A introdução das agências reguladoras dentro da estrutura político-jurídica-
econômica do Estado brasileiro é relativamente nova, remetendo ao processo de privatizações ocorrido em meados de 1995, e em decorrência disso, o tema encontra-se em amadurecimento, com uma gama de questões não pacificadas.
Este trabalho apresenta uma revisão sistemática da literatura sobre os conceitos
principais acerca das agências reguladoras, com foco principal no seu poder normativo e as discussões existentes sobre as limitações que a ele podem ser impostas. Adicionalmente, realiza-se um estudo de caso em profundidade da Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.874 (ADI 4.874), que traz à baila o debate acerca dos limites da competência normativa da ANVISA, que proibiu, por meio de uma resolução, a importação e comercialização de produtos fumígenos que contenham uma série de aditivos.
Observou-se da análise da evolução da doutrina e dos principais pareceres no
processo da ADI 4.874, que está se construindo um entendimento de que, uma vez estabelecidos pelo poder Legislativo os princípios, objetivos, finalidades, diretrizes e standards a que as agências reguladoras devem se submeter, dentro deste espectro, elas terão o poder de editar normas obrigatórias de conduta para a implementação de suas atribuições e garantir as condições de bem-exercer seu papel.