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MATERIAL DE APOIO

Disciplina: QSJ – Administrativo


Professor: Roberto Baldacci
Aula: 01 | Data: 23/02/2016

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

1. Questão 1
2. Questão 2
3. Questão 3
4. Questão 4
5. Questão 5
6. Questão 6

1. Questão 1
1) referente à função administrativa é correto:
A) o elemento objetivo, que corresponde à forma como a função é exercida, é o regime público.
B) na fase patrimonialista a coisa pública, sendo de domínio do Estado integrando o patrimônio público,
determinava uma função administrativa eficiente e voltada para o resultado.
C) o elemento subjetivo indica quem exerce está função, correspondendo a todos os órgãos da administração
direta apenas.
D) na fase gerencial a função administrativa atravessa uma revolução com o new public management
principalmente com as ferramentas do public service orientation e do consumerism.
E) o fisiologismo e o clientelismo característicos do patrimonialismo são elementos de gestão baseadas na lei
Fala expressamente da função administrativa.

Letra A: Quando falamos da função administrativa no seu elemento objetivo, queremos indicar o que a
administração faz. A divisão entre 3 elementos ocorre a partir do gerencialismo. A função administrativa não
atende os interesses do soberano, nem do Estado. Irá satisfazer necessidades e interesses do povo, que é o titular
dos interesses públicos e coletivos. Incorreta.
Letra B: Na fase patrimonialista, o interesse público coletivo confunde-se com o que é particular do soberano. A
função administrativa, nessa fase, não é voltada para o resultado, não tem compromisso com o povo e não
precisa ser eficiente. Logo, na fase patrimonialista, a coisa pública não é de domínio do Estado, mas do soberano.
Incorreta.
Letra C: Fala da fase do gerencialismo, referindo-se ao elemento subjetivo, que indica quem exercerá a função
administrativa. Vai exercer aquele que gerencia a coisa pública para o povo (administração direta, administração
indireta e agentes públicos investidos). Incorreta (palavra apenas).
Letra D: Quando entramos na fase do gerencialismo, o governo de Margaret Tatcher introduziu o New Public
Management. Reorientou toda a administração a satisfazer o povo (Public Service Orientation), porque o serviço
público era até então voltado à satisfação do Estado, sem compromisso com eficiência. A partir de então, exige-se
qualidade e eficiência. Nesse sentido, voltando toda a administração para o povo, este passa a ser considerado
como cliente/consumidor do Estado. Isso corresponde ao movimento do consumerism. Correta.
Letra E: Fisiologismo e clientelismo são característicos do patrimonialismo, mas não são elementos de gestão
baseados na lei.
Resposta: D.

2. Questão 2
2) No tema do Regime Jurídico:

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CARREIRAS JURÍDICAS
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A) o regime público, baseado nos elementos constitucionalizados, é determinante e diretivo para todos os atos e
ações das pessoas políticas estatais e seus órgãos.
B) é de regime misto os órgãos da administração direta que executam funções financeiras.
C) fundações públicas e autarquias especiais podem ser ou de regime público ou de regime privado.
D) enquanto o regime privado é marcado pela autonomia da vontade e preceito normativo positivo ou
permissivo, o regime público decorrente de prévia lei é marcado pela obrigatoriedade do cumprimento da lei.
E) empresas estatais são de regime privado semelhante às demais empresas privadas segundo a CF1988, apesar
de estarem sujeitas às obrigações burocráticas de regime público instituídas por lei que recaem sobre todos que
integrem a administração.

Letra A: O Estado, dividido em sua estrutura administrativa, terá órgãos da administração direta, autarquias,
fundações, associações, empresas públicas e sociedades de economia mista. Nem todos estão submetidos ao
regime público, somente a administração direta, autarquias e, em regra, fundações e associações. Empresas
públicas e sociedades de economia mista estão sujeitas ao regime privado. O enunciado fala de pessoas políticas
estatais(União, Estados, Municípios e DF) e seus órgãos, que fazem parte da administração direta. Correta.
Letra B: Jogam com a ideia das estatais que exploram atividades econômicas. Incorreta, porque se trata de
administração direta.
Letra C: Autarquias especiais são aquelas com alguma distinção em seu regime. Teremos autarquias especiais de
ensino superior público, os conselhos profissionais, o CADE e as agências reguladoras. Estas serão sempre de
regime público. Incorreta.
Letra D: Incorreta, pois o preceito normativo do regime privado é negativo.
Letra E: Nem todos que integram a administração estão sujeitas às obrigações burocráticas (licitação, concurso de
agentes e prestação de contas). A OAB não está sujeita a essas obrigações. É entidade estatal sui generis.
Resposta: A.

3. Questão 3
3) regime público e regime administrativo são expressões sinônimas. ( ) Verdadeiro (X) Falso

A posição de Celso Antônio não é plenamente aceita. A doutrina divide interesse público em dois níveis:
a) interesse público primário: interesse público propriamente dito (difuso, transindividual, da coletividade). O
interesse público primário é sempre indisponível.
b) interesse público secundário ou derivado: são interesses que na verdade são privados, mas são interesses
privados da administração de direito público, sem os quais a administração não consegue atender interesses
públicos primários. Então, aqui entra locação de imóveis para a administração se instalar, contratação de serviços
que a administração precisa (luz, telefone), compra de bens que a administração consome. O interesse público
secundário é relativamente indisponível, porque a administração pode renunciar ou transigir se for para melhor
atender interesses primários.
A Lei das PPP's (Lei 11079) prevê expressamente que o contrato de PPP pode eleger juízo arbitral para solucionar
litígios (partes renunciam reciprocamente direitos para chegar a um acordo). A administração pode resolver
litígios em juízo arbitral que envolvam interesses secundários.
Resposta: Falso para a grande maioria. Para Celso Antonio Bandeira de Mello, seria verdadeiro. É falso porque a
administração de direito público pode atender a interesses privados. Não tem prerrogativa nem sujeição nesses
casos. Não haverá regime administrativo quando a administração atender interesses públicos derivados, não
gozando de prerrogativas e não se submetendo a sujeições especiais.

4. Questão 4
4) todos os entes da administração gozam das prerrogativas e das sujeições públicas especiais.
( ) Verdadeiro (X)Falso

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As prerrogativas e as sujeições são decorrência do atendimento de interesses públicos, portanto, quem está
sujeito a regime privado não goza de prerrogativas e sujeições especiais.
Resposta: Falso.

5. Questão 5
5) A burocracia foi um novo modelo de administração proposto para combater os males do patrimonialismo.
Indique pontualmente algumas ( ao menos 3) das principais inovações do modelo burocrático, e quais males
patrimonialistas combateu.
Males patrimonialistas Inovações burocráticas
Nepotismo (cargos e funções reservados a parentes Prévio concurso exigido por lei para todos os cargos
e familiares do soberano) e funções.
Gerontocracia Poder exercido por eleição com mandato definido
conforme a lei.
Fisiologismo (Todas as compras e contratações são Probidade administrativa e impessoalidade
definidas conforme a vantagem ou benefício decorrentes também de lei.
pessoal do administrador)
Clientelismo (contratações reservadas para amigos, Exigência de licitação.
parentes do soberano)
Administração voltada para o soberano. Administração voltada para o próprio Estado.

6. Questão 6
6) É possível ao Governo Federal instituir benefícios fiscais e previdenciários para suas estatais em geral? Há
permissão ou impedimento na Constituição? Há exceção?

Diálogo entre direito administrativo e direito econômico. O art. 173, §4º, CF impõe ao Estado o dever de
combater o abuso de poder econômico, que caracteriza a concorrência desleal.

Art. 173, §4º, CF. A lei reprimirá o abuso do poder econômico que
vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
aumento arbitrário dos lucros.

As estatais, ou seja, empresas públicas e sociedades de economia mista, são em regra para exploração
econômica, mas, excepcionalmente, podem explorar serviço público. A exploração econômica na nossa CF está
sujeita à primazia da livre iniciativa, ou seja, qualquer um pode explorar, e também livre concorrência. Serviços
públicos estão sob monopólio estatal da sua titularidade (não há livre iniciativa). Logo, não há concorrência de
mercado para serviço público.

Resposta: Como regra, não é possível conceder benefícios fiscais e previdenciários que sejam exclusivos, pois
implicaria concorrência desleal do Estado sobre as demais empresas privadas concorrentes.
A CF impede a concessão dos benefícios exclusivos, porém permite concessão de benefícios que sejam estendidos
a todas as demais empresas privadas concorrentes.
Há exceção. Para o STF, empresas públicas de serviços públicos poderão gozar de benefícios exclusivos, pois o
serviço público não está sujeito às regras concorrenciais de mercado.

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