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MM. Juízo
Narjana Amorim, namorada da vítima, o Juiz Fulano de Tal, alega ter recebido uma
mensagem do mesmo em seu celular, enquanto estava na faculdade, dizendo que precisava vê-
la. Diz ter ido até o local do fato e encontrando-o falecido e, então, chamou a polícia.
Após o fato ocorrido, Paulina de Castro, filha da vítima, proferiu acusações nas
redes sociais contra Narjana Amorim, alegando que a mesma teria instigada seu pai ao suicídio
com fim de interesse econômico, uma vez que os dois possuíam um relacionamento amoroso de
conhecimento geral e possuíam a intenção de se casar e constituir família em breve.
No local do fato encontrou-se um revólver calibre 38, que estava com a vítima; um
celular; cigarros apagados no cinzeiro sobre a mesinha do escritório e um copo quebrado.
Após o recolhimento das provas, foi realizada Perícia que apurou os seguintes
fatos:
O revólver encontrado com o Juiz era pertencente ao mesmo, que o guardava na
última gaveta de sua mesa de trabalho, local onde apenas sua filha e o caseiro sabiam que
ficava escondido.
O celular de Narjana também passou por perícia, que comprovou que a mensagem
foi enviada do celular do Juiz as 21h13, horário em que a mesma estaria na faculdade.
Fora realizado exame de DNA nos dois cigarros encontrados sobre a mesinha,
sendo que, em um deles, haviam marcas de batom. A respeito disso, cabe ressaltar que Narjana
informou que a vítima havia sido fumante por uma vida inteira, mas que havia parado de fumar.
O pijama do Juiz, além de uma pequena mancha de sangue, tinha outra mais
claras, que o perito não conseguiu reconhecer.
Ainda, a autópsia apontou que: a perfuração de bala no tórax tem pelos ao redor e
pouca quantidade de pólvora, o que mostra que o tiro não foi disparado à queima roupa e, sim,
disparado entre 0,8 e 2 metros da vítima. O projétil entrou no corpo de cima para baixo, no corpo
sentado, resvalou numa costela e desceu para o intestino, onde se alojou. Sinais de hemorragia
no pulmão mostram que o Juiz morreu de insuficiência respiratória, típica de envenenamentos.
Esta hemorragia no pulmão e o pouco sangue no buraco da bala indicam que o tiro foi disparado
quando a vítima já estava morta – por isso o sangramento reduzido. Não foram encontrados
sinais de arranhões ou lesões na cabeça, típicas de luta corporal. De mesmo modo, não foi
encontrado nas mãos da vítima qualquer sinal de pólvora – apenas manchas de tinta preta na
mão direita. Colaboração do cadáver, comida no estômago e concentração de potássio no globo
ocular indicam com precisão: a morte ocorreu entre 19h e 20h.
Formalmente indiciada, com fundamento no art. 121, §2º, incisos I, III, IV do Código
Penal. Em seu interrogatório, manifestou o direito de permanecer em silêncio.
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Delegada de Polícia