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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL

DE JUSTIÇA DO ESTADO DE TOCANTINS.

Autos de origem n° 0016913-93.2020.8.27.2729


Natureza: Apelação criminal
Assunto: Agravo em recurso especial

DENÍLSON GOMES CARVALHO NASCIMENTO e


EDUARDA SOUSA COÊLHO, amplamente qualificado nos presentes autos
de apelação criminal (em epígrafe); vem a ilustre presença de Vossa
Excelência -, com fulcro no art. 1.042 e parágrafos do Código de Processo
Civil, interpor AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL contra a decisão de não
admissão do recurso especial n° 0016913-93.2020.8.27.2729, junto ao
evento número 79, pulicada para o causídico que abaixo assina em
11/07/2022, com prazo final para o dia 25/07/2022, conforme eventos de
números 81 e 82.

Após a tramitação regular, requer seja admitido o


presente recurso e remetidos os autos Colendo Superior Tribunal de Justiça.

Nestes termos,
Pede deferimento.
Goiânia – GO, 25 de julho de 2022

Danilo Franquilino Silva Alves


OAB-GO 30.185
*documento assinado eletronicamente*

COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


EMÉRITOS JULGADORES

Autos de origem: 0016913-93.2020.8.27.2729


Natureza: Apelação (na origem)
Assunto: AGRAVO em recurso especial em apelação
Recorrentes: DENÍLSON GOMES CARVALHO NASCIMENTO e EDUARDA
SOUSA COÊLHO

Egrégia Turma,
Eméritos Ministros.

Em que pese o indiscutível saber jurídico da Colenda


primeira Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça de Tocantins e
consequentemente do presidente do Tribunal a quo, impõe-se a
admissibilidade do presente recurso e consequentemente a reforma do
venerando acórdão, pelas razões de fato e de direito expostas no recurso
especial e consequentemente neste agravo.

I – brevíssimo relatório

O Ministério Público, por meio de denúncia subscrita pelo


Promotor de Justiça, imputou aos apelantes a pratica dos crimes previstos
nos art. 33, caput e § 1º, III, e art. 34, ambos da Lei n. 11.343/06,
conforme segue descrição da denúncia a diante, também por absurdo
processual, o representante ministerial em sua alegação final requereu a
condenação pelo artigo 35 da lei 11.343/06 (sendo absolvido pois o
magistrado entendeu que estaria ferindo os princípios da correlação, ampla
defesa e contraditório)
A denúncia diz que:

Consta dos autos de Inquérito Policial que, no dia 21 de


fevereiro de 2020, por volta das 17h00min, DENILSON GOMES
CARVALHO NASCIMENTO e EDUARDA SOUSA COÊLHO foram
flagrados trazendo consigo, sem autorização e em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, para fins de comércio
ilegal, uma porção de MACONHA, bem como tendo em depósito,
na residência do casal, localizada na Quadra 606 Norte,
Alameda 04, Lote 20, Plano Diretor Norte, nesta Capital, 73
(setenta e três) barras inteiriças de MACONHA, que somavam a
massa líquida de 54,55kg (cinquenta e quatro quilogramas e
quinhentos e cinquenta gramas), conforme depoimentos do
condutor e de testemunhas, auto de prisão em flagrante, auto
de apreensão e exibição, laudo de exame pericial de pesquisa
em entorpecentes n. 1161/20201 e relatório final de
indiciamento.

Segundo apurado, após receberem informações


sobre o tráfico de drogas operacionalizado por
DENILSON, que possui envolvimento com
organização criminosa, agentes da 1ª Divisão
Especializada de Repressão a Narcóticos (DENARC)
começaram a monitorar a rotina do casal e
perceberam que o mesmo realizava diversos
deslocamentos com modus operandi típico de tráfico
de drogas, inclusive com a companhia do filho
recém-nascido, para dissimular a atividade ilícita.

Face às fundadas suspeitas, na data e horário


indicados, próximo à residência comum, os agentes
decidiram abordar os indiciados, com os quais foi
apreendida uma porção de MACONHA, oculta no
carrinho da criança. Na ocasião, DENILSON assumiu
a propriedade da substância entorpecente.

Ato contínuo, os policiais civis se deslocaram ao


imóvel do casal, onde apreenderam, sob a cama do
quarto, 2 (duas) barras inteiriças do narcótico
derivado da Cannabis sativa, bem como 2 (duas)
balanças de precisão.

Ao repararem a existência de uma enxada no quintal


e pontos de terra mexidos recentemente, os agentes
resolveram desnudar a terra que cobria os
mencionados locais, momento em que lograram êxito
em localizar 2 (dois) tambores enterrados, cada qual
contendo DEZENAS de barras inteiriças de
MACONHA.

No local, também foram apreendidas diversas


substâncias para a “viração” de cocaína, como
creatina, ácido bórico, cloridrato de metilfenidato e
cloridrato de sibutramina, além de 2 (dois) galões de
50 (cinquenta) litros de capacidade, 3 (três)
aparelhos celulares, 1 (um) liquidificador, 1 (uma)
máquina de cartão de crédito/débito, extratos
bancários diversos e caderno com anotações da
contabilidade do tráfico, vide laudos periciais
descritivos em objetos n.os 1210 e 1211/20202 .
Durante seu interrogatório perante a autoridade
policial, DENILSON GOMES CARVALHO NASCIMENTO
afirmou: que, aproximadamente 1 (uma) semana
antes da prisão, havia recebido um carregamento de
insumos para produzir COCAÍNA e de 100kg (cem
quilogramas) de MACONHA, cuja parcela faltante do
entorpecente já havia sido distribuída na Capital; que
a carga foi recebida a mando de pessoa não
identificada, supostamente presa, que o orientou a
enterrar a droga e realizar entregas de quantidades
que variavam entre 1kg (um quilograma) e 10kg
(dez quilogramas).

EDUARDA SOUSA COÊLHO, por sua vez, aduziu que


acompanhava seu esposo nas entregas de drogas e
que o carrinho do bebê era utilizado para a ocultar a
substância entorpecente. Diante o exposto, o
Ministério Público do Estado do Tocantins DENUNCIA
a Vossa Excelência DENILSON GOMES CARVALHO
NASCIMENTO e EDUARDA SOUSA COÊLHO como
incursos no art. 33, caput e § 1º, III, e art. 34,
ambos da Lei n. 11.343/06

Após realização da denúncia, oferecido defesa preliminar,


realizada a instrução criminal, apresentado as alegações finais das partes, o
senhor Denilson e a senhora Eduarda foram absolvidos das acusações
descritas nos artigos 34 e 35 da lei 11.343/06, sendo condenados
exclusivamente no artigo 33 da lei 11.343/06, sendo o senhor Denilson a
uma pena de 05 (cinco) anos de reclusão e mais 500 (quinhentos)
dias multa no regime fechado, e a senhora Eduarda a uma pena de 05
(cinco) anos de reclusão e mais 500 (quinhentos) dias multa,
também no regime fechado, acontece Excelência que tais condenações
não devem prevalecer pois as provas e ilegalidades contidas nos autos são
primordiais para a prolação de absolvição aos acusados, ou no mínimo para
no mínimo quanto ao regime arbitrado
a senhora Eduarda,
deve ser alterado, haja vista que ambos são primários com bons
antecedentes, cumprindo todos os requisitos exigidos na legislação para se
arbitrar um regime mais brando, assim sendo venho apresentar as razões
recursais.
Após sentença condenatória, inconformado com a
respeitável sentença os recorrentes impetraram recurso de apelação, o qual
foi julgado e mantido a sentença condenatória em seu inteiro teor.

Logo em seguida foi oposto embargos declaratórios com


intuito de prequestionar a matéria em relação e também esclarecimentos de
algumas circunstâncias as quais se apresentavam omissas e contraditórias
no acórdão, foi rejeitando os presentes embargos declaratórios. Como já
dito, em sede de embargos declaratórios foram prequestionadas as
matérias pelos artigos 386 incisos I, II, V e VII do CPP, artigo 155 do CPP,
artigo 186 do CPP, artigo 33 §2º alínea b do CP, quanto a teoria do fruto da
árvore envenenada, haja vista também o in dúbio pro reo.

O acórdão que rejeitou os embargos declaratórios


consequentemente fora apresentado o recurso especial o qual não foi
admitido, conforme podemos ver na documentação anexada,
consequentemente fora aberto prazo para apresentação de agravo em
recurso especial, tendo como prazo final a data de hoje 25 de julho de 2022,
e assim o apresentamos.

II. Pressupostos e requisitos da espécie.

Antes de passar às razões recursais propriamente ditas, a


Defesa registra a presença dos pressupostos de admissibilidade recursal.

Cabível o presente recurso, porquanto a decisão


impugnada - não admissão de recurso especial pelo Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás - foi proferida em violação à lei federal.
No pertinente à tempestividade, vê-se que a decisão
impugnada foi publicada no dia 11/07/2022, com prazo final para o dia
25/07/2022, conforme eventos de números 81 e 82.

É próprio o recurso de agravo em recuso especial, movido


em face de decisão da presidência de Tribunais de Justiça, que denegue
seguimento à insurgência, quando ainda no juízo a quo. Este é,
precisamente, o caso; porquanto, a presidência do Sodalício Estadual de
Goiás, equivocadamente compreendendo que se pretendia revolver matéria
de ordem fática, negou seguimento, nos termos do Enunciado n° 07 da
Súmula deste Superior Tribunal de Justiça, ao Recurso Especial manejado
pela Defesa, além de alegar que a defesa não apresentou de forma precisa
as razões de vulneração.

No tocante aos temas trazidos pelo recurso especial (cuja


admissibilidade foi negada), é de se ver que, por ocasião da apresentação do
recurso de apelação, foi devidamente prequestionada a matéria, tendo em
vista a clara violação dos artigos em lei federal, que são os artigos 476,
caput e 482, parágrafo único, do Código de Processo Penal.
.

Face a provocação do agora recorrente, a jurisdição a quo


expressamente manifestou quanto aos termos apontados, objetivamente
enfrentando a matéria sobre a qual se assenta a presente insurgência. É
dizer: o pressuposto do prequestionamento está - igualmente - devidamente
atendido, conforme podemos ver no acórdão recorrido.

A matéria, portanto, foi devidamente examinada.


Evidenciado à saciedade a presença dos pressupostos recursais, passam-se
as razões recursais propriamente ditas.

III – Do mérito
III.1 – Do prequestionamento, da tempestividade

Quanto a tempestividade, ponderamos que o acórdão que


rejeitou os embargos declaratórios teve o início do prazo para apresentação
de recurso especial no dia 22/02/2022, e o prazo final para interposição do
presente recurso será no dia 08/03/2022, conforme consta no evento de
número 61/62 dos autos, assim o presente recurso é TEMPESTIVO, portanto,
viemos interpor o presente recurso especial.
Satisfeitos se encontram os requisitos genéricos da
tempestividade, legitimidade, interesse e adequação, e, ainda, os específicos
de última instância e do prequestionamento.
É de se esclarecer que no pleito de apelação e contra
razões da apelação do representante ministerial, o recorrente sustentou seu
inconformismo, no que tange aos elementos que ensejaram a sua
condenação, devolvendo ao Tribunal de justiça do Estado de Tocantins, a
análise das provas dos autos, requerendo assim, o reconhecimento da
improcedência da pretensão punitiva no caso em tela haja vista ilegalidades
preliminares quanto a teoria do fruto da arvore envenenada haja vista o
direito de permanecer em silencio, Nulidade do interrogatório da senhora
Eduarda, quanto as perguntas do promotor, também pela nulidade do flagrante/
ausência de justa causa para concluir pela existência de flagrante na abordagem
dos acusados na rua, seguida de revista pessoal nada de ilícito foi encontrado na
sua posse/ invasão de domicilio, consequentemente a ausência de materialidade
delitiva da suposta pequena porção de droga (50 a 100 gramas) encontrada no
carrinho de bebê, ausência de autoria quanto a Eduarda / da ausência de provas /
da dúvida, absolvição quanto ao senhor DENILSON pela ausência de
materialidade encontrada no carrinho, quanto a dosimetria da pena no mínimo a
alteração do regime fechado o qual desobedece preceito legal, tudo isso
prequestionado nos artigos 386 incisos I, II, V e VII do CPP, artigo 155 do
CPP, artigo 186 do CPP, artigo 33 §2º alínea b do CP.

Senhores Ministros, conforme acima exposto, o Tribunal se


limitou a manter a sentença sem nenhuma fundamentação expressa, não
observando a determinação legal aqui relacionada, além de entendimento
jurisprudencial quanto a contrariar que o STJ entende que a lei especial ou
geral determina e regulamenta as nulidades acima apontadas.
Também senhores Ministros, o regime inicial para o
cumprimento de pena desobedece claramente o artigo 33 §2º alínea b do
CP, e o Tribunal de justiça de Tocantins, confirmando a sentença de piso
determina um regime mais gravoso a pessoas as quais se enquadram
perfeitamente nesta disposição legal, além do fato de serem primárias com
bons antecedentes, portanto, o respeitável acórdão não obedeceu preceitos
legais expostos no artigo 33 §2º alínea b do CP, assim sendo necessário a
reforma do respeitável acórdão.
Assim desde alegações finais do processo, passando pelas
razões recursais, contrarrazões recursais, embargos declaratórios, até
mesmo para efeito de prequestionamento da matéria, neste ato de
impugnação, o acórdão, ao manter a sentença monocrática quanto a
condenação do crime de tráfico de drogas e consequentemente regime mais
gravoso do que estipulado em lei, tal acórdão deve ser reformado.

Impede demonstrar a contrariedade à lei federal e a


jurisprudência dessa corte superior, o que faz na seguinte forma:

III. 2 - Direito de permanecer em silencio, Nulidade do interrogatório


da senhora Eduarda, quanto as perguntas do promotor

Como ponderamos nas alegações finais, mas que


infelizmente foi indeferido pelo respeitável magistrado de piso, queremos
aqui também manifestar nossa indignação com vários desrespeitos do
promotor com esse causídico, chegando a mencionar que estamos inovando,
e usando falaciosamente o código de processo penal para usurpar a lei, ferir
o direito de responder apenas as perguntas do advogado, INSISTINDO EM
FAZER PERGUNTAS, E USANDO DE MANOBRAS NO MINIMO IMORAIS OU
FALACIOSAS para ter o que quer, que é prejudicar a ré e o réu, com dizeres
como: “eu digo que as perguntas do MP faria poderiam colaborar e ajudar a
senhora e MUITO, mas eu digo que não respondendo vai prejudicar demais a
senhora” (palavras do promotor, gravação da audiência). Mesmo com a
orientação desse causídico para que ela permaneça em silêncio para com as
perguntas do juízo e do promotor, ele de forma sarcástica e ilegal continuou
ponderando, realizou requerimento ao juízo para perguntar e foi deferido,
conforme consta na audiência, assim infringido dispositivo legal e
entendimento jurisprudencial.
Excelência, com toda vênia quem quis inovar e ferir a
lei foi o promotor, assim sendo, a sentença deve ser revista quanto a
condenação sobre o, pois como um promotor experiente que ele diz ser,
inclusive o artigo 15 parágrafo único inciso I da lei 13.869/2019 é bem claro
que comete crime quem prossegue com o interrogatório de pessoa que
tenha decidido exercer o direito ao silêncio, o promotor ao coagir a senhora
Eduarda de forma incisiva, inclusive denegrindo a imagem do advogado e
também chegando a dizer que caso ela não respondesse as perguntas isso
iria prejudicar ela demais, e assim mesmo após essas palavras não foi dado
o direito da senhor Eduarda em consultar reservadamente com o advogado
novamente, ficando exposta, coagida, e o pior em cima de palavras
mentirosas do promotor que todo tempo faz ênfase que se ela colaborasse
iria a beneficiar demais, que iria ajudar ela, mas de tudo que ele disse não
passou de mentiras, pois conforme vemos nas alegações finais o promotor
com intuito apenas de vingança social ainda nas alegações finais requereu a
condenação de um crime que nem mesmo na denúncia está e também nem
mesmo aditado a denúncia foi, NÃO DANDO OPORTUNIDADE DA DEFESA,
FERINDO DE MORTE O CONTRÁDITÓRIO E A AMPLA DEFESA, POIS NÃO FOI
DADO OPORTUNIDADE A DEFESA EM REALIZAR PERGUNTAS NO SENTIDO
DE QUE NÃO HÁ PERMANENCIA, NÃO HÁ ESTABILIDADE, E MUITO MENOS
DE ARROLAR TESTEMUNHAS PARA PROVAR A INOCENCIA DO DENILSOM E
DA EDUARDA QUANTO A ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA.
Como vemos a senhora Eduarda manifestou
prontamente em responder apenas as perguntas do advogado, mas mesmo
assim o promotor na sua “santa indignação” começou a disparar falácias,
para retirar a ré do seu norte, e como ela leiga que é, e não dando mais
oportunidade para que ela falasse novamente com o causídico de forma
reservada, e com até ameaças do promotor, e por ele TER CONTINUADO NO
INTERROGATÓRIO, autorizado por Vossa Excelência, mesmo sendo a lei bem
clara que INCORRE EM CRIME QUEM PROSSEGUE COM INTERROGATÓRIO A
PESSOA QUEM JÁ TENHA DECLARADO O SILENCIO, e ainda infelizmente,
com a alegação de ele tem o direito de perguntar e ela responde se quiser,
NÃO É VERDADE, pois a lei é bem clara que o promotor e nenhuma
autoridade pode continuar com interrogatório após o interrogado expor que
que ficar em silêncio.
O nobre promotor em sua indignação, fere a lei no
momento de que em sua “indignação” fere a lei, insistindo em querer fazer
perguntas diz as seguintes palavras:
“agora o processo penal entende que é uma parte de defesa da senhora, as
perguntas que o juiz faria ou que eu faria inclusive pode beneficiar a
senhora, agora demonstrando uma má vontade assim de colaborar com a
busca da verdade, a senhora não responder nem as perguntas do juiz,
certamente orientada pelo advogado, a senhora tem o direito de não
responder as perguntas, mas eu digo que as perguntas do MP faria poderiam
colaborar e ajudar a senhora e MUITO, mas eu digo que não respondendo
vai prejudicar demais a senhora”
A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) decidiu que o interrogatório é ato de defesa e, com isso, o réu
pode ficar em silêncio e responder apenas às perguntas da defesa. A
decisão liminar (HC 628.224/MG) teve como relator o ministro Felix
Fischer.
Após vários questionamentos, ameaças, inclusive
dizendo que se ela não respondesse suas perguntas iria te prejudicar e
muito, FERINDO A LEI QUE O PROMOTOR NÃO PODE MAIS INTERROGAR E
MESMO ASSIM REQUEREU PARA INTERROGAR, DE PLANO TODAS SUAS
PERGUNTAS PASSAM A SER NULAS E NÃO PODEM SER UTILIZADAS EM
DESFAVOR DE EDUARDA, E AINDA O NOBRE PROMOTOR DEVE RESPONDER
CRIMINALMENTE PELO ATO QUE CONTRARIA A LEI.
Como expos acima o interrogatório é um ato da
DEFESA e o réu tem o direito de ficar em silêncio e não ser oprimido,
ameaçado e questionado sobre sua decisão, muito menos o promotor acusar
a defesa de estar inovando, pois quem inovou foi ele cometendo um ato
típico.
O interrogatório, embora conduzido pelo d. Juízo, é
ato de defesa, muitas vezes, a única oportunidade de o réu exercer a sua
autodefesa na instrução criminal, quanto ao mérito, a autodefesa se exerce
de modo livre, desimpedido e voluntário, como vimos na audiência o
promotor a todo tempo incisivo, agressivo, ofendendo a defesa
simplesmente para desnortear a senhora Eduarda, e ao final nas alegações
finais usando suas palavras ( as quais ele dizia que iria ajudar ela) para pedir
sua condenação e não satisfeito tentando atribuir outro crime, se ter a
defesa o direito de arrolar testemunhas, produzir provas sejam elas
testemunhais ou materiais para provar a inocência quanto a associação
criminosa, assim ferindo de morte o contraditório e a ampla defesa quanto a
acusação de associação criminosa.
A defesa sempre deixou claro que a orientação para
a senhora Eduarda é que declare o silencio quanto as perguntas do juizo e
do promotor, para sim exercer sua ampla defesa da forma que ela melhor
entende.
Portanto, tendo-se como direito da acusada a
possibilidade de autodefesa, que não se confunde com o direito ao silêncio e
o de não produzir provas contra si mesmo, assim como que a Defesa se
insurgiu na própria audiência, assim é nulo o depoimento acostado aos autos
da senhora Eduarda, quanto as indagações do ministério público
consequentemente devendo o ato ser renovado.
Assim sendo, deve ocorrer a NULIDADE DE
TODAS AS PERGUNTAS realizadas pelo promotor a senhora Eduarda,
tendo em vista ter infringido o artigo 15, parágrafo único, inciso I, da
lei 13.869/2019, consequente pelo entendimento do STJ, conforme
habeas corpus número HC 628.224/MG, relatado pelo ministro Felix
Fischer. REQUER QUE SEJA OFICIADO A AUTORIDADE POLICIAL
PARA INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO CRIMINAL QUANTO AO
FATO TIPICO COMETIDO PELO REPRESENTATE MINISTERIAL,
REQUER AINDA, QUE SEJA OFICIADO O CONSELHO NACIONAL DO
MINISTÉRIO PÚBLICO QUANTO A CONDUTA DOLOSA DO PROMOTOR
SOBRE TUDO AQUI EXPOSTO TENDO COMETIDO CRIME DE ABUSO DE
AUTORIDADE TIPIFICADA NO ARTIGO 15 PARAGRAFO ÚNICO
INCISO I DA LEI 13.869/2019, INCLUSIVE POR OFENSAS DIRETAS A
ADVOCACIA, QUANDO ELE MENCIONA QUE “A única coisa que não
gosto de advogado e subiverter o processo penal que vem a anos, eu
acho muito” ONDE NÃO ATINGE DE FORMA INDIVIDUAL, MAS SIM
TODA UMA CLASSE DE ADVOGADOS, POIS ELE NÃO SE DIRECIONOU
PARA ESSE CAUSÍDICO E SIM PARA TODA CLASSE.

Portanto Excelência, o acórdão deve ser reformado


conforme acima apontado.

IIII.3 - Da nulidade do flagrante/ ausência de justa causa para


concluir pela existência de flagrante na abordagem dos acusados na
rua, seguida de revista pessoal nada de ilícito foi encontrado na sua
posse/ invasão de domicilio

A denúncia nos diz que o senhor Denilson e a


senhora Eduarda foram abordados na rua, longe da porta de sua residência a
cerca de 300 metros conforme os policiais declaram, e que após essa
abordagem eles foram na residência do casal, e adentraram, não
demonstrando qualquer autorização do adentra mento no imóvel, cometendo
mais uma inconstitucionalidade que é a invasão de domicilio.
A palavras do senhor Denilson e Eduarda são bem
claras, pois o senhor Denilson diz que ele não autorizou adentrar ao imóvel,
que os policiais pegaram a chave e eles adentraram no imóvel sem a sua
autorização deles e muito menos com autorização judicial, vejamos as
palavras de Denilsom:
“Dr. Que não tinha como falar nada não sobre entrar em casa, me algemou e
jogou na caminhonete, que só me pegou a chave da casa entrou lá dentro e
acharam a droga enterrada, que não acompanhei a busca da droga, fiquei
dentro do carro la fora algemado.”
“Que não acompanhei busca na casa, que quando cheguei lá já estava outros
dois policial que estava com Denilson, esse processo eu não vi, que eu vi
apenas cavando o buraco”
Vemos claramente que nenhum dos dois moradores
autorizaram o adestramento ao imóvel quanto a um suposto flagrante delito
cometido na área externa do imóvel, assim sendo não autorizaram o adentra
mento do imóvel, portanto, ocorrendo uma clara invasão de domicilio, e
assim o flagrante é ilegal pela inconstitucionalidade cometida pelos policiais.
Os policiais em nenhum momento deixam claro a
certeza de que os acusados transportavam entorpecente, pois eles sempre
dizem que viam o Denilson entregava um pacote a alguém, mas qual a
certeza que esse suposto pacote seria drogas?, porque esse produto do dia
anterior não foi apreendido, então não há qualquer elemento concreto que
esse pacote do dia anterior seria drogas.

O senhor Denilson e a senhora Eduardo são enfáticos


em dizer que não foi apreendido drogas com eles no console do carrinho,
conforme é dito pela testemunha Giomari dos Santos Júnior:

“foi localizado uma pequena porção em um dos console no carrinho de bebê”


Vemos ser uma inverdade dessas declarações porque
no carrinho de bebê não possuía console, conforme a foto abaixo:

A imagem é bem clara, não havia console no


carrinho, sendo que na foto que Eduarda estava apenas olhando para seu
filho que estava no carrinho, que não estava mexendo em nada, não há
provas que havia console, não há provas que ela mexia em qualquer coisa,
assim sendo, vemos que as declarações dos policiais não condizem com a
realizado dos fatos.
Vemos ainda O PIOR DE TODAS AS SITUAÇÕES É A
MENTIRA QUE HAVIA FLAGRANTE COM OS ACUSADOS NO MOMENTO DA
ABORDAGEM, os policiais Callebe Pereira da Silva e Giomari dos Santos
Júnior, dizem que:
Gilmari: “foi localizado uma pequena porção em um dos console no carrinho
de bebê”;
Callebe : Na abordagem foi encontrada uma substancia que não se lembra
de 50 gramas 100 gramas, algo pequeno no carrinho de bebê.

Acontece Excelência, se essa pequena porção de


aproximadamente 50 a 100 gramas realmente existisse ela deveria ter sido
relacionada no laudo pericial, ou no mínimo aparecer nas fotos do relatório
do delegado, O QUE NÃO POSSUI, portanto a argumentação de que foi
encontrado produto de crime, ou seja, droga no console do carrinho de bebê
é falsa e mentirosa, NÃO EXISTINDO FLAGRANTE, assim a prisão é ilegal, a
prova é originária de ilegalidade, pois adentraram no imóvel de forma ilegal,
sem a permissão dos acusados, e com a mentira de que com eles fora
encontrado produto de crime na primeira abordagem.

Vemos que o laudo de exame pericial de pesquisa de


drogas, demonstra que NÃO HAVIA PEQUENA QUANTIDADE DE DROGA
APREENDIDA, NÃO HAVIA UMA PORÇÃO DE 50 A 100 GRAMAS DE DROGAS
APREENDIDA, assim fica claro que não havia flagrante com os acusados no
carrinho de bebê, sendo uma mentira dos policiais para tentar legalizar um
ato totalmente ilegal que foi essa prisão, vejamos o laudo abaixo onde
demonstra NÃO HAVER porção de 50 a 100 gramas de maconha, inexistindo
materialidade delitiva que corrobore com a acusação de que fora apreendido
uma pequena quantidade de drogas com o casal e posteriormente o adentra
mento do imóvel, assim demonstrando clara a ilegalidade de um suposto
flagrante e consequentemente a ilegalidade da entrada no domicilio do casal.
Vejamos o laudo abaixo:
O laudo é bem claro ao demonstrar que fora
periciado 73 (setenta e três) tabletes de substancias vegetal prensada.
Ao verificarmos a foto abaixo, anexada no relatório
do delegado de polícia, vemos que os 73 (setenta e três) tabletes periciados,
conforme acima exposto, são tabletes grandes, na foto abaixo demonstra
que há 73 tabletes, não sendo nenhum de uma pequena porção de 50 a 100
gramas, como relatado pelos policiais, assim, NÃO HÁ PROVA DE
MATERIALIDADE DELITIVA DESTA SUPOSTA PEQUENA QUANTIDADE DE
MACONHA ENCONTRADA NO CONSOLE DO CARRINHO, portanto fica claro e
explicito que não foi encontrado nenhum entorpecente com o casal na rua,
não havendo qualquer estória de que o senhor Denilson estava distribuindo
entorpecente, muito menos de que a senhora Eduarda o acompanhava nesse
transporte, sendo mentiroso, com único intuito de condenação de uma
pessoa inocente que é a senhora Eduarda, e de criminalização de uma
pessoa que é apenas uma MULA, uma pessoa a qual foi vítima de uma
sociedade, que estava desempregada e infelizmente aceitou guardar esse
entorpecente em sua residência enterrado no quintal com o único intuito de
colocar comida na mesa e assim não faltar alimento para sua esposa e filho.
Vejamos a foto abaixo:

Assim está devidamente demonstrado nos autos e


provado que não há qualquer elemento que o casal carregava droga no
carrinho, e é mentirosa a alegação de que havia uma pequena quantidade de
entorpecente no carrinho do bebê, não há na foto nem no laudo pericial a tal
pequena quantidade de droga apreendida no carrinho.
Apesar de que os policiais dizerem que havia uma
suposta denúncia anônima, e uma suposta investigação, NÃO HAVIA NO
CASO CONCRETO, qualquer indicação que realmente existiria drogas no
interior da residência do casal, pois conforme acima exposto, a afirmativa de
que fora encontrado uma pequena quantidade de entorpecente no carrinho
de bebê é mentirosa, pois não há provas da materialidade delitiva dessa
afirmativa, sendo que não consta no laudo pericial tal porção, nem mesmo
na foto acima exposta, a qual consta no relatório policial.
Portanto, não há qualquer prova ou fundada razão
para que os policiais deslocassem até a casa do senhor Denilson e
adentrassem ao imóvel sem a sua autorização, pois nada com o casal fora
encontrado, assim sendo, não há justificativa ou circunstancia no caso
concreto que justificasse o adentramento ao imóvel, pois se não havia
drogas com o casal na rua, não havia elemento de provas de qualquer
transporte de entorpecente, assim sendo absolutamente ilegal o
adentramento no imóvel.
Portanto, com a falta de prova da materialidade
delitiva descrita para a primeira abordagem do casal na rua, não há
elementos suficientes de comprovação de transporte de drogas, nem mesmo
de que o casal transportava entorpecente qualquer dia que seja.
Os policiais relatam uma suposta investigação,
MAS NÃO RETIRARAM FOTO DO CASAL OU DO SENHOR DENILSON
ENTREGANDO DROGAS, NÃO DEMONSTRARAM QUE ELE
TRANSPORTAVA DROGA, E QUANTO O SUPOSTO TRANSPORTE DE
DROGAS NO CARRINHO DE BEBÊ, NÃO EXISTIU, NÃO HAVENDO
SEQUER MATERIALIDADE COMPROVADA DESSA PEQUENA
QUANTIDADE DE DROGAS, assim, Somente a informação de que o
senhor Denilson tivera envolvimento com tráfico de drogas não
autoriza a autoridade policial a conduzir o casal, até sua residência,
pois na primeira abordagem não havia drogas e consequentemente
não havia elementos de que ele poderia possuir drogas na sua
residência, portanto, o seu domicilio é protegido pela garantia
constitucional do art. 5º, IX, da CF, para ali efetuar busca, sem
prévia autorização judicial e sem seu consentimento, diante da
inexistência de fundamento suficiente para levar à conclusão de que,
naqueles locais, estava sendo cometido algum tipo de delito,
permanente ou não. Precedente: (HC 527.161/RS, Rel. Ministro
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 26/11/2019,
DJe 29/11/2019). Assim, deve ser nula toda prova, por não haver
elemento de prova que demonstre que na primeira abordagem havia droga
com Denilson no carrinho, consequentemente não há elementos que
autorizem o adentramento dos policiais no domicilio.
Assim sendo, NÃO HÁ ELEMENTOS NOS AUTOS QUE
PROVEM QUE O SENHOR DENILSON ESTARIA TRANSPORTANDO
ENTORPECENTE, não havendo provas de nenhum deslocamento anterior, e
COM A CLARA DEMONSTRAÇÃO MENTIROSA DOS POLICIAIS, ESTA PASSA A
NÃO MAIS TER CREDIBILIDADE, portanto, não havendo demonstração de
que realmente o senhor Denilson supostamente entregou qualquer
entorpecente, não havendo fotos ou qualquer outra prova, apenas a palavra
dos policiais não podem ser consideradas como prova e consequentemente,
deve ser declarado nulo todo ato após a abordagem, inclusive tudo
encontrado após esse ato.
Excelência, o STJ junto a 5ª e 6º turma,
possuem entendimentos uniformes, ou seja, para o STJ a fuga da
polícia, por si só, não configuram fundadas razões para violação de
domicílio por parte da polícia na hipótese de flagrante em crimes de
natureza permanente. Com esse entendimento, a 5ª Turma do
Superior Tribunal de Justiça deu provimento a recurso em Habeas
Corpus para declarar ilícitas as provas contra réu condenado por
tráfico de drogas e posse de arma de fogo, conforme podemos ver no
HABEAS CORPUS Nº 89.853 - SP (2017/0247930-4), tendo como
relator o ministro Ribeiro Dantas. Assim como não há provas de
materialidade delitiva da pequena porção, essa porção não foi
encontrada, assim NÃO EXISTINDO FUNDADA RAZÃO PARA A
INVASÃO DO DOMICILIO, pois não havia escuta telefônica contra o
senhor Denilson para comprovar que realmente ele traficava, não há
nos autos qualquer elemento de prova que realmente existiu uma
investigação prévia, nem mesmo o número do brites foi apresentado,
não havendo qualquer elemento de prova ou de qualquer
circunstância de uma investigação previa nem mesmo de que foi
apreendido drogas com o casal no carrinho como ambos negas que
possuía drogas naquele local.
No presente caso não há prova da materialidade
delitiva da pequena porção de 50 a 100 gramas de maconha encontrada no
carrinho, assim descredibilizando a palavra dos policiais, pois se não há
droga não há crime, consequentemente não há provas de que eles
supostamente tenham realizado qualquer investigação, não há uma foto
sequer que ele tenha transportado entorpecente, consequentemente não há
justificativa para que ocorresse uma invasão de domicilio, PORTANTO NÃO
HÁ JUSTA CAUSA PARA O ADENTRAMENTO NO IMÓVEL, DEVENDO
PORTANTO, TAIS PROVAS SEREM CONSIDERADAS ILEGAIS, ASSIM NULAS E
CONSEQUENTEMENTE OS ACUSADOS DEVEM SER ABSOLVIDOS. Porque os
policiais claramente mentiram, assim, a palavra deles não pode ter
credibilidade porque desde o começo eles inventaram essa pequena porção
de droga para forjar um suposto flagrante e consequentemente invadirem o
domicilio.
Assim sendo, requer a reforma do respeitável
acórdão o qual manteve na integra a sentença e que seja considerada
ilícita/NULA toda suposta prova apresentada pelos policiais, tendo em vista
AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE DELITIVA DA SUPOSTA
PEQUENA PORÇÃO ENCONTRADA NO CARRINHO, A QUAL NÃO POSSUI NOS
AUTOS, E A INVASÃO DE DOMICILIO, consequentemente, absolvendo os
acusados Eduarda e Denilson, pelos crimes descritos na peça inicial e
também da associação criminosa descrita nas alegações finais.

III.4 - Da ausência de materialidade delitiva da suposta pequena


porção de droga (50 a 100 gramas) encontrada no carrinho de bebê

Excelência vemos claramente que não há qualquer


prova de materialidade delitiva quanto encontrada no carrinho do bebê
conforme alegado pela acusação, a denúncia demonstra que na primeira
abordagem aos acusados foi encontrado uma suposta pequena quantidade
de drogas (que os policiais em depoimento disseram ser entre 50 a 100
gramas de maconha), conforme podemos ver abaixo o que foi descrito na
denúncia:
“Face às fundadas suspeitas, na data e horário indicados, próximo à
residência comum, os agentes decidiram abordar os indiciados, com os quais
foi apreendida uma porção de MACONHA, oculta no carrinho da criança. Na
ocasião, DENILSON assumiu a propriedade da substância entorpecente.”
Acontece Excelência que essa porção de maconha
NÃO EXISTE e ela não está em qualquer lugar ou não possui qualquer laudo
para demonstrar a existência dessa droga ou que o suposto objeto
encontrado seria droga, pois como podemos ver no laudo pericial e na foto
exposta no relatório policial essa pequena porção não existe, não havendo
provas da materialidade delitiva quanto a essa primeira porção apreendida,
consequentemente é ilícito todo o posterior, conforme já abordamos e
iremos abordar mais à frente.
Segue abaixo o laudo pericial onde não demonstra
essa pequena quantidade e na foto de demonstração de toda a droga
também não consta essa pequena quantidade de entorpecente, e sim apenas
a droga apreendida no interior da residência, que se Vossa Excelência contar
são os 73 tabletes apreendidos nos latões, segue as imagens:
.

Assim sendo, pela ausência de prova da


materialidade delitiva da primeira porção supostamente apreendido, deve ser
indeferido o pedido inicial consequentemente reformada a sentença por não
haver qualquer flagrante na primeira abordagem e assim todos os atos
posteriores a essa abordagem devem ser considerados nulos haja vista a
ilegalidade da ação e então pela teoria dos fruto da árvore envenenada não
há que se falar em condenação, pois toda denúncia é baseada nessa
primeira abordagem, dando continuidade para a residência, e assim NÃO
HAVENDO MATERIALIDADE DELITIVA DESSA SUPOSTA PORÇÃO OS
ACUSADOS A ABSOLVIÇÃO É A MEDIDA QUE SE IMPÕE AO PRESENTE CASO.

III.5 - Da ausência de autoria quanto a Eduarda / da ausência de


provas / da dúvida

Excelência a sentença deve ser reformada pois que


não há elementos que comprovem a autoria delitiva da senhora Eduarda,
porque a todo momento os policiais dizem que quem supostamente foi
investigado foi o senhor Denilson, não há elementos suficientes de qualquer
participação do crime por parte da senhora Eduarda, não podendo ela ser
condenada por algo que sequer possuía conhecimento.

O senhor Denilson declara em seu depoimento “Que


a Eduarda não sabia que faria isso.”, dizendo ainda, “Que a Eduarda não
tinha conhecimento que tinha guardado drogas lá em casa”. A Eduarda em
seu depoimento relata “Que não ficou sabendo que ele recebeu esse
carregamento”, “Que não ficou sabendo que ele recebeu carregamento de
drogas”, Excelência não há provas suficientes para uma condenação da
senhora Eduarda, simplesmente supor que ela tinha conhecimento do
entorpecente não pode ser elemento suficiente para uma condenação.
O ministério Público não consegue demonstrar que a
senhora Eduarda não viajou, até porque não há qualquer elemento que
demonstre que ela não tenha viajado, pois NÃO HÁ FOTO, não há qualquer
circunstância que a ligue ao local naquela semana, os policiais sempre dizem
que o Denilson era o investigado e não Eduarda.

A palavra dos policiais caem veementemente em


descredibilidade quando eles mentem que encontraram uma pequena porção
no console do carrinho, PRIMEIRO NÃO EXISTE CONSOLE NO CARRINHO
COMO JÁ COMPROVADO ACIMA, SEGUNDO NÃO HÁ PROVA DA
MATERIALIDADE DELITIVA DA PEQUENA PORÇÃO DE DROGA
SUPOSTAMENTE APREENDIDA NO CARRINHO, PORTANTO, NÃO HÁ PROVA
DE QUE SUPOSTAMENTE A SENHORA EDUARDA ACOMPANHAVA O SENHOR
DENILSOM A ALGUM LOCAL COM ENTORPECENTE.
SE OS POLICIAIS SÃO CAPAZES DE MENTIR PARA
FORJAR UM SUPOSTO FLAGRANTE NA ABORDAGEM, SÃO CAPAZES DE
FORJAR OU MENTIR EM TUDO NO DEPOIMENTO, INCLUSIVE QUE VIRAM A
SENHORA EDUARDA NAQUELA SEMANA, QUE FIZERAM CAMPANA NAQUELES
DIAS ANTERIORES. EXCELÊNCIA MEU PAI JÁ ME DIZIA “QUEM MENTE PARA
ROUBAR UMA AGULHA MENTE PARA ROUBAR UM BANCO”, ASSIM SE
MENTIRAM QUE HAVIA DROGA NO CARRINHO, COM TODA CERTEZA
MENTIRAM EM TUDO, DA INVESTIGAÇÃO QUE NÃO EXISTIU, DA CAMPANA
QUE NÃO EXISTIU, ASSIM É TOTALMENTE DESCREDITA A PALAVRA DOS
POLICIAIS.
A palavra do policial por se só não pode valer como
prova, ainda mais, depois de que comprovamos que NÃO FOI ENCONTRADO
ENTORPECENTE NO CARRINHO, HAJA VISTA NÃO HAVER PROVA DA
MATERIALIDADE DELITIVA MENCIONADA POR ELES.
Não há interceptação telefônica em desfavor da
senhora Eduarda, Não há foto de que ela acompanhava Denilson em algum
local com droga, não há abordagem ou testemunha de qualquer pessoa que
tenha recebido essa suposta droga na companhia de Eduarda, não há prova
de sequer que o objeto supostamente entregue em um momento fictício dos
policiais seja mesmo entorpecente, QUAL CERTEZA VOSSA EXCELÊNCIA
TERÁ DEPOIS DE DEMONSTRADO QUE OS POLICIAIS MENTIRAM SOBRE A
SUPOSTA PEQUENA PORÇÃO QUE NÃO EXISTE NOS AUTOS, NEM MESMO NO
LAUDO E NEM NA FOTO QUE ELES MESMOS RETIRARAM PARA COLACIONAR
NO RELATÓRIO?
Portanto, o réu preso em flagrante por suposto crime
de tráfico de drogas carregado de irregularidades e provas não rastreável,
como não havendo provas quanto a suposta campana, a suposta entrega de
drogas anteriores, e consequentemente até mesmo em um flagrante
inexistente por não haver a prova da suposta pequena porção encontrada no
carrinho, vemos que a única prova e frangibilíssima prova em desfavor
daquele da ré e do réu era a palavra dos policiais responsáveis pelo flagrante
e que, por sua vez entra em total descrédito pela mentira contada que foi
encontrada uma pequena porção no carrinho, mas que essa suposta
pequena porção não existe e não foi apresentada nos autos, não foi periciada
nem mesmo na foto retirada por eles mesmos não se encontra.
Diante das particularidades desse caso, nossa esperança
pela absolvição era grande. Em que pese as corriqueiras condenações
pautadas, unicamente, em palavras dos policiais, algo me diz que a
presunção de inocência dos réus, finalmente, pode prevalecer, à presunção
de legitimidade da palavra dos agentes públicos.
Vemos que as provas em desfavor da senhora
Eduarda são frágeis, não havendo nos autos elementos suficientes para sua
condenação, e como as palavras dos policiais se tornaram duvidosas pois
inventam sobre essa suposta pequena porção que não existe, tudo que eles
disserem é mentiroso, pois faram de tudo para uma condenação ilegal.
Excelência, o princípio da presunção de inocência,
insculpido no artigo 5º, LVII da Constituição Federal, não pode ser colocado
de lado quando se envolve uma vida, e quando se vê que os policiais
mentiram que existia uma pequena porção de droga no carrinho, mas não
apresentam essa prova essencial primária, pois não é o englamiramento de
ter apreendido uma expressiva quantidade de drogas que se deixa de lado a
pequena porção, pois supostamente através dessa pequena porção que não
existe, porque não havia tal droga no carrinho que supostamente poderia
chegar ao grande montante, assim a absolvição é a unida medida que se
impõe no caso, tanto para dona Eduarda quanto para o senhor Denilson.
Ao contrário do que muito se alega, o que se
questiona não é, puramente, a legitimidade do depoimento policial, mas, até
que ponto a presunção de veracidade de suas palavras vale mais do que a
presunção de inocência de um acusado criminal? pois no presente caso
vemos claramente que os policiais mentiram, então na dúvida deve ser
absolvida a senhora Eduarda.
Extrai-se do disposto no art. 203 do Código de
Processo Penal a confirmação de que não é permitido ao intérprete
distanciar-se dos fatos ao valorar quaisquer das provas produzidas em juízo:
Art. 203.  A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a
verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome,
sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua
atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas
relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as
razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de
sua credibilidade.1 (Grifamos)
Cabe aqui, ad argumentandum, traçarmos um
paralelo com o disposto no art. 155 do Código de Processo Penal,
precisamente quando estatui a impossibilidade de fundamentar-se o julgador
“exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação”.
Excelência, as declarações prestadas pelos policiais, são
divergentes, das provas apresentadas, não há nos autos a suposta pequena
porção dita por eles, ouvido judicialmente neste processo, não são firmes,
incontroversas e indenes de dúvidas para sustentar a condenação dos
acusados, pois a prova baseada neste depoimento é frágil quanto à autoria
e a materialidade delitiva primária, aquela que ensejou o adentramento ao
imóvel.
No processo criminal tudo deve ser cabalmente
provado, sem nenhuma sombra de dúvida, os fatos devem ser realmente
esclarecidos, em todos os seus detalhes e circunstâncias, nada pode ser
presumido, e no presente caso eles não confirmam ou apresentam a
campana informada, não apresentam testemunhas dessa suposta venda nos
dias anteriores, não demonstram sequer a existência da suposta pequena
quantidade, que sem ela não há qualquer demonstração de que a senhora
Eduarda e Denilsom estavam realmente transportando entorpecente,
também não foi requerido a autorização para encontrar qualquer conversa
de traficância nos celulares apreendidos, não há provas de que o senhor
Denilson ou Eduarda tenham ligação com qualquer pessoa de organização

1
criminosa, tudo é baseado em hipóteses e achismos, nada foi apresentado
de concreto nos autos.
 O renomado mestre Guilherme de Souza Nucci, na
obra Código de Processo Penal Comentado, 7ª edição, pág. 672, recomenda:
“Prova insuficiente para a condenação: é outra consagração do princípio da
prevalência do interesse do réu – in dubio pro reo. Se o juiz não possui
provas sólidas para a formação do seu convencimento, sem poder indicá-las
na fundamentação da sua sentença, o melhor caminho é a absolvição.”
Ademais, como já lembrado, o ônus da prova no que
tange às imputações contidas na denúncia compete à acusação, não cabendo
aos réus, a princípio, fazer prova negativa COMO O MINISTÉRIO PÚBLICO
QUER QUE O SENHOR DENILSON E A SENHORA EDUARDA APRESENTEM,
COMO PROVAR QUE ELES REALMENTE ESTAVAM SEGUINDO OU NÃO? NÃO
HÁ PROVAS. Neste sentido o posicionamento adotado por Aury Lopes Júnior:
“A partir do momento em que o imputado é presumidamente inocente, não
lhe incumbe provar absolutamente nada. Existe uma presunção que deve ser
destruída pelo acusador, sem que o réu (e muito menos o juiz) tenha
qualquer dever de contribuir nessa desconstrução (direito de silêncio - nemo
tenetur se detegere).
FERRAJOLI esclarece que a acusação tem a carga de descobrir hipóteses e
provas, e a defesa tem o direito (não dever) de contradizer com contra-
hipóteses e contraprovas. O juiz, que deve ter por hábito profissional a
imparcialidade e a dúvida, tem a tarefa de analisar todas as hipóteses,
aceitando a acusatória somente se estiver provada e, não a aceitando, se
desmentida ou, ainda que não desmentida, não restar suficientemente
provada.
É importante recordar que, no processo penal, não há distribuição de cargas
probatórias: a carga da prova está inteiramente nas mãos do acusador, não
só porque a primeira afirmação é feita por ele na peça acusatória (denúncia
ou queixa), mas também porque o réu está protegido pela presunção de
inocência”. (Lopes Jr., Aury; Direito Processual Penal, Ed. Saraiva, 11ª
edição, 2014, pág. 562)
Ora, no feito em exame, as contradições encontradas
nos depoimentos dos policiais ouvidos em Juízo e com a ausência de prova
material da primeira abordagem.
Excelência, no processo penal não pode se ter
dúvidas e incertezas, muito menos pelos policiais, MENOS AINDA PELAS
PROVAS MATERIAIS QUE DEVEM SER OBRIGATORIAMENTE APRESENTADAS
NOS AUTOS. Nada obstante as inúmeras contradições verificadas nas
declarações prestadas em juízo pelos policiais, o conjunto probatório não se
mostra capaz de sustentar a tese acusatória com a certeza exigida à
prolação do pretendido édito condenatório. ASSIM CASO OCORRA A DUVIDA
DEVE SER JULGADA EM FAVOR DO RÉU, TENDO EM VISTA O IN DUBEO PRO
REO.
Assim, tendo em vista que a referida tese acusatória
juntamente com os testemunhos dos policiais não possuem certeza, muito
menos credibilidade, pela ausência de provas nos autos de que a senhora
Eduarda tinha conhecimento desse entorpecente, pela CERTEZA de que não
há nos autos a pequena porção que a acusação menciona decorrente da
primeira abordagem, também pela invasão de domicilio e as provas ilegais
apresentadas pela ilegalidade primária dos agentes de polícia, dentre outras
divergências acima apontadas, A senhora Eduarda deve ser absolvida
CONSEQUENTEMENTE SER REFORMARO O ACÓRDÃO TENDO EM VISTA O
art. 386, VII, do Código de Processo Penal, consequentemente deve ser
reformada a sentença em desfavor da senhora Eduarda.

III.6 - Da absolvição quanto ao senhor DENILSON pela ausência de


materialidade encontrada no carrinho

Inconformado com a respeitável sentença


condenatória do artigo 33 da lei 11.343/06, não há comprovação da
materialidade delitiva encontrada no carrinho de bebê, não há nos autos,
muito menos no laudo pericial qualquer porção pequena de 50 a 100 gramas
de maconha periciada, e sim os tabletes encontrados enterrados, portanto,
por total ausência de materialidade o suposto flagrante é nulo, pois não
encontrando drogas com o casal no momento que foram abordados na rua,
não havia flagrante, consequentemente tudo que ocorreu após esse ato é
ilegal, inclusive o adentramento ao imóvel que não foi comprovada a
autorização, ocasionando a invasão de domicilio.
Assim sendo, pela ausência de materialidade delitiva
da suposta pequena porção o senhor Denilson deve ser absolvido.
Caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, o
senhor Denilson confessou apenas o recebimento do entorpecente enterrado
em sua casa, dizendo que tudo que foi apreendido estava dentro dos toneis,
e ele não tinha conhecimento de que havia outras substancias além da
maconha, vejamos suas palavras:
“Que no dia do flagrante não tinha droga no carrinho, que peram nós na rua
e não tinha nada, que debaixo do carrinho nem aquele negocio embaxo não
tinha, não tinha compartimento embaixo, que ele fez eu assumir, me
ameaçaram que se eu não assumisse eles iriam jogar na Eduarda, mas que
não tinha droga lá não”
“Que a droga toda que tinha estava toda dentro do tambor, que não tinha
droga em guarda roupa ou embaixo de tanque, que não tinha”
Que a Eduarda não tinha conhecimento que tinha guardado drogas la em
casa

Caso não seja o entendimento de Vossa Excelência


quanto as teses acima, principalmente pela clara demonstração que não
havia droga no carrinho e pela ausência de materialidade delitiva da
abordagem primária não ocorrendo flagrante quanto a suposta pequena
porção que não existe nos autos, o senhor Denilson confessa em partes o
crime, pois por causa de sua necessidade, concordou em guardar o
entorpecente na sua residência na ausência de sua esposa.
O casal estava passando por sérias privações
necessidades, e assim pelo desespero concordou com a proposta de guardar
o entorpecente na sua casa, mas ponderamos desde já que é a primeira e
única vez quanto a essa situação, não havendo qualquer estabilidade e
permanência quanto ao tipo penal, muito menos com a senhora Eduarda,
pois como demonstramos acima nem mesmo materialidade delitiva tinha no
carrinho para corroborar com a tese de que ela ou eles estariam entregando
drogas, não há elementos, provas materiais ou elementos que demonstre a
fantasiosa estória de entrega de entorpecente.
Assim sendo, caso Vossa Excelência venha a
entender pela condenação, o senhor Denilson é confesso quanto ao que foi
encontrado no quintal do imóvel, pois todo o entorpecente estava
exclusivamente nos toneis, e não no quarto, debaixo do tanque e muito
menos no carrinho, como já provamos que sequer foi apreendida a droga a
qual eles mencionam que ali estava.
Assim sendo, venho requerer a absolvição do senhor
Denilson, devendo ser reformada a sentença no todo quanto a condenação
do senhor Denilson.

III. 7- Da dosimetria da pena

Caso Vossa Excelência entenda pela manutenção da


condenação, ponderamos que os recorrentes são primários com bons
antecedentes, sendo que as circunstancias processuais lhe são favoráveis,
pois  A culpabilidade, é normal à espécie. Os recorrentes possuem
possui bons antecedentes criminais, No que pertente à conduta social e à
sua personalidade não há que se valorar, pois não há elementos nos autos
que demonstre qualquer periculosidade dos recorrentes, os motivos e
as circunstâncias do delito são inerentes ao tipo penal infringido,
As consequências são normais à espécie, nada tendo a se valorar, não há
que se cogitar em comportamento de vítima, assim a pena base foi arbitrada
no mínimo legal.
Quanto a terceira fase da dosimetria da pena, deve
ser reformada pois vemos claramente que os recorrentes possuem todos os
requisitos necessários para a aplicação do privilégio exposto no artigo 33 §4º
da lei 11.343/06, assim não há que se falar em indeferimento do pedido pelo
fundamento de que os recorrentes faziam do tráfico de drogas seu meio de
sobrevivência, NÃO HÁ ESSE ENTENDIMENTO NA LEI, e também NÃO HÁ
NOS AUTOS PROVAS DE QUE OS RECORRENTES FAZIAM DO TRÁFICO MEIO
DE SOBREVIVENCIA, PELO CONTRÁRIO ESSA É A PRIMEIRA E ÚNICA VEZ
QUE OS ACUSADOS FORAM PROCESSADADOS EM SUAS VIDAS, NÃO
HAVENDO SEQUER MAU ANTECEDENTE, PORTANTO DEVE SER REFORMADA
A SENTENÇA APLICANDO O PRIVILÉGIO EXPOSTO NO ARTIGO 33 §4º DA
LEI 11.343/06
Consequentemente aplicando o tráfico privilegiado
deve ser convertida a pena privativa de liberdade em restritiva de direito,
nos termos do artigo 44 do CP.
Mantendo a condenação, o regime fechado para
ambos os acusados tanto a senhora EDUARDA que é mãe de uma criança de
menos de 3 anos de idade, a qual é a única dependente dele, inclusive foi
concedida a liberdade para ela baseada nessa condição por ser mãe de
criança que é seu dependente, também pelo fato de que o regime fechado
foi baseado exclusivamente pela quantidade de entorpecente, sendo que
existe o regime semi-aberto para essa situação. O regime determinado não
pode prevalecer pois fere claramente o artigo 33 do código penal
brasileiro, ONDE É BEM CLARO AO DIZER NO PARÁGRAFO SEGUNDO
ALÍNEA “B” o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4
(quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio,
cumpri-la em regime semi-aberto, assim, vemos claramente que o
nobre magistrado fere o dispositivo legal ao arbitrar regime fechado
para a senhora EDUARDA e ao senhor Denilson, assim deve ser
reformada a sentença alterando o regime de fechado para um regime
mais brando.

IV – Dos pedidos

Ante a todo exposto, nos termos da alínea "a", do inciso III, do art.
105, da Constituição Federal e na forma do art. 1.029 c/c art. 1.042 do Código de
Processo Civil, os agravantes DENÍLSON GOMES CARVALHO NASCIMENTO
e EDUARDA SOUSA COÊLHO requerem que seja o presente agravo em recurso
especial conhecido para, no mérito, seja dado seguimento ao recurso especial, sendo o
mesmo conhecido para, finalmente, ver reformado o acórdão proferido na apelação
criminal e, de consequência, ser desconstituída a autoridade da coisa julgada penal
mediante invalidação da condenação criminal, para anular o acórdão recorrido para que
outro seja proferido em seu lugar, já que houve a ofensa aos artigos 386 incisos I, II, V
e VII do CPP, artigo 155 do CPP, artigo 186 do CPP, artigo 33 §2º alínea b do CP, haja
vista ter sido a decisão do Tribunal de justiça do estado de Tocantins, não haver
fundamentado a decisão, ausente de prova suficiente para condenação, também
ausente de elementos de prova para condenação em associação criminosa, também
para não concessão do privilégio e também da dosimetria da pena.
.

Nestes termos,
Pede deferimento.
Goiânia – GO, 25 de julho de 2022.

Danilo Franquilino Silva Alves


OAB-GO 30.185

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