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Profª. Dannielly Freitas Voges
2012
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Profa. Dannielly Freitas Voges
658
V879n Voges, Danielly Freitas
244 p. : il
1. Administração - negócios.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
Apresentação
Prezado(a) acadêmico(a)!
III
nossas empresas, destacando os princípios, as teorias que fundamentam
o movimento de busca por oportunidades no mercado internacional e as
estratégias utilizadas dentro deste contexto.
Bons estudos!
IV
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por
exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS................................ 1
VII
6 BARREIRAS TÉCNICAS.................................................................................................................. 63
7 REFLEXOS DAS BARREIRAS COMERCIAIS NO COMÉRCIO E NAS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS.................................................................................................... 64
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................. 67
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 70
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 71
VIII
UNIDADE 3 - O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL..................................... 151
IX
X
UNIDADE 1
GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade foi dividida em quatro tópicos. No final de cada um
deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão na compreensão do
assunto abordado e na fixação dos conhecimentos adquiridos.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
O FENÔMENO DA GLOBALIZAÇÃO E
AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
1 INTRODUÇÃO
A economia mundial vem evidenciando que há muito tempo nenhum
país é suficientemente independente que não tenha o interesse e a necessidade de
se relacionar com o resto do mundo. Uma economia fechada, onde não existam
exportações e importações, tampouco comércio internacional, está fadada a ficar
à margem ou então sucumbir diante desta realidade global de inter-relações e
interdependência entre as nações. Nesta situação podem se encontrar as economias
fechadas de Cuba ou da Coreia do Norte, que estão isoladas do mundo há mais
de quatro décadas, com pouco dinamismo econômico; assim, suas economias têm
anos de estancamento, com poucas oportunidades e um nível de vida empobrecido.
Sendo assim, neste tópico vamos explorar alguns aspectos relevantes sobre
o processo de globalização e os seus reflexos para as trocas dos países, abordando
as principais teorias sobre a evolução das relações internacionais, suas perspectivas
e impactos sobre os indivíduos, as sociedades e as instituições no mundo.
3
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
UNI
2 GLOBALIZAÇÃO
4
TÓPICO 1 | O FENÔMENO DA GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Este processo complexo e veloz rompe os limites de cada país, de cada povo ou
cultura, promovendo uma diluição nas fronteiras e uma propagação de informações.
5
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
6
TÓPICO 1 | O FENÔMENO DA GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Diante desta realidade, nota-se que a tendência dos países ampliarem suas
negociações internacionais é um processo natural, necessário e impossível de se evitar.
7
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Esta nova postura brasileira pode ser observada através dos produtos
estrangeiros que começaram a ser inseridos na economia do país e foram
responsáveis por um aprimoramento do parque fabril em indústrias (através de
máquinas e equipamentos). É possível notar no comércio doméstico uma maior
oferta de produtos alimentícios, de vestuário e eletrodomésticos, veículos nas
ruas, itens oriundos de diversas regiões do planeta, comprovando a amplitude
das relações comerciais no mundo.
Assim, o comércio é apenas uma das vertentes das relações entre os países,
pois se as transações econômicas antecederam as aproximações políticas e culturais
das nações, hoje temos certeza de que não é apenas a troca comercial que justifica
as relações internacionais. Os interesses são muito maiores, pois se estendem ao
campo da diplomacia, do aprimoramento tecnológico, do compartilhamento de
conhecimento, da cooperação científica e da integração cultural.
3RELAÇÕESINTERNACIONAIS:EVOLUÇÃOEPERSPECTIVAS
CONCEITUAIS
Como é possível perceber neste Caderno de Estudos até o momento, a
globalização foi a denominação dada a um fenômeno intenso de mudanças que
assolaram o mundo na segunda metade do século XX, transformações estas que
remoldaram a forma de atuação dos países no cenário global.
8
TÓPICO 1 | O FENÔMENO DA GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
É fato que a aproximação dos países por interesses econômicos nem sempre
foi pacífica, ou diplomática. Por vezes, a postura era de conquista e opressão, o
que também não significa que são ações opostas, mas no cenário internacional
podem ser complementares.
9
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
A ideia era que com o metal seria possível ampliar a força de exércitos,
melhorar as atividades envolvidas na circulação de mercadorias, equipar a
marinha de guerra e de comércio. E se essa premissa era verdadeira e tendo em
vista que os países europeus já não mais dispunham de tantas jazidas, a estratégia
era vender mais do que comprar. Isso, no contexto internacional, significa
exportar mais do que importar, para com isso receber mais ouro, já que na época
os pagamentos entre os países eram feitos em metais preciosos.
NOTA
10
TÓPICO 1 | O FENÔMENO DA GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
11
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Como exemplo podemos citar o Chile, que após a ditadura concentrou suas
atividades econômicas nas áreas em que teria vantagem comparativa e deixando
do lado a produção industrial de produtos que não eram competitivos, tais como
os fabricados pelas montadoras de carros, devido a um custo político e econômico
muito forte nessa época. O resultado, uma das economias mais dinâmicas da
América Latina e com maior capacidade de manter um crescimento sustentável.
12
TÓPICO 1 | O FENÔMENO DA GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
13
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou sobre:
14
AUTOATIVIDADE
1 Com base nos estudos deste tópico, explique de que forma o fenômeno da
globalização interferiu nas relações internacionais nas últimas décadas,
destacando os principais reflexos do ponto de vista dos governos, das
organizações e dos indivíduos no mundo.
15
16
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
As constantes e cada vez mais rápidas transformações do ambiente
internacional vêm alterando as percepções e valores determinantes do
comportamento humano, indicando claramente que estamos diante de novos
padrões de relacionamento entre pessoas, empresas e nações.
17
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
• Terceira etapa: Mercado comum – esta etapa engloba as duas fases anteriores
e acrescenta a livre circulação de pessoas, serviços e capitais.
Isto faz com que as nações passem a se adequar a essa grande tendência
mundial, onde o isolamento e a autossuficiência não têm vez, e o reflexo
desta situação está, principalmente, na tentativa de diminuição de barreiras
alfandegárias e fiscais ao comércio internacional.
18
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS
19
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Um exemplo clássico de bloco econômico que tem este formato e está nesta
fase de integração é a ALADI (Associação Latino-Americana de Integração).
20
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS
21
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Isto significa que cada país, mesmo tendo o comércio de mercadorias livre
de tarifas entre os membros, pode estabelecer as suas próprias regras tarifárias
e não tarifárias para as mercadorias produzidas fora do bloco. O objetivo é que
cada membro possa ainda ter liberdade na decisão sobre medidas que visam
proteger alguns segmentos específicos de suas economias.
22
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS
Isso porque os moldes do acordo fazem com que o México, por ser o
país menos desenvolvido, ficasse com boa parte do ônus da relação comercial,
notadamente por ter ficado com a parte produtiva e poluidora que abastece os
mercados norte-americano e canadense.
Como podemos perceber, esta integração pode trazer tanto maior poder
econômico para os associados, como dependência entre os mercados, e esta, em
caso de crise, pode impactar de forma negativa todos os membros, mesmo que
indiretamente.
23
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
24
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS
Cabe ressaltar que este Tratado foi complementado por vários outros
protocolos adicionais, destacando-se os seguintes:
NOTA
25
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
26
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS
E
IMPORTANT
Contudo, ainda que a atual situação dos países do Mercosul tenha sido
marcada por instabilidade e alguns impasses econômicos, a relação comercial
entre os membros, muitas vezes, apresenta-se viável não só pela qualidade dos
produtos comercializados, mas também pela liberalização alfandegária que,
geralmente, traz uma maior competitividade às mercadorias transacionadas.
27
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
28
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS
Este acordo teve sua origem com a constituição de união aduaneira em 1948,
entre a Bélgica, Holanda e Luxemburgo, que ficou conhecido como BENELUX,
e três anos mais tarde houve uma ampliação do acordo, incluindo também
Alemanha Ocidental, França e Itália, que constituíram a CECA (Comunidade
Europeia de Carvão e Aço), para fomentar a comercialização livre destes produtos
que movimentavam as economias destas nações na época e manter ainda uma
postura comum para o que não fosse produzido por estes países.
Nos anos que se seguiram, outros países foram incorporados ao bloco: Reino
Unido, Irlanda e Dinamarca em 1972, Grécia em 1981, Espanha e Portugal já em 1986.
29
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
30
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS
31
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Mesmo que a União Europeia tem uma moeda forte, sendo um bloco
econômico bastante competitivo, onde as relações comerciais são facilitadas em
um nível superior aos demais acordos regionais, contando com uma liberdade
na circulação dos fatores de produção, a crise financeira mundial de 2008 revelou
a vulnerabilidade desses países, evidenciando a influência e a interdependência
que esses ainda mantêm em relação a países de fora do bloco.
32
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS
3 ACORDOS BILATERAIS
Como podemos perceber, as relações internacionais têm apresentado uma
influência cada vez maior para a economia, a política e o desenvolvimento dos
países. De uma forma ou de outra, as nações, em pleno século XXI, continuam
buscando alternativas para seu crescimento nas trocas com outros mercados. E
isto tem possibilitado um aprimoramento também nas parcerias internacionais.
33
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
• Mercosul – Índia.
• Mercosul - Israel.
34
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou sobre:
35
AUTOATIVIDADE
36
TEXTO 2: BRASIL DIFICULTA ENTRADA DE CARROS
IMPORTADOS NO PAÍS
Mas é no que não se vê que pode estar o maior impacto dessa medida.
As bicicletas do país dependem de pedais e assentos que vêm do Brasil. As
montadoras precisam de peças que não se fabricam na Argentina, e que acabam
travadas na fronteira.
37
38
UNIDADE 1
TÓPICO 3
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO
COMÉRCIO (OMC)
1 INTRODUÇÃO
Com o término da Segunda Guerra Mundial, o Continente Europeu, além
de estar consideravelmente destruído, encontrava-se ainda muito frágil tanto
econômica como politicamente, e este contexto fazia com que todas as nações no
mundo repensassem suas relações e seus modelos de sociedade.
Por isso, neste tópico vamos conhecer os fatos que contribuíram para a
criação deste organismo, analisando seus precedentes, suas funções e objetivos,
ressaltando seus princípios, países-membros e as principais rodadas de negociação.
2 ORIGEM
O grande desafio enfrentado principalmente pelos países ocidentais, no
final da década de 40, era a construção simultânea da paz e o restabelecimento
das relações internacionais, para evitar que o protecionismo e os conflitos de
interesses voltassem a interferir na prosperidade do intercâmbio mundial.
39
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
40
TÓPICO 3 | ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC)
• A quinta foi a Rodada Dillon em 1960-61, que, apesar de ter sido também
realizada na cidade de Genebra, acabou levando o nome do secretário de
Comércio dos EUA, e o foco da discussão era a tarifa externa comum no âmbito
da recém-criada Comunidade Econômica Europeia (CEE).
• A sétima, Rodada de Tóquio, já contava com mais de uma centena de países que
representavam cerca de 90% do comércio mundial e se estendeu entre 1973 e 1979.
41
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
N° de
Data Local Temas
Participantes
1947 Genebra – Suíça Questões tarifárias. 23
1948-49 Annecy – França Questões tarifárias. 13
1950-51 Torquay – Reino Unido Questões tarifárias. 38
1955-56 Genebra – Suíça Questões tarifárias. 26
1960-61 Rodada Dillon – Genebra Questões tarifárias. 26
1964-67 Rodada Kennedy – Genebra Questões tarifárias e não tarifárias. 62
1973-79 Rodada de Tóquio – Genebra Questões tarifárias e não tarifárias. 102
Questões tarifárias, não tarifárias,
serviços e propriedade intelectual.
Rodada do Uruguai – Punta
1986-94 Solução de controvérsias nas áreas 123
del Este / Genebra
têxteis e agricultura. Criação da
OMC.
3 RODADA DO URUGUAI
Durante alguns anos os países signatários do GATT tentavam tirar do
papel a construção de um organismo internacional capaz de regulamentar as
relações comerciais, e com o início da Rodada do Uruguai em 1986, a sensação
era de que esta seria mais uma série de encontros que parecia estar fadada ao
fracasso na questão “formalizar a existência de uma organização supranacional”.
No entanto, apesar de durar mais tempo que o previsto, a Rodada foi uma
das mais promissoras, pois conseguiu ampliar o número de países participantes
para 123; trouxe avanços na liberalização do comércio de mercadorias e serviços e
intensificou a discussão em torno de temas ligados à saúde e às telecomunicações.
42
TÓPICO 3 | ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC)
ATENCAO
Vamos relembrar que o sistema bipolar foi o modelo liderado pelos EUA contra
a URSS e que colocava os países do mundo em dois lados distintos: os que apoiavam o
capitalismo e os que tinham como filosofia de Estado o socialismo. Este período ficou
conhecido como Guerra Fria e terminou apenas com a queda do Muro de Berlim, em 1989.
E
IMPORTANT
É importante lembrar que esta rodada foi marcada por novos temas que
até então não haviam tido relevância nas discussões das rodadas anteriores, entre
eles: investimentos, serviços e propriedade intelectual.
43
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
E
IMPORTANT
4 OS PRINCÍPIOS DA OMC
Como percebemos, os moldes da OMC e principalmente seus objetivos
e princípios foram desenvolvidos já no âmbito do GATT e permaneceram
norteando as atividades deste organismo até os dias de hoje. E é fato que as regras
desenvolvidas constituem um extenso e complexo sistema de textos jurídicos que
abordam uma série de temas.
44
TÓPICO 3 | ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC)
4.1 PAÍSES-MEMBROS
A OMC conta atualmente com um total de 153 componentes, sendo 80%
deles considerados países em desenvolvimento. Aproximadamente 20 países estão
em processo de acesso, aguardando a possibilidade de compor a mais importante
instituição do comércio mundial.
45
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
República
África do Sul Cingapura Guiana Maurício (Ilhas) Iugoslava da
Macedônia
Albânia Colômbia Guiné Mauritânia República Tcheca
Comunidade
Alemanha Guiné Bissau México Romênia
Europeia
Angola Congo Haiti Moçambique Ruanda
Antígua e Saint Kitts e
Coreia do Sul Honduras Moldávia
Barbuda Nevis
Arábia Saudita Costa Rica Hong Kong Mongólia Santa Lúcia
São Vicente e
Argentina Costa do Marfim Hungria Myanmar
Granadinas
Armênia Croácia Ilhas Salomão Namíbia Senegal
Austrália Cuba Índia Nepal Serra Leoa
Áustria Dinamarca Indonésia Nicarágua Sri Lanka
Bahrein Djibouti Irlanda Níger Suazilândia
Bangladesh Dominica Islândia Nigéria Suécia
Barbados Egito Israel Noruega Suíça
Bélgica El Salvador Itália Nova Zelândia Suriname
Emirados Árabes
Belize Jamaica Omã Tailândia
Unidos
Benin Equador Japão Países Baixos* Taiwan
Bolívia Eslovênia Jordânia Panamá Tanzânia
Botswana Espanha Kuwait Papua Nova Guiné Togo
Brasil Estados Unidos Lesoto Paquistão Tonga
Trinidad e
Brunei Estônia Letônia Paraguai
Tobago
Bulgária Fidji Liechtenstein Peru Tunísia
Burkina Faso Filipinas Lituânia Polônia Turquia
Burundi Finlândia Luxemburgo Portugal Uganda
Cabo Verde França Macau Qatar Ucrânia
Camarões Gabão Madagascar Quênia Uruguai
Cambodja Gâmbia Malásia Quirguízia Venezuela
Canadá Gana Malawi Reino Unido Vietnã
República Centro
Chade Geórgia Maldivas Zâmbia
Africana
República
Chile Granada Mali Democrática do Zimbábue
Congo
República
China Grécia Malta
Dominicana
República
Chipre Guatemala Marrocos
Eslovaca
*Países Baixos são mais conhecidos como Holanda.
FONTE: WORLD TRADE ORGANIZATION. Disponível em: <www.wto.org>. Acesso em: 20 mar. 2011.
46
TÓPICO 3 | ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC)
47
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Uma das questões mais polêmicas que o Brasil levou à OMC para
abertura de painel com o OSC envolve o suco de laranja brasileiro, que há anos
vem sofrendo com as tarifas antidumping impostas pelos Estados Unidos, um dos
principais mercados compradores do nosso suco. O governo norte-americano
aplica sobretaxas nos percentuais de 5,26% e 8,13% sobre a importação do
suco de laranja do Brasil. No entanto, com a decisão favorável ao nosso país,
agora o governo norte-americano, se não recorrer da sentença, poderá sofrer
consequências em forma de multa ou retaliação comercial a ser determinada pela
OMC, favorecendo o setor brasileiro que entrou com a ação.
48
TÓPICO 3 | ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC)
49
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Mas a situação perdurou sem efeitos reais até 2005, quando, na VI Conferência
Ministerial em Hong Kong, os países-membros conseguiram ao menos estabelecer
metas a serem cumpridas no que diz respeito à determinação de um prazo para a
eliminação dos subsídios agrícolas aplicados à exportação, fixado em 2013.
A Rodada de Doha ainda não chegou ao seu fim, apesar de todo pessimismo
que a cerca, pois países emergentes e agrícolas como o Brasil continuam o
movimento de pressão para que as medidas discutidas nos últimos anos sobre os
subsídios agrícolas sejam mais efetivas.
50
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou sobre:
51
AUTOATIVIDADE
52
UNIDADE 1
TÓPICO 4
BARREIRAS COMERCIAIS
1 INTRODUÇÃO
A história das relações internacionais nos mostra que os países ora adotam
políticas de restrição ao comércio com o exterior e, em outras épocas, políticas de
abertura comercial, e os interesses particulares de cada nação fizeram com que os
estados vivessem constantemente entre estas posturas conflitantes.
Por outro lado, Livre-Cambismo é a teoria que prega que o Estado deve
promover e incentivar o livre comércio, com a eliminação das barreiras comerciais,
permitindo a livre concorrência.
Embora não haja uma definição precisa para barreira comercial, esta
pode ser entendida como “qualquer lei, regulamento, política, medida ou prática
governamental que imponha restrições ao comércio exterior, principalmente
no que tange à entrada de mercadorias e/ou serviços estrangeiros em um país”.
(LOPEZ; GAMA, 2010, p. 130).
Por vezes estas medidas podem ferir os princípios da OMC e, por este
motivo, muitos países e empresas são “levados” à Organização para explicar suas
posturas comerciais, sob a suspeita de práticas desleais de comércio.
53
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
• Barreiras específicas: são aplicadas através de uma quantia fixa sobre a unidade
de medida do produto. Exemplo: US$ 0,50 por quilo, ou tonelada, ou metro
quadrado etc.
E
IMPORTANT
55
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Cabe ressaltar que a OMC condena este tipo de prática, pois acredita que
a mesma fere um dos seus princípios (o livre comércio), e ainda pode favorecer a
formação de monopólios.
3 SUBSÍDIOS
Como percebemos até agora, apesar dos ideais do liberalismo econômico,
por diversas vezes nos deparamos com medidas protecionistas que representam
a mais pura intervenção do Estado no livre comércio pregado pela OMC.
56
TÓPICO 4 | BARREIRAS COMERCIAIS
• e para caracterizar subsídio, a prática tem que ser específica, ou seja, o benefício
destinado à organização ou segmento específico da economia que venha
correndo risco grave diante da concorrência internacional.
Assim, para que o subsídio seja acionável, ele deve ser específico, ou
seja, limitado, de fato ou direito, a uma empresa ou a um grupo de empresas
ou indústrias, a setores de produção ou a regiões geográficas.
• Os subsídios verdes ou não acionáveis são aqueles aceitos pela OMC como
medidas para fomentar determinadas áreas com interesse social, como pesquisas
científicas, assistência à região desfavorecida ou promoção e adaptação de
instalações às novas exigências ambientais, sob determinadas condições.
57
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
4 MEDIDAS ANTIDUMPING
Antes de estudarmos o que são estas medidas protecionistas, é preciso
entender primeiramente o que é a prática de dumping.
58
TÓPICO 4 | BARREIRAS COMERCIAIS
DICAS
59
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
60
TÓPICO 4 | BARREIRAS COMERCIAIS
CIRCULAR Resolução
SECEX n° Direito CAMEX nº 66,
Alto-Falantes China 63, DE 14 DE Antidumping de 11/12/2007, US$ 2,35/kg 13/12/2012
SETEMBRO Definitivo publicada no D.O.
DE 2006 U. de 13/12/2007
CIRCULAR Resolução
SECEX N° Direito nº 49, de
Pneus de
China 46, DE 08 DE Antidumping 08/09/2009,publica- US$ 0,75/kg 09/09/2014
automóveis
JULHO DE Definitivo da no D.O.U. de
2008 09/09/2009
Shangai
Kindly
Enterprise
CIRCULAR Resolução nº 53,
Dev Group
SECEX N° Direito de 17/09/2009,
Seringas Co. Ltd.:
China 37, DE 18 DE Antidumping publicada no 18/09/2014
Descartáveis US$ 7,73/kg
JUNHO DE Definitivo D.O.U. de
Demais
2008 18/09/2009
empresas:
US$ 10,67/
kg
Resolução nº 14,
CIRCULAR
de 04/03/2010,
SECEX n° Direito
publicada no US$ 13,85/
Calçados China 95, DE 29 DE Antidumping 05/03/2015
D.O.U. de par
DEZEMBRO Definitivo
05/03/2010
DE 2008
CIRCULAR Resolução nº 24,
SECEX N° Direito de 28/04/2010,
Canetas US$ 14,52/
China 71, DE 28 DE Antidumping publicada no 29/04/2015
Esferográficas kg
OUTUBRO Definitivo D.O.U. de
DE 2008 29/04/2010
FONTE: Disponível em:<www.mdic.gov.br>. Acesso em: 25 mar. 2011.
5 SALVAGUARDAS
As medidas de salvaguardas têm por objetivo aumentar temporariamente
a proteção à indústria doméstica que esteja sofrendo prejuízo ou ameaça de
prejuízo grave decorrente do aumento, em quantidade, de importações de
determinados produtos em termos absolutos ou em relação à produção nacional.
• Taxas de lucros.
• Nível de desemprego.
62
TÓPICO 4 | BARREIRAS COMERCIAIS
6 BARREIRAS TÉCNICAS
Os países exercem ainda controle sobre as suas importações impondo
condições para que determinados produtos possam entrar em suas fronteiras.
As exigências técnicas mais comuns estão relacionadas a normas e regulamentos
técnicos, regulamentos sanitários, fitossanitários e de saúde animal.
63
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
64
TÓPICO 4 | BARREIRAS COMERCIAIS
• Suco de laranja.
• Álcool etílico.
• Açúcar.
• Fumo.
• Carne de frango.
• Carne suína.
• Carne bovina.
65
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
66
TÓPICO 4 | BARREIRAS COMERCIAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
Helio Tollini
Histórico
67
UNIDADE 1 | GLOBALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Prognósticos
68
TÓPICO 4 | BARREIRAS COMERCIAIS
As dificuldades da retaliação
FONTE: TOLLINI, Helio. International Centre for Trade and Sustainable Development – Pontes
Bimestral, v. 4, n. 5, 2008. Disponível em: <http://ictsd.org/i/news/pontes/32869/>. Acesso em:
20 abr. 2011.
69
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você estudou sobre:
70
AUTOATIVIDADE
1 O que são os subsídios? Cite uma vantagem e uma desvantagem que este
tipo de barreira pode trazer para a economia do país.
71
72
UNIDADE 2
O PROCESSO DE
INTERNACIONALIZAÇÃO DAS
EMPRESAS BRASILEIRAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade foi dividida em quatro tópicos. No final de cada um
deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão na compreensão do
assunto abordado e na fixação dos conhecimentos adquiridos.
TÓPICO 2 – EXPORTAÇÃO
TÓPICO 3 – IMPORTAÇÃO
73
74
UNIDADE 2
TÓPICO 1
INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE
INTERNACIONALIZAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Muito tem se falado sobre o impacto que a globalização vem exercendo
sobre o mundo e a forma como as pessoas, as empresas e as nações têm traçado
seus caminhos. Este fenômeno, que começou a ser discutido nos meios científicos
apenas em meados da década de 70, é hoje debatido em qualquer lugar do planeta
onde as manifestações dos seus efeitos são claras e reais.
Para Lahóz (2000), esta situação é efetiva, pois os países nunca buscaram
integrar suas economias tão intensamente, e as grandes empresas mundiais se
estendem pelos cinco continentes, ignorando fronteiras e jogando por terra as
antigas barreiras nacionais.
75
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
2 TEORIAS E CONCEITOS
A globalização que há muito tempo vem imprimindo mudanças
profundas no cenário econômico, político e social das nações, tem seus reflexos
no desenvolvimento das empresas mundiais, que buscam a cada dia formas de
sobreviver às novas regras do contexto global.
76
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
Mas apesar de alguns autores como Kraus (2000), Hemais e Hilal (2002)
basearem seus estudos na teoria proposta pela Escola de Uppsala, entendendo a
internacionalização de empresas como um processo incremental cuja evolução
estaria relacionada à cumulatividade de experiência por parte das organizações
em suas atividades com o mercado externo, alguns pesquisadores, em suas
publicações, criticaram o modelo nórdico.
77
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
78
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
79
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
Internacionalização
com investimentos
Exportadora
ativa
t o
e n Exportadora
tim
Pré-ativa
e
om Exportadora
pr
passiva
o m
C
Subsidiária
Exportadora comercial PONTO DE RUPTURA
irregular
o
passiva
s s
Pré-
Pré-
c e
tro
exportadora
exportadora
Não
exportadora
Re
Ênfase no mercado
Ênfase na produção
80
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
81
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
• o medo do fracasso;
• o complexo de inferioridade;
Urbasch (2004) ainda ressalta que esta “cegueira” das empresas nacionais,
muitas vezes, não permite que as mesmas desfrutem de oporvtunidades muito
mais vantajosas no mercado externo do que no próprio mercado doméstico, isto
por puro desconhecimento e falta de ousadia.
82
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
Assim, podemos entender que estes pontos representam os motivos que levam
as empresas a buscarem oportunidades de negócios com o mercado internacional; os
critérios e condições que as mesmas precisam apresentar para obter algum sucesso
na atuação global e, ainda, os obstáculos e as dificuldades com que as organizações
podem se deparar e que, por vezes, fazem com que a internacionalização seja um
processo complexo e além das possibilidades e da compreensão da empresa.
Você sabe quais são os principais pontos dos 3Rs? Para detalhar, trazemos
alguns exemplos:
- Razões
83
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
- Requisitos
- Resistências
84
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
85
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
86
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
87
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
DICAS
3 ESTRATÉGIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO
As organizações possuem algumas opções de escolha quando buscam
estratégias de entrada em mercados externos. A expansão internacional pode ser
realizada através da exportação de produtos; acordos de licenciamento; alianças
estratégicas, aquisições e estabelecimento de novas subsidiárias totalmente próprias.
88
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
3.1 LICENCIAMENTO/FRANCHISING
Um acordo de licenciamento permite que uma firma estrangeira
compre o direito de manufaturar e/ou vender os produtos e/ou serviços de
uma organização dentro de um país anfitrião. Ao licenciador normalmente são
pagos royalties correspondentes ao valor negociado para a utilização da marca
que será produzida e/ou vendida no exterior. Ao licenciado cabem os riscos e
investimentos monetários em instalação para manufaturas, comercialização e
distribuição dos bens e serviços.
89
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
NÚMERO DE PAÍSES
EMPRESA SEGMENTO
COM FRANQUIAS
Via Uno Calçados 25
Carmem Steffens Calçados 10
Chilli Beans Óculos (acessórios) 3
Havaianas Calçados 1 (França)
Showcolate Alimentos 10
Bob’s Alimentos (Fast Food) 2
Casa do Pão de Queijo Alimentos 2
O Boticário Beleza (Cosméticos e Perfumaria) 15
CCAA Escola de Idiomas 7
Wizard Escola de Idiomas 6
90
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
b) Uma situação em que seja muito caro, arriscado ou lento alcançar os objetivos
sem a aliança com parceiro local.
91
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
A maioria das joint ventures que “não dão certo pereceu em decorrência
de choques culturais e de pouca ou nenhuma empatia entre ambas as partes”
(DOURADO, 2000, p. 29).
92
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
3.3 AQUISIÇÃO
Uma das alternativas de entrada em mercados internacionais é a aquisição
de uma empresa no país destino.
Isto pode ser comprovado por uma pesquisa recente da Fundação Dom
Cabral (2010) que identificou nas empresas brasileiras uma menor preferência
pela estratégia de aquisição de organizações já estruturadas no exterior,
principalmente quando estas estão sediadas em países que apresentam uma
distância cultural muito grande do Brasil. O estudo ainda aponta que esta situação
é melhor enfrentada por grandes empresas, que, por disporem, normalmente, de
mais conhecimento, capacidade de investimento e experiência com o mercado
internacional, conseguem um desempenho com menos dificuldades.
93
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
94
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
Choque de civilizações
Quais são os principais problemas culturais que executivos brasileiros de algumas empresas
encontram em suas subsidiárias canadenses e americanas?
Brasileiros Americanos
Priorizam o cumprimento Seguem o que foi estipulado no
Falta de senso de de tarefas, podendo esticar o contrato, vão embora no final do
urgência. expediente para terminar um expediente e continuam no dia
trabalho atrasado. seguinte.
Mesmo funcionários
A maioria é sindicalizada, e os
Apego ao sindicalizados apresentam um
dirigentes sindicais resistem a todo
corporativismo. grau razoável de abertura às
e qualquer tipo de mudança.
transformações.
Fazem o que foi acordado com os chefes.
Rigidez Têm mais jogo de cintura e se
Se os superiores mudam de opinião,
comportamental. adaptam melhor a mudanças.
são logo vistos com desconfiança.
95
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
b) Possíveis reduções de custos com mão de obra, matéria-prima, que podem ser
materializados por incentivos do governo estrangeiro e outras características
competitivas do país da subsidiária.
96
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
97
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
As empresas hoje não devem buscar apenas por altos padrões de qualidade
e produção, estas devem também buscar desenvolver uma nova linha de gerentes
e demais colaboradores que sejam pessoas “ricas” em três ativos intangíveis:
conceitos, competências e conexões.
98
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
99
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
Desta forma, cada vez mais os profissionais e especialmente aqueles que por
força da posição têm que estar em contato ou negociar com outros países, precisam
ampliar seu conhecimento sobre culturas e aspectos comportamentais, para desta
forma moldar sua própria forma de comportamento quando inseridos nelas.
100
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
101
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou sobre:
102
AUTOATIVIDADE
103
104
UNIDADE 2 TÓPICO 2
EXPORTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A atividade exportadora, como mencionado anteriormente, merece um
tópico específico para abordagem neste Caderno de Estudos, por algumas razões,
entre elas o fato de ser o primeiro passo rumo ao exterior dentro do processo de
internacionalização das empresas. Outro fator para tratarmos separadamente o
assunto é a relevância que a venda para o mercado internacional tem para as
relações internacionais do Brasil e, consequentemente, para nossa economia.
Isso fica claro se for comparado o risco que existe para uma empresa que
apenas vende seus produtos para outros países com o desafio de instalar uma
filial produtora fora das fronteiras de seu país. A empresa que exporta produtos
corre o risco de inadimplência, que pode ser amenizado com a utilização de
mecanismos de proteção ao pagamento, e talvez possa correr o risco de não ter
um bom desempenho na atuação do mercado de destino, pois fica à mercê do
desenvolvimento da atividade de seu cliente no que diz respeito à distribuição e/
ou consumo de seus produtos.
105
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
E por fim, sob o ponto de vista cambial, a exportação traz como principal
reflexo o ingresso de divisas em forma de pagamento pela operação.
106
TÓPICO 2 | EXPORTAÇÃO
e) mercados grandes.
3 MODALIDADES DE EXPORTAÇÃO
A seguir, estudaremos cada tipo de modalidade de exportação.
107
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
Brasil Exterior
109
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
- Quando a venda para o mercado internacional não for impactante nas atividades
da empresa, quando esta for esporádica ou irregular, a fabricante não precisa
manter um departamento próprio de exportação, que pode ficar ocioso.
Por outro lado, os pontos mais críticos da exportação indireta podem ser:
110
TÓPICO 2 | EXPORTAÇÃO
- comercial exportadora;
- consórcio de exportação, e
- cooperativas.
111
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
O que pode ocorrer é uma preferência por tradings, por estas apresentarem,
geralmente, maior capacidade financeira e operacional que comerciais
exportadoras constituídas como Ltda.
112
TÓPICO 2 | EXPORTAÇÃO
113
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
- Modalidade ordinária: própria para pessoa jurídica que atue com regularidade
no comércio exterior.
- Modalidade restrita: para pessoa física ou jurídica que já tenha atuado como
importador e/ou exportador, mas serve exclusivamente para ter acesso ao
SISCOMEX (2011) para consultas ou retificações, impossibilitando o registro
de novas operações.
114
TÓPICO 2 | EXPORTAÇÃO
simplificada os procedimentos podem até ser mais fáceis, porém a empresa fica
limitada à realização das situações supracitadas, e no caso da pequena monta, fica
restrita ao limite estabelecido pela própria normativa.
NOTA
É preciso destacar que o limite de US$ 300.000,00 FOB serve para as operações
de exportação. Vamos ver, no tópico sobre importação que será abordado neste Caderno de
Estudos, que as condicionantes para a importação são diferentes. E também não significa que
o único INCOTERM que pode ser utilizado é o FOB, ele apenas é utilizado como parâmetro
para contabilização do limite que inclui o valor da mercadoria e todas as demais despesas
necessárias até colocar a mercadoria desembaraçada ao transportador internacional.
115
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou sobre:
116
AUTOATIVIDADE
117
118
UNIDADE 2 TÓPICO 3
IMPORTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Devido às mudanças e ao processo de globalização internacional da economia,
os países vêm intensificando suas relações comerciais de tal maneira que ultrapassam
barreiras físicas, culturais e econômicas, sendo que aqueles que não participam desta
“corrida de obstáculos” estão condenados ao atraso e ao esquecimento.
119
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
A partir do governo Collor, nos anos 90, começaram a ser traçadas novas
diretrizes e políticas para as importações brasileiras, com bases mais liberais e
racionais, permitindo assim uma maior agilidade nestas operações, bem como
na utilização de regimes especiais para a entrada de mercadorias estrangeiras.
No entanto, alguns setores nascentes na economia foram protegidos, mesmo que
temporariamente, do mercado externo.
Com isto, o país comprador poderá, com o correr dos anos, produzir esse
produto, mas nesse espaço de tempo comprará de quem já dispõe da mercadoria
pronta.
120
TÓPICO 3 | IMPORTAÇÃO
121
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
Ainda assim, as vantagens das importações muitas vezes são barradas por
questões políticas e econômicas.
122
TÓPICO 3 | IMPORTAÇÃO
3 MODALIDADES DE IMPORTAÇÃO
A seguir, estudaremos cada tipo de modalidade de importação.
123
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
Esta operação pode ser realizada tanto para fins de uso e consumo da
própria empresa, através da compra de maquinário, matéria-prima, insumos,
componentes ou partes e peças necessárias para a atividade produtiva de uma
indústria, e ainda o intuito pode ser a revenda no mercado nacional do bem
importado.
Contudo, cabe ressaltar que é obrigatória, para a empresa que desejar atuar
como importador direto, a habilitação no RADAR para ter acesso ao SISCOMEX
(2011). Devendo ainda a empresa ficar atenta às condicionantes da modalidade
sob a qual esta se credenciou na Secretaria da Receita Federal (simplificada,
ordinária, restrita ou especial).
124
TÓPICO 3 | IMPORTAÇÃO
125
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
NOTA
Para que uma operação de importação por conta e ordem de terceiros seja
realizada de forma perfeitamente regular, é necessário, antes de tudo, que tanto a empresa
adquirente quanto a empresa importadora sejam habilitadas para operar no SISCOMEX nos
termos da IN SRF nº 650, de 2006.
FONTE: Disponível em: < http://www.receita.fazenda.gov.br/TextConcat/Default.as-
p?Pos=3&Div=Aduana/ContaOrdemEncomenda/ContaOrdem/>. Acesso em: 8 maio 2012.
126
TÓPICO 3 | IMPORTAÇÃO
NOTA
127
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
NOTA
128
TÓPICO 3 | IMPORTAÇÃO
Por fim, um aspecto muito importante que deve ser considerado pelas
empresas ao definirem por uma modalidade de importação utilizando os serviços de
pessoa jurídica intermediária ou prestadora de serviços, é o fato de que na operação
por encomenda o limite de importação utilizado é sempre o da importadora, fato
este contemplado pela IN SRF nº 650, de 12 de maio de 2006. Nesta normativa o
encomendante pode se habilitar no RADAR sob a modalidade simplificada, pois o
limite a ser comprometido neste caso é o da importadora contratada.
129
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
NOTA
Quando comentado que a habilitação no RADAR deve ser feita pela empresa
interessada sempre na unidade da Secretaria da Receita Federal de sua jurisdição, deve-se
entender que isto se refere à unidade da jurisdição da matriz.
130
TÓPICO 3 | IMPORTAÇÃO
131
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
132
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou sobre:
133
AUTOATIVIDADE
134
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Com a evolução das relações internacionais, os conflitos nas negociações
também se tornaram mais frequentes, principalmente por se tratar da realização de
operações de compra e venda entre organizações localizadas nas mais diferentes
nações do mundo e que, por vezes, possuem características e comportamentos
bastante distintos no que diz respeito ao desenvolvimento dos seus negócios.
2 ORIGEM
A Câmara de Comércio Internacional – CCI, sediada em Paris, padronizou
pela primeira vez esses termos em 1936, e como já comentado, a origem dos
INCOTERMS tem uma ligação direta com os problemas que ocorriam nas transações
comerciais, o que acabava por causar desentendimentos, disputas e litígios.
135
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
QUADRO 10 – INCOTERMS
GRUPO INCOTERMS
E EXW.
F FCA, FAZ, FOB.
C CFR, CIF, CPT, CIP.
D DAF, DES, DEQ, DDU, DDP (DAP, DAT incluídos em 2010).
FONTE: A autora
136
TÓPICO 4 | INCOTERMS (CONDIÇÕES DE VENDA) – REVISÃO 2010
137
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
Mais uma vez, trata-se de uma condição própria do modal marítimo, e cabe
ressaltar que a entrega da mercadoria a bordo do navio é feita após o desembaraço
da mesma, promovida pelo exportador. No entanto, o transportador internacional
já foi previamente contratado pelo importador, que assume a responsabilidade e
os custos deste ponto em diante.
Mais uma vez temos, nesta condição, a utilização voltada para o modal
marítimo.
138
TÓPICO 4 | INCOTERMS (CONDIÇÕES DE VENDA) – REVISÃO 2010
Mais uma vez é importante indicar, tanto neste termo como no CFR, o
local da condição negociada, ou seja, o local exato até onde o frete internacional
foi contratado e pago. Por exemplo, CPT Aeroporto Internacional de Ezeiza
– Buenos Aires / Argentina – INCOTERMS 2010, ressaltando que o local da
condição até onde o frete foi contratado não é o mesmo ponto de transferência
das responsabilidades, que ocorre no país de origem, no momento em que a carga
é disponibilizada no local do transportador. Esta condição pode ser utilizada em
qualquer tipo de transporte, inclusive o multimodal.
139
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
- DDU – Delivered Duty Unpaid (Entregue com direitos não pagos) - **Retirado
pela revisão INCOTERMS 2010
140
TÓPICO 4 | INCOTERMS (CONDIÇÕES DE VENDA) – REVISÃO 2010
141
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
ATENCAO
142
TÓPICO 4 | INCOTERMS (CONDIÇÕES DE VENDA) – REVISÃO 2010
LEITURA COMPLEMENTAR
Cristiane Mano
[...]
A demonstração mais evidente de que a corrida está cada vez mais acelerada
é a impetuosidade da gaúcha Gerdau. Em setembro, a siderúrgica investiu 4,2
bilhões de dólares -- a maior aquisição de sua história -- na compra da Chaparral
Steel, segunda maior produtora americana de estruturas de aço. Um mês depois,
a empresa anunciou a compra de 49% de participação na mexicana Aceros Corsa,
por 100 milhões de dólares. “Não vamos parar para mastigar as aquisições, e sim
seguir em frente com outros negócios”, diz André Gerdau, presidente do Grupo
Gerdau. Juntas, as cinco brasileiras mais internacionalizadas -- um pelotão de elite
composto de Vale, Gerdau, Sabó, Marcopolo e Odebrecht, segundo a Fundação
Dom Cabral, de Belo Horizonte -- já faturam cerca de 20 bilhões de dólares por ano
em suas operações internacionais. Apenas em 2007, essas cinco empresas deverão
ter investido cerca de 9 bilhões de dólares no exterior. Trata-se de uma mudança
rápida e radical e, como em toda transformação, há uma dura e inevitável fase de
aprendizado. “Pela primeira vez, as empresas brasileiras têm o desafio de criar um
senso de corporação entre as várias unidades espalhadas pelo mundo”, diz Luiz
Carlos Ferreira de Carvalho, professor da Fundação Dom Cabral.
143
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
[...]
[...]
144
TÓPICO 4 | INCOTERMS (CONDIÇÕES DE VENDA) – REVISÃO 2010
145
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
146
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você estudou sobre:
147
AUTOATIVIDADE
148
3 A empresa Trancos e Barrancos Ltda., fabricante de cachaça artesanal, está
iniciando suas atividades de exportação para o mercado sul-americano.
O primeiro pedido de uma empresa de Buenos Aires/Argentina acaba de
ser confirmado: 10.000 garrafas de cachaça, e a proposta da exportadora
é a seguinte: Total US$ 50.000,00 DDP Av. Corrientes, 348 - Buenos Aires/
Argentina – INCOTERMS 2010. Considerando essa proposta, analise as
sentenças a seguir e responda se é uma colocação verdadeira ou falsa,
ressaltando o porquê.
149
150
UNIDADE 3
O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
INTERNACIONAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade foi dividida em quatro tópicos. No final de cada um
deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão na compreensão do
assunto abordado e na fixação dos conhecimentos adquiridos.
151
152
UNIDADE 3
TÓPICO 1
INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE
NEGOCIAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Situações conflituosas sempre permearam a vida das sociedades. Desde
o surgimento da humanidade, nas formações mais primitivas de grupos de
indivíduos que tinham certa convivência, até os dias atuais, o nosso cotidiano é
constantemente marcado por controvérsias resultantes da própria natureza do
homem e de sua maneira de pensar e agir (COUTINHO, 2007).
Para Martinelli (2009, p. 46), o conflito é “o processo que começa quando uma
parte percebe que a outra frustrou ou vai frustrar seus interesses”. Colaborando
com o mesmo raciocínio, Oliveira (1997) evidencia que o conflito é uma situação
de competição, onde as partes estão conscientes da incompatibilidade das suas
posições. E diante desta constatação, com a evolução das sociedades, o homem foi
percebendo que, sendo inevitável a existência de conflitos, era preciso repensar a
maneira de lidar com eles.
A partir disto, tornou-se claro que era mais interessante, menos desgastante
e mais barato, em diversas situações, tentar se chegar a um acordo por consenso
através da negociação do que através da imposição, da guerra ou da pressão.
Assim, como os conflitos estão inseridos no dia a dia das pessoas, das
empresas, das sociedades, das nações em geral, conseguir a solução dos mesmos
pela negociação é conduzir as partes envolvidas à construção de um acordo e
de relacionamentos que possam, por si só, permitir uma convivência melhor e o
alcance de objetivos de forma conjunta.
153
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Sendo assim, esta unidade vai permitir uma análise mais minuciosa sobre
os conceitos e os princípios desenvolvidos em torno da visão sistemática da
negociação, tendo esta como um processo que está presente em nossas vidas, às
vezes até de maneira muito natural, como na compra de um bem, na contratação de
um serviço, enfim, por mais natural que a ação de negociar possa parecer, é preciso
entendê-la para poder lançar mão de mecanismos que possam melhorá-la.
Por esta razão, também vamos abordar etapas, momentos que podem ser
identificados durante o processo de negociação, ressaltando características e a postura
das partes envolvidas em cada fase. Mas cabe ressaltar que, mesmo a negociação
sendo estudada como um processo, algo sistêmico, capaz de ser organizado em
etapas, isso não significa que seja algo estático. Pelo contrário, a negociação é um
processo flexível e moldado de acordo com cada situação e com as partes envolvidas.
154
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
Assim, esperamos que ao término desta unidade você seja capaz não
apenas de entender todo o contexto e a evolução das relações internacionais
conforme já apresentamos, mas que também seja possível analisar a própria
postura como agente negociador, e que possa aperfeiçoar sua atuação com os
conhecimentos aqui repassados.
2 CONCEITOS E PRINCÍPIOS
De uma forma geral, quando tentamos obter algo que não possuímos, ou
quando queremos resolver determinada situação onde precisamos convencer
pessoas de algo, estamos exercendo nossa capacidade de negociar, mesmo que
de uma forma muito natural e até imperceptível.
155
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
• o ambiente;
156
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
Este poder pode ser exercido de forma legítima, quando uma parte detém
certa autoridade sobre pessoas e grupos e, portanto, o resultado de uma negociação
pode ser influenciado, uma vez que existe uma força maior de um lado, o que pode
fazer com que seus interesses e objetivos prevaleçam sobre os demais.
157
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Com isso é possível notar que a negociação tem muito mais a ver com os
relacionamentos humanos do que efetivamente e exclusivamente com as relações de
compra e venda, pois exige das partes envolvidas certa colaboração e coordenação,
não se restringindo a um debate, mas envolvendo, sim, um nível elevado de
comunicação interpessoal. O reflexo disso é o fato de que as partes precisam de
habilidades muito mais refinadas, já que o elemento humano é um componente
essencial em toda negociação.
158
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
Relacionamento Processos de
interpessoal Negociação
Realidade Conhecimento
pessoal dos do negócio
negociadores ou assunto
1º Cenário
2º Cenário
3º Cenário
159
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
160
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
NOTA
161
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
162
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
• Conhecimento real: é aquele que pode ser aprendido, sendo o mais fácil. Saber
o significado das cores; dos gostos; dos tabus, de cada cultura, por exemplo.
Primeiro o autor afirma que a cultura é algo que se adquire e não que se
herda pelos genes dos indivíduos, concordando com a ideia de que a cultura,
então, é um reflexo do ambiente onde as pessoas estão inseridas.
163
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
A natureza humana trata daquilo que é mais intrínseco aos seres humanos,
aquelas características que são comuns a todos, na forma de agir e pensar. Algo é
natural desde que exista e se manifeste por uma necessidade independente da ação
e intenção, assim as manifestações da natureza humana podem ser retratadas no
comportamento dos indivíduos em situações onde a reação é comum, como, por
exemplo: a raiva, a compaixão, a alegria, o amor, a fraternidade. O ser humano,
independente do ambiente onde ele está inserido, tem esses sentimentos na sua
essência.
164
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
Com a intensificação das trocas e das relações além das fronteiras dos
países, invariavelmente podemos nos deparar com diversas culturas. E como a
cultura influencia o estilo de pensar dos indivíduos, assim como sua capacidade
analítica e suas atitudes, precisamos destacar alguns aspectos que fazem parte de
cada sociedade e que moldam o comportamento dos indivíduos em todas as suas
atividades e relacionamentos.
Isso porque, para nos fazer entender usamos mais do que a comunicação
verbal, e passar uma mensagem e garantir que o receptor a compreenda em sua
totalidade é uma missão difícil no cenário internacional.
165
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
NOTA
166
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
A forma como cada sociedade lida com o fator tempo é outro aspecto que
interfere não só nas relações, mas também nos negócios internacionais.
Notamos que culturas que são mais imediatistas, que tendem a buscar
respostas e procedimentos mais rápidos e práticos, apresentam mais objetividade
e os indivíduos evitam “rodeios”, e normalmente partem direto para o que
interessa. É o que acontece na sociedade norte-americana, onde o lema é “Time is
money”, tempo é dinheiro.
167
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
NOTA
Assim, a forma como cada cultura usa o tempo acaba trazendo reflexos
para o comportamento dos indivíduos e determinando o ritmo das negociações.
Embora seja possível aprender algumas coisas, existem outras que só serão
compreendidas através do contato direto com as pessoas. Por isso recomenda-
se que, naqueles casos em que não se tenha esta possibilidade, trabalhe-se em
colaboração com um especialista do país, pois nada melhor que um nativo para
entender sua própria cultura.
168
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
•
Como se deve chamar a outra parte (primeiro nome ou sobrenome, títulos etc.)?
•
Os negócios são conduzidos apenas em ambientes formais, como escritórios,
empresas, ou são realizados também em bares e restaurantes?
•
Presentes são bem vistos?
•
Existe abertura para envolver nas discussões assuntos pessoais?
•
Qual a receptividade ou aceitação da mulher no ambiente de negócios?
•
Se a religião afeta as questões políticas, legais e sociais.
2) Sistema de negócios:
•
Para ter validade o acordo, tudo deve estar formalizado por escrito ou acordos
verbais têm validade?
•
Qual o idioma nos negócios?
•
As decisões são centralizadas conforme o poder hierárquico dos indivíduos ou
existe participação de outras partes?
•
Qual o controle do Estado sobre as atividades?
•
Existe estabilidade no regime político adotado?
•
Como é o sistema legal, sua aplicabilidade e a relação dos indivíduos com os
regulamentos e as normas legais?
•
Qual a avaliação sobre empresas e indivíduos estrangeiros?
•
Qual o histórico financeiro do país?
•
Como funciona o sistema de crédito?
•
Qual o fluxo e abertura para investimento estrangeiro?
•
Qual é e como funciona o sistema tributário?
•
Como é a estrutura e o poder da alfândega nas atividades desenvolvidas?
169
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
•
Qual a disponibilidade de recursos (naturais, profissionais, comerciais etc.)?
•
Qual o estado e o nível da estrutura logística do país?
•
Dentro da estrutura logística, qual a influência do poder público e da iniciativa
privada?
Alemanha
• Rigorosa pontualidade.
170
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
Argentina
• Tomar um café em uma cafeteria é uma atividade que pode consumir até
duas horas.
Chile
• A pontualidade é respeitada.
• Não tenha pressa nas negociações. O conceito que eles têm do tempo é
diferente do nosso.
• Esqueça abraços.
171
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
• Presentes podem ser recusados até três vezes (o que não quer dizer
realmente uma recusa). Insista.
Coreia do Sul
172
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
Estados Unidos
França
• Privacidade é apreciada.
Inglaterra
• Achar uma forma cortês e dissimulada para fazer compreender seu desacordo.
173
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Itália
• Confirme os encontros.
Japão
174
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
175
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
ANTES DA REUNIÃO DE
PREPARAÇÃO
NEGOCIAÇÃO
ABERTURA
EXPLORAÇÃO
REUNIÃO DE NEGOCIAÇÃO CLARIFICAÇÃO
AÇÃO FINAL
NOTA
NOTA
NOTA
177
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Para tanto, é preciso uma troca entre as partes para identificar o que são
fatos e o que são pressupostos, ou seja, separar aquilo que realmente faz parte
da problemática ou do processo e aquilo que foi imaginado, isso na tentativa de
transformar os pressupostos em fatos.
Desta forma, por mais bem feita que tenha sido a preparação, é impossível
prever ou saber tudo, então a exploração é o momento de preencher as lacunas
que ficaram. Wanderley (1998) considera que, neste momento, perguntas abertas
178
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
podem ser mais interessantes, pois permitem um conhecimento mais amplo. Por
exemplo: se perguntamos “Qual a sua opinião sobre este ponto?, isso vai permitir
uma resposta mais elaborada, subjetiva e interpretativa da outra parte. Agora, se
a pergunta é fechada: “Você considera este ponto bom ou ruim?”, a resposta em
um primeiro momento pode ser bem direta, ou o ponto é bom ou ruim.
Isso faz com que não seja possível desdobrar nossa avaliação sobre as
expectativas e a situação da outra parte.
É conveniente lembrar que para que esta etapa seja bem aproveitada,
ambas as partes devem exercitar sua capacidade de ouvir com atenção as
colocações do outro lado.
179
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Mills (1993, p.12) lembra ainda que “um bom acordo é aquele que funciona
e dura, para isso, deve deixar ambas as partes satisfeitas”. Assim, o acordo é o
resultado que se espera em uma negociação positiva, onde as partes percebem, de
alguma forma, que seus objetivos e interesses foram atingidos.
180
RESUMO DO TÓPICO 1
181
AUTOATIVIDADE
a) Abertura
b) Apresentação
c) Exploração
d) Clarificação
e) Avaliação
2 Quando Napoleão Bonaparte cruzou a Europa com 400 mil homens, no início
do século 19, vários de seus problemas não diferiam muito dos desafios
enfrentados por uma empresa no atual mundo dos negócios. Além de uma
série de dificuldades práticas – como defesa de territórios conquistados,
estratégias de ataque e transporte de alimentos e armas –, ele tinha de mobilizar
um enorme contingente de pessoas em torno de um objetivo comum: a vitória.
182
UNIDADE 3
TÓPICO 2
ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Acreditar que a negociação é a maneira mais eficiente para resolver os
impasses e os conflitos que invariavelmente ocorrem nas relações comerciais e
também nas sociais é o primeiro passo para que as pessoas e as organizações
busquem alternativas consensuais para alcançar seus objetivos.
183
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Por fim, a maneira de atuar das pessoas e das empresas em situações onde
conflitos estão presentes pode ser premeditada e com isso possibilitar resultados
melhores para as partes envolvidas.
184
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO
• Estratégia competitiva: onde uma parte busca ganhar a todo custo, ou seja, age
de forma a obter os seus próprios objetivos, seus próprios resultados, e para
tanto não se preocupa nem com os interesses e necessidades da outra parte,
muito menos com o relacionamento entre as mesmas. É denominada também
de estratégia ganha-perde.
185
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Assim, o negociador, para decidir por uma ou outra estratégia, tem que
analisar o quanto o resultado a ser obtido naquela negociação é importante,
tem que ter em mente os objetivos já definidos da empresa nesta negociação, e
também saber o quão importante é o relacionamento passado, presente e futuro
com o oponente.
186
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO
Algumas informações básicas são importantes para ter uma ideia de com
quem vamos negociar, tais como:
• faturamento, capital;
• situação atual;
• recursos humanos;
O fato é que temos aqui, então, uma tática onde todo esse embasamento
é usado para potencializar a atuação dos indivíduos, aumentando sua confiança,
credibilidade e capacidade de argumentar.
187
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Agora, prolongar uma decisão também pode ser uma tática para causar
desgaste, cansaço, para deixar as concessões para o último momento, ou então
para buscar um aprofundamento que permita uma decisão com mais consciência
e certeza de que aquela é a melhor solução.
Desta forma, é preciso atentar para duas questões: primeiro, o fato de que
no cenário internacional a forma como cada cultura lida com o tempo no seu
dia a dia, no ambiente profissional, na construção de relacionamentos, pode ser
bastante distinta, como já comentamos aqui no item 2.1. Segundo, o fato de que o
tempo ótimo de uma negociação é aquele que maximiza a relação custo/benefício,
ou seja, o tempo empregado em um processo e o resultado gerado por conta disto
(WANDERLEY, 1998).
Primeiro precisamos destacar que existe o poder pessoal ou interno, que está
relacionado à capacidade pessoal em termos de atitude, persistência e capacidade
de persuadir; e o poder externo, derivado de fatores alheios aos aspectos pessoais,
como a legitimidade, a hierarquia, a disponibilidade de recursos etc.
Desta forma, saber lidar com o problema em si, sem atacar as pessoas
envolvidas, sem deixar que os egos e as posições dos indivíduos se sobreponham
aos interesses e objetivos a serem atendidos, é importante para se conseguir
chegar a um acordo.
188
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO
É claro que para isso acontecer é preciso ter informações que possam ajudar
também na criação de alternativas viáveis para o que está sendo negociado. Esta
postura estratégica de ter várias opções para apresentar à outra parte é também
muito eficiente, pois ter mais de uma saída ou solução para um problema pode
facilitar todo o processo de tomada de decisão pelas partes.
189
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
3 SOLUÇÃO DE CONFLITOS
Por que surgem os conflitos, se o homem já percebeu que a cooperação
pacífica pode ser a forma mais eficaz para as pessoas viverem e trabalharem?
Acredita-se que a harmonia seja o estado normal para a convivência dos
indivíduos, e tudo o que interfere neste equilíbrio pode gerar divergências e,
consequentemente, conflitos.
190
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO
• Nível 5 – “Loss of face” – as partes, apesar do conflito, não se retiram, pois assim
ficariam com “a cara no chão”.
191
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Por fim, temos o conflito litigioso, onde a solução é mais factível, porém
envolvendo a boa vontade das partes, onde existe ao menos uma base para se
trabalhar em conjunto um acordo futuro.
192
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO
É importante destacar que para a mediação ter sucesso, alguns fatores são
fundamentais: o mediador tem que ser visto como neutro, expert no assunto, e
tem que haver disposição das partes em fazer concessões.
193
RESUMO DO TÓPICO 2
194
AUTOATIVIDADE
195
196
UNIDADE 3
TÓPICO 3
O PERFIL DO NEGOCIADOR
1 INTRODUÇÃO
Desenvolver o perfil de seu capital humano, principalmente no que se
refere ao potencial negociador, é algo que se faz presente em qualquer empresa
que pretenda permanecer atuante no mercado mundial.
197
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
198
TÓPICO 3 | O PERFIL DO NEGOCIADOR
Por isso, vamos destacar alguns pontos de análise no perfil dos indivíduos
que podem ser aperfeiçoados ou adequados aos processos de negociação com os
quais invariavelmente nos deparamos durante a vida.
Por outro lado, temos os negociadores efetivos, aqueles que são proativos,
que estruturam suas ações, moldam seus comportamentos e aperfeiçoam suas
habilidades e, principalmente, pensam de maneira estratégica.
199
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
• Sabem que o importante não é o fazer, mas sim as respostas que recebem por
aquilo que fazem.
200
TÓPICO 3 | O PERFIL DO NEGOCIADOR
• Nem sempre obtêm o melhor resultado, mas, na pior das hipóteses, não fazem
um acordo do qual venham a se arrepender.
201
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Uma série de aspectos tem influência sobre a escolha do estilo que vai ser
adotado em cada processo de negociação. Alguns surgem em função do contexto,
outros por conta do tipo de negociação e dos objetivos envolvidos, e, claro, alguns
aspectos estão intrinsecamente ligados à personalidade e à cultura na qual o
indivíduo está imerso.
Mudar de um estilo para outro não é algo simples e fácil, mas quando
surgem obstáculos ou dificuldades à nossa frente, a mudança pode ser até mesmo
inconsciente e de forma rápida e automática.
• E ainda, a mudança no nosso estilo pode ser reativa, quando percebemos, durante
a negociação, que a outra parte está tomando uma linha diferente de atuação e
que pode encaminhar o processo para uma posição mais favorável ao oponente.
203
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
204
TÓPICO 3 | O PERFIL DO NEGOCIADOR
Por esta razão, para algumas pessoas, o estilo afirmação é considerado até
mesmo uma agressão ao outro, pois a conquista do oponente se dá pela pressão,
pela imposição de ideias e isso pode trazer mais perdas do que ganhos.
E por fim, temos o perfil de “destensão” ou recuo, que tem como princípio
diminuir ou eliminar a tensão entre as partes na busca de convergência, mesmo
que para isso seja preciso interromper a negociação momentaneamente, para
reescrevê-la.
205
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
A ética tem uma ligação estreita com a conduta humana, não mantém
nenhum padrão formal, não está baseada meramente em algo escrito e formatado,
mas em questões pessoais, como formação filosófica, experiências, valores e
princípios repassados pela sociedade.
206
TÓPICO 3 | O PERFIL DO NEGOCIADOR
Por outro lado, o aspecto legal está relacionado àquilo que está formalizado
pelo conjunto de leis, normas e regras impostas aos indivíduos de determinada
sociedade para que se possa manter a ordem e a justiça. Assim, se a legislação de
um país não é cumprida pelos seus cidadãos, estes podem ser penalizados, uma
vez que existe um código estabelecendo qual a conduta legal a ser tomada.
ISSO É ÉTICO?
SIM NÃO
207
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Mas o que deixa o tema mais complexo é o fato de existirem situações onde
a atitude de uma pessoa pode ser considerada correta ou aceitável pela sociedade,
porém pode infringir a lei. Por exemplo: ultrapassar o sinal vermelho no trânsito às
3 horas da manhã em uma grande cidade é ilegal, a lei de trânsito prevê penalidade
para esta infração, independente do horário ou local em que ela ocorra, mas a
sociedade aceita este tipo de ação por considerar perigoso ou imprudente ficar
parado na madrugada em um cruzamento em áreas onde a violência urbana pode
trazer consequências sérias para o indivíduo no que diz respeito à sua integridade.
Resultado: a atitude é ilegal, porém não é considerada imoral.
208
TÓPICO 3 | O PERFIL DO NEGOCIADOR
Umas das táticas antiéticas que por vezes permeia as negociações são as
ameaças. Através de palavras ou ações, uma parte pode exercer uma pressão
com intensidade tal que a outra parte se sente coagida, intimidada a tomar uma
decisão ou aceitar uma proposta que em outra situação não seria aceita.
209
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Outras táticas escusas que podem ser consideradas incorretas sob o ponto
de vista ético dizem respeito à guerra psicológica, falsidade, ataques pessoais
e comportamentos ambíguos. De qualquer forma, isso também vai sofrer
interferência do que cada grupo ou sociedade considera como certo ou errado,
adequado ou inadequado, como já comentamos, pois isso é que permite avaliar o
que é ético e o que não é.
210
RESUMO DO TÓPICO 3
211
AUTOATIVIDADE
a. Resultados a. Eficiência
b. Necessidades b. Controle
1 6
c. Procedimentos c. Grandes projetos
d. Oportunidade d. Sentimentos
a. Conceitos a. Avanço
b. Desempenho b. Teste
2 7
c. Planejamento c. Despacho
d. Motivação d. Espírito de equipe
a. Inovação a. Compreensão
b. Produtividade b. Interdependência
3 8
c. Organização c. Critérios
d. Trabalho em equipe d. Prioridades
a. Criatividade a. Empatia
b. Fatos b. Situação como um todo
4 9
c. Pessoas c. Cumprimento de tarefas
d. Objetivos d. Processo
a. Organização a. Regras
b. Responsabilidade b. Consulta
5 10
c. Possibilidades c. Divergências
d. Comunicação d. Estabelecimento de metas
212
GABARITO
a. 1 ponto a. 1 ponto
b. 3 pontos b. 2 pontos
1 6
c. 2 pontos c. 4 pontos
d. 4 pontos d. 3 pontos
a. 4 pontos a. 1 ponto
b. 1 ponto b. 2 pontos
2 7
c. 2 pontos c. 4 pontos
d. 3 pontos d. 3 pontos
a. 4 pontos a. 3 pontos
b. 1 ponto b. 4 pontos
3 8
c. 2 pontos c. 1 ponto
d. 3 pontos d. 2 pontos
a. 4 pontos a. 3 pontos
b. 2 pontos b. 4 pontos
4 9
c. 3 pontos c. 1 ponto
d. 1 ponto d. 2 pontos
a. 2 pontos a. 2 pontos
b. 1 ponto b. 3 pontos
5 10
c. 4 pontos c. 4 pontos
d. 3 pontos d. 1 ponto
RESULTADOS
Por vezes o indivíduo com este perfil pode ser julgado como “maluco”,
alguém incapaz de assumir responsabilidades, mas com a implementação de
boas técnicas, informação, pode mostrar firmeza nas decisões.
214
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Tudo o que vimos até aqui, neste Caderno de Estudos e principalmente nesta
terceira unidade, nos possibilita não apenas criar cenários de negociações, mas também
reavaliar os nossos próprios processos de negociação enfrentados diariamente.
215
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Assim, mesmo com ideias simples, o que se busca é uma abordagem mais
adequada dentro dos processos de negociação, principalmente aqueles voltados
ao mercado internacional.
• Promover o consenso.
Para tanto, é preciso também criar um ambiente favorável e que este seja
isento de barulho e de outros elementos que causem interrupções o tempo todo.
Temos ainda que ter sensibilidade para colocar esta técnica em prática para não
dominarmos a conversa, dificultando assim a fala da outra parte.
De qualquer forma, não abra mão do senso de humor, esta técnica pode
gerar empatia e tornar o clima mais amistoso em qualquer lugar do planeta.
Mas isso não significa transformar a negociação em um palco com piadas, a
ideia é trazer leveza para as relações e tratar com positividade o processo. Isso
pode diminuir a tensão entre as partes.
217
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
218
TÓPICO 4 | TÉCNICAS PARA AS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
Uma técnica que cada vez mais vem sendo utilizada, sobretudo em casos
mais complexos de negociação, é o uso de equipes, pois é muito difícil uma única
pessoa dominar todos os aspectos relevantes em um processo.
• O líder, que fica responsável por nortear a negociação no que diz respeito à
estratégia, e ainda tem a palavra final.
• E os demais membros que vêm para contribuir com seus conhecimentos específicos.
219
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Uma outra técnica a ser empregada para conduzir uma negociação para
a relação ganha-ganha é enfatizar sempre as concordâncias anteriores, nunca
as discordâncias. Destacar os pontos consensuais pode ser o caminho para
minimizar os conflitos.
• Faça com que a outra parte baixe sua demanda inicial quando esta for alta.
• Satisfaça o oponente com concessões pouco relevantes para você, mas de muito
valor para o oponente.
• Adie as concessões sobre questões importantes para você, quando for melhor
que a primeira proposta.
220
TÓPICO 4 | TÉCNICAS PARA AS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
221
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
222
TÓPICO 4 | TÉCNICAS PARA AS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
223
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
224
TÓPICO 4 | TÉCNICAS PARA AS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
NOTA
225
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
DICAS
Leia mais sobre o “Custo Brasil” e seu impacto nas operações de comércio
exterior no site <http://www.advivo.com.br/materia-artigo/entenda-o-custo-brasil>.
• Eles perceberão o preço como alto demais em relação ao que o produto oferece?
• Eles estão suficientemente preocupados com prestígio para pagar mais pelo
produto?
226
TÓPICO 4 | TÉCNICAS PARA AS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
227
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
228
TÓPICO 4 | TÉCNICAS PARA AS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
Pipkin (2000), em seus estudos, trata o preço como uma das variáveis
mercadológicas mais importantes nas atividades de uma empresa, isso porque
afeta mais rapidamente a competitividade e a lucratividade das organizações.
229
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Isso é importante também para saber qual das partes tem maior poder
de barganha. Quando temos muita demanda por determinado produto, por
exemplo, e poucos fornecedores para atender o mercado, certamente estes últimos
ditarão as “regras do jogo”, detendo maior poder sobre as estratégias de preços,
atendendo somente aqueles clientes nos quais têm interesse e conforme as suas
condições estabelecidas.
Por outro lado, quando temos uma oferta maior, ou seja, um número
maior de fornecedores a ser considerado, e ainda possuímos certa importância
no mercado, o poder de barganha pode ficar nas mãos do comprador, e
assim a competição entre os fornecedores pode ficar acirrada e as propostas,
consequentemente, podem ser mais favoráveis ao comprador, uma vez que os
vendedores farão de tudo para conquistar o cliente.
NOTA
230
TÓPICO 4 | TÉCNICAS PARA AS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
Por fim, as negociações de preços nas importações devem ser feitas não
apenas com o fornecedor internacional para se obter a melhor proposta comercial,
como a operação ainda envolve outros custos. Aqueles que forem passíveis de
negociação devem ser ao menos discutidos com os prestadores de serviços, no
intuito de diminuir ao máximo os dispêndios do importador para que se justifique
a compra no exterior.
Por isso, a negociação passou a ser utilizada com estratégia para a busca
de soluções melhores no que diz respeito às situações conflituosas entre os
indivíduos, às empresas e até mesmo às nações.
231
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
232
TÓPICO 4 | TÉCNICAS PARA AS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
233
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
LEITURA COMPLEMENTAR
Camila Guimarães
José Gallo, 54 anos, presidente da Renner - “Eu dormia quatro horas por noite”.
Antonio Carlos Pipponzi, 53 anos, presidente da Droga Raia - “Para não perder
um bom negócio, paguei mais do que gostaria”.
Alair Martins, 72 anos, presidente do Grupo Martins - “Levei três anos para
convencer meu fornecedor”.
Minha negociação mais marcante foi também a mais longa que já fiz.
Tudo começou na Copa de 90, na Itália, quando experimentei um barbeador
recém-lançado pela Gillette, o Sensor. Percebi imediatamente que o produto faria
sucesso no Brasil e comecei a negociar com a empresa italiana o lançamento no
país. Eles negaram, alegando que o preço do barbeador era alto para o poder
aquisitivo do brasileiro. Passei três anos tentando fazê-los mudar de ideia. Eu
me reunia periodicamente com gerentes, diretores e com o próprio presidente
da Gillette. Decidi então fazer uma proposta: eles importariam certo número
de unidades e eu me responsabilizaria pela distribuição desse primeiro lote. Ao
assumir os riscos, convenci o fornecedor. Em 1993, o Sensor chegou ao Brasil e se
tornou um sucesso de vendas.
235
UNIDADE 3 | O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
Darcio Crespi, 53 anos, sócio da Heidrick & Struggles - “As diferenças pessoais
podem inviabilizar uma negociação”.
Anos atrás fui chamado para negociar regras de convivência entre três
executivos de uma multinacional que dividiam o comando da subsidiária brasileira.
Os executivos não conversavam um com o outro, devido a disputas antigas dentro
da companhia. Nas primeiras reuniões, não conseguíamos passar dos cinco minutos
de conversa. Algumas vezes, só faltou eles se agredirem fisicamente. Durante seis
meses negociei com os três até chegarmos a um acordo sobre os direitos e deveres
de cada um. Finalmente conseguimos chegar a um consenso.
236
TÓPICO 4 | TÉCNICAS PARA AS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
237
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você estudou sobre:
• A influência que a negociação tem nas exportações, destacando esta como uma
forma consensual para se chegar à concretização das vendas ao exterior.
238
AUTOATIVIDADE
239
240
REFERÊNCIAS
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lugar do mundo. Tradução Reinaldo Cue. São Paulo: Editora SENAC, 1998.
COHEN, H. Você pode negociar qualquer coisa. 8. ed. Rio de Janeiro: Record,1980.
241
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977.
FISHER, R.; URY, W.; PATTON, B. Como chegar ao sim. 2. ed. Tradução Vera
Ribeiro & Ana Luiza Borges. Rio de Janeiro: Imago, 1994.
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LAHÓZ, A. A globalização veio para ficar. Revista Exame, São Paulo, p. 135-148,
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NIERENBERG, G.I. The art of negotiating. New York: Simom & Schuster, 1981.
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Uppsala internationalization model. In: BJÖRKMAN, I.; FORSGREN, M. (Ed.) The
nature of the international firm. Copenhagen: Handelshojskolens Forlag, 1997.
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RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa RFB n° 847, de 12 maio 2008.
STEEL, P.; MURPHY, J.; RUSSILL, R. It is a Deal. Berkshire: Mc Graw Hill, 1989.
SUZUKI, A. L. Exportar e importar: Acredite nesta idéia. 2. ed. São Paulo: Maltese,
1995.
244