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1 – DOS FATOS
O Autor, em abril de 2019, firmou com a Ré Proposta de Adesão a dois Grupos de
Consórcio de Bens Móveis, contrato nº , aderindo aos Grupos 2723,
Cota 111 e 2724, Cota 292, com prazo de 49 meses após o lance e contemplação (que
o correu em maio de 2019) e previsão de encerramento em 02/2026, conforme cópia da
Proposta de Adesão aos Grupos de Consórcio anexa.
As cotas de consórcio foram adquiridas pelo Requerente junto a agência do Banco
Bradesco onde é cliente, sendo que o gerente de sua conta, de nome Sabrina, quem
cuidou de toda a operação.
Referido consórcio fora adquirido visando a aquisição de bem móvel consistente em um
automóvel pelo valor de R$ 72.000,00 (setenta e dois mil reais), cujo bem seria utilizado
para capitalização futura.
Após o ingresso da parte Autora nos grupos de consórcio em maio/2019, com início do
pagamento regular das parcelas, em Junho/2019 a parte Autora ofertou e pagou lance
no valor de R$ 30.004,20 (trinta mil e quatro reais e vinte centavos) para contemplação
das cotas de consórcio consorcio adquiridas, equivalente a 33 parcelas ou 40,03% do
contrato, conforme se constata pelos documentos em anexo.
Com a contemplação das cotas obtidas em maio de 2019, quando o valor do crédito
estava no valor estimado de R$ (conforme se verifica pelo Extrato do
Consórcio anexo), certa do direito ao crédito obtido através da contemplação do
consórcio, a parte Autora realizou o a compra do automóvel para ser pago com a carta
de crédito do consórcio contemplado. Conforme cópia do Contrato de alienação firmado
com a promovida BRADESCO ADMINISTRADORA DE CONSORCIOS LTDA, em junho
Endereço : AV. OLIVEIRA PAIVA 2601
TELS. 988224584 /99989148
Email : francicp@hotmail.com
Fortaleza/CE.
ADVOCACIA COSTA
de 2019 a parte Autora firmou com referida empresa um contrato para aquisição do
automóvel marca Toyota, , cor branca, ano modelo
2015, placas , pelo valor de R$ 72.000,00 (setenta e dois mil reais),
que seriam pagos com a totalidade do crédito obtido com a contemplação do referido
consórcio mais R$ 7.200,00(sete mil duzentos reais) em credito próprio.
A parte Autora, iniciou o pagamento das parcelas do consorcio em junho de 2019, e em
maio de 2023 efetuou pagamento da 47 parcela das 49 parcelas referente as cotas, ou
seja restando apenas 2 parcelas para quitação de cada cota.
Ocorre que, em junho de 2023, quando buscou a agencia para quitação das duas
parcelas restantes de cada cota, foi surpreendido com a informação que NÃO restava
duas parcelas, restavam 35 parcelas, todavia tal informação é equivocada por que o
autor REALIZOU através do Lance em maio de 2019 o equivalente a 33 parcelas
contrato de adesão à 82 parcelas, ou seja, 47 parcelas pagas mais 33 pagas em lance
soma 80 parcelas, restam apenas duas parcelas para quitação, docs. em anexo.
Inconformado com tal situação, a parte Autora, na mesma data, solicitou ao réu, via
central de atendimento, que lhe esclarecessem os motivos da alteração, porém o Réu
quedou-se quase inerte, na medida em que NÃO consegue esclarecer a situação.
Diante disso, o Autor registrou reclamações na Ouvidoria da empresa Ré via telefone
Número 331213515- Atendente :ANNE Beatriz - 12h12. – SAC - Número: 331358056
( 1º protocolo da ouvidoria) data 18/08 atendimento : Larissa Juliana. Ouvidoria. Número:
331621078 data 05/09/23 às 14h54. Aberto protocolo para cópia de contrato. Ouvidoria -
Bruna - número 331833500 data 03/10. Solicitado extrato, parcela e contrato da
operação e prazo de pagamento. Prazo 10 dias úteis. NÚMERO 332341999 - Data
24/10 horário 10h27. resposta: posicionamento do banco não vai mudar. Não
fornecemos o contrato. Atendimento: Mariana . e também junto ao Banco Central (este
via e-mail), conforme cópia do e-mail anexa, gerando o protocolo: Demanda
2023746327 e 2023808307.
Ate a presente data, ainda sem nenhum posicionamento da Ré quanto aos pedidos de
esclarecimento feitos ao seu gerente, à central de relacionamento, à ouvidoria e ao
Banco Central, a Ré manifestou-se, porém nada esclareceu, apenas reiterou o que já
havia informado à Autora verbalmente, declarando que “no presente caso, o autor é
devedor ainda de mais de 30 parcelas desconsiderando o valor dado em lance”,
conforme documento em anexo.
Veja o total descaso da Ré, que não quer reconhecer o pagamento do lance e ainda
quer exigir pagamento de mais de 30 parcelas, quando a parte autora já realizou 99% do
contrato juntando o lance e as 47 parcelas pagas, estando o autor em situação delicada
e vexatória, pois é devedor apenas de duas parcelas de cada cota e mesmo assim esta
sofrendo processe de busca e apreensão nº 0243255-76.2023.8.06.0001 que tramita na
32ª Cível da Capital, fazendo uma cobrança absurda e ilícita. Sendo impossível resolver
a questão, após esgotar todos os meios existentes ao seu alcance, não há alternativa
para o Autor senão o ajuizamento da presente demanda, a fim de fazer valer o seu
Direito.
2 – DO DIREITO
Conforme se comprova pelos documentos que instruem a inicial, não pairam dúvidas
acerca da veracidade dos fatos descritos acima, sendo inequívoca a prova da
contemplação da conta do consórcio através de oferta de lance como também o
pagamento o das 47 parcelas das 49 restantes junto à Ré.
Vale frisar que em grupo de consórcio o crédito pertence ao consorciado que paga as
parcelas com o objetivo de ser contemplado em algum momento. O papel da
administradora, conforme o próprio nome diz, é o de administrar o grupo de
consorciados, não sendo a titular do crédito e, por isso, lhe é vedado impor exigências,
salvo se o consorciado estiver inadimplente, o que não é o caso do Requerente que
pagou 99% do contrato e está querendo pagar 1%.
Conforme se constata pela documentação anexa, quando da contemplação (em
Junho/2019) ate maio estava adimplente e só NÃO quitou porque foi e está sendo
exigido parcelas alem do contrato.
Desta feita, havendo prova inequívoca do pagamento de 99% do contrato, a
Requerente, busca de forma ilícita se locupletar de forma abusiva. Veja que a Requerida
exigindo prestações que não foram contratadas ate promoveu ação de busca do bem
pertencente ao autor, ratificando seu ilícito.
Nos termos do contrato, tendo atendido todos os requisitos que culminaram com a
quitação do crédito consorcial, a parte Requerente tem o direito de receber seu
crédito/bem e pagar apenas o que resta ser pago, ou seja, 2 parcelas de cada cota.
Tendo o Requerente cumprido sua obrigação, frisando só não quitou por exigência fora
do contrato sendo absolutamente injustificada a cobrança da Requerida, procedendo de
maneira ilícita a exigir prestação inexistentes, sem qualquer justificativa plausível, o que
já causou e ainda vem causando diversos prejuízos ao Requerente.
Nessa esteira, não há dúvidas que sobre o caso em destaque incidem as disposições do
Código de Defesa do Consumidor (CDC), vez que a parte Requerente se enquadra na
definição de consumidor, nos termos do artigo 2º do CDC:
Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.
Conforme se denota pela qualificação da parte Autora, esta adquiriu o consórcio com o
objetivo de obter crédito para aquisição de um veículo para uso próprio, não se tratando
de empresa revendedora de veículos.