Você está na página 1de 6

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Faculdade de Direito
Depto. de Direito Público e Filosofia do Direito
Av. João Pessoa, 80 - Centro – CEP 90040-000
Porto Alegre/RS

DIREITO ADMINISTRATIVO I – A – DIR 3014


Turma B
Prof. Rafael Da Cás Maffini, Dr.
Prova 02
03.10.2022

ALUNOS: John Herbert Soto, Rafael da Silva Santejano


Matrículas: 00231638, 00288071

INSTRUÇÕES:
- A prova é em dupla;
- Preencher o campo “ALUNOS” com os nome da dupla e “Matrículas” com os respectivos
números;
- A prova deverá ser entregue no moodle até 23h e 59min de 03.10.2022;
- A entrega junto ao moodle deverá ser realizada por todos os alunos;
- O aluno DEVERÁ responder VERDADEIRO ou FALSO, devendo justificar as assertivas
falsas, sob pena de desconsideração das respostas;
- A justificativa das respostas deverá indicar os dispositivos legais, bem como súmulas que a
embasaram;
- As respostas deverão ser preenchidas no documento editável abaixo da assertiva;
- É OBRIGATÓRIO que as respostas obedeçam à formatação de fonte “times new roman”,
tamanho 12, espaçamento 1,5, sublimado amarelo claro, com texto justificado.

MODELO DE RESPOSTA

X. O princípio da legalidade não está previsto expressamente na CRFB/88.

RESPOSTA: FALSO - O princípio da legalidade é previsto expressamente no Art. 37, caput, da


CRFB/88.
1 Entre as finalidades do processo administrativo é possível apontar o aprimoramento e
sistematização das decisões tomadas em âmbito administrativo;

RESPOSTA: VERDADEIRO.

2 É consectário do princípio do contraditório e da ampla defesa, no processo


administrativo, o direito do administrado de ter ciência da tramitação dos processos
administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, mas se
excetuando a possibilidade de obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as
decisões proferidas.

RESPOSTA: FALSO – Consoante art. 3º, inc. II e art. 46 da Lei 9.784/99, o interessado tem
direito de obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas.

3 Tratando-se de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar


providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado; tal situação é
denominada por parcela da doutrina como contraditório diferido.

RESPOSTA: VERDADEIRO.

4 A falta de atribuição legal específica implicará em atribuição da mais alta autoridade


para decidir.

RESPOSTA: FALSO – De acordo com o art. 17 da Lei 9784/1999, nessa hipótese o processo
administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico.

5 O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas,


salvo disposição legal diversa.

RESPOSTA: VERDADEIRO.

6 A decisão coordenada, prevista desde a promulgação da Lei n. 9.784/98, tem aplicação


obrigatória nos processos administrativos relacionados ao poder sancionador.

RESPOSTA: FALSO - Consoante o art. 49-A, §6°, II, da Lei n. 9.784/98 não se aplica a
decisão coordenada aos processos administrativos relacionados ao poder sancionador.

7 O Estado do Rio Grande do Sul possui lei de processo administrativo própria,


diferentemente do Município de Porto Alegre, que, por força da Súmula 633 do STJ,
aplica a Lei Federal n. 9.784/99.
RESPOSTA: FALSO. O Município de Porto Alegre possui lei própria de processo
administrativo, a Lei Complementar 790/2016. A súmula 633 do STJ prevê a aplicação subsidiária
da Lei Federal 9784/99 se inexistente normal local e específica que regule a matéria.

8 Com exceção dos atos administrativos de competência exclusiva é possível delegar ou


avocar a edição de atos normativos e o julgamento de recursos administrativos.

RESPOSTA: FALSO - Não podem ser objeto de delegação a edição de atos normativos, nem
a decisão de recursos administrativos, conforme dicção do art. 13, inc. I e II, da Lei 9784/1999.

9 É proibida a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia


anônima, conforme entendimento do STJ.

RESPOSTA: FALSO – Conforme teor da Súmula 611: Desde que devidamente motivada e
com amparo em investigação ou sindicância, é permitida a instauração de processo administrativo
disciplinar com base em denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposta à
Administração.

10 A instauração de processo administrativo disciplinar (PAD) suspende a prescrição.

RESPOSTA: FALSO. A instauração de PAD interrompe a prescrição até a decisão final


proferida por autoridade competente, conforme prevê expressamente o art. 142, §3º da Lei 8.112/90.

11 Segundo a Súmula Vinculante n. 5, a falta de defesa técnica por advogado no processo


administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

RESPOSTA: VERDADEIRO.

12 A Lei n. 8.429/92 prevê 4 (quatro) tipos de atos de improbidade, sendo eles os seguintes:
a) Atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito; b) Atos de
improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário; c) Atos de improbidade
administrativa decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro
ou tributário; d) Atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios
da administração pública.

RESPOSTA: FALSO - São 3 os tipos de atos de improbidade administrativa, visto que os atos
de improbidade administrativa decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício
financeiro ou tributário compõem os atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao
erário, conforme a Lei 14.230/21 que revogou o artigo 10-A.

13 O conceito de agente público para fins de improbidade administrativa é mais amplo do


que o de Direito Penal.

RESPOSTA:VERDADEIRO.

14 Os atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário elencados na Lei


n. 8.429/92 podem ter a forma dolosa ou culposa.

RESPOSTA: FALSO – Devido a alteração operada pela Lei 14.230/2021 na redação da Lei
8.429/1992, excluiu-se a forma culposa dos atos de improbidade que causam prejuízo ao erário,
permanecendo apenas a dolosa.

15 Em relação à extinção extraordinária dos atos administrativos, pode-se elencar duas


categorias: anulação (ou invalidação) ou revogação. A primeira decorre de ilegalidade e
a segunda, por sua vez, da conveniência e oportunidade de sua manutenção.

RESPOSTA:VERDADEIRO.

16 Os agentes políticos foram expressamente excluídos pelas alterações da Lei n. 14.230/21


de poderem configurar como sujeitos ativos de atos de improbidade.

RESPOSTA: FALSO – A nova redação dada pela Lei 14.230/2021 ao art. 2º da Lei
8.429/1992 elencou expressamente o agente político como espécie de agente público.

17 A ação para a aplicação das sanções decorrentes dos atos de improbidade da Lei n.
8.429/92 prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ciência do fato.

RESPOSTA: FALSO – O art. 23 da Lei 8.429/1992 diz que a prescrição é contada da


ocorrência do fato e não da ciência dele. Além disso, também prevê que a prescrição de infrações
permanentes começa a contar de quando cessou a permanência.

18 Sentenças proferidas em âmbito cível e penal produzirão efeitos em relação à ação de


improbidade apenas na hipótese de concluírem pela inexistência da conduta.
RESPOSTA: FALSO – As sentenças em âmbito penal e cível também produzirá efeito em
relação à ação de improbidade quando concluir pela ausência de autoria do agente acusado de cometer
o ato, isto é, quando não for ele quem tiver cometido o ato de improbidade.

19 Dada a alteração realizada pela Lei n. 14.230/21 em face do prazo prescricional da ação
para a aplicação das sanções decorrentes dos atos de improbidade contida na Lei n.
8.429/92, o STF entendeu pela sua retroatividade para casos que já têm condenação
transitada em julgada.

RESPOSTA: FALSA – O STF entendeu pela irretroatividade em casos com condenação


transitada em julgado, conforme decisão de Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 843989.

20 Em relação às sanções impostas pela Lei n. 8.429/98, a perda da função pública e a


suspensão de direitos políticos são aplicáveis em todos os tipos de atos de improbidade.

RESPOSTA: FALSO – A perda da função pública e a suspensão de direitos políticos não são
aplicáveis ao ato de improbidade previsto no art. 11 da Lei 8.429/1992, conforme art. 12, III, da
mesma lei.

21 O elemento subjetivo ou orgânico da definição de serviço público entende que este é


prestado pelo Estado, o qual detém sua titularidade, ou por particulares por meio de
vínculo de delegação.

RESPOSTA: VERDADEIRO.

22 As alterações realizadas pela Lei n. 14.230/21 reforçaram a natureza punitiva do


ressarcimento ao erário nas condenações por ato de improbidade.

RESPOSTA: FALSO – O ressarcimento ao erário foi limitado ao valor do dano e ao limite da


participação, conforme arts. 10, § 1º, 12, § 6º, 17- C, § 2º, e 21, I e §5º, todos da Lei 8.429/1992, de
maneira que a natureza punitiva foi abrandada.

23 Em matéria de processo administrativo é vedada a reformatio in pejus em recurso ou em


revisão.
RESPOSTA: FALSO – Conforme parágrafo único do art. 64 da Lei 9.784/99, em caso de
recurso, prevê que o recorrente deverá ser cientificado se houver possibilidade de ser agravada a
situação do recorrente, bem como o caput prevê a possibilidade de modificação total ou parcial. Desse
modo, abarcada a possibilidade de decisão mais gravosa no recurso interposto pelo próprio réu. Há
vedação da aplicação de sanção mais gravosa somente no caso de revisão.

24 Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito


privado não respondem pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa
jurídica, salvo se, comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso em
que responderão nos limites da sua participação, conforme Lei n. 8.429/92.

RESPOSTA: VERDADEIRO.

25 A retirada da legitimidade para a propositura da ação de improbidade da advocacia


pública dos órgãos que tenham sofrido prejuízos por atos de improbidades, realizada
pelas alterações da Lei n. 14.230/21, restou reconhecida como constitucional pelo STF.
De tal modo o único legitimado ativo para a propositura de ação de improbidade passou
a ser o Ministério Público.

RESPOSTA: FALSO – Em razão da ADI 7043, foi declarada pelo STF a


inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, do art. 17, caput, e §§ 6º-A e 10-C, bem como
do art. 17-B, caput, e §§ 5º e 7º, todos da Lei 8.429/1992, em redação dada pela Lei 14.230/2021.
Desse modo voltou a vigorar a legitimidade ativa concorrente e disjuntiva entre Ministério Público e
as pessoas jurídicas interessadas para propositura de ação por ato de improbidade administrativa.

Você também pode gostar