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Direito

Sumário

COMPETÊNCIA.................................................................................................................................................................. 2

1. CONCEITO........................................................................................................................................................................... 2
2. PRINCÍPIOS RELACIONADOS À COMPETÊNCIA:..................................................................................................................2
3. KOMPETENZKOMPETENZ...................................................................................................................................................2
4. DISTRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA:.....................................................................................................................................2
5. CRITÉRIOS DE DISTRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA:...............................................................................................................3
6. REGRAS SOBRE COMPETÊNCIA TERRITORIAL:....................................................................................................................4
7. CONEXÃO E CONTINÊNCIA:................................................................................................................................................5
7.1. CRITÉRIOS DE CONEXÃO (ART. 55 DO CPC):....................................................................................................................6
8. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL (ART. 109, CF E ARTS. 45 E 51 DO NCPC).................................................................7
8.1. MESMO O ENTE FEDERAL SENDO PARTE A COMPETÊNCIA NÃO É DA JUSTIÇA FEDERAL:.......................................................................7
8.2. A COMPETÊNCIA É FEDERAL, MAS EXERCIDA SUPLETIVAMENTE PELA JUSTIÇA ESTADUAL (QUANDO NÃO HOUVER VARA FEDERAL NA SEDE DA
COMARCA):................................................................................................................................................................................... 7
9. COMPETÊNCIA TERRITORIAL/DE FORO NA JUSTIÇA FEDERAL:...........................................................................................8
10. CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA:.................................................................................................................................8
11. COOPERAÇÃO NACIONAL – ART. 67 A 69.........................................................................................................................9
12. LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL...............................................................................................................................10
12.1. INTRODUÇÃO - PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE............................................................................................................................10
12.2. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL CONCORRENTE E EXCLUSIVA.....................................................................................................10
12.3. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL CONCORRENTE (ART. 22):........................................................................................10
12.4. COMPETÊNCIA EXCLUSIVA (ART. 23):..........................................................................................................................11
12.5. LITISPENDÊNCIA (ART. 24):..........................................................................................................................................11
12.6. CONTRATO INTERNACIONAL E CLÁUSULA DE ELEIÇÃO (ART. 25):...............................................................................11

CONFLITOS POSITIVO E NEGATIVO DE COMPETÊNCIA..................................................................................................... 11

1. CONCEITO............................................................................................................................................................................ 11
2. COMPETÊNCIA PARA JULGAR O CONFLITO DE COMPETÊNCIA:........................................................................................12

PROCESSO E PROCEDIMENTO......................................................................................................................................... 12

1. CONCEITO DE PROCESSO..................................................................................................................................................12
1.1. APLICAÇÃO DA NORMA PROCESSUAL NO TEMPO (ART. 14 NCPC).................................................................................13
1.2. MODELOS DE PROCESSO...............................................................................................................................................13
2. PROCESSO X PROCEDIMENTO................................................................................................................................................14
2.1. SENTIDOS DO VOCÁBULO AÇÃO.............................................................................................................................................14
3. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS...................................................................................................................................................15
4. PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA.................................................................................................................................................16
5. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE..................................................................................................................................................16
5.1. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE SUBJETIVOS...........................................................................................................................17
5.2. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE OBJETIVOS................................................................................................................................21
6. DINÂMICIDADE DA CAPACIDADE PROCESSUAL, DO INTERESSE PROCESSUAL E DA LEGITIMIDADE.............................................................23

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COMPETÊNCIA

1. CONCEITO
Competência é uma parcela de poder. É a quantidade de poder atribuída a determinado ente.
O poder é distribuído entre diversos entes – executivo / legislativo / judiciário.
A competência jurisdicional é a parcela de poder atribuída a determinado órgão da jurisdição.
Qual poder? Jurisdicional, ou seja, o Poder Estatal de interferir na esfera jurídica do jurisdicionado
aplicando o Direito Objetivo.
i) Conceito de JURISDIÇÃO: função atribuída a terceiro imparcial para, mediante um
processo, reconhecer, proteger, ou efetivar situações jurídicas concretamente deduzidas,
e modo imperativo e criativo, em decisão insuscetível de controle externo e com aptidão
para a definitividade.

2. PRINCÍPIOS RELACIONADOS À COMPETÊNCIA:


i) Juiz natural – ninguém será processado senão por autoridade competente;
ii) Tipicidade da competência – a competência jurisdicional é típica. Deve estar prevista em lei.
Esse princípio não impede a existência das chamadas competências implícitas. São as competências não
previstas expressamente mas que decorrem de outras. Ex: competência do STF para julgar embargos de
declaração contra suas decisões. Não há previsão expressa.
Regra de Ouro: não existe vácuo de competência. Sempre haverá um juízo competente.
iii) Princípio da indisponibilidade da competência – determina a regra de que competência
não pode ser alterada por decisão do juiz. O juiz não pode dispor da sua competência.
iv) Princípio da competência adequada (PRINCÍPIO NOVO) – aplicar o princípio da
adequação do processo para a competência. Ou seja, uma competência que seja adequada aos sujeitos
e ao objeto do processo. Ex: ação coletiva. Esse princípio está se desenvolvendo como uma forma de
controle dos casos em que há pluralidade de competência, sobretudo no processo coletivo.

3. KOMPETENZKOMPETENZ
Todo juiz tem ao menos a competência de se dizer incompetente.
Regra – Kompetenzkompetenz (competência-competência): todo juiz tem competência para
avaliar a sua competência. É uma competência mínima de qualquer órgão julgador.
Foros concorrentes – fórum shopping x fórum non conveniens:

i) foros concorrentes: se houver a possibilidade de vários foros para uma demanda.


ii) fórum shopping: escolher um desses foros, sendo algo lícito.
iii) fórum non conveniens: a escolha é o exercício de um direito potestativo. Todavia,
sendo um direito, é possível que seu exercício seja exercido de forma abusiva – infringe
a boa-fé e o princípio da competência adequada. Prejudicar o réu sem nenhum

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beneficio é atuar com abuso de direito. Teoria visa reprimir o caráter abusivo do fórum
shopping, reafirmando o princípio da competência adequada.

4. DISTRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA:
No Brasil, a competência começa a ser distribuída na Constituição. A CF cria 5 Justiças e já
atribui as respectivas competências: Justiça federal, Justiça do Trabalho, Justiça Militar, Justiça Eleitoral
e Justiça Estadual.
O juiz de uma justiça é juiz só naquela justiça? Ou seja, se o juiz desrespeitar a divisão constitucional de
competência, ele é não juiz ou é só incompetente? É causa de inexistência ou de nulidade? Hoje se entende que o
caso é só de nulidade.
Abaixo da CF, as leis federais e estaduais continuam a distribuir a competência.
Até chegar no Regimento Interno de um Tribunal, que tem a função de distribuir internamente
a competência do Tribunal.
Uma vez identificado qual é o juízo competente, é irrelevante o que acontecer depois dali. É o
que se conhece por perpetuatio jurisditionis (perpetuação da jurisdição). A perpetuação pressupõe a
competência. Há dois fatos que podem modificar isso: i) a supressão de órgão judiciário ii) a alteração
da competência absoluta (Emenda 45 alterou a competência da Justiça do Trabalho, por exemplo). Mas
essa mudança tem que acontecer até a sentença. Depois da sentença o juiz já cumpriu a parte dele.
Há um precedente do STJ que admitiu a quebra da perpetuação da jurisdição por mudança no domicílio do
menor.

5. CRITÉRIOS DE DISTRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA:


A doutrina identifica 3 critérios de distribuição da competência:
1) Critério objetivo ou Competência objetiva: leva em consideração elementos da demanda
para distribuir a competência. Como a demanda tem 3 elementos (partes, causa de pedir e pedido), há
3 subcritérios objetivos de distribuição da competência:
a) competência em razão da pessoa: distribuída de acordo com a presença de um determinado
sujeito em juízo. Ex: Varas da Fazenda Pública.
Súmula 206 do STJ. Só é julgado em Vara da Fazenda Pública onde tiver essa vara.
b) competência em razão da matéria: definida pela natureza da relação jurídica discutida. Ex:
vara de Família, consumidor, Vara trabalhista...
c) competência em razão do valor da causa: é um critério relacionado ao pedido. Às vezes a lei
estabelece como regra de competência o valor da causa. Ex: juizados, em regra (há hipóteses de
competência do juizado que não dizem respeito ao valor da causa). Lembrar que o Juizado é uma opção
do demandante, ressalvados os federais e da Fazenda Pública.
2) Competência funcional: é a competência para exercer uma função dentro de um determinado
processo. A divisão de competência originária e derivada é uma divisão de competência funcional. A
competência funcional é absoluta. Pode ser vertical (entre instâncias) ou horizontal (na mesma
instância – ex: júri).
3) Competência territorial: é a competência que define em que território a causa tramita. Em
regra, ela é relativa. Mas há casos de competência territorial absoluta. Ex: competência para a ação coletiva
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(art. 2º da Lei de ACP, 209 do ECA e 86 do Estatuto do Idoso). Há quem entenda que, nesses casos, o
melhor é usar o termo competência funcional, e não territorial (Didier diz que é territorial mesmo).

6. REGRAS SOBRE COMPETÊNCIA TERRITORIAL:


• FORO COMUM (Art. 46 do CPC): o foro competente será o do DOMICÍLIO DO RÉU para
ações pessoais e para ações reais mobiliárias. A ação é pessoal quando ela se funda em direito pessoal
e real quando se funda em direito real.
• DIREITO REAL IMOBILIÁRIO (Art. 47 do CPC): para as ações fundadas em direito real
sobre imóveis, é competente o foro de SITUAÇÃO DA COISA (“forum rei sitae”).
§1º: o autor pode optar pelo foro de DOMICÍLIO DO RÉU ou pelo foro de eleição se o litígio não
recair sobre direito de (i) propriedade; (ii) vizinhança; (iii) servidão; (iv) divisão de terras; (v)
demarcação de terras; (vi) nunciação de obra nova e (vii) ações possessórias imobiliárias. Ou seja, nesses
sete casos, a competência territorial será absoluta.
Obs 1: a nunciação de obra nova, no novo CPC, deixou de ser um procedimento especial e se
transformou num ação de procedimento comum.
Obs. 2: nos casos de superfície, enfiteuse e usufruto, por exemplo, que não estão nesse rol,
haverá a opção de o autor escolher o foro.
• AÇÃO POSSESSÓRIA IMOBILIÁRIA (Art. 47, § 2º do CPC): será proposta no foro de
SITUAÇÃO DA COISA, cujo juízo tem competência absoluta.
• AÇÕES EM FACE DE RÉU AUSENTE (Art. 49): foro de seu ÚLTIMO DOMICÍLIO, tambem
competente para competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de
disposições testamentárias.
• AÇÕES EM FACE DO RÉU INCAPAZ (Art. 50): A ação em que o incapaz for réu será
proposta no foro de DOMICÍLIO DE SEU REPRESENTANTE OU ASSISTENTE.
• Art. 52: para as causas em que o ESTADO OU O DISTRITO FEDERAL figure como AUTOR,
será competente o foro de DOMICÍLIO DO RÉU.
Se figurar na condição de DEMANDADO, a competência será do: (i) foro de DOMICÍLIO DO
AUTOR; (ii) lugar de OCORRÊNCIA DO ATO OU FATO que originou a demanda; (iii) no lugar de
SITUAÇÃO DA COISA ou (iv) na CAPITAL do respectivo ente federado.
Obs.: O STF entendeu que o art. 51 (que é mera reprodução de texto constitucional já existente) se
estende aos entes da Administração Pública Indireta
• AÇÕES DE FAMÍLIA (ART. 53, I) Art. 53. É competente o foro:
I – para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de
união estável:
a) de domicílio do GUARDIÃO DE FILHO INCAPAZ;
b) do ÚLTIMO DOMICÍLIO do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de DOMICÍLIO DO RÉU, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
Obs. 1: se ambos tiverem a guarda do filho incapaz e tiverem domicílios distintos (guarda
compartilhada, que agora é a regra), a ação deverá ser proposta no foro de DOMICÍLIO DO RÉU. Isso
porque tanto o autor como o réu serão guardiães.
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• AÇÕES DE ALIMENTOS: domicílio ou residência do ALIMENTANDO, para a ação em que


se pedem alimentos;
• AÇÕES CONTRA PJ, AGÊNCIA OU SUCURSAL, SOCIEDADE OU ASSOCIAÇÃO: III – do
LUGAR:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade
jurídica;
• AÇÕES PARA CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO: onde a OBRIGAÇÃO DEVE SER
SATISFEITA, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento;
• AÇÕES SOBRE DIREITOS PREVISTOS NO ESTATUTO DO IDOSO: RESIDÊNCIA DO
IDOSO, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto;
Obs.: ação envolvendo direito individual do idoso, a competência será relativa, cabendo a ele
escolher onde ajuizará a demanda; art. 80 do Estatuto do Idoso só deve ser aplicado para as causas
envolvendo direitos coletivos dos idosos.
• AÇÕES DE REPARAÇÃO DE DANOS CONTRA SERVENTIA: da SEDE DA SERVENTIA
notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício;
• AÇÕES DE REPARAÇÃO DE DANOS: do LUGAR DO ATO OU FATO .
• AÇÕES CONTRA ADMINISTRADOR OU GESTOR DE NEGÓCIOS ALHEIOS: Do
LUGAR DO ATO OU FATO.
• AÇÕES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO: DOMICÍLIO DO AUTOR OU DO LOCAL DO
FATO, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive
aeronaves.
Obs.: causas envolvendo DIREITO DO CONSUMIDOR, a regra é a competência do foro de
DOMICILIO DO AUTOR (CONSUMIDOR) – art. 101, I, do CDC.

7. CONEXÃO E CONTINÊNCIA:
Conexão e aspectos conceituais:
• Conexão: relação entre duas causas; a solução de uma interfira na solução da outra.
• Litispendência: existência de duas causas iguais pendentes, devendo uma delas ser extinta.
A intenção do legislador foi promover uma economia processual e evitar uma desarmonia entre
as decisões.
A conexão pode ser alegada pelo autor e pelo réu; juiz pode reconhecer de ofício, requisitando
ou remetendo os autos.
OBS.: NÃO CONFUNDIR:
- incompetência relativa: o juiz não tem competência (alegada pelo réu);
- conexão: embora seja o juiz competente, a competência foi modificada em razão da
conexão.

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Súmula 235 do STJ: a conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi
julgado.

7.1. CRITÉRIOS DE CONEXÃO (ART. 55 DO CPC):

• Quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir (não leva em consideração a identidade
de partes: “a conexão subjetiva é irrelevante”).
• Execução de título extrajudicial e ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico (ação
de execução de CDA e ação visando à anulação de um crédito tributário, por exemplo). Isso porque há
entre elas prejudicialidade.
• Execuções fundadas no mesmo título executivo.
Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o disposto
nesta Seção.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido
sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput: I – à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa
ao mesmo ato jurídico; II – às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação
de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre
eles.
Obs. 1: § 3º “mesmo sem conexão entre eles”: poderá haver a conexão dos processos, mesmo que
não haja a conexão estabelecida nos termos do caput.
Obs. 2: § 1º diz “serão”, de modo que há obrigatoriedade de reunião dos processos. Trata-se de
imposição em prol da harmonia dos julgados.
Continência (art. 56): identidade de partes e causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais
amplo, abrange o das demais. Aqui a identidade de partes é obrigatória. Além disso, a continência é
um exemplo de conexão. Isso porque toda continência pressupõe identidade de causa de pedir. O que
mudou no novo CPC são as consequências da continência:
• Art. 57: se a ação continente tiver sido proposta anteriormente à ação menor, nesta será
proferida sentença extinguindo o processo sem resolução de mérito. Se for o contrário (ação maior
posterior) haverá a necessária reunião dos processos. (No CPC anterior, só havia a previsão de reunião
dos processos, sem previsão de extinção da causa menor).
• Art. 58: as causas serão reunidas no juízo prevento. Prevenção é um critério de escolha do juízo
onde as causas serão reunidas.
• Art. 59: apenas um critério para a definição do juízo prevento: “o registro ou a distribuição
da petição inicial torna prevento o juízo”. Não é mais a citação nem o despacho inicial, mas somente o
registro ou a distribuição.

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• Causas repetitivas ou causas de massa: causas envolvendo situações parecidas e com pedidos
semelhantes (ex: reajuste de poupança pelos planos econômicos). Não há conexão, pois os pedidos não
são iguais, mas apenas parecidos. (Cada pessoa pede o reajuste relativo à sua conta).

8. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL (ART. 109, CF E ARTS. 45 E 51 DO NCPC)


O principal critério da CF é o da PARTE:
- Se a União, suas autarquias ou empresas públicas for parte.
- Se Estado estrangeiro ou organismo internacional for parte.
- Os remédios constitucionais contra autoridade federal, salvo a competência da Justiça do
Trabalho.
Mas a CF também usa o critério da MATÉRIA:
- ação fundadas em tratado ou contrato da União com organismo internacional ou Estado
estrangeiro.
- ação sobre direitos indígenas
- ação sobre direitos humanos relevantes (federalização da causa por pedido do PGR)
EXCEÇÕES: hipóteses em que:

8.1. MESMO O ENTE FEDERAL SENDO PARTE A COMPETÊNCIA NÃO É DA JUSTIÇA


FEDERAL:

a) quando for competência da justiça especializada eleitoral ou trabalhista


OBS: quando o litígio envolve servidor federal celetista a competência é da Justiça do
Trabalho. Se for contrato estatutário ou de regime único, a competência é da Justiça Federal.
b) quando for competência da Justiça Estadual:
b.1) ações acidentárias contra o INSS (pede benefício, não indenização)
b.2) falência (a CF só fala em falência, mas o NCPC atualiza para incluir
recuperação judicial e insolvência civil)

8.2. A COMPETÊNCIA É FEDERAL, MAS EXERCIDA SUPLETIVAMENTE PELA


JUSTIÇA ESTADUAL (QUANDO NÃO HOUVER VARA FEDERAL NA SEDE DA
COMARCA):

a) ações previdenciárias contra o INSS


b) produção antecipada de prova – art. 381, §4º, NCPC (Novidade!)
OBS: nessas hipóteses, se não houver vara federal na sede da comarca, a justiça estadual
exercerá a competência da justiça federal. Mas eventuais recursos vão para o TRF, e não para o TJ.
OBS2: isso se aplicava também para as execuções fiscais federais ajuizadas até 2014. Hoje
não se aplica mais porque a lei que tratava disso foi revogada.

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O NCPC, no art. 45, reforça as regras constitucionais acrescentando o que já é pacífico na


jurisprudência:
i) Também é da competência da Justiça Federal ação que envolva fundações públicas federais e
conselho de fiscalização profissional.
ii) Se o processo tramita na justiça estadual e ocorre o ingresso de um ente federal, a competência
se desloca para a justiça federal. Se na justiça federal o juiz excluir o ente federal do processo, os autos
retornam à justiça estadual, e o juiz estadual não poderá suscitar o conflito. Significa que quem tem
poder para decidir se realmente há interesse jurídico ou legitimidade do ente federal é o juiz federal. A
decisão do juiz estadual que admite o ingresso do ente federal é provisória.
OBS: isso não impede o juiz estadual de, diante da manifesta falta de interesse do ente federal,
indeferir o pedido de ingresso, dando sequência ao processo* (o Didier disse que tem que remeter
mesmo assim).

9. COMPETÊNCIA TERRITORIAL/DE FORO NA JUSTIÇA FEDERAL:


1) se o ente federal for autor, é competente o foro do domicílio do réu.
2) se o ente federal for réu:
- pode ser no domicílio do autor
- pode ser no foro do local do ato ou fato que originou a ação
- pode ser no foro da situação do bem, quando a ação se refere ao bem
- pode ser na capital do Estado
- pode ser no DF
OBS: aplica-se na Justiça Federal a regra do art. 47, que fixa competência absoluta do foro
do imóvel para as ações possessórias e reais.
OBS 2: o art. 51 do NCPC não menciona expressamente que a ação contra a União pode ser
proposta na capital do Estado, mas existe essa possibilidade. É o art. 52, §único, que, trazendo regra
semelhante de competência para as ações contra o Estado e o DF, exclui o DF, que é a sede da União, e
se refere à capital de cada Estado.

10. CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA:


a) ORIGINÁRIA: é a competência do juízo para receber pela primeira vez a causa e julgá-la.
b) DERIVADA: é a competência para julgar a causa em grau de recurso.
A regra é que os juízes de primeira instância possuem competência originária e os tribunais
possuem competência derivada. Mas há exceções. Nos embargos de declaração o juiz tem competência
recursal para sua própria decisão. Os tribunais, por sua vez, em alguns casos têm competência
originária (mensalão, etc).
a) ABSOLUTA: é uma regra de atribuição de competência inderrogável pela vontade das partes e
que supostamente se funda em interesse público.
b) RELATIVA: é uma regra de competência criada para atender interesse de uma das partes. Por
isso que se trata de uma regra tida como derrogável pela vontade das partes.
Regras comuns:
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i) a incompetência não gera extinção do processo. A ideia é preservar. Remetem-se os autos ao


juízo competente.
Há, porém, duas exceções – nos Juizados Especiais a incompetência gera extinção do processo; no
plano internacional, a incompetência gera extinção do processo.
ii) a incompetência, absoluta ou relativa, não gera automaticamente a nulidade dos atos
decisórios. Reconhecida a incompetência, os autos vão para o juízo competente e ele vai decidir o que
fazer com as decisões anteriores. (NOVIDADE).
TRANSLATIO IUDICII – é um sistema de preservação dos efeitos do processo, mesmo que
reconhecida a incompetência.
iii) a decisão sobre a alegação de incompetência deve ser proferida de imediato. Ele não pode
postergar isso para o momento da sentença.
iv) a citação feita por um juízo incompetente induz litispendência para o réu.
v) a incompetência deve ser alegada na Contestação.
vi) se o réu quiser alegar incompetência, ele poderá fazer isso em seu domicílio (NOVIDADE).
Regras distintas:
i) o juiz só pode conhecer de ofício a incompetência absoluta.
ii) o autor só pode alegar a incompetência absoluta.
iii) somente a incompetência absoluta pode dar causa à futura ação rescisória.
iv) somente a incompetência absoluta quebra a perpetuação da jurisdição.
v) somente a competência relativa pode ser objeto de foro de eleição.
vi) somente a competência relativa pode ser modificada por conexão ou continência.
vi) O MP pode alegar incompetência relativa nos casos em que atuar.
FORO DE ELEIÇÃO
Art. 63 – Só pode ser pactuado por escrito e dentro de um negócio jurídico.
NOVIDADE – Antes da citação, o juiz pode de ofício reputar abusiva a cláusula de eleição de
foro e determinar a remessa ao foro do domicilio do réu (não precisa ser contrato de adesão!). Ou seja, o
juiz conhece de ofício incompetência relativa nesse caso.
NOVIDADE: Criou-se também a cláusula de eleição de foro internacional.

11. COOPERAÇÃO NACIONAL – ART. 67 A 69


O CPC prevê o DEVER DE COOPERAÇÃO RECÍPROCA entre os órgãos do Poder Judiciário
entre si como mecanismo de simplificar a troca de informações e a prática de atos, prevendo que o
pedido de cooperação deve ser prontamente atendido, independentemente de forma específica.
- envolve tribunais e “justiças” diferentes.
- mais simples e rápido do que a carta precatória.
A lei prevê a cooperação exemplificativamente como:

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i) auxílio direto (quando se pedir ao órgão jurisdicional a prática de um ato não


jurisdicional)
ii) reunião e apensamento de processos
iii) prestação de informações
iv) atos concertados entre os juízes (juízos) cooperantes para as diligências previstas no
§2º do art. 69.

12. LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

12.1. INTRODUÇÃO - PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE

Não cabe ao Estado brasileiro o julgamento de demandas que não têm aptidão de gerar efeitos
em outro Estado, que muito provavelmente não reconhecerá tal decisão.
O princípio da efetividade: a justiça brasileira só deve ser competente para julgar demandas cuja
decisão gere efeitos em território nacional ou em Estado estrangeiro que reconheça tal decisão (atuação
útil e eficaz).
O art. 23 do CPC/15 não se retira a competência do juiz estrangeiro, mas sim sua jurisdição.
Limitações dos arts. 21 a 23 do Novo CPC traçam objetivamente os limites da jurisdição dos
tribunais brasileiros, e não tão somente sua competência.

12.2. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL CONCORRENTE E EXCLUSIVA

Nos arts. 21 e 22 do Novo CPC há hipóteses de competência internacional concorrente: tanto o


juízo brasileiro como o juízo estrangeiro têm competência. Caso a demanda tramite em país estrangeiro,
a questão da competência não será obstáculo para a homologação da sentença estrangeira perante o STJ.

12.3. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL CONCORRENTE (ART. 22):

- art. 21 CPC/15: quando o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no
Brasil, considerando-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial
ou sucursal; no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; quando o fundamento seja fato ocorrido ou ato
praticado no Brasil.
- art. 22, I, CPC/15: ações de alimentos, desde que o credor tenha domicílio ou residência no
Brasil, ou o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de
renda ou obtenção de benefícios econômicos.
- art. 22, II, CPC/15: ações decorrentes de relação de consumo, quando o consumidor tiver
domicílio ou residência no Brasil.
- art. 22, III, CPC/15: juízo brasileiro também será competente para julgar ações em que as partes,
expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
Obs.: a convenção expressa se dá por cláusula de eleição de foro ("cláusula de eleição de
jurisdição”). A escolha pelas partes deve ser analisada à luz do princípio da efetividade, podendo o
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juízo nacional negar sua jurisdição para resolver determinada causa se notar que sua decisão não terá
condições de gerar efeitos em razão de princípios de soberania de outros países.

12.4. COMPETÊNCIA EXCLUSIVA (ART. 23):

- ações relativas a imóveis situados no Brasil;


- em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao
inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
- em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens
situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional.

12.5. LITISPENDÊNCIA (ART. 24):

A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a
autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença
judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.

12.6. CONTRATO INTERNACIONAL E CLÁUSULA DE ELEIÇÃO (ART. 25):

- não compete à autoridade judiciária brasileira o julgamento de ações quando houver cláusula
de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
Obs.: é competência exclusiva do juízo apontado na cláusula de eleição de foro, inclusive para
anular referida cláusula se sua utilização gerar serviço jurisdicional inútil, o que liberaria as partes para
discutir seu conflito no Brasil.
- § 1º: cláusula de eleição não se aplica nas hipóteses de competência internacional exclusiva do
art. 23.

CONFLITOS POSITIVO E NEGATIVO DE COMPETÊNCIA.

1. CONCEITO
CONCEITO: ocorre quando dois ou mais juízos discutem sobre a competência para julgar
(conflito positivo) ou não (conflito negativo) uma ou mais de uma causa. O conflito pode ser de:
A) JUIZ X JUIZ;
B) JUIZ X TRIBUNAL;

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C) TRIBUNAL X TRIBUNAL:
Obs.: jamais haverá um conflito entre um órgão e outro que lhe seja superior. A hipótese de o juiz
conflitar com tribunal restringe-se ao caso em que não haja hierarquia entre eles, ou seja, quando o juiz
não estiver vinculado àquele tribunal.
• Trata-se de incidente processual que sempre será julgado por um tribunal. É um incidente
que pode ser provocado pelas partes, pelos juízos conflitantes e pelo MP (art. 951).
Obs2.: no CPC de 73, dizia-se que o MP interviria em qualquer conflito de competência, salvo
aqueles que ele mesmo havia suscitado. Atualmente, o novo CPC prevê que o MP só intervirá em
conflito de competência se a causa for uma daquelas em que ele já deva intervir por previsão legal.
• O conflito de competência NÃO pode ser suscitado se uma das causas já foi julgada (Súmula 59
do STJ).
Art. 66. Há conflito de competência quando:
I – 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;
II – 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência;
III – entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a
atribuir a outro juízo.

2. COMPETÊNCIA PARA JULGAR O CONFLITO DE COMPETÊNCIA:


• STF: o STF julgará o conflito de competência quando um dos conflitantes for um Tribunal
Superior (TST, STJ, TSE, STM).
• TRF/TJ: somente julgam conflito de competência se for entre dois juízes a ele vinculados. Se
houver tribunal envolvido, não será da competência do TJ/TRF. Ou se os juízes pertencerem a tribunais
distintos, também não será de competência do TJ/TRF.
• STJ: todos os demais casos serão de competência do STJ.
Obs.: Juiz estadual investido de jurisdição federal: recurso para o TRF (art. 109, § 3º, da CF).
Súmula 428 do STJ: compete ao TRF decidir os conflitos de competência entre juizado especial
federal e juízo federal da mesma seção judiciária.

PROCESSO E PROCEDIMENTO.

1. CONCEITO DE PROCESSO
PALAVRA PROCESSO - DIVERSAS ACEPÇÕES – 03 principais:

i) 1ª acepção: CONJUNTO DE ATOS CONCATENADOS tendentes à produção de um ato


final (sentença). Cada ato: ato jurídico.

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Direito

ii) 2ª acepção: PROCESSO COMO RELAÇÃO JURÍDICA – conjunto de atos jurídicos


organizados que geram diversas relações jurídicas processuais.
a. Cada ato jurídico conserva situações jurídicas – deveres, faculdades, ônus.
iii) 3ª acepção: FONTE DE PRODUÇÃO DE ATOS NORMATIVOS - legislativo,
administrativo, privado e o jurisdicional.

1.1. APLICAÇÃO DA NORMA PROCESSUAL NO TEMPO (ART. 14 NCPC)

TEMPUS REGIT ACTUM. A LEI NOVA INCIDE IMEDIATAMENTE.

Processo – conjunto de ATOS JURÍDICOS e de SITUAÇÕES JURÍDICAS PROCESSUAIS


Os atos jurídicos que já foram praticados (ATOS JURÍDICOS PERFEITOS) e situações


jurídicas já consolidadas (DIREITOS ADQUIRIDOS) permanecem regidas pela lei anterior.

1.2. MODELOS DE PROCESSO

É o modo de organizar o processo, ou seja, a análise dos papéis que cada sujeito deve exercer
em um processo. Principais análises: papéis do juiz = poder instrutório / executar decisões de ofício.
Não há modelos puros, mas preponderantes.

i) Modelo dispositivo ou adversarial: Próprio da tradição commom law. Deixa as partes


atuarem.
a. Protagonismo – das partes. Por isso adversarial, pois há uma batalha entre as partes.
b. Juiz – poder de julgar e fiscalizar passivamente. Não atua ativamente na prova e na
execução de decisões.
c. Norma dispositiva: aquela que predomina o interesse das partes.
ii) Modelo inquisitivo:
a. Protagonismo judicial. Além de fiscal e decidir, ele atua diretamente na condução com
poderes instrutórios e a execução é iniciada de ofício.
b. Poder Instrutório do juiz é essa postura ativa.
c. Obs. desenvolveu nos estados sociais – estado atuando nas relações privadas visando o
equilíbrio.
d. Obs. alguns relacionam esse modelo ao civil law.
iii) Garantismo processual: ramo da filosofia que limita os poderes do juiz no processo.
a. Contrapondo ao inquisitivo – autoritarismo do poder amplo do juiz.
b. Glauco Gumerato Ramos (Espanha). Busca diminuir o ativismo judicial, o poder
instrutório e executório.
c. Ex. princípio da boa-fé como algo autoritário porque no processo há uma batalha.

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Direito

i) Modelo Cooperativo: modelo do NCPC que não se confunde com o dispositivo nem com
o inquisitivo. Trata-se de uma estrutura em que os sujeitos cooperam para a decisão
final, um processo estruturado a partir da ideia de cooperação entre todos os sujeitos
processuais. Não vislumbra apenas as funções do juiz durante o processo, mas, também, alguns
deveres. No processo há um diálogo constante e permanente entre as partes.
a. Princípio da cooperação: art. 6º, CPC, corolário da boa-fé e do DPL. Consequências ao
juiz – imposição de deveres:
i. Dever de consulta: impõe ao juiz o dever de consultar as partes antes de
decidir quando houver questão relevante que não foi objeto de contraditório.
ii. Dever de esclarecimento: com dupla dimensão
1. Juiz tem dever de produzir decisões claras e inteligíveis;
2. Dever de pedir esclarecimentos: não pode rejeitar postulações por não as
entender.
iii. Dever de prevenção: juiz deve advertir as partes para evitar que o processo
seja invalidado por questões formais. Corolário do princípio da primazia da
decisão de mérito.
iv. Dever de auxílio: dever judicial de cooperar com os sujeitos processuais na
obtenção de informações e eliminar obstáculos que dificultem exercício de
direitos – em previsões típicas na lei. Ex. relativas ao patrimônio do executado.

Dever geral de auxilio: Parcela doutrinária encerra um dever geral de auxílio. Juiz sempre tem
que auxiliar as partes em todas situações, como um dever geral atípico. Didier entende que não há
respaldo normativo, sendo, portanto, um dever sempre típico.

2. PROCESSO X PROCEDIMENTO

2.1. SENTIDOS DO VOCÁBULO AÇÃO

Ação como DIREITO DE AÇÃO: é o sentido constitucional, sendo direito de acesso à Justiça.

i) Direito fundamental público (particular exerce contra o estado) - Decorre do princípio


da inafastabilidade da jurisdição. Garantia: de acesso aos Tribunais e de exigir uma
tutela adequada e efetiva.
ii) Autônomo: autonomia em relação do direito material x direito de ação é contra o Estado.
a. Direito de ação não é concreto: Superada a antiga lição de que só existia direito de
ação se houvesse o direito afirmado.
iii) Abstrato: independe do conteúdo – independe do direito deduzido em juízo.
iv) Conteúdo complexo: composto por uma infinidade de situações jurídicas – propor,
provar, escolher procedimento.

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Direito

v) Intima relação com o devido processo legal: garantias processuais compõe o conteúdo do
direito de ação.

Ação como DIREITO MATERIAL AFIRMADO: expressão utilizada como sinônimo de direito.
Muito utilizada pelos romanos que não diferenciavam ação processual de direito. Ex. art. 195, CC - ação
sendo utilizada como sinônimo de direito.
Ação COMO ATO: ato de provocar o judiciário, não mais como direito, e sim o exercício. Nome
demanda - É o exercício do direito de ação afirmando uma ação em sentido material.
PROCEDIMENTO: conjunto de atos destinados ao ato final.
Demanda = Ato de provocar o judiciário – condições da ação?
Termos - Condições da ação e carência de ação. Eram expressões que diziam respeito ao tema.
Faltando condições da ação a parte autora deixa de ter direito de exercitar o ato.
Há condições que devem ser preenchidas para acessar o Poder Judiciário?

O NCPC não usa o termo condições da ação.

i) 1ªc. Fredie Didier. não há mais as condições da ação. Legitimidade e interesse são
pressupostos processuais.
ii) 2ªc. Majoritária. ainda existem condições da ação e carência de ação. Legitimidade /
interesse.

A possibilidade jurídica do pedido já era tratada como questão de mérito.

3. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
Oscar Bulow: teorizou a categoria pressupostos processuais, a qual tem origem da teoria do
PROCESSO COMO UMA RELAÇÃO JURÍDICA distinta daquele que constitui seu objeto.

i) Conceito de Processo:
a. Ponto de vista externo = procedimento.
b. Ponto de vista interno = relação jurídica. Assim, deve passar por pressupostos:
i. Relação jurídica - PP concernem a tais elementos:
1. elemento subjetivo – sujeitos /elementos objetivos – fato jurídico e
objeto
ii) Pressupostos processuais: EXISTÊNCIA / VALIDADE
iii) Consequências: verificar se o processo existe + se o processo é nulo = extinção.
iv) Conclusão: são analisados para saber se o processo EXISTE e se o processo é VÁLIDO.

Regime jurídico

i) Como são analisados os PP de VALIDADE? Doutrina moderna tem analisado os


pressupostos de validade dentro do sistema geral de invalidades previsto no CPC: i)
privilegia a decisão de mérito; ii) invalidade se houver prejuízo. Logo, evita-se a decisão

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Direito

sem mérito por ausência de requisitos de validade – é a teoria da instrumentalidade


substancial do processo.
ii) Conhecimento de ofício? Regra que comporta exceções, a ex. da incompetência relativa.
iii) Momento de alegação? Regra até o trânsito em julgado, a qual tem exceções – preclusão da
cláusula de arbitragem não suscitada.
iv) Consequência da ausência? Como regra há a extinção do processo, mas há exceções –
incompetência há a remessa ao competente.
v) De quem é o pressuposto processual? É do processo como um todo. Possível, ainda, falar dos
atos separados.

4. PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA
O processo existe quando ALGUÉM DEMANDA perante um ÓRGÃO JURISDICIONAL.

Órgão jurisdicional

Pressupostos de Existência Demanda

Personalidade Judiciária

i) Órgão jurisdicional: se há uma demanda proposta em órgão não jurisdicional não há relação
jurídica processual.
ii) Demanda: ato de provocação inicial do autor que limita a prestação jurisdicional aqueles
elementos do objeto do litigio.
iii) Personalidade Judiciária / capacidade de ser parte: Consiste na aptidão para, em tese,
titularizar uma situação jurídica processual. Não há gradação, sendo um atributo absoluto
(não há capacidade para uma e não para outra.).
a. Pessoas, condomínio, massa falida, órgãos públicos, nascituro, etc.
b. Exige-se para o réu? Não é condição de existência. Há processos sem réu, o processo
nasce com a demanda (não com a presença do réu), sendo a presença do réu
fundamental para a eficácia da relação jurídica processual em face de terceiro (não
para a existência).
c. Quem não é parte? Morto, coletividades desorganizadas, em sínteses as coisas.
d. E animais? Abolicionismo animal defende a personalidade judiciária dos grandes
primatas, pois seriam sujeitos de direitos.
e. Obs. pressupostos de validade – capacidade processual / capacidade postulatória.

Como é feita a análise? É do processo como um todo. Também é possível falar em pressuposto de
existência de cada ato jurídico processual. Ex. sentença sem decisão não falta um elemento mínimo do
seu suporte fático.

5. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE

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Direito

PROCESSO EXISTE (há relação jurídica processual), passa-se à ANÁLISE DE SUA VALIDADE
em seu ASPECTO AMPLO (do procedimento como ato jurídico complexo), ou de CADA ATO
JURÍDICO.
Consequência se houver vício?

i) Verificar se há prejuízo.
ii) Busca saná-lo - princípio da primazia da decisão de mérito.
iii) Consequência após análises acima: extinção / remessa a juízo competente ou substituto

Pode reconhecer de ofício? Como regra sim, mas há exceções. Ex. incompetência relativa,
convenção de arbitragem.
Momento? Como regra suscitada a qualquer tempo, salvo incompetência relativa ou convenção de
arbitragem.

Juiz
Subjetivos
Partes
Pressupostos de Validade
Intrinsecos
Objetivos
Extrinsecos

i) Legitimidade Ad causam: antes analisada como condição da ação;


ii) Interesse de agir: antes analisado como condição da ação.

5.1. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE SUBJETIVOS

Relacionam-se com os sujeitos do processo – juiz e partes.


Competência
Juiz
Imparcialidade
Pressupostos de Validade
Subjetivos Capacidade Processual

Partes Capacidade Postulatória

Legitimidade Ad Causam

 Pressupostos de Validade Subjetivos relacionados ao JUIZ:

i) Competência: consiste em um requisito de validade do procedimento e da decisão.


a. O vício gera remessa ao juízo competente.
ii) Imparcialidade: há dois graus: i) impedimento; ii) suspeição.
a. O vício de parcialidade gera a remessa ao substituo legal.

 Pressupostos de Validade Subjetivos relacionados as PARTES:

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Direito

i) CAPACIDADE PROCESSUAL: a capacidade de ser parte (existência) é pressuposto da


capacidade processual.
a. O que é capacidade processual? Consiste na capacidade de praticar atos processuais
pessoalmente ou por representante (pessoas indicadas na lei).
i. pessoalmente: independentemente de representação dos pais, tutores,
curadores.
ii. representante (pessoas indicadas na lei): síndicos, administrador de
condomínio, inventariante, diretor, etc. o art. 75 NCPC – traz aqueles que são
representados em juízo, tendo capacidade processual.
b. É igual a capacidade civil? Se aproxima, pois em regra quem tem capacidade civil tem
capacidade processual. Mas são institutos autônomos. Exceções:
i. ter capacidade civil sem ter capacidade processual, réu revel preso tem
capacidade civil e não tem processual.
ii. Não ter capacidade civil e tem capacidade processual: interditado busca
levantar a interdição.
c. Consequência da falta? Art. 76, NCPC. Suspende o processo e designa prazo para sanar
o vício.
i. autor não corrige: extinção do processo;
ii. réu na corrige: revel;
iii. terceiro: revel ou excluído do processo.
iv. Na fase recursal? i) recorrente não corrige: recurso não conhecido; ii) recorrido:
contrarrazões não conhecidas (desentranhamento).
d. Sociedades, Associações irregulares e entes sem personalidade: representado por
aquele que couber administrar os bens. Quando demandadas não podem opor a
irregularidades de sua constituição. Art. 75, IX e §2o, NCPC.
e. CAPACIDADE PROCESSUAL DAS PESSOAS JURÍDICAS: art. 75, VIII. Para não
dar a ideia de que lhe falte capacidade processual fala-se em presentação (relação
orgânica), assim não confunde com a representação de incapazes processuais.
i. Na presentação há um sujeito que presenta (está presente), já na representação
são dois sujeitos.
f. ESPÓLIO: o inventariante representa o espólio – se for dativo os sucessores do falecido
são intimados dos processos do processo em que o espólio seja parte. Não se trata de
litisconsorte.
g. Convênio entre estados: para procuradores de estados representar outros em dada
localidade. Convenção processual. Fredie estende à Adm. Ind., ao MP e DP.
h. CURADOR ESPECIAL: art. 72, NCPC. Consiste em um representante processual
designado pelo juiz da causa para a parte processualmente inclusive. Defensoria
assume a função institucional. Múnus público que não pode ser recusado. Supre a
18
Direito

incapacidade processual (não a postulatória). É somente para o caso, por isso especial.
Não supre a incapacidade material. Instituto não se confunde com a curatela geral
designada por juiz de família. A parte continua sendo o curatelado.
i. Art. 72;
1. incapaz sem representante ou colidir interesses – enquanto durar incap.
2. réu preso revel ou enquanto não constituir advogado
3. réu revel citado por edital ou hora certa enquanto não constituir advogado.
ii. Poderes de gestão do processo em exercício da defesa, incluindo:
1. opor embargos a execução;
2. MS contra ato judicial;
3. ação cautelar incidental.
4. Não pode reconvir, denunciar a lide, etc. Não pode transigir.
i. CAPACIDADE PROCESSUAL DAS PESSOAS CASADAS (também união estável
comprovada nos autos ou registrada em cartório): tem capacidade para praticar atos
processuais sozinhos, como regra.
i. Polo ativo:
1. consentimento do outro – ações reais imobiliárias – salvo separação
absoluta. Podem atuar em litisconsórcio facultativo. Não há litisconsórcio
necessário. O juiz pode suprir o consentimento em procedimento de
jurisdição voluntária.
2. Falta de consentimento: intimação do cônjuge preterido – silêncio
considera o consentimento. Negado com justo motivo o juiz invalida o
processo.
ii. Polo passivo: aqui se trata de litisconsórcio necessário. Citados:
1. ações reais imobiliárias – salvo separação absoluta.
2. resp. civil que digam respeito a ambos. São solidários;
3. divida contraída por um a bem da família. Também há solidariedade
4. ônus sobre imóveis de um ou ambos;
iii. Ações possessórias: participação
1. no polo ativo (expressão - composse) – exige consentimento.
2. no polo passivo (se atos por ambos praticados) há litisconsórcio passivo
na ação contra eles ajuizada.
ii) CAPACIDADE POSTULATÓRIA: trata-se de capacidade técnica para a prática de “atos
postulatórios”. Advogados, defensores, MP. Atos processuais podem ser ou não
postulatórios. Ex. testemunhar.
a. Ato postulatório – leigo depende de representante postulatório, SALVO:
i. i) Lei 9099; ii) ADI e governadores; iii) HC; iv) alimentos; v) mulher na LMP; vi)
JT.
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Direito

b. Ausência: art. 4º, EAOAB – nulidade do ato postulatório praticado por leigo.
Requisito de validade do procedimento é somente relacionado ao autor. Do réu e do terceiro
apenas no tocante aos atos postulatórios praticados por eles.
c. Advogado que (sempre tem capacidade postulatória) pratica ato sem procuração? Não
representa a parte, neste caso. Artigo 104 não trata de falta de capacidade postulatória,
mas da inexistência de procuração nos autos.
i. Admite ato sem procuração: i) urgente; ii) evitar preclusão, decadência ou
prescrição. Deverá apresentar procuração em 15 dias, pena de p/d.
ii. Sem procuração = ineficácia do ato (no CPC/73 era inexistência que gerou STJ 115
superada). Ver 662 do CC.
d. Procuração: instrumento da representação processual. Advogados públicos não precisam
juntar procuração.
e. Art. 105. Poderes gerais: não precisam estar expressos; Poderes especiais: expressos.
iii) LEGITIMDADE AD CAUSAM: CPC/73. Condições da ação. NCPC. 1ªc. Parte da
doutrina trata como pressuposto subjetivo de validade. 2ªc. ainda se trata de uma
condição da ação.
a. Conceito: consiste no
i. vínculo existente entre os sujeitos da demanda e a situação jurídica afirmada.
Pertinência subjetiva à ação.
ii. Aptidão para conduzir um processo de modo eficaz, sendo bilateral - polo
ativo ou passivo – bilateral. Legitimidade do autor face ao réu.
iii. Como afere-se? Somente a partir de um caso concreto, assim não uma análise
abstrata.
b. Parte (capacidade de ser parte) Absoluta e Abstrata.
c. Legitima ou ilegítima (legitimidade ad causam). Relação do sujeito ao objeto.
Específica a luz do caso concreto.
d. LEGITIMIDADE EXCLUSIVA: Apenas o titular do objeto pode discuti-lo em juízo. É
a regra.
e. LEGITIMIDADE CONCORRENTE: quando a lei atribui legitimidade a mais de um
agente. Ex. ADI. Credores solidários. Litis. unitário.
f. LEGITIMIDADE ORDINÁRIA: o sujeito defende direito próprio. Coincide a
legitimidade e o titular do direito.
g. LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA: substituição processual. Alguém defendo no
processo em nome próprio uma situação jurídica de terceiros. Legitimado e titular do
direito não coincide. Ex. HC, ACP, etc.
i. Requisito – autorização do ordenamento (não apenas a lei) que pode ser
negocial. OBS. pode existir simultaneidade das legitimidades – credor solidário.

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Direito

Obs. não confundir o termo substituição processual com sucessão processual


nem com representação processual.
ii. Características:
1. substituto é parte de direito processual (não material);
2. pode ser ativa e passiva;
3. coisa julgada vincula os substituídos – eficácia contra terceiros da coisa
julgada
4. possibilita a assistência litisconsorcial;
5. cabe recurso de terceiro substituto processual que não participou (996).

Capacidade de ser parte / Pressuspoto de Existência


Aptidão para titularizar situação jurídica processual. Qualquer pessoa. Absoluta. Não ha gradação.

Capacidade processual / Pressupostos de Validade Subjetivo


Capacidade de praticar atos processuais pessoalmente ou por pessoas indicadas na lei. Aproxima-se da capacidade civil. Ha curadores especiais.

Legitimidade Ad Causam / Pressupostos de Validade Subjetivo

Vínculo existente entre os sujeitos da demanda e a situação jurídica afirmada.

5.2. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE OBJETIVOS

Relação com os atos do processo.

Intrinsecos
Pressupostos de Validade
Objetivos Negativos
Extrinsecos
Positivos Interesse de Agir

 Pressupostos de Validade Objetivos Intrínsecos

São fatos internos ao processo que condicionam a sua validade. É o respeito ao procedimento,
ao formalismo processual. Ex. Petição apta. MP deve intervir nas causas. Citação. Intimações.
Consequência do vício: a invalidade do ato processual. Deve-se buscar o aproveitamento dos
atos, sendo que, na impossibilidade, torna-se possível a extinção/invalidade.
Citação:

i) duplo papel no processo. Art. 312.


a. Condição de eficácia do processo em relação ao réu.

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Direito

b. Requisito de validade da decisão contra o réu.


ii) Qual a consequência da sentença proferida contra o réu revel não citado ou revel citado
invalidamente? Nulidade transrescisória. São defeitos graves, os quais podem ser
impugnados após o prazo para a ação rescisória por ‘querela nullitatis’ prevista nos artigos
525, I e 535, I, NCPC. O CPC prevê como instrumentos de reação na execução, o que não
impede querela nullitatis autônoma. Ação desconstitutiva.
a. Atenção – corrente PUC/SP entende sendo pressupostos processual de existência - se
trata de ação declaratória de inexistência por um processo com vício de existência.
b. Fredie – sentença é ato processual. Processo já existe com a propositura e sentença
favorável ao réu proferida antes da citação é válida.

 Pressupostos de Validade Objetivos Extrínsecos

São fatos estranhos ao processo que condicionam a sua validade.

i) Negativos: fatos que não devem existir para que o processo seja válido, por isso são
chamados de impedimentos processuais. Ex. inexistência de coisa julgada / litispendência /
perempção / convenção de arbitragem.
a. Consequência: diante de vícios insanáveis leva a extinção do processo, mas se disser
respeito a parcela da demanda, a outra parte continua válida.
ii) Positivos: antes apenas negativos, mas, agora, com retirada do ordenamento das
condições da ação, o interesse de agir torna-se um pressuposto de validade objetivo
extrínseco.
a. INTERESSE DE AGIR: consiste no interesse de âmbito processual para tutelar um
interesse substancial. Assim, o interesse de agir é secundário, instrumental em
relação ao afirmado (interesse substancial). Trata-se de interesse relacionado ao
provimento jurisdicional para satisfazer o interesse primário lesado. De tal modo,
tem como objeto a tutela jurisdicional e não o bem da vida.
i. Consequência: extinção do processo sem julgamento do mérito.
ii. DIMENSÕES:
1. Adequação: alguns autores incluem no interesse de agir a adequação.
Consiste no procedimento adotado ser o correto ou provimento correto.
Fredie não concorda por entender que o juízo deve adequá-lo. Pode ser
sanado pelo juiz, e a adequação não tem a ver com algo fora do processo,
diferentemente dos outros dois – utilidade ou necessidade questões
externas ao processo.

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Direito

2. utilidade: sempre que o processo puder resultar em algum proveito ao


demandante. Por isso se perder o objeto há falta de interesse com extinção
do processo.
3. necessidade: o processo deve ser necessário para atingir o objeto
buscado. A jurisdição como a última forma de resolver o litígio. Apesar
de infestável, um direito, se valer dele sem a necessidade é abusar do direito.
iii. Ações condenatório: autor deve afirmar fato constitutivo de seu direito (causa
ativa) e o fato violador do seu direito (causa passiva) que basta afirmar a lesão,
sendo a sua verificação questão de mérito.
iv. Ações constitutivas não necessárias: autor deve afirmar o direito potestativo e
a necessidade de efetivá-lo pelo judiciário.
v. Ações necessárias: somente o PJ pode resolver, a necessidade é presumida. Ex.
falência.
vi. Ações previdenciárias contra o INSS: REsp 631240. Precedidas de requerimento
administrativo sob pena de faltar interesse.
vii. Ação de exibição de documentos bancários: REsp 1349453. Somente se houver
pedido no banco não atendido.
viii. Direito de resposta – Lei 13.188/15. Se o veiculo não transmitir a resposta em 7
dias o interesse estará caracterizado.

6. DINÂMICIDADE DA CAPACIDADE PROCESSUAL, DO INTERESSE PROCESSUAL E DA


LEGITIMIDADE
Processo: conjunto DINÂMICO de atos e relações processuais.
Capacidade / legitimidade / interesse: examinados dinamicamente, ou seja, ato a ato, não
estaticamente para o processo como um todo. Não existe um único interesse de agir ao longo do
processo, bem como a legitimidade deve ser aferida a cada postulação. Ex. legitimidade para o processo,
mas não para recorrer. Ex. Pessoa jurídica pode mudar de polo na ação popular. Ex. o juiz torna-se parte
da suspeição.
Essa linha foi adorada pelo art. 17: não fala em propor/contestar, mas postular.

Art. 17. NCPC. para POSTULAR é necessário interesse e legitimidade. Não fala em propor
ou contestar.

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