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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR RELATOR DA XX CÂMARA CÍVEL DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO XXXX

Apelaçã o n. XXXXXXXXX
Embargos de Declaração Cível
Embargante: XXXXXXXXX
Embargado: XXXXXXXXXXX
FULANO DE TAL, já qualificado nos autos dos Embargos de Declaração Cível n. XXXXXX,
lhes opostos por CICLANO DE TAL; através do advogado que a esta subscreve; vêm
respeitosamente, perante Vossa Excelência, de maneira tempestiva, apresentar suas
CONTRARRAZÕES, aduzindo, para tanto, o que se segue.
1 – DA TEMPESTIVIDADE
As Contrarrazõ es aos Embargos de Declaraçã o devem ser apresentadas no prazo de 05
dias, conforme dispõ e o art. 1.023, § 2º do CPC. Logo, a presente manifestaçã o protocolada
nesta data é tempestiva, visto que a ciência foi tomada em XX/XX/XXXX.
2 – DA SÍNTESE DO RECURSO
A parte ora Embargante interpô s recurso de Apelaçã o em face da Sentença do Juízo de 1º
Grau que extinguiu a açã o de Embargos à Execuçã o n. XXXXX sem resoluçã o de mérito.
O Ilustre Ó rgã o Colegiado, por unanimidade, desproveu o recurso.
O Embargante opô s Embargos de Declaraçã o alegando omissã o no Acó rdã o em relaçã o ao
pedido de suspensã o do processo executivo em trâ mite.
É o breve relato.
3 – DO NÃO CONHECIMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Eminentes Julgadores, clara a conduta da parte Embargante em buscar retardar a Justiça,
objetivando a todo custo esquivar-se de suas obrigaçõ es e impedir a satisfaçã o do direito
do Embargado.
Estabelece o artigo 1.022 do CPC que os Embargos de Declaraçã o sã o cabíveis contra
decisã o judicial para “II – suprir omissã o de ponto ou questionamento sobre o qual devia se
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento”.
Alega o Embargante que o Acó rdã o não se pronunciou a respeito da suspensão do
processo executivo, objetivando que assim se manifeste o Tribunal.
Excelências, vejamos trecho do Acó rdã o:
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Ora, inverídica a alegaçã o de que o Ó rgã o Colegiado, em sua decisã o, nã o se manifestou a
respeito do pedido de suspensã o da Execuçã o. Não só se manifestou como julgou o
pedido improcedente por todos os motivos expostos em seus Votos.
Nítida, portanto, a intençã o do Embargante em rediscutir a matéria de mérito, ocasiã o
em que devem ser sumariamente rejeitados os Embargos de Declaraçã o pela inadequaçã o
da via eleita.
Nesse sentido:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃ O - HIPÓ TESES PREVISTAS NO ART. 1.022, DO NOVO CPC -
INOCORRÊ NCIA - REEXAME DA MATÉ RIA - IMPOSSIBILIDADE - MULTA.
- Os embargos de declaraçã o sã o cabíveis conforme prevê o art. 1.022, do novo CPC (Lei
13.105/15), contra qualquer decisã o judicial para esclarecer obscuridade ou eliminar
contradiçã o, suprir omissã o de ponto ou questã o sobre o qual devia se pronunciar o juiz de
ofício ou a requerimento, bem como para corrigir erro material.
- Ausentes quaisquer das hipó teses mencionadas, incabível a utilizaçã o dos embargos de
declaraçã o para o reexame de matéria já apreciada e decidida.
- Ficando evidenciado o cará ter protelató rio dos embargos de declaraçã o, o embargante
deve ser condenado ao pagamento da multa prevista no art. 1.026, § 2º, do CPC.
(ED 10000160530796002 MG - Orgã o Julgador Câ maras Cíveis / 14ª CÂ MARA CÍVEL;
Publicaçã o 02/12/2016; Julgamento 29 de Novembro de 16; Relator Marco Aurelio
Ferenzini)
Dessa forma, notó ria a inadmissibilidade do presente recurso, devendo ser negado de
plano seu seguimento.
4 – DO MÉRITO DO RECURSO
Inobstante o descabimento da propositura dos Embargos de Declaraçã o, cumpre
esclarecer que o mesmo, caso tenha seguimento, nã o merece reforma.
Como bem destacou o Acó rdã o, reconhecida a continência (Açã o Declarató ria e Embargos à
Execuçã o), tem-se como medida legal necessá ria a extinçã o sem mérito dos Embargos à
Execuçã o, pois seus pedidos estã o contidos dentro dos aduzidos na Açã o Declarató ria.
Correta, portanto, a decisã o do Juízo de 1º Grau, bem como o Acó rdã o resultante da decisã o
do Ilustre Ó rgã o Colegiado.
Cumpre aqui esclarecer, mais uma vez, que a parte Embargante deseja, a qualquer custo,
protelar a satisfaçã o do direito dos Embargados. Busca a obtençã o de efeito suspensivo ao
processo de Execuçã o. Efeito este que os pró prios Embargos à Execuçã o, em regra, não
possuem (exceto na hipó tese do artigo 919, § 1º do CPC, o que nã o verificou-se no caso).
Ora, o pró prio risco de sofrer constriçã o em seu patrimô nio por si só nã o justifica a
suspensã o da demanda executiva, visto que isso é inerente ao processo de execuçã o.
Demonstrado, pois, que o Acó rdã o recorrido nã o merece reforma.
5 – DA MULTA DO ARTIGO 1.026, § 2º DO CPC
Evidente, V. Exas., o cará ter protelató rio do recurso. Tanto os Embargos à Execuçã o, como
a Apelaçã o e os presentes Embargos de Declaraçã o têm objetivo meramente
procrastinató rio da Execuçã o proposta pelos Embargados, conforme vislumbraremos a
seguir.
O Embargante CICLANO DE TAL, comprou dos Embargados uma á rea de terras rurais
XXXXXXXX, situada no Município XXXXXXXXXX, registrada no RGI da Comarca de XXXXXXX
sob matrícula n. XXXXX.
Frisa-se que, ardilosamente, o Embargante efetuou apenas o pagamento da primeira
prestação (vencida na assinatura do contrato), pois precisava da “anuência” do Embargado
para realizar uma hipoteca sobre o imó vel.
Apó s alcançar seu objetivo, o Embargante passou a alegar dú vida sobre a localizaçã o do
imó vel e negar o pagamento das prestaçõ es seguintes, deixando de pagar as prestações
vencidas em data de XX/XX/XX e XX/XX/XX. Apó s vá rias tentativas infrutíferas de
recebimento dos valores junto ao devedor, mediante sua negativa, restou ao credor apenas
a opçã o de ingressar com a Açã o de Execuçã o n. XXXXX, em trâ mite pela XX Vara Cível de
XXXX. Execuçã o esta que já alcançou a fase da penhora.
Manifesto, pois, o desejo do Embargante em nã o efetuar o pagamento das parcelas
vencidas, interpondo demasiadas medidas judiciais com o objetivo puro e simples de
impedir que o Embargado receba seu crédito. Ora, como demonstrado, os presentes
Embargos de Declaraçã o buscam atacar uma omissã o que não existe, visto que houve
manifestaçã o expressa dentro do Acó rdã o a respeito da nã o suspensã o da Execuçã o.
A medida mostra-se inadmissível e deixa claro que a única pretensão do Embargante é
impedir que o Embargado, através de uma Açã o de Execuçã o legítima, embasada em título
judicial líquido e certo, tenha seu crédito satisfeito.
Dessa forma, requer a condenaçã o da parte contrá ria ao pagamento de multa no importe de
2 (dois) por cento do valor atualizado da causa, por tratar-se de recurso manifestamente
protelató rio (artigo 1.026, § 2º do CPC).
6 – DOS PEDIDOS
Nestes termos, requer o recebimento das presentes Contrarrazõ es, para fins de ser negado
seguimento (seja nã o conhecido) os Embargos Declarató rios, ante sua notó ria
inadmissibilidade.
Assim nã o entendido, requer que seja, ao final, desprovido o recurso, pelas razõ es já
expostas.
Requer também a condenaçã o do Embargante ao pagamento de multa no importe de 2
(dois) por cento do valor atualizado da causa, com fundamento no artigo 1.026, § 2º do
CPC, visto tratar-se de recurso manifestamente protelató rio.
Por fim, requer a condenaçã o da parte adversa ao pagamento dos honorá rios advocatícios
de sucumbência diante da improcedência do Recurso de Apelaçã o, uma vez que nã o foram
arbitrados no Acó rdã o.
Termos em que, pede e espera deferimento.
LOCAL E DATA
ADVOGADO
OAB

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