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AGRADECIMENTOS
ÍNDICE
1. ORIGEM/ FINALIDADE .......................................................................................................................................5
2. PRINCÍPIOS NORTEADORES ............................................................................................................................5
3. CABIMENTO ..........................................................................................................................................................5
3.1 COMPETÊNCIA TERRITORIAL ..............................................................................................................................6
4. COMPOSIÇÃO........................................................................................................................................................7
5. PARTES....................................................................................................................................................................7
6. DESPESAS ...............................................................................................................................................................8
7. TRAMITAÇÃO DAS AÇÕES NO JUIZADO ESPECIAL CAMILLO FILHO ...............................................9
8. NA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO ...............................................................................................................10
9. NA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO ...................................................................................12
10. DA SENTENÇA .....................................................................................................................................................14
11. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA .....................................................................................................................15
12. EXECUÇÃO AUTÔNOMA..................................................................................................................................17
12.1 PROCESSO ESPECIAL DE ARRESTO ....................................................................................................................18
13. RECURSOS............................................................................................................................................................19
14. PRÁTICA ...............................................................................................................................................................20
14.1 AUTUANDO PROCESSO ......................................................................................................................................20
15. MODELOS .............................................................................................................................................................21
15.1 MODELO DO TIMBRE.........................................................................................................................................21
15.2 MODELO DE CITAÇÃO / INTIMAÇÃO .................................................................................................................22
15.3 MODELO DE CARTA DE CITAÇÃO / INTIMAÇÃO, PENHORA E AVALIAÇÃO ........................................................23
15.4 SENTENÇA ........................................................................................................................................................24
15.5 INTIMAÇÃO DA SENTENÇA ...............................................................................................................................25
15.6 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA ..........................................................................................................................26
15.7 CERTIDÃO ........................................................................................................................................................28
15.8 ALVARÁ ...........................................................................................................................................................29
15.9 MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO ................................................................................................................30
15.10 MANDADO DE REMOÇÃO............................................................................................................................31
15.11 OFÍCIO SPC / SERASA ..............................................................................................................................32
16. REFERÊNCIAS .....................................................................................................................................................33
17. ANEXO I: LEI 9.099/95 ........................................................................................................................................34
18. ANEXO II : ENUNCIADOS DO FONAJE .........................................................................................................45
MANUAL DO ESTAGIÁRIO
1.ORIGEM/ FINALIDADE
A Lei 9.099/95 veio disciplinar o art. 98, I da Constituição Federal, criando um novo órgão
jurisdicional, com uma nova modalidade processual, instituindo o procedimento sumaríssimo, que é
predominantemente oral, para solucionar causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de
menor potencial ofensivo.
Os juizados especiais cíveis estaduais têm caráter facultativo porque cabe ao autor a escolha
de se utilizar deste mecanismo mais célere que a lei oferece ou optar pelo rito ordinário estabelecido
pelo Código de Processo Civil, na Justiça Comum.
2.PRINCÍPIOS NORTEADORES
Lei 9.099/95:
“Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade,
economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.”
Princípio da oralidade – há predominância do procedimento oral, agilizando a solução da
lide, pois as provas são colhidas diretamente pelo juiz, mantendo contato direto com as partes. A
atividade jurisdicional tende a concentrar-se numa só audiência. O juiz que instrui o processo é o
mesmo que procede ao julgamento e não existe a possibilidade de ser interposto recurso suspensivo
contra as decisões interlocutórias, as quais interrompem o normal andamento do processo, fazendo-
se necessário torná-las irrecorríveis até a decisão final, ficando retido o agravo para julgamento ao
final. Esses subprincípios da oralidade são chamados, respectivamente de imediatismo,
concentração, identidade física do juiz e irrecorribilidade das decisões interlocutórias;
Princípio da simplicidade – inexiste o que o contencioso habitual apresenta de complexo;
Princípio da informalidade – ausência das formas exigidas no procedimento comum,
ensejando a mais concreta aplicação do princípio da instrumentalidade das formas;
Princípio da economia processual – consiste em extrair do processo o máximo de proveito
com o mínimo de dispêndio de tempo e de atos;
Princípio da celeridade – busca-se solucionar com rapidez a lide.
Com a aplicação destes vetores hermenêuticos objetiva-se atingir no menor tempo possível, e
de forma menos burocrática, a resolução da lide, seja por conciliação, seja por sentença.
3.CABIMENTO
A competência dos juizados especiais estaduais é fixada por dois critérios, o do valor da
causa e o da matéria, como está previsto no art. 3º da Lei 9.099/95.
O juizado é competente para julgar causas cujo valor seja de até 40 vezes o salário mínimo
nacional. No § 3º do art. 3º está dito que a opção pelo procedimento previsto na Lei 9.099/95
importará em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido pelo artigo, excetuando-se a
hipótese de conciliação.
Não se pode entrar com várias ações com o mesmo objeto, mesma causa de pedir; por
exemplo, quem tem um crédito a receber de 50 salários, é vedado peticionar 25 salários e depois em
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
outra ação os outros 25 salários remanescentes, pois quando o autor entrou com a primeira ação já
implicou a renúncia do valor restante, e assim pode ser considerada litigância de má-fé.
Se for a obrigação parcelada, para chegar ao valor da causa, deve-se somar as prestações
vencidas e vincendas, não podendo ultrapassar os 40 salários mínimos.
Caso a ação inicie com um valor menor ou igual a 40 salários mínimos e, por decurso do
tempo ou alteração fática, o valor da condenação for ampliado, ainda assim será competente o
Juizado Especial em razão da perpetuatio jurisdiciones.
Se a lide for conciliada, o valor pode exceder o teto estabelecido, e, se precisar executar,
poderá ser feito neste mesmo juízo.
Independentemente do valor, são cabíveis as causas enumeradas no art. 275, II do CPC com
previsão no inciso II do art. 3º da Lei 9.099/95 e no enunciado 58 do FONAJE.
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das
causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
III - a ação de despejo para uso próprio;
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I
deste artigo.
§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:
I - dos seus julgados;
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário
mínimo, observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.
§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar,
falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de
trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito
excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.
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A resolução nº. 33/2008, do TJ/PI, delimitou as novas áreas de competências dos Juizados Especiais em Teresina.
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
Mas o parágrafo único do art. 4º faz a ressalva que, em qualquer hipótese, poderá a ação ser
proposta no foro previsto no inciso I, quais sejam do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local
onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial,
agência, sucursal ou escritório.
Segundo o enunciado 89 do FONAJE, a incompetência territorial pode ser reconhecida de
ofício no sistema de Juizados Especiais Cíveis.
4.COMPOSIÇÃO
O Juizado Especial Cível Estadual é formado por juízes togados que são auxiliados por
conciliadores, preferencialmente escolhidos entre bacharéis em Direito, e leigos, escolhidos entre
advogados com mais de cinco anos de experiência, conforme prescreve o art. 7º da Lei 9.099/95.
Ao togado cabem todas as prerrogativas da magistratura. No juizado é o único que possui
competência para julgar a lide.
Os leigos têm prerrogativas similares as do juiz togado, podem até mesmo proferir sentença,
no entanto sua validade estará condicionada a homologação pelo juiz togado, art. 40 da Lei 9.099/95.
O conciliador age fundamentalmente na audiência de conciliação.
Os juízes leigos e conciliadores estão impedidos de exercer advocacia nos juizados em que
atuam. Ambos são nomeados pelo Tribunal de Justiça, após apreciação pelo Pleno, não existindo
concurso público para estes cargos até a presente data.
5.PARTES
A regra geral é que no pólo ativo deve figurar pessoa física capaz, em pleno gozo de seus
direitos políticos.
Estão elencados no art. 8º da Lei 9.099/95 entes que não podem ser partes nos juizados
especiais, são eles: o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas
da União, a massa falida e o insolvente civil.
A pessoa jurídica não pode atuar no pólo ativo no juizado, com exceção para as
microempresas e empresas de pequeno porte, estas acrescentadas, pelo art. 38 da Lei 9.841/99.
Não pode haver representação das partes no juizado especial. Esta proibição visa favorecer
incondicionalmente a composição amigável. As partes não podem ser representadas por advogado
porque este faz a representação técnica e não exime a pessoa natural de comparecer em audiência,
conforme enunciado 20 do FONAJE. Será causa de extinção do processo a ausência do autor em
alguma audiência e será caso de revelia se o réu não comparecer na audiência, mesmo que apresente
a contestação.
Se o réu for pessoa jurídica, poderá ser representado em juízo por preposto devidamente
credenciado, com base no art. 9º, §4º, da Lei 9.099/95.
A Lei 9.099/95 criou uma exceção ao mandamento constitucional porque dispensa a
representação técnica dos advogados em causas de até 20 salários mínimos, conforme art. 9º, mas, se
um dos pólos estiver com esta assistência o outro pólo terá assistência jurídica, e caso comprove ser
pobre, será assistido pela Defensoria Pública, logicamente à pessoa natural, entretanto o FONAJE
enunciado 48, diz que esta assistência da defensoria pode ser estendida à micro empresa e empresas
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
de pequeno porte, contudo, em muitos estados já existem juizados especializados da micro empresa e
empresas de pequeno porte, com assistência patrocinada pela associação comercial.
6.DESPESAS
No juizado o processo é a princípio gratuito em primeira instância, sem despesas
sucumbenciais e honorários, mas o FONAJE em seu enunciado 28 diz que se o autor não
comparecer em audiência, é necessária a condenação em custas.
Havendo recurso, os valores que deixaram de ser recolhidos a título de despesas processuais
e custas deverão ser pagos, e ao julgar o recurso condenará o vencido em custas processuais,
despesas e honorários de sucumbência conforme previsto no art. 55 da Lei 9.099/95.
A exceção legal refere-se à hipótese do benefício da justiça gratuita no qual a parte alega não
ter condições de financiar o processo e se for assistida pela Defensoria Pública.
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5
Preencher AR, envelope, colocar 6
Pegar ciência
do Autor
7 Entregar p/
Autor postar
Continua...
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
Se pessoa for humilde deve solicitar assistência jurídica gratuita, indicando-se a Defensoria
Pública ou o Escritório Escola do ICF para prestar- lhe assistência.
Faz-se o pregão
Inicia-se a audiência
Aplica-se a 6
Extingue a 8
REVELIA Ação
Tentativa de 2
conciliação
Sentença 7
(Juiz Togado)
Obteve 3
Não Obteve
Acordo Acordo
4
Acordo Cumprido Se o acordo Requer Cumprimento
FIM DO PROCESSO for rompido? de Sentença
Continua...
* Antes da audiência ocorrer, é possível remarcar a data a pedido de ambas as partes, deve
ser apresentado atestado médico ou comprovar que fora convocado em outra audiência.
Se o réu ou autor não comparecerem à audiência, e posteriormente apresentarem justificativa,
demonstrando que não houve meio de avisar com antecedência, e trouxerem provas cabais de sua
afirmação, poderá ocorrer de ser marcada uma nova data para realizar a audiência, todavia, esta
situação é condicionada pela análise do caso concreto estando o pedido sujeito à apreciação do juiz.
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
1. O pregão é o chamamento das partes à sala de audiência, feito pelo próprio juiz conciliador
ou algum estagiário, realizado três vezes e geralmente há uma tolerância de atraso de 10 minutos.
2. Tenta promover a conciliação, explicando que é o melhor modo de resolver conflitos, que
as partes abrem mão de pouco para as duas saírem ganhando com a resolução do conflito, o que
realmente caracteriza a justiça, que é ter ponderação e razoabilidade, e não perpetuar a “rixa” que um
ganhou do outro. Deve-se investir nesse pensamento porque os brasileiros procuram a justiça com a
intenção de “brigar” e ninguém quer abrir mão de nada, e por isso o processo deve tomar seu curso
integral, postergando mais ainda sua solução.
3. Se conseguir um acordo, este será reduzido a termo e conterá algumas exigências como
anexar comprovante de quitação ao processo, e posteriormente contará com a assinatura de
homologação do juiz togado tomando força de sentença, sem possibilidade de recurso.
4. Se o acordo não for cumprido, em hipótese alguma o processo irá retornar para marcar
outra audiência, o processo legal não retorna atos, ele segue em uma só direção. A sentença é um
título executivo judicial, e, portanto, não havendo o cumprimento espontâneo, deverá ser requerido o
seu cumprimento, (não mais chamado de execução, é uma continuidade do processo), tomando por
moldes também o Código de Processo Civil.
5. Na audiência de conciliação é marcada a próxima audiência que é a de Instrução e
Julgamento. Indica-se que deva ser marcada para o primeiro dia disponível depois da primeira
audiência, observado o interregno mínimo de 15 dias. Como é marcada com as partes presentes,
desde então elas ficam intimadas a comparecer, conforme art. 27 da Lei 9.099/95.
6. Se o réu faltar sem justificativa serão aplicados os efeitos da revelia, no qual serão
reputados verdadeiros os fatos alegados na petição inicial, salvo se o contrário resultar da convicção
do juiz (art. 20 da Lei 9.099/95).
7. Esta minuta de sentença, mesmo sendo feita pelo juiz conciliador, para ter validade,
precisa de homologação do Juiz togado.
8. Se o autor não comparecer, a ação é extinta, de acordo com o art. 51, I, da Lei 9.099/95, e
sendo uma extinção sem a resolução do mérito o autor poderá intentá-la novamente, sem maiores
prejuízos, desde que pague as custas do primeiro processo.
OBS: ao final de toda audiência é impresso o termo, que é um resumo das informações
relevantes à elucidação do processo que foram obtidas durante a audiência.
Fique atento!
Observe a esperteza de alguns advogados que ao marcar a data da audiência em sala, ou ao balcão da
secretaria, analisam em suas agendas, escolhem o dia conveniente para realização da audiência de
instrução e no dia em que se realizaria, levam a ata de outro órgão do judiciário dizendo que já havia
outra audiência marcada! Tal advogado faz isso ao menos em dois órgãos distintos; adia uma
audiência e depois adia a outra, para protelar o processo e complicar a vida do autor. Tal fato
caracteriza um ato fraudulento e desleal, constituindo ato atentatório ao exercício da jurisdição, (art.
14, parágrafo único do CPC).
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Faz-se o pregão
Inicia-se a audiência
Aplica-se a Extingue a
REVELIA Ação
Tentativa de
Conciliação
Sentença
(Juiz Togado)
Obteve Não Obteve
Acordo Acordo
OBS!
1. Observe que, até este ponto, todos os procedimentos adotados são os mesmos da audiência
de conciliação, (ver arts. 20 e 51 da Lei 9.099/95); os atos repetem-se na audiência de instrução e
julgamento.
2. O primeiro ato próprio da Instrução é o juiz pedir a contestação, que pode ser oral ou
escrita, sendo a última a mais utilizada. Entregue pela parte ré, será juntada ao processo, logo após o
juiz abre possibilidade ao advogado do autor de, se desejar, manifestar-se sobre ela; os advogados
normalmente pedem que o faça nas alegações finais.
Podem ser juntados documentos diversos com a prévia anuência do juiz.
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
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10. DA SENTENÇA
Via de regra não é proferida em audiência.
Sentença
1
1. Para terem ciência do seu conteúdo e após juntada aos autos da AR que retornou,
confirmando a intimação, inicia o prazo de dez dias para ser cumprida ou outro prazo determinado,
caso seja obrigação de fazer; este mesmo prazo é também para apresentar recurso.
2. A parte requer ao juízo que dê cumprimento àquela sentença.
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
Cumpriu 4
Não obedeceu ao 5
OBS:
A- O cumprimento de sentença dispensa nova Citação, pois o processo é sincrético, é um só, é
apenas uma fase do processo de conhecimento, e, portanto, já havia iniciado a relação jurídica e,
assim sendo, trata-se de uma intimação. O art. 52, IV, da Lei 9.099/95 confirma a natureza mista do
cumprimento de sentença.
B- Não existe a fase de liquidação de sentença como no rito ordinário, pois o art. 38 da Lei 9.099/95
diz que a sentença deve ser necessariamente líquida.
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
fim de satisfazer a tutela concedida na sentença caso não obedeça ao mandado de cumprir a ordem
da sentença.
3. Caso não se efetue o pagamento nos 15 dias, será acrescido ao montante multa de 10%.
4. O objeto penhorado será removido para o autor ou será alienado em benefício deste. Se a
garantia estabelecida for em dinheiro bloqueado na conta do devedor, o autor requisitará à secretaria
do juizado que o juiz conceda um alvará para fazer o levantamento do dinheiro.
5. Se o oficial não localizar o devedor, deverá proceder ao arresto de bens para posterior
penhora.
6. O prazo para interpor embargos é de 15 dias a contar da intimação da penhora. A
improcedência dos embargos acarretará para o devedor o encargo adicional de pagar custas judiciais.
A decisão dos embargos tem natureza de sentença e pode ser atacada por recurso inominado para
Turma Recursal.
7. Caso seja uma obrigação de fazer ou não fazer, o prazo será dito pelo juiz com base no
caso concreto, este fixará multa, que pode ser diária, por hora e etc., por descumprimento da ordem
judicial. Se não obtido o cumprimento de sentença, a parte poderá requerer que se faça a conversão
para perdas e danos e assim o procedimento a ser seguido será o de pagar quantia certa, de acordo
com o art. 52, V da Lei 9.099/95.
A parte requerente do cumprimento de sentença ou o exequente, em uma ação de execução
autônoma, para garantir sua tutela, podem peticionar ao juiz, após a citação ou intimação da outra
parte, que realize atos de constrição. Um instrumento largamente utilizado hoje é a penhora on-line
na conta do executado, nos termos do art. 655-A do CPC.
Um convênio assinado entre o Banco Central do Brasil e Tribunais Superiores, permitiu a
instituição do BACEN-Jud, um sistema de solicitação de informações via Internet, tornando-se mais
rápido, seguro e econômico enviar ordens judiciais ao Sistema Financeiro Nacional. Compete às
instituições financeiras o cumprimento das ordens e solicitações judiciais nos prazos definidos no
regulamento.
A penhora de valores através do convênio BACEN-Jud poderá ser determinada de ofício pelo
Juiz, conforme o enunciado 119 do FONAJE.
O enunciado 93 do FONAJE comenta que o bloqueio on-line de numerários será considerado
para todos os efeitos como penhora a partir do depósito judicial, dispensando-se a lavratura do termo
e intimando-se o devedor da constrição.
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Conciliação Apresentação
de Embargos
Atos Expropriatórios
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
processo será imediatamente extinto (...)". Por outras palavras: existindo bens penhoráveis, ainda que
o devedor não seja encontrado, o processo não poderá ser extinto.
Nesse diapasão, oportuno consignar que o enunciado 37 do FONAJE reza o seguinte: "Em
exegese ao art. 53, § 4º, da Lei 9.099/95, não se aplica ao processo de execução o disposto no art. 18,
§ 2º, da referida lei, sendo autorizados o arresto e a citação editalícia quando não encontrado o
devedor, observados, no que couber, os arts. 653 e 654 do CPC" e por isso deve ser nomeado
curador com poderes de opor embargos do devedor.
Nota-se que, malgrado pouco utilizado, o arresto executivo é uma medida de extrema
utilidade nos Juizados Especiais. De fato, essa medida executiva constitui importante mecanismo
para a realização do direito do credor, alinhando-se à moderna concepção de processo de resultados.
13. RECURSOS
Texto do site do TJ-PI:
“O prazo recursal é de 10 dias, contados da data da ciência da decisão, devendo o preparo se
dar nas 48 horas seguintes à interposição do recurso, sob pena de deserção (art. 42 da Lei 9.099/95),
o mesmo será dirigido ao Presidente da Turma Recursal, sendo recebido no próprio juizado onde
será devidamente processado.
Os recursos previstos são apenas dois, o inominado e os embargos de declaração, os quais
apreciados pelo Juiz do feito serão processados ou não. Os embargos de declaração poderão ser
opostos, também, perante as Turmas Recursais, no prazo de cinco dias. Prevê-se o ingresso de
Mandado de Segurança, bem como de Habeas Corpus perante as Turmas Recursais, além de recurso
extraordinário para o STF.”
De acordo com entendimento do STF, proferido no HC 90905 AgR (DJ de 11/5/2007), ao
Tribunal de Justiça é atribuída a competência para conhecer, originariamente ou em grau de recurso,
os mandados de segurança e habeas corpus contra atos praticados pelos Juizados Especiais, ou
Turmas Recursais, estando, portanto, prejudicada a aplicabilidade da súmula 690 do STF.
Pois bem, quando a parte interpõe recurso, o juizado intima a outra parte para se manifestar,
apresentando se desejar, as contra-razões. Quando encerrar o prazo para esta apresentação e for
verificado o juízo de admissibilidade, os autos serão encaminhados para a Turma Recursal.
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
14. PRÁTICA
14.1 Autuando processo
Recomenda-se ao autor portar três vias da petição inicial e os documentos, porque tem de ser
uma via para o processo, uma para cada réu (pode ser mais de um), uma como recibo para o autor,
na qual será marcada com o carimbo de Certidão de Registro e da data de conciliação.
Sempre solicitar o telefone do autor e do réu.
• Capa
Número de Registro
Nome da ação
Nome das Partes
“Aos ___ (dia do mês por extenso)__dia _(s, se não for dia 1º)_ do mês de ___(mês por
extenso)__(ano)__, nesta cidade de ____(Teresina, capital)__ do Estado do Piauí, em meu Cartório,
Autuei ___(o que for, ex: petição inicial e documentos)___ que adiante segue, E para constar faço
esta autuação, Eu, __________”.
• Livro de Registro
O registro deve ser feito no livro que não seja o definitivo, pois precisa ter um livro sem
borrões, com todos os registros de ações. Deve ser dada continuidade à sequência de numeração para
ações, não deve haver processos com números repetidos, por isso cuidado ao atuar vários processos
ao mesmo tempo e acabar se confundindo. Preencha precipuamente este livro com bastante atenção,
caso perceba, depois de autuado que o número já existia, dirija-se ao chefe de secretaria. Usualmente
indicará letras para diferenciar.
• Livro de Audiência
Sempre estar informado dos feriados, data de férias dos juízes, e dias em que não serão
realizadas audiências, assim como dos horários possíveis de serem realizadas; marcar audiência em
um prazo razoável para que exista tempo suficiente para o AR retornar ao Juizado. Mostrar os dias
disponíveis para que o autor escolha a data que lhe convém.
• Preencher AR
Os CORREIOS fornecem um programa no qual, preenchidos os formulários, é gerado o AR,
porém quando este não existir, será produzido manualmente.
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
Carimbo com
Info. do juizado
Obs.: O AR serve para notificar o autor/ réu de vários atos, a mudança será onde está escrito
conciliação-data-hora, que será preenchido com o ato que pretende dar a ciência.
• Preencher o Envelope
Endereço do destinatário e no verso o AR que quando colado indicará o endereço do juizado
que é para onde o AR retornará.
• Folha de Certidão
Ficará dentro do processo após a folha de distribuição. Contém:
Número do registro
Data Conciliação
Recebimento do AR
Visto, data e assinatura do autor
15. MODELOS
Todos os documentos que são expedidos pelo juizado possuem o timbre do poder judiciário
para depois vir o texto. A seguir os documentos que são mais recorrentes.
PODER JUDICIÁRIO
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL ZONA LESTE 2 - ANEXO CAMILLO FILHO
Rua Manoel Nogueira Lima, 1347 Jóquei Clube – CEP 64.049-190
Teresina – Piauí
Fone: 3215-7307
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
CARTA DE CITAÇÃO
Processo nº _________/______
Teresina, ____/_____/_____
________________________________________
Servidor(a) do JECC-ZL - ICF
OBS: a carta de intimação para audiência de Instrução e Julgamento é o mesmo modelo, modifica-se
o título para carta de intimação e onde contiver audiência de conciliação trocar por Instrução e
Julgamento.
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
PROC. Nº 0000/00
3º - Fica o (a) senhor (a) Oficial (a) de Justiça, desde logo, autorizado a
proceder na forma do artigo 12, da Lei 9.099/95 c/c artigo 172, § 2º, do Código de Processo Civil
(Realizar as diligências em dias feriados, sábados e domingos e fora da hora normal de expediente,
desde que não seja antes das 06:00 e depois das 22:00 horas ).
OBS: Endereço do (a) exequente, CHICO BUARQUE, para contato do(a) Oficial de Justiça, se
necessário: Telefone:.
Dado e passado nesta cidade e comarca de Teresina, aos vinte e dois
dias do mês de ( ) do ano de (....). Eu _______________________, (nome) Servidora do Juizado
digitei e subscrevi, indo assinado pelo MM. Juiz.
15.4 Sentença
PROCESSO Nº 0000/00
SENTENÇA
Vistos etc.,
SEVERINO moveu a presente ação de Obrigação de Fazer contra JOÃO
objetivando a entrega da escritura do imóvel pela referida empresa, alegando que fora adquirido em
07/01/92, no loteamento Jataí.
Todavia, pela prova carreada aos autos, observa-se que o contrato de compra
e venda do imóvel em relação ao qual o promovente requer a escritura, foi firmado entre a JOÃO
LTDA e Antônio de Sousa, cônjuge de Maria do Socorro.
Ainda foi acostada aos autos, uma declaração de transferência para o
promovente dos direitos que Maria do Socorro detém sobre o aludido imóvel.
Em face da prova produzida, resta claro que a ação deveria ter sido movida
contra MARIA DO SOCORRO e não contra JOÃO LTDA, haja vista que o negócio se deu entre o
promovente e a Sra. MARIA DO SOCORRO, de modo que se configura a hipótese de carência de
ação pela ilegitimidade de parte passiva.
Entretanto, nada impede que o autor promova a ação declaratória da
existência do negócio jurídico como pedido de entrega da escritura em face da parte legítima ou que
ingresse com ação de usucapião urbano, nos moldes do artigo 1242 do Código Civil, uma vez que
afirma no pedido através do qual se iniciou o processo, que adquiriu o imóvel no ano de 1992,
portanto há mais de 10 anos.
Sem custas.
P.R.I.
___________________________________
Dr. (Nome do Juiz Togado)
Juiz de Direito
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO
PROCESSO Nº 0000/00
AÇÃO DE COBRANÇA
REQUERENTE: MARIA
REQUERIDO: IMOBILIÁRIA RC
INTIMAÇÃO DA SENTENÇA
________________________________________
Servidor (a) do JECC-ZL - ICF
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PROC. Nº 0000/00
DESPACHO
Vistos, em despacho,
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Doc.2
PROC. Nº 0000/00
__________________________________
Dr. (Nome do Juiz Togado)
Juiz de Direito
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15.7 Certidão
De forma livre, o chefe de secretaria pode expedir certidões com diversos conteúdos.
PROC. Nº 0000/00
CERTIDÃO
Teresina, ____/_____/_____
_________________________
Servidor do JECC - ZL – ICF
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15.8 Alvará
PROC. Nº 0000/00
___________________________________
Dr. (Nome do Juiz Togado)
Juiz de Direito
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PROCESSO Nº 0.000/00
AÇÃO; EXECUÇÃO.
AUTOR (A): CAVALCANTE
RÉU (A): PEREIRA
MANDADO DE REMOÇÃO
MANDA a um dos Oficiais de Justiça deste juizado, a quem este for apresentado,
indo por mim devidamente assinado, que em seu cumprimento se dirija nesta cidade à Av. Melo,
876, Bairro Aleluia, nesta Capital e sendo aí proceda com a REMOÇÃO do seguinte bem: 01
(um) aparelho de ar condicionado usado, marca Springer, de 7.000 btus, em perfeito estado
de conservação no valor de R$ 500,00 (Quinhentos reais )que encontra-se em poder do Pereira
para os termos da Ação acima descrita, conforme despacho do Juiz de direito Dr. (nome do juiz
togado) do seguinte teor: “Defiro a remoção de apenas o bem descrito pela autora acima”, que tem
como exeqüente Cavalcante e por executado Pereira.
C U M P R A – S E , na forma e sob as penas da lei. Dado e passado nesta cidade e
comarca de Teresina – PI, aos 19 de Setembro de 2009. Eu, _____________________________,
Servidor (a) do Juizado Especial - Zona Leste – Anexo - ICF, o digitei e subscrevo.
____________________
Dr. (Nome do Juiz Togado)
Juiz de Direito
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Sr(a). Diretor(a),
Pelo presente, determino a Vossa Senhoria, que exclua no prazo de 48 horas junto ao SPC
o nome do (a) Sr (a) SILVA FILHO, brasileiro, viúvo, representante comercial com CPF nº
000.888.888-00, com endereço nesta Capital de seu cadastro negativo, conforme Decisão proferida
nos autos da Ação de Reclamatória C/C Pedido de Liminar, Processo nº 0000/00 promovidas pela
MOTOS LTDA
______________________________
Dr. (Nome do Juiz Togado)
Juiz de Direito
Ilmo(a). Sr(a).
DD. Diretor do SPC
Rua Desembargador Freitas, nº 990, Bairro Centro
Nesta Capital
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16. REFERÊNCIAS
Arquivo da Secretaria Juizado Especial Cível e Criminal – Zona Leste- Anexo Instituto Camillo
Filho.
CÂMARA, Alexandre Freitas. Juizados especiais cíveis estaduais e federais. 5. ed. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2009.
CINTRA, Antonio Carlos; DINAMARCO, Cândido Rangel; GRINOVER, Ada Pellegrini. Teoria
geral do processo. ed. 21. São Paulo: Malheiros, 2006.
ESTEFAM André; OLIVEIRA, Allan Helber de; VILELA, Marcelo Dias Gonçalves. Coleção curso
& concurso: juizados especiais cíveis e criminais. São Paulo: Saraiva, 2006.
HERTEL, Daniel Roberto. O arresto executivo e sua aplicação nos juizados especiais cíveis.
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7952>. Acesso em:10 mar. 2008.
THEODORO JR., Humberto. Curso de direito processual civil. vI, 47. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2007.
THEODORO JR., Humberto. Curso de direito processual civil. vII, 41. ed.Rio de Janeiro: Forense,
2007.
WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso avançado de processo civil. v.2, 9.ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2007.
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Parágrafo único. Na execução não serão a que a lei comine pena máxima não superior
contadas custas, salvo quando: a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
I - reconhecida a litigância de má-fé; (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
II - improcedentes os embargos do Art. 62. O processo perante o Juizado
devedor; Especial orientar-se-á pelos critérios da
oralidade, informalidade, economia processual
III - tratar-se de execução de sentença
e celeridade, objetivando, sempre que
que tenha sido objeto de recurso improvido do
possível, a reparação dos danos sofridos pela
devedor.
vítima e a aplicação de pena não privativa de
Seção XVII liberdade.
Disposições Finais Seção I
Art. 56. Instituído o Juizado Especial, Da Competência e dos Atos Processuais
serão implantadas as curadorias necessárias e
Art. 63. A competência do Juizado será
o serviço de assistência judiciária.
determinada pelo lugar em que foi praticada a
Art. 57. O acordo extrajudicial, de infração penal.
qualquer natureza ou valor, poderá ser
Art. 64. Os atos processuais serão
homologado, no juízo competente,
públicos e poderão realizar-se em horário
independentemente de termo, valendo a
noturno e em qualquer dia da semana,
sentença como título executivo judicial.
conforme dispuserem as normas de
Parágrafo único. Valerá como título organização judiciária.
extrajudicial o acordo celebrado pelas partes,
Art. 65. Os atos processuais serão
por instrumento escrito, referendado pelo
válidos sempre que preencherem as
órgão competente do Ministério Público.
finalidades para as quais foram realizados,
Art. 58. As normas de organização atendidos os critérios indicados no art. 62
judiciária local poderão estender a conciliação desta Lei.
prevista nos arts. 22 e 23 a causas não
§ 1º Não se pronunciará qualquer
abrangidas por esta Lei.
nulidade sem que tenha havido prejuízo.
Art. 59. Não se admitirá ação rescisória
§ 2º A prática de atos processuais em
nas causas sujeitas ao procedimento instituído
outras comarcas poderá ser solicitada por
por esta Lei.
qualquer meio hábil de comunicação.
Capítulo III
§ 3º Serão objeto de registro escrito
Dos Juizados Especiais Criminais exclusivamente os atos havidos por essenciais.
Disposições Gerais Os atos realizados em audiência de instrução e
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, julgamento poderão ser gravados em fita
provido por juízes togados ou togados e magnética ou equivalente.
leigos, tem competência para a conciliação, o Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á
julgamento e a execução das infrações penais no próprio Juizado, sempre que possível, ou
de menor potencial ofensivo, respeitadas as por mandado.
regras de conexão e continência. Parágrafo único. Não encontrado o
Parágrafo único. Na reunião de acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as
processos, perante o juízo comum ou o peças existentes ao Juízo comum para adoção
tribunal do júri, decorrentes da aplicação das do procedimento previsto em lei.
regras de conexão e continência, observar-se- Art. 67. A intimação far-se-á por
ão os institutos da transação penal e da correspondência, com aviso de recebimento
composição dos danos civis. pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou
Art. 61. Consideram-se infrações penais firma individual, mediante entrega ao
de menor potencial ofensivo, para os efeitos encarregado da recepção, que será
desta Lei, as contravenções penais e os crimes obrigatoriamente identificado, ou, sendo
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bem como os motivos e as circunstâncias, ser Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa,
necessária e suficiente a adoção da medida. será reduzida a termo, entregando-se cópia ao
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da acusado, que com ela ficará citado e
infração e seu defensor, será submetida à imediatamente cientificado da designação de
apreciação do Juiz. dia e hora para a audiência de instrução e
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério julgamento, da qual também tomarão ciência o
Público aceita pelo autor da infração, o Juiz Ministério Público, o ofendido, o responsável
aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, civil e seus advogados.
que não importará em reincidência, sendo § 1º Se o acusado não estiver presente,
registrada apenas para impedir novamente o será citado na forma dos arts. 66 e 68 desta
mesmo benefício no prazo de cinco anos. Lei e cientificado da data da audiência de
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo instrução e julgamento, devendo a ela trazer
anterior caberá a apelação referida no art. 82 suas testemunhas ou apresentar requerimento
desta Lei. para intimação, no mínimo cinco dias antes de
sua realização.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o
§ 4º deste artigo não constará de certidão de § 2º Não estando presentes o ofendido e o
antecedentes criminais, salvo para os fins responsável civil, serão intimados nos termos
previstos no mesmo dispositivo, e não terá do art. 67 desta Lei para comparecerem à
efeitos civis, cabendo aos interessados propor audiência de instrução e julgamento.
ação cabível no juízo cível. § 3º As testemunhas arroladas serão
Seção III intimadas na forma prevista no art. 67 desta
Lei.
Do Procedimento Sumaríssimo
Art. 79. No dia e hora designados para a
Art. 77. Na ação penal de iniciativa audiência de instrução e julgamento, se na fase
pública, quando não houver aplicação de pena, preliminar não tiver havido possibilidade de
pela ausência do autor do fato, ou pela não tentativa de conciliação e de oferecimento de
ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta proposta pelo Ministério Público, proceder-se-
Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta
imediato, denúncia oral, se não houver Lei.
necessidade de diligências imprescindíveis.
Art. 80. Nenhum ato será adiado,
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, determinando o Juiz, quando imprescindível, a
que será elaborada com base no termo de condução coercitiva de quem deva
ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com comparecer.
dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á
do exame do corpo de delito quando a Art. 81. Aberta a audiência, será dada a
materialidade do crime estiver aferida por palavra ao defensor para responder à
boletim médico ou prova equivalente. acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a
denúncia ou queixa; havendo recebimento,
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias serão ouvidas a vítima e as testemunhas de
do caso não permitirem a formulação da acusação e defesa, interrogando-se a seguir o
denúncia, o Ministério Público poderá acusado, se presente, passando-se
requerer ao Juiz o encaminhamento das peças imediatamente aos debates orais e à prolação
existentes, na forma do parágrafo único do da sentença.
Art. 66 desta Lei.
§ 1º Todas as provas serão produzidas na
§ 3º Na ação penal de iniciativa do audiência de instrução e julgamento, podendo
ofendido poderá ser oferecida queixa oral, o Juiz limitar ou excluir as que considerar
cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e excessivas, impertinentes ou protelatórias.
as circunstâncias do caso determinam a
adoção das providências previstas no § 2º De todo o ocorrido na audiência será
parágrafo único do art. 66 desta Lei. lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas
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partes, contendo breve resumo dos fatos constando dos registros criminais, exceto para
relevantes ocorridos em audiência e a fins de requisição judicial.
sentença. Art. 85. Não efetuado o pagamento de
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, multa, será feita a conversão em pena
mencionará os elementos de convicção do privativa da liberdade, ou restritiva de direitos,
Juiz. nos termos previstos em lei.
Art. 82. Da decisão de rejeição da Art. 86. A execução das penas privativas
denúncia ou queixa e da sentença caberá de liberdade e restritivas de direitos, ou de
apelação, que poderá ser julgada por turma multa cumulada com estas, será processada
composta de três Juízes em exercício no perante o órgão competente, nos termos da lei.
primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede Seção V
do Juizado.
Das Despesas Processuais
§ 1º A apelação será interposta no prazo
Art. 87. Nos casos de homologação do
de dez dias, contados da ciência da sentença
acordo civil e aplicação de pena restritiva de
pelo Ministério Público, pelo réu e seu
direitos ou multa (arts. 74 e 76, § 4º), as
defensor, por petição escrita, da qual constarão
despesas processuais serão reduzidas,
as razões e o pedido do recorrente.
conforme dispuser lei estadual.
§ 2º O recorrido será intimado para
Seção VI
oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
Disposições Finais
§ 3º As partes poderão requerer a
transcrição da gravação da fita magnética a Art. 88. Além das hipóteses do Código
que alude o § 3º do art. 65 desta Lei. Penal e da legislação especial, dependerá de
representação a ação penal relativa aos crimes
§ 4º As partes serão intimadas da data da
de lesões corporais leves e lesões culposas.
sessão de julgamento pela imprensa.
Art. 89. Nos crimes em que a pena
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos
mínima cominada for igual ou inferior a um
próprios fundamentos, a súmula do
ano, abrangidas ou não por esta Lei, o
julgamento servirá de acórdão.
Ministério Público, ao oferecer a denúncia,
Art. 83. Caberão embargos de declaração poderá propor a suspensão do processo, por
quando, em sentença ou acórdão, houver dois a quatro anos, desde que o acusado não
obscuridade, contradição, omissão ou dúvida. esteja sendo processado ou não tenha sido
§ 1º Os embargos de declaração serão condenado por outro crime, presentes os
opostos por escrito ou oralmente, no prazo de demais requisitos que autorizariam a
cinco dias, contados da ciência da decisão. suspensão condicional da pena (art. 77 do
§ 2º Quando opostos contra sentença, os Código Penal).
embargos de declaração suspenderão o prazo § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu
para o recurso. defensor, na presença do Juiz, este, recebendo
§ 3º Os erros materiais podem ser a denúncia, poderá suspender o processo,
corrigidos de ofício. submetendo o acusado a período de prova, sob
Seção IV as seguintes condições:
Da Execução I - reparação do dano, salvo
impossibilidade de fazê-lo;
Art. 84. Aplicada exclusivamente pena
de multa, seu cumprimento far-se-á mediante II - proibição de freqüentar determinados
pagamento na Secretaria do Juizado. lugares;
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, III - proibição de ausentar-se da comarca
o Juiz declarará extinta a punibilidade, onde reside, sem autorização do Juiz;
determinando que a condenação não fique
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(Aprovado no XIX Encontro – São Paulo/SP- respectivo valor. (Aprovado no XXI Encontro
Nova Redação aprovada no XXI Encontro – – Vitória/ES)
Vitória/ES)
ENUNCIADO 119 - A penhora de valores
ENUNCIADO 112 - A intimação da penhora através do convênio Bacen/Jud poderá ser
e avaliação realizada na pessoa do executado determinada de ofício pelo Juiz . (Aprovado
dispensa a intimação do advogado. Sempre no XXI Encontro – Vitória/ES)
que possível o oficial de Justiça deve proceder
ENUNCIADO 120 - A multa derivada de
a intimação do executado no mesmo momento
descumprimento de antecipação de tutela é
da constrição judicial (art.º 475, § 1º CPC).
passível de execução mesmo antes do trânsito
(Aprovado no XX Encontro – São Paulo/SP)
em julgado da sentença. (Aprovado no XXI
ENUNCIADO 113 - As turmas recursais Encontro – Vitória/ES)
reunidas poderão, mediante decisão de dois
ENUNCIADO 121 - Os fundamentos
terços dos seus membros, salvo disposição
admitidos para embargar a execução da
regimental em contrário, aprovar súmulas.
sentença estão disciplinados no art. 52, inciso
(Aprovado no XIX Encontro – São Paulo/SP)
IX, da Lei 9.099/95 e não no artigo 475-L do
ENUNCIADO 114 - A gratuidade da justiça CPC, introduzido pela Lei 11.232/05.
não abrange o valor devido em condenação (Aprovado no XXI Encontro – Vitória/ES)
por litigância de má-fé. (Aprovado no XX
ENUNCIADO 122 - É cabível a condenação
Encontro – São Paulo/SP)
em custas e honorários advocatícios na
ENUNCIADO 115 - Indeferida a concessão hipótese de não conhecimento do recurso
do benefício da gratuidade da justiça requerido inominado. (Aprovado no XXI Encontro –
em sede de recurso, conceder-se-á o prazo de Vitória/ES)
48 horas para o preparo. (Aprovado no XX
ENUNCIADO 123 - O art. 191 do CPC não
Encontro – São Paulo/SP)
se aplica aos processos cíveis que tramitam
ENUNCIADO 116 - O Juiz poderá, de ofício, perante o Juizado Especial. (Aprovado no XXI
exigir que a parte comprove a insuficiência de Encontro – Vitória/ES)
recursos para obter a concessão do benefício
ENUNCIADO 124 - Das decisões proferidas
da gratuidade da justiça (art. 5º, LXXIV, da
pelas Turmas Recursais em mandado de
CF), uma vez que a afirmação da pobreza
segurança não cabe recurso ordinário.
goza apenas de presunção relativa de
(Aprovado no XXI Encontro – Vitória/ES)
veracidade. (Aprovado no XX Encontro – São
Paulo/SP) ENUNCIADO 125 - Nos juizados especiais,
não são cabíveis embargos declaratórios
ENUNCIADO 117 - É obrigatória a
contra acórdão ou súmula na hipótese do art.
segurança do Juízo pela penhora para
46 da Lei nº 9.099/1995, com finalidade
apresentação de embargos à execução de título
exclusiva de prequestionamento, para fins de
judicial ou extrajudicial perante o Juizado
interposição de recurso extraordinário
Especial. (Aprovado no XXI Encontro –
(Aprovado no XXI Encontro – Vitória/ES)
Vitória/ES)
ENUNCIADO 126 - Em execução eletrônica
ENUNCIADO 118 - Quando manifestamente
de título extrajudicial, o título de crédito será
inadmissível ou infundado o recurso
digitalizado e o original apresentado até a
interposto, a turma recursal ou o relator em
sessão de conciliação ou prazo assinado, a fim
decisão monocrática condenará o recorrente a
de ser carimbado ou retido pela secretaria
pagar multa de 1% e indenizar o recorrido no
(Aprovado Fonaje Florianópolis/SC)
percentual de até 20% do valor da causa,
ficando a interposição de qualquer outro ENUNCIADO 127 - O cadastro de que trata o
recurso condicionada ao depósito do art. 1.°, § 2.°, III, “b”, da Lei nº. 11.419/2006
deverá ser presencial e não poderá se dar
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