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ADVOCACIA COSTA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA


VARA DA FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DO CEARÁ.

Procedimento Ordinário

Justiça gratuita

AÇÃO ORDINÁRIA PARA CONCESSÃO DE PARIDADE DE PENSÃO MILITAR


C/C PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA/LIMINAR
MARIA DO CARMO DE OLIVEIRA DE SOUSA, viúva, pensionista do 3º Sargento Jose
Carneiro de Souza, RG. 2005021091309, SSPDSCE, CPF 260162733-68, residente e
domiciliada na Rua da REPUBLICA, 309, CENTRO COMOCIM-CE – CEP 62400-000,
por seu advogado que esta subscreve, instrumento Procuratório em anexo, com
escritório profissional descrito no rodapé, endereço em que recebe intimações, vem à
presença de Vossa Excelência com supero respeito, interpor a presente:
AÇÃO ORDINARIA DE PARIDADE PENSÃO MILITAR COM PEDIDO DE TUTELA DE
URGENCIA - ALIMENTOS
Em face do Estado do Ceará – Pessoa Jurídica de Direito Público Interno, CNPJ nº
07.954.480/0001-79, com sede na Av. Dr. José Martins Rodrigues, 150 - Edson Queiroz CEP:
60.811-520, na pessoa de seu Representante legal, e-mail:
chefe.gabinete@pge.ce.gov.br, pelos seguintes fatos e fundamentos a seguir
elencados.

PRELIMINARMENTE

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente requer a V. Exa. sejam-lhe concedidos os benefícios da Gratuidade Justiça


na forma do art. 2º, Parágrafo único, c/c art. 4º da Lei 1.060 de 05 de fevereiro de 1950,
e dos artigos 98 a 102, do Novo Código de Processo Civil, pois não possui meios de
arcar com as custas judiciais, sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família,
fazendo juntada de declaração de hipossuficiência em anexo, sendo assim, requer,
desde já, a concessão do benefício da GRATUIDADE DE JUSTIÇA.

Endereço : AV. OLIVEIRA PAIVA 2601


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DA PRIORIDADE

Requer que seja concedida PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DESTE PROCESSO,


tendo em vista, que o requerente nasceu em 6/10/1946, conforme depreende sua
documentação juntada aos autos de fls. e disposição contida no ATO.GDGCJ.GP.Nº
484/2003, que considerando o disposto no art. 71 da Lei nº10.741, de 1º de outubro de
2003, reduziu para 60 (sessenta) anos, o direito à obtenção dessa garantia

DOS FATOS

A autora é pensionista de seu esposo: Jose Carneiro de Souza, CPF: 052.100.623-68,


que era 3º Sargento da Polícia Militar do Estado do Ceará, INDO para a reserva como
2º Sargento inclusive com Direito ao soldo de 2º Sargento, Matricula Funcional 022.248-
3-2, falecido em 12 de Abril de 2006.

Requereu sua pensão conforme processo administrativo SPU/proc nº 06188417-0, muito


embora tenha sido deferida a pensão a Requerente não teve deferido pelo Promovido, o
direito à paridade remuneratória de seu benefício previdenciário (pensão), com os
aumentos concedidos ao cargo a que pertencia o instituidor da pensão, como se vivo
fosse.

Desde então, a autora percebia que sua pensão não estava com os valores corretos,
como se vivo fosse o militar instituidor, haja visto que a Lei nº 17.183, de 23 de
Março de 2020 descreveu valores de todas as graduações e posto dos Militares
estaduais, onde consta que o soldo correspondente à graduação do instituidor da
pensão de 2º Sargento no importe de R$ 4.750,04 (quatro mil setecentos e cinqüenta
reais e quatro centavos), e não o valor de R$ 2.465,89 (dois mil quatrocentos e
sessenta e cinco reais e oitenta e nove centavos), conforme contracheque,
documentos seguem em anexo.

Ante a impossibilidade de revisão administrativa, pois a procuradoria Geral do Estado-


PGE, não aceita revisão administrativa, que defende a impossibilidade de
retroatividade da lei previdenciária, pois o óbito foi anterior à Lei Nacional
13.954/2019 (Súmula 340 do STJ) e que a pensionista não possui direito à paridade
tendo em vista que o instituidor do benefício faleceu quando da vigência da EC 41/03,
não resta outra alternativa senão buscar via a judicial.

Salientamos que a Promovente não busca simplesmente retroagir normas. Ocorre


que posteriormente à aquisição da pensão, em observância ao princípio constitucional
da simetria, foi publicada a LEI GERALNACIONAL nº. 13.954 de 16/12/2019, alterando
o Decreto-Lei nº. 667 de 02/07/1969 com o fim de uniformizar e garantir os Direitos mais
basilares dos Policiais Militares e de seus dependentes, SERVINDO como mecanismo
de fomento ao sistema de segurança pública e de valorização profissional.

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Com efeito, findou por garantir que todas as pensionistas de policiais militares passarão
a receber sua pensão no valor igual à remuneração do militar da ativa, como se vivo
fosse, bem como terá revisto seu benefício de pensão automaticamente, na mesma data
da revisão das remunerações do militar instituidor, portanto o Tribunal de Justiça do
Estado, já posicionou neste sentido, editou a Súmula nº 23, referente a esta matéria,
VEJAMOS:

SÚMULA nº 23 TJCE.
“ Os proventos do inativo e as pensões por morte devem corresponder à
totalidade do que perceberia o militar, se estivesse em atividade ou se vivo fosse,
estendendo-se aos inativos e aos pensionistas quaisquer benefícios ou
vantagens posteriormente concedidos aos militares ativos, ainda que não sejam
de caráter geral”.

Dessa forma, conforme a seguir transcreve-se:

DECRETO-LEI Nº 667, DE 2 DE JULHO DE 1969.


Reorganiza as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos
Territórios e do Distrito Federal, e dá outras providências.

Art. 24-B. Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios as
seguintes normas gerais relativas à pensão militar: (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
(Regulamento) (Vigência)

I- o benefício da pensão militar é igual ao valor da remuneração do militar da ativa ou em


inatividade; (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
II- o benefício da pensão militar é irredutível e deve ser revisto automaticamente, na
mesma data da revisão das remunerações dos militares da ativa, para preservar o valor
equivalente à remuneração do militar da ativa do posto ou graduação que lhe
deu origem; e (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019) (...)

Art. 24-D. Lei específica do ente federativo deve dispor sobre outros aspectos
relacionados à inatividade e à pensão militar dos militares e respectivos pensionistas dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios que não conflitem com as normas gerais
estabelecidas nos arts. 24-A, 24-B e 24-C, vedada a ampliação dos direitos e garantias
nelas previstos e observado o disposto no art. 24-F deste Decreto-Lei.
Parágrafo único. Compete à União, na forma de regulamento, verificar o cumprimento
das normas gerais a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.954, de
2019)

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Art. 24-H. Sempre que houver alteração nas regras dos militares das Forças Armadas,
as normas gerais de inatividade e pensão militar dos militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios, estabelecidas nos arts. 24-A, 24-B e 24-C deste Decreto-Lei,
devem ser ajustadas para manutenção da simetria, vedada a instituição de
disposições divergentes que tenham repercussão na inatividade ou na pensão militar.
(Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
Diante das resistências impostas, o Governo Federal editou, inclusive, o Decreto nº.
10.418 de 07/07/2022, de modo a fiscalizar o cumprimento das normas gerais de
inatividade e pensões dos Policiais Militares:
DECRETO Nº 10.418, DE 7 DE JULHO DE 2020

Regulamenta a verificação do cumprimento das normas gerais de inatividade e pensões


do Sistema de Proteção Social dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios, de que tratam os art. 24-A, art. 24-B e art. 24-C do Decreto-Lei nº 667, de 2
de julho de 1969, nos termos do disposto no parágrafo único do art. 24-D do referido
Decreto-Lei.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,
caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no parágrafo único do art.
24-D do Decreto-Lei nº 667, de 2 de julho de 1969, DECRETA:
Art. 1º Este Decreto regulamenta a verificação do cumprimento das normas gerais de
inatividade e pensões do Sistema de Proteção Social dos Militares dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios de que tratam os art. 24-A, art. 24- B e art. 24-C do
Decreto-Lei nº 667, de 2 de julho de 1969, nos termos do disposto no parágrafo único do
art. 24-D do referido Decreto-Lei.
Art. 2º Compete à União, por meio da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do
Ministério da Economia, verificar o 24-B e art. 24-C do Decreto-Lei nº 667, de 1969, pelo
ente federativo ou pelo órgão ou entidade gestora do Sistema de Proteção Social dos
Militares dos Estados ou do Distrito Federal e Territórios, sem prejuízo das atribuições
dos órgãos de controle interno e externo a que se sujeitam os entes federativos.

§ 1º Para fins de verificação do cumprimento das normas gerais, os Estados, o Distrito


Federal e os Territórios encaminharão à Secretaria Especial de Previdência e Trabalho
do Ministério da Economia, na forma estabelecida pela referida Secretaria, em relação
ao respectivo Sistema de Proteção Social dos Militares, sem prejuízo de outros dados e
informações que vierem a ser solicitados:
(...)
§ 2º A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia
disponibilizará sistemas para operacionalização do envio dos dados de que trata o § 1º,
de modo a assegurar a transparência das informações gerais relativas ao Sistema de
Proteção Social dos Militares.
Art. 3º A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, ao
verificar o descumprimento das normas gerais de que tratam os art. 24-A, art. 24-B e art.

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24-C do Decreto-Lei nº 667, de 1969, ou o não atendimento do disposto no § 1º do art.
2º, pelo Estado, pelo Distrito Federal ou pelos Territórios, comunicará o fato aos órgãos
de controle interno e externo a que esteja sujeito o ente federativo.
Art. 4º Este Decreto entra em vigor no primeiro dia do mês subsequente ao de sua
publicação.
Ressalta-se que, infelizmente, mesmo após a vigência da referida norma de aplicação
nacional, o Estado do Ceará, apesar de conceder aumento aos policiais da ativa através
da Lei Estadual nº. 17.183 de 23 de março de 2020, que promoveu a
REESTRUTURAÇÃO REMUNERATÓRIA PARA PRAÇAS E OFICIAIS DA POLÍCIA
MILITAR E DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ, NÃO
estendeu aos pensionistas, in verbis:

Art. 1.º A estrutura remuneratória das praças e dos oficiais da Polícia Militar e do Corpo
de Bombeiros Militar do Estado do Ceará passa a vigorar em conformidade com o
disposto no Anexo Único desta Lei.
Art. 2.º As gratificações previstas no inciso III do art. 12, e no art. 97 da Lei n.º 11.167,
de 7 de janeiro de 1986, terão seus valores considerados para definição do patamar
remuneratório a que se refere o art. 1.º, ficando ambas extintas a partir da publicação
desta Lei.
Assim sendo, não existe prescrição da referida pensão, portanto não existe esta
possibilidade, para a análise do aspecto da existência ou não da denominada
prescrição do fundo de Direito, tendo em vista a caracterização de uma relação de
trato sucessivo, pois a cada mês SE RENOVA, a Autora deixou de perceber
a verba que entende devida (Paridade da pensão em face dos demais).

Há que se analisar, porém, se essa periodicidade no pagamento do benefício


previdenciário é suficiente para afastar a contagem da prescrição quinquenal em relação
ao ano em que Autora faria jus ao seu direito de incorporação da verba.
Conforme verbete resultante da Súmula 85 do Superior Tribunal de Justiça - STJ,
VEJAMOS:

“nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como
devedora, quando não tiver sido requerido o próprio direito reclamado, a prescrição
atinge apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da
AÇÃO”.

Ainda que assim não fosse, não é o caso, pelo anexo da referida lei acima mencionada,
e como de fato já foi comprovado, constata-se que TODOS OS POLICIAIS MILITARES
DO ESTADO CEARÁ, receberam aumento, o que não foi estendido à pensionista, razão
pela qual, motivou a presente Ação Ordinária, onde a Requerente esta sendo
prejudicada desde a concessão da sua pensão.
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DO DIREITO
A LEI GERAL NACIONAL n.º 13.954 de 16/12/2019, Excelência, é inquestionável a
sua vigência e aplicabilidade aos pensionistas dos Policiais Militares do Ceará, eis que
referida norma representa um verdadeiro pacto da federação, SERVINDO como
mecanismo de fomento ao sistema de segurança pública e de valorização profissional
que está na linha de frente do combate à violência e à insegurança em nosso país.
Ademais, note-se que o próprio Estado do Ceará reconhece a incidência da Lei Geral
Nacional n.º 13.954 de 16/12/2019 aos inativos de militares cearenses, quando os
taxou, descontando a contribuição previdenciária com base na referida norma (v.
Manifestação do Estado do Ceará no Mandado de Segurança Coletivo nº. °
0628051-32.2020.8.06.0000,pág.s 255/275).

Dessa forma, o ente público utiliza a Lei nº. 13.954/19 para cobrar imposto, porém,
desconsidera-a quando é para reconhecer direitos.
Cumpre destacar que o STF já teve a oportunidade de analisar questão semelhante,
oportunidade em que reconheceu a constitucionalidade da “norma geral federal que
fixou o piso salarial dos professores do ensino médio com base no vencimento”, por
entender que a União Federal detém competência para “dispor sobre normas gerais (...)
de modo a utilizá-lo como mecanismo de fomento ao sistema educacional e de
valorização profissional”, confira-se:

CONSTITUCIONAL. FINANCEIRO. PACTO FEDERATIVO E REPARTIÇÃO DE


COMPETÊNCIA. PISO NACIONAL PARAOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO
BÁSICA. CONCEITO DEPISO: VENCIMENTO OU REMUNERAÇÃO GLOBAL. RISCOS
FINANCEIRO E ORÇAMENTÁRIO. JORNADA DE TRABALHO:FIXAÇÃO DO TEMPO
MÍNIMO PARA DEDICAÇÃO AATIVIDADES EXTRACLASSE EM 1/3 DA JORNADA.
ARTS. 2º,§§ 1º E 4º, 3º, CAPUT, II E III E 8º, TODOS DA LEI11.738/2008.
CONSTITUCIONALIDADE.
(...) 2. É constitucional a norma geral federal que fixou o piso salarial dos
professores do ensino médio com base no vencimento, e não na remuneração
global. Competência da União para dispor sobre normas gerais relativas ao piso
de vencimento dos professores da educação básica, de modo a utilizá-lo como
mecanismo de fomento ao sistema educacional e de valorização profissional, e
não apenas como instrumento de proteção mínima ao trabalhador. 3. É constitucional a
norma geral federal que reserva o percentual mínimo de 1/3 da carga horária dos
docentes da educação básica para dedicação às atividades extraclasse. Ação direta de
inconstitucionalidade julgada improcedente. STF, Adin 4167/DF, rel. Min. Joaquim
Barbosa, Pleno, DJe:24/08/2011.

Com efeito, É INQUESTIONÁVEL O DIREITO da autora de ter sua pensão fixada no


valor igual à remuneração do militar da ativa, bem como ter revisto seu benefício de
pensão automaticamente, na mesma data da revisão das remunerações do militar
instituidor.

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Neste sentido, já se posicionou o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, que
editou a Súmula nº 23, Vejamos:

“Os proventos do inativo e as pensões por morte devem corresponder à totalidade do


que perceberia o militar se estivesse em atividade ou vivo fosse estendendo-se aos
inativos e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente
concedidos aos militares ativos, ainda que não sejam de caráter geral”.
Neste sentido:
Vejamos precedentes do Tribunal de Justiça do Ceará-TJCE,

CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. PENSÃO POR


MORTE. DIREITO À PERCEPÇÃO COMO SE VIVO FOSSE O INSTITUIDOR. PENSIONISTA
DE EX-BOMBEIRO MILITAR. ART. 40, § 7º, EC Nº 20/98. SÚMULA 23 TJ/CE. MATÉRIA
VENCIDA. 1. A Lei Complementar Estadual nº 31/02, que impõe pensão provisória inferior aos
proventos percebidos pelo servidor falecido, desinquieta os parágrafos 3º e 7º do art. 40 da
Constituição Federal, vigente à época, com a nova redação dada pela Emenda Constitucional nº
20/1998, razão pela qual se encontra em descompasso com a nova exegese do dispositivo
constitucional em realce. 2. Referida Lei Complementar jamais poderia impor qualquer mitigação
à regra do art. 40, § 7º, da Constituição Federal de 1988, com a então redação, que enuncia que
a pensão por morte será igual ao valor dos proventos do servidor falecido ou ao valor dos
proventos a que teria direito o servidor em atividade na data de seu falecimento, observado o
disposto no § 3º, o qual, por seu turno, estipula que os proventos de aposentadoria, por ocasião
da sua concessão, serão calculados com base na remuneração do servidor no cargo efetivo em
que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponderão à totalidade da remuneração.
3. As normas constitucionais precitadas, de aplicação imediata, traduzem, com clarividência, o
direito de manter-se as impetrantes, após a morte do instituidor da pensão, percebendo uma
pensão no mesmo valor da remuneração por ele percebida se vivo fosse. 4. Não é,
portanto, porque figurava como Polícia Militar o autor do benefício, que deverá submeter-se as
suas pensionistas a regime diferente do estipulado no art. 40, § 7º da Carta Constitucional, o
qual dirige-se para todos os servidores públicos, dentre os quais, é lógico, há de se incluírem os
policiais militares, a exemplo do falecido Militar. 5. Segurança concedida. Decisão unânime.
ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda a 3ª Câmara Direito Público do
Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por unanimidade dos votos, em conceder a ordem
impetrada. Fortaleza, 10 de julho de 2017. Presidente do Órgão Julgador DESEMBARGADOR
INACIO DE ALENCAR CORTEZ NETO Relator (TJ-CE - MS: 05114097120008060001 CE
0511409-71.2000.8.06.0001, Relator: INACIO DE ALENCAR CORTEZ NETO, 3ª Câmara
Direito Público, Data de Publicação: 10/07/2017).

CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. PENSÃO MILITAR.


INSTITUIÇÃO ANTERIOR À EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003. PARIDADE COM OS
PROVENTOS QUE O INSTITUIDOR RECEBERIA SE VIVO FOSSE. VIOLAÇÃO A
DIREITO LÍQUIDO E CERTO. SÚMULA
23 TJCE. SEGURANÇA CONCEDIDA. 1. Mandado de segurança em que a impetrante,
pensionista de policial militar falecido quando da ativa no ano de 1993, reclama o pagamento
de diferença entre os proventos recebidos por força da pensão instituída e os vencimentos de
servidor da ativa; 2. O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 resguardou o direito
adquirido à paridade entre vencimentos, proventos e pensão por morte, cuidando-se de matéria
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já sumulada no seio deste Sodalício, a teor do verbete n. 23; 3. Tendo a impetrante revelado,
por meio de prova documental, a redução do seu benefício, mostra-se viável a concessão da
segurança, no fito de ver estabelecida a paridade de vencimentos e proventos recebíveis, como
se vivo fosse o instituidor; 4. Segurança concedida, para determinar a revisão da pensão militar
em atenção à paridade com os proventos que o ex-policial militar receberia se vivo fosse,
respeitada a prescrição quinquenal anterior ao ajuizamento do mandamus. ACÓRDÃO: Vistos,
relatados e discutidos estes autos, acorda a 1ª Câmara Direito Público do Tribunal de Justiça do
Estado do Ceará, unanimemente, em conhecer do pedido para dar-lhe provimento, a fim de
conceder a segurança vindicada, de acordo com o voto do Relator. Fortaleza, 13 de agosto de
2018 Presidente do Órgão Julgador DESEMBARGADOR PAULO FRANCISCO BANHOS
PONTE Relator (TJ-CE - MS: 04214777220008060001 CE 0421477- 72.2000.8.06.0001,
Relator: PAULO FRANCISCO BANHOS PONTE, Data de Julgamento: 13/08/2018, 1ª Câmara
Direito Público, Data de Publicação: 14/08/2018).

DATUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA/LIMINAR

Pretende a Autora os efeitos da Antecipação da Tutela de Urgência, uma vez que estão
preenchidos os requisitos do art. 300 e seguintes do Novo Código de Processo Civil, que
se encontram presentes na inicial, Senão vejamos:
O novo Código de Processo Civil estabelece em seu art. 300 que “A tutela de urgência
será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e
o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”. Nesse sentido, o
novo diploma legal exige para a concessão da tutela de urgência dois elementos, quais
sejam: o fumus bonis iuris e o periculum in mora.

Outrossim, o perigo de dano (art. 300 do NCPC) se revela pelo fato de que a autora
está passando por sérias dificuldades financeiras(questão alimentar), eis que o valor
pago já não faz frente ao aumento do custo de vida, tudo a configurar o elevado risco ao
resultado prático do processo, caso a tutela de urgência não seja deferida.

4.1-DA VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO E DA PROVA INEQUÍVOCA


Este requisito encontra-se preenchido, uma vez que, os documentos que atestam a
veracidade dos fatos encontram-se incluídos mediante documentos fornecidos pela
Autora, e pelo próprio Estado ora Réu, bem como, vasta documentação apresentada e,
portanto, tendo total legitimidade para requerer a paridade a pensão.
A autora possuem direito inequívoco quanto a PARIDADE da pensão por morte de seu
esposo, de receber o valor como se vivo fosse, uma vez que está provada nos autos a
sua condição de esposa do instituidor, e possuir a dependência econômica por
lei.

DO DANO IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO

Este requisito também encontra-se devidamente preenchido, uma vez que o


indeferimento do órgão ora requerido no momento da concessão, em conceder a

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paridade a sua pensão privou a Autora do recebimento da pensão por morte do valor
devido, que como sabido, tem caráter totalmente assistencialista, e alimentar.
Tem-se ainda como periculum in mora, o fato do benefício ser de caráter
assistencialista, (alimentício) e servir para a manutenção da vida daquela que possui o
direito de recebê-lo, como é o caso da Autora.
Presentes ainda, os requisitos essenciais ao pedido antecipatório, quais sejam, o dano
irreparável ou de difícil reparação no caso em tela, a necessidade do recebimento
mensal, da pensão por morte devida, uma vez que o falecido era quem o
sustentavam com a manutenção do dia a dia, e arcava com todas as suas despesas,
incluindo o sustento da Autora que vem passando por sérias privações em razão da
negativa do Estado Réu, em não conceder a paridade da pensão no momento da
sua concessão.

Importa destacar que não há qualquer impedimento legal para a concessão da Tutela de
Urgência, eis que o objeto da presente lide se refere à pensão previdenciária, o que fez
o e. STF editar a Súmula 729, permitido liminar em causas que envolvam questão
previdenciária, razão pela qual se firmou a jurisprudência do e. STF e do STJ.

Súmula 729 STF - A decisão na Ação Direta de Constitucionalidade não se aplica à


antecipação de tutela em causa de natureza previdenciária.

Observe-se, assim, que a decisão proferida pela Corte na ADC4-MC/DF, Rel. Min.
Sidney Sanches, não veda toda e qualquer antecipação de tutela contra a
Fazenda Pública, mas somente as hipóteses taxativamente previstas noart. 1º da
Lei 9.494/1997. A preocupação do Plenário desta Corte, no julgamento da ADC 4-
MC/DF, foi justamente preservar a Fazenda Pública contra o deferimento
generalizado de tutelas antecipatórias, em sede de cognição sumária, sem a
observância do contraditório e da ampla defesa. Ora, diversamente do
sustentando pelo reclamante, a decisão reclamada não deferiu antecipação de
tutela nas hipóteses vedadas pela lei, nem considerou inconstitucional dispositivo
da Lei 9.494/1997. (...) Além disso, aplica-se ao caso a Súmula 729/STF, segundo a
qual 'a decisão na Ação Direta de Constitucionalidade 4 não se aplica à
antecipação de tutela em causa de natureza previdenciária'." (STF, Rcl 8335 AgR,
Relator Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, julgamento em 19.8.2014,
DJe de 29.8.2014)

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO


AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PENSÃO POR MORTE. POSSIBILIDADE DE
ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOSDA TUTELA. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA DO ART.
2º B da LEI 9.494/97. (...) 1. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de
que as vedações previstas no art. 2o.-B da Lei 9.494/97 devem ser interpretadas
restritivamente. (...). 2. Na hipótese dos autos, o Tribunal de origem determinou a
imediata implantação do benefício (pensão por morte), não existindo vedação
legal à concessão de tutela antecipada contra a Fazenda Pública nas causas de
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natureza previdenciária. Inteligência da Súmula 729/STF.3. Agravo Regimental da
UNIÃO desprovido. STJ, AgRg nos EDcl no AREsp 240.513/PE, Rel. Ministro Napoleão
Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 06/03/2015. AGRAVO REGIMENTAL NO
RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. PERCENTUAL DOS JUROS DE MORA.
VERBA ALIMENTAR. I. As rubricas previdenciárias possuem natureza de
verba alimentar, não se submetendo à dicção do art. 1º-F da Lei n. 9.494/97,
incluído pela MP n. 2.180- 35/2001, aplicável apenas às condenações impostas à
Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias devidas a servidores e
empregados públicos. III - Agravo regimental improvido. STJ, AgRg no REsp
1.147.332/RS, Rel. Ministro NEFICORDEIRO, SEXTA TURMA, DJe 12/02/2015.

De qualquer modo, o caráter alimentar do benefício traduz um quadro de urgência


que exige pronta resposta do Judiciário, tendo em vista que nos benefícios
previdenciários resta intuitivo o risco de ineficácia do provimento jurisdicional final.
Assim, imperioso o deferimento deste pedido antecipatório em sentença.

5-DOS PEDIDOS

Face ao exposto, REQUER a Vossa Excelência:

1- Conhecer do presente feito, determinar a citação do Estado do Ceará, na pessoa de


seu Procurador Geral, para, querendo, apresentar defesa e acompanhar a presente
ação, sob pena de revelia, juntando a cópia de todo processo administrativo nº
06188417-0;

2- Requer a concessão da Tutela provisória de Urgência/Liminar nos termos do art.


300 do CPC, determinado que o Estado do Ceará, através da Procuradoria Geral do
Estado-PGE, proceda o reajuste da pensão da autora no valor igual a remuneração do
seu esposo, COMO SE VIVO FOSSE, encaminhando para CearaPrev, bem como, que
determine que seu benefício de pensão: processo nº 06188417-0, seja revisado
automaticamente, na mesma data da revisão das remunerações do militar instituidor,
com aplicação da paridade, nos termos da Súmula 23 do TJCE;

3- Conceder a Autora os benefícios da justiça gratuita, uma vez que esta se declara
pobre no sentido jurídico do termo, não podendo arcar com as custas processuais;
4- Ao final a confirmação da Tutela de Urgência/Liminar, julgando PROCEDENTE a
presente ação, condenando o Estado do Ceará, ao pagamento da diferença do
valor da paridade de todos os meses vencidos e vincendos, valores atrasados
desde a data da implantação da Pensão da autora, conforme processo administrativo
nº 06188417-0;
5-A intimação do representante do Ministério público, para atuar no feito como fiscal da
lei;

Endereço : AV. OLIVEIRA PAIVA 2601


TELS. 988224584 /99989148
Email : francicp@hotmail.com
Fortaleza/CE.
ob
ADVOCACIA COSTA
6- condenação do Demandado ao pagamento das custas processuais e honorárias
advocatícios;

7- Protestar o alegado em todas as provas permitidas em direito, reservando- se, porém,


o Direito de especificá-las, oportuna e motivadamente, naquelas que entenderem
necessárias.

Dá-se a causa o valor de R$ 82.229,40 (oitenta e dois mil duzentos e vinte e nove reais
e quarenta centavos), nos termos do art. 291 do CPC, com as parcelas vencidas e
vincendas em conformidade com o art.292, III, § e 1º, do CPC.

Termos que

Pede deferimento.

Fortaleza, 27 de Novembro de 2023.

Francivaldo Costa Pereira


Advogado- OAB-CE 15240.

Endereço : AV. OLIVEIRA PAIVA 2601


TELS. 988224584 /99989148
Email : francicp@hotmail.com
Fortaleza/CE.

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