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Ministério Público do Rio Grande do Sul

PROMOTORIA DE JUSTIÇA CRIMINAL DE NOVO HAMBURGO

COMARCA DE NOVO HAMBURGO/RS

VARA DO JÚRI E DE PRECATÓRIAS DOS PROCESSOS DO JÚRI

PROCESSO Nº 019/2.18.0008036-5

NATUREZA FALECIMENTO

VÍTIMA ALEXANDRINA ROCHA DE OLIVEIRA

PROMOÇÃO POR ARQUIVAMENTO

MM. Juíza:

O presente Inquérito Policial foi instaurado a


fim de se apurar as circunstâncias da morte de ALEXANDRINA ROCHA
DE OLIVEIRA, localizada já em óbito no dia 06/05/2015, em sua
residência à Rua Arnaldo dos Reis nº 241, Bairro Liberdade nesta cidade,
tendo sido apontada a causa mortis a falência múltipla dos órgãos
(Certidão de Óbito de fl. 97), isto é: morte natural.

Junto ao corpo da vítima havia dinheiro e joias


(fls. 08-verso, 20 e 50).

Tão logo foi instaurado o presente Inquérito


Policial (Boletim de Ocorrência de fls. 03/04), o filho da vítima, Altomiro
Rocha de Oliveira, peticionou nos autos, revelando que a vitima era
diabética e levantando a suspeita de que sua genitora pudesse ter sido
assassinada por envenenamento ou morta por negligência quando da
administração da insulina, sugerindo como responsável sua irmã, Dalva
Rocha de Oliveira, desempregada e a quem a vítima ajudava
financeiramente (fls. 07/11).

RUA DR. BAYARD DE TOLEDO MÉRCIO, 160 - CEP 93548011 - NOVO HAMBURGO, RS
Fone: (51)35826164 e-mail: mpnovohamburgo@mp.rs.gov.br
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Diante dessas suspeitas, foram ouvidas


diversas pessoas, dentre familiares (fls. 17/18, 26, 49/52 e 71), vizinhas
da vítima (fls. 91/93 e 98/101), segurança do local (fls. 21/22) e Policial
Militar que localizou o corpo e registrou Ocorrência Policial (fl. 20), não se
confirmando as suspeitas levantadas pelo filho Altomiro.

A Autoridade Policial concluiu o Inquérito


Policial sem indiciamento, referindo não terem sido encontrados
elementos a indicar que a causa do falecimento de ALEXANDRINA tenha
sido criminosa e não natural, como constou em sua Certidão de Óbito
(Relatório Final de fls. 103/105).

Em 21/11/2019, o Ministério Público solicitou


diligências complementares consistente em exumação do cadáver e
realização de exame toxicológico (fl. 109).

Ocorre que, passado mais de cinco anos do


falecimento e enterro da vítima, a diligência pretendida dificilmente
alcançaria algum resultado útil, porquanto possíveis vestígios de veneno
ou insulina a apontar possível assassinato já deixaram, há muito, de
existir. Ademais, não se mostra plausível ter sido a vítima assassinada,
quando seu cadáver não aparentou qualquer sinal de violência, além de
ter sido localizada expressiva quantia em dinheiro, além de joias, de
forma que o sugestivo assassinato de ALEXANDRINA por motivos
financeiros se mostram quase que improváveis.

Nesse contexto, entende-se que assiste razão


a Autoridade Policial em suas conclusões, não havendo quaisquer
indícios concretos a evidenciar morte criminosa da vítima, diferentemente
do que concluiu sua Certidão de Óbito, sendo que qualquer diligência
nesse sentido, como aquela solicitada, se mostraria infrutífera, gerando
apenas a tramitação desnecessária do presente expediente.

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DIANTE DO EXPOSTO, o Ministério Público


requer o ARQUIVAMENTO dos autos por atipicidade do fato, sem
prejuízo de se reativar a investigação, em caso de fato novo, conforme
autoriza o art. 18 do Código de Processo Penal.

Novo Hamburgo, 22 de janeiro de 2021.

Julia Flores Schütt,

Promotora de Justiça.

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