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Nestes termos,
Pede deferimento.
Goiânia – GO, 25 de julho de 2022
Egrégia Turma,
Eméritos Ministros.
I – brevíssimo relatório
III – Do mérito
III.1 – Do prequestionamento, da tempestividade
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criminosa, tudo é baseado em hipóteses e achismos, nada foi apresentado
de concreto nos autos.
O renomado mestre Guilherme de Souza Nucci, na
obra Código de Processo Penal Comentado, 7ª edição, pág. 672, recomenda:
“Prova insuficiente para a condenação: é outra consagração do princípio da
prevalência do interesse do réu – in dubio pro reo. Se o juiz não possui
provas sólidas para a formação do seu convencimento, sem poder indicá-las
na fundamentação da sua sentença, o melhor caminho é a absolvição.”
Ademais, como já lembrado, o ônus da prova no que
tange às imputações contidas na denúncia compete à acusação, não cabendo
aos réus, a princípio, fazer prova negativa COMO O MINISTÉRIO PÚBLICO
QUER QUE O SENHOR DENILSON E A SENHORA EDUARDA APRESENTEM,
COMO PROVAR QUE ELES REALMENTE ESTAVAM SEGUINDO OU NÃO? NÃO
HÁ PROVAS. Neste sentido o posicionamento adotado por Aury Lopes Júnior:
“A partir do momento em que o imputado é presumidamente inocente, não
lhe incumbe provar absolutamente nada. Existe uma presunção que deve ser
destruída pelo acusador, sem que o réu (e muito menos o juiz) tenha
qualquer dever de contribuir nessa desconstrução (direito de silêncio - nemo
tenetur se detegere).
FERRAJOLI esclarece que a acusação tem a carga de descobrir hipóteses e
provas, e a defesa tem o direito (não dever) de contradizer com contra-
hipóteses e contraprovas. O juiz, que deve ter por hábito profissional a
imparcialidade e a dúvida, tem a tarefa de analisar todas as hipóteses,
aceitando a acusatória somente se estiver provada e, não a aceitando, se
desmentida ou, ainda que não desmentida, não restar suficientemente
provada.
É importante recordar que, no processo penal, não há distribuição de cargas
probatórias: a carga da prova está inteiramente nas mãos do acusador, não
só porque a primeira afirmação é feita por ele na peça acusatória (denúncia
ou queixa), mas também porque o réu está protegido pela presunção de
inocência”. (Lopes Jr., Aury; Direito Processual Penal, Ed. Saraiva, 11ª
edição, 2014, pág. 562)
Ora, no feito em exame, as contradições encontradas
nos depoimentos dos policiais ouvidos em Juízo e com a ausência de prova
material da primeira abordagem.
Excelência, no processo penal não pode se ter
dúvidas e incertezas, muito menos pelos policiais, MENOS AINDA PELAS
PROVAS MATERIAIS QUE DEVEM SER OBRIGATORIAMENTE APRESENTADAS
NOS AUTOS. Nada obstante as inúmeras contradições verificadas nas
declarações prestadas em juízo pelos policiais, o conjunto probatório não se
mostra capaz de sustentar a tese acusatória com a certeza exigida à
prolação do pretendido édito condenatório. ASSIM CASO OCORRA A DUVIDA
DEVE SER JULGADA EM FAVOR DO RÉU, TENDO EM VISTA O IN DUBEO PRO
REO.
Assim, tendo em vista que a referida tese acusatória
juntamente com os testemunhos dos policiais não possuem certeza, muito
menos credibilidade, pela ausência de provas nos autos de que a senhora
Eduarda tinha conhecimento desse entorpecente, pela CERTEZA de que não
há nos autos a pequena porção que a acusação menciona decorrente da
primeira abordagem, também pela invasão de domicilio e as provas ilegais
apresentadas pela ilegalidade primária dos agentes de polícia, dentre outras
divergências acima apontadas, A senhora Eduarda deve ser absolvida
CONSEQUENTEMENTE SER REFORMARO O ACÓRDÃO TENDO EM VISTA O
art. 386, VII, do Código de Processo Penal, consequentemente deve ser
reformada a sentença em desfavor da senhora Eduarda.
IV – Dos pedidos
Ante a todo exposto, nos termos da alínea "a", do inciso III, do art.
105, da Constituição Federal e na forma do art. 1.029 c/c art. 1.042 do Código de
Processo Civil, os agravantes DENÍLSON GOMES CARVALHO NASCIMENTO
e EDUARDA SOUSA COÊLHO requerem que seja o presente agravo em recurso
especial conhecido para, no mérito, seja dado seguimento ao recurso especial, sendo o
mesmo conhecido para, finalmente, ver reformado o acórdão proferido na apelação
criminal e, de consequência, ser desconstituída a autoridade da coisa julgada penal
mediante invalidação da condenação criminal, para anular o acórdão recorrido para que
outro seja proferido em seu lugar, já que houve a ofensa aos artigos 386 incisos I, II, V
e VII do CPP, artigo 155 do CPP, artigo 186 do CPP, artigo 33 §2º alínea b do CP, haja
vista ter sido a decisão do Tribunal de justiça do estado de Tocantins, não haver
fundamentado a decisão, ausente de prova suficiente para condenação, também
ausente de elementos de prova para condenação em associação criminosa, também
para não concessão do privilégio e também da dosimetria da pena.
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Nestes termos,
Pede deferimento.
Goiânia – GO, 25 de julho de 2022.