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ESPÍRITO SANTO ADVOGADOS

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO 4º JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL DA SERRA/ES.

PROCESSO Nº 0013290-81.2019.808.0725

VINÍCIUS MAGNO DO ESPÍRITO SANTO, devidamente qualificado nos autos do


processo em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, com escritório profissional
situado na Avenida Nossa Senhora da Penha, no 280, sala 106, Praia do Canto,
Vitória/ES, CEP: 29055-056, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência
respeitosamente, perante Vossa Excelência, APRESENTAR

CONTRARRAZÕES AO RECURSO INOMINADO

na forma do artigos. 42, § 2º da Lei nº 9.099/95, requerendo a remessa dos autos para a
superior instância para a manutenção da respeitável sentença recorrida.

Termos em que,
Pede Deferimento.

Vitória/ES, 14 de novembro de 2019

Vicente de Paulo do Espírito Santo


OAB/ES 21.290

Vinícius Magno do Espírito Santo


OAB/ES 30.902

Av. Nossa Senhora da Penha, 280, sala 106, Praia do Canto


Vitória/ES, CEP: 29090-520
Fones: (27) 99512-6400 / 99703-1297 Email: viniciusmagnoes@gmail.com
ESPÍRITO SANTO ADVOGADOS

CONTRARRAZÕES DO RECURSO INOMINADO

Processo nº0013290-81.2019.808.0725

Recorrente: BANCO ITAU S/A

Recorrida: VINÍCIUS MAGNO DO ESPÍRITO SANTO

EGRÉGIO COLÉGIO RECURSAL

COLENDA TURMA

ÍNCLITOS JULGADORES

Merece ser mantida integralmente a respeitável sentença recorrida, em razão da correta


apreciação das questões de fato e de direito, conforme restará demonstrado ao final.

SÍNTESE DA DEMANDA

01. O Recorrido, abriu uma conta poupança (agência 6509 / C.Poupança


24798-4), junto a instituição bancária, ora Recorrente, conforme atesta a cópia do
cartão anexo.
02. No mês de junho de 2018, um funcionário da empresa Recorrente, na
agencia 6509, situada no bairro Jardim Camburi ofereceu ao Recorrido um produto
denominado “PIC ITAÚ” que, em síntese, é um título de capitalização cujo contratante
tem a obrigação de pagar 48 (quarenta e oito) parcelas de R$ 70,00 (setenta reais) e, em
contrapartida, recebe um número para participar de sorteios semanais, concorrendo a
um prêmio de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais).
03. No dia 10/03/2019 o Recorrido, resolveu acessar, através do aplicativo do
Banco Itaú, instalado em seu celular, informações sobre o sorteio do título de
capitalização, ora contratado, quando surpreendeu-se negativamente quando constatou
de que não estava a participar dos referidos sorteios, mesmo sendo descontado mês a

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mês o valor de R$ 70,00 (setenta reais) conforme bem atestam os documentos anexos
aos autos.
04. Em síntese, trata-se de demanda em que o Recorrente pagou e continua,
até a presente data, pagando por uma prestação de serviço, sem receber a
contraprestação daquilo que contratou.
05. No decorrer da instrução processual, o Recorrente provou que o serviço
contratado não foi fornecido pelo Recorrido, conforme trecho da sentença a seguir
transcrito.

(...)

Neste sentido, o autor traz aos autos vídeo feito pelo celular onde
demonstra que na data de 22/04/2019 entrou no aplicativo da
instituição bancária e ao entrar na plataforma do investimento de
título de capitalização constava que o cliente não possuía este tipo
de investimento, ou seja, não participava de sorteios pois não
possuía o título.

Por outro lado, em audiência a ré se manifestou afirmando que a


décima e última parcela do contrato teria se dado em abril de 2019 e
por este motivo no momento do vídeo, confeccionado em 22/04/2019,
não aparecia tal investimento, todavia, conforme se nota no próprio
extrato juntado aos autos, o contrato do autor têm validade de 48
parcelas, ou seja, a décima parcela não é a última, de sorte que se
confirma a tese autoral de que o Recorrido não teria participado
dos sorteios mensais. (grifo nosso)

(...)

06. Na sequência, o mesmo juízo que identificou a falha na prestação de


serviço por parte da Recorrida, fundamentou sua decisão sob o argumento de que a
finalidade do contrato de título de capitalização é a poupança, e que os valores pagos
poderão ser resgatados no fim do contrato e, portanto, não há necessidade de que o
dinheiro seja restituído, conforme transcrito abaixo.

(...)

Dessa quadra, nota-se que houve falha na prestação de serviços por


parte da requerida, mas cabe ressaltar que a finalidade principal
deste tipo de contrato não é sorteio mensal, mas sim a poupança
que será resgatada no final das prestações, de sorte que não se pode

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acolher o pedido autoral de restituição dos valores pagos até o


momento, sob pena de ocorrer o chamado enriquecimento ilícito, sem
causa.

Desse modo, a par das considerações feitas, não se acolhe o pedido de


restituição em dobro dos valores pagos até agora pelo autor, pois fato é
que como já explicitado o autor receberá estes valores investidos no
final do contrato e eventual restituição, ainda mais em dobro, causaria
enriquecimento sem causa, de sorte que se rejeita este pedido.

(...)

07. É importante destacar que a finalidade principal do título de capitalização,


diferentemente dos termos da sentença proferida pelo Juízo de piso, NÃO É A
POUPANÇA, mas sim a possibilidade de ser sorteado. Caso contrário, não havia a
necessidade de que a empresa Recorrida comercializasse esse tipo de serviço, tendo em
vista a existência da CONTA POUPANÇA propriamente dita.
08. Em resumo, a sentença reconheceu a falha na prestação de serviço,
arbitrou o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) e diz que o consumidor (RECORRENTE) tem
que continuar pagando até o encerramento do contrato, ou seja, deve quitar as 48
parcelas mesmo que o serviço prestado esteja em desacordo com aquilo contratado.

DO DIREITO

09. Não há o que se falar em reforma da sentença para deixar de condenar a


Recorrente no valor de R$ 1.000,00 (mil reais) a título de danos morais, uma vez que a
referida decisão foi muito aquém do que deveria ter sido, tendo em vista que além do
arbitramento do baixíssimo valor, deixou de condenar pela restituição da quantia paga,
o que já é, de plano, inadmissível.
10. Data máxima vênia, os termos da sentença prejudicaram o Recorrido, uma
vez que DEIXOU de conceder a devolução integral, em dobro de toda quantia paga
indevidamente, contrariando, assim, a norma consumerista vigente, motivo pelo qual
sua reforma se faz necessária.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade
que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim
como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações

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constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor


exigir, alternativamente e à sua escolha:
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

11. É cristalino que o fato narrado se encontra integramente respaldado pela


norma consumerista vigente. Uma vez reconhecida a falha na prestação de serviço, não
há o que se discutir quanto à necessidade de que o valor pago pelo Recorrente seja
restituído.
12. Ora, a única pretensão do Recorrido, ao contratar o serviço de
capitalização oferecido pela Recorrente, é a possibilidade de ter o seu número sorteado
e, consequentemente, receber a premiação decorrente da contemplação, haja vista não
haver nenhuma outra vantagem que pudesse ensejar qualquer interesse em efetuar o
pagamento mensal, no valor de R$ 70,00 (setenta reais), uma vez que nesse tipo de
investimento não há nenhuma contrapartida em termos de rendimentos.
13. Neste mesmo norte a jurisprudência é bastante didática quando à
necessidade de arbitramento de danos morais, bem como a necessidade de que o valor
pago seja RESTITUÍDO EM DOBRO, na forma do parágrafo único do artigo 42 do CDC.

AQUISIÇÃO DE TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO. CONTRATAÇÃO NÃO


EFETIVADA POR FALHA DO BANCO. AUTORA QUE ACREDITAVA
PARTICIPAR DOS SORTEIOS PREVISTOS NO INSTRUMENTO
CONTRATUAL. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. RESTIUIÇÃO
EM DOBRO DEVIDA. ENGANO JUSTIFICÁVEL NÃO COMPROVADO.
INDENIZAÇÃO POR PERDA DE UMA CHANCE. NÃO CABIMENTO.
AUSÊNCIA DE GANHO PROVÁVEL E REAL. DANO MORAL
CONFIGURADO. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS
FUNDAMENTOS. APLICAÇÃO DO ART. 46 DA LEI 9.099 /95.
PRECEDENTE DO STF. VALOR INDENIZATÓRIO READEQUADO PARA
R$ 5.000,00. ADAPTAÇÃO AOS PARÂMETROS DESTA TURMA
RECURSAL. PROVIDO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1.
?Percebe-se que a chance a que se refere a autora é por demais diluída,
não se caracterizando como séria e real. O sorteio tem como
participantes outros milhares de correntistas da instituição financeira,
não havendo como se reconhecer que acaso tive participado dos
sorteios a autora teria reais chances de ser a premiada. As chances são
existentes, mas desprezíveis no campo das probabilidades? (AC
1.0024.12.253865-5/001, TJ-MG, 10ª Câmara Cível, Relator
Desembargador Cabral da Silva, Data de Julgamento: 22/10/2013). 2. O

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valor atribuído a título de danos morais não condiz com as


peculiaridades do caso concreto, bem como encontra-se aquém
dos parâmetros desta Turma Recursal, devendo ser majorado. ,
resolve esta Turma Recursal, por unanimidade de votos, conhecer e
DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso para: a) Determinar a
restituição em dobro do valor fixado na sentença; b) Majorar o
valor da indenização pelo dano moral para R$ (TJPR - 2ª Turma
Recursal - 0000878-30.2015.8.16.0178/0 - Curitiba - Rel.: James
Hamilton de Oliveira Macedo - - J. 16.02.2016)

14. Claramente, a sentença do juízo a quo deixou de observar a norma


consumerista vigente, bem como a jurisprudência, o que veio a beneficiar a parte que
RECORRENTE.
15. O Recurso, ora interposto, nada mais é do que uma tentativa de tornar
uma sentença injusta ainda mais injusta para o consumidor (Recorrido).

DOS PEDIDOS
16. Sendo assim, diante dos argumentos apresentados, necessário se faz, a
manutenção da sentença de piso negando, assim, provimento ao presente recurso,
condenando a parte Recorrente em 20% de honorários sucumbenciais.

Nestes Termos,
Pede Deferimento

Vitória/ES, 14 de novembro de 2019

Vinícius Magno do Espírito Santo


OAB/ES 30.902

Vicente de Paulo do Espírito Santo


OAB/ES 21.290

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