Você está na página 1de 80

Memorex Analista TJMS - Rodada 02

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02

Parabéns por ter dado esse passo importante na sua preparação, meu amigo(a). Temos
TOTAL certeza de que este material vai te fazer ganhar muitas questões e garantir a sua
aprovação.
Você está tendo acesso agora à Rodada 02. As outras 04 rodadas serão
disponibilizadas na sua área de membros conforme o cronograma abaixo:

Material Data

Rodada 01 Disponível Imediatamente

Rodada 02 Disponível Imediatamente

Rodada 03 18/04

Rodada 04 20/04

Rodada 05 25/04

Rodada 06 27/04

Convém mencionar que todos que adquirirem o material completo irão receber TODAS AS
RODADAS já disponíveis, independente da data de compra.

Lembre-se: uma boa revisão é o segredo da APROVAÇÃO.

Portanto, utilize o nosso material com todo o seu esforço, estudando e aprofundando cada
uma das dicas.

Se houver qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando suas dúvidas
para: atendimento@pensarconcursos.com

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02

ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA ..................................................................................................... 4


DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................... 16
DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................... 22
DIREITO CIVIL ................................................................................................................... 30
PROCESSO CIVIL .............................................................................................................. 44
DIREITO PENAL ................................................................................................................. 55
PROCESSO PENAL............................................................................................................. 65
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA ............................................................................................ 75

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
LÍNGUA PORTUGUESA

DICA 01
ESTRUTURAÇÃO DAS FRASES EM COMPONENTES - MODIFICAÇÃO
O advérbio “cuidadosamente” modifica todo o sentido da frase.

Vejamos:

Ex.: Cuidadosamente, as bolas vermelhas foram colocadas na árvore.


Veja-se que aqui, o advérbio (modificador) altera todo o sentido da frase, pois, indica a
circunstância de que as bolas foram colocadas na árvore.

ATENÇÃO!

Há uma importante diferença existente entre essas duas classes de palavras – os


adjetivos e advérbios – , em relação ao termo modificador. Isso porque, o adjetivo
sempre modifica um substantivo, ao passo que o advérbio pode modificar um
verbo, um adjetivo, um outro advérbio ou até mesmo uma frase inteira, como no
exemplo aqui mencionado.

Para praticar, vejamos uma questão da FGV sobre esse tema:

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO PELA FGV:

QUESTÃO FGV, 2020.


Cada uma das frases abaixo foi reescrita de outro modo, conservando-se o sentido
original; a frase em que a modificação traz alteração de sentido é:
Alternativas
a) O ministro foi chamado ao telefone / O ministro deu um telefonema;
b) O cloro é utilizado para limpar a piscina / O cloro é utilizado na limpeza da piscina;
c) O vinho foi bebido rapidamente / Bebeu-se o vinho com rapidez;
d) Heitor é admirado por todos os colegas / Todos os colegas admiram Heitor;
e) Depois das chuvas surgem as inundações / As chuvas provocam inundações.
Gabarito: Alternativa a.

DICA 02
ESTRUTURAÇÃO DAS FRASES EM COMPONENTES - MODIFICAÇÃO
Destaca-se que os modificadores aceitam o teste da mobilidade. Vejamos:

Ex.: Amanhã, vou a Lisboa.


Vou, amanhã, a Lisboa.
Vou a Lisboa amanhã.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 03
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas menores (morfemas).
Tipos de morfema: radical e raiz, afixos, desinências, vogal temática, tema.

Raiz: elemento originário e irredutível da significação da palavra. A raiz pode sofrer


alterações.

Ex.: ato, ator, ação.

Radical: é a unidade que se repete em palavras do mesmo cognato (independe da


raiz histórica da palavra). Pode sofrer pequenas alterações.

Ex.: dormir, durmo.


DICA 04
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

Afixos: São partículas que são adicionadas ao radical para formarem outras
palavras. Os afixos podem ser: prefixos ou sufixos.

Prefixos: eles vêm antes do radical (prévio).

Ex.: Ilegal.

Sufixos: eles vêm após o radical.

Ex.: Legalmente.
DICA 05
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

Desinências: aparecem após os radicais. Pode ser desinência verbal ou nominal.

Ex.: Garotos – O radical é “garot” – A desinência é “os”, indicando plural.

Vogal temática: é a vogal que sucede o radical da palavra ou do verbo. No verbo, a


vogal temática indica conjugação dele.

Ex.: Estrela; partir.

Tema: O tema é a junção do radical + vogal temática, em que são adicionadas as


desinências.
DICA 06
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
As palavras são formadas por 2 processos morfológicos: derivação e composição.

Derivação: a derivação pode ser:

Derivação prefixal: é a inclusão do prefixo à palavra de origem primitiva.

Ex.: Leandro deverá refazer a lição de casa. → A palavra primitiva é “fazer”. Ao


colocar o “re” antes da palavra, forma-se a derivação prefixal.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Derivação sufixal: é a inclusão do sufixo à palavra de origem primitiva.

Ex.: estudante, felicidade.

Derivação parassintética/parassíntese: há a inclusão de um prefixo e de um


sufixo à palavra.

Ex.: O entardecer é lindo. → a palavra primitiva é “tarde” e quando se acrescenta o


“en” no início e o “cer” no final → Parassíntese.
Derivação regressiva: quando existe um processo de redução na palavra
primitiva. Nesse caso, os substantivos são chamados de deverbais, pois perdem o –r
no final dos verbos. Então, há uma supressão da palavra primitiva, gerando uma
derivada.

Ex.: acúmulo (de acumular), desempenho (de desempenhar), mergulho (de


mergulhar).
Veja a frase: O beijo é um modo de cumprimentar alguém que você gosta.

→ “beijo” vem do verbo “beijar”


Derivação imprópria: Aqui, há uma alteração semântica na nova palavra. Há uma
mudança de classe gramatical.

Ex.: Substantivo derivado de adjetivo:

→ Essa blusa é veneziana (adjetivo)


→ A veneziana do meu quarto é linda! (substantivo)
DICA 07
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
Composição: justaposição ou aglutinação.

Justaposição: Nesse caso, os termos irão se juntar e os radicais não sofrerão


alterações em sua estrutura.

Ex.: Meu irmão é surdo-mudo.


Onde está meu abre-latas?

Aglutinação: Nesse caso, quando os termos se juntam, os radicais acabam


sofrendo uma alteração.

Ex.: Eu não gosto de colocar vinagre na salada – VINAGRE (vinho e acre)


O Planalto Brasileiro é uma região extensa. – PLANALTO (plano e alto)
DICA 08
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

Neologismo: Geralmente, refere-se a palavras que tomamos de outra língua. Há


outras formas de neologismo.

Ex.: Ela sempre aparece on-line no WhatsApp.


Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Minha amiga, Miranda, é muito fashion.

Hibridismo: Nesse caso, os elementos que formam a palavra são de idiomas


diversos.

Ex.: automóvel (auto= grego, móvel= latim)


televisão (tele= grego, visão=latim)
DICA 09
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

Onomatopeia: São palavras que simbolizam a reprodução de sons.


Normalmente, aparecem em gibis.

Ex.: Tique-taque; toc-toc.

Redução/Abreviação: Quando uma palavra é muito longa há uma nova


formação de palavra reduzida.

Ex.: moto (motocicleta), pneu (pneumático).


DICA 10
RADICAL E DESINÊNCIA

A palavra tem seu significado principal no RADICAL. São acrescentados outros


elementos ao radical.

Ex.: VENDER → VENDA → VENDEDOR (RADICAL = VEND)


A DESINÊNCIA aparece após os radicais. Pode ser desinência verbal ou nominal.

Desinência Nominal: indica o número (singular ou plural) e o gênero (feminino ou


masculino). As desinências de gênero são, portanto, “a” e “o”. Quanto à desinência de
número, é formada pelo “s” se for plural; se for singular, não existe uma desinência
própria.

Desinência Verbal: indica o modo, a pessoa, o número, bem como o tempo dos
verbos.

Ex.: “NAMORÁVAMOS”
Radical = namor
Vogal temática = á
Desinência modo-temporal = va
Desinência número-pessoal = mos
DICA 11
PROCESSO E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

Palavras Primitivas: não se formam por meio de outras palavras.

Ex.: flor; pedra.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Palavras Derivadas: formam-se por meio de palavras que já existem.

Ex.: floricultura; pedreiro.

Palavras Compostas: têm dois ou mais radicais. Geralmente, possuem um


significado novo, diferente do significado das palavras que a formam.
Ex.: planalto.
couve-flor.
DICA 12

CLASSES DE PALAVRAS - SUBSTANTIVO, ARTIGO E PRONOME

SUBSTANTIVO

Dá nome aos objetos, aos seres, aos lugares, às ações, entre outros.

O substantivo pode ser flexionado em número (singular ou plural), em gênero


(feminino ou masculino) e em grau (diminutivo ou aumentativo).

Exemplos: caderno, fadas, cidade.

ARTIGO

Particulariza o sentido do substantivo.

Os artigos são: O, A, OS, AS, UM, UNS, UMA, UMAS.

PRONOME

O pronome possui a função de substituir ou de retomar alguma coisa.

Exemplos: lhe, cujo.

DICA 13
ADVÉRBIO, NUMERAL E CONJUNÇÃO

ADVÉRBIO

Modificam um verbo, um adjetivo ou outro advérbio.

Os advérbios podem ser de: MODO, LUGAR, TEMPO, INTENSIDADE...

Exemplos: hoje, ontem, rapidamente, não.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02

NUMERAL

Termo que indica posição, multiplicação, quantidade ou fração.

Exemplos: três, terço.

CONJUNÇÃO

A conjunção conecta orações ou palavras de igual valor gramatical,


criando uma relação entre eles.

Exemplos: embora, mas, e.

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO PELA FGV:

QUESTÃO FGV, 2021.


“Um homem de 44 anos foi preso na noite desta quinta-feira (16), após tentar furtar
uma residência, localizada na rua Duque de Caxias entre Rafael Vaz e Silva e
Guanabara, em Porto Velho. A Polícia Militar foi informada que o criminoso, usando
um alicate grande, teria cortado o cadeado do portão da residência, porém, o cachorro
da casa começou a latir e o homem fugiu. Populares seguiram o criminoso, acionaram
a Polícia Militar, ele recebeu voz de prisão e foi encaminhado para a Central de
Flagrantes.” (Rondoniagora, 17/09/2021).
Na frase “o cachorro da casa começou a latir e o homem fugiu”, a conjunção E mostra
o mesmo valor em:
a) O ladrão chegou perto da casa e observou o cenário;
b) O bandido usou o alicate e cortou o cadeado;
c) A Polícia Militar chegou e o bandido ficou com medo;
d) O meliante foi preso e encaminhado para a delegacia;
e) Os assaltos e furtos são comuns nas grandes cidades.
Gabarito: Alternativa c.
Comentário: Alternativa correta, pois há uma relação de causa e consequência,
assim como na frase do enunciado.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 14
PREPOSIÇÃO, ADJETIVO, INTERJEIÇÃO E VERBO

PREPOSIÇÃO

Termo que exprime uma relação de regência.

As principais preposições são: A, ANTE, ATÉ, APÓS, COM, CONTRA, DE,


DESDE, EM, ENTRE, PARA, PER, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE, TRÁS.

ADJETIVO

Atribui características aos substantivos.

Exemplos: azul, espanhol, inteligente.

INTERJEIÇÃO

Expressa o estado emotivo daquele momento.

Exemplos: Eita!, Oh!, Surpresa!

VERBO

Expressa estado, ação e fenômeno da natureza.

Exemplos: cuidar, chover, amar, dormir, cantar, torcer.

DICA 15
CLASSES GRAMATICAIS VARIÁVEIS E INVARIÁVEIS

INVARIÁVEIS VARIÁVEIS

INTERJEIÇÕES ADJETIVOS

PREPOSIÇÕES PRONOMES

CONJUNÇÕES SUBSTANTIVOS

ADVÉRBIOS NUMERAIS

VERBOS

ARTIGOS

As palavras invariáveis, como o próprio nome diz, NUNCA variam.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

10

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Ex.: Amanhã, passearemos com os cachorros. → Veja que “amanhã” é um advérbio e
não importa se a frase estiver no singular ou no plural, a palavra “amanhã” é invariável.
As palavras variáveis, como o próprio nome diz, VARIAM.

Ex.: “esperto(a)” é um adjetivo e varia. Veja abaixo:

Ex.: A menina esperta.


As meninas espertas.
DICA 16
SUBSTANTIVAÇÃO
É um processo de formação de novas palavras. Também é chamado de DERIVAÇÃO
IMPRÓPRIA.

Veja os exemplos abaixo:

O andar de Paulo era estranho. → Veja que “andar” é verbo, mas nessa frase ele
se transformou em substantivo em decorrência do artigo usado (processo de
substantivação).

Marina disse um não com determinação. → Veja que “não” é um advérbio, mas
nessa frase ele se transformou em um substantivo.

O azul do mar é encantador. → Veja que “azul” é um adjetivo, mas nessa frase ele
se transformou em um substantivo.
DICA 17
FLEXÃO NOMINAL

Pontos importantes sobre flexão nominal:

Substantivos terminados em “ão”:


1) Apenas é acrescentado o “s” ao final. Ex.: cidadão – cidadãos.

2) “Ão” → “ães”. Ex.: alemão – alemães.


3) “Ão” → “ões”. Ex.: doação – doações.

Substantivos que terminam em “al”, “ol”, “el” e “ul”:

Ex.: lençol – lençóis.


guarda-sol – guarda-sóis.

Substantivos terminados em “x”:

Ex.: O tórax – os tórax.


SÃO INVARIÁVEIS!

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

11

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02

ATENÇÃO!

Pode ser “pegadinha” de prova:

Aldeão – aldeões, aldeãos e aldeães → (TODAS ESTÃO CORRETAS)


Guardião – guardiães e guardiões → (TODAS ESTÃO CORRETAS)

DICA 18
FLEXÃO VERBAL

MODO:

Modo indicativo – há certeza na fala.


Ex.: Eu vou comprar ingressos para o teatro.

Modo subjuntivo – há hipótese/suposição na fala.


Ex.: Se você falasse comigo, seria muito bom.

Modo imperativo – há uma ordem/pedido.


Ex.: Vá tomar banho!

TEMPO:

Passado:
Pretérito perfeito: Ex.: Eu amei.
Pretérito imperfeito: Ex.: Eu amava.
Pretérito mais-que-perfeito: Ex.: Eu amara.
Presente: Ex.: Eu amo, tu amas, ele ama...

FUTURO:

Futuro do presente: Ex.: Eu amarei.

Futuro do pretérito: Ex.: Eu amaria.

PESSOA:

1ª pessoa: Eu e nós.
2ª pessoa: Tu e vós.
3ª pessoa: Ele e eles.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

12

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02

NÚMERO:

singular e plural.

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO PELA FGV:

QUESTÃO FGV, 2019.


“Sou tudo o que fui, o que sou, o que serei.”
Assinale a opção em que todas as formas verbais que correspondem, respectivamente,
às sublinhadas no fragmento acima, estão corretas.
a) teve / tenho / terei.
b) fiz / faço / fazerei.
c) vi / vejo / virei.
d) houve / hei / haverei.
e) venho / vim / verei.
Gabarito: Alternativa d.

DICA 19
MORFOLOGIA - CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
“CONJUNÇÃO” é um tema muito cobrado em prova.

Conjunções coordenativas: ligam termos que não têm dependência entre si. As
conjunções coordenativas podem ser:

ADVERSATIVA = relação de OPOSIÇÃO

Ex.: todavia, porém, entretanto, contudo, mas.


MACETE: TOME NO COPO

TOdavia

Mas

Entretanto

NO entanto

COntudo

Porém

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

13

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02

ADITIVA = relação de SOMA

Ex.: mas também, bem como, como também.

ALTERNATIVA = relação de ALTERNÂNCIA

Ex.: seja... seja, quer... quer.

EXPLICATIVA = relação de EXPLICAÇÃO

Ex.: porquanto, porque, pois (antes do verbo)

CONCLUSIVA = relação de CONCLUSÃO

Ex.: portanto, logo, pois (após o verbo)

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO PELA FGV:

QUESTÃO FGV, 2020.


Na frase “A natureza faz o homem feliz e bom, mas a sociedade o corrompe e torna-o
miserável”, a conjunção sublinhada pode ser adequadamente substituída por:
a) no entretanto;
b) embora;
c) visto que;
d) portanto;
e) contudo.
Gabarito: Alternativa E, pois há a ideia de oposição.

DICA 20
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
INTEGRANTES: introduzem orações substantivas. Ex.: se, como, que.
Adverbiais CAUSAIS: expressam causa. Ex.: visto que, uma vez que, como, já que.
Adverbiais CONSECUTIVAS: expressam consequência. Ex.: tal que, tão que, tanto
que, e.
Adverbiais FINAIS: expressam finalidade. Ex.: para que, a fim de que.
Adverbiais CONCESSIVAS: expressam contraste. Ex.: conquanto, embora, mesmo
que, se bem que, apesar de.
Adverbiais COMPARATIVAS: expressam comparação. Ex.: assim como, tanto como.
Adverbiais CONFORMATIVAS: expressam conformidade. Ex.: segundo, conforme,
consoante, de acordo com.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

14

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Adverbiais CONDICIONAIS: expressam condição. Ex.: caso, se, salvo se, conquanto
que.
Adverbiais PROPORCIONAIS: expressam proporção. Ex.: à medida que, à proporção
que, ao passo que.
Adverbiais TEMPORAIS: expressam tempo. Ex.: quando, desde que, enquanto.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

15

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DIREITO ADMINISTRATIVO
DICA 21
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: DOS ÓRGÃOS – CLASSIFICAÇÃO - ÓRGÃOS
AUTÔNOMOS

Os órgãos autônomos são aqueles que estão na cúpula da administração.


Encontram-se localizados imediatamente abaixo dos órgãos independentes e estão
diretamente subordinados aos seus chefes.
Tem ampla autonomia administrativa e financeira.
Exercem funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das
atividades que estão dentro de sua esfera de competência.
Ex.: Ministérios e secretarias de Estado.

DICA 22
ÓRGÃOS SUPERIORES

Os órgãos superiores possuem poder de direção, controle, decisão e comando de


assuntos relacionados com a sua competência específica.

Estão sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais elevada.

Não gozam de autonomia administrativa nem financeira.

Sua atuação funcional se restringe ao planejamento e soluções técnicas dentro da sua


área de competência.

Ex.: Gabinetes, Divisões, Coordenadorias e Departamentos.

DICA 23
DOS ÓRGÃOS SUBALTERNOS

Os órgãos subalternos são todos aqueles subordinados a órgãos mais elevados, com
reduzido poder de decisão e predominância de atribuições de execução.

São destinados à realização de serviços de rotina, tarefas de formalização de atos,


cumprimento de decisões, dentre outras atribuições.

Ex.: Delegacia.

DICA 24
DOS ÓRGÃOS - CLASSIFICAÇÃO

Quanto à posição estatal, os órgãos podem ser: simples ou compostos.

Quanto à posição - Simples


estatal, os órgãos
- Compostos
podem ser:

Simples: constituídos por apenas um centro de competência.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

16

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Compostos: em sua estrutura, reúnem outros órgãos menores, com função idêntica ou
funções auxiliares.

DICA 25
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - CARACTERÍSTICAS DOS ÓRGÃOS

- Personalidade jurídica
Órgãos não possuem - Patrimônio próprio

- Capacidade processual

Os órgãos não possuem:

Personalidade jurídica: Quem terá capacidade jurídica para responder pelos atos
praticados pelos órgãos será a pessoa jurídica que realizou a desconcentração.

Patrimônio próprio: Todo o patrimônio utilizado pelo órgão é da pessoa jurídica a


qual ele pertence.

Capacidade processual: Como regra, os órgãos não possuem capacidade processual,


de modo que não podem figurar em qualquer dos polos (autor/réu) de uma demanda
processual. No entanto, os órgãos independentes e os autônomos têm capacidade
processual para tutelar as suas prerrogativas institucionais.

DICA 26
AGENTES PÚBLICOS
Agente público: todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública direta ou indireta;

Todo aquele que exerce, ainda que


Agentes transitoriamente ou sem remuneração,
públicos por eleição, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública

DICA 27
AGENTES PÚBLICOS - ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO

Agente público: todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública direta ou indireta;
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

17

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Os agentes públicos se classificam em:

Agentes políticos: titulares dos cargos estruturais à organização política do


Estado. São agentes políticos: Chefes dos Poderes executivos, Senadores, Deputados,
Vereadores, membros da Magistratura e do Ministério Público.

Servidores públicos:

Em sentido amplo: pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades


da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos
cofres públicos.

Estatutários ou servidor público em sentido estrito: titulares de cargo público


efetivo e em comissão, com regime jurídico estatutário, integrantes da Administração
Direta, autarquias e fundações públicas com personalidade jurídica de Direito Público.

Empregados públicos: regidos pela CLT, não ocupam cargo público e não
possuem estabilidade, mas submetem-se às normas constitucionais referentes a
requisitos do cargo, investidura, acumulação, vencimentos entre outros. Enquadram-se no
regime geral da previdência tais como comissionados e temporários. Com exceção das
funções de direção e de confiança das pessoas jurídicas da Administração Indireta, os
empregados públicos são admitidos mediante concurso público ou processo seletivo;

Temporários: exercem função sem vinculação a cargo ou emprego público e são


submetidos a regime jurídico especial a ser disciplinado em lei de cada unidade da
federação.

Militares: pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas (Exército,


Marinha e Aeronáutica), e às Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares
dos Estados, Distrito Federal e Territórios, com vínculo estatutário sujeito a regime
jurídico próprio, mediante remuneração paga pelo Governo.

Particulares em colaboração com o poder público: exercem função pública,


entretanto, não deixam de ser particulares. São os requisitados, que exercem munus
público e são os recrutados para o serviço militar obrigatório; os jurados e os que
trabalham nos cartórios eleitorais; os concessionários e os permissionários de serviços
públicos;
DICA 28
AGENTES PÚBLICOS - ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO

Uma segunda classificação pode ser encontrada, embora menos usual:

Agentes administrativos: aqueles que estão sujeitos a uma hierarquia constitucional,


independente de a administração pública ser direta ou indireta. Os servidores públicos e
empregados públicos em geral são exemplos de agentes administrativos;

Agentes delegados: recebem um encargo estatal com a finalidade de prestação de


prestação de determinado serviço. Como exemplo de agentes delegados temos os
leiloeiros e os concessionários;

Agentes honoríficos: aqueles requisitados para temporariamente


desempenharem uma função pública. Os mesários e os jurados são exemplos desse
tipo de agente;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

18

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Agentes credenciados: são os que recebem a incumbência da administração para
representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante
remuneração do poder público credenciante. São exemplos de agentes credenciados os
professores substitutos e os médicos credenciados.

DICA 29
AGENTES PÚBLICOS: DEVERES
É dever do servidor cumprir as ordens de seus superiores e levar a eles irregularidades
observadas durante o exercício da função.
Quando a suspeita de irregularidade, ilegalidade, omissão ou abuso de poder, for
relacionado a seu superior, é dever informar e representar a outra autoridade
competente.
A não execução da ordem do superior, por suspeita de IRREGULARIDADE de tal
atividade, não acarretará prejuízo ao servidor.
Quando um servidor não observar algum dos deveres, será penalizado, em regra,
com penalidade de advertência.
DICA 30
AGENTES PÚBLICOS: DAS PROIBIÇÕES
O art. 117 da lei discorre sobre interdições impostas ao servidor. Dependo da violação
cometida, o servidor poderá ser responsabilizado com advertência, suspensão ou
demissão.

É passível de suspensão:

Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo em que ocupa, exceto em


situações de emergência ou transitórias.

Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou


função e com o horário e trabalho.
DICA 31
AGENTES PÚBLICOS: DA ACUMULAÇÃO
Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou emprego
público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram
essas remunerações forem acumuláveis nas atividades.
Na aposentadoria, só pode cumular nas mesmas hipóteses em que poderia na
atividade.
DICA 32
AGENTES PÚBLICOS: DA ACUMULAÇÃO
Lembre que há uma diferença sutil entre o ato de sindicância e o ato de processo
adminsitratvivo. Ambos são processos administrativos que visam a aplicação de
penalidades aos servidores.
Da sindicância poderá resultar a aplicação de penalidades mais leves como advertência ou
suspensão de até 30 dias. O prazo para conclusão não excederá 30 dias, podendo ser
prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

19

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Já o processo administrativo disciplinar – PAD -, sempre será necessário para aplicação
de penalidades mais graves. Entre elas, demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, destituição de cargo em comissão ou função de confiança e suspensão
superior a 30 dias. O prazo para conclusão é de 60 (sessenta) dias prorrogável por mais
60.

DICA 33
AGENTES PÚBLICOS: DAS RESPONSABILIDADES
O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas
funções.
A responsabilidade penal engloba os crimes e as contraversões penais.
A responsabilidade civil abrange atos comissivos ou omissivos e atos dolosos e
culposos.
Ao provocar danos a terceiros, a vítima poderá cobrar do estado, e o estado cobrar do
servidor AÇÃO REGRESSIVA.
O servidor que agir de forma dolosa, o estado poderá realizar confisco dos bens.
Ao não informar alguma irregularidade, ou executá-la tendo ciência da irregularidade, o
servidor responde por ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo juntamente com
o servidor em investigação.
DICA 34
PROCESSO ADMINISTRATIVO (LEI N. 9.784/99): ÓRGÃO, ENTIDADE E
AUTORIDADE

Segundo a lei n. 9.784/99, consideram-se:

Órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da


estrutura da Administração indireta;

Entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;

Autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

DICA 35
DA COMPETÊNCIA

A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi


atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

Irrenunciável

Competência Se exerce pelos órgãos administrativos a


que foi atribuída como própria, salvo:
delegação e avocação

Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,


delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

20

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

Fique atento!

Isso se aplica à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos


presidentes.

TOME NOTA!

SÚMULA IMPORTANTE

Súmula Vinculante 5 do STF: A falta de defesa técnica por advogado no processo


administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

21

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DIREITO CONSTITUCIONAL
DICA 36
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS - ESCUSA DE CONSCIÊNCIA
O artigo 5º, em seu inciso VIII garante que ninguém terá cerceado seus direitos por
motivo de crença religiosa, de convicção filosófica ou política.
Trata-se de garantia ao direito de liberdade assegurado pela CF/88.
Contudo, caso o indivíduo se exima de obrigação legal a todos impostas e recusar-se a
cumprir prestação alternativa fixada em lei, haverá restrição de seus direitos.
DICA 37
DIREITO À PRIVACIDADE (ART 5º, INC. X DA CF)
Conforme se extrai do inciso em estudo, a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas são invioláveis, caso ocorra alguma violação, será assegurado à vítima o
direito a indenização pelo dano material ou moral sofrido.
As pessoas jurídicas, por serem titulares dos direitos à honra e à imagem, poderão ser
indenizadas por dano moral sofrido. A honra tutelada aqui é a objetiva!!!
DICA 38
DIREITO À PRIVACIDADE
É INEXIGÍVEL O CONSENTIMENTO de pessoa biografada relativamente a obras
biográficas literárias ou audiovisuais, sendo igual desnecessária autorização de pessoas
retratadas como coadjuvantes (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas).
O direito à privacidade abarca, ainda, a inviolabilidade do sigilo de dados, preconizada no
art. 5º, inc. XII, e, conforme se extrai da leitura desse dispositivo, é inviolável o sigilo
da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal.

ATENÇÃO!

O Tribunal de Contas da União (TCU) e os Tribunais de Contas dos Estados (TCE’s)


NÃO PODEM DETERMINAR a quebra do sigilo bancário.

As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) podem quebrar o sigilo bancário ou fiscal


dos investigados.
O sigilo das comunicações telefônicas somente pode ser quebrado pelo poder
judiciário, trata-se da chamada “reserva de jurisdição”.
DICA 39
DIREITO À PRIVACIDADE (INC. X)
Havendo a necessidade de coleta de prova via gravação ambiental (sendo impossível
a apuração do crime por outros meios) e havendo ordem judicial nesse sentido, é
lícita a interceptação telefônica.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

22

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
São ilícitas as provas obtidas por meio de interceptação telefônica determinada a partir
apenas de denúncia anônima, sem investigação preliminar.
DICA 40
INVIOLABILIDADE DOMICILIAR
Um dos direitos fundamentais que mais caem em provas de concursos é o da
inviolabilidade domiciliar. Esse direito consiste:
“XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”

SISTEMATIZANDO

REGRA:
→ A casa é inviolável;

EXCEÇÃO:
→ Consentimento do
morador;
→ Flagrante delito;
→ Desastre;
→ Prestar socorro;
→ Determinação Judicial.

Das exceções apresentadas, ressalta-se a determinação judicial, que somente


poderá ser cumprida durante o dia. As outras exceções podem ocorrer durante o dia
ou a noite.
DICA 41
INVIOLABILIDADE DOMICILIAR - CONCEITO DE CASA
Para sua prova, é importante que saiba o que é considerado como sendo “casa”, uma vez
que a Banca pode exigir um caso prático. Então, vejamos:
Conceito de casa – abrange não só o domicílio, quanto o escritório, oficinas,
garagens, quarto de hotéis. A doutrina ainda considera a boleia do caminhão como
equiparado à casa.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

23

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02

JURISPRUDÊNCIA

O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de


flagrante delito, para que seja válido, necessita que haja fundadas razões (justa
causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da residência. A mera
intuição acerca de eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse
autorizar abordagem policial, em via pública, para averiguação, não configura, por
si só, justa causa a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem o seu
consentimento e sem determinação judicial. STJ. 6ª Turma. REsp 1574681-RS, Rel.
Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017 (Info 606).

DICA 42
LIBERDADE PROFISSIONAL
Segundo o inciso XIII, do art. 5º, é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
É inconstitucional a previsão de cancelamento automático de registro em conselho
profissional por inadimplência da anuidade. Antes, em acatamento ao princípio do
processo legal, deve haver a oitiva do associado.
A inexistência de lei regulamentadora NÃO IMPEDE o exercício da profissão.

ATENÇÃO!

Bacharel em Direito que exerce o cargo de assessor de desembargador NÃO pode


exercer a advocacia.

DICA 43
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
Segundo o inciso XV, do art. 5º, é livre a locomoção no território nacional em tempo de
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
com seus bens.
Durante a excepcionalidade do estado de sítio, defesa ou intervenção federal, o direito de
liberdade de locomoção pode ser cerceado.
Qualquer pessoa, brasileiro ou estrangeiro, pode transitar livremente pelo território
nacional com seus bens.
O “habeas corpus” é o remédio adequado para combater cerceamento ilegais do direito da
liberdade de locomoção.
DICA 44
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO
A liberdade de associação está prevista no art. 5º, nos respectivos incisos:
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

24

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
em julgado;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
DICA 45
DIREITO DE PROPRIEDADE
Segundo os incisos XXII e XXIII, do artigo 5º, é garantido o direito de propriedade e essa
deverá atender a sua função social.
O direito de propriedade além de ser um direito individual, é um dos princípios da ordem
econômica.
A propriedade que está cumprindo sua função social goza da proteção estatal não
podendo ser desapropriada. entretanto, com base na tutela do interesse público, e
mediante prévia e justa indenização em dinheiro, a desapropriação poderá ocorrer
nos de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social.
Em alguns casos não haverá a indenização em dinheiro quando da desapropriação.
São eles:
Desapropriação para fins de reforma agrária;
Desapropriação de imóvel urbano não-edificado que não cumpriu sua função social;
Desapropriação confiscatória.
A declaração de necessidade pública ou interesse social poderá ser feita por todos os
entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) e pelos Territórios.
DICA 46
DIREITO DE PROPRIEDADE
Quando há descumprimento da função social da propriedade, a desapropriação NÃO será
indenizada em dinheiro, exceto as benfeitorias úteis e necessárias, mas sim em títulos.
A desapropriação confiscatória, ou seja, aquela realizada em propriedade urbanas e
rurais onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou exploração de
trabalho escravo, não será indenizada!!!
Requisição administrativa (art. 5º, inc. XXV): no caos de iminente perigo
público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao
proprietário indenização “ULTERIOR”, SE HOUVER DANO (condição para a
indenização).
DICA 47
DIREITO DE PROPRIEDADE
Os entes federativos, os Territórios, concessionários e permissionários públicos têm
competência executória sobre a desapropriação.
Pequena propriedade rural: Segundo o inciso XXVI, do artigo 5º, a pequena
propriedade rural, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
meios de financiar o seu desenvolvimento.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

25

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
No caso de débitos estranhos à atividade produtiva, a pequena propriedade rural
trabalhada pela família pode ser objeto de penhora.
DICA 48
DIREITO DE PROPRIEDADE
Propriedade de bens incorpóreos: artigo 5º, incisos XXVII, XXVIII e XXIX. A CF/88
tutela o direito de propriedade do autor sobre inventos, patentes e marcas.
Para além de garantir o direito de propriedade do autor, é garantido também a
transmissão desse direito a seus herdeiros.
Aos autores de inventos industriais é garantido o privilégio temporário, tendo em
vista o interesse social e desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
DICA 49
DIREITO DO CONSUMIDOR
Para além de um direito individual, o direito do consumidor é um dos princípios da ordem
econômica.
As relações com instituições financeiras também são tuteladas pelo direito do consumidor.
Temos aqui a chamada “eficácia diagonal” dos direitos fundamentais.
DICA 50
DIREITO DE PETIÇÃO E DIREITO À OBTENÇÃO DE CERTIDÕES
Segundo dispõe o artigo 5º, inciso XXXIV, a todos (brasileiros, estrangeiros ou pessoas
jurídicas) são assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
A obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimentos de situações de interesse pessoal.
DICA 51
DIREITO DE PETIÇÃO E DIREITO À OBTENÇÃO DE CERTIDÕES

ATENÇÃO!

Direito de petição: defesa de direitos e defesa contra ilegalidade ou abuso de


poder;
Direito à obtenção de certidões: defesa de direitos e o esclarecimento de
situações de interesse pessoal.
Diante da negativa da obtenção de certidão o remédio constitucional adequado
para combater a lesão é o MANDADO DE SEGURANÇA, e não o habeas data.

DICA 52
NACIONALIDADE
A Constituição Federal, em seu Art. 12, §2º, proíbe diferenciação entre brasileiros natos e
naturalizados. Contudo, alguns cargos públicos são privativos a brasileiros natos:

Presidente e Vice-Presidente da República;


Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

26

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Presidente da Câmara dos Deputados;

Presidente do Senado Federal;

Ministro do Supremo Tribunal Federal;

Carreira diplomática;

Oficial das Forças Armadas;

Ministro de Estado da Defesa.

ATENÇÃO!

Nota-se que o brasileiro naturalizado PODE ocupar o cargo de deputado ou senador, o


que não pode é ser presidente dessas Casas.

Os portugueses equiparados não podem ocupar cargos privativos de brasileiro nato, já


que eles recebem o tratamento de brasileiro naturalizado.

DICA 53
DIREITOS POLÍTICOS - POSITIVOS
Os direitos políticos positivos permitem a participação do indivíduo no processo
eleitoral e na vida política do Estado.

Os direitos políticos positivos subdividem-se em:

Direito do sufrágio (é o direito de votar e ser votado);


Alistabilidade (capacidade eleitoral ativa – votar);
Elegibilidade (capacidade eleitoral passiva – ser votado);
O voto é a forma pela qual se exerce o sufrágio. Atualmente o sufrágio é universal,
ou seja, não há restrições quanto ao exercício do voto. Ao contrário do sufrágio restritivo,
que condicionava o voto, por exemplo, a características econômicas.
A alistabilidade são as condições para o exercício do direito de voto, sendo
considerados inalistáveis os conscritos (quem está prestando o serviço militar
obrigatório) e os estrangeiros.
A elegibilidade corresponde a capacidade de ser votado, cujos requisitos estão
elencados no art. 14, §3º, da CF (leitura obrigatória).

ATENÇÃO!

Para as idades mínimas para concorrer a cargos eletivos:


35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz; e
18 anos para Vereador.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

27

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 54
DIREITOS SOCIAIS

Direitos sociais são direitos fundamentais de 2ª Geração.

Os direitos sociais foram tutelados pela primeira vez com o advento da Constituição
Mexicana de 1917 e Constituição de Weimar de 1919.

São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o


transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e
à infância, a assistência aos desamparados.

A moradia, a alimentação e o transporte não constavam do texto do Poder


Constituinte Originário. ATENÇÃO aqui, a banca costuma perguntar sobre isso!!!

DICA 55
PARTIDOS POLÍTICOS - DISPOSIÇÕES GERAIS
A Constituição Federal dispõe sobre os partidos políticos no art. 17. Vejamos algumas
das regras mais importantes:
Vigora o Princípio da LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA, pois é livre a
criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos.
Essa liberdade, contudo, é mitigada. Devem ser respeitadas a soberania nacional, o
regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana.
Não confundir o PLURIPARTIDARISMO, com o FUNDAMENTO DA REPÚBLICA (art.
1º, da CF) PLURALISMO POLÍTICO.
Além disso devem ser observados os seguintes preceitos:
caráter nacional;
proibição de recebimento de recursos financeiros estrangeiros;
prestação de contas à Justiça Eleitoral;
funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
vedação da utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado e a sua existência legal
ocorre com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro.
Na CF há disposição expressa de que os partidos políticos deverão REGISTRAR seus
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral – TSE.

ATENÇÃO!

Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica com a inscrição dos atos


constitutivos no registro de pessoas jurídicas. NÃO é o registro do estatuto no TSE
que dá personalidade jurídica aos partidos políticos.
O ato do TSE que analisa o pedido de registro partidário não tem caráter
jurisdicional, mas tem natureza meramente administrativa.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

28

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Dispõe ainda o art. 17, §5º, da CF - Ao eleito por partido que não preencher os requisitos
previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda
do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada
para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo
de rádio e de televisão.

JURISPRUDÊNCIA

INAPLICABILIDADE da regra de perda do mandato por infidelidade partidária


ao sistema eleitoral majoritário. As características do sistema proporcional, com
sua ênfase nos votos obtidos pelos partidos, tornam a fidelidade partidária importante
para garantir que as opções políticas feitas pelo eleitor no momento da eleição sejam
minimamente preservadas. Daí a legitimidade de se decretar a perda do mandato do
candidato que abandona a legenda pela qual se elegeu. O sistema majoritário,
adotado para a eleição de presidente, governador, prefeito e senador, tem
lógica e dinâmica diversas da do sistema proporcional. As características do sistema
majoritário, com sua ênfase na figura do candidato, fazem com que a perda do
mandato, no caso de mudança de partido, frustre a vontade do eleitor e vulnere a
soberania popular (CF, art. 1º, parágrafo único; e art. 14, caput). [ADI 5.081, rel.
min. Roberto Barroso, j. 27-5-2015, P, DJE de 19-8-2015.]

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

29

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DIREITO CIVIL
DICA 56
PESSOAS JURÍDICAS (PJ’S) - ATRIBUTOS DA PERSONIFICAÇÃO
Possuir a condição de pessoa (jurídica) significa ter alguns atributos, como:
Nome: é como é identificada a entidade;
Domicílio: é o local em que funciona sua sede/filiais;
Nacionalidade: se a PJ é nacional ou estrangeira.
Existência distinta e independente da dos sócios
Capacidade contratual: de praticar atos jurídicos válidos;
Capacidade processual: ser parte em processo judicial;
Princípio da autonomia patrimonial: patrimônio próprio que responderá pelas
obrigações da sociedade.
DICA 57
GRUPOS DESPERSONALIZADOS
A PJ precisa do registro do seu ato constitutivo no órgão competente. Sem tal ato, é
considerada sociedade despersonificada.
Entes despersonalizados: não possuem personalidade jurídica, mas têm capacidade
processual, mediante representação. São eles: Massa falida (síndico), espólio
(inventariante), herança jacente/vacante (curador), sociedade sem personalidade
jurídica (a quem couber a administração dos bens) e condomínio (síndico ou
administrador).
Possibilidades que levam à despersonificação:
não tem ato constitutivo escrito;
tem ato constitutivo, mas não foi levado a registro;
tem ato constitutivo registrado, mas ele não produz efeitos.
DICA 58
CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS
De Direito Público ou Privado: O artigo 40 do Código Civil dispõe que as pessoas
jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
De Direito Público externo ou interno:

São pessoas jurídicas de direito São pessoas jurídicas de direito público


público externo os Estados interno: a União;
estrangeiros e todas as pessoas que
os Estados, o Distrito Federal e os
forem regidas pelo direito internacional
Territórios;
público.
os Municípios; as autarquias,
inclusive as associações públicas;
as demais entidades de caráter
público criadas por lei.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

30

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
MACETE → São pessoas jurídicas de direito privado: “SAPO FU”
sociedades;

associações;

partidos políticos.

organizações religiosas;

fundações.

QUESTÃO FGV, 2016.


Em matéria de pessoas jurídicas, é correto afirmar que:
a) os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado;
b) a fundação poderá ser constituída para fins econômicos;
c) as associações são constituídas pela união de pessoas que se organizam para fins
econômicos;
d) a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado se inicia com o respectivo
ato constitutivo, independentemente de registro;
e) nas associações, a exclusão do associado independe de motivação e do devido
procedimento legal.
Gabarito: Alternativa a.

DICA 59
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO

ASSOCIAÇÕES Conjunto de pessoas.

SOCIEDADES Em regra, é o conjunto de pessoas, salvo a


sociedade limitada unipessoal.

FUNDAÇÕES Conjunto de bens.

ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS Conjunto de pessoas.

PARTIDOS POLÍTICOS Conjunto de pessoas

TOME NOTA:
A pessoa jurídica de direito privado tem existência a partir dos atos constitutivos no
respectivo registro.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

31

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 60
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Em regra, a pessoa jurídica não se confunde com seus sócios, associados,
instituidores ou administradores. Contudo, em casos de abusos praticados por
membros das pessoas jurídicas existe a possibilidade de quebrar essa autonomia por meio
da desconsideração da personalidade jurídica.
TOME NOTA:

Existem duas modalidades de desconsideração:


Desconsideração direta ou regular: os bens dos sócios ou administradores
respondem por dívidas da pessoa jurídica.

Desconsideração inversa ou invertida: os bens da pessoa jurídica respondem por


dívidas dos sócios ou administradores.
DICA 61
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
A pessoa jurídica tem autonomia em relação aos seus sócios e administradores, porém
existem algumas situações em que a personalidade jurídica é desconsiderada. Quando
desconsiderada a personalidade da pessoa jurídica, os bens particulares dos sócios
podem responder por danos causados a terceiros.
E quais são as situações em que a personalidade de uma pessoa jurídica pode ser
desconsiderada?

Abuso de gestão;

Infração do contrato;

Fraude;

Violação da lei;

Dolo;

Confusão patrimonial entre outros.


Cuidado: (Teoria menor e teoria maior)
Quando se fala da desconsideração, devemos tomar cuidado, pois há duas teorias: A
Teoria menor (adotada pelo CDC e em casos de danos ambientais) e a Teoria maior
(adotada pelo Código Civil). Vamos ver cada uma delas:

Teoria menor: Na Teoria menor, para desconsiderar personalidade da pessoa jurídica


é necessário apenas provar o prejuízo ao credor (neste caso, ao consumidor). Esta
teoria foi adotada pelo CDC, para fins de relações consumeristas e também pela Lei
9.605/98 (danos ambientais).

Teoria Maior: Esta foi adotada pelo Código Civil e exige dois elementos: Abuso da
personalidade jurídica e prejuízo ao credor. Essa teoria está presente no art. 50 do
CC/02.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

32

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ( Ex: associação)
também podem ter sua personalidade desconsiderada? Sim, o Enunciado n. 284 da
IV Jornada de Direito Civil, do CJF/STJ fala: “As pessoas jurídicas de direito privado sem
fins lucrativos ou de fins não econômicos estão abrangidas no conceito de abuso da
personalidade jurídica”.
DICA 62
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Exceção: O instituto da desconsideração da personalidade jurídica é possível


para proteger a eficácia das relações civis e comerciais quando a atividade empresarial
não é desenvolvida de forma regular ou quando a PJ é usada para fins ilícitos.
Assim, é exigida a prova do abuso da personalidade jurídica, que pode ser por desvio de
finalidade ou por confusão patrimonial.

Art. 50, CC: Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo


desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo,
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações
sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa
jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.

TOME NOTA! DESCONSIDERAÇÃO INVERSA: O enunciado 283 do CJF diz que é


“cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada "inversa" para alcançar
bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais,
com prejuízo a terceiros.”
DICA 63
DESVIO DE FINALIDADE E CONFUSÃO PATRIMONIAL

Desvio de finalidade: Segundo o art. 50, §1, CC, desvio de finalidade é a utilização
da PJ com o intuito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer
natureza.

Confusão patrimonial: De acordo com o art. 50, §2, CC, confusão patrimonial é a
ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por:

cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador


ou vice-versa;

transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de


valor proporcionalmente insignificante;

outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

33

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02

ATENÇÃO!

Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade


original da atividade econômica específica da PJ.

DICA 64
FINS DA EXISTÊNCIA DA PJ

Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada

a autorização para seu funcionamento

ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.

A averbação de sua dissolução será feita no registro onde a pessoa jurídica


estiver inscrita.

As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às


demais pessoas jurídicas de direito privado.

Encerrada a liquidação, será promovido o cancelamento da inscrição da PJ.

DICA 65
EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
Formas de dissolução da pessoa jurídica: CONVENCIONAL, LEGAL,
ADMINISTRATIVA E JUDICIAL.

CONVENCIONAL: O artigo 1.033 do Código Civil dispõe que a sociedade será


dissolvida quando ocorrer:
o consenso unânime dos sócios;
a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo
indeterminado;

LEGAL: O artigo 1.028 do CC diz que no caso de morte de sócio, será liquidada
sua quota, salvo:
se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade;
Há a dissolução legal também no caso de decretação de falência.

ADMINISTRATIVA: A sociedade será dissolvida no momento em que houver a


extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar (art. 1.033, CC).

JUDICIAL: A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de


qualquer dos sócios, quando (art. 1.034, CC):

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

34

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
anulada a sua constituição;
exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade.

DICA 66
DOMICÍLIO
Moradia ≠ Residência ≠ Domicílio
A moradia é o local do repouso da pessoa (física), já quando se tem uma moradia
estável, teremos uma residência, ou seja, a residência é tipo de moradia. Já o
domicílio é o local em que a pessoa pode ser sujeito de direitos e deveres na ordem
privada, ou seja, o domicilio não deve ser, necessariamente, a residência do sujeito.
Qual o domicílio das pessoas sem moradia fixa (como por exemplo os artistas
circenses)? Fala o art. 73 do CC/02 “Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não
tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada”. Este domicílio se chama
domicílio eventual.
Lembrando que o ordenamento jurídico brasileiro NÃO admite a inexistência de
domicílio, sendo assim, todas as pessoas (físicas ou jurídicas) devem ter domicílio.
DICA 67
DOMICÍLIO CONTRATUAL E LEGAL

Domicílio contratual: Ele também é chamado de domicílio de eleição ou de


convenção, está previsto no art. 78 do CC/02:
Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e
cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. Logo, a ideia do art. 327 do CC/02
(que define que o pagamento de uma obrigação deve ser feito no domicílio do devedor) é
afastada aqui neste caso. O domicílio contratual é um tipo de domicílio voluntário.

Domicílio necessário ou legal: É o mais comum de cair em provas, o domicilio


necessário é normatizado pelo Código Civil.

PESSOAS QUE DEVEM TER DOMICÍLIO NECESSÁRIO

Servidor público;

Incapaz

Marítimo;

Preso;

Militar.

Para não esquecer: SIM PM

Importante: No caso do militar, quando o militar do Exército (ou seja, que atua em
solo) é onde ele servir. Ex.: Um soldado do Exército que serve na Amazônia tem
como domicílio a Amazônia.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

35

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Já no caso dos militares insulares (Aeronáutica e Marinha) o domicílio é na sede do
Comando, pois estes militares muitas vezes estão em missão fora do solo.
Cuidado: O marítimo não é, necessariamente, só que trabalha no mar, mas pode ser
também uma pessoa que trabalha embarcada em uma embarcação fluvial (de rio).
Exemplo: Um condutor de balsa no Rio Amazonas. Neste caso, domicílio do marítimo será
o local da matrícula da embarcação. Ou seja, o condutor de uma balsa no Rio Amazonas,
cuja balsa tenha matricula no Pará terá como domicilio o Pará.
Importante: No caso do preso, o domicílio será o local em que ele cumpre a
pena (não se aplica ao preso temporário, em flagrante, preso por alimentos ou preso por
prisão preventiva). E no caso do preso que cumpre prisão domiciliar, a residência dele
terá dois domicílios: O necessário e o voluntário.
Existe um tipo de domicílio chamado diplomático (art. 77 CC/02), que é o tipo de
domicílio que apenas agentes diplomáticos podem ter, e isso ocorre quando o agente
diplomático é citado fora do brasil e alega que lá não é seu domicílio
(extraterritorialidade), podendo ser citado no DF ou no último domicílio que ele teve no
Brasil.
DICA 68
BENS

CONCEITO DE BENS: são coisas imateriais ou materiais que possuem valor


econômico e podem ser objeto de uma relação jurídica.

CLASSIFICAÇÃO DOS BENS (os principais): infungíveis, fungíveis, móveis e


imóveis.

Infungíveis: não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e
quantidade.

Fungíveis: podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e


quantidade.

Imóveis: REGRA – solo e aquilo que nele se incorporar, natural ou artificialmente.

Móveis: REGRA – suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força alheia,


sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
TOME NOTA!
Consideram-se móveis para os efeitos legais, as energias que tenham valor
econômico.

Veja como já foi cobrado pela FGV:

QUESTÃO FGV, 2019.


A concessionária WYZ instalou algumas torres em imóvel concedido pelo Estado, as
quais têm utilidade de transmitir energia para as residências de determinado bairro.
A energia transmitida, segundo o que dispõe o Código Civil, é considerada
a) bem móvel.
b) bem dominical.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

36

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
c) bem acessório às torres.
d) bem público de uso comum.
e) bem imóvel.
Gabarito: Alternativa A.

DICA 69
BENS
Bens corpóreos são os que têm existência física, material e podem ser tangidos pelo
homem, como uma casa, um automóvel...
Bens Incorpóreos são os que têm existência abstrata ou ideal, mas valor econômico,
como o direito autoral.

Bens móveis → Se transmite a propriedade com a tradição.


Bens imóveis → Se transmite a propriedade com escritura pública e registro no
Cartório de Registro de Imóveis (CC/02, arts. 108, 1.226 e 1.227).
Os direitos reais sobre imóveis são considerados como bens imóveis.
Bens públicos não são passiveis de usucapião.
DICA 70
BENS

CLASSIFICAÇÃO DOS BENS (os principais): divisíveis, indivisíveis, singulares,


coletivos, principais e acessórios.
Divisíveis: podem ser fracionados sem alteração na sua substância, diminuição
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

Indivisíveis: quando fracionados, perdem sua qualidade, sua essência.

Singulares: possuem existência independente e autônoma, em relação a outros


bens.
Coletivos: reunião de bens singulares, que pode dar origem a um novo bem.

Principais: são autônomos, pois não dependem de outros bens.


Acessórios: dependem do principal para a sua existência.

TOME NOTA!
REGRA: o acessório segue o principal, exceto se houver previsão contratual diversa.
DICA 71
BENS

BENFEITORIAS: são obras realizadas pelo homem em um bem que existe, para fins
de conservação, melhoria ou embelezamento. Exemplo: colocar uma piscina no pátio
de casa é uma benfeitoria (voluptuária).

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

37

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
ESPÉCIES DE BENFEITORIAS:

Voluptuárias: são voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o


uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor (art.
96, §1, CC).

Úteis: são úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem (art. 96, §2, CC).
Necessárias: são necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se
deteriore (art. 93, §3, CC).

ATENÇÃO!

Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao


bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor (art. 97, CC).

DICA 72
BEM DE FAMÍLIA

De acordo com a Lei nº 8.009/90, o imóvel residencial do próprio casal ou da entidade


familiar é considerado um bem de família, não respondendo por qualquer tipo de
dívida contraída pelos cônjuges, pais ou filhos, que sejam proprietários e nele residam.
Há algumas exceções previstas em lei, como os créditos trabalhistas de
trabalhadores da própria residência.
TOME NOTA:

O bem de família pode ser classificado em duas espécies:

Bem de família voluntário – instituído por ato de vontade da entidade familiar, por
meio da formalização do registro de imóveis, gerando dois efeitos: impenhorabilidade
limitada e inalienabilidade relativa (arts. 1711 a 1717 do CC).

Bem de família legal – refere-se à impenhorabilidade legal do bem de família


independentemente de inscrição voluntária em cartório (Lei nº 8.009/90).
DICA 73
BENS PÚBLICOS
A definição de BENS PÚBLICOS está expressamente prevista no artigo 98 do Código
Civil, nos seguintes termos:
São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a
que pertencerem.

A supracitada definição corresponde aos bens de qualquer natureza, tais como:

imóveis,

móveis,
semoventes,
corpóreos,

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

38

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
incorpóreos,

créditos,

direitos, e

ações.
IMPORTANTE ressaltar que este conceito é ampliando pelo professor Celso Antônio
Bandeira de Mello, pois, ele ainda inclui como bens públicos os que estejam afetados à
prestação de um serviço público, ainda que seu proprietário possua personalidade
jurídica de direito privado.
A verdade é que há uma discordância sobre a conceituação de bens públicos, para
boa parte dos estudiosos do Direito Civil trata-se de um conceito legal (artigo 98 do
Código Civil), iniciado e findado no próprio texto de lei, já para os doutrinadores do
Direito Administrativo, como visto acima, há uma tentativa de aproximação do regime
jurídico dos bens públicos aos dos bens privados utilizados na prestação de serviços
públicos. Seriam os bens públicos por equiparação.
Visto isso, no momento de realização da prova do certame público, independente dessa
divergência aconselha-se que o candidato opte sempre pelo conceito legal (artigo
98 do Código Civil), caso a assertiva seja puramente sobre a conceituação do tema.
DICA 74
FATO JURÍDICO

Fato jurídico é todo evento natural ou humano que possui repercussão na esfera
jurídica.

O fato jurídico em sentido estrito é aquele que ocorre sem vontade humana e
pode ser subdividido em:

Ordinário – é aquele previsível, como o nascimento, a morte, a maioridade etc.


Ressalta-se que o passar do tempo é previsível, e se manifesta nas relações jurídicas por
meio dos institutos da prescrição e decadência;

Extraordinário - é aquele fato imprevisível, sendo incabível imputar a alguém o


extraordinário, pois carece de vontade humana, como exemplo, pode-se citar uma pessoa
que deixou de entregar um veículo que foi vendido pois ele foi destruído por uma
enchente no dia posterior.
DICA 75
ATO JURÍDICO

É toda manifestação de vontade que está de acordo com o ordenamento jurídico. É


composto pelo elemento volitivo (manifestação de vontade humana) e pela licitude.
Dos atos jurídicos nascem os negócios jurídicos e atos não negociais (ou atos jurídicos em
sentido estrito).

Exemplo de negócio jurídico: compra e venda

Exemplo de atos não negociais (ou atos jurídicos em sentido estrito): adoção e
emancipação.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

39

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 76
ATO JURÍDICO LÍCITOS E ILÍCITOS

O ato jurídico é subdividido em:

Atos ilícitos – são aqueles atos contrários ao ordenamento jurídico, ocasionando o


fenômeno da responsabilidade civil;

Atos lícitos – são aqueles praticados em conformidade com o ordenamento jurídico


civilista. Estes atos podem ser: (a) ato jurídico em sentido estrito: é aquele que a
vontade humana está direcionada para o ato em si, e suas consequências já
estão previstas na lei.

Ex.: o reconhecimento de paternidade; (b) negócio jurídico: é aquele que a vontade


humana está direcionada para as consequências de determinado ato, dentre as
permitidas pela lei.

Ex.: os contratos e o testamento.


DICA 77
NEGÓCIO JURÍDICO

REQUISITOS DE VALIDADE DO REQUISITOS DE EFICÁCIA DO


NEGÓCIO JURÍDICO NEGÓCIO JURÍDICO

Partes capazes; Condição: condiciona a eficácia do


negócio jurídico a evento futuro e
incerto;

Vontade livre; Termo: relaciona a eficácia do negócio


jurídico a evento futuro e certo;

Objeto lícito, possível e Encargo: é um ônus introduzido em um


determinável; ato de liberalidade.

Forma prescrita ou não defesa em lei.

OBS: Caso haja algum vício nos requisitos de validade, o negócio jurídico será
inválido.
DICA 78
NEGÓCIO JURIDICO

Negócio jurídico → vontade do particular + vontade do estado


Lembrando que o negócio jurídico deve obedecer aos dispostos na escada ponteana.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

40

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02

EFICÁCIA

VALIDADE

EXISTÊNCIA

Ou seja, o negócio jurídico precisa ser existente, válido e eficaz.


DICA 79
REQUISITOS DE EFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO

CONDIÇÃO TERMO INICIAL ENCARGO


SUSPENSIVA

Evento futuro e incerto. Evento futuro e certo Ônus e liberalidade.

Suspende a aquisição e o Apenas suspende o Não suspende a


exercício do direito. exercício do direito. aquisição e nem o
exercício do direito.

Não há direito adquirido. Há direito adquirido. Há direito adquirido.

Ex.: João irá ganhar um Ex.: Joana dará à Lúcia Ex.: Pedro doa sua
carro de Pedro quando for um carro no Natal desse casa para Joaquim para
aprovado no vestibular. ano. que ele construa uma
creche.

DICA 80
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
São defeitos do negócio jurídico: Erro, dolo, simulação, fraude contra credores,
coação, estado de perigo e lesão.

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Erro Gera anulabilidade. Ocorre quando há falsa representação da


realidade.

Dolo Gera anulabilidade. A pessoa é induzida por um terceiro a


enganar-se.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

41

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02

Simulação Gera nulidade. Simulação é uma declaração enganosa, da


vontade, com o objetivo de aparentar negócio distinto do
desejado.

Fraude contra Gera anulabilidade. A fraude se consuma sem a participação


pessoal do lesado no negócio.
Credores

Coação Gera anulabilidade. Acontece via emprego da violência


psicológica. Embora o CC/02 trate como defeito do negócio
jurídico, no Código de Defesa do Consumidor a coação é tratada
como um crime, segundo o art. 73 do CDC.

Estado de perigo Gera anulabilidade. É uma situação de extrema necessidade


que conduz a pessoa a celebrar negócio jurídico em que assume
obrigação muito desproporcional e altamente excessiva.

Ex.: Pessoa com um filho doente, que para mantê-lo em uma


máquina de respiração mecânica dá ao hospital seu carro.

Lesão Gera anulabilidade. Há o elemento inexperiência de um dos


contratantes.

Você já ouviu falar de dolo bilateral? Também chamado de dolo enantiomórfico, que é
quando ambas as partes procedem com intuito de enganar-se de forma recíproca.
Ele está normatizado no art. 150 do CC/02.
A simulação acontece quando os agentes do negócio agem de forma maliciosa, fazendo
um negócio jurídico, mas na verdade querem outros efeitos, visando fraudar a lei ou
terceiros. Ambas as partes têm o objetivo da fraude. Todos os defeitos do negócio
jurídico são graves, mas a simulação é mais grave ainda, porque atenta contra a ordem
social, logo o negócio simulado é nulo. A simulação é tão grave que mesmo a simulação
inocente é nula (inválida) – Enunciado 152 da III Jornada de Direito Civil do CNJ.
A ação que visa anular o negócio jurídico viciado com a fraude de credores chama-
se Ação Pauliana ou Ação Revocatória. Logo quando sua questão fizer este tipo de
referência (a ação pauliana ou ação revocatória), ela estará falando da fraude contra
credores.
CUIDADO: Não confunda erro com ignorância.
O erro é uma falsa percepção da realidade. Já a ignorância é o completo
desconhecimento do declarante sobre as circunstâncias do negócio presente.
DICA 81
ERRO
O erro consiste em uma falsa representação da realidade, em que o próprio agente
se engana sozinho sobre as circunstâncias elementares do negócio jurídico. Para

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

42

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
que haja a invalidação do negócio jurídico, é necessário que o erro seja essencial ou
substancial.

Ex.: João compra um faqueiro e se dispôs a pagar a quantia de 1 mil reais, acreditando
que o objeto era de prata. O vendedor, por sua vez, aceita o valor sem hesitar. Passado
algum tempo, João descobre que o faqueiro não era de prata.
DICA 82
DOLO
No dolo o sujeito é colocado em erro intencionalmente pela outra parte e, por isso,
pode haver indenizações de prejuízos oriundos do comportamento astucioso. Desse modo,
configura-se o dolo por meio de expediente astucioso empregado para conduzir
alguém à prática de um ato que o prejudique e aproveite ao autor do dolo ou a
terceiro.
DICA 83
LESÃO E ESTADO DE PERIGO
A lesão é o prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as
prestações de um contrato no momento de sua celebração, determinada pela
inexperiência de uma das partes. O objetivo da lei é evitar a exploração usurária de
um dos contratantes com o outro, que não precisa ter conhecimento da parte contrária
(art. 157, CC).
Já o estado de perigo é uma situação de extrema necessidade (conhecida pela
parte contrária) que conduz uma pessoa a celebrar um negócio jurídico em que se
assume uma obrigação desproporcional e excessivamente onerosa (art. 156, CC).
DICA 84
COAÇÃO MORAL
Coação moral é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre uma pessoa para
obrigá-la, contra sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. O que a
caracteriza é o emprego da violência psicológica para viciar a vontade. Para a coação ser
configurada, ela deve ser grave, causar temor à vítima e constituir ameaça de prejuízo à
pessoa, seus bens ou à sua família (art. 151, CC).

Ex.: Joana vai fazer uma doação para Luiz porque foi ameaçada de morte caso não o
faça.
DICA 85
FRAUDE CONTRA CREDORES
A fraude contra credores diz respeito à hipótese de um devedor que possui o débito e a
responsabilidade, mas que pratica atos de dilação patrimonial, com a nítida
intenção, de que no futuro, não tenha bens para pagamento da dívida. Em razão
disso, resta ao credor ajuizar uma ação pauliana ou revocatória para anular os atos
praticados pelo devedor.
Para a caracterização da fraude contra credores é necessário a demonstração de dois
requisitos cumulativos: (i) objetivo – diminuição ou esvaziamos do patrimônio do
devedor, até a sua insolvência (denominado eventus damni); (ii) subjetivo – intenção
maliciosa do devedor de causar dano (denominado consilium fraudis), arts. 158 a 165,
CC.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

43

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
PROCESSO CIVIL
DICA 86
DA COMPETÊNCIA - COMPETÊNCIA INTERNA
A competência é a capacidade de exercer a jurisdição. A jurisdição, como parcela do Poder
Estatal, é a capacidade genérica de dizer o direito de forma definitiva. Portanto, a
competência retrata essa capacidade aplicada ao caso concreto;
Ao passo que a jurisdição é um poder nacional para dizer o direito, a competência é o
exercício dessa jurisdição no caso concreto. Assim, enquanto todos os magistrados
possuem jurisdição, apenas um deles será competente para resolver determinado caso;

Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua
competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei;
É importante registrar que o CPC é diretamente aplicável às causas cíveis que tramitam
perante a justiça comum, estadual ou federal e, aplica-se de forma subsidiária às causas
que tramitam perante a justiça especializada, que envolve a justiça eleitoral, do trabalho e
a militar;

Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da


petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, SALVO quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a
competência absoluta;
No art. 43 temos a tratativa do momento em que é determinada a competência, ou seja,
o exato instante em que a jurisdição brasileira deixa de ser genérica, para atribuir
especificamente a competência a determinado magistrado.
DICA 87
CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

Competência de foro: O foro deve ser compreendido como o local em que o


magistrado exerce sua competência;

Competência do Juízo: Uma vez definido o local, deve-se perquirir qual é o Juízo
competente, ou seja, qual, entre os vários juízes do foro, é concretamente competente;

Competência Originária: Define o órgão jurisdicional para conhecer o processo pela


primeira vez;
Competência Derivada: Estabelece a responsabilidade de julgar recursos a partir da
decisão do órgão originariamente competente;

Competência Absoluta: Estabelece regras de competência a partir do interesse


público;

Competência Relativa: Fixa regras de competência a partir do interesse particular.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

44

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 88
MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
Sabe-se que a competência é fixada quando a petição inicial é registrada ou distribuída;
Uma vez fixada, somente em situações excepcionais seria possível modificá-la. Dito de
outro modo, em casos específicos admite-se que um determinado juízo, que não é
originariamente competente, passe a ter competência para julgar aquela ação;
Logo, a modificação da competência poderá se dar em razão da Supressão do órgão
judiciário, Alteração da competência absoluta, Conexão (art. 55 do CPC) e
Continência (arts. 56 e 57, ambos do CPC).
DICA 89
MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

Supressão do órgão judiciário: é o que ocorre quando a lei de organização judiciária


de determinado Estado decide pela agregação de determinada vara. De duas varas cíveis,
decide-se reduzir para apenas uma. Se isso ocorrer, as ações ajuizadas perante a vara
agregada passam automaticamente para a vara que se manteve. Há, portanto,
modificação de competência já fixada;

Alteração da competência absoluta: é a hipótese de criação de varas especializadas


em determinada Comarca. Isso fará com que os processos especializados sejam
concentrados na nova Vara criada, que receberá os processos em cursos e remeterá os
processos que não são da matéria específica às demais varas;

Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela


continência, observado o disposto nesta Seção;
Não haverá modificação da competência por conexão ou continência se fixada em razão
de regra absoluta;
Na conexão e na continência ocorre uma identidade parcial dos elementos da ação. Se em
determinado processo forem identificadas as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o
mesmo pedido haverá identidade na demanda (identidade total) e ocorrerá a
litispendência, que leva à extinção do processo sem julgamento do mérito dos processos
litispendentes;

Conexão ocorre quando forem comuns o pedido ou a causa de pedir. Contudo, para
que seja verificada, não é necessário que haja correspondência exata desses elementos,
interessando a identidade da relação material e a conveniência da reunião dos processos a
serem julgados conjuntamente;
A continência, por sua vez, assemelha-se à litispendência, pela proximidade dos
elementos da ação. Na continência, há identidade entre as partes e a causa de pedir, mas
o pedido de uma é mais amplo que o da outra.
DICA 90
INCOMPETÊNCIA

Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é


inderrogável por convenção das partes;

Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

45

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Logo, quando a competência for fixada a partir da matéria, da pessoa ou da função, trata-
se de critério absoluto, que não admite flexibilização por vontade das partes.
Já, se a competência for fixada em razão do valor ou do território, como o foi em razão de
interesses privados, haverá maleabilidade, ou seja, o critério é relativo;

Regras absolutas de competência são fixadas a partir: da matéria, da pessoa ou da


função;

Regras relativas de competência são fixadas a partir: do território e do valor da causa.


DICA 91
COMPETÊNCIA ABSOLUTA

Competência Absoluta:

Estabelece regras de competência a partir do interesse público;

Pode ser reconhecida de ofício;

Não pode ser alterada por vontade das partes;

Não admite conexão e continência;

Abrange as regras e a fixação das competências material, em razão da pessoa e


funcional;

Se a ação transitar em julgado é cabível a ação rescisória;

Alteração superveniente da competência implica o deslocamento da causa para outro


juízo.
DICA 92
COMPETÊNCIA RELATIVA

Competência Relativa:

Fixa regras de competência a partir do interesse Particular;

Não pode ser reconhecida de ofício;

As partes têm a prerrogativa de eleger o foro;

Admite conexão e continência;

Não cabe ação rescisória, pois há prorrogação da competência;

Mudança superveniente de competência relativa não produz efeitos.


DICA 93
CONFLITO DE COMPETÊNCIA
O conflito de competência envolve o fato de dois ou mais juízes se darem por
competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo) para o julgamento da
mesma causa ou de mais uma causa;
Importante destacar que não há conflito de competência se, entre os juízes, houver
diferença hierárquica;
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

46

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Art. 66. Há conflito de competência quando:

2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;

2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a


competência;

entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de


processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o
conflito, SALVO se a atribuir a outro juízo;
Importante registrar que o julgamento do conflito de competência se dá pela autoridade
judiciária superior aos dois ou mais juízes conflitantes e, pelas regras do CPC, será sempre
um tribunal;

Ex.: Se o conflito for entre dois Juízes do mesmo estado → competência do TJ;
Se o conflito for entre dois Juízes Federais do mesmo TRF → competência do TRF;
Se o conflito for entre juízes estaduais de Estados distintos → competência do STJ;

Se o conflito for entre juízes federais de Estados distintos → competência do STJ;


Se for conflito entre juiz estadual e juiz federal → competência do STJ.
DICA 94
COOPERAÇÃO NACIONAL
A cooperação decorre da ausência de competência do juízo responsável pela causa.
Nesses casos a transposição dessa dificuldade pode requerer solicitação de auxílio ao juízo
que detém competência efetiva;
Prevê o CPC que os órgãos jurisdicionais devem atuar em cooperação recíproca na
condução da atividade jurisdicional, independentemente da instância ou se justiça
estadual ou federal;

Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum,
em todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o
dever de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores;

Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para prática de
qualquer ato processual.
DICA 95
COOPERAÇÃO NACIONAL
Como será feito o pedido de cooperação nacional? Vejamos:

Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido,


prescinde de forma específica e pode ser executado como:

Auxílio direto;
Reunião ou apensamento de processos;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

47

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Prestação de informações;

Atos concertados entre os juízes cooperantes.


DICA 96
JUIZ
O juiz está no mesmo nível das partes na condução da causa, tendo ele mesmo de
observar o contraditório como regra de conduta, alocando-se em uma posição acima das
partes apenas quando impõe a sua decisão. O juiz do processo civil contemporâneo é
paritário do diálogo assimétrico na decisão da causa, ele tem sua atuação pautada pela
regra da cooperação;

Garantias dos Juízes:


Vitaliciedade (impossibilidade de perda do cargo a não ser por sentença judicial);
Inamovibilidade (impossibilidade de remoção compulsória, exceto por motivo de
interesse público a ser reconhecido pela maioria absoluta do tribunal respectivo ou do
CNJ) e;
Irredutibilidade de subsídio.
DICA 97
JUIZ - VEDAÇÕES
Aos Magistrados, o ordenamento jurídico estabelece algumas vedações. Vejamos:

Aos Juízes é vedado:

exercer outro cargo ou função, salvo uma de magistério;

receber custas ou participação em processo;

dedicar-se à atividade político-partidária;

receber auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas;

exercer a advocacia no juízo ou no tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três


anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração;
DICA 98
DEVERES DO JUIZ

São Deveres dos Juízes:


I - Assegurar às partes igualdade de tratamento;
II - Velar pela duração razoável do processo;
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir
postulações meramente protelatórias;
IV - Determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas
ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

48

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Medida Indutiva → Procura induzir o executado a cumprir com a obrigação →
Suspensão da CNH até entrega do veículo;

Medida Coercitiva → Procura constranger o devedor a cumprir com o devido →


Multa pelo descumprimento da obrigação;

Medida Mandamental → Impõe uma ordem ao devedor → Protesto judicial de


devedor de quantia certa;

Medida Subrogatória → Forma de cumprimento que independe de ação do


executado → Determinação judicial de escrituração do imóvel quando, condenado a
fazê-lo, o réu não cumpre com a obrigação no prazo fixado.
DICA 99
DEVERES DOS JUÍZES
É importante que você saiba alguns deveres dos Magistrados. Vejamos:

Devem promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com


auxílio de conciliadores e mediadores judiciais, ou seja, compete ao juiz tentar, a qualquer
tempo, conciliar as partes, podendo constar de eventual transação, ponto não suscitado
pela petição inicial;

dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,


adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela
do direito, ou seja, não poderá ser reduzido determinado prazo processual, o dispositivo
fala apenas em ampliação; e somente é possível a ampliação do prazo antes de escoado;

exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da


segurança interna dos fóruns e tribunais;

determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-


las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso, ou seja, o
mais relevante desse dispositivo não é a possibilidade de o magistrado ouvir as partes ao
longo do processo, mas a conclusão de que a oitiva da parte fora do depoimento não gera
a confissão;

Interrogatório Livre: Visa esclarecer os fatos;

Depoimento da Parte: Tem por objetivo esclarecer os fatos, mas especialmente obter
a confissão;

determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios


processuais.
DICA 100
JUIZ
O CPC e seu art. 140 preconiza que o juiz não se exime de decidir sob a alegação de
lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico, bem como só decidirá por equidade nos
casos previstos em lei.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

49

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Assim, ao juiz não é dada a possibilidade de evitar o julgamento pela simples alegação de
que o ordenamento jurídico não apresenta uma norma que se adeque perfeitamente ao
caso concreto.

Ex.: Se o magistrado chegar ao final do processo sem provas que subsidiem o


julgamento, deverá aplicar a regra do ônus da prova, que consta do art. 373, do CPC,
condenando aquele a quem competia o ônus de provar seu direito;

Ex.: Se o magistrado chegar ao final do processo e não houver lei para subsumir ao
caso concreto, deve aplicar a regra constante do art. 4º, da Lei de Introdução às Normas
do Direito Brasileiro (LINDB), que estabelece as normas de integração do direito. Assim,
na falta de norma legal específica, o juiz se valerá da analogia, dos costumes e dos
princípios gerais do direito.
DICA 101
REPONSABILIDADE DO JUIZ
O juiz responde civilmente? Se sim, em que casos? Vejamos:
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:
No exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
Recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício
ou a requerimento da parte;
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois
que a parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for
apreciado no prazo de 10 dias;
Responsabilidade Civil do Magistrado: Agir com dolo ou fraude no desempenho
de suas funções, Recusar, omitir ou retardar providência que deveria ordenar de ofício
quando o pedido não for apreciado no prazo de 10 dias;
O CPC deixa claro que a responsabilidade civil do Juiz é regressiva, então, é preciso
propor ação de responsabilidade civil contra o Poder Judiciário e este poderá propor ação
regressiva contra o magistrado.
DICA 102
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
São 04 (quatro) as situações de suspeição do juiz:
Amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
Que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que
subministrar meios para atender às despesas do litígio;
Quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
Interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

ATENÇÃO!

Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade
de declarar suas razões.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

50

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
Houver sido provocada por quem a alega;
A parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do
arguido.
DICA 103
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Arguição de impedimento ou suspeição:
Trata-se da forma estabelecida em lei para afastar o juiz da causa, por lhe faltar
imparcialidade, que é pressuposto processual de validade subjetivo referente ao juiz.
É importante relembrar que, especificamente no incidente de arguição de impedimento
ou suspeição, o magistrado passa a ser parte no processo, NÃO sendo incorreto
afirmar, inclusive, que ele seria o réu.
É indispensável à boa-fé e à moralidade das decisões judiciais a inexistência de
quaisquer dúvidas sobre motivos de ordem pessoal que possam influenciar no
convencimento do magistrado. NÃO sendo suficiente, também, que o juiz, em sua
consciência, sinta-se apropriado de praticar a sua ocupação com a habitual
imparcialidade.
Bem como, é imprescindível que inexista quaisquer dúvidas de que, por motivações
pessoais, o magistrado possa ter seu convencimento influenciado.
DICA 104
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Para melhor memorização é importante entender:
Impedimento: são os casos mais graves e, uma vez desobedecidos, tornam
vulneráveis a coisa julgada, pois ensejam ação rescisória da sentença.
Suspeição: são os casos que permitem o afastamento do juiz do processo, mas
NÃO afetam a coisa julgada, se NÃO houver a oportuna recusa do julgador pela parte.
DICA 105
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Se o juiz for arrolado como testemunha, precisará, antes de qualquer coisa, ter plena
convicção de que possui conhecimento sobre o fato existente na lide, caso contrário, o
magistrado deverá se recusar a atuar como testemunha no processo submetido à sua
competência.
Entrementes, caso o juiz possua conhecimento pessoal sobre os fatos que ensejaram
na ação, restar-se-á a incompatibilidade (impedimento) entre o exercício do juízo
e o dever de testemunha, ficando, portanto, o magistrado, impedido de atuar como juiz
do processo.

ATENÇÃO!

Além desta situação, existe o entendimento doutrinário majoritário, de que caso o


magistrado tenha conhecimento pessoal dos fatos, tendo-os presenciado,
mesmo que NÃO seja arrolado como testemunha, ele NÃO teria condição de
dirigir o feito. Entende-se, que, o juiz estaria influenciado, mesmo que
inconscientemente, sob fatores NÃO exclusivos dos autos.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

51

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 106
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o
impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na
qual INDICARÁ o fundamento da recusa, PODENDO instruí-la com documentos em que
se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição o juiz:
Ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal,
Caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15
(quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de
testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o
incidente for recebido:
Sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
Com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do
incidente

Enquanto NÃO for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este
for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto
legal.

Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o


tribunal rejeitá-la-á.

Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o


tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal,
podendo o juiz recorrer da decisão.

ATENÇÃO!
(Apenas para fins didáticos)

Em acontecimento recente o Ministro Gilmar Mendes ao reconhecer a manifesta


suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, no caso intitulado como “triplex do Guarujá”,
prolatou voto condenando o ex-juiz ao pagamento das custas.

Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do


qual o juiz NÃO poderia ter atuado.

O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o


motivo de impedimento ou de suspeição.
DICA 107
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

Impedimentos: Presunção absoluta de parcialidade → Circunstâncias objetivas →


Violação gera nulidade mesmo se não arguida oportunamente → Enseja ação rescisória
→ Arguição por incidente a qualquer tempo;
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

52

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Suspeição: Presunção relativa de parcialidade: Circunstâncias subjetivas → Não gera
nulidade → Não enseja ação rescisória → Arguição por incidente no prazo de 15 dias a
contar do conhecimento do fato.
DICA 108
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Observe-se que o grau de parentesco para todas as hipóteses seja de suspeição ou de
impedimento é até 3º grau de parentesco.
Art. 145, § 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - Houver sido provocada por quem a alega;

Ex.: Se o advogado, sabendo que o magistrado para quem foi distribuída a causa
possui tese que irá, com grande probabilidade, levar ao indeferimento do pedido, cria
inimizada com o magistrado a fim de arguir a suspeição na forma do art. 145, I, do CPC;
II - A parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do
arguido;

Ex.: Havendo a inimizade com o magistrado, o advogado da parte contesta a ação após
a citação e, apenas na audiência, lembra da relação conflituosa com o magistrado e argui
a suspeição;
Art. 146. No prazo de 15 dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o
impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual
indicará o fundamento da recusa, podendo instrui-la com documentos em que se fundar a
alegação e com rol de testemunhas.
DICA 109
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes:
Consanguíneos ou afins,
Em linha reta ou
Colateral, até o terceiro grau.
O primeiro que conhecer do processo impede que o outro nele atue, caso em que o
segundo se escusará, remetendo os autos ao seu substituto legal.
CUIDADO! A lei NÃO prevê impedimento do desembargador para funcionar em
recurso contra decisão proferida em primeira instância por juiz que seja seu parente. O
art. 147 do NCPC traça regra impeditiva aplicável apenas entre juízes do próprio tribunal.

ATENÇÃO!

Após o Código de Processo Civil de 2015, o impedimento passou a incluir parentes


em linha reta ou colateral até o 3º grau, inclusive o que alcança, por exemplo,
bisavô e bisneto, ou tio e sobrinho.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

53

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 110
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:
Ao membro do Ministério Público;
Aos auxiliares da justiça;
Aos demais sujeitos imparciais do processo.
A exceção de suspeição ou de impedimento do órgão do Ministério Público ou dos
auxiliares da justiça NÃO gera efeito suspensivo.
Recurso: Cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO contra a decisão que acolhe ou rejeita
a suspeição ou impedimento arguida nos termos do art. 148 do CPC.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

54

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DIREITO PENAL
DICA 111
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA

A desistência voluntária quando o agente, depois de iniciar a execução do crime,


DESISTE e impede que o resultado se consuma;
A grande diferença entre a tentativa e a desistência voluntária é que a primeira
acontece por motivos ALHEIOS à vontade do agente e a segunda por sua decisão
voluntária;
Na tentativa eu QUERO continuar mas não POSSO;
Na desistência voluntária, eu POSSO continuar, mas não QUERO.
DICA 112
ARREPENDIMENTO EFICAZ

Agente que, voluntariamente, impede que o resultado se produza.


Agente iniciou a execução e exauriu a sua potencialidade lesiva (iniciou e encerrou a
execução);
Agente impede que o resultado ocorra;
Arrependimento eficaz também pode ser chamado de resipiscência.
Consequência: só responde pelos atos já praticados. Ex.: não responde por
tentativa de homicídio, mas lesão corporal.

Doutrina: considera esses institutos (desistência voluntária e arrependimento


posterior) como causas de atipicidade da conduta, pois desconsidera o dolo inicial e
apenas responde pelo que foi praticado até aquele momento.
DICA 113
ARREPENDIMENTO POSTERIOR

Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Requisitos:
Deve ser sem violência ou grave ameaça à pessoa;
Deve reparar o dano ou restituir a coisa;
Deve ser até o recebimento da denúncia ou da queixa;
Deve ser ato voluntário do agente (não precisa ser espontâneo);
Consequência: redução de um a dois terços (= da tentativa).

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

55

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 114
CRIME IMPOSSÍVEL

Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Chamado de tentativa inidônea
Situações que caracterizam o crime impossível:
Ineficácia absoluta do meio:

Ex.: sujeito que tenta matar a vítima ministrando veneno, mas que erra e dá à vítima
água.

Ex.: sujeito que tenta matar a vítima com uma arma de brinquedo.
Absoluta impropriedade do objeto;

Ex.: sujeito tenta matar um morto.


Objeto aqui é o objeto material do crime, que é a pessoa ou coisa sobre a qual recai
a conduta criminosa.
Consequência do crime impossível: não é punível.
DICA 115
TENTATIVA
A tentativa ocorre quando o agente não atinge o resultado por motivos alheios à
sua vontade;
A tentativa é também chamada de “conatus”;
A tentativa é uma causa de diminuição de pena, de 1/3 a 2/3 da pena;
DICA 116
CRIMES QUE NÃO ADMITEM A TENTATIVA
Alguns crimes não admitem a forma tentada, são eles:

C CONTRAVENÇÕES

C CULPOSOS

H HABITUAIS

O OMISSIVOS PRÓPRIOS

U UNISSUBSISTENTES

P PRETERDOLOSOS

P PERMANENTES

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

56

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Mas cuidado: as contravenções penais na verdade admitem a tentativa, contudo, por
opção do legislador não são puníveis.
DICA 117
ITER CRIMINIS

1ª Fase: Cogitação
Agente apenas cogita praticar o crime. A prática do delito ainda está no pensamento do
agente.
É impunível
2ª Fase: Atos preparatórios
Regra geral - impunível
Exceções - casos em que a lei pune atos preparatórios. Ex.: associação criminosa
3º Fase: Atos executórios
Agente inicia a realização do crime
Ato executório - aquele que inicia a realização do núcleo do tipo.
4º fase: Consumação
O delito reúne todos os elementos de sua definição legal.
DICA 118
ERRO DE TIPO X ERRO DE PROIBIÇÃO

INEVITÁVEL
ESSENCIAL
EVITÁVEL

ERRO DE SOBRE O OBJETO


TIPO
SOBRE A PESSOA
ERRO

ACIDENTAL
NA EXECUÇÃO
INEVITÁVEL
ERRO DE SOBRE O NEXO
PROIBIÇÃO CAUSAL
EVITÁVEL

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

57

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 119
ERRO DE TIPO ESSENCIAL

Recai sobre as CIRCUNSTÂNCIAS do fato;


Art. 20 e §1º, §2º e §3º, CP;
Causa EXCLUDENTE DE TIPICIDADE.

DOLO

INVENCÍVEL
EXCLUSÃO
(inevitável)

CULPA
EFEITOS
EXCLUSÃO DO
DOLO

VENCÍVEL
(evitável)
RESPONDE POR CRIME
CULPOSO, SE PREVISTO
EM LEI

DICA 120
ERRO DE PROIBIÇÃO

Recai sobre a ILICITUDE do fato;


Art. 21 e Parágrafo único, CP;
Causa de DIMINUIÇÃO DE PENA.

DIRETO

ESPÉCIES INDIRETO

MANDAMENTAL

ISENTO DE
INEVITÁVEL
PENA

EFEITOS
CAUSA DE
EVITÁVEL DIMINUIÇÃO DE
PENA

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

58

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 121
DOLO GERAL E ERRO ACIDENTAL

1ª Acha que atingiu


DOLO conduta o resultado
GERAL 2ª
Resultado atingido
conduta

SOBRE O OBJETO

ERRO
SOBRE A PESSOA
ACIDENTAL

NA EXECUÇÃO
Resultado diverso
do pretendido (art.
74, CP)

DICA 122
DOLO

Conceito: Consiste na vontade de concretizar os elementos objetivos do tipo.


Considera-se o crime doloso, quando o agente quis o resultado (teoria da vontade -
dolo direto) ou assumiu o risco de produzi-lo (teoria do consentimento - dolo
eventual).

Teorias do dolo

Teoria da representação ou possibilidade: dolo é o ato de prever o resultado.

Teoria do consentimento (assentimento): dolo é consentir com a produção do


resultado.

Teoria da vontade: dolo é querer o resultado.


DICA 123
ABRANGÊNCIA DO DOLO (DIRETO)

Agente quis o resultado pretendido (dolo de 1° grau)


Abrange os meios escolhidos (dolo de 1° grau)

Ex.: veneno, arma, etc.


Consequências secundárias (dolo de 2° grau)

Ex.: sujeito atira no coração de irmãos grudados.

Ex.: Pablo Escobar quando colocou uma bomba no avião para matar um sujeito. Neste
caso, Escobar responderá por dolo direito.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

59

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Espécies de dolo

Dolo direto:
Dolo de 1° grau: resultado pretendido e os meios escolhidos.
Dolo de 2° grau: consequências necessárias inerentes aos meios escolhidos.

Dolo indireto:
Eventual: agente assumiu o risco de produzir o resultado
Alternativo: o agente prevê a pluralidade de resultados e dirige sua conduta na busca
de realizar qualquer um deles indistintamente.

Ex.: o agente quer praticar lesão corporal ou homicídio indistintamente. O agente tem a
mesma vontade de um ou de outro.
DICA 124
CULPA

Excepcionalidade do crime culposo: Como regra, apenas se pune a conduta a título


de dolo, salvo quando a lei expressamente tipificar a forma culposa.

Conceito

Imprudência, negligência ou imperícia (modalidades de culpa).

Imprudência: culpa que se manifesta de forma ativa, por meio de um ato


descuidado, distração.
Imprudência “vem a ser uma atitude positiva, um agir sem a cautela, a atenção
necessária, com precipitação, afoitamento ou inconsideração. É a conduta arriscada,
perigosa, impulsiva”.

Negligência: culpa que se manifesta de forma omissiva. Deixar de adotar alguma


cautela, medida de precaução. Desleixo, a desatenção ou a displicência.
Negligência como “a inatividade (forma omissiva), a inércia do agente que, podendo
agir para não causar ou evitar o resultado lesivo, não o faz por preguiça, desleixo,
desatenção ou displicência”.

Imperícia: culpa que se manifesta no desempenho de uma profissão.

Imprudência Negligência Imperícia

Atuação positiva – agir Forma omissiva – deixa Culpa - profissão


sem cautela de adotar alguma
cautela

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

60

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Tome nota:
É necessário no crime culposo, além do dever objetivo de cuidado (imprudência,
negligência e imperícia), os seguintes elementos:

Conduta voluntária;

Resultado Involuntário (mas previsível);

Nexo Causal e Tipicidade;

Previsibilidade objetiva (padrão mediano);

Ausência de Previsão;
Ausente esses elementos, o fato será atípico.
DICA 125
TEORIA DO CRIME - ILICITUDE OU ANTIJURIDICIDADE

A ilicitude é a contrariedade à lei, sendo as suas causas excludentes:


Legítima defesa: uso moderado dos meios necessários + INJUSTA agressão + ATUAL
ou IMINENTE;
Estado de necessidade: perigo ATUAL + não provocado pelo agente + sacrifício
inexigível;
Estrito cumprimento do dever legal: dever LEGAL + atuação nos LIMITES da lei +
em regra por agente público;
Exercício regular de direito: existência de um direito + atuação FACULTATIVA +
dentro dos LIMITES.

L LEGÍTIMA DEFESA

E ESTADO DE NECESSIDADE

E ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL

E EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO

DICA 126
CULPABILIDADE

A culpabilidade é o juízo de reprovabilidade sobre a conduta do agente, composta


por:
Imputabilidade: capacidade mental do agente de entender o caráter ilícito da
conduta;
Potencial consciência da ilicitude: possibilidade do agente conhecer a hipótese
criminosa;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

61

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Exigibilidade de conduta diversa: possibilidade que o agente tinha de agir de outra
forma e não praticar o fato.
São excludentes da culpabilidade:

Menoridade (imputabilidade): menos de 18 anos;

Embriaguez completa e acidental (imputabilidade);

Doença Mental (imputabilidade);

Erro de Proibição Inevitável (potencial consciência da ilicitude)

Coação Moral Irresistível (exigibilidade da conduta diversa)

Obediência Hierárquica (exigibilidade de conduta diversa)

DICA 127
EMBRIAGUEZ
A embriaguez é a intoxicação aguda e transitória provocada pelo álcool ou
substâncias de efeitos análogos.
Fique atento!
A embriaguez do art. 28 não se aplica a intoxicação decorrente do consumo de drogas
ilícitas, pois essa é tratada em lei própria (Art. 45 da Lei de Drogas).
Embriaguez completa: possui três níveis:

Excitação: primeiro estágio da embriaguez, quando sujeito fica mais alegre, falante.
(Embriaguez Incompleta);

Depressão: alteração emocional. (Embriaguez Completa);

Letargia: continuou inserindo o álcool (coma alcoólico, por exemplo) – completa.


Embriaguez Involuntária:

Caso fortuito;

Força maior;
Embriaguez Voluntária:

Se a embriaguez for voluntária será aplicada a teoria “actio libera in causa” (ação livre
na causa), tendo o sujeito de maneira voluntária ingerido a substância responde pelo
crime cometido.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

62

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
A embriaguez voluntária se subdivide em:
Culposa: é o excesso imprudente no consumo.
Dolosa: sujeito quer se embriagar.
Preordenada: se embriaga para cometer o crime (agravante – art. 61, II, l, CP).
É possível que em casos de embriaguez aplique-se medida de segurança?
É possível quando se tratar de embriaguez patológica, ou seja, quando o sujeito for
alcoólatra, pois configura doença mental, admitindo-se a aplicação do art. 26. Sendo
assim, caso necessário será possível à imposição de medida de segurança.
DICA 128
CONCURSO DE PESSOAS
Previsão legal: art. 29 e 30 do CP.
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.

Conceito: É a consciente e voluntária cooperação de duas ou mais pessoas para a


prática da mesma infração penal.

Natureza jurídica: norma de ampliação da adequação típica.


DICA 129
TEORIAS DO CONCURSO DE PESSOAS - TEORIA MONISTA OU UNITÁRIA

Teoria monista / unitária


TEORIAS DO CONCURSO DE PESSOAS
Teoria dualista

Teoria pluralista

TEORIA MONISTA/UNITÁRIA: Todos os colaboradores respondem pelo mesmo


crime – adotada como regra no Brasil, por força dos arts. 29 e 30 do CP.

Ex. 1: Briena quer furtar uma TV e, para isso, chama Priscila para lhe auxiliar. Priscila
aceita prontamente e, juntas, subtraem a TV. Logo em seguida, repartem o proveito
obtido na empreitada criminosa. Nesse caso, ambas respondem pelo mesmo crime, qual
seja, furto qualificado (art. 155, §4º, inciso IV, CP).

Ex. 2: Gisele, servidora da prefeitura de São Paulo, convida sua amiga Jéssica para
cometer crime contra a administração pública (furtar computadores da repartição).
Jéssica, que atua na área de família como advogada, sabe da condição de servidora
pública de Gisele. No dia combinado, as duas entram na repartição e furtam dois
computadores. Ambas respondem por peculato, em razão da teoria monista.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

63

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 130
TEORIA UNITÁRIA MONISTA
Utilizada para aplicação de pena no concurso de pessoas em que todos os autores,
coautores e partícipes respondem pelo mesmo crime.

Coautores: Conduta típica é praticada por mais de uma pessoa, pode ser caracterizada
pelo princípio da divisão do trabalho.

Partícipes: Não realiza a conduta típica, não pratica diretamente os atos de execução.
A participação é, pois, necessariamente, acessória e secundária.
DICA 131
TEORIAS DO CONCURSO DE PESSOAS - TEORIA DUALISTA

Teoria Dualista: Segundo essa teoria, devem ser reconhecidos tipos de autor e
tipos de partícipe.
Exemplificando: É como se a legislação estivesse assim: Matar (autor) alguém e ajudar
(partícipe) alguém a matar alguém (não foi adotado em nenhuma legislação, em regra).

Conclusão: Haveria no tipo penal a conduta do autor e do partícipe.


DICA 132
TEORIAS DO CONCURSO DE PESSOAS - TEORIA PLURALISTA

Teoria pluralista: De acordo com essa teoria, cada colaborador pode e deve
responder por seu próprio crime. É adotada de modo excepcional pelo Código Penal
em dois grupos de casos:
1º grupo - Previsão expressa da conduta de cada colaborador em um tipo autônomo.

Exemplo do art. 317 e 333 (corrupção), 124 e 126 (aborto) e o 342 e 343 (falso
testemunho e suborno para falso testemunho) do CP.
2º grupo - Cooperação dolosamente distinta.
Nos termos do artigo 29, §2º do CP, “se algum dos concorrentes quis participar de crime
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave”.
DICA BÔNUS
CONCURSO DE PESSOAS
Requisitos:
Pluralidade de agentes: Duas ou mais pessoas realizando a conduta típica ou
concorrendo de algum modo para que outro a realize.
Relevância causal das condutas: Relação de causa e efeito entre cada conduta
com o resultado que é utilizado na teoria da equivalência dos antecedentes causais.
Liame subjetivo entre os agentes: Vontade de colaborar para o mesmo crime. NÃO
É necessário o acordo prévio entre os agentes, bastando que um venha a aderir a vontade
do outro.
Identidade de fato: Todos os concorrentes devem responder pelo mesmo crime.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

64

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
PROCESSO PENAL
DICA 133
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA - REPRESENTAÇÃO
De acordo com o artigo 25 do Código de Processo Penal, a representação será irretratável,
depois de oferecida a denúncia.
Por outro lado, quando se tratar de violência doméstica e familiar (Lei Maria da Penha, só
será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente
designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
Público.

Art. 15 do CPP Art. 16 da Lei Maria da Penha

Art. 25. A representação será Art. 16. Nas ações penais públicas
irretratável, depois de oferecida a condicionadas à representação da ofendida
denúncia. de que trata esta Lei, só será admitida a
renúncia à representação perante o juiz, em
audiência especialmente designada com tal
finalidade, antes do recebimento da
denúncia e ouvido o Ministério Público.

DICA 134
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PÚBLICA

Obrigatoriedade: Presentes a materialidade e indícios de autoria deve o MP oferecer


denúncia;

Divisibilidade: Havendo mais de um autor do crime, o MP pode ajuizar a ação


somente em face de um ou uns, deixando para ajuizar em face dos outros depois
(visando, por exemplo, reunir mais provas);

Indisponibilidade: O MP não pode desistir da ação - mas pode pedir o arquivamento


do IP - ou absolvição do réu;

Oficialidade: O MP é uma instituição pública e;

Intranscendência: A pena não poderá passar da pessoa do condenado.


DICA 135
AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA

PROPRIAMENTE DITA

DE INICIATIVA PERSONALÍSSIMA
AÇÃO PENAL
PRIVADA

SUBSIDIÁRIA

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

65

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
A ação penal de iniciativa privada é titularizada pelo ofendido ou pelo seu
representante legal, promovida mediante a queixa-crime. Mesmo não sendo titular das
ações penais privadas, o Ministério Público deve atuar em todos os atos do processo.
DICA 136
AÇÃO PENAL PRIVADA PROPRIAMENTE DITA
A ação penal privada propriamente dita é a regra entre os crimes de ação penal
privada. O seu titular é o ofendido ou o seu representante legal. Para a promoção da
queixa-crime, o ofendido ou o seu representante legal possui o prazo decadencial de 6
meses, contados do conhecimento da autoria.
OBS.: caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão (CADI – deve ser por esta ordem).

Ex.: crime contra a honra de funcionário público.


O STF editou a Súmula 714 que dispõe: “É concorrente a legitimidade do ofendido,
mediante queixa, e do ministério público, condicionada à representação do ofendido, para
a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de
suas funções”.
DICA 137
AÇÃO PENAL PRIVADA: PEREMPÇÃO

Conceito: é a sanção judicialmente imposta pelo descaso da vítima na condução da


ação privada.

Hipóteses: elas estão previstas no art. 60 do CPP, ocasionando a extinção da


punibilidade.

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á
perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do
processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 dias,
qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, OU deixar de formular o
pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar
sucessor.

DICA 138
JURISDIÇÃO E CARACTERÍSTICAS

Conceito: é o poder de o Estado de dizer o direito no caso concreto, resolvendo


conflitos e substituindo a vontade das partes.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

66

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
São características da jurisdição:

Substitutividade – significa a atuação do Estado em substituição à vontade das partes


na resolução de conflitos.

Inércia – os órgãos jurisdicionais precisam ser provocados para atuarem.

Existência de lide – a lide é conceituada como um conflito de interesses qualificado


pela pretensão resistida. Todavia, esse conceito não encontra amparo no processo penal,
tendo em vista que não há conflito de interesses, pois todos buscam um justo provimento
jurisdicional.

Atuação do direito – é objetivo da jurisdição a aplicação do direito no caso concreto.


Imutabilidade – após a conclusão do exercício da jurisdição por meio de uma
sentença, em regra, não há como alterar o que foi resolvido.
DICA 139
PRINCÍPIOS

A Jurisdição é regida pelos seguintes princípios:


Investidura – para exercer a jurisdição é necessário ser magistrado (juiz), o qual deve
estar legalmente investido no cargo, por meio de concurso público.
Indeclinabilidade – o juiz não pode deixar de julgar os casos submetidos a
apreciação.

Inevitabilidade ou Irrecusabilidade – a jurisdição não está sujeita a vontade das


partes, ela se impõe.

Improrrogabilidade – as partes, ainda que desejem, não podem retirar do juiz


natural o conhecimento de determinado caso, na esfera criminal.

Indelegabilidade – o juiz não pode delegar a sua função jurisdicional a quem não
possui.
Juiz natural – este princípio apresenta duas facetas. A primeira dispõe que ninguém
será processado e nem sentenciado senão pela autoridade competente. A segunda é que
não haverá juízo ou tribunal de exceção.
Inafastabilidade – a lei não excluirá da apreciação do judiciário lesão ou ameaça a
direito.
Devido Processo Legal – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal.

Unidade – A jurisdição é única, do Poder Judiciário. O que há é a diferença no tocante


a sua aplicação e grau de especialização (cível, criminal; estadual, federal, militar,
trabalhista, eleitoral e etc).
DICA 140
COMPETÊNCIA
A competência, por sua vez, é a medida da jurisdição. Jurisdição todo juiz possui, mas a
sua competência é limitada.

A competência pode ser determinada em razão da:


Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

67

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Matéria (ratione materiae) – leva em consideração a natureza da infração a ser
julgada. Exemplo: crime comum, federal, militar, eleitoral.
Prerrogativa da função (ratione personae) – considera a o cargo público ocupado
pela pessoa que cometeu a infração (foro por prerrogativa de função).

Funcional – considera a distribuição dos atos processuais praticados e envolve três


critérios:

Fase do processo – por exemplo um juiz cuida da fase inicial do processo até a
sentença e outro da execução penal.

Objeto do juízo – quando há distribuição de tarefas dentro de um mesmo processo.


Exemplo: Tribunal do júri (o juiz cuida das questões de direito, dosimetria da pena,
sentença; enquanto compete aos jurados a votação dos quesitos).

Grau de jurisdição – resulta do duplo grau de jurisdição. É a distribuição VERTICAL


da competência.

Territorial (ratione loci) – considera o local do crime.


DICA 141
COMPETÊNCIA ABSOLUTA X COMPETÊNCIA RELATIVA

COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA

Envolve interesse público Envolve o interesse das partes

Não permite prorrogação, pode ser Admite prorrogação. Pode ser arguida pelas
arguida a qualquer tempo e grau de partes.
jurisdição.

Pode ser declarada de ofício pelo juiz Pode ser declarada de ofício pelo juiz, até a
fase da absolvição sumária.

Implica NULIDADE ABSOLUTA de todos Implica NULIDADE RELATIVA dos atos


os atos decisórios e instrutórios do decisórios (art. 567, CPP)
processo

Espécies: competência em razão da Espécie: competência territorial.


matéria, por prerrogativa de função e
funcional.

DICA 142
COMPETÊNCIA

O art. 69, do CPP, dispõe que “Determinará a competência jurisdicional:

o lugar da infração:

o domicílio ou residência do réu;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

68

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
a natureza da infração;

a distribuição;

a conexão ou continência;

a prevenção;
a prerrogativa de função.”
A regra geral para definição da competência é o lugar em que se consumar a infração, ou,
no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
Com essa regra, o CPP adotou a TEORIA DO RESULTADO.

ATENÇÃO!

NÃO confundir a regra adotada para fixação da competência territorial, que é a


TEORIA DO RESULTADO, com a teoria adotada para o lugar do crime no Código
Penal, que foi a TEORIA DA UBIQUIDADE.

DICA 143
EXCEÇÕES
Em regra, a competência é firmada pelo local onde se consuma a infração penal ou onde
for praticado o ÚLTIMO ATO DA EXECUÇÃO, nos crimes tentados.
Todavia essa regra possui algumas exceções:
Crimes a distância ou de espaço máximo – é aquele em que a conduta e o
resultado ocorrem em países distintos, gerando um conflito de competência internacional.
Essa é a regra que está prevista no Código Penal, como lugar do crime e segue a Teoria
da Ubiquidade.
Incerteza do limite territorial entre duas ou mais jurisdições ou incerteza da
jurisdição – segue a teoria da ubiquidade.
Infração continuada ou permanente – Teoria da UBIQUIDADE.
Crime plurilocal de homicídio – segue a Teoria da ATIVIDADE (entendimento
jurisprudencial).
Juizado Especial Criminal – nas infrações de menor potencial ofensivo, a regra de
competência é do local onde foi praticada a conduta (Teoria da ATIVIDADE).
DICA 144
COMPETÊNCIA PARA OS CRIMES DE ESTELIONATO
ATENÇÃO PARA A ALTERAÇÃO DO CPP – A Lei 14.155/2021 incluiu o §4º no art. 70 do
CPP e disciplinou a competência para os crimes de estelionato. Confira-se:
“Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem
suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou
mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio
da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela
prevenção.”

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

69

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 145
CONEXÃO

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:

INTERSUBJETIVA:
Por simultaneidade - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido
praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas;

Concursal - várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar;


Reciprocidade - várias pessoas, umas contra as outras;

OBJETIVA:

Teleológica – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar;
Consequencial – ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em
relação a qualquer delas;

INSTRUMENTAL:

quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares


influir na prova de outra infração.
DICA 146
CONTINÊNCIA
A continência está prevista no art. 77, do CPP, e determina que “A competência será
determinada pela continência quando:

duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;

no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda
parte, e 54 do Código Penal.”

CONTINÊNCIA

SUBJETIVA Duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração

Concurso formal

OBJETIVA
Aberratio ictus
ART. 77, II, CPP

Aberratio criminis

DICA 147
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO DOMICÍLIO DO RÉU
O CPP dispõe que não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-
á pelo domicílio ou residência do réu.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

70

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção (que
significa a situação em que concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou
com jurisdição cumulativa, um deles antecede o outro na prática de algum ato do
processo ou de medida a este relativa).
Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o
juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de
domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
Neste caso, nas AÇÕES DE EXCLUSIVA AÇÃO PRIVADA, o querelante pode OPTAR
entre o lugar da infração ou domicílio do réu.
DICA 148
FORO PREVALECENTE

Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas


as seguintes regras:

FOROS FORO PREVALECENTE

JÚRI + JURISDIÇÃO COMUM JÚRI

JURISDIÇÕES IGUAIS 1. INFRAÇÃO COM PENA MAIS GRAVE;


2. MAIOR NÚMERO DE INFRAÇÕES;
3. PREVENÇÃO

Deve ser observado o número 1, em caso de penas


iguais, adota-se o critério 2; em caso de penas iguais
e mesmo número de infrações, adota-se o critério 3.

JURISDIÇÃO COMUM + JURISDIÇÃO ESPECIAL (EX.: justiça comum e justiça


JURISDIÇÃO ESPECIAL militar)

JURISDIÇÃO DE DIVERSAS A DE MAIOR GRADUAÇÃO


CATEGORIAS

DICA 149
SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE PROCESSOS
Observadas as regras de conexão ou continência, os processos deverão ser reunidos no
juízo prevento para julgamento comum. Todavia há hipóteses em que essa reunião não
poderá ocorrer.

Vejamos:
Quando ocorrer crime da jurisdição comum e a militar. Os processos deverão
seguir separados.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

71

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Quando ocorrer crime de competência da jurisdição comum e ato infracional
análogo a crime. Os processos seguirão separados.
Quando algum dos réus vem a sofrer de doença mental (superveniência de doença
mental). Neste caso, o processo fica suspenso em relação ao réu acometido pela doença,
até que se recupere.

Quando houver réu foragido que não possa ser julgado à revelia. É o que ocorre nos
casos do art. 366, do CPP (suspensão do processo e do prazo prescricional, quando o réu
não é citado e nem constitui defensor).
DICA 150
SEPARAÇÃO FACULTATIVA DE PROCESSOS
Observadas as regras de conexão ou continência, os processos deverão ser reunidos no
juízo prevento para julgamento comum. Todavia há hipóteses em que essa reunião poderá
ou não ocorrer, de acordo com a manifestação das partes ou, de ofício, pelo juiz.

Vejamos:

Quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de


lugar diferentes, o juiz reputar conveniente a separação.

Quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão
provisória, o juiz reputar conveniente a separação.

Quando ocorrer motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.


DICA 151
SUJEITOS DO PROCESSO: SUSPEIÇÃO X IMPEDIMENTO
As causas de impedimento e suspeição estão nos artigos 252 a 256 do CPP e são de
extrema importância;
DICA PARA MEMORIZAR: as causas de IMPEDIMENTO estão relacionadas com
fenômenos de dentro do processo, como por exemplo “ser parente de um interessado na
causa” ou “já ter atuado no mesmo processo em outro grau de jurisdição”;

As causas de IMPEDIMENTO, IMPEDEM que o juiz atue no processo;

As causas de suspeição são relacionadas a situações de FORA do mesmo processo:


como ser amigo da parte, estar devendo para uma das partes ou estar relacionado a
OUTRO processo que tenham as mesmas partes ou regulem a mesma situação;

As causas de SUSPEIÇÃO, fazem com que o juiz seja suspeito e por isso ele PODE ser
recusado por qualquer das partes ou ele mesmo RECUSAR atuar no processo;
IMPORTANTE: todas essas causas de SUSPEIÇÃO APLICAM-SE AOS
SERVENTUÁRIOS DA JUSTIÇA (impedimento não);
DICA 152
DEFENSOR

Se o acusado não tiver defensor, o Juiz vai lhe nomear um;

O acusado pode depois substituir por outro? SIM!

Se o acusado for advogado, pode se autodefender? SIM!


Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

72

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
O acusado deve pagar os honorários do defensor nomeado pelo Juiz? Se for POBRE
não, se não for, SIM!

Se o acusado no momento em que estiver sendo interrogado nomear um advogado,


precisa de mandato para acompanhar o ato? NÃO!

O defensor por abandonar o processo? Somente se tiver motivo IMPERIOSO e depois


de avisar previamente o Juiz (não há prazo certo);

E se não fizer? Poderá receber várias sanções, dentre elas uma multa de 10 a 100
salários-mínimos.
DICA 153
DEFENSOR

Memorize que NENHUM acusado poderá ser processado sem defensor;

Não importa se está FORAGIDO ou não;

Não importa se o rito é sumário ou sumaríssimo;

Não importa se ele é revel;

O processo NÃO pode seguir sem a presença do DEFENSOR, mas por outro lado, pode
seguir sem a presença do ACUSADO quando tiver sido citado e não foi mais encontrado.
DICA 154
MINISTÉRIO PÚBLICO

São funções do Ministério Público:

Promover PRIVATIVAMENTE a ação penal PÚBLICA CONDICIONADA e


INCONDICIONADA (nesse caso o MP age como DOMINUS LITIS – dono da ação);

Fiscalizar a execução da lei;

ATENÇÃO!

A ação PRIVADA nunca será da atribuição do Ministério Público, CONTUDO, nessas


ações poderá se manifestar como CUSTOS LEGIS;

DICA 155
CITAÇÕES E INTIMAÇÕES: CITAÇÃO PESSOAL
A citação poderá ser de duas espécies:
Real ou pessoal (a regra): mandado, carta precatória, carta de ordem ou por carta
rogatória;
Ficta ou presumida (medida excepcional): citação por edital e por hora certa;
Se o acusado estiver na MESMA jurisdição, será feita por MANDADO e se estiver em
OUTRA jurisdição, será feita por PRECATÓRIA;
Apenas se a CITAÇÃO PESSOAL não for possível, será realizada uma das espécies da
citação ficta, a depender do caso;
O preso será citado PESSOALMENTE.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

73

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 156
CITAÇÃO POR EDITAL

É espécie de citação FICTA que ocorre quando o réu está em local INCERTO e NÃO
SABIDO.

O prazo será de 15 dias;

Se o acusado aparecer depois de citado, o processo segue normal;

Se ele NÃO aparecer, o processo será SUSPENSO junto com o PRAZO


PRESCRICIONAL.
DICA 157
CITAÇÃO POR HORA CERTA
É espécie de citação FICTA que ocorre quando o réu se oculta para não ser citado
Acontece quando se sabe onde está o acusado, mas toda vez que o Oficial de Justiça
tenta citá-lo, ele se oculta;

O regramento da citação por hora certa está no código de processo civil;


A diferença está que: no CPP será nomeado defensor dativo ao citado por hora certa
que não comparecer e no CPC não.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

74

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
DICA 158
LEI 3.310/06 – ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO PODER JUDICIÁRIO
DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - DA REINTEGRAÇÃO
A Lei 3.310/06, em seu art.51, define reintegração como sendo a reinvestidura do
servidor no cargo anteriormente ocupado, quando invalidada a sua demissão por
decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todos os direitos e
vantagens.
A reintegração será feita no cargo anteriormente ocupado e, se este houver sido
transformado, no cargo resultante da transformação.
Se o cargo estiver preenchido, o ocupante, se estável, será reconduzido ao cargo
de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de contribuição.
Se o cargo houver sido extinto, a reintegração se fará em cargo equivalente,
respeitada a habilitação profissional, ou não sendo possível, ficará o reintegrado em
disponibilidade remunerada.
DICA 159
DA RECONDUÇÃO
Nos termos do art. 53 do Estatuto, a recondução é o retorno do servidor estável ao
cargo anteriormente ocupado no âmbito do Poder Judiciário.

A recondução decorrerá de:

inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;

reintegração do anterior ocupante.


Encontrando-se provido o cargo de origem o servidor será aproveitado em outro,
conforme as disposições previstas quanto ao aproveitamento.
DICA 160
DA DISPONIBILIDADE

O Estatuto dos Servidores do Judiciário do MS, em seu art. 54, prevê que o servidor
poderá ser posto em disponibilidade quando extinto o seu cargo ou declarada a sua
desnecessidade, observados na aplicação dessa medida os seguintes critérios:

a remuneração será proporcional ao tempo de contribuição para aposentadoria,


considerando-se um trinta e cinco avos da respectiva remuneração mensal, por
ano de contribuição, se homem, e 1/30 avos, se mulher, aplicada a redução do
tempo de contribuição nas aposentadorias especiais;

a remuneração mensal para o cálculo da proporcionalidade, corresponderá ao


vencimento, acrescido das vantagens permanentes pessoais e as relativas ao
exercício do cargo efetivo;

serão observados, considerando a situação pessoal dos ocupantes do cargo, os


seguintes critérios, sucessivamente, para escolha dos servidores que serão colocados em
disponibilidade:
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

75

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
menor pontuação na avaliação de desempenho, no ano anterior;

maior número de dias de ausência ao serviço, contando, inclusive as faltas


abonadas, nos seis meses anteriores;

menor idade;

maior remuneração.
O servidor em disponibilidade contribuirá para o regime próprio de previdência estadual e
o tempo de contribuição, correspondente ao período em que permanecer em
disponibilidade, será contado para efeito de aposentadoria.
DICA 161
DA VACÂNCIA

Segundo o art. 55 do Estatuto, a vacância do cargo público decorrerá de:

exoneração a pedido ou de ofício;

A exoneração de ofício será aplicada:

quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;

quando ficar extinta a punibilidade nos casos de demissão por abandono de cargo;

quando não entrar em exercício no prazo estabelecido.

A exoneração de cargo em comissão ou a dispensa da função de confiança dar-se-á:

a juízo do Presidente do Tribunal de Justiça;

a pedido do próprio servidor.

demissão;

readaptação;

aposentadoria;

falecimento.

A vaga ocorrerá na data:

da vigência do ato de aposentadoria, exoneração, demissão ou readaptação;

do falecimento do ocupante do cargo.


DICA 162
DA REMOÇÃO

Remoção, de acordo com o art. 58 da Lei 3.310/06, é o deslocamento do servidor, a


pedido ou ex oficio, com o preenchimento de vaga existente no quadro de pessoal
correspondente, observadas as seguintes condições:

a remoção por permuta dar-se-á a requerimento de ambos os interessados da


mesma categoria funcional, e com a anuência dos respectivos Juízes Diretores do
foro, condicionado o seu deferimento ao interesse da Administração;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

76

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
a remoção por motivo de saúde do servidor, seu cônjuge, companheiro ou
dependente fica condicionada a comprovação por junta médica oficial e a existência de
claro de lotação;

a remoção ex oficio dar-se-á, sempre, no interesse da Administração.


O servidor interessado na remoção deverá contar com 3 anos de exercício na lotação de
origem, exceto nas três hipóteses elencadas acima.
Na hipótese de remoção ex oficio, o servidor faz jus a dez dias de trânsito, bem
como à ajuda de custo respectiva.
DICA 163
DA REDISTRIBUIÇÃO
O art. 59 do Estatuto define Redistribuição como a movimentação do servidor com o
respectivo cargo, a pedido ou no interesse e a conveniência da Administração.
A redistribuição dar-se-á, exclusivamente, para ajustamento de quadros de pessoal
às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização e de extinção
ou de criação de varas ou comarcas.
Nos casos de extinção de varas ou comarcas, os servidores que não puderem ser
redistribuídos, na forma deste artigo, serão colocados em disponibilidade, até seu
aproveitamento.
DICA 164
DA SUBSTITUIÇÃO
Haverá substituição, nos impedimentos ocasionais ou temporários, do ocupante do
cargo em comissão ou de função de confiança.
O substituto, na hipótese de vacância ou de afastamento do titular do cargo em
comissão, de função de confiança e dos cargos efetivos que exercem chefia, perceberá
sua remuneração, pelo tempo que durar a substituição, calculada como se fosse
titular do cargo em comissão ou da função de confiança correspondente.
As substituições em cargos comissionados e em funções de confiança devem ser
confiadas, exclusivamente, a servidores efetivos do Poder Judiciário.
A designação do substituto dar-se-á exclusivamente por prazo determinado, em
período não superior a 120 dias, podendo a substituição ser renovada mediante
autorização do Presidente do Tribunal de Justiça.
Ocorrendo essa renovação, o Presidente do Tribunal de Justiça designará o servidor,
provisoriamente, para o exercício do cargo ou da função de confiança, com a percepção da
remuneração, calculada como se fosse titular do cargo ou função, inclusive para efeitos de
férias e de gratificação natalina.
A substituição depende de ato da administração, devendo recair sempre em servidor
efetivo do Judiciário.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

77

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
DICA 165
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
A definição de vencimento encontra-se no art. 65 da Lei 3.310/06, o qual afirma que
vencimento ou vencimento-base é a retribuição pecuniária pelo efetivo exercício de
cargo público, conforme símbolos, padrões e referências fixadas em lei.
Remuneração ou vencimentos é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das
vantagens permanentes e temporárias, estabelecidas em lei. Portanto, remuneração
= vencimento + vantagens.
O servidor efetivo e o servidor comissionado perceberão suas remunerações consoante a
tabela de retribuição pecuniária do Plano de Cargos e de Carreira do Poder Judiciário e as
vantagens financeiras estabelecidas em lei.
Nenhum servidor do Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso do Sul poderá
perceber remuneração superior à fixada para o cargo de Diretor-Geral da
Secretaria do Tribunal de Justiça e nem inferior a um salário mínimo, ressalvadas
as vantagens de caráter pessoal e as de caráter indenizatório, tais como o salário-
família, a ajuda de custo por transferência, as diárias, o abono de férias, a gratificação
natalina, as parcelas de caráter indenizatório e as vantagens de caráter transitório.

O servidor perderá:

a remuneração dos dias em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;

a parcela de remuneração diária proporcional aos atrasos, ausências


justificadas, ressalvadas as concessões previstas no art. 148 e saídas antecipadas,
iguais ou superiores a sessenta minutos, salvo na hipótese de compensação de
horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata;

50% (cinquenta por cento) por dia de remuneração, nos casos de apenamento
suspensivo convertido em multa, quando houver conveniência para o serviço.
As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou força maior poderão ser
compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo
exercício.
Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a
remuneração ou provento.
Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de pagamento a
favor de terceiros, a critério da Administração e com reposição dos custos, na forma
definida em regulamento.
Os valores percebidos pelo servidor, em razão de decisão liminar de qualquer medida de
caráter antecipatório ou de sentença, posteriormente cassada ou revista, deverão ser
repostos no prazo de 30 dias, contados da notificação, sob pena de inscrição em dívida
ativa.
O servidor é obrigado a comunicar à Secretaria de Gestão de Pessoal,
imediatamente, qualquer parcela financeira percebida indevidamente na folha de
pagamento, para efeito de reposição ao Erário.
O servidor em débito com o Erário, que for demitido, exonerado ou tiver sua
aposentadoria ou disponibilidade cassada, ou ainda aquele cuja dívida relativa a reposição
seja superior a 5x o valor de sua remuneração, terá o prazo de 60 dias para quitar o

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

78

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
débito. O não pagamento do débito no prazo previsto implicará em sua inscrição como
dívida ativa.
O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de penhora, arresto,
sequestro, exceto no caso de prestação de alimentos, resultantes de homologação ou
decisão judicial.
DICA 166
DAS VANTAGENS

Ficam asseguradas ao servidor, além do vencimento, as seguintes vantagens:

indenizações;

auxílios pecuniários;

No caso das indenizações e auxílios pecuniários, não há incorporação dessas vantagens


ao vencimento ou ao provento para qualquer efeito.

gratificações;

adicionais;

representação de gabinete;

estabilidade financeira.

Esta vantagem garante ao servidor o direito de computar na composição de sua


remuneração no cargo efetivo, em rubrica separada, como verba de caráter pessoal, o
valor de retribuição decorrente do exercício de cargo comissionado ou função de
confiança, na forma disposta no artigo 108-F da Lei 3.310/06.
As vantagens não serão computadas nem acumuladas para efeito de concessão de
quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico
fundamento.
DICA 167
DAS INDENIZAÇÕES

Constituem indenizações:

a ajuda de custo;

A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas do servidor, que, no


interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio,
em caráter permanente.

Correm por conta do Poder Judiciário as despesas com transporte do servidor


e sua família, passagem, bagagem e os bens pessoais.

À família do servidor que falecer na nova sede, são assegurados ajuda de custo e
transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 ano, contado do óbito.

É vedado o duplo pagamento de ajuda de custo, a qualquer tempo, no caso de o


cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício
na mesma sede.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

79

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com


Memorex Analista TJMS - Rodada 02
Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou
reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.

A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, não podendo


exceder a importância correspondente a seu triplo.

Não será devida a ajuda de custo, quando se tratar de mudança de sede ou domicílio,
a pedido do servidor.

O servidor ficará obrigado a restituir integralmente a ajuda de custo recebida, no


prazo de 10 dias, quando:

→ injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo 30 dias;


→ pedir exoneração antes de completar 90 dias de exercício na nova sede.
as diárias e as indenizações de transporte;

O servidor que, a serviço, se afastar da sede em caráter eventual ou transitório,


para outro ponto do território do Estado, do País ou do exterior, fará jus à
passagem e diárias, para cobrir as despesas de pousada, alimentação e locomoção
urbana, conforme dispuser em regulamento.

A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade
quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede.

Quando o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o servidor


não fará jus a diárias.

Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto para o seu
afastamento deverá restituir as diárias recebidas em excesso, em igual prazo.

O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo,
fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 dias.

a indenização por plantão judiciário.

O servidor escalado para o plantão judiciário fará jus à indenização, na forma do


Regulamento, em valor que não ultrapasse o equivalente a uma diária por dia de
trabalho.

Ao servidor público do Poder Judiciário destacado para atuar em solenidades e


eventos oficiais do Poder Judiciário, será concedida indenização para compensar
despesas gerais realizadas para o efetivo desempenho de suas funções, na forma do
regulamento. Também se aplica na hipótese de eventos promovidos pela Escola Judicial
de Mato Grosso do Sul (EJUD) ou pelo serviço de cerimonial, desde que previamente
autorizados pelo Presidente do Tribunal de Justiça.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

80

Licensed to Clara de Sousa Cavalcante - clara.sc.cursos@gmail.com

Você também pode gostar