), para
72 países. Os índices estabelecidos pelo TAI têm como alvo mensurar a tecnologia de cada país, ba-
seados em quatro dimensões: criação de novas tecnologias; difusão e adoção de novas tecnologias;
difusão das já existentes, que ainda são básicas para a entrada de novas; e a construção da habilidade
humana para a criação e consequente adoção de tecnologia.

A metodologia usada para o cálculo é similar à usada para o índice de desenvolvimento humano, en-
tretanto não é designada para medir mudanças no decorrer do tempo. Os dados para sua construção
advêm das séries internacionais mais utilizadas e difundidas em relação ao uso de tecnologia, porém
alguns países acabam por ser subdimensionados pela falta de informação ou pela qualidade da coleta.

O objetivo dessa proposição não é medir apenas qual país lidera o desenvolvimento tecnológico, mas
sim a condição do país como participativo na criação e uso de tecnologia. Para exemplificar, podem-se
analisar os componentes do índice, tendo como início a criação de tecnologia. O TAI usa dois indica-
dores para capturar o nível de inovação na sociedade: número de patentes concedidas per capita, para
refletir a intensidade de atividades novas; e o número de royalties e licenças obtidas no exterior, de-
monstrando a evolução das inovações bem-sucedidas ainda utilizadas e com valor de mercado.

Por fim, temos o indicador de habilidade humana que utiliza o número de anos na escola para popula-
ção acima de 15 anos, que fornece uma boa medida das habilidades proporcionadas pelo ensino básico
geral da população, não esquecendo que a qualidade da educação é variável para cada país. Além
disso, o número de graduados em ciência, matemática e engenharia, possibilita igualmente uma avali-
ação dos esforços atuais em desenvolver e avançar o conhecimento em ciência e matemática.

Alguns outros modelos foram produzidos para mensurar a difusão das novas tecnologias de informa-
ção, um deles, que merece destaque, é o modelo Inexsk (Mansell e Wehn, 1998) que procura identificar
indicadores para o acompanhamento do crescimento de uma sociedade da informação nos países em
desenvolvimento. Esse modelo foi desenvolvido para analisar comparativamente a difusão de TI em
diferentes países, a partir das seguintes variáveis: infra-estrutura, experiência, habilidades e conheci-
mento.

Segundo Mansell e Wehn, o grande desafio para a política de difusão é equilibrar os investimentos em
equipamentos com o desenvolvimento do capital humano. Os exemplos de Taiwan e Coréia demons-
tram que é possível se tornar um líder em exportações de bens de TI sem que o padrão de utilização
doméstica seja muito afetado. Por esse motivo, a análise dos impactos da TI sobre o crescimento eco-
nômico deve abranger uma diversidade de índices, tais como: índice de computadores pessoais; de

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linhas telefônicas; de produção de eletrônicos; de consumo de eletrônicos; de disponibilidade de recur-


sos humanos qualificados; de alfabetização; de hosts de Internet; e de difusão de televisores; etc.

Exclusão Digital e Infoinclusão

O debate sobre a difusão das novas tecnologias tem intensificado o debate relativo aos benefícios ou
o acirramento das desigualdades sociais. Ao contrário de um otimismo generalizado sobre as ondas
de crescimento provocadas pela nova economia, a apropriação desigual destas tecnologias tem se
traduzido em um forte debate a respeito da assimetria entre aqueles que possuem e os que não pos-
suem informação; em que pesem as mudanças tecnológicas e o profundo rompimento com o marco
regulatório anteriormente existente, não há ainda um plano de políticas públicas cuja engenharia pos-
sibilite alcançar o nível de universalização promovido pelo Estado do Bem-Estar Social no caso da
telefonia fixa.

O significado de "serviço universal" sofre mudanças e deixa de ser apresentado unicamente como
acesso à infra-estrutura de comunicações, passando a ser entendido como a disponibilização de recur-
sos para a criação e disponibilidade de conteúdos informacionais aos quais todos os indivíduos devem
ter acesso segundo suas necessidades (Tápia; Rallet, 2000). Duas questões se colocam: como medir
a difusão de acessos e, de outra forma, como os indivíduos estão capacitados para lidar com as novas
tecnologias.

Do ponto de vista das tecnologias e do pioneirismo, as pesquisas nos Estados Unidos realizadas pela
Agência Nacional de Administração de Telecomunicações e Informação do Departamento de Comércio
vêm se constituindo como um marco para o monitoramento da questão de exclusão digital entre as
pesquisas domiciliares.

Do primeiro relatório publicado em 1995, "Falling through the net: a survey of the net: new data on the
digital divide" até o quarto relatório "Falling through the net: toward digital inclusion", em 2000, a pes-
quisa vem assimilando elementos importantes referentes à metodologia de inferência da exclusão e às
mudanças no âmbito das novas tecnologias: se, no primeiro estudo, a idéia de inclusão se definia em
função da disponibilidade de acesso residencial de telefonia, computadores e Internet, já em 2000 a
pesquisa ganha uma novo âmbito: em primeiro lugar, existe um suplemento para cada indivíduo do
domicílio e são investigadas a disponibilidade de Internet de alta velocidade e o uso da rede por indiví-
duos com deficiências físicas e mentais (Navarro, 2001).

Outras pesquisas realizadas no âmbito da OECD mostram que as causas que impedem o acesso dos
indivíduos às novas tecnologias podem variar, indo de fatores relacionados à infra-estrutura de teleco-
municações ou às dificuldades de acesso em localidades geograficamente isoladas, até motivações de
ordem socioculturais.

Segundo Navarro (2001), as inovações metodológicas das pesquisas estão registradas na coleta de
indicadores para a construção de tipologias familiares e de grupo, pois entende que as questões sobre
a exclusão digital não se resumem às características dos indivíduos, mas às necessidades específicas
de classes e grupos sociais.

No Canadá, onde as pesquisas são estruturadas pela orientação pragmática das políticas de go-
verno, a exclusão é pensada como uma segmentação que atravessa todos os grupos socioeconômi-
cos.

Em adição à tradicional divisão entre usuários e não-usuários (first divide), há uma segunda segmen-
tação dos não-usuários, que podem ser divididos por sua vez em dois grupos: aqueles que possuem
interesses em estar conectados, no entanto não estão, em função de barreiras de custo, habilidades e
capacidade de uso; e aqueles que possuem pouco ou nenhum interesse nos serviços oferecidos
(second divide), que resulta de uma diferença em relação à percepção de valores, dificuldades com a
língua, de usabilidade ou de um desestímulo em relação à pouca densidade de conteúdos sociais e
geração de oportunidades, como informações sobre emprego, moradia ou capacitação (Navarro, 2001:
32).

As primeiras referências para a medição desse processo de exclusão digital nas estatísticas produzidas
na Fundação Seade se remetem a Pesquisa de Condições de Vida 1998. A pesquisa, que já trazia
desde suas primeiras versões (1990 e 1994) dados a respeito do número de linhas telefônicas residen-
ciais, incorporou questões relativas à existência de telefones celulares e computadores nos domicílios.

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

Esse levantamento possibilitou a formulação de indicadores sobre a disponibilidade de terminais de


acesso telefônico e computadores a partir de cruzamentos com as informações de renda do chefe da
família, gênero e demais condições dos domicílios e de seus ocupantes, permitindo traçar um retrato
das condições de acessibilidade dos indivíduos às tecnologias básicas para o acesso às redes digitais.

Segundo os dados da pesquisa, para cada mil famílias com renda superior a 20 salários mínimos, havia
cerca de mil computadores por domicílio (média de um para cada domicílio), enquanto para aqueles
com até dois salários, a densidade era de 160 terminais para cada grupo de mil famílias.

Tal disparidade pode ser vista também por meio da apropriação das novas tecnologias segundo o grau
de escolaridade dos residentes: observando a distribuição dos indivíduos com 7 anos ou mais que
frequentam algum nível de ensino regular, 24% dos estudantes dispunham de PCs em suas residências
na Região Metropolitana de São Paulo; entretanto, enquanto entre os estudantes de escolas públicas
esse percentual era de 11%, para aqueles que estudavam em escolas particulares, esse número al-
cançava 62% – ou, de outra forma, 66% dos alunos que dispunham de computador em seus domicílios
estavam no sistema privado (Bessa; Tápia, 2003).

Entretanto, se o acesso residencial contempla uma análise importante sobre a disponibilidade de com-
putadores e telefones fixos e celulares, questões que dizem respeito a essas tecnologias fora dos do-
micílios, assim como as motivações, frequência, intensidade e barreiras para o seu uso, somente po-
deriam ser contempladas em uma pesquisa específica do tema.

A pesquisa "Hábitos de leitura e uso da Internet", resultado do convênio entre a Fundação Seade e a
Imprensa Oficial do Estado – Imesp, foi capaz de avançar significativamente nesse campo, com uma
investigação específica sobre o uso da Internet em suas múltiplas dimensões.6 A pesquisa permitia
avaliar, entre outras questões, o uso da rede mundial de computadores fora das residências e explorar
as barreiras que impediam os indivíduos de acessar as redes digitais, segundo várias segmentações
(renda, gênero, faixa etária, cor e escolaridade).

Segundo os dados da pesquisa, a proporção de indivíduos que acessam a Internet é de 18,9% na


RMSP, sendo a proporção de domicílios com internautas de apenas 8,5% dentre aqueles com
renda per capita de até meio salário mínimo. A maior parte acessa a web nos domicílios (61,7%) ou
no trabalho (46%). O acesso compartilhado em lugares públicos é utilizado por apenas 16% dos indi-
víduos, sendo ainda menor o acesso pela escola e pela universidade (12,3%). Esses dados indicam o
espaço para uma política de infoinclusão, uma vez que o acesso à Internet ainda é extremamente
dependente dos recursos despendidos pelos próprios indivíduos e pelas empresas.

Conforme Bessa e Tápia (2003: 88), "a distribuição dos bens e serviços decorrentes das novas tecno-
logias digitais leva à apropriação desigual dos seus benefícios, e esse processo não decorre do tempo
relativamente pequeno entre a chegada da Internet no Brasil e o levantamento das informações da
pesquisa, como alguns poderiam sugerir. Mais do que isso, os dados mostram que o entrelaçamento

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

entre a concentração de renda e o nível de escolaridade, por um lado, e o acesso a computadores, de


outro, colocam obstáculos de fundo estrutural que podem vir a auto-reforçar os níveis de exclusão já
existentes e que estão longe de ser resolvidos pelas políticas tradicionais."

Governo Eletrônico

A discussão sobre Governo Eletrônico demarca um compromisso recente de proposições na forma do


exercício da democracia e da administração pública. Consequentemente, não há ainda uma agenda
para produção de informações desse âmbito entre instituições estatísticas, sendo os levantamentos
limitados à produção de indicadores em relação à expansão dos serviços públicos pela Internet, mais
com a finalidade de divulgação do esforço das administrações governamentais em produzir serviços
pela WEB do que em instituir um conjunto de indicadores com requisitos estatísticos propriamente ditos.

A Fundação Seade, além de cumprir papel estratégico no governo eletrônico como núcleo de produção
de informações para monitoramento das políticas públicas e transparência das ações governamentais,
desenvolve atividades para o levantamento de estatísticas voltadas para ações nessa área. As infor-
mações estão centradas na coleta de informações diretas obtidas pela Pesquisa Municipal Unificada –
PMU e na montagem do "Guia da Oferta de Informações e Sistemas do Governo do Estado de São
Paulo".

Na primeira versão da PMU, a coleta destinava-se a observar a difusão dos equipamentos de informá-
tica entre as várias instâncias da administração pública municipal. Após algumas tentativas pioneiras
para a obtenção de dados de forma mais eficiente, em 1999, chegou-se a um levantamento de infor-
mações mediado por uma concepção conceitual bem mais definida – passa-se da noção genérica de
"informatização" para o conceito integrado de "Governo Eletrônico". Isso se deu em função do próprio
amadurecimento da discussão nos núcleos de inteligência das administrações públicas e nos fóruns
acadêmicos, voltados para temas estratégicos, como democracia e participação.

Embora não haja ainda consenso para a definição precisa de governo eletrônico (assim como para a
definição de comércio eletrônico, como veremos adiante), já se notam algumas linhas de concordância
sobre seus aspectos mais importantes. O governo eletrônico não significa apenas o uso da Internet
para tornar disponíveis informações e serviços aos cidadãos de forma ininterrupta, onde e no momento
que eles os desejam. Governo eletrônico implica o desenvolvimento de uma estratégia para implemen-
tar formas mais eficazes, descentralizadas e transparentes de gerenciamento público, além de garantir
a todos os benefícios da Sociedade da Informação dentro de uma perspectiva democrática e de coesão
social.

Nesse sentido, a estrutura da PMU de Comunicações e Informática é organizada em torno de alguns


eixos básicos: disseminação de serviços a distância, infra-estrutura digital, Internet, política de recursos
humanos, parcerias e políticas de inclusão digital e comércio eletrônico. Em um plano mais concreto,
são investigados a disseminação dos recursos físicos ligados às tecnologias de informação e à infra-
estrutura de telecomunicações (parque de computadores, recursos multimídia, existência de redes de
comunicação e da Inter e Intranet), as aplicações de recursos telemáticos como instrumento de gestão
administrativa e o esforço dos municípios no que se refere a treinamento e capacitação na área de
informática.

Além disso, investigam-se as prefeituras que dispõem de páginas na Internet, indicando as informações
de utilidade pública e serviços disponíveis na página e os recursos oferecidos para a interação on-
line entre a administração municipal e os cidadãos (e-mail, chats, grupos de discussão, etc.), busca-se
identificar tanto a existência de diretrizes programáticas de difusão de novas tecnologias, como políticas
de universalização de acesso público a redes de comunicação de dados e à Internet, por meio da
disseminação de terminais on-line em quiosques, bibliotecas, postos de saúde, escolas, etc. e verifica-
se se os esforços das prefeituras na área da política da informação são realizados mediante parcerias
com o setor privado e os setores não-governamentais.

Os resultados da primeira PMU apontam para um quadro representativo da estrutura do governo ele-
trônico entre as prefeituras.

Embora a temática relacionada ao Governo Eletrônico tenha importância crucial para a construção de
novas relações entre o chamado "poder local" e os cidadãos, no Estado de São Paulo a maioria delas
ainda não assimilou importantes elementos que compõem a agenda pública focalizada na Sociedade
da Informação. A incorporação das novas tecnologias da informação, que parece se dar em níveis

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

acelerados, não tem revelado os efeitos desejáveis sobre a performance do setor público municipal
como, por exemplo, maior transparência na administração ou fortalecimento da "cidadania eletrônica".

O esforço para a assimilação de novas tecnologias é impulsionado pela necessidade de informatização


mais imediata de alguns setores da administração municipal, sobretudo pelas demandas da Secretaria
de Finanças (dada a necessidade de organizar a arrecadação municipal), e também nas áreas sociais,
cujas relações com outras instâncias governamentais (convênios, repasses, etc.) exigem a informati-
zação dos dados. Sintoma da pouca importância que as prefeituras conferem ao governo eletrônico é
o fato de somente 21% delas contarem com alguma estrutura administrativa, formalizada e com capa-
citação específica, voltada para a gestão da TI (núcleos, secretarias, centro de processamento de da-
dos, etc.).

A inserção das prefeituras na web por meio de home pages alcança 19% das administrações no Estado
de São Paulo, em relação a 83% nos Estados Unidos. Predominam sites pouco estruturados em infor-
mações de serviços de utilidade pública ou mecanismos de interatividade para o alargamento da parti-
cipação popular em espaços virtuais de discussão (fóruns, salas de debates, murais virtuais).

Nesse sentido, os serviços on-line limitam-se a um centro de informações com perfil "estático" (apenas
relacionando políticas, serviços e procedimentos). São poucos os que se estruturam em função de uma
postura "dinâmica" (serviços realizados prontamente por meio do envolvimento de todos os setores da
administração pública).

Vale notar que a discussão sobre a difusão das novas tecnologias da informação e a gestão pública
ganha espaço no âmbito das ações estratégicas do Estado em diferentes níveis (federal, estadual e
municipal) e nas instâncias do poder legislativo e judiciário (Takahashi, 2000).

As experiências mais reconhecidas estão ligadas à declaração do imposto de renda pela Internet e ao
sistema eleitoral em meio eletrônico, ambas de referência internacional.

Entretanto, no âmbito dos governos estaduais, algumas experiências têm ocorrido para racionalizar o
processo de compras, com a montagem de pregões eletrônicos e a informatização do sistema de arre-
cadação e gestão orçamentária, cujos efeitos mais imediatos são: redução dos custos de arrecadação,
diminuição do volume de transações realizadas em papel e de erros de preenchimento e agilidade para
a identificação de contribuintes devedores ou omissos.

Guia da Oferta de Informações e Sistemas

Outra pesquisa realizada com objetivo de mapear a infra-estrutura do parque de informática e a dispo-
nibilização de serviços públicos é o Guia da Oferta de Informações e Sistemas que visa dar visibilidade
ao acervo de informações do Estado de São Paulo por meio da divulgação dos sistemas informatizados
em operação, localizados nas diversas Secretarias e órgãos vinculados.

Além de mostrar quais são e onde estão as principais informações produzidas e armazenadas pela
administração pública estadual, facilita o acesso às informações e estimula o seu uso, bem como o
intercâmbio de experiências entre órgãos, incluindo a troca de sistemas e informações operacionais.

O Guia possui dois módulos: no primeiro, estão reunidas informações a respeito dos sistemas informa-
tizados, fornecendo dados individuais sobre cada sistema desde as principais características dos ban-
cos de dados e sistemas gerenciais existentes no Estado, tais como nome, situação atual, ano de
implantação, objetivo, assuntos específicos, natureza, meios de acesso e disponibilização das informa-
ções, softwares utilizados e tipos de saídas possíveis, além de dados sobre o responsável pelo sistema.

No segundo módulo, são abordados os aspectos relativos aos ambientes de informática, mostrando a
situação da área de informática nas instituições públicas estaduais, no que se refere a ambientes, equi-
pamentos, programas e recursos humanos existentes.

A constituição dos ambientes é feita de forma detalhada (grande e médio portes, microinformática,
internet e intranet); os equipamentos, formas de conexão utilizadas e pessoas alocadas no setor de
informática por tipo de atividade e nível de escolaridade também são levantados.

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Cabe ressaltar que a base de dados é composta de maneira desagregada, por secretarias e órgãos do
governo estadual, contudo permite delinear o perfil da informática no Estado constituindo um instru-
mento valioso para os estudos futuros.

Comércio Eletrônico

A Tecnologia da Informação e Comunicação constitui um novo campo que começa a ser explorado por
instituições como agências estatísticas e de governo, institutos de pesquisas, consultoria e planeja-
mento e pela área acadêmica. Um bom exemplo dessa condição envolve as contradições originadas
em torno do comércio eletrônico, ou e-commerce.

Desde sua incursão, a definição de comércio eletrônico tem sido a fonte de muitos debates. Mediante
a exigência de conhecimento ditada pelo cenário socioeconômico internacional, discute-se um arca-
bouço teórico, de medidas estatísticas e de definições a serem adotadas para melhor compreender a
interação entre tecnologia e o processo de negócios.

Desse modo, discute-se sobre a identificação de oportunidades, o aperfeiçoamento das aplicações de


estudos e políticas, a aquisição de maior entendimento e melhor visão de todos os atores econômicos
e seus objetivos e a revisão de pressupostos já estabelecidos.

Além disso, investiga-se a maneira mais acertada de produzir índices que retratem a intensidade e o
impacto do comércio eletrônico, possibilitando fundamentar critérios e diretrizes para modelos teóricos,
metodológicos e conceituais que permitam o incremento da comunicação e a colaboração entre em-
presas, o desenvolvimento e aperfeiçoamento de previsões para futuras necessidades no âmbito da
sociedade da informação.

Tantas incógnitas confirmam a necessidade de estabelecer um conjunto de conceitos que permitam


compreender melhor a nova economia.

Entrementes, segundo Porcaro, pode-se verificar que a maioria das definições existentes de e-com-
merce difere de alguns elementos centrais: abrangência das atividades e/ou os tipos de transações
incluídas na definição ampla (comércio, transporte, marketing, propaganda, saúde, educação, enge-
nharia, serviços de informação, concorrência pública, etc.) ou restrita (somente comércio varejista e
entrega eletrônica).

O que se tem hoje são descrições, das definições muito abrangentes às muito limitadas, que variam
conforme a procedência, ou seja, diferem de acordo com cada pesquisa, com quem a elabora e com o
local em que é feita. Com o adendo de serem frequentemente posicionadas mais por questões políticas
e/ou mercadológicas que por propostas práticas de mensuração.

Isso porque os agentes econômicos têm muito a ganhar com o estabelecimento de seu envolvimento
nesse novo seguimento. Consequentemente, os principais atores inseridos nessa empresa também
estão trazendo sua própria definição, dirigida exclusivamente por imperativos de marketing, visando
estratégias planejadas para conseguir vantagens na economia digital.

Um desafio adicional ao esclarecimento do tema é ocasionado pelo contínuo desenvolvimento da mi-


croeletrônica, da computação (hardware e software), das telecomunicações, da optoeletrônica e da bi-
otecnologia, responsável pela alta velocidade das mudanças nas estruturas das transações eletrônicas
e na natureza dos processos de negócios, produzindo transformações nas referências usadas para
apreender a economia eletrônica.

A respeito da novidade desse âmbito, pode-se citar a decisão da Organisation for Economic Co-opera-
tion and Development (OECD), que apenas em abril de 1999 decidiu criar um grupo para compilar
definições politicamente relevantes e estatisticamente viáveis a respeito de comércio eletrônico (Colec-
chia et al., 2000:10).

Idealmente, a intenção desse conjunto de especialistas é desenvolver uma definição realística, facil-
mente compreensível e mensurável, ampla o bastante para ser mantida com o decorrer do tempo, além
de estreita o bastante para constituir uma concepção objetiva.

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Uma referência fundamental é a OECD. Estudando suas muitas publicações torna-se evidente o tom
ponderado de suas asserções. Contudo, após esclarecer a dificuldade de mensurar o comércio eletrô-
nico (a diversidade dos conceitos, a incompatibilidade de muitas estatísticas oficiais e a heterogenei-
dade das fontes privadas, etc.), a ela pode ser atribuída a seguinte definição: comércio eletrônico refere-
se geralmente a toda forma de transação relacionada com atividades comerciais, incluindo organiza-
ções e indivíduos que estão baseados no processo e transmissão de dados digitalizados, incluindo
texto, som e imagens (OCDE, 1997).

Concomitantemente, Statistics Canada descreve comércio eletrônico como uma forma de conduzir ne-
gócios, uma "transação" que compreende a transferência da posse ou da propriedade de uso de recur-
sos tangíveis ou intangíveis e que deve ser mediada necessariamente por meio do uso de computado-
res. Na mesma linha a Electronic Commerce in Canada apresenta duas definições. A definição "téc-
nica" diz ser o comércio eletrônico uma atividade comercial conduzida por meio de redes que ligam
dispositivos eletrônicos (principalmente computadores).

Na definição "básica" o comércio eletrônico é tido como uma maneira barata de conectar computadores,
a fim realizar as tarefas que tradicionalmente têm absorvido muito tempo e dinheiro dos negócios. Coi-
sas como a venda de produtos, faturas, controle de inventários e comunicação com clientes e fornece-
dores. Já o U. S. Bureau of the Census define-o como algum processo que uma organização de negó-
cios conduz mediado por rede de computadores (Mesenbourg, 2001).

O Eletronic Commerce Promotion Council of Japan ao questionar o que é comércio eletrônico, expõe
a seguinte resposta: comércio eletrônico suporta uma infinidade de atividades – design de produto,
fabricação, anúncio, transações comerciais, estabelecimento de clientes –- usando uma variedade de
tipos de redes de computador (ECOM, 1996 apud OCDE, 1997). Segundo a European Information
Technology Observatory, comércio eletrônico é o suporte das atividades de negócio que conduzem a
troca de valores por meio das redes de telecomunicações (EITO, 1997 apud OCDE, 1997).

Para a Comissão Européia, comércio eletrônico está baseado no processamento e transmissão eletrô-
nica dos dados e abrange diversas atividades, incluindo negociação eletrônica de bens e serviços,
entrega on-line dos conteúdos digitais, transferência eletrônica de fundos, negociação eletrônica de
ações, transmissão eletrônica de notas promissórias, pesquisas on-line, requerimento público, marke-
ting direto ao consumidor, serviços de pós-venda, etc. (Commission Europeu, 1997 apud OCDE, 1997).
A World Trade Organization (WTO), por sua vez, apresenta-o como a produção, anúncio, venda e dis-
tribuição de produtos por meio de redes de telecomunicação.

Entretanto, verificaram-se diferentes enunciações até em publicações da mesma instituição, refletindo


que, na verdade, nenhuma das definições constituiu um conceito conclusivo, o que torna ainda mais

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evidente a variedade de significados e amplitudes existentes tanto nos diversos grupos que estudam o
assunto como nos vários países.

Uma estratégia que parece cada vez mais consensual, dá-se no plano dos temas relevantes para a
abordagem do comércio eletrônico e que seriam objeto de pesquisa direta. Segundo Porcaro (2001),
esses temas se dão apenas em torno dos aspectos relativos a mensuração propriamente dita das tran-
sações eletrônicas, mas circunscreve um núcleo de questões que incidem sobre as condições de ex-
pansão dessas atividades. Nesse sentido, as pesquisas devem comportar questões que revelem os
aspectos relativos a barreiras, uso, infra-estrutura e impactos do comércio eletrônico sobre as ativida-
des das empresas.

Barreiras – Com toda a disseminação tecnológica e investimento por parte das empresas para propiciar
cada vez mais a comodidade do consumidor e, consequentemente, ultrapassar a concorrência, vários
setores ou empresas ainda não adotaram o comércio eletrônico como prática. Para perceber quais são
os principais empecilhos, tanto no que diz respeito à infra-estrutura, quanto ao uso por parte dos con-
sumidores e/ou fornecedores e a falta de capacitação dos funcionários com as novas tecnologias, per-
guntou-se às empresas quais elementos poderiam estar envolvidos com esses aspectos impeditivos.

As barreiras que dificultam o progresso do comércio eletrônico podem ser identificadas por aspectos
como o ainda restrito acesso e uso da Internet, a baixa instrução e treinamento em informática, a falta
de proficiência em língua estrangeira ou o simples desconhecimento do assunto. As ações do setor
público (má-coordenação ou regulamentação, por exemplo) e as questões políticas e legais também
constituem impedimentos para o bom desenvolvimento do e-commerce.

Até mesmo elementos "culturais" podem representar obstáculo, visto que a comercialização por esse
meio depende da existência de um sentimento de segurança do consumidor que precisa depositar
confiança na companhia da qual está comprando, ou seja, que poderá efetuar o pagamento e o produto
será entregue ou o serviço prestado, protegendo a sua privacidade e impedindo quaisquer tipos de
contratempo. Ademais, a própria confiança proporcionada pela estrutura que o suporta é um fator "ins-
titucional" que deve ser levado em consideração.

Em todos esses casos, surge a necessidade de captar as informações com um recorte apropriado no
qual, em pesquisas domiciliares, é essencial obter os resultados por faixa etária, gênero, nível educa-
cional, ocupação e renda. Concomitantemente, pela perspectiva das pesquisas econômicas, o ano de
constituição da empresa, características do(s) proprietário(s), segmentação por porte, receita e setor
de atividade, localidade em que está instalada, capacitação exigida e treinamento oferecido pelas em-
presas são alguns exemplos das variáveis fundamentais a serem estudadas.

Uso – Em um quadro de crescente competitividade do mercado, a eficiência torna-se um fator funda-


mental para determinar a diferenciação de produtos e serviços, estabelecer nichos de mercado, manter
e buscar novos clientes. Desse modo, a tendência em se optar por um tipo de relacionamento comercial
via Internet aparece como uma ótima alternativa.

Hoje, o volume do comércio eletrônico é relativamente pequeno. Entretanto, ele está crescendo rapi-
damente, evolução ligada a elementos como o aumento da confiabilidade do sistema, a redução do
tempo de transação e de custos operacionais, expressos em tudo aquilo que envolve o seu uso – a
intensidade, o volume, o valor, a qualidade, a eficiência e a natureza das transações.

Em vista disso, em alguns países como os Estados Unidos investigam-se, por exemplo, o custo com-
parativo da aquisição e o tempo para a entrega do produto ou a satisfação do cliente e a qualidade do
relacionamento com o fornecedor, com o objetivo de calcular a capacidade para a realização do co-
mércio eletrônico.

Infra-estrutura – Todos os aspectos estão fortemente interligados, o comércio eletrônico exige tecnolo-
gias e serviços de telecomunicações eficientes e amplamente disponíveis e isso envolve a utilização
de computadores, roteadores e outros hardwares envolvidos na interconexão, satélites e comunicação
de redes de fibra ótica e sem fio, sistemas, aplicativos, etc.

Da mesma forma, forte impressão do impacto ocorre quando observamos o mercado de trabalho, já
que para suportar processos de negócios eletrônicos e conduzir transações on-line são necessários
serviços de suporte, tais como desenvolvimento e hospedagem de sites, consultorias, pagamentos ele-
trônicos e capital humano, como programadores, analistas, projetistas e especialistas, utilizados nos

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negócios e comércios eletrônicos. Busca-se, assim, a adequação dos currículos levando em conta as
maneiras de proporcionar aos profissionais capacitação suficiente para o desempenho oportuno das
funções definidas por essas novas formas de atividade, em um esforço de desenvolver as capacidades
humanas, com ênfase na educação e emprego, nos setores mais diretamente afetados pelas TICs.

Impactos – Por fim, deve-se ressaltar que as medidas estatísticas sobre os impactos do e-commerce
vêm recebendo, ainda, pouca atenção (Porcaro, 2001). Contudo, importantes exemplos de levanta-
mentos puderam ser citados e mais poderiam ser mencionados. Desse modo, por intermédio de tais
pesquisas, a avaliação das variáveis pesquisadas ajudará a responder algumas questões: o número
de computadores das empresas pode indicar o grau de informatização em um setor de atividade eco-
nômica.

Indicadores de conectividade oferecem uma visão do nível de conexão das empresas com o mundo
digital. Uma análise dos motivos que levam a empresa a não utilizar o comércio eletrônico permite
inferir onde os investimentos devem ser feitos. E assim por diante, envolvendo um conjunto de infor-
mações que permitem entender melhor as mudanças e diferenças nas dinâmicas, nos padrões e na
difusão das novas tecnologias.

Esses aspectos são importantes para se entender como foi feito o levantamento de informações sobre
o tema pela Pesquisa da Atividade Econômica Paulista – Paep. No caso da primeira versão da pes-
quisa, em 1996, considerava-se que o levantamento de informações sobre tecnologias de informação
e comunicação entre as empresas era um elemento fundamental para a descrição do processo de
reestruturação produtiva, dado que esse processo vem alterando as formas de produção e distribuição
das corporações empresariais.

A emergência de "novos modelos de negócios" surge na esteira da ampliação das redes corporativas
e do rápido desenvolvimento das redes corporativas de transmissão de dados, que possibilitam a hie-
rarquização das redes de valor em torno de novos modelos organizacionais. Nesse sentido, as infor-
mações sobre TICs se limitaram à captação de dados relativos ao parque de computadores e às redes
de transmissão de dados.

O levantamento permitiu inferir o nível de difusão das redes digitais locais (LAN) e redes de longas
distâncias – WAN entre as empresas. A existência de redes para transações econômicas com forne-
cedores, clientes e outros agentes foram abordados com a finalidade de se observar a formação de
elos comerciais e produtivos na cadeia de suprimentos no que se convencionou chamar de supply
chain management, conceito que então organizava a abordagem da pesquisa no capítulo de tecnolo-
gias de informação.

A segunda versão da pesquisa apresentava modificações importantes, construídas por algumas dire-
trizes. No capítulo de tecnologia da informação o conceito de infra-estrutura é ampliado com informa-
ções sobre a velocidade de conexão de rede e aprofundam-se as questões relativas ao uso da Internet.
Em que pese a ausência de um consenso sobre a melhor metodologia para a apuração do que se
convencionou chamar de "comércio eletrônico", esse tema ganha destaque e amplia sua importância
na pesquisa, com um capítulo exclusivo dedicado ao tema.

Foram apropriadas questões das pesquisas realizadas em vários países, destacando-se as do Canadá
e dos Estados Unidos. Em termos gerais, foi construído um núcleo de questões que segue de perto as
recomendações observadas internacionalmente: levantar informações a respeito de barreiras, infra-
estrutura e impactos, seguindo muito de perto a proposta canadense. Entretanto, como a definição de
comércio eletrônico do Canadá mostrou-se por demais restrita, resumindo-se basicamente a Internet,
a opção da Paep foi mais flexível, oferecendo uma definição suficientemente genérica, como sugere a
experiência americana.

A fim de superar o conflito entre definições fechadas ou genéricas de comércio eletrônico, foram inves-
tigados separadamente os canais mais comuns de vendas por meio eletrônico, sejam tradicionais (car-
tões de crédito on-line, cheque eletrônico, etc.), sejam aqueles mais modernos (Internet, EDI, web-
EDI), a fim de possibilitar que os pesquisadores e usuários pudessem compatibilizar as informações
extraídas da Paep com suas opções metodológicas particulares.

Outro elemento fundamental apropriado pelas pesquisas econômicas é o peso dos setores de tecnolo-
gia que tornam a economia digital possível. Isso coloca modelos de análise para a Economia da Inter-

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

net, na qual o Setor Informacional tem um recorte horizontal na perspectiva da convergência dos seto-
res de segmentos específicos do comércio e serviços de telecomunicações, informática e audiovisual.
Entretanto, além desses serviços, são de fundamental importância os domínios da indústria eletroele-
trônica e informática, fornecedores de equipamentos esoftwares de rede e banco de dados, os quais
determinaram as condições de oferta de infra-estrutura das novas infovias digitais. Entretanto, há ainda
no plano internacional uma intensa discussão sobre os contornos mais precisos desse novo arranjo de
atividades (Zabelsky, 1997; Colecchia, 2001).

Esse grupo de segmentos apresenta forte concentração de investimentos e rápido crescimento ao


longo dos anos 90, impulsionando o ciclo de acumulação da economia dos países desenvolvidos (De-
partamento de Comércio, 1999), compreendendo desde a produção de computadores e softwares até
os serviços de comunicação de voz, imagem e dados.

Sistema de Informação Gerencial

Em todos os meios da sociedade, as tecnologias da informação, estão presentes. Através delas, o


mundo consegue reorganizar e dar prosseguimento à reforma econômica mundial. O que antes era
inacessível, tornou-se de fácil acesso justamente por conta das vantagens oferecidas pela evolução da
computação, comunicações e informática.

Essa evolução também atinge o departamento de compras da administração pública municipal, onde
produz a agilidade de serviços, do maior controle às atividades e melhor qualidade nos relatórios, que,
darão suporte aos gestores na tomada de decisão, auxiliando de forma que se possa tomar decisões
embasadas em informações claras, corretas e acertadas.

Um sistema de informação gerencial resulta da reunião e conversão dos dados anteriormente recebidos
em informações de poder decisório. São encarregados da armazenagem de dados, acomodá-los de
modo que não sejam apenas elementos vazios e se transformem em informações válidas para a gestão
das decisões de um órgão no momento em que for solicitado.

Em suma, Oliveira (2010) afirma que os sistemas de informação empregados de modo correto benefi-
ciam gestores por trazerem progresso nas atividades realizadas e melhoria nas decisões tomadas, em
virtude de as informações estarem disponíveis a todo momento e serem precisas.

Entre as principais razões, os gestores precisam de uma gama de informações, para efetuar análises
exatas que auxiliarão em qualquer processo decisório.

Por essas razões é necessário que o gestor tenha em posse alguma ferramenta que de suporte tecno-
lógico suficiente para absorver dados, transformá-los e gerar informações que servirão para dinamizar
e desenvolver a organização. Em síntese, tomar decisões envolve todo um processo, que tem como
parâmetro o alcance dos objetivos, a consulta dos que serão afetados com aquela resolução, econo-
mia, mercado, política, dentre várias outras condições que poderão alterar e moldar essas decisões.

A evolução nas diversas áreas do mercado, política, economia, e no mundo fazem com que os gestores
busquem técnicas para lidar com essas mudanças.

Os que não acompanham esse desenvolvimento se tornam vulneráveis, pois as situações em que ne-
cessitam de embasamento para serem resolvidas acabam sendo conduzidas pelo feeling do gestor,
que são as decisões baseadas na intuição. É nessa fase de revolução das organizações e tecnologia
que, boa parte da gestão pública, é caracterizada por ser ineficiente, incapaz, ineficaz, impossibilitando
de solucionar seus impasses com respostas ágeis, instaurar políticas públicas coerentes, e proporcio-
nar o bem-estar no município.

Para que a administração pública municipal consiga realizar suas funções e atender aos critérios reno-
vados entre poder público e população se faz necessário o emprego de sistema de informação geren-
cial que permita a formação de políticas e apuração organizada dos resultados.

Gil (2010) define que “[...] Os sistemas de informação concebem uma reunião de recursos humanos,
materiais, tecnológicos e financeiros ligados de acordo com uma sequência lógica para o processa-
mento dos dados e a correspondente tradução em informações”. Por consequência dessas abordagens

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

desponta o seguinte questionamento: Quais as vantagens e benefícios que o uso de sistemas de infor-
mações gerenciais pode trazer ao auxílio na tomada de decisão no departamento de compras da Pre-
feitura municipal de Picos?

Nesse ínterim, a pesquisa tem como objetivo analisar o uso do sistema de informação gerencial e
verificar sua importância no processo decisório no departamento estudado, identificando como se dá o
processo de alimentação de dados ao sistema e quais as informações geradas por ele.

Fundamentação Teórica

Dados

Os dados são a base de um produto, de algo que virá a ser obtido num futuro, a curto ou longo prazo,
chamado de informação. Eles podem surgir de variadas fontes, sendo ampla a forma de agregá-los.

“Considera-se como um dado a representação convencionada de uma grandeza qualquer, um sinal ou


código, expresso em unidades padronizadas, podendo ser obtido por observação, medição ou pro-
cesso automático” (JAMIL, 2006, p. 17).

O dado também poderá ser apresentado como:

[...] átomos de matéria-prima a ser trabalhada pelo homem. É o nível simbólico irredutível, no qual a
codificação alfanumérica nos permite transformar a matéria-prima de um lado para outro, como tantos
grãos ou sacos de arroz. Os dados são inerentes. São granulares. Podem ser armazenados e trans-
portados, a despeito de seu significado (ALBRECHT, 1999, apud SOUZA, 2008, p. 21).

Chiavenato (2009), afirma que um dado “é apenas um índice, um registro, uma manifestação objetiva,
passível de análise subjetiva”. Quando ordenados, relacionados e abrigados, são suporte para geração
da informação, mas, ele sozinho, sem relação com outros dados, não terá valor.

Comumente, os dados possuem uma relação com a informação, em contexto direto, sendo que eles
serão agrupados e desenvolvidos, tendo como consequência, a informação (JAMIL, 2006). Desta ma-
neira, os dados terão papel fundamental para erguer a informação.

Informação

A informação é a consequência do que foi conseguido através do aprimoramento e junção dos dados,
ou seja, os dados foram gerenciados, organizados e unidos para um fim em comum, a informação.
Oliveira (2010) ratifica que a informação é o dado trabalhado que permite ao executivo tomar decisões.

As informações resultam do devido tratamento dos dados, que organizados, podem se relacionar para
dar suporte no processo decisório aos gestores. Jamil (2006) considera a “informação como um ele-
mento composto a partir de um conjunto de dados relevantes para uma análise, contextualizados”.
Assim, entende-se que a informação pode ser utilizada diversas vezes, não havendo desgaste pelo
seu emprego, e sua valia é tida a partir da importância das mesmas em relação aos seus usuários.

Consoante Rezende e Abreu (2006), a informação tem valor incalculável quando é utilizada para per-
ceber ocasiões, configurações e características dos procedimentos, sistemas, recursos, pessoas, tec-
nologias, dentre outros. Assim, essas características podem estabelecer poder para aquele que possuir
aquelas informações. Dessa forma, fica entendido que a informação não se restringe a somente ao
meio interno, pois para o desenvolvimento de uma boa gestão o departamento deverá se inteirar sobre
tudo que acontece no mundo, analisando e filtrando o que realmente é de importância para suas ativi-
dades.

Sistema

Ao abordar sobre sistema, Oliveira (2010) garante que consiste em um aglomerado de frações intera-
gentes e interdependentes que, em conjunto, compõem um todo unitário com propósito fixado e cum-
pram determinada função.

Este termo também poderá ser estabelecido como “um conjunto de funções logicamente estruturadas,
com a finalidade de atender a determinados objetivos” (CASSARRO, 2010).

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

Em uma definição mais robusta, Chiavenato (2009) explica que sistema é um agrupado de partes ou
unidades dinamicamente relacionadas entre si, gerando uma operação para cumprir uma meta, traba-
lhando sobre as entradas e possibilitando saídas processadas. Com isso, torna-se claro perceber que
o sistema é constituído por dados, que são a matéria base para a geração das informações, por meio
de organização feita através de um sistema.

Sistema de Informação

Em conformidade com alguns atores, o sistema de informação, tem condições de dar estrutura ao
processo decisório, poder aos gestores e funcionários para que possam analisar e entender situações
diversas e solucionar problemas.

Conforme Rezende e Abreu (2006), um sistema de informação:

Pode ser definido como processos de transformação de dados em informações que são utilizadas na
estrutura decisória da gestão e que proporciona a sustentação administrativa, visando à otimização dos
resultados esperados.

Guerreiro (2006, apud SILVA et al., 2007) salienta que os gestores possuem uma ampla dependência
do recurso informação. Por sua vez, a informação necessita ter uma definição lógica para o gestor, e
os sistemas de informações precisam ser estruturados de maneira que atenda com eficiência as defi-
ciências informativas de seus usuários.

Já O’Brien (2010), contempla um conceito mais robusto, dizendo que um sistema de informação é um
complexo que recebe recursos de dados como entrada e os processa em produtos de informação como
saída. Ainda diz que um sistema de informação necessita dos recursos humanos para poder ter funci-
onamento, de hardware, software, dados e redes para realizar as ações de entrada, processos, produ-
ção, armazenagem e controle que convertem recursos de dados em informações.

Um sistema de informação deverá suportar todas as fases do processo de gestão, desde o planeja-
mento, passando pela execução e controle, garantindo a integração e organização entre as etapas.

Por fim, Laudon (2004) diz que um sistema de informação é estabelecido como uma associação de
componentes inter-relacionados que realizam a coleta, processamento, armazenagem e distribuição
das informações que serão remetidas ao apoio do processo decisório.

Analisando a abordagem de cada autor é viável dizer que os sistemas de informações recebem os
dados, fazem todo o processo necessário de unificação e transformação em informações, e repassam
ao usuário, no momento solicitado, os resultados. É necessário lembrar que, o sistema fará toda essa
ação de construção da informação se o mesmo estiver “alimentado” com informações válidas, coeren-
tes e suficientes que serão adquiridas através da ação do usuário.

Logo após o abastecimento com os dados necessários o sistema estará preparado para o processo de
preparação das informações. Também será função do usuário entender os relatórios e resultados for-
necidos pelo sistema e definir como as informações geradas poderão ser utilizadas de maneira que se
tenha os melhores resultados.

Sistema de Informação Gerencial

Em conformidade com Cruz (2009), um Sistema de Informação Gerencial (S.I.G.), é um conjunto de


pessoas, equipamentos, processos, documentos e troca de informações, que coleta, valida, realiza
operações, passa por modificações, armazena e expõe os dados para serem utilizados no planeja-
mento, orçamento, contabilidade, controle e outros processos gerenciais para vários propósitos admi-
nistrativos.

Para Oliveira (2010), SIG consiste no processo de conversão dos dados em informações, que são
empregadas no processo da tomada de decisão, possibilitando um maior amparo administrativo para
aprimorar os resultados objetivados.

Um Sistema de Informação Gerencial precisa englobar as informações fundamentais para o desenvol-


vimento do planejamento e do controle, fornecendo informações satisfatórias e exatas numa constância

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

necessária que permita que os responsáveis pela leitura compreendam e tenham condições de aplica-
las da melhor forma.

Desenvolvido pela Fiorilli Soc. Civil Ltda.- Software, com matriz na cidade de São José do Rio Preto –
SP, e filial em Teresina – PI, o SCPI possui a finalidade inicial de atendimento às normas legais, orça-
mento, contabilidade e balanços. Com o tempo, foi aperfeiçoado e se tornou essencial ferramenta de
gestão da Administração Pública Municipal. Possui as seguintes ferramentas de apoio à gestão:

u CONTAS: Dá suporte nos lançamentos, permite acompanhamento inteligente de todas as responsa-


bilidades, atendendo as condições legais;

u COMPRAS: Acompanha o gestor e usuário em todo o processo de compras, da ação mais simples,
a formalização de uma compra, passando por todo o procedimento licitatório, fases da despesa, regis-
tros de entradas e saídas de almoxarifado e controle de frota;

u PATRIMÔNIO: Possibilita gerir o patrimônio, conduzindo todos os passos de movimentação física e


financeira;

u DIÁRIO/RAZÃO: Possui registro de todos os lançamentos (orçamentário, financeiro, patrimonial e


econômico) isolados e conjuntos para cada fundo ou entidade da administração direta;

u ENSINO: Todos os demonstrativos para suporte dos dispositivos e normas legais. Análises e de-
monstrativos para acompanhamento diário.

Além dessas mencionadas, também oferece controle de entradas e saídas, andamento de pedidos de
compras, aba para cadastros em geral, estoque, solicitações, movimentações, entre outros.

Processo Decisório

Frequentemente, os gestores e responsáveis pela administração pública se defrontam com as mais


diversas situações que devem ser solucionadas com brevidade e precisão, porém, são variadas as
opções de caminho a ser percorrido para chegar no objetivo, a solução da situação. É nesse momento
que se inicia o processo decisório.

A percepção da realidade do que permeia na repartição é de suma importância para que o gestor possa
decidir a melhor opção para a liquidação dos problemas. A percepção deverá ser fundamentada com
relatórios corretos que indicarão o roteiro a ser seguido. Certamente, uma decisão apropriada está
diretamente associada ao uso de informações pertinentes e corretas, que dão apoio e sustentabilidade
à tomada de decisão.

O processo decisório, conforme Oliveira (2010), é a transformação das informações estudadas em


ação. Os desafios impostos aos gestores os levam a procurar informações que mostrem a realidade,
para que todo o processo decisório seja efetivado de maneira que se alcance a finalidade pretendida.

O processo decisório é constituído por diversos elementos, como as condições de indefinição, dúvidas,
riscos, a finalidade desejada, dentro outros. Oliveira (2010) declara que no processo decisório, é por
obrigação ser definido uma orientação que tenha conexão com a decisão escolhida, e ainda classifica
o processo decisório em fases, são elas: a identificação do problema, análise do problema, possíveis
soluções, análise e comparação das possíveis soluções, seleção das opções mais viáveis, implantação
do que foi escolhido, e avaliação final. Dessa forma, fica evidente a relevância teoria decisória, que
mostra os meios pelos quais devem ser passados em procura da resolução mais conveniente para
solução do impasse.

Então, o processo decisório vai depender também do potencial dos gestores no momento em que
definirem a opção a ser seguida em que satisfaça as necessidades da organização.

Sistemas de Informações Gerenciais nas Tomadas de Decisão

O sistema de informação gerencial fornece base de apoio enorme ao gestor, pois ele conta com infor-
mações primordiais para dar fundamentação à todas as decisões a serem tomadas. Partindo disso,
Melo (2006) diz que existe uma grande precisão de que o processo decisório seja fundamentado em

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

sistemas de informações gerenciais, pois eles, juntamente com um processo organizado e bem ali-
nhado levam à convicção que o gestor necessita para definir a melhor opção a ser seguida pela insti-
tuição.

Visto isso, é viável dizer que o sistema de informação gerencial vem a ser um excelente aliado de
qualquer gestor no processo decisório. Certamente, o processo decisório existirá em todas as ativida-
des do gestor, das mais simples às mais robustas, deslocando-se entre planos, processos, coordena-
ção e controle de ações, e o S.I.G. deverá ser utilizado para apoiar todo esse processo de maneira que
traga eficiência e coerência, buscando se antecipar, acertar, planejar, diminuir custos, dando a possi-
bilidade de investimentos em variadas áreas.

A compra consiste em qualquer aquisição remunerada de bens ou serviços, seja de uma única vez ou
parcelada. Ela jamais poderá ser efetuada sem a devida especificação de seu objeto e denominação
dos recursos para efetivação do seu pagamento, sob o risco de anulação do ato e responsabilidade
daquele que lhe deu causa.

A aquisição sempre será realizada por meio de contrato mútuo, com direitos e deveres, e com quitação
de valores como contraprestação de controle do bem ou serviço adquirido.

De acordo com o Art. 9, do Decreto nº 7.892, de janeiro de 2013, que regulamenta o sistema de regis-
tros de preços previsto no art. 15 da Lei 8.666, faz-se necessário a precisão correta para caracterização
do bem ou serviço a ser adquirido, até mesmo descrevendo as respectivas unidades de medida fre-
quentemente utilizadas.

A gestão de compras tem assumido um papel essencial nas instituições privada e pública. Na gestão
pública, as compras são definidas como funções administrativas encarregadas gerir um sistema de
informação e de acompanhamento que garantam o correto escoamento de bens e serviços, na quanti-
dade apropriada, do melhor fornecedor, no momento correto e com a qualidade necessária para o uso
do que será adquirido. Todas essas características deverão ser ponderadas no processo licitatório.

O meio empregado pela administração pública para executar a compra de bens e serviços é distinto
da maneira em que é realizada na administração privada, gerando indagação por parte dos gestores
sobre como conduzir na administração pública no momento da execução da compra.

O processo de aquisição de bens e serviços na administração pública necessita passar por alguns
procedimentos que a lei determina, onde não deverão avaliar apenas o preço. Os gestores devem
administrar as saídas dos bens de maneira que se tornem duráveis e eficientes. Em geral, não é utili-
zado estoque físico na administração pública, o que pode tornar a distribuição dos bens e serviços
enigmática e sem controle.

Para que os recursos públicos sejam utilizados é obrigatório que exista uma lei que autorize, um ante-
cipado planejamento, juntamente com prévia proteção do recurso, e a execução do processo licitatório,
que tem como propósito a transparência e a publicidade, deixando o processo livre para a participação
de qualquer interessado. É nesse processo de licitação que surgem os possíveis fornecedores que
disputarão a chance de se tornarem os produtores daquele bem ou serviço.

Meirelles (2009) afirma de maneira coerente e organizada que a licitação deve ser colocada como
premissa ao contrato administrativo, pois não existirá contrato sem a existência de uma licitação. Por
fim, reforça que a existência da licitação não obriga contrato futuro.

Mello (2010) refere-se à licitação como um certame, onde os interessados produzem uma disputa para
concorrer ao fornecimento dos bens e serviços, na qual a que apresentar mais vantagens será optada
pela administração pública.

Segundo a Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, as licitações possuem algumas finalidades básicas para
qualquer procedimento licitatório, assim como algumas premissas bem particulares, a seguir: Princípio
da vinculação ao instrumento convocatório, indicando que tanto a gestão como os participantes da
licitação, deverão seguir aos regulamentos do edital, pois ele é tido como instrumento regulatório entre
as partes envolvidas, estando submetido ao monitoramento da legalidade; Julgamento objetivo, a ava-
liação das propostas do licitante devem ser pautadas nos pontos objetivos perante pena de ilegalidade,
noutros termos, proíbe a ação de indicar o de pré-selecionar participantes; Manutenção do equilíbrio

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

econômico financeiro do contrato, onde devem ser priorizados, nos contratos administrativos, a equi-
paração dos contratantes evitando a imparcialidade.

Ainda em conformidade com a Lei nº 8666/93 as modalidades de licitação existentes são: Concorrência,
a mais utilizada, e se aplica às maiores contratações, sendo capaz de substituir outra modalidade.

É obrigatória quando o valor a ser contratado para obras ou serviços de engenharia for acima de 1,5
milhões de reais e, para serviços e compras acima de 650 mil reais; Tomada de preço, tipo de licitação
intermediária, permite participação apenas de licitantes já cadastrados, porém, exceto quando obede-
cida a exigência legal que comprova que terá o cadastramento efetuado e atendendo todas as regras
no prazo de até três dias da data que foi recebida a proposta; Convite, é a modalidade mais simplificada
de licitação, e se adequa às contratações de menor porte, onde o edital não é obrigatório, tendo como
substituto a carta- convite, que é enviada a alguns interessados em participar da licitação; Concurso, é
a modalidade de licitação em que participam qualquer interessado, que necessita de edital e regula-
mento próprio para explicar minunciosamente as qualidade dos participantes, definir comissão que ju-
gará, dentre outros; Leilão, onde pode haver participação de qualquer interessado sem a necessidade
de registro prévio, destinando-se de forma exclusiva a alienação de bens móveis inservíveis da Admi-
nistração Pública; Pregão, objetiva às contratações de bens e serviços comuns, onde o padrão de
comportamento possa ser estabelecido edital.

Em resumo, as contratações realizadas pela gestão pública, devem ser antecedidas por processo lici-
tatório de acordo com o art. 2º da Lei nº 8.666/93, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, que aborda sobre as regras de licitações e contratos da Administração Pública.

A busca brota da necessidade, ela surge da procura constante de interpretar os fatos, e é nesse mo-
mento que surgem os estudos caracterizados pelo uso dos métodos científicos. Tais métodos auxiliam
o relato e validação de um conhecimento. Visto isso, torna-se fácil perceber que a metodologia é um
estudo direcionado às fases de um processo já definido expostos os métodos e ações da pesquisa.
Inicialmente, é interessante que se apresente as tipologias da pesquisa em que o estudo se compõe.
Neste caso, o método utilizado para o desenvolvimento foi exploratório.

Andrade (2003) certifica que a pesquisa exploratória dispõe de alguns objetivos fundamentais, como
disponibilizar maiores informações sobre o conteúdo a ser investigado, demonstrar a delimitação do
tema estudado, acompanhar os objetivos e produção das hipóteses, ou constatar uma nova perspectiva
sobre o tema.

Em relação aos objetivos, o estudo se configura como descritivo, uma vez que objetiva traçar e averi-
guar o perfil compreendido no estudo. A abordagem da pesquisa foi qualitativa, quando não há neces-
sidade de métodos e técnicas estatísticas. Em relação aos procedimentos, estrutura-se de pesquisa de
campo e bibliográfica, pois ela desfruta de informações já documentadas em conjunto com uma nova
abordagem. Tem como universo, espaço que foi desenvolvida a pesquisa, o departamento de compras
da Prefeitura municipal de Picos – PI. O alvo será formado por gestores públicos e funcionários da
administração pública diretamente ligados ao que é proposto pelo estudo.

Para a coleta ou levantamento dos dados, foi feito a aplicação de questionários subjetivos com os
usuários do sistema, a fim de saber quais os recursos tecnológicos usados, de que maneira e qual a
frequência que são utilizados e averiguar a eficiência deles nas rotinas administrativas e no processo
decisório. Foi aplicado a todos os funcionários do departamento em estudo, totalizando 10 participan-
tes, onde os envolvidos terão proteção das informações prestadas

Feito a apuração das informações recebidas, teve início a análise de conteúdo, em conformidade com
as respostas colhidas através dos questionários aplicados, onde foram comparados e analisados em
consonância com a teoria, que trata das vantagens e suporte que o uso de sistema de informação
gerencial traz ao ser usado na gestão de compras da administração pública.

As informações que serviram de base para estudo foram conseguidas mediante questionário aplicado
com os funcionários do departamento de compras, com a intenção de conhecer e entender os benefí-
cios e vantagens que o sistema de informação gerencial traz para a gestão.

O departamento de compras da Prefeitura municipal de Picos conta com 10 funcionários para o exer-
cício de suas atividades, onde todos eles têm contato direto com o sistema de informação gerencial.

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

Ao início do questionário, foi indagado de que forma o sistema é abastecido (dados), e quais os princi-
pais relatórios emitidos por ele. Os respondentes não divergiram em suas conclusões, afirmando que
os dados são fornecidos através de elementos básicos, como nome de participantes das licitações,
cadastro nacional de pessoas jurídicas, endereços, quantidades necessárias para aquisição, dentre
outros. E apontaram que os principais relatórios disponibilizados unificam informações mostrando um
resumo do que lhe foi solicitado, dando uma visão geral de cada processo, ou mais detalhada, aden-
trando de forma que o gestor possa perceber todos os detalhes para dar prosseguimento às atividades.
Alguns dos relatórios correspondem às informações de processos licitatórios, históricos, quantidades
de entradas e saídas dos bens adquiridos, participantes dos processos, solicitações de compras, entre
outros.

Também foi questionado sobre a clareza e facilidade de entendimento das informações produzidas
pelo SCPI, onde os participantes relataram que o sistema possibilita fácil entendimento em relação aos
relatórios, com linguagem simples e objetiva, fornecendo apenas o que foi solicitado, de forma que não
prejudique em nenhum momento da análise.

Logo em seguida, é procurado saber se o uso do SCPI agiliza as operações de modo que se ganhe
tempo para realizar outras atividades do setor. Os respondentes deixaram evidente que com o sistema
informatizado e integrado em uso, os processos rotineiros são executados com rapidez, permitindo que
outras ações sejam cumpridas dentro dos prazos necessários. Este fato é de grande importância, pois
a administração pública é taxada lentidão de processos, o que, nesse caso, é contrariado pelos bons
resultados obtidos com o uso do sistema de informação. Como já dito anteriormente, Oliveira (2010)
aponta o mesmo resultado, afirmando que o uso do sistema de informação gerencial possibilita agili-
dade dos processos, o suporte dado por ele em toda a rede de processos, na rapidez em que as infor-
mações podem ser acessadas e repassadas, controle de estoque mais efetivo, vendas, etc.

Em sequência, foi perguntado aos usuários se eles possuem controle sobre as informações necessá-
rias para a tomada de decisões de forma eficaz, onde ficou claro que com todo o embasamento que os
relatórios disponibilizam, informações que sustentarão as decisões tomadas, torna-se menos compli-
cado de realizar uma análise, pois terão em mãos uma ferramenta que indica todo o parecer de um
processo. E isso é reforçado por Ferreira (2006), que considera incontestável a importância das infor-
mações, em cada uma das fases do processo decisório. O fato de contar com informações adequadas
e de qualidade é de grande relevância para o desenvolvimento de qualquer gestão.

Hoje, um dos grandes argumentos utilizados para a obtenção de um sistema de apoio é a facilidade e
rapidez que as informações são concebidas e compartilhadas a quem necessitar e tiver acesso permi-
tido para as mesmas. Essa assertiva pode ser confirmada com resultado da pesquisa, onde a facilidade
e celeridade de geração de relatórios e informações foram apontadas como algumas das principais
vantagens do uso de um sistema de apoio.

Como abordado outrora, Oliveira (2010) salienta as mesmas vantagens que foram percebidas ao re-
sultado da pesquisa, a segurança das informações, velocidade dos procedimentos, na rapidez em que
as informações podem ser acessadas e repassadas, clareza e facilidade de interpretação, etc. Após
análise, foi constatado que as informações geradas pelo SCPI 8.0 são suficientemente claras e de fácil
entendimento, tal fato, é apontado pelos usuários como de alta relevância, pois para a tomada de de-
cisão correta é indispensável que todos os passos das etapas anteriores sejam desenvolvidas perfei-
tamente, dentre elas, a percepção do que cada relatório emitido pelo sistema relata. Sem dificuldade
para compreensão e leitura das informações, o funcionário ganha tempo e se posiciona à frente de
alguns fatos para que possa, posteriormente, realizar o processo decisório. Assim, quanto maior a niti-
dez das informações, maior a probabilidade de acertos no decorrer do processo, evitando falhas resul-
tantes de má interpretação.

Os funcionários apontam que ter um sistema disponível para auxílio em todos as etapas de um pro-
cesso de compra é de grande valor, uma vez que esse processo já é burocrático por se tratar de órgão
público, onde, por lei, deve-se passar por algumas etapas que são julgadas lentas. Desta forma, eles
avaliam que qualquer apoio que houver para dar agilidade aos processos facilitará o desenvolvimento
e dará flexibilidade para o prosseguimento de outras atividades rotineiras.

Maccari e Sauaia apud Cautela e Polloni (1991) dizem que, o sistema de informação é um aglomerado
de elementos interdependentes, ou subsistemas, objetivamente agregados, para que, de sua comuni-

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cação, sejam concebidas informações válidas e corretas, que são indispensáveis para o processo de-
cisório. Como já dito, os usuários do SCPI 8.0 são beneficiados por relatórios completos que atendem
as necessidades do processo de compras, desde o cadastro de informações básicas para o processo
licitatório (participantes do processo, dados do que será comprado, quantidades necessárias) até os
relatórios finais, que auxiliam com informações de entrada e saída de bens, uso de serviços, quantida-
des adquiridas, fornecedores, dentre outros que dão base para julgamento e escolha do que será apro-
priado para o melhor desenvolvimento da gestão.

Com a necessidade de atender as demandas de uma boa gestão, a administração pública deve buscar
soluções para agilidade dos processos burocráticos, rapidez e qualidade nos serviços prestados à po-
pulação e a correta decisão para solucionar problemas e alcançar o progresso. Decisões inteligentes e
tomadas em tempo hábil são cruciais para que o departamento de compras da gestão pública atinja os
resultados almejados. Mas, para tanto, é substancial aperfeiçoar o planejamento e o cumprimento das
atividades, fazer com que todo o processo de compras seja sincronizado, ágil, transparente e correto,
para que se consiga suprir as necessidades.

Isto posto, com a totalidade dos fatos mencionados, à base da pesquisa e análise de alguns autores,
pode-se afirmar que um dos pontos fundamentais para haver uma boa gestão do departamento de
compras é possibilitado pelo uso de sistema de informação gerencial que dará aos usuários e gestores
qualidade das informações, presteza em que serão absorvidas e pela prontidão em que são tomadas
as decisões.

A pesquisa buscou detectar e apresentar as principais vantagens do uso de sistema de informação


gerencial dentro de um departamento da gestão pública municipal, para auxiliar os usuários e colabo-
radores a tomarem decisões de maneira mais rápida e correta. Notou-se que o departamento de com-
pras da Prefeitura Municipal de Picos consegue desfrutar dos privilégios do sistema de informação e
que colhe bons resultados por conta dessa ferramenta.

Em suma, cumprem-se os objetivos propostos e torna-se claro o que foi proposto junto ao tema, já que
é indiscutível que o departamento estudado faz uso do seu sistema em procura de melhorias para a
gestão tomando como base o processo decisório, agilizar processos e facilitar o desenvolvimento da
administração.

Logo, os sistemas de informação gerenciais fortificam o plano de atuação da gestão pública municipal.
A construção de informações ágeis, precisas e essencialmente proveitosas para o processo decisório
garantem a estruturação de uma gestão diferenciada, tendo como consequência, um olhar diferente da
população diante de um departamento de extrema importância para o desenvolvimento das atividades
nos demais departamentos da administração pública.

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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA ORGANIZACIONAL

Métodos E Técnicas De Pesquisa Organizacional

No ambiente de trabalho, para que haja produtividade, é importante que os funcionários se sintam
confortáveis e motivados. E, para medir o nível de satisfação dos colaboradores, a pesquisa de clima
organizacional é a ferramenta mais indicada. Trata-se de um questionário investigativo sobre fatores
diversos que envolvem uma organização.

Entre eles:

Remuneração e benefícios

Relacionamento com gestores

Políticas de RH

Infraestrutura para a execução do trabalho.

Normalmente, a pesquisa de clima é formulada pela área de Recursos Humanos, com apoio da gestão
empresarial, e aplicada uma vez por ano.

Também pode ser pontual, quando há a necessidade de avaliar um aspecto exclusivo e imediato.

O que é pesquisa de clima organizacional segundo Chiavenato?

Idalberto Chiavenato é um dos principais nomes brasileiros na área de Administração e Recursos Hu-
manos.

O estudioso já ministrou aulas em diversas instituições de ensino conceituadas mundo afora. Além
disso, publicou mais de 20 livros sobre diferentes temas. Em algumas de suas obras, o autor aborda o
clima organizacional e a importância dele para as empresas.

No livro “Comportamento Organizacional”, Chiavenato descreve o clima organizacional como:

“A qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos


membros da organização e que influencia poderosamente o seu comportamento”.

O autor afirma ainda que:

“Quando há elevada motivação entre os membros, o clima organizacional se eleva e traduz-se em re-
lações de satisfação, animação, interesse, colaboração irrestrita, etc. Todavia, quando há baixa moti-
vação entre os membros, seja por frustração ou imposição de barreiras à satisfação das necessidades,
o clima organizacional tende a baixar, caracterizando-se por estados de depressão, desinteresse, apa-
tia, insatisfação, etc”.

Assim, Chiavenato reforça que a pesquisa de clima organizacional é extremamente necessária para
identificar e confirmar todos esses pontos.

O que é um bom clima organizacional?

Quando existe uma atmosfera positiva no ambiente de trabalho, podemos dizer que o clima organiza-
cional é bom.

A explicação pode parecer um pouco abstrata, até porque o clima de uma empresa tem relação com a
sensação que é experimentada no local.

É, de fato, algo imaterial.

Embora seja possível mensurá-lo por meio de pesquisas, um bom clima organizacional também é per-
cebido pela energia presente.

Sentimentos e expressões como otimismo e motivação são, normalmente, indícios da positividade.

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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA ORGANIZACIONAL

Funcionários inseridos em um espaço agradável e favorável são mais propensos a apresentarem ainda
o senso de pertencimento. Ou seja, sentem-se parte da empresa e agem com propósito, seguindo as
diretrizes e condutas que são esperadas deles. Já mencionamos aqui que a pesquisa de clima organi-
zacional é, geralmente, realizada uma vez por ano ou mediante alguma necessidade específica.

Mas, independentemente da motivação, a ferramenta é aplicada com um objetivo comum, o de promo-


ver uma análise no ambiente de trabalho para identificar pontos fortes e de melhoria. Afinal, com as
respostas obtidas pelo questionário, é possível reconhecer quais são as práticas bem avaliadas e acei-
tas pelos colaboradores e, sobretudo, os aspectos que provocam insatisfação.

Com esse diagnóstico em mãos, fica mais fácil criar um plano de ações para corrigir o que está errado
e aprimorar o que pode ficar melhor.

Por exemplo, se a pesquisa aponta que os funcionários estão descontentes com a falta de comunica-
ção e alinhamento dos objetivos, a empresa pode instituir novos canais de diálogo e divulgação.

Um boletim corporativo, com as principais notícias e resultados, é um instrumento capaz de auxiliar na


resolução do problema. Ou, então, outra alternativa é a realização de reuniões periódicas para a trans-
missão das informações.

Desenvolver e aplicar uma pesquisa de clima organizacional exige dedicação e empenho. Vale ainda
reforçar que a estratégia pode ser diferente de uma empresa para outra. Afinal, as intenções e carac-
terísticas não são as mesmas em todas as organizações.

Por essa razão, não cometa o erro de replicar um questionário já pronto para os seus funcionários.

É preciso, sim, adotar um processo de reflexão sobre o seu próprio negócio e, então, elaborar uma pes-
quisa personalizada.

Para ajudar, você pode contratar uma consultoria externa para o trabalho.

Mas, de qualquer modo, alguns passos precisam ser seguidos.

Vamos a eles:

1. Planeje sua pesquisa

Como em tudo o que move um negócio, o planejamento também é imprescindível para a realização da
pesquisa de clima organizacional.

Antes de tudo, pense em como será a dinâmica dela.

Sua ideia é aplicar o questionário anualmente? Se sim, em qual época do ano?

Definir uma periodicidade colabora para que a prática se torne consistente com o passar do tempo.

Estabeleça também a duração da pesquisa. Quanto tempo os funcionários terão para respondê-la?

Não se esqueça de considerar o período de conscientização, apuração e divulgação dos resultados.

Ainda na fase de planejamento, determine os responsáveis. É importante cada um saber o seu papel
para cumpri-lo com excelência.

E, claro, tenha clareza dos seus objetivos.

Afinal, o que você espera alcançar com a aplicação da pesquisa de clima?

2. Elabore o questionário

Agora, sim, é hora de criar as perguntas.

Lembre-se de que elas precisam estar alinhadas aos seus objetivos.

Para ajudá-lo nessa etapa, vale recorrer aos modelos já existentes.

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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA ORGANIZACIONAL

Um dos mais conhecidos é o de Litwin e Stringer (1968), que se baseia em nove fatores.

São eles:

Estrutura: aqui, a ideia é investigar o que os funcionários pensam a respeito da forma como as coisas
são conduzidas. Por exemplo, se existem muitas regras e procedimentos que são limitantes para a
execução do trabalho

Responsabilidade: este indicador tem o intuito de medir a autonomia dos trabalhadores no dia a dia. É
importante para verificar se há liberdade nesse sentido ou se eles estão dependentes de líderes

Desafio: os estímulos são primordiais para que a motivação se mantenha sempre em alta. Por isso, na
pesquisa de clima, procure identificar se o sentimento de risco na tomada de decisões e na realização
de tarefas é presente

Recompensa: este é mais um dos fatores básicos e essenciais. Questione se os funcionários acham
que são reconhecidos pelo trabalho feito. Tenha o cuidado de ir além do aspecto financeiro. A recom-
pensa também tem relação com incentivos de outras espécies

Relacionamento: os resultados só são expressivos quando alcançados em conjunto. Assim, o relacio-


namento com colegas de trabalho e líderes precisa ser bom. Use o questionário para descobrir se há
espírito colaborativo entre os funcionários

Cooperação: a ideia neste tópico é ter um aprofundamento de como está a ajuda mútua. Qual é o grau
de interação e contribuição entre todos? Isso vale para o apoio que vem de cima (líderes) e de baixo
(liderados)

Conflito: é comum que no ambiente corporativo existam opiniões diferentes. E isso, inclusive, é favorá-
vel para o trabalho. Dessa forma, é interessante avaliar a visão dos funcionários quanto à aceitação
das sugestões e, principalmente, em relação ao modo como a mediação é realizada para a resolução
dos problemas

Identidade: no início do artigo, mostramos que o propósito de vida tem cada vez mais relevância e
ligação com a produtividade no trabalho. Sendo assim, analise se os funcionários enxergam que os
objetivos organizacionais estão alinhados aos deles

Padrões: de certa forma, é parecido com o primeiro fator, o de estrutura. No entanto, é um meio de
escavar um pouco mais, especificamente, sobre a maneira que a empresa enfatiza normas e proces-
sos.

Além desse modelo, existem outros, como o de Kolb e o de Sbragia.

De toda forma, o que conta aqui é ter a certeza de que todos os aspectos relevantes para a empresa se-
rão contemplados.

E, na hora de formular as perguntas, tome cuidado para não deixar dúvidas que possam atrapalhar a
efetividade dos resultados.

Nas questões de alternativas, certifique-se ainda de que todas as respostas possíveis estejam adequa-
das.

3. Dê atenção ao tempo de duração

O período de realização da pesquisa deve ser considerado no planejamento.

Ele é fundamental para o sucesso do processo.

Para determinar a duração, leve em conta a rotina dos trabalhadores.

É comum que os funcionários priorizem as tarefas do dia a dia e deixem para se dedicar à pesquisa
depois.

Por isso, é indispensável que eles tenham oportunidade de parar e responder.

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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA ORGANIZACIONAL

A forma como a sua pesquisa é formatada também interfere muito.

Se há mais perguntas de múltipla escolha, o progresso é mais rápido.

Mas, se as questões são abertas e precisam de respostas elaboradoras, pode demorar um pouco mais.

4. Utilize ferramentas de apoio adequadas

Você já pensou em como vai aplicar a pesquisa?

O meio mais comum são os formulários.

Existem, inclusive, ferramentas gratuitas para a realização desse tipo de questionário.

O próprio Google disponibiliza um instrumento chamado Forms.

No entanto, ele tem algumas limitações.

Então, só vale se a pesquisa for pequena e o número de respondentes for baixo.

Se a sua organização é de porte maior, o ideal é contratar serviços especializados.

Até porque uma empresa terceirizada pode facilitar o trabalho, sobretudo com a análise de dados e
elaboração de relatórios.

5. Estimule a participação de todos

De nada vale seguir todos os outros passos se os trabalhadores se recusarem a participar da pesquisa,
não é mesmo?

Ou, então, responderem de qualquer jeito, apenas para cumprir a obrigação.

Por isso, o incentivo é fundamental.

É preciso que os funcionários entendam a importância da pesquisa.

Sendo assim, busque fazer comunicações claras, que expliquem o objetivo da ferramenta.

Mostre que a opinião de todos é importante para a análise do cenário e, principalmente, para a imple-
mentação de melhorias no ambiente.

Procure também reforçar que as respostas são anônimas.

Isso faz com que os colaboradores tenham mais liberdade para expor seus sentimentos.

Depois do que vimos até aqui, fica fácil elencar benefícios da pesquisa de clima organizacional.

Afinal, como já dito, ela é muito eficaz para criar planos de ações que visam a melhoria do ambiente de
trabalho.

Mas, agora, vamos conhecer outras vantagens:

Aumento da motivação, engajamento e produtividade

Efetivação da comunicação e da transparência de informações

Aproximação entre funcionários e empresa a partir dos canais abertos de diálogo

Profissionalização da liderança, que assume um papel muito mais assertivo

Formação de um local mais seguro, com condições físicas apropriadas e minimização dos riscos en-
volvidos

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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA ORGANIZACIONAL

Fortalecimento da reputação e imagem da empresa, que pode ser percebida não só pelos funcionários,
como também pelos outros públicos de relacionamento

Consolidação e adequação à filosofia da organização

Diminuição da rotatividade, uma vez que os trabalhadores enxergam o esforço da empresa em instituir
políticas e melhores práticas de RH

Índices de assiduidade melhores por conta do comprometimento.

De modo geral, a pesquisa de clima organizacional beneficia o nível de satisfação dos trabalhadores.

Com isso, o ambiente de trabalho se torna mais positivo. E, evidentemente, os resultados também
crescem.

Mas, para chegar a esse patamar, é primordial empregar uma série de ações.

Em relação ao salário, por exemplo, embora não seja a principal motivação dos trabalhadores, ele é
um aspecto que não pode ser deixado de lado.

É preciso que a remuneração seja compatível com o mercado e, sobretudo, com as tarefas e respon-
sabilidades que o funcionário assume.

Além dela, os benefícios também contam muito.

Inclusive, para alguns, eles são ainda mais importantes.

Tanto é que um estudo realizado pela consultoria Michael Page identificou que os executivos dão mais
ênfase ao pacote de benefícios do que ao salário.

Entre eles, estão pagamento de aluguel, subsídios para bem-estar, seguro de vida, seguro odontológico
e plano de saúde.

A infraestrutura é outra questão muito importante para estimular a positividade.

Ter ferramentas disponíveis para a realização do trabalho é imprescindível.

Se você quer melhorar o clima da sua empresa, não pode ainda se esquecer de promover a comuni-
cação e os relacionamentos interpessoais.

O trabalho em equipe é mais do que necessário para que a produtividade aconteça de fato.

Além disso, os trabalhadores devem ter um espaço de conversa.

A abertura para tratar questões complexas, por exemplo, precisa existir.

Lidar sozinho com aspectos difíceis pode ter sérias consequências, não só para o indivíduo que está
diante deles, mas também para a empresa.

Por fim, é válido lembrar que deve haver consistência entre o que é dito e praticado, e que os funcio-
nários conheçam os objetivos de negócio e saibam como atuar para atingi-los.

A pesquisa de clima organizacional é uma ferramenta usada para entender as impressões gerais ou
percepções dos empregados em relação ao seu ambiente de trabalho.

Embora nem todos os indivíduos tenham a mesma opinião, pois não têm a mesma percepção, o clima
organizacional reflete o comportamento organizacional.

Isto é, atributos específicos de uma organização, seus valores ou atitudes que afetam a maneira pela
qual as pessoas ou grupos se relacionam no ambiente de trabalho.

Além disso, é a percepção coletiva que as pessoas têm da empresa, através da experimentação de:

práticas;

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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA ORGANIZACIONAL

políticas;

estrutura;

processos e sistemas.

Por isso, está entre os principais pilares para o crescimento de uma empresa.

Isso porque, através de uma Pesquisa de Clima Organizacional é revelado de que maneira e em que
grau os diferentes aspectos do clima organizacional estão interferindo na satisfação dos trabalhadores
em um determinado período.

Além de que esse tipo de pesquisa é uma excelente ferramenta de feedback e de intervenção organi-
zacional.

Pois, ela vai diagnosticar o clima organizacional.

Também tem o objetivo de mapear ou retratar os aspectos críticos que configuram o momento motiva-
cional dos colaboradores da empresa através da apuração de seus pontos fortes, deficiências, expec-
tativas e aspirações.

4 vantagens da pesquisa de clima organizacional

1. Satisfação Da Equipe

A Pesquisa de Clima Organizacional proporciona aos colaboradores a chance de se sentirem ouvidos,


darem feedbacks, compartilharem momentos de angústia no trabalho e de satisfação.

Isso demonstra o quanto a empresa se preocupa com o bem-estar, satisfação e opinião de todos que
trabalham naquele local, gerando um sentimento de reciprocidade.

E o fato de se sentirem com voz na empresa, estimula os colaboradores a se sentirem motivados e


parte do time, independente do cargo que ocupam.

2. Crescimento Pessoal

Também, a empresa pode contribuir para o desenvolvimento dos colaboradores de maneira assertiva,
sabendo exatamente do que eles precisam.

Através da análise das respostas da pesquisa, será possível identificar problemas que levam a um de-
sempenho ruim dos colaboradores, o que facilita a elaboração de planos de ação para reverter o qua-
dro.

Além disso, o gestor consegue avaliar se há necessidade de treinamento e capacitação dos colabora-
dores.

Afinal, uma equipe mais preparada e com as competências necessárias, contribui diretamente para o
crescimento do negócio.

3. Retenção De Membros

É uma realidade do âmbito empresarial não conseguir reter os membros quando não há um mesmo
propósito, quando a equipe está desmotivada ou quando o clima dentro da empresa não está favorável.

Porém, a partir da avaliação dos resultados da pesquisa, é possível identificar problemas de retenção
de membros que podem ser resolvidos com mudanças de atitude da liderança da empresa.

4. Melhoria Na Comunicação

Por fim, a Pesquisa de Clima Organizacional permite melhorar a comunicação entre a liderança e os
colaboradores da empresa, uma vez que cria um canal de feedback entre as partes.

Como aplicar a pesquisa de clima organizacional?

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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA ORGANIZACIONAL

A pesquisa de clima organizacional pode ser aplicada seguindo 3 métodos diferentes:

Questionário

É o mais utilizado nas pesquisas formais de clima porque permite uma aplicação maciça.

Além disso, seu custo é relativamente baixo e, em geral, é bem recebida pelos empregados por ter
como característica a preservação do anonimato e é flexível permitindo o uso de questões abertas e
fechadas.

Entretanto é preciso tomar alguns cuidados, como, por exemplo:

Não aplicar um número muito extenso de perguntas, pois isso pode cansar o respondente;

Deve-se ter clareza no vocabulário para facilitar a compreensão;

O uso de perguntas cruzadas quando bem utilizado ajudam a checar a consistência de determinadas
perguntas.

Entrevista

Apresenta algumas desvantagens sobre o questionário uma vez que quebra o anonimato da pesquisa.
Além disso, é um método mais demorado e exige pessoas tecnicamente habilitadas e treinadas para
conduzi-la. Por outro lado, o entrevistador obtém respostas verbais e não verbais, o que pode ser um
diferencial.

Painel De Debates

É um método mais econômico que a entrevista e tem como grande vantagem os colaboradores darem
seu ponto de vista e conseguirem debater sobre concordâncias e discordâncias. Porém, tem como
desvantagem a quebra do anonimato, assim como na entrevista, e exige um espaço físico adequado a
um número maior de participantes.

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ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS

Administração De Serviços

Técnico Em Saúde Bucal

As organizações de diversos setores estão cada vez mais preocupadas com a qualidade dos seus
serviços. Nesse contexto, um setor que se destaca é o da saúde, porque sua clientela deseja, cada
vez mais, a satisfação de suas necessidades de saúde e de doença, com qualidade.

A gestão dos serviços de saúde tem sido enfatizada como um importante instrumento para se
operacionalizar a construção de modelos de atenção em saúde que atendam essas necessidades.

Entretanto, as alterações ocorridas na prestação de serviços de saúde, a exemplo da evolução


tecnológica e das mudanças nas relações socioeconômicas, têm afetado significativamente os
padrões de assistência e, consequentemente as práticas da Odontologia.

A estrutura organizacional dos serviços de saúde acompanha as transformações da sociedade


contemporânea e está centrado em modelos tecnoburocráticos de gerenciamento, pautada nas
teorias administrativas, seguindo especialmente princípios da Administração Científica, da Escola
Clássica e da Teoria da Burocracia.

As aplicações das teorias administrativas na Odontologia, têm influenciado ao longo do tempo, a


organização do trabalho da equipe no consultório e no sistema público de saúde, refletindo na
produtividade e na qualificação do profissional do Técnico em Saúde Bucal, na integralidade do
cuidado e na divisão de tarefas, evidenciando a complexidade do setor saúde e do trabalho deste
profissional.

Atualmente, as práticas realizadas nos serviços de saúde passaram a ser considerados produtos e,
assim, passíveis de exigência de qualidade e, consequentemente, de serem submetidos a medidas
avaliativas. Com a expansão dos serviços privados e a competitividade própria do mundo capitalista,
esta exigência tornou-se notória, com participação, também, do setor público, pois os cidadãos
passaram a entender a qualidade como direito social.

O serviço odontológico pode ser considerado um serviço que envolve alta complexidade, pois envolve
vários tipos de materiais e fornecedores, profissionais especializados e equipe auxiliar. Esse conjunto
de fatores, interagindo de maneira dinâmica e personalizada de acordo com a necessidade de cada
paciente, aliado à grande competitividade existente no mercado atual, desperta a necessidade do uso
de conceitos de administração para melhor gerenciar um consultório odontológico. Com a saturação
de profissionais em certos mercados, há atualmente uma grande oferta de serviços odontológicos, o
que urge por uma maior diferenciação dos serviços oferecidos para se obter vantagem competitiva.
Tal diferenciação depende não somente dos aspectos técnicos relacionados ao bom exercício da
Odontologia, mas também no que diz respeito à gestão de um consultório odontológico, ou seja, a
definição do planejamento estratégico, análise financeira e administração de pessoal.

Ressaltam-se abaixo as competências do profissional Técnico em Saúde Bucal, pertinente à este


curso de Administração de serviços em Saúde Bucal:

 Planejar e estruturar o consultório odontológico segundo normas técnicas e leis vigentes.

 Identificar princípios e técnicas de controle financeiro e orçamentário, de administração da


produção, de administração de pessoal conforme a CLT, no consultório odontológico.

 Organizar e controlar o cadastro, arquivo, fluxo e agendamento de clientes/pacientes.

 Controlar a qualidade, quantidade e estoque de matérias.

 Identificar necessidades e proceder à conservação e manutenção dos materiais, instrumentais e


equipamentos de uso odontológico.

E também, em resumo, conferem-se as habilidades requeridas:

  Aplicar princípios e técnicas da administração financeira e de recursos humanos.

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ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS

  Preencher fichas e relatórios de produção e produtividade.

  Utilizar programas específicos de Informática para área Odontológica.

  Utilizar e orientar acerca do sistema de informação em Odontologia.

  Supervisionar o trabalho do pessoal auxiliar.

  Acompanhar as ações desenvolvidas por pessoal auxiliar, na prestação de cuidados em Saúde


Bucal.

O adequado uso dos recursos apresentados neste curso facilitará a implementação do planejamento
estratégico no consultório odontológico, permitindo ao mesmo, obter vantagem competitiva através
dos conhecimentos adquiridos pelo profissional Técnico em Saúde Bucal.
A disciplina de Administração de Serviços em Saúde Bucal , do curso de Técnico de Saúde Bucal da
FEMAGUE trata da aplicação das teorias de administração em um consultório odontológico seja ele
privado ou público. A utilização destes conceitos básicos de administração e a necessidade de
satisfazer as demandas do ambiente trouxeram ao profissional Técnico em Saúde Bucal a
responsabilidade necessária para realizar o atendimento em saúde assim como o controle que facilita
a tomada de decisão do Cirurgião-dentista.

A Equipe Odontológica

O trabalho em equipe pode se tornar o maior desafio que o dentista enfrenta dentro de um
consultório, e mais ainda, em uma clínica. Quando saberemos se somos uma equipe? Quando todos
compartilham, pelo menos, de um objetivo que será alcançado apenas com a participação de todos.

Corrêa (2002) enfatiza bem esse relacionamento da equipe odontológica, mostrando que a antiga
visão centrada na figura do dentista já não mais atende a atual realidade. Veremos alguns pontos que
essa autora chama atenção para entendermos o que é uma equipe.

A equipe odontológica é vital para o atendimento odontopediátrico. Sozinho um dentista não


consegue atender satisfatoriamente uma criança, ou mesmo que consiga com o tempo se sente
desgastado e cansado dos pequenos pacientes. Para evitar esse tipo de fadiga, o trabalho realizado
tanto pela ACD (auxiliar de consultório dentário) e pela THD (técnica em higiene bucal) é
fundamental. Por isso, toda a equipe deve estar bem preparada e seus membros devem ter no
mínimo bom-senso e os mesmos objetivos.

A cooperação é fundamental em qualquer trabalho em equipe. Pessoas diferentes que devem


procurar se aceitar e trabalhar em conjunto, em harmonia. Fácil não é, mas para o profissional que
trabalha com pacientes infantis é essencial poder contar com pelo menos uma auxiliar.

O que fazer diante de uma situação difícil de convívio entre a equipe? O ideal é estruturar o trabalho,
deixando bem claro os papéis e responsabilidades de cada um e estabelecendo limites entre as
pessoas, tarefas e eventos.

Trabalho Em Equipe: O Estudante Camaleão

Quantas vezes você já teve que mudar seu comportamento para adequar-se à alguma situação?
Aposto que muitas vezes. Quando falamos de Odontologia, porém, é preciso lembrar que o trabalho
deve ocorrer em equipe (profissionais, equipe auxiliar, etc.) e às vezes acabamos compartilhando
nosso tempo com pessoas muito diferentes de nós.

Você já tentou mudar alguém? Qual foi a sua taxa de sucesso? Será que isso é possível? Será que
isso depende das outras pessoas? Com certeza. Existem pessoas que não estão prontas para serem
modificadas, se é que isso é mesmo possível. Quando dividimos nossos sonhos com pessoas assim
terminamos nos sentindo frustrados, desgastados e impotentes. Mas, para reduzir a chance de
insucesso nestas situações, entenda as 4 características das pessoas que praticamente não podem
ser mudadas:

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ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS

1. Pessoas que não se responsabilizam pelo resultado de suas ações. Que responsabilizam tudo e
todos pelos erros, exceto a si mesmo.

2. Pessoas com doenças psicológicas. Indivíduos com síndrome do pânico, depressão, fobias e
outras patologias de caráter psicológico devem ser tratadas por profissionais habilitados para tanto,
ou seja, psicólogos e médicos. O melhor a fazer é sugerir que essas pessoas procurem auxílio
desses profissionais.

3. Pessoas de má índole. Você não tem como mudar alguém que se comporta assim. Deve-se tentar
manter distância de pessoas com mau-caráter.

4. Pessoas que não querem ser mudadas, que não querem mudar. Essencialmente pessoas que não
desejam ser auxiliadas nesta caminhada.

É preciso que o estudante entenda que as pessoas ideais para participarem de sua equipe existem e
precisam ser treináveis. Como assim? Elas devem aceitar críticas construtivas das outras pessoas,
devem conseguir aprimorar-se continuamente, aprender sempre!

Sei como é difícil aceitar as coisas desta forma. Devemos sim, sempre instigar as pessoas a serem
melhores no que fazem, mas também devemos aceitar que existem pessoas que não estão dispostas
a isso.

Integração Entre Medicina, Enfermagem E Odontologia Do Trabalho: Uma Conquista Para A


População

A saúde ocupacional é a procura do equilíbrio do homem no seu ambiente de trabalho. Os exames


periódicos anuais e tratamento dentário dentro da própria empresa contribuem para essa busca
necessária, destacando a importância de um programa de saúde bucal no ambiente de trabalho para
13
solução de problemas instalados e na prevenção de ocorrência de novos danos à saúde bucal .
10
GOMES destaca que a área médica da saúde ocupacional pode desenvolver várias ações no
sentido de melhorar a qualidade de vida do trabalhador, atuando em conjunto com os demais
membros da equipe multidisciplinar. Da mesma forma que a Medicina, a Odontologia do Trabalho
devem assumir o seu verdadeiro papel na empresa, onde o dentista do trabalho deve deixar de ser
um profissional do trabalho para se tornar um profissional do empregador, se posicionando como um
elemento conciliador e de ligação entre o empregador e o empregado, destacando a educação em
saúde bucal como de suas atribuições na atenção básica.

A fiscalização das condições de trabalho, o conhecimento dos danos causados em função da


utilização de certas substâncias químicas e tóxicas derivadas, a presença de profissionais habilitados
em promover, preservar e recuperar a saúde dos trabalhadores e a presença de equipamentos de
proteção coletiva e individual interferem sobremaneira na qualidade geral e oral dos trabalhadores. É
importante a presença do médico e do enfermeiro para diagnosticar e tratar das lesões e dos
sintomas relacionados a agentes etiológicos químicos e físicos aos quais os trabalhadores estão
expostos em seu trabalho. Porém, o cirurgião-dentista também tem um papel fundamental no
diagnóstico precoce de doenças ocupacionais com envolvimento sistêmico, porém com
manifestações bucais, agindo como agente promotor de saúde e preservando a saúde oral como
fator significante na manutenção da saúde geral e integridade dos trabalhadores. A integração
multidisciplinar é importante tanto na rede pública quanto na privada, além de ter grande valia na
2
avaliação pericial das doenças ocupacionais, podendo caracterizar acidentes de trabalho .

O setor odontológico está caminhando para um atendimento mais amplo e completo, o que contribui
para sua melhor integração com a Medicina e Enfermagem permitindo um atendimento global eficaz,
baseado na Promoção de Saúde. Foram reunidos os principais artigos científicos, que destacam a
inclusão da Odontologia ou a possibilidade de inserção desta, em Programas de Saúde das redes
pública e privada, onde a Medicina e a Enfermagem já estão atuando em conjunto, verificando qual a
importância desta inter-relação para a população brasileira.

Revisão De Literatura

Historicamente no Brasil, as relações e os reflexos da saúde bucal sobre a saúde geral têm sido
negligenciados, não se levando em consideração que todo e qualquer problema de origem bucal

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ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS

pode provocar, além de desconforto físico e emocional, prejuízos consideráveis à saúde geral. Após a
Segunda Guerra Mundial, surgia a "Saúde Ocupacional" com formação de equipes multiprofissionais
com o objetivo de controlar os fatores de risco presentes no ambiente de trabalho, auxiliando a
Medicina que agia isoladamente. Porém, este modelo continuou insuficiente, por continuar com a
visão mecanicista da Medicina do Trabalho e pela interdisciplinaridade não ter ocorrido de forma
efetiva. Na década de 20, a assistência médica na fábrica aparece como benefício e atrelada ao
conjunto de serviços sociais da empresa, porém, era deduzido no ganho dos operários.

Foi na década de 70 que o serviço de saúde do trabalhador passou a ser encarado pelos
empresários como controle e recuperação da força de trabalho, visando à maior produtividade da
5
empresa . Em 1972, surge a lei que torna obrigatório o serviço de saúde nas empresas (Portaria
3273, de 20/07/72), agora intitulado Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho -
SESMT. De acordo com o número de operários e também com o grau de periculosidade do trabalho,
a indústria é obrigada a ter determinado número de engenheiros de segurança, inspetores, médicos e
enfermeiros. Porém, através da Lei (NR4), passou-se a controlar as atividades do trabalhador no
interior das fábricas. Atualmente, o SESMT é regido pela Portaria 34/83, conforme o anexo 3. A
legislação permaneceu desfavorável ao empregado, pois somente as empresas com 501
empregados ou mais são obrigadas a ter SESMT e por isso, apenas 2% dos estabelecimentos estão
funcionando e exercendo apenas saúde curativa, com tratamentos paliativos que possibilitam
5
imediato retorno do empregado ao trabalho . Para Kulstad (1945), a maior parte do absenteísmo é
17
complicada ou agravada por doenças dentais .
11,12
Segundo GUIMARÃES , um Programa de Odontologia do Trabalho poderia compreender os
Exames de Seleção Pré-admissionais; Censos Odontológicos; Exames de Avaliação Periódica;
Participação nos levantamentos de campo para Análise Profissiográfica e Participação nos
Programas de Ergonomia. A função do Dentista do Trabalho na profissiografia é manter o empregado
dentro dos limites exigidos para o exercício de suas funções, levantando as observações
bucodentárias ocorrentes e providenciando para que sejam cumpridas as exigências já mencionadas,
1
sempre que assim o caso o requerer. ALMEIDA sistematizou a influência de exposições
ocupacionais e alterações na saúde bucal destacando a importância dos dados epidemiológicos no
planejamento das ações em saúde bucal.
7
CRUZ sugere que o cirurgião-dentista atue encaminhado pacientes sob estresse, ao observar
algumas condições na cavidade bucal como líquen plano, língua geográfica, herpes... O dentista,
juntamente com o médico, poderiam atuar juntamente detectando sinais precoces de determinadas
3
doenças ocupacionais e fazendo o encaminhamento. ANTUNES enfatiza que o cirurgião-dentista
deve atentar para diagnóstico de câncer bucal em empresas de tabaco, por exemplo.
8 10
Segundo DIAS e GOMES , o uso de equipamentos de proteção individual constitui uma das ações
integradas da Medicina com outras áreas (como a da Segurança do Trabalho), identificando os
agravos à saúde nas consultas dos trabalhadores.

No âmbito da rede pública, a integração do dentista, médico e enfermeiro do trabalho está


começando a ocorrer no Programa de Saúde de Família (PSF), o qual é considerado pelo Ministério
da Saúde como estratégia para reorganização do primeiro nível de atenção do SUS, aproximando os
profissionais da comunidade, prestando assistência integral e resolutiva direcionada às necessidades
da população, priorizando ações de promoção, proteção e recuperação da saúde dos indivíduos, com
19
necessidade de educação permanente . A Norma Operacional de Assistência à Saúde, de 2001
(NOAS/SUS 01/2001), sob responsabilidade dos municípios com a atenção básica, incluiu as ações
de saúde bucal no elenco mínimo a ser desenvolvido.
14
LUCIETTO destaca que as equipes de saúde bucal (cirurgião-dentista, auxiliar de consultório
dentário e técnicode higiene dental) devem promover práticas de saúde multiprofissionais e
interdisciplinares, promovendo relações profissionais e pessoais, com outros trabalhadores de saúde,
como é o caso dos médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e dos próprios agentes
comunitários de saúde. O Dentista do Trabalho deve dispor de material didático para leitura e
cartazes ilustrativos, dando orientação prático-teórica, individualmente ou a grupos, de noções
básicas de higiene bucal, educando o trabalhador para a manutenção da saúde da boca.

A prática hoje, infelizmente, em relação à saúde bucal do trabalhador, se refere a exames


admissionais, processados por Odontologia de grupos ou empresariais, que vendem certo trabalho

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por preço anteriormente estipulado e de acordo com determinados padrões encomendados pelos
empregadores e não atividades interdisciplinares como seria o almejado, visualizando a saúde do
trabalhador como um todo.

Discussão

As doenças gerais afetadas pelas condições de trabalho geralmente são atendidas e tratadas sem
que se estabeleça qualquer nexo entre a doença e as condições do ambiente de trabalho que
provavelmente propiciaram sua eclosão ou que contribuiram poderosamente para o seu
agravamento. Podem-se notar marcas permanentes nos elementos dentários por razões mecânicas
através de desgastes sucessivos de estrutura de esmalte dentário ou por exposição a substâncias
químicas, provocando alterações progressivas, colorações características do esmalte e da dentina ou
até amolecimento e a perda dos dentes, além de um aumento no índice de cáries nas coroas
24 11,12
clínicas . Segundo GUIMARÃES , a equipe interprofissional da qual faz parte o Médico do
Trabalho, o Engenheiro de Segurança, o Dentista do Trabalho e o Psicólogo agem, juntos, eliminando
os obstáculos ergonômicos, preservando todo agravo laboral, orientando as empresas a adotarem
medidas de proteção coletiva e individual aos seus trabalhadores contra ação deletéria dos agentes
químicos ou físicos.
23
TRINDADE destaca que o cirurgião-dentista pode realizar o diagnóstico precoce de várias
doenças, dentre elas, da leucemia, visto que as manifestações clínicas iniciais podem surgir na
cavidade oral, decorrentes de infiltrações das estruturas orais por células malignas e devido à terapia
antineoplásica, estimulando a higiene oral e eliminando os principais focos de infecção.
10
GOMES ressaltou que exames periódicos de saúde, dentre eles, odontológicos, realizados
constantemente pelos funcionários da empresa, têm grande importância em Odontologia empresarial,
pois permitem detectar enfermidades em seu estágio inicial, possibilitando a adoção de tratamento
adequado, elevando as condições sanitárias dos empregados e determinando a redução das taxas
de absenteísmo por doença. Focos dentários que produzem ou estão diretamente relacionados a
doenças crônicas degenerativas devem ser diagnosticados e tratados imediatamente para não
17
diminuir a produtividade do trabalhador. Segundo MIDORIKAWA , seria interessante a participação
do cirurgião-dentista não só nas atividades curativas da empresa, mas também na prevenção dos
acidentes do trabalho e das doenças profissionais, eliminando a dor, o que proporcionaria um
21
aumento da motivação do empregado. Segundo SANTOS , a participação de profissionais da
Odontologia em um Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) tem
importância na atuação nos exames pré-admissionais, exames periódicos, exames periciais,
prevenção de doenças bucais, atendimentos emergenciais clínicos e participação nas atividades
preventivas do serviço aos funcionários.
10
GOMES afirma que o Censo Bucal constitui o único recurso que o profissional dispõe para a
aplicação de uma Odontologia Preventiva. Pesquisam-se manifestações orais das moléstias
profissionais, focos de etiologia dentária, prevalência de cáries e periodontopatias e planeja a
terapêutica de uma maneira racional.
13
Também, LIMA concorda que empresas que implementaram um Plano de Saúde Bucal na
Empresa (PSBE) dentro dela própria, alcançaram resultados satisfatórios. O foco e atenção do
profissional são deslocados da lesão para o indivíduo, para a população e para o ambiente social e
de trabalho.
21
SANTOS relatou que a Odontologia do Trabalho em ambiente hospitalar tem função relevante na
prevenção, diagnóstico e terapêutica de alterações bucais, tendo cuidados com a imunidade de
empregados em hospitais, que estão em contato frequente com pacientes internados. Qualquer dor
ou desconforto provocado por problemas bucais podem induzir a erros graves e eventualmente fatais
no atendimento aos pacientes hospitalizados.
25
Segundo VASCONCELOS , é importante que os odontólogos procurem atuar de forma
multidisciplinar, junto aos professores e demais profissionais da área médica, objetivando "Educar em
Saúde". Desta forma, informações sobre saúde e higiene bucal irão beneficiar a comunidade infantil
em uma faixa etária na qual os hábitos alimentares e de higiene estão sendo formados.

O exame admissional tem o seu valor destacado, pois só seria admitido o candidato que
apresentasse as condições mínimas de saúde oral, estabelecidas a priori. Da mesma forma, se

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destacaria o exame periódico anual, ou seja, o levantamento das condições de saúde oral dos
funcionários para conhecimento das necessidades e posterior plano de tratamento, como destaca
10
GOMES . Desta forma, podem-se relacionar algumas manifestações orais com o local de trabalho,
com o processo de fabricação e com as funções do empregado para poder chegar a um diagnóstico
17
conclusivo. MIDORIKAWA destacou que no Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho (SEESMT), ao incorporar a Odontologia na sua equipe de Saúde
Ocupacional, melhorou a qualidade da equipe de saúde do trabalhador, permitindo realizar um exame
de saúde mais completo do trabalhador. Segundo dados coletados por eles, o cirurgião-dentista está
mais familiarizado (preparado) com os efeitos dos agentes químicos, físicos, bacteriológicos e
mecânicos, que ocasionam manifestações precoces na cavidade oral.
23
Qualquer procedimento odontológico em pacientes plaquetopênicos, segundo TRINDADE , pode
colocar em risco a vida desses, devido a possíveis hemorragias. Agindo com uma equipe
multidisciplinar, incluindo o médico hematologista responsável pelo tratamento, devem-se avaliar as
condições gerais antes de todo e qualquer procedimento odontológico.
6
Segundo BOTAZZO , a assistência odontológica ao adulto, embora existente, é pouco desenvolvida,
sendo direcionada mais às crianças. Isso dificulta o entrosamento do Dentista do Trabalho com o
Médico e o Enfermeiro do Trabalho, os quais, juntos, poderiam oferecer um atendimento mais
abrangente, independente da idade, objetivando a prevenção e promoção da saúde bucal. Segundo
17
MIDORIKAWA , a cárie e diferentes tipos de gengivite podem levar a um processo doloroso e/ ou ao
desconforto, causando diminuição da atenção e da produtividade do trabalhador.
26
WESTERMAN afirma que é conveniente a existência dentro do local de trabalho, de um serviço de
natureza preventiva, permitindo a interação com os demais colegas de trabalho nas consultas
periódicas, servindo de motivação para realização de check-ups. Para a empresa, a vantagem de se
ter um Dentista do Trabalho na equipe seria a diminuição acentuada do índice de absenteísmo,
podendo abater as despesas com os serviços odontológicos na declaração do Imposto de Renda.
4
BALLANTINE reforça o fato de que grupos de trabalhadores incapacitados para o trabalho por
causa de problemas médicos e dentários geram custos extras. A partir do momento que a empresa
oferece, seja um serviço médico ou odontológico e uma equipe de enfermagem à disposição, todos
treinados, instruídos cientificamente, e direcionados para o atendimento para aquela determinada
empresa, se torna inaceitável a ocorrência de licenças ou faltas no trabalho devido a doenças que
poderiam ser evitadas ou tratadas mediante o serviço médico-odontológico oferecido.
9
FERREIRA relata uma Odontologia simplificada, que oferece um tratamento preventivo e
restaurador aos funcionários do SESI no menor tempo possível, com custo operacional inferior à
metodologia convencional. O planejamento de programas educativos-preventivos em saúde deve
considerar as diferentes condições de vida e de conhecimento para que consigam atingir as reais
necessidades do público-alvo. Este é, portanto, um exemplo de trabalho multidisciplinar que envolve
Dentistas, Médicos e Enfermeiros, atuando de maneira coesa, padronizada, preventiva, educativa,
com infraestrutura simples, mas utilizando tecnologias modernas e de qualidade.
22
SILVA fez um estudo em Mogeiro (PB), onde seis Unidades de Saúde da Família com diversos
profissionais, incluindo médico, enfermeiro, cirurgião-dentista, agentes comunitários de saúde e
auxiliar em saúde bucal desenvolviam suas atividades na perspectiva da atenção básica.
16
MELO relatou a implementação de um modelo de Atenção em Saúde na Secretaria Municipal de
Saúde de Belo Horizonte, no qual foi adotada a interdisciplinaridade, através do trabalho em equipe e
da intersetorialidade, com a conjugação de várias instituições e serviços, capazes de atuarem sobre o
problema, dando ao usuário maior acesso aos serviços e às estruturas sociais.

Portanto, não é utopia, é a realidade que clama por atitude... É imprescindível que o Brasil adote com
urgência medidas que visem incorporar as atividades de saúde ocupacional na rede de serviços de
saúde com profissionais qualificados para agirem no diagnóstico de doenças ocupacionais, buscando
saber das reais necessidades da população, para desenvolver programas direcionados a ela, com
maiores chances de sucesso. A Organização de um serviço de Odontologia em Saúde do
Trabalhador na empresa começa com a política de saúde da empresa e o incentivo dado por ela aos
seus funcionários. Deve-se compreender como o trabalhador interage com o meio ambiente,
incentivando-o a buscar um ambiente e condições de trabalho seguro e salubre, favorecendo sua
saúde física e mental.

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Não se pode imaginar um serviço de saúde do trabalhador, na empresa ou na área pública, sem a
Odontologia presente. Ela pode contribuir e a assumir a sua parcela de responsabilidade social com
relação à saúde dos trabalhadores e a responsabilidade pelo aumento da estabilidade do setor
industrial e de serviços, da produtividade e da segurança, estabelecendo o diagnóstico precoce de
doenças profissionais que apresentam manifestações bucais.

Como A Especificação De Funções Contribui Para Otimizar O Gerenciamento De Seu


Consultório Odontológico?

O consultório odontológico deve ser tratado como uma empresa e, portanto, precisa ter uma divisão
de funções bem definidas para que todas as tarefas sejam desempenhadas da melhor maneira
possível por toda a equipe. Essa segmentação contribuirá para otimizar as atividades e agilizar a
rotina diária do consultório odontológico.

Descreva Detalhadamente As Funções Específicas De Cada Um Dos Seus Colaboradores

A prática de descrever o verdadeiro trabalho, a função de cada um dos membros da sua equipe é
fundamental para que todos entendam a expectativa depositada neles, e para que a partir dali, seja
implantado um modo operacional de excelência no atendimento aos pacientes. Além disso, os
funcionários ao identificarem com clareza o seu papel na equipe se sentirão muito mais valorizados,
envolvidos e motivados, o que refletirá positivamente no trabalho a ser realizado.

A descrição das funções reforça também a responsabilidade do trabalho em equipe, sua contribuição
para o desenvolvimento da empresa e provoca o entusiasmo em seus colaboradores que buscam a
realização profissional. Além de reduzir possíveis conflitos dentro da equipe e ajudar a manter um
bom clima organizacional. Essa postura pode ser associada também a ferramentas de avaliação de
desempenho, a bonificações e premiações como forma de reconhecimento do individual para o
sucesso coletivo.

Como Fazer?

As atribuições de cada funcionário podem ser descritas através de um memorando interno a ser
entregue a cada um dos colaboradores da equipe. Contendo a categoria do cargo, as especificações
da função, as habilidades necessárias para a realização do trabalho, entre outros aspectos. Também
pode ser realizada uma reunião com os gestores do consultório para que eles esclareçam qualquer
dúvida e possam informar a todos sobre a missão, visão, valores do consultório e o papel de cada um
para o sucesso.

Equipe Do Consultório Odontológico

Secretária De Dentista

A secretária do dentista deve assumir funções específicas e ajudar no gerenciamento da rotina diária
do consultório.

Principais Aspectos Que Estão Sob Seus Cuidados Junto Aos Pacientes:

– Atendimento de qualidade e eficiente;

– Agendamento de pacientes e remarcação de consultas;

– Necessária postura de filtragem e resolução de problemas, a fim de agilizar os procedimentos e


economizar o tempo do profissional;

– Providenciar atestados, cartões de retorno e de aniversário;

– Controles Financeiros.

Aspectos Relacionados Ao Consultório:

– Identificar e solicitar manutenções tanto no espaço físico do consultório, quanto dos equipamentos;

– Controle de contas a pagar e receber;

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– Controle da agenda do profissional.

Auxiliar De Saúde Bucal (ASB)

O Auxiliar de Saúde Bucal é o profissional apto a trabalhar em consultórios odontológicos, exercendo


funções auxiliares aos cirurgiões-dentistas ou aos técnicos em saúde bucal.

Principais Funções Do (ASB)

São inúmeras as funções de um ASB em um consultório odontológico. A principal delas é sempre


visar uma maior eficiência na execução de seus trabalhos, bem como ao atendimento aos pacientes.
É essencial que o Auxiliar de Saúde Bucal conheça bem os materiais odontológicos, os instrumentais
e os procedimentos rotineiros do consultório, pois muitas vezes ele não estará sob a supervisão do
Cirurgião-Dentista.

Características Fundamentais Do Profissional (ASB)

Uma das características fundamentais do profissional ASB é a capacidade de trabalho em equipe e a


facilidade de relacionamento com outras pessoas, sejam clientes (pacientes, fornecedores,
prestadores de serviços ou membros da equipe técnica).

Dentistas, Odontólogos Ou Cirurgiões-Dentistas

São profissionais responsáveis por cuidar da saúde e da estética da face, tratando os problemas
bucais como: dentes, gengivas, ossos, bochechas, lábios e língua. Restaura e extrai dentes, projeta e
coloca próteses, pontes e dentaduras corrigindo defeitos da dentição. A higiene bucal também faz
parte de suas atribuições.

Características Necessárias

Fundamental habilidade manual e coordenação motora. Meticulosidade e atenção concentrada


também são aspectos essenciais ao exercício de suas funções.

Formação Exigida

Diploma de curso superior em Odontologia com duração média de cinco anos e estágio obrigatório
sob supervisão de professores. Para especializar-se, o profissional pode fazer pós-graduação, com
duração de dois anos, na área escolhida.

Principais Atividades

Tratamento dos dentes, língua, bochechas, lábios e gengivas. Tirar radiografia e examiná-las,
explicar ao paciente o diagnóstico detalhado e as função do tratamento. Informar os pacientes sobre
a importância da prevenção da saúde bucal, obtida através de correta limpeza, dieta alimentar
equilibrada, aplicação de flúor e visitas regulares ao consultório. Remoção de partes deterioradas dos
dentes e obturações, reparo ou extração de dentes danificados. Pequenas cirurgias, aplicação de
anestesias quando necessário, além da colocação de pontes e próteses.

Podem se especializar em várias áreas de atuação como implantodontistas, odontopediatras,


periodontistas, entre outras.

Cada consultório possui sua equipe de funcionários e mediante ao tamanho do empreendimento, sua
configuração de equipe pode sofrer variações, porém o mais importante é ter uma gestão eficiente
das tarefas de trabalho com a correta distribuição operacional e organizacional. Esses fatores são
essenciais para um melhor desempenho do consultório e a satisfação de seus funcionários, e
consequentemente, de seus pacientes.

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REFERÊNCIAS

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brasileira (lei nº 9.610/98, art. 8º), não possuem proteção de direitos de autor: As
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