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Nestes termos,
Pede deferimento.
Goiânia – GO, 05 de dezembro de 2022.
1 – Dos Fatos
A denúncia diz que a acusada tinha trazido com ela 3 (TRÊS) tijolos de
Cannabis Sativa Lineu, conhecida como maconha, acondicionadas individualmente em fita
adesiva bege e plástico incolor com massa bruta de 1,015kg (um quilograma e quinze gramas).
Segundo a denúncia no mesmo dia após a primeira abordagem e mediante indagações dos
policiais, foi encontrado no apartamento da acusada uma quantia de 142,003g (cento e
quarenta e dois gramas e três miligramas) de substancia entorpecente, maconha.
A recorrente é bem clara quando diz na página três, que “os policiais
estavam em patrulhamento quando avistaram UM CASAL EM ATITUDE SUSPEITA” (grifo
nosso), sendo que após a abordagem realizaram vistoria veicular nada sendo encontrado, ou
seja, uma situação em que a senhora Cristiane nunca imaginaria que os policiais fizessem
tamanha atrocidade em seu desfavor.
Portanto, a verdade é que a senhora Cristiane não foi presa com toda
essa quantidade de drogas, também foi torturada até porque conforme laudo de folhas 13/13vs
demonstra as lesões sofridas por ela, inclusive na boca, quando ela diz que levou um tapa no
rosto.
É cabível o presente recurso com base na alínea "a" do inciso III do art.
105 da Constituição Federal, uma vez que houve contrariedade aos os artigos art. 5º, IV da CF,
entendimento jurisprudencial exposto junto artigo 157 do CPP, artigo 5º inciso LV da CF,
quanto a não disponibilização integral da escuta telefônica contrariando também os artigos 155
do CPP, 386 incisos VI e VII do CPP, haja vista o in dúbio pro reo, tanto para a comprovação
da autoria, desclassificação para o artigo 28 da lei 11.343/06, e aplicação da minorante do §4º
do artigo 33 da lei 11.343/06, usurpação de função, tortura, prisão por suposta atitude suspeita
e Súmula vinculante nº 14 do STJ.
2.2. TEMPESTIVIDADE
3 - DAS PRELIMINARES
Da atitude suspeita
Não há conserto. O que se inicia por uma ação ilícita (os atos
investigativos posteriores à apreensão da droga com o acusado, no momento da
abordagem), vaticina à perdição tudo que daí decorre, e mais, coloca a perder o que
haveria de ser uma importante investigação, então prejudicada pela iniciativa e
sequência desastrosa.
Assim o judiciário não pode aceitar uma ilegalidade como essas, pois
como bem disse o nobre Dr, Denivaldo, que “por mais que haja boa intenção corporativa, não é
de intenções que lida os processos criminais. A segurança do Devido processo se dá
justamente na certeza de que cada um dos agentes do sistema Penal tem uma tarefa a ser
cumprida não podendo invadir a seara alheia”.
Por tudo demonstrado está evidente que o respeitável acordão deve ser
reformado.
4 - Do Mérito
Quando lhe é mostrado a foto de folhas 55, o policial não deixa claro qual
droga foi apreendida em qual lugar, apenas mostrando para o promotor e não sendo filmado
qual droga, sendo que a única certeza que se tem é que suas declarações foram divergentes
com o que se apresentou na polícia civil e também é divergente com o que está na denúncia,
principalmente quanto a quantidade de drogas apreendida na bolsa.
Mais um ponto a ser abordado é que o sargento Divino diz que, quem
encontrou o entorpecente na casa da senhora Cristiane foi o soldado Rocha, mas esse policial
nega, e nem mesmo se lembra de quem foi que encontrou essa droga naquele apartamento,
quando perguntado por Vossa Excelência, se foi ele que encontrou a droga no apartamento ele
disse: “Senhor eu não me recordo 100%, eu não me recordo, eu acho que foi eu, não
tenho certeza, tenho que verificar novamente o RAI o histórico”. Ou seja, nem mesmo
quem supostamente encontrou esse entorpecente tem certeza de nada, não há qualquer
certeza que realmente essa droga foi apreendida, o sargento Divino aponta o Soldado Rocha
como o localizador da droga, e esse nem mesmo se lembra, ou seja, um processo penal não se
pode ser feito por dúvidas e incertezas, ainda mais que os policiais dizem uma versão na
delegacia e em juízo dizem outra.
Desclassificação do crime do art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006 para o do art. 28, da
mesma Lei.
Vemos ainda que o tipo penal vender seria de transferir para outro ou em
troca de dinheiro, praticar o comercio de, comerciar com, negociar. Assim Excelência em
nenhum momento há qualquer elemento que comprove que havia pela
senhora Cristiane a intensão de comercializar, pelo contrário ela sempre diz que a pequena
quantidade que com ela foi encontrada era para o uso proprio.
Neste caso, não se está diante do crime previsto no art. 33, caput, da Lei
11.343/2006, mas da hipótese tipificada e descrita no art. 28 da mesma lei, REFORMANDO A
RESPEITÁVEL SENTENÇA.
Do tráfico privilegiado
5 – Dos pedidos
Nestes termos,
Pede deferimento.
Goiânia – GO, 05 de dezembro de 2022.