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Theodoro Júnior, Humberto, 1938-

Curso de direito processual civil / Humberto Theodoro Júnior. – 59. ed.


rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2018.

§ 26. DEVERES E DIREITOS DAS PARTES E PROCURADORES

Sumário: 193. Deveres. 194. Ato atentatório à dignidade da justiça. 195. Responsabilidade
das partes por dano processual. 196. Direitos. 197. Direito especial dos litigantes idosos e
portadores de doenças graves.

193.Deveres

Compete às partes, aos seus procuradores e a todos aqueles que de qualquer forma participam
do processo (NCPC, art. 77):
(a) expor os fatos em juízo conforme a verdade (inciso I);
(b) não formular pretensões ou apresentar defesa, cientes de que são destituídas de
fundamento (inciso II);
(c) não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à decla- ração ou defesa
do direito (inciso III);
(d) cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza antecipada ou final, e não
criar embaraços à sua efetivação (inciso IV);
(e) declinar o endereço, residencial ou profissional, onde receberão intimações no primeiro
momento que lhes couber falar nos autos, atualizando essa informação sempre que ocorrer
qualquer modificação temporária ou definitiva (inciso V);
(f) não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso (inciso VI).
Dentro da sistemática do processo civil moderno, as partes são livres para escolher os meios
mais idôneos à consecução de seus objetivos. Mas essa liberdade há de ser disciplinada pelo
respeito aos fins superiores que inspiram o processo, como método oficial de procura da justa e
célere composição do litígio.
Daí a exigência legal de que as partes se conduzam segundo os princípios da lealdade e
probidade, figuras que resumem os itens do art. 77 do NCPC, 66 em sua acepção mais larga, e
decorrem da norma fundamental do art. 5º. Como ensina Andrioli, do dever de agir segundo a
boa-fé decorrem as noções de lealdade e probidade que, entretanto, não são jurídicas, mas sim da
experiência social. “A lealdade é o hábito de quem é sincero e, naturalmente, abomina a má-fé e
a traição; enquanto a probidade é própria de quem atua com retidão, segundo os ditames da
consciência”.67
Exemplo de improbidade encontramos nas expressões ofensivas, cujo emprego nos escritos
do processo é expressamente vedado às partes, a seus advogados, aos juízes, aos membros do
Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do processo,
cabendo ao juiz mandar riscá-las, de ofício ou a requerimento do ofendido (art. 78, § 2º). 68 Quando
a manifestação ofensiva for feita oral ou presumidamente, em audiência, o juiz deverá advertir o
ofensor para não mais repeti-la, sob pena de lhe ser cassada a palavra (art. 78, § 1º). 69 O NCPC,
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diversamente do que fazia o CPC/73, preferiu não reprimir as “expressões injuriosas”, texto que
gerava polêmica sobre se havia correspondência ou não, com as figuras catalogadas pelo Código
Penal, no tratamento dos crimes contra a honra. Falando a lei nova na vedação de “expressões
ofensivas”, o que se exige dos sujeitos processuais é que a linguagem no processo seja a de
pessoas educadas e respeitosas, como, aliás, já vinha sendo entendido pela jurisprudência formada
ao tempo do CPC/1973.70
Ocorre, outrossim, violação do dever de lealdade em todo e qualquer ato inspirado na malícia
ou má-fé e principalmente naqueles que procuram desviar o processo da observância do
contraditório. Isso se dá quando a parte desvia, astuciosamente, o processo do objetivo principal
e procura agir de modo a transformá-lo numa relação apenas bilateral, em que só os seus interesses
devam prevalecer perante o juiz.71
Entre os casos de abuso processual ofensivos do dever de boa-fé e lealdade, deve-se incluir a
conduta maliciosa da parte que retarda a execução da sentença ou da medida antecipatória para
se beneficiar com o exorbitante avolumar da multa judicial (astreintes), que às vezes se transforma
em ruína do devedor e em verdadeiro enriquecimento indevido do credor. Quanto à não execução
imediata da condenação, a jurisprudência evita os efeitos do abuso processual, estatuindo que a
multa diária não é exigível senão depois de intimado pessoalmente o devedor a cumprir a
obrigação de fazer ou não fazer (Súmula 410 do STJ). Mesmo, porém, quando o devedor tenha
sido intimado, a demora exagerada na execução da multa pode ser tratada como ato de má-fé ou
deslealdade processual, se dela adveio um crescimento da medida coercitiva que ultrapasse o
valor da obrigação principal e possa acarretar a insolvência do devedor, ou que se torne medida
incompatível com a equidade reclamada pelo dever de boa-fé no comportamento processual.72
É importante ressaltar que a exigência de um comportamento em juízo segundo a boa-fé,
atualmente, não cuida apenas da repressão à conduta maliciosa ou dolosa da parte. O novo Código
de Processo Civil, na preocupação de instituir o processo justo nos moldes preconizados pela
Constituição, inclui entre as normas fundamentais o princípio da boa-fé objetiva (art. 5º), que
valoriza o comportamento ético de todos os sujeitos da relação processual. Exige-se, portanto,
que as atitudes tomadas ao longo do processo sejam sempre conformes aos padrões dos costumes
prevalentes no meio social, determinados pela probidade e lealdade. Não importa o juízo íntimo
e a intenção de quem pratica o ato processual. Não é só a má-fé (intenção de prejudicar o
adversário ou a apuração da verdade) que interessa ao processo justo, é também a avaliação
objetiva do comportamento que se terá de fazer para mantê-lo nos limites admitidos moralmente,
ainda quando o agente não tenha tido a consciência e a vontade de infringi-los.
Registre-se, finalmente, que os deveres de lealdade e probidade, a que aludem os arts. 77 e
78, tocam a ambas as partes (autor e réu), bem como aos terceiros intervenientes, e ainda aos
advogados que os representem no processo, além do Ministério Público, da Defensoria Pública e
do próprio juiz.

194.Ato atentatório à dignidade da justiça


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O Código é claro ao estatuir que os deveres arrolados nos arts. 77 e 78 foram estendidos a
“todos aqueles que de qualquer forma participem do processo”. Assim, o funcionário público, ou
o empregado de empresa privada, por exemplo, quando convocado a informar, a fornecer dados,
a exibir registros ou coisas, ou efetuar levantamentos, estarão sujeitos aos deveres de veracidade,
lealdade, boa-fé e demais enunciados no art. 77.

I – Condutas qualificadas como atentatórias à dignidade da justiça:


A novidade trazida pela Lei 10.358/2001 e que foi ampliada pelo novo Có- digo, no conteúdo
de tais deveres, foi no sentido de que cabe não só às partes, como a todo aquele que de qualquer
forma participa do processo, submeter-se às ordens contidas nas decisões jurisdicionais, e não
apenas naquelas que assumirem a feição mandamental, de natureza antecipada ou final, bem como
não criar embaraços a sua efetivação. 73
A inovação de 2001 consistiu em distinguir entre o cumprimento das medidas de urgência e
das sentenças condenatórias, de modo a reprimir a desobediência das primeiras com as penas do
delito de desobediência (Código Penal, arts. 329 e 330) e impor o dever de não embaraçar a
efetivação de quaisquer atos decisórios, de natureza antecipatória ou final. 74
Já para o novo CPC, não há que se distinguir entre medida de urgência e decisão normal, no
campo de repressão ao dever de acatamento dos pronunciamentos judiciais. Todas as
insubmissões da parte aos comandos do juiz, quando injustificáveis, podem representar ato
atentatório à dignidade da justiça (art. 77, § 2º). De início, o infrator será advertido, logo após a
prática do ato de resistência injusta, de que sua conduta poderá ser punida como ato daquela
natureza (art. 77, § 1º). Mantida a postura infracional, o juiz lhe aplicará as sanções
administrativas e penais cabíveis (§ 2º). Preconiza-se, dessa forma, uma postura de fiscalização e
orientação, por parte do juiz, que poderá evitar penalizações imediatas, na esperança de que a
advertência, por si só, ponha fim ao comportamento inadequado do litigante. Insuficiente a
admoestação, a sanção pelo atentado à dignidade da justiça será, então, aplicada pelo juiz.
Toda ordem judicial, em princípio, há de ser cumprida na forma e prazo determinados.
Mesmo quando sujeita a decisão final ou antecipada ao procedi- mento executivo comum, é dever
dos que participam do processo absterem-se de criar embaraços à efetivação de todo e qualquer
provimento judicial (art. 77, IV). Foi para reforçar o caráter cogente dos provimentos
jurisdicionais e assegurar a sua exequibilidade que o § 2º do Código qualifica a violação do inc.
IV como “ato atentatório à dignidade da justiça”, independentemente de se tratar de uma decisão
mandamental ou não.
O novo Código preocupou-se com a lisura de comportamento das partes envolvidas no
processo, de tal sorte que também previu que a prática de inovação ilegal no estado de fato de
bem ou direito litigioso (item VI) será classificada de ato atentatório à dignidade da justiça. Com
isso, se simplificou largamente o tratamento do atentado, cuja repressão, no regime anterior, se
fazia por meio de uma ação cautelar e agora se torna sancionável por meio de simples decisão
interlocutória.
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Para sanar a infração de um dever processual da parte, a reparação deverá ser exigida da
própria parte. Não poderá seu representante judicial ser compelido a cumprir a decisão em sua
substituição (art. 77, § 8º).75 Portanto, sempre que couber à parte o cumprimento pessoal da
medida, é a ela, e não ao representante, que haverá de ser endereçada a respectiva intimação.

II – Punição por ato atentatório à dignidade da justiça:


Para as condutas capituladas nos incs. IV e VI, o órgão judicial está auto- rizado, sem prejuízo
das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, a aplicar ao responsável (parte, interveniente,
ou quem, de qualquer forma, participe do processo) a multa de até 20% (vinte por cento) do valor
da causa (art. 77, § 2º).76-77 Caso o valor da causa seja irrisório ou inestimável, o juiz fixará a multa
em até dez vezes o valor do salário mínimo (art. 77, § 5º).78 Referida multa corresponde a uma
sanção àquilo que no direito norte-americano se denomina contempt of court e que não confunde
com as multas pela litigância de má-fé (art. 81).79
O juiz arbitrará a pena nos próprios autos em que incorreu a infração e assinará prazo para
seu pagamento. Para fixar-lhe o montante, levará em conta “a gravidade da conduta” do infrator
(art. 77, § 2º).
Não ocorrendo o pagamento no tempo devido – cuja contagem se dará após o trânsito em
julgado da decisão que a fixou –, a multa será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado,
conforme se trate de processo da Justiça Federal ou da Justiça Estadual. A execução da multa
observará o procedimento da execução fiscal, revertendo-se ao fundo de modernização do Poder
Judiciário, que pode ser criado pela União e pelos Estados (art. 77, § 3º). 80
Referida pena, nos termos do art. 77, § 4º, poderá ser fixada independentemente da incidência
das multas previstas para a hipótese de não cumprimento espontâneo da obrigação de pagar
quantia certa (art. 523, § 1º)81 ou como meio coercitivo utilizado pelo juiz para satisfazer o credor
de obrigação de fazer ou não fazer (art. 536, § 1º). 82
O novo Código distinguiu a conduta praticada pela parte e pelos advogados, prevendo sanções
distintas para o descumprimento dos deveres processuais. Assim, se o ato atentatório à dignidade
da justiça for praticado por advogados públicos ou privados, pelos membros da Defensoria
Pública ou do Ministério Público, a eles não será aplicável a multa pelo juiz, que, ao contrário,
deverá oficiar o respectivo órgão de classe ou corregedoria para apurar eventual responsabilidade
disciplinar (art. 77, § 6º).83

III – Repressão à inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso:


Se o ato atentatório à dignidade da justiça ocorrer em razão de inovação ilegal no estado de
fato de bem ou direito litigioso (inc. VI), o juiz determinará o restabelecimento do estado anterior,
podendo, até mesmo, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado (art. 77, § 7º).84
Em qualquer caso, poderá aplicar a multa prevista no art. 77, § 2º.
Dessa maneira, a antiga medida cautelar de atentado se transformou num in- cidente de
repressão à conduta processual incompatível com a dignidade da justiça.
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IV – Execução das multas aplicadas em razão do atentado à dignidade da justiça:


Duas questões devem ser ressaltadas quanto à exigência de multa por atentado à dignidade da
justiça: (i) sua exigibilidade não é imediata, pois só deverá ocorrer após o encerramento do
processo pelo trânsito em julgado da decisão final; (ii) o beneficiário da multa não é a parte
prejudicada (como se dá na comum litigância de má-fé – art. 96);85 é o Poder Público que a
arrecadará como dívida ativa (art. 77, § 3º).

195.Responsabilidade das partes por dano processual

Da má-fé do litigante resulta o dever legal de indenizar as perdas e danos causados à parte
prejudicada (NCPC, art. 79).86 Esse dever alcança tanto o autor e o réu como os intervenientes.
A responsabilidade, in casu, pressupõe o elemento objetivo dano e o subjetivo culpa, mas
esta não se confunde necessariamente com o dolo e, pelo casuísmo legal, pode às vezes limitar-se
à culpa em sentido estrito, mas de natureza grave (art. 80, I e VI). 87
Assim, o art. 80 considera litigante de má-fé aquele que:
(a) deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incon- troverso (inciso I);
(b) alterar a verdade dos fatos (inciso II);88
(c) usar o processo para conseguir objetivo ilegal (inciso III);
(d) opuser resistência injustificada ao andamento do processo (inciso IV);
(e) proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo (inciso V);
(f) provocar incidente manifestamente infundado (inciso VI);
(g) interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório (inciso VII). 89
Ocorrendo a litigância de má-fé, a previsão legal é de dupla consequência: sujeição à multa
de 1 a 10% do valor da causa corrigido; e indenização dos prejuízos sofridos pela parte contrária
(art. 81, caput).
No caso de pluralidade de litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu
respectivo interesse na causa. Mas se os litigantes se unirem para lesar a parte contrária, a
condenação atingirá, solidariamente, aqueles que se coligaram para prejudicar o adversário (art.
81, § 1º).

I – Indenização:
O conteúdo da indenização compreenderá, segundo o art. 81, in fine:
(a) os prejuízos da parte;
(b) os honorários advocatícios;
(c) as despesas efetuadas pelo lesado. Essa reparação, que decorre de ato ilícito processual,
será devida, qualquer que seja o resultado da causa, ainda que o litigante de má-fé consiga, ao
final, sentença favorável.90
Não há necessidade de ação própria para reclamar a indenização. O prejudicado,
demonstrando a má-fé do outro litigante, poderá pedir sua condenação, incidentemente, nos
próprios autos do processo em que o ilícito foi cometido. Apenas o valor da indenização é que
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poderá ser relegado para o procedimento separado da liquidação por arbitramento, segundo o rito
próprio previsto no art. 510,91 ou pelo procedimento comum, quando o juiz não dispuser de
elementos para fixá-lo de plano (art. 511).
Uma das dificuldades de punir-se a litigância de má-fé residia na necessidade de a vítima
quantificar comprovadamente o dano que lhe havia sido acarretado pelo litigante temerário. Com
a Lei 8.952, de 13.12.1994, que deu nova redação ao caput e ao § 2º do art. 18 do CPC/1973,
dispositivos que foram mantidos em essência pelo novo Código (caput e § 3º do art. 81), o
embaraço foi eliminado, já que:
(a) ficou explícito que a condenação do litigante de má-fé a indenizar a parte prejudicada nem
mesmo depende, necessariamente, de pedido do ofendido. Caberá ao juiz decretá-la “de ofício ou
a requerimento” (caput);
(b) conferiu-se, outrossim, ao juiz a faculdade de fixar objetivamente a indenização, ou de
determinar que se proceda à liquidação por arbitramento ou à liquidação pelo procedimento
comum (art. 81, § 3º).
Na maioria das vezes, portanto, o juiz mesmo arbitrará a sanção, tornando-a de aplicação
imediata ao infrator. A liquidação, a meu ver, será recomendável apenas quando houver indícios
de danos efetivos de grande monta, que não permitam a imediata e razoável quantificação. Aí sim
haveria necessidade de uma perícia para determinar o prejuízo real sofrido pela parte que suportou
as consequências da litigância temerária.
A aplicação do § 3º do art. 81 facilita a condenação do litigante de má-fé, independentemente
de prova quantitativa do dano suportado pelo adversário. Não quer isso dizer, todavia, que a
sanção será aplicada mesmo sem ter havido dano algum. A litigância de má-fé pressupõe sempre
dano sério ao processo e aos interesses da contraparte. Esse dano tem de ser demonstrado, ainda
que nem sempre se exija prova exata de seu montante. Dentro da previsão do § 3º do art. 81, o
juiz pode, com prudência, arbitrar imediatamente a indenização, sem exigir prova exata de
seu quantum. Sua existência, contudo, terá de ser inequivocamente provada ou, pelo menos,
deduzida, de forma necessária, dos fatos e elementos concretos dos autos. Em nenhuma hipótese,
portanto, se admitirá a imposição do dever de indenizar, na ausência de dano efetivo derivado da
conduta censurada do litigante.92

II – Multa:
Além do ressarcimento dos prejuízos, o litigante de má-fé sujeita-se a pagar multa de valor
superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa (art. 81), verba essa
que, também, reverterá em benefício da parte prejudicada (art. 96).93 Se o valor da causa for
irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até dez vezes o valor do salário mínimo
(art. 81, § 2º).94
A multa, que se acresce às perdas e danos, também é aplicável de ofício ou a requerimento
da parte, independentemente de demonstração de efetivo prejuízo (art. 81, caput).
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Às sanções dos arts. 79 e 81 (multa e perdas e danos por litigância de má-fé) pode ser
cumulada a multa de até 20% do valor da causa, por ato atentatório à dignidade da justiça
(contempt of court) (art. 77, § 2º), com a ressalva de que esta última penalidade será revertida em
favor da Fazenda Pública, e não da parte prejudicada.

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