Você está na página 1de 4

1.

FATO TÍPICO

Conceito: É o comportamento humano descrito em lei como crime ou contravenção.

Elementos do fato típico:

Conduta - É a ação ou omissão humana consciente, dolosa ou culposa, que lesa ou põe em perigo de lesão um bem
jurídico penalmente protegido.
- Só o ser humano pode realizá-la.

Ação: O agente pratica crimes comissivos. Viola normas proibitivas.


Omissão: O agente pratica crimes omissivos. Viola norma mandamental

Crime de conduta mista: O crime só se aperfeiçoa quando o sujeito pratica a ação seguida de uma omissão.
Ex.: Art. 169, §único, II, do CP.

Elementos da conduta:
a) Exteriorização.
b) Consciência.
c) Vontade.
d) Finalidade.
Crimes Omissivos:
a) Próprio ou puro: É aquele cujo verbo nuclear descreve um não fazer (omissão). Ex.: Artigos 135, 244, 269, 319,
todos do CP.

Características dos crimes omissivos próprios:


- São todos de mera conduta: O legislador só descreve a conduta.
- Não admitem tentativa: Realiza o núcleo e há o crime ou não realiza e não há o crime.

b) Impróprio, impuro ou comissivo por omissão: São crimes comissivos imputados a quem se omitiu.

- Teoria Causal ou Naturalista da Omissão: Sustenta que o omitente responderá pelo resultado quando houver
nexo causal entre sua omissão e o resultado. O nexo causal existirá quando o omitente podia agir para impedir o
resultado e nada fez.

- Teoria Jurídica ou Normativa da Omissão: A omissão é um nada e do nada, nada vem. Para que o omitente
responda pelo resultado, deve haver uma determinação do ordenamento jurídico. Precisa haver o dever jurídico
específico.

O Código Penal adotou esta teoria no art. 13, §2º ao definir as balizas da relevância penal da omissão e quando
é possível o dever de agir.
Tipicidade:
Conceito - Consiste na relação de subsunção entre o fato e o tipo, somada à lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico.

Relação entre tipicidade e ilicitude – A tipicidade tem caráter indiciário.


- É o mesmo que dizer: A tipicidade do fato constitui um indício de sua ilicitude, mas não é uma certeza (teoria da “ratio
cognoscendi”).

Adequação típica – Consiste em verificar como é o enquadramento da conduta ao tipo penal.


Esse enquadramento pode ser:
- Imediata/direta: Ocorre quando o fato se encaixa diretamente no tipo penal. Ex.: Homicídio.
- Mediata/indireta: O enquadramento do fato ao tipo exige o emprego de norma de extensão, ou seja, é aquela que
complementa o enquadramento, como ocorre com os artigos 13, §2º; 29, caput e 14, II, todos do CP.

Tipicidade Conglobante: Eugênio Raul Zaffaroni (argentino) explica que:


a) O ordenamento jurídico é um todo unitário.
b) O intérprete e o aplicador da lei penal devem ter uma visão conglobada do ordenamento jurídico, isto é, analisar a
conduta à luz de todas as normas jurídicas que a disciplina, sejam penais ou extrapenais.
Tipicidade penal = tipicidade legal + tipicidade conglobante.

- O Código Penal resolve a questão da tipicidade conglobante de Zaffaroni de modo diferente, tratando o assunto como
excludente de ilicitude, art. 23, III, EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO.
Resultado (evento): É a consequência provocada pela conduta do agente.

a) Naturalístico ou material (é o físico, palpável): É a modificação do mundo exterior provocada pela conduta do
agente. Se dá nos crimes materiais, formais e de mera conduta.
b) Normativo ou jurídico: É a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal.

Você também pode gostar