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EXMO. (A) SR. (A) DR.

(A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL E EMPRESARIAL DA


COMARCA DE ANANINDEUA-PA.

PROCESSO Nº 0807959-38.2022.8.14.0006
REQUERENTE: ESPÓLIO DE ALDO SILVA DO ROSÁRIO, representado pela inventariante
ALTAMIRA SILVA DO ROSÁRIO (Idosa com mais de 80 anos).
REQUERIDO: LUIZ JHONATAN MOREY MENDONÇA

ESPÓLIO DE ALDO SILVA DO ROSÁRIO, devidamente representado por sua


inventariante, ALTAMIRA SILVA DO ROSÁRIO, já devidamente qualificada nos autos da Ação
de Arbitramento de Aluguel e Cobrança de Alugueis com pedido de Tutela Antecipada
movida em face LUIZ JHONATA MOREY MENDONÇA, por seu advogado devidamente
habilitado, vem perante V. Exa., apresentar MANIFESTAÇÃO, a fim de informar a decisão do
Agravo de Instrumento proferida pelo TJ/PA, e requer o seu devido cumprimento, com fulcro nos
art. 297, parágrafo único e art. 523 e seguintes do CPC.

I- DOS FATOS E FUNDAMENTOS.

O requerente moveu a Ação de Arbitramento e Cobrança de Aluguel com Pedido de


Tutela de Urgência (Tutela Antecipada) contra o requerido, a fim de que esse começasse a
pagar o aluguel, de acordo com a petição de Id. Num. 59838122 - Págs. 1-8.

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O r. juízo indeferiu o pedido de liminar sobre o argumento de que não havia
demonstração da probabilidade do direito, segundo a decisão de Id. Num. 60188112 - Págs. 1-3.

Inconformada, a requerente interpôs o Agravo de Instrumento, Processo n.º


0806953-14.2022.8.14.0000, com fito de reformar a r. decisão e principalmente conceder o efeito
suspensivo ativo do recurso para que o requerido iniciasse o pagamento dos alugueis em juízo.

Diante disso, a eminente Desembargadora Gleide Pereira de Moura, prolatou


Decisão de Id. Num. 9920933 - Págs. 1-4, em 15/06/2022, nos seguintes termos in verbis:

“Após análise detida aos autos, ao menos nesta prévia análise, entendo restar
configurada a probabilidade de direito, senão vejamos:
Em um primeiro momento, ressalta a agravante que a decisão foi incorreta, posto que
atualmente a parte recorrente está sob responsabilidade de representar o espólio
deixado por seu filho, que em razão do presente imóvel integrar tal espólio torna-se
necessária uma conduta ativa pela representante em prol da manutenção do aludido
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bem. Razões estas que merecem serem acolhidas, dado que é sabido que os
aluguéis são frutos acessórios do bem principal, logo prescindem de destinação
semelhante, isto é, divididos entre os herdeiros ao final da partilha, senão vejamos o
seguinte colecionado julgado:
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. INVENTÁRIO. ALUGUEIS. FRUTOS. DEPÓSITO EM
JUÍZO. OBRIGAÇÃO LEGAL. 1. Até que realizada a partilha entre os herdeiros, devem os
alugueis, por configurar frutos acessórios dos imóveis objetos de partilha, compor a
universalidade de bens e direitos do espólio, inclusive a fim de eventualmente responder
por dívidas contraídas pelo falecido. 2. Por decorrer de expressa obrigação legal constante
do art. 2.020 do Código Civil, impõe-se aos os herdeiros que se encontram na posse dos
bens da herança, ao cônjuge sobrevivente e ao inventariante proceder ao DEPÓSITO DOS
ALUGUEIS recebidos e vinculados aos imóveis que compõem o espólio desde o momento
da abertura da sucessão, sendo DESCABIDA A LIVRE UTILIZAÇÃO sem justificação e
sem prévia autorização judicial. 3. Agravo de instrumento conhecido e provido. (TJDF - 5ª
Turma Cível - 0712392-61.2020.8.07.0000 - Rel.: DESEMBARGADORA ANA CANTARINO
- J. em: 12/08/2020)"
Portanto, entendo que devam ser recolhidos os valores a título de aluguel, os quais
servirão também para quitar os débitos referentes aos tributos inerentes do imóvel,
bem como o próprio condomínio.
De igual modo, verifico o preenchimento do requisito perigo de dano. Ora, a
agravante, na condição de representante, está incumbida de zelar e cobrar os
aluguéis como se locatária fosse, ademais, os valores são relativos ao espólio e os
herdeiros poderão exigir prestação de contas pela representante.

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Outrossim, ressalta-se que os débitos referentes a IPTU e demais ligados ao bem,
assim como o condomínio poderão eventualmente incidir sobre o próprio espólio e
por sua vez vir a causar danos a recorrente, fazendo-se a ressalva no sentido em que
o valor será retido não em favor da agravante, mas depositado em juízo e que por fim
tal medida não é por si só irreversível, podendo no julgamento do feito ser revertida
se assim for entendido.
Desse modo, ao menos nesta análise prévia, uma vez preenchidos cumulativamente
os requisitos de perigo de dano e probabilidade de direito, entendo que há a
possibilidade de atribuição de efeito suspensivo.

Diante o exposto, requer o Cumprimento da Decisão prolata pelo Egrégio


Tribunal de Justiça do Estado do Pará, para que o requerido comece a pagar em juízo o
aluguel mensal no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), a partir da Citação/Intimação da
decisão, nos termos da Decisão prolatada em sede de 2º Grau.
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Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

Belém, 23 de junho de 2022.

Welson Freitas Cordeiro


OAB/PA 16.178

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